Origens Bíblicas
Origens Bíblicas
Origens Bíblicas
ORIGENS BÍBLICAS
I – Os Livros antigos
II – O vocábulo Bíblia
III – O que é a Bíblia
IV – O tipo de escrita primitiva da Bíblia
V – As línguas originais da Bíblia
VI – Os escritores da Bíblia
VII – O tema central de todos os livros da Bíblia
VIII – Fatos e particularidades da Bíblia
Os livros Antigos
A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de
rolos (Ez 2.9). Eram feitos de papiro ou pergaminho. O Papiro era
uma planta aquática, que crescia junto aos rios, lagos e
banhados do Oriente Próximo, cuja entrecasca servia para
escrita. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, Galiléia Superior
e vales de Saron. As tiras extraídas do papiro eram colocadas
uma às outras até formarem um rolo de qualquer extensão. Este
material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes na Bíblia.
Ex. Ex 2.3: Jó 8.11; Is 18.2, em certas versões da Bíblia o papiro é
mencionado como Junco. De fato, é um tipo de junco de grandes
proporções. Do papiro deriva-se a palavra papel. Seu uso na
escrita vem de 3.000 a.C.
Papiro
Pergaminho
Pergaminho é a pele de animais curtida e polida, utilizada na escrita. É melhor material que
o papiro. Seu uso é mais recente que o daquele; vem dos primórdios da era Cristã apesar de
já ser conhecido antes. É também mencionado na Bíblia, como em II Tm 4.13.
I - A Bíblia
A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um
rolo. Assim, vemos que a princípio, os livros sagrados não estavam
unidos uns aos outros como os temos agora em nossas Bíblias. O que
tornou isso possível foi a invenção do papel no século II pelos chineses,
bem como a do prelo de tipos móveis em 1450 a.D., por Guttemberg,
um alemão. Até então, tudo era manuscrito pelos escribas de modo
laborioso, lento e oneroso. Quanto a este aspecto da difusão de sua
palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente, de modo que hoje
em dia milhões de exemplares das Escrituras são impressos com rapidez
e facilidade em muitos pontos do globo. Também, graças aos
progressos alcançados no campo das invenções e da tecnologia, hoje
podemos transportar com toda comodidade um exemplar da Bíblia,
coisa impossível nos tempos primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos
tradicionais, os rolos das Escrituras Sagradas, hebraicas continuam em
uso nas sinagogas judaicas.
II - O VOCÁBULO “BÍBLIA”
Este vocábulo não se acha no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas
na capa, mas não no texto do volume. De onde nos vem este vocábulo?
Vem do grego, a língua original do Novo Testamento. É derivado do nome
que os gregos davam à folha do papiro preparada para a escrita Biblos. Um
rolo pequeno do papiro era chamado Biblion e vários deste uma Bíblia.
Portanto, literalmente a palavra Bíblia quer dizer “coleção-de livros
pequenos”.
Com a invenção do papel desapareceram os rolos, e a palavra Biblos deu
origem a “livro” como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. É
consenso geral entre os doutores no assunto que o nome Bíblia foi
primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo,
patriarca de Alexandria, no Século IV.
Devido as Escrituras formarem uma unidade perfeita, a palavra Bíblia
sendo em plural como acabamos de ver, passou a ser singular, significando
O LIVRO. Exemplo: O Livro dos livros, O Livro por Excelência. Como Livro
Divino a definição da Bíblia é “A revelação de Deus à humanidade”.
III - O QUE É A BÍBLIA
É a revelação de Deus à humanidade.'Seu autor é Deus
mesmo. Seu real intérprete é o Espirito Santo. Seu assunto
central é o Senhor Jesus Cristo. Esta atitude para com a
Bíblia é de capital importância para o êxito no seu estudo,
Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa atitude para
com Deus. Sendo a Bíblia a revelação de Deus, ela expressa
a vontade de Deus. Ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade.
Certo autor anônimo corretamente declarou: “A Bíblia é
Deus falando ao homem; é Deus falando através do
homem; é Deus falando como homem; é Deus falando a
favor do homem;
mas é sempre Deus falando”.
IV - O TIPO DE ESCRITA PRIMITIVA DA BÍBLIA
Era manuscrito.
Tudo era feito pelos escribas lentamente.
Desse tempo para cá, Deus tem abençoado a difusão do
Seu Livro, de modo que hoje em dia milhões de
exemplares são impressos com rapidez e facilidade em
modernas impressoras.
V - AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA
As principais línguas são duas: hebraica, para o Antigo
Testamento e grega para o Novo Testamento.
Foram nessas línguas que a Bíblia foi inspirada.
As traduções só conservam a inspiração quando
reproduzem fielmente o original.
VI - OS ESCRITORES DA BÍBLIA
A existência da Bíblia, abrangendo seus escritores, sua formação,
composição, preservação e transmissão, só pode ser explicada
como milagre de Deus, ou melhor: Deus é seu autor. Foram cerca
de 40 (quarenta) os escritores da Bíblia. Deste modo, a Palavra
escrita de Deus foi-nos dada por canais humanos, assim como foi
a Palavra Viva - Cristo (Ap 19.13). Esses homens pertenceram às
mais variadas profissões e atividades, escreveram e viveram
distante uns dos outros em épocas e condições diferentes.
Levaram 1.500 (mil e quinhentos) anos para escrever a Bíblia.
Apesar de todas essas dificuldades, ela não contém erros, nem
contradições. Há sim dificuldades na compreensão,
interpretação, tradução, aplicação, mas isso do lado humano
devido a nossa incapacidade em todos os sentidos.
VI - OS ESCRITORES DA BÍBLIA
Quanto mais estudamos a Bíblia, tanto mais observamos que
no meio de uma grande diversidade, se revela uma unidade
perfeita que o leitor superficial não percebe. Basta que o
leitor se aproxime dela com atitude falsa, ou já com seus
próprios conceitos e a luz de Deus será vedada ao coração e
ao espírito de tal homem.
Existem certos cristais que parecem desluzidos à primeira
vista mas examinados por outro prisma e iluminados pelos
raios do sol; são transformados, e brilham como diamantes.
Davi disse-a Deus: “Em Ti está o manancial da vida; na Tua
luz veremos”.
VII - O TEMA CENTRAL DE TODOS OS
LIVROS DA BÍBLIA
É o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo nos declara em Lucas 24, 27, 44 e João 5.39.
Considerando Cristo como tema central da Bíblia, os 66 livros poderão ficar resumidos em
cinco palavras, todas referentes a Cristo, assim:
Propagação - Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da Igreja.
NO ANTIGO TESTAMENTO
1 - O Livro
Ex 17.14; Ex 24.7; Dt 28.61; Dt 29.21; SL 40.7
2 - As Escrituras, os escritos “O que está escrito”
Ex 32.16; II Reis 17.37; Dn 10.21
3 - A palavra do Senhor, a Palavra de Deus
Dt 9.10; 1 Sm 3.1; Jr 2.3
4 - A lei, ou a Lei do Senhor
Ex 13.9; II Cr 34.14; Sl 1.1-3;
5 - A revelação ou Visão
Pv 29,18; Is 8:16; Is 29.11
6 - A lei, os Estatutos, os Juizes, os Mandamentos, os Preceitos, os
Conselhos e os Testemunhos de Deus
CAPÍTULO II
OS NOMES QUE A BÍBLIA DÁ A SI MESMA
NO NOVO TESTAMENTO
1 - As Sagradas Letras
II Tm 3.15
2 - As Escrituras ou À Escritura
Mc 15.28; AT 8.32; Rm 1.2; Gl 3.8
3 - Os Oráculos de Deus
At 7.38; Rm 3.2; Hb 5.12; I Pe 4.ll
4 - A Lei ou A Lei e os Profetas
Mt 5.17-19
5 - A Palavra de Deus ou de Cristo
Mt 15.6; Mc 7.9; Jo 1.1-14; 1 Pe 1.23; Ap 19.13
CAPÍTULO III
TRADUÇÕES DA BÍBLIA
A Vulgata NT
II - TRADUÇÕES INGLESAS
A chamada Alta Crítica tem feito uma devastação com seu modernismo e
suas contradições no que concerne à formação, fontes e autenticidade do
cânon, especialmente do Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus
livros. Em resumo, a Alta Crítica é a discussão de datas e autorias dos livros.
Ela estuda a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes
de conhecimento humano. Por sua vez, a Crítica Textual, também conhecida
por Baixa Crítica (esta estuda O texto bíblico, e este somente) ao lado da
Arqueologia vem alcançando o progresso valioso posto à disposição dos
estudantes das Escrituras. Por exemplo, a teoria de que a Escritura era
desconhecida nos dias de Moisés já foi destruída. Cada ano aumentam os
achados nas Terras Bíblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e fatos
do Antigo Testamento. Mediante tais provas irrefutáveis, os homens estão
tendo mais respeito pelo livro sagrado. Toda a Bíblia vem sendo confirmada
pela pá do arqueólogo e pelos eruditos em antiguidades Bíblicas. Coisas que
pareciam as mais incríveis, são hoje aceitas por todos sem objeções. O
estudante das Escrituras deve estar precavido quanto a Alta Crítica.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
• 4) ISAÍAS - (770 a.C.) - fala do “livro do Senhor” (Is 34.16), e “Palavras do Livro” (Is 29.18).
• 5) Em 726 a.C. os Salmos já eram cantados (II Cr 29.30) O Tato aí registrado teve lugar
nesse tempo.
• 6) JEREMIAS - cuja chamada deu-se em 626 a.C., registrou a revelação divina (30.12). Tal
livro foi queimado pelo mau rei Jeoiaquim em 607 a.C. Porém Deus ordenou que
Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu amanuense Baruque, Jr 36.1,
2,28,32; 45.1
• 7) No tempo do rei Josias (621 a.C.), Hilquias achou o “livro da Lei” (II Rs 22.8-10), que
sem dúvida era o Pentateuco, certamente com os demais livros mencionados até agora.
• 8) DANIEL - (553 a.C.) refere-se aos “Livros” (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados das
Escrituras de então.
• 9) ZACARIAS - (520 a.C.) - declara que os profetas que o precederam falaram da parte do
Espírito Santo (7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas há inferência. Zacarias
foi o último profeta do AT, isto é, profeta literário.
• 10) NEEMIAS nos seus dias (445 a.C.) achou o livro das Genealogias dos judeus que
haviam regressado do exílio (7.5); certamente havia outros livros.
• 11) Nos dias de Ester estava sendo escrito o livro (Est 9.32).
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
• 12) ESDRAS - contemporâneo de Neemias, foi hábil escriba da lei de Moisés e leu
o livro do Senhor para os judeus, já estabelecidos na Palestina, de regresso do
cativeiro babilônico (Ne 8.1-5). Conforme II Macabeus e outros escritos judaicos,
Esdras presidiu a chamada Grande Sinagoga que selecionou e preservou os rolos
sagrados, determinando dessa maneira o cânon das Escrituras Sagradas do At, cf
Ed 7.10,14. Essa Grande Sinagoga era o conselho composto de 120 membros, que
diz-se ter sido organizado por Neemias cerca de 410 A.C., sob a presidência de
Esdras. Foi essa entidade que organizou a vida religiosa nacional dos repatriados e
mais tarde deu origem ao Sinédrio, cerca de 275 a.C.. A Esdras é atribuído a tríplice
divisão do cânon já estudado. Foi no tempo de Esdras que os samaritanos foram
expulsos da comunidade judaica (Ne 13) levando consigo o Pentateuco, que é até
hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto prova que o Pentateuco era um escrito
canônico.
• 13) Encontramos um profeta citando outro profeta, o que infere haver mensagem
escrita, cf. Mq 4.1-3 com Is 2.2-4.
• 14) Filo – escritor judeu de Alexandria (30 a.C – 50 a.D), possuía todo o cânon do
A.T.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
• 15) Josefo - o historiador judeu (37-100 A.D.), contemporâneo de São Paulo, diz
escrevendo aos judeus, no livro “Contra Appion”, nós temos apenas 22 livros
contando a história de todo o tempo; livros em que nós cremos, ou segundo
geralmente se diz, livros aceitos como divinos. Desde os dias de Artaxerxes
ninguém se aventurou a acrescentar, tirar ou alterar uma única sílaba. Faz parte de
cada judeu desde que nasce, considerar estas escrituras como “ensino de Deus”.
Josefo foi homem culto e judeu ortodoxo de linhagem sacerdotal. Foi governador
da Galiléia e comandante militar das guerras contra Roma. Presenciou a queda de
Jerusalém. Foi levado à Roma onde dedicou-se a escritos literários.
Ora o Artaxerxes que ela menciona é chamado de Longímano, reinou em
465-424 a.C; isso coincide com o livro de Esdras. Isto confirma as declarações de
outras peças da literatura que ensina ter Esdras presidido a Grande Sinagoga que
selecionou e preservou os rolos sagrados para a posteridade. Josefo conta os livros
do AT como sendo 22, porque considerava Juízes e Rute como 1 (um), Jeremias e
Lamentações também. Isto, para coincidir com o nº de letras do alfabeto hebraico:
22.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
• 16) Nos dias do Senhor Jesus esse livro chamava-se ESCRITURAS (Mt 26.54; Lc
24.27,45; Jo 5.39), com as três já conhecidas divisões LEI, SALMOS, PROFETAS (Lc
24.44). Era também chamado: “A PALAVRA DE DEUS” (Jo 10.34,35; Mc 7.11). Note
bem este título aplicado pelo próprio Senhor Jesus. A citação feito por Jesus em
MT 23.35 autentica todo o Antigo Testamento.
• 17) Os escritores do Novo Testamento reconhecem canônicos os livros do AT,
pois é amíude citado naquele, havendo cerca de 300 referÊncias diretas e indiretas.
Os escritores do N.T. referem-se ao canôn do AT como sendo oráculos divinos, Cf
Rm 3.2; II Tm 3.15; Hb 5.12.
Cremos que, começando por Moisés, à proporção que os Livros iam sendo
escritos eram postos no tabernáculo junto ao grupo de livros sagrados. Esdras,
como já dissemos, após a volta do cativeiro reuniu os livros diversos e colocou-os
em ordem como coleção completa. Destes originais eram feitas cópias para as
sinagogas largamente disseminadas.
IV – DATA DO RECONHECIMENTO E FIXAÇÃO DO CÂNON
DO A.T.
É digno de nota que a Bíblia faz referência a livros até agora desaparecidos. Veja
Nm 21.14; Js 10.13; II Sm 1.18; I Cr 27.24; 29.29; II Cr 9.29; 12.15; 13.22; 32.32;
33.19. São casos que só Deus conhece o segredo. Talvez um dia, querendo Deus,
eles venham a luz como os MSS de Qumram, Mar Morto, em 1947.
INTERVALO
V – O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
2) Os Atos dos Apóstolos - Escritos em 63 A.D., ao fim dos dois anos da primeira
prisão de Paulo em Roma (At 28.16, 30).
Isso ocorreu no II Concílio de Cartago, em 397 A.D.. Nessa ocasião foi definitivamente
reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. Como se vê, houve um
amadurecimento de 400 anos.
MADEIRA
1. O costume dos judeus de enterrar todos os MSs estragados pelo uso ou qualquer
outra coisa, isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
2. Os reis idólatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos ou
contribuído para isso. Veja o episódio de Jr. 36.20-26.
3. O monstro Antíoco Epifanes, rei da Síria (175- 164 A.C) domino sobre à
Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel e sádico: tinha prazer
em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião Judaica. Assolou Jerusalém
em 168 a.C., profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das
Sagradas Escrituras.
4. Nos dias do feroz imperador Deocleciano (284-305 A.D.), os perseguidores
dos cristãos destruíram quantas cópias achavam das Escrituras. Durante dez
anos Deocleciano mandou vasculhar o império para destruir todos os
escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse destruído tudo, pois
mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória.
À literatura judaica diz que a missão da Grande Sinagoga presidida por Esdras
foi reunir e preservar os MSs originais do AT. Os MSs de que se serviam os
setenta foram preservados pela Grande Sinagoga, a qual encerrou o cânon
do AT.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
2. Os reis idólatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos ou
contribuído para isso. Veja o episódio de Jr. 36.20-26.
3. O monstro Antíoco Epifanes, rei da Síria (175- 164 A.C) domino sobre à
Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel e sádico: tinha prazer
em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião Judaica. Assolou Jerusalém
em 168 a.C., profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das
Sagradas Escrituras.
4. Nos dias do feroz imperador Deocleciano (284-305 A.D.), os perseguidores
dos cristãos destruíram quantas cópias achavam das Escrituras. Durante dez
anos Deocleciano mandou vasculhar o império para destruir todos os
escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse destruído tudo, pois
mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória.
À literatura judaica diz que a missão da Grande Sinagoga presidida por Esdras
foi reunir e preservar os MSs originais do AT. Os MSs de que se serviam os
setenta foram preservados pela Grande Sinagoga, a qual encerrou o cânon
do AT.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
CÓDICE DO PENTATEUCO
Escrito cerca de 900 A.D.. Está no Museu Britânico sob o número de
4.445. Escrito por um filho de Moses Ben Asher: Arão.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
CÓDICE PETROPOLITANO
Escrito em 916 A.D., contém apenas os últimos profetas. Veio da Criméia,
está na biblioteca de Leningrado (antiga Petrogrado, daí o nome
Petropolitano).
Como se vê, todos esses três MSs são incompletos. O mais antigo MS
completo do At em hebraico, é o:
CÓDICE 19A
Está na biblioteca de Leningrado (Rússia). Data 1.O1O A.D.. O original foi
escrito por Moses Ben Asher. Foi copiado na data acima, no Cairo por Samuel
Ben Jacob. Quando a Rússia o adquiriu o Comunismo ainda não imperava lá.
ROLO DE ISAÍAS. MAR MORTO, 1947
Nos rolos descobertos próximos ao Mar Morto em 1947, foi encontrado um
MS de Isaías em hebraico do ano 100 A.C. isto é, 1 000 anos mais velho que o
mais antigo Ms até então existente. Uma vez que o texto de tal rolo concorda
com o das nossas Bíblias atuais, temos assim uma prova singular da
autenticidade das Escrituras, considerando que esse rolo de Isaías tem agora
mais de 2.000 anos de existência.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
2. MSS DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO EM GREGO
É digno de nota que os MSS mais antigos da Bíblia estão em grego. Tais
manuscritos não são tão originais, são cópias. Os originais saídos das mãos
dos escritores, perderam-se. Pela ordem cronológica, vamos citar os mais
antigos MSS existentes da Bíblia em grego.
O CÓDICE VATICANO OU “B"
Pertence a biblioteca do Vaticano, data 325 A.D.. O Antigo Testamento é
cópia da Septuaginta, Contém os apócrifos em separados. Essa biblioteca foi
fundada em 1488, e no seu primeiro catálogo publicado em 1475 aparece
esse Ms.
O CÓDICE SINAÍTICO OU “ÁLEFE"
Pertence ao Museu Britânico, data 325 A.D.. Foi descoberto pelo erudito
cristão Tischendorf em 1.844 no Mosteiro de Sta. Catarina, ao sopé do
Monte Sinai. A história de sua aquisição é muito impressionante. Foi o Czar
da Rússia que o adquiriu em 1.889, O Governo inglês comprou-o dos russos
em 1.933 por 100.000 libras esterlinas, equivalentes a 510.000 dólares. Um
dos livros mais caros do mundo...
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
O CÓDICE ALEXANDRINO OU “A”
Pertence ao museu Britânico, data 450 A.D.. Tem este nome porque foi escrito
por Alexandria e também pertenceu à sua biblioteca. Em 1.621 foi levado a
Constantinopla por Cirilo Lucar, patriarca de Alexandria. Em 1.624 Cirilo
presenteou-o ao rei Jaime I da Inglaterra, o mesmo que autorizou a famosa
versão inglesa de 1.611. Em 1.757 o rei Jorge II doou à biblioteca da família
real à Nação, e assim o famoso Ms chegou ao Museu Britânico.
Estes três MSS têm mais de 1.500 anos agora. São todos unciais.
O CÓDICE AFRAEM OU “C"
Pertence ao museu do Loudres, Paris, data 450 A.D.. É um palimpsesto. Ao ser
restaurada a primeira escrita, constatou-se serem ambos os Testamentos
incompletos. Dr. Tischendorf publicou-o em 1.845.
O CÓDICE BEZAE OU “D"
Pertence à biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra, século VI.
Contém os Evangelhos, Atos e parte das Epístolas.
O CÓDICE CLAROMONTANUS OU “D2”
Pertence ao Museu do Londres, Paris, século VI. Contém as epístolas paulinas.
CAPÍTULO VI
AS BÍBLIAS IMPRESSAS MAIS ANTIGAS
1 - O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO
•primeiro texto impresso em hebraico do AT foi publicado em 1.488 em Soncino, Itália.
•O segundo texto mais antigo impresso em hebraico do AT é o constante da Bíblia
chamada “COMPLUTENSIANA POLIGLOTA” preparada pelo cardeal Ximenes de
Cisneros, na Universidade de Alcalá, próximo a Madri, Espanha. Foi impressa em
1.514-1.517, mas somente distribuída em 1.522, O hebraico do. AT é o da Septuaginta.
A Poliglota traz ainda o N.T. em grego e a Vulgata em latim (AT e N.T.). Abrange seis
volumes.
•texto preparado por Jacob Ben Chayim e impresso por Daniel Bomberg em Veneza em
1.524-1.525. Tornou-se um texto padrão para estudo.
texto de Amsterdam, publicado entre 1.661-1667, é uma combinação dos textos de
Chayim e o de Ximenes.
•texto de Van der Hooght publicado em 1.795, é uma revisão do texto de Amsterdam.
O texto de Letteris, publicado em 1.852, é uma revisão do texto de Van der Hooght.
Este é o texto padrão adotado em nossos dias pelas Sociedades Bíblicas em todo o
mundo.
•O texto de Rudolph Kittel, publicado em 1.906, é originado do texto de Chayim. A
terceira edição de Kittel em 1.937, abandonou o texto de Chayim, publicando o do MS
19A, que mencionamos anteriormente.
CAPÍTULO VI
AS BÍBLIAS IMPRESSAS MAIS ANTIGAS
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento às
palavras do Senhor Jesus, após ressuscitar: “Ide por todo
mundo, pregai o evangelho a toda criatura”, Mc 16.15. Ora, o
mundo está dividido em nações, tribos e povos, cada qual
com sua língua. Hoje, quando vemos as escrituras traduzidas
em 2.000 línguas, sabemos que aquele que comissionou os
discípulos para tão grande obra, proveria também os meios
para a sua realização.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
a) - VERSÕES SEMÍTICAS
O PENTATEUCO SAMARITANO
Não é propriamente uma versão. É o texto hebreu do Pentateuco, escrito nos
velhos caracteres hebraicos ou em Samaritano. O Samaritano é um dialeto
oriundo do hebraico antigo, surgido com a mistura do povo assírio trazido
para Samaria por Sargão II por ocasião do cativeiro das 10 tribos. E uma
mistura do hebraico antigo com o assírio. Dele existem muitas cópias, é a
Bíblia da seita dos Samaritanos, que teve início com a expulsão de Manassés
de Jerusalém, Ne 13.23-30 e a consequente construção de um templo rival no
monte Gerizim. Isso marcou o início na contínua separação pela qual “os
judeus não se comunicam com os samaritanos” Jo 4.9. Em 1.616, Pietro Della
Valle trouxe para a Europa o primeiro exemplar do Pentateuco Samaritano,
comprando-o em Damasco da mão de um Samaritano. Os MSS existentes
estão escritos em Samaritano. Em Nablus (a antiga Siquém) os samaritanos
exibem antigos MSS do Pentateuco Samaritano na sinagoga que lá se
encontram, à que se atribui a época 100 a.C..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
OS TARGUNS
São paráfrases ou explicações em aramaico, do AT. A palavra significa
“interpretações”. Quando os judeus regressaram do exílio tinham perdido o
uso hebraico. Era preciso que tivessem Escrituras em hebraico, mas também
era preciso que alguém lhes provasse o real significado do texto. Nesse
tempo, a leitura em público das Escrituras era seguida de explicação pelo
leitor, para que o povo pudesse entender, Ne 8.8. Os Targuns eram a princípio
resumidos e simples, mas pouco a pouco tornaram-se aperfeiçoados e,
finalmente foram reduzidos a escrita.
Os principais Targuns são:
O da LEI - feito por Ônquelos, amigo de Gamaliel, do Século II A.D..
O dos Profetas e Livros Históricos - feitos por Jonathan Ben Uziel, que diz ter
sido discípulo de Hilel, da época posterior. Não se confunde os Targuns com o
Talmude; este é o conjunto de tradições judaicas e explicações orais do AT
reduzidas no Século IL A.D..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
b - VERSÕES GREGAS
1) A SEPTUAGINTA
É comumente designado por “LXX”. O nome vem do latim
“Septuaginta” - que quer dizer “70”, Conta Aristéas, escritor da corte
de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 285-246 a.C., escrevendo a seu
irmão Filócrates (cerca de 100 a.C.), o monarca egípcio acima
mencionado, por proposta de seu bibliotecário, Demétrio de Falero.
Solicitou ao sumo-secerdote judaico Eleazar que lhe enviasse doutores
versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma versão das
mesmas em grego. Ele muito ouvia falar das Escrituras e queria a
referida versão para enriquecer sua vasta biblioteca em Alexandria. O
sumo-secerdote escolheu 72 eruditos (6 de cada tribo) e enviou-os a
Alexandria os quais completaram a versão em 72 dias. Josefo registra o
fato, com detalhes que o espaço não nos permite registrar. De setenta
e dois derivou-se o nome “SEPTUAGINTA”.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
SEPTUAGINTA
2) - A VERSÃO DE ÁQUILA
Este era natural de Sínope, cidade do Ponto. Era uma tradução
puramente literal. Contém só o AT, Foi feita em 138 a.D. no reinado de
Adriano. Existe em fragmentos.
3) - A VERSÃO DE TEODOCIÃO
Este foi contemporâneo de Justino Mártir, menciona-o em seus
escritos. Era natural de Éfeso Foi feita em 160 a.D. no tempo do
imperador Comodo. Era mais uma revisão dos LXX, contém só o AT,
Teodocião era ebionita.
4) - A VERSÃO DE SÍMACO
Feita em 218. Só contém o AT, existente em fragmentos. Símaco era
também ebionita.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
5) - A HÉXAPLA DE ORÍGENES
Não é propriamente versão, é uma obra compendiada. Devido as falhas da tradução
da Septuaginta, Orígenes, grande erudito da Igreja Primitiva, compôs em Cesaréia a
sua Héxapla ou versão de seis colunas, em 228 a.D.. As seis colunas estão dispostas
da direita para a esquerda, assim:
1º - O texto hebraico
2º - O texto hebraico em grego
3º- A versão de Áquila
4º - A versão de Símaco
5º - A Septuaginta
6º - À versão de Teodocião
Jerônimo consultou essa obra no Século IV. É também citada por Euzébio que dela
copiou o texto dos LXX e também correções e adições de outros tradutores que
Orígenes incluiu. Admite-se que a famosa Héxapla perdeu-se no saque dos
sarracenos contra Cesaréia em 653 a.D.. Se essa obra tivesse chegado até nós,
teríamos hoje três traduções gregas para comparar com a dos Setenta. Dela só se
conhece citações, O texto dos Setenta da hÉxapla foi publicado em 1.714 por
Montfaucon. Euzébio, bispo de Cesaréia (263-340 a.D..) o copiou ..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
c) VERSÕES SIRÍACAS
A partir de então entra nas versões o N.T.. Poucos anos após a fundação da Igreja, já
existiam Igrejas espalhadas em regiões remotas como Ásia Menor, Síria, Roma,
Antioquia, etc.. Isso, devido o zelo inflamado pelo Espírito Santo nos crentes de
então. Eles percorriam as estradas acima e abaixo contando a história de Jesus. A
disseminação das Escrituras era feita por meio de cópias manuscritas. Os apóstolos
de Jesus ainda viviam quando as primeiras versões siríacas foram feitas.
1- PESHITA significa simples.
Foi feita diretamente do hebraico pela igreja siríaca de Edessa do Nordeste da
Mesopotâmia no Século Il. Abrange pela primeira vez o N.T. com exceção de poucos
livros. É ainda hoje a Biblia do remanescente da Igreja Siríaca. Começou a ser feita
quando ainda viviam os apóstolos, isto é, no Século I, e foi concluída entre 150 a 200
a.D.. Deu origem as outras versões como a árabe, pérsica e armênia. Esta versão
serviu as Igrejas do Oriente.
2- A VERSÃO FILOXÊNIA
Traduzida por Filoxeno em 508, bispo de Hierápoles na Ásia Menor, compreende só o
N.T..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
d) - VERSÕES LATINAS
O latim era a língua falada pelos romanos. Foi uma língua importantíssima, e
especialmente considerando que o último império mundial realizava suas conquistas.
João, em seu Evangelho diz- nos que o título posto sobre a cruz de Jesus estava escrito
também em latim (Jo 19.20).
1- À ANTIGA VERSÃO LATINA
É também chamada versão africana do norte, possivelmente em Cartago. Abrange
ambos os testamentos. Serviu as igrejas do Ocidente. Seu AT foi traduzido não do texto
hebraico e sim do texto grego da Septuaginta, foi concluída em 170 a.D.. Era bem
conhecida por Tertuliano, falecido em 220, por Agostinho. Teve várias revisões dela,
resta uns 40 MSS.
2- A ÍTALA
Também conhecida por Vetus Itala (latim). É mais propriamente uma revisão da Antiga
Versão Latina. Foi preparada na Itália na segunda metade do século II. Abrange ambos
os Testamentos.
3- A REVISÃO DE JERÔNIMO
É uma revisão da Antiga Versão Latina feita por Jerônimo em 382-387 a.D.. Jerônimo foi
encarregado disso por Dâmaso, bispo de Roma. Nesse trabalho Jerônimo utilizou a
Héxapla de Orígenes. Foi nesse tempo que a Septuaginta começou a cair em desuso.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
4 - A VULGATA
É uma versão da Bíblia por Jerônimo. O AT foi traduzido diretamente do hebraico e o
N.T. revisto, tendo em vista as várias versões já existentes em latim. Em assuntos
bíblicos foi Jerônimo o homem mais sábio de seu tampo. Era também dotado de
grande piedade e valor moral. Para realizar esta obra, instalou-se num mosteiro de
Belém, baseando-se na Héxapla de Orígenes. A versão foi feita em 387-405 a.D..
Tinha Jerônimo 60 anos quando iniciou a tarefa. Já antes, em Belém fizera a revisão
da Antiga versão Latina. A Vulgata foi a Bíblia da igreja do Ocidente na Idade Média.
Foi também ela o primeiro livro impresso após a invenção do prelo, saindo a luz em
1452 em Mainz, Alemanha, Devido a popularidade que a difusão teve, no tempo de
Gregório, o Grande (604 A.D.). Foi denominada “VULGATA” do latim “vulgos” povo,
isto é, versão do povo, popular, corrente, Por mil anos a Vulgata foi à Bíblia de quase
toda a Europa. Foi ela também a base de inúmeras traduções para outras línguas. Foi
decretada como a Bíblia oficial da igreja Romana no Concílio de Trento, 4º Sessão, em
8 de abril de 1546, decreto este somente cumprido em 1592 com a publicação da
nova edição da Vulgata pelo Papa Clemente VIII. Jerônimo nasceu em 342 e faleceu
em Belém em 420, onde ainda hoje se encontra o seu túmulo.
FIM DO PRIMEIRO
MÓDULO