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Informativo técnico de

TRÂNSITO 9
Procedimentos para remoção de veículos em estado de abandono ou sinistrado
(artigo 279-A do CTB)

Tendo em vista a inclusão no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), pela Lei nº 14.440, de
02 de setembro de 2022, e alterado pela Lei nº 14. 599, de 19JUN23, do artigo 279-A,
prevendo:
[...]

Art. 279-A. O veículo em estado de abandono ou sinistrado poderá


ser removido para o depósito fixado pelo órgão ou entidade compe-
tente do Sistema Nacional de Trânsito independentemente da exis-
tência de infração à legislação de trânsito, nos termos da regulamen-
tação do Contran.

§ 1º A remoção do veículo sinistrado será realizada quando não hou-


ver responsável por ele no local do sinistro.

§ 2º Aplicam-se à remoção de veículo em estado de abandono ou


sinistrado as disposições constantes do art. 328, sem prejuízo das
demais disposições deste Código.

[...]

ANEXO I

DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

[...]

VEÍCULO EM ESTADO DE ABANDONO - veículo estacionado na via


ou em estacionamento público, sem capacidade de locomoção por
meios próprios e que, devido a seu estado de conservação e processo
de deterioração, ofereça risco à saúde pública, à segurança pública
ou ao meio ambiente, independentemente de encontrar-se estacio-
nado em local permitido.

[...]

1. Considerando que:

1.1. a Resolução CONTRAN Nº 985, de 15 de dezembro de 2022 (com entrada em vigor


02 de janeiro de 2023), mais especificamente na parte introdutória do Manual Brasileiro
de Fiscalização de Trânsito (MBFT), regulamenta a aplicação do artigo 279-A do CTB,
estipulando que:
[...]

8.2. Remoção do Veículo

A remoção do veículo tem por finalidade restabelecer as condições


de segurança e fluidez da via ou garantir a boa ordem administrativa.
Consiste em deslocar o veículo do local onde é verificada a infração
para depósito fixado pela autoridade de trânsito com circunscrição
sobre a via.
[...]

O veículo em estado de abandono ou acidentado poderá ser removido


para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente, componen-
te do Sistema Nacional de Trânsito, independentemente da existência
de infração à legislação de trânsito.

Considera-se veículo em estado de abandono o veículo estacionado na


via ou em estacionamento público, sem capacidade de locomoção por
meios próprios e que, devido a seu estado de conservação e processo
de deterioração, ofereça risco à saúde pública, à segurança pública ou
ao meio ambiente, independentemente de encontrar-se estacionado em
local permitido.

A remoção do veículo acidentado será realizada quando não houver


responsável pelo bem no local do acidente.

A remoção deve ser feita por meio de veículo destinado para esse fim,
a serviço do órgão de trânsito, ou, na falta deste, valendo-se da própria
capacidade de movimentação do veículo a ser removido, desde que haja
condições de segurança para o trânsito, de acordo com a regulamenta-
ção do órgão responsável pela remoção.

[...]

1.2. o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu Anexo I – Dos Conceitos e Definições,
antevê que:
[...]

OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico, baseado nos con-


ceitos de engenharia de tráfego, das condições de fluidez, de estacio-
namento e de parada na via, de forma a reduzir as interferências, tais
como veículos quebrados, sinistrados, estacionados irregularmente
atrapalhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informações
aos pedestres e condutores.

[...]

POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas Polí-


cias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados
com a segurança pública e de garantir obediência às normas relativas à
segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando sinis-
tros.

[...]

SINISTRO DE TRÂNSITO - evento que resulta em dano ao veículo ou à


sua carga e/ou em lesões a pessoas ou animais e que pode trazer dano
material ou prejuízo ao trânsito, à via ou ao meio ambiente, em que
pelo menos uma das partes está em movimento nas vias terrestres ou
em áreas abertas ao público.

[...]
1.3. encontra-se positivado no inciso III, do artigo 23, do CTB, que compete à PMESP execu-
tar a fiscalização de trânsito, que se traduz, como está no Anexo I, do CTB, dos conceitos
e definições, como sendo o:
[...]

ato de controlar o cumprimento das normas estabelecidas na legislação


de trânsito, por meio do poder de polícia administrativa de trânsito, no
âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades executivas de trânsito e
de acordo com as competências definidas neste Código.

[...]

1.4. a própria legislação estadual que estruturou o Departamento Estadual de Trânsito


(DETRAN-SP), conferiu à Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) a execução de
tal atividade, conforme a Lei Complementar nº 1.195, de 17 de janeiro de 2013, mais
especificamente em seu art. 36:
[...]

Artigo 36 - A Polícia Militar do Estado de São Paulo, por intermédio dos


seus órgãos específicos, executará a fiscalização de trânsito, nos termos
do CTB.

[...]

1.5. a lei complementar de estruturação do DETRAN-SP, o Decreto Estadual nº 59.055, de


09 de abril de 2013, reafirmou que a fiscalização de trânsito será executada pela Polícia
Militar, conforme se observa:
[...]

Artigo 106 - A Polícia Militar do Estado de São Paulo, por intermédio dos
seus órgãos específicos, executará a fiscalização de trânsito, nos termos
do Código de Trânsito Brasileiro – CTB.

[...]

1.6. o Convênio GSSP/ATP nº 294/2023 (Termo de Convênio SSP/DETRAN-SP) delegou:


[...]

CLÁUSULA PRIMEIRA DO OBJETO

Este Convênio tem por objeto a delegação de atribuições à Polícia Militar


do Estado de São Paulo, doravante denominada PMESP, para executar
a fiscalização de trânsito como agente da autoridade de trânsito do DE-
TRAN-SP, entidade executiva de trânsito, nos termos do artigo 22, inciso
III, do artigo 23, e artigo 25, do CTB, observadas as diretrizes estabeleci-
das em conjunto pelos partícipes...

[...]
1.7. a aplicação do artigo 279-A do CTB não carece da existência de qualquer infração de trânsito,
sendo de competência privativa do MUNICÍPIO, lembrando que, de modo a proporcionar maior
celeridade na solução da problemática apresentada pelo cidadão e execução pela administração
pública, não há qualquer restrição do emprego de meios/estrutura (guincho e pátio), desde que seja
dos órgãos ou entidades que compõe o Sistema Nacional de Trânsito (ou seja, o guincho/pátio pode
ser do Estado ou do Município).

2. Diante do acima exposto, o policial militar deve seguir os seguintes procedimentos:

2.1. veículo em estado de abandono:

2.1.1. constatado o estado de abandono e não havendo nenhum ilícito penal, a remoção ocorrerá
mediante a lavratura dos seguinte documentos:

- Boletim de Ocorrência Eletrônico (BOe) da Polícia Militar, oportunidade em que o policial militar
descreverá, no campo “relatório”, o estado de abandono constatado, nos termos previsto na Reso-
lução CONTRAN nº 985/22 (“Considera-se veículo em estado de abandono o veículo estacionado na
via ou em estacionamento público, sem capacidade de locomoção por meios próprios e que, devido
a seu estado de conservação e processo de deterioração, ofereça risco à saúde pública, à segurança
pública ou ao meio ambiente, independentemente de encontrar-se estacionado em local permiti-
do”), relatando, ainda, a tentativa e/ou diligência em localizar o proprietário/possuidor do veículo, o
número do Comprovante de Recolhimento e Remoção (CRR) elaborado e, caso haja, a qualificação
e versão do reclamante/testemunha, além de anexar, no mínimo, 04 (quatro) imagens do veículo,
sendo frente, traseira, lateral direita e lateral esquerda;

- Comprovante de Recolhimento e Remoção (CRR), inserindo, como motivo da remoção, o artigo


279-A e no campo “observações” a expressão “veículo em estado de abandono” e o número TOKEN
(chave eletrônica) do BOe confeccionado (esse número permite o acesso ao conteúdo do BOe, in-
clusive as imagens, pelo endereço eletrônico da Polícia Militar do Estado de São Paulo), e, conforme
cada caso o esclarecimento, por exemplo, “veículo com licenciamento atrasado e em mau estado de
conservação, porém encontrava-se estacionado, o que impossibilitou a elaboração do AIT”.

2.2. veículo sinistrado:

2.2.1. tratando-se de veículo sinistrado e não havendo nenhum ilícito penal, desde que não haja
responsável pelo bem no local do sinistro, a remoção, caso não haja nenhuma infração de trân-
sito que preveja a medida administrativa em questão, ocorrerá mediante a lavratura dos seguinte
documentos:

- Boletim de Ocorrência Eletrônico (BOe) da Polícia Militar de natureza sinistro de trânsito (com ou
sem vítima), oportunidade em que o policial militar mencionará, no campo “relatório”, a ausência
de responsável pelo bem no local do sinistro, podendo, caso seja fornecido (não obrigatório), rela-
cionar um indicado pelo condutor que posteriormente irá retirar o veículo no pátio, além de constar
o número do Comprovante de Recolhimento e Remoção (CRR) elaborado;

- Comprovante de Recolhimento e Remoção (CRR), inserindo, como motivo da remoção, o artigo


279-A e no campo “observações” a expressão “veículo envolvido em sinistro, ausência de respon-
sável pelo bem no local do sinistro” e, caso haja, “indicado pelo condutor para retirar o veículo no
pátio o Sr...... RG.....CPF”, além do número TOKEN (chave eletrônica) do BOe confeccionado (esse
número permite o acesso ao conteúdo do BOe, inclusive as imagens, pelo endereço eletrônico da
Polícia Militar do Estado de São Paulo).
3. Por fim, importante consignar que nos municípios em que não haja órgão/entidade de
trânsito municipal integrante do Sistema Nacional de Trânsito - SNT, não possua qualquer
convênio com a PMESP delegando o exercício das competências atribuídas ao município,
constantes no artigo 24 do CTB, ou a formalização por parte da Prefeitura “abrindo mão”
da competência privativa (no caso em questão o artigo 279-A do CTB) prevista no CTB, a
ausência de manifestação não impede, desde que autorizado pelo DETRAN-SP, por intermé-
dio das CIRETRAN, a fim de evitar uma “terra sem lei”, que seus agentes de trânsito, que
são os integrantes da PMESP, realizem a fiscalização de trânsito e utilizem, no caso em tela,
o Comprovante de Recolhimento e Remoção (CRR) do DETRAN-SP.

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