Resumo 677

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RELATO DE EXPERIÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO EM PROJETO DE

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Maria Bernadete Ladika (BOLSISTA USF-UNICENTRO), Maria Isabel


Raimondo Ferraz (UNICENTRO), e-mail: isarai56@yahoo.com.br

Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências da


Saúde/Departamento de Enfermagem

Palavras-chave: Lei Maria da Penha, violência contra a mulher, violência


doméstica e intrafamiliar.

Resumo:

Trata-se relato de experiência da participação no projeto de extensão


denominado “Entre João e Maria: conversando com a Lei Maria da Penha”.
O Projeto é Integrante da incubadora de Direitos Sociais da Universidade
Sem Fronteiras. Foi possível crescer pessoal e profissionalmente e perceber
que os objetivos foram atingidos, pois inúmeras pessoas tiveram acesso ao
conhecimento da Lei nº 11.340/06, denominada Lei Maria da Penha.

Introdução

Todos os dias os mais variados meios de comunicação descrevem situações


extremas de violência e ela se tornou um dos assuntos mais discutidos
atualmente pois afeta a todos sem escolher classe social, raça, idade ou
sexo e acontece em todos os locais, até mesmo no ambiente familiar que
acredita ser o mais seguro, dentre outros. A principal vítima da situação de
violência é a mulher que muitas vezes sofre calada (LIMA e CAMPOS,
2007). A Lei nº. 11.340/2006 demoninada Lei Maria da Penha entrou em
vigor no Brasil em 2006 e tem como objetivo criar mecanismos para proteger
as mulheres contra a violência doméstica e intrafamiliar. Essa lei recebeu o
nome de Lei Maria da Penha em homenagem a uma mulher chamada Maria
da Penha que lutou durante muitos anos para ver condenado seu agressor
que atentou contra sua vida duas vezes e em 1983 a deixou paraplégica
com um tiro, enquanto dormia. Ela conseguiu que a justiça fosse feita,
somente depois de recorrer à justiça internacional e o Brasil ser punido pela
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados
Americanos. Trabalhar em favor da referida Lei, foi uma experiência que se
iniciou no ano de 2008 com a participação no projeto de extensão
universitária intitulado “Entre João e Maria: conversando com a Lei Maria da
Penha” com sede na Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO
de Guarapuava. Ao ingressar no projeto pode-se perceber o bom
acolhimento da coordenação, orientação e equipe executora. Foi possível

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perceber que seus integrantes lutavam por uma causa em comum, a de
defender a mulher contra todos os tipos de violência doméstica e
intrafamiliar, através da divulgação da Lei Maria da Penha para a população
de Guarapuava e Região.

Materiais e Métodos

Trata-se de relato de experiência na participação em 2008 e 2009 do Projeto


de Extensão universitária “Entre João e Maria: conversando com a Lei Maria
da Penha” que se destina a divulgar, promover e efetivar a Lei nº.
11.340/2006 também conhecida como Lei Maria da Penha que coíbe a
violência doméstica e familiar contra a mulher. As atividades do projeto
iniciaram em outubro de 2007 e continua até outubro de 2009 quando o
projeto finalizará suas ações.

Resultados e Discussão

A experiência na participação do projeto extensionista foi valiosa pela


oportunidade de somar esforços e dividir experiências com a equipe
multiprofissional dos componentes do grupo. O aprendizado se concretizou
também a partir de experiências com: relatos de mulheres que foram vítimas
de violência doméstica e/ou familiar; palestras oferecidas pelo grupo nas
escolas da região; panfletagens realizadas em diversos locais que
envolveram o comércio, as rua, grandes eventos, em visitas realizadas em
associações de bairros, nas reuniões do Conselho Municipal da Mulher e na
plenária da Câmara de vereadores de Guarapuava. Este projeto foi
desenvolvido na cidade de Guarapuava, Estado do Paraná e nas cidades
vizinhas da região como: Prudentópolis; Turvo; Pinhão; Laranjeiras do Sul;
Inácio Martins, Pitanga; Palmas, Irati e Prudentópolis. Todas as atividades
realizadas dentro do grupo eram orientadas e supervisionadas pelo
coordenador do projeto e seus orientadores, docentes dos Departamentos
de Enfermagem, História, Educação Física e Letras da UNICENTRO de
Guarapuava. Todas as ações realizadas pela equipe do projeto visando
divulgar, promover e efetivar a Lei Maria da Penha. O grupo teve a
oportunidade de esclarecer as dúvidas da população em relação ao tema
violência contra a mulher. Acredita-se que a sociedade precisa ampliar seu
conhecimento sobre seus deveres, para que assim possam cumpri-los, mas
também é necessário informá-los sobre os seus direitos, para que quando
lhe sejam negados, saibam que existe legislação específica para sua
proteção. Também se acredita que a parcela da população que teve acesso
à Lei nº 11.340 durante a execução do projeto de extensão, poderá
multiplicar os saberes adquiridos. A mulher que vive na condição de
violência, seja ela física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual e pode
perder sua dignidade, autonomia, auto-estima e muitas vezes a própria vida.
Dentro desta perceptiva as ações do projeto extensionista sempre foram
destinadas à população geral, não excluindo sexo, idade, raça, religião, nível

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de instrução ou classe social, uma vez que a violência doméstica e familiar
contra a mulher ocorre em todos os contextos. Abordar a população e
esclarecer sobre o impacto causado pela violência, independentemente do
sexo, idade, crença, nível cultural ou religião também é um meio de formar
opinião, adotar novas condutas sem violência e reduzir os índices de
criminalidade. De acordo com Taquette (2007) a violência acorre nas mais
variadas formas no dia a dia da mulher, não respeitando classe social, grau
de instrução, raça, religião ou faixa etária. Assim quando se amplia o
conceito de violência, pode-se entender que abusos sexuais, destruição de
documentos e ofensas morais possuem o mesmo significado de facadas,
socos e empurrões. Esclarecer a população sobre as várias formas de
percepção de violência também é uma forma de coibi-la.

Conclusões

A participação no projeto de extensão, contribuiu para o crescimento pessoal


e profissional. Permitiu encontrar um grupo de pessoas que acreditam em
uma sociedade mais justa e com menos violência. A Lei Maria da Penha é
uma vitória para todas as mulheres brasileiras, conseguida por uma Mulher
que não se conformou em ser considerada um ser inferior ao homem, e
buscou na justiça a igualdade. A partir do momento em que a lei foi
sancionada sempre se fará necessário que a sociedade lute por sua
efetivação e a execução do projeto foi uma das formas de tornar isso
possível. Com a participação neste projeto construiu-se um saber sólido e
amplo sobre a Lei Maria da Penha e todo seu contexto, que foi além da
formação acadêmica contida na grade curricular. Tem-se certeza que esta
experiência foi excepcionalmente importante, pois enquanto profissional de
saúde atuante será possível expandir e disseminar esse conhecimento à
outras pessoas, que terão a oportunidade de se tornar multiplicadores,
promovendo educação permanente e auxiliando milhões de mulheres no
mundo a construir novos conceitos e se libertar da violência.

Referências

BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de Agosto de 2006. Cria mecanismos para


coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, DF, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência
intrafamiliar: orientações para prática em serviço/ Secretaria de Políticas de
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência
intrafamiliar: orientações para prática em serviço / Secretaria de Políticas de
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
CABRAL, M.A.A. Prevenção da violência conjugal contra a mulher. Rev.
Ciênc. Saúde Coletiva. 1999, vol.4, n.1, pp. 183-191.

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GARBIN, C.A.S.; GARBIN, A.J.I.; DOSSI, A.P.; DOSSI, M.O. Violência
doméstica: análise das lesões em mulheres. Caderno de Rev. Saúde
Pública. 2006, vol.22, n.12, pp. 2567-2573.
LIMA, A.C; CAMPOS, M.C.P. Violência Contra a Mulher: uma leitura de
“Rappaccini’s Daughter” e “The Birthmark”. Gláuks. v. 7 n. 2 (2007) 71-77.
TAQUETE, S.R. Violência contra a mulher adolescente – jovem. Rio de
Janeiro: Ed. UERJ, 2007.

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