Origens Bíblicas

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 103

ORÍGENS BÍBLICAS

ORIGENS BÍBLICAS
I – Os Livros antigos
II – O vocábulo Bíblia
III – O que é a Bíblia
IV – O tipo de escrita primitiva da Bíblia
V – As línguas originais da Bíblia
VI – Os escritores da Bíblia
VII – O tema central de todos os livros da Bíblia
VIII – Fatos e particularidades da Bíblia
Os livros Antigos
A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de
rolos (Ez 2.9). Eram feitos de papiro ou pergaminho. O Papiro era
uma planta aquática, que crescia junto aos rios, lagos e
banhados do Oriente Próximo, cuja entrecasca servia para
escrita. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, Galiléia Superior
e vales de Saron. As tiras extraídas do papiro eram colocadas
uma às outras até formarem um rolo de qualquer extensão. Este
material gráfico primitivo é mencionado muitas vezes na Bíblia.
Ex. Ex 2.3: Jó 8.11; Is 18.2, em certas versões da Bíblia o papiro é
mencionado como Junco. De fato, é um tipo de junco de grandes
proporções. Do papiro deriva-se a palavra papel. Seu uso na
escrita vem de 3.000 a.C.
Papiro
Pergaminho
Pergaminho é a pele de animais curtida e polida, utilizada na escrita. É melhor material que
o papiro. Seu uso é mais recente que o daquele; vem dos primórdios da era Cristã apesar de
já ser conhecido antes. É também mencionado na Bíblia, como em II Tm 4.13.
I - A Bíblia
A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um
rolo. Assim, vemos que a princípio, os livros sagrados não estavam
unidos uns aos outros como os temos agora em nossas Bíblias. O que
tornou isso possível foi a invenção do papel no século II pelos chineses,
bem como a do prelo de tipos móveis em 1450 a.D., por Guttemberg,
um alemão. Até então, tudo era manuscrito pelos escribas de modo
laborioso, lento e oneroso. Quanto a este aspecto da difusão de sua
palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente, de modo que hoje
em dia milhões de exemplares das Escrituras são impressos com rapidez
e facilidade em muitos pontos do globo. Também, graças aos
progressos alcançados no campo das invenções e da tecnologia, hoje
podemos transportar com toda comodidade um exemplar da Bíblia,
coisa impossível nos tempos primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos
tradicionais, os rolos das Escrituras Sagradas, hebraicas continuam em
uso nas sinagogas judaicas.
II - O VOCÁBULO “BÍBLIA”
Este vocábulo não se acha no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas
na capa, mas não no texto do volume. De onde nos vem este vocábulo?
Vem do grego, a língua original do Novo Testamento. É derivado do nome
que os gregos davam à folha do papiro preparada para a escrita Biblos. Um
rolo pequeno do papiro era chamado Biblion e vários deste uma Bíblia.
Portanto, literalmente a palavra Bíblia quer dizer “coleção-de livros
pequenos”.
Com a invenção do papel desapareceram os rolos, e a palavra Biblos deu
origem a “livro” como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. É
consenso geral entre os doutores no assunto que o nome Bíblia foi
primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo,
patriarca de Alexandria, no Século IV.
Devido as Escrituras formarem uma unidade perfeita, a palavra Bíblia
sendo em plural como acabamos de ver, passou a ser singular, significando
O LIVRO. Exemplo: O Livro dos livros, O Livro por Excelência. Como Livro
Divino a definição da Bíblia é “A revelação de Deus à humanidade”.
III - O QUE É A BÍBLIA
É a revelação de Deus à humanidade.'Seu autor é Deus
mesmo. Seu real intérprete é o Espirito Santo. Seu assunto
central é o Senhor Jesus Cristo. Esta atitude para com a
Bíblia é de capital importância para o êxito no seu estudo,
Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa atitude para
com Deus. Sendo a Bíblia a revelação de Deus, ela expressa
a vontade de Deus. Ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade.
Certo autor anônimo corretamente declarou: “A Bíblia é
Deus falando ao homem; é Deus falando através do
homem; é Deus falando como homem; é Deus falando a
favor do homem;
mas é sempre Deus falando”.
IV - O TIPO DE ESCRITA PRIMITIVA DA BÍBLIA
Era manuscrito.
Tudo era feito pelos escribas lentamente.
Desse tempo para cá, Deus tem abençoado a difusão do
Seu Livro, de modo que hoje em dia milhões de
exemplares são impressos com rapidez e facilidade em
modernas impressoras.
V - AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA
As principais línguas são duas: hebraica, para o Antigo
Testamento e grega para o Novo Testamento.
Foram nessas línguas que a Bíblia foi inspirada.
As traduções só conservam a inspiração quando
reproduzem fielmente o original.
VI - OS ESCRITORES DA BÍBLIA
A existência da Bíblia, abrangendo seus escritores, sua formação,
composição, preservação e transmissão, só pode ser explicada
como milagre de Deus, ou melhor: Deus é seu autor. Foram cerca
de 40 (quarenta) os escritores da Bíblia. Deste modo, a Palavra
escrita de Deus foi-nos dada por canais humanos, assim como foi
a Palavra Viva - Cristo (Ap 19.13). Esses homens pertenceram às
mais variadas profissões e atividades, escreveram e viveram
distante uns dos outros em épocas e condições diferentes.
Levaram 1.500 (mil e quinhentos) anos para escrever a Bíblia.
Apesar de todas essas dificuldades, ela não contém erros, nem
contradições. Há sim dificuldades na compreensão,
interpretação, tradução, aplicação, mas isso do lado humano
devido a nossa incapacidade em todos os sentidos.
VI - OS ESCRITORES DA BÍBLIA
Quanto mais estudamos a Bíblia, tanto mais observamos que
no meio de uma grande diversidade, se revela uma unidade
perfeita que o leitor superficial não percebe. Basta que o
leitor se aproxime dela com atitude falsa, ou já com seus
próprios conceitos e a luz de Deus será vedada ao coração e
ao espírito de tal homem.
Existem certos cristais que parecem desluzidos à primeira
vista mas examinados por outro prisma e iluminados pelos
raios do sol; são transformados, e brilham como diamantes.
Davi disse-a Deus: “Em Ti está o manancial da vida; na Tua
luz veremos”.
VII - O TEMA CENTRAL DE TODOS OS
LIVROS DA BÍBLIA
É o Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo nos declara em Lucas 24, 27, 44 e João 5.39.
Considerando Cristo como tema central da Bíblia, os 66 livros poderão ficar resumidos em
cinco palavras, todas referentes a Cristo, assim:

Preparação - Todo o Antigo Testamento trata da preparação para o advento de Cristo.

Manifestação - Os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao mundo como Redentor.

Propagação - Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da Igreja.

Explanação - As Epístolas tratam da explanação de Cristo. São os detalhes da doutrina.

Consumação - O apocalipse trata de Cristo consumando todas as coisas. - C, I. Scofield.


Tendo Cristo como tema central da Bíblia, podemos resumir todo Antigo Testamento numa
frasc: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO (é claro, como
RENDENTOR). Assim sendo as Escrituras sem a pessoa de Jesus, seriam como a Física sem a
matéria ou a Matemática sem os números...
VIII - FATOS E PARTICULARIDADES DA BÍBLIA

Os livros de Ester e Cantares não falam em Deus, porém, sua


presença é inigualável nos mesmos, especialmente nos
episódios milagrosos de Ester.
Há na Bíblia 8.000 menções de Deus entre seus vários
nomes, e 177 menções do Diabo sob vários nomes.
A vinda de Senhor é referida 1.845 vezes, sendo 1.527 no
Antigo Testamento e 318 no Novo Testamento, não é um
assunto para séria meditação?
INTERVALO
CAPÍTULO II
OS NOMES QUE A BÍBLIA DÁ A SI MESMA

NO ANTIGO TESTAMENTO

1 - O Livro
Ex 17.14; Ex 24.7; Dt 28.61; Dt 29.21; SL 40.7
2 - As Escrituras, os escritos “O que está escrito”
Ex 32.16; II Reis 17.37; Dn 10.21
3 - A palavra do Senhor, a Palavra de Deus
Dt 9.10; 1 Sm 3.1; Jr 2.3
4 - A lei, ou a Lei do Senhor
Ex 13.9; II Cr 34.14; Sl 1.1-3;
5 - A revelação ou Visão
Pv 29,18; Is 8:16; Is 29.11
6 - A lei, os Estatutos, os Juizes, os Mandamentos, os Preceitos, os
Conselhos e os Testemunhos de Deus
CAPÍTULO II
OS NOMES QUE A BÍBLIA DÁ A SI MESMA

NO NOVO TESTAMENTO

1 - As Sagradas Letras
II Tm 3.15
2 - As Escrituras ou À Escritura
Mc 15.28; AT 8.32; Rm 1.2; Gl 3.8
3 - Os Oráculos de Deus
At 7.38; Rm 3.2; Hb 5.12; I Pe 4.ll
4 - A Lei ou A Lei e os Profetas
Mt 5.17-19
5 - A Palavra de Deus ou de Cristo
Mt 15.6; Mc 7.9; Jo 1.1-14; 1 Pe 1.23; Ap 19.13
CAPÍTULO III
TRADUÇÕES DA BÍBLIA

• I - Traduções Antigas da Bíblia


• II - As traduções Inglesas, no Brasil
• III - As traduções em Português, no Brasil
• IV - Revisão Atualizada da Tradução de Almeida
• Outras, ACF, NTLH, NVI etc..
I - TRADUÇÕES ANTIGAS DA BÍBLIA
O Antigo Testamento foi escrito em hebraico.
O Novo Testamento foi escrito em grego.
Uma tradução grega do AT chamada “Septuaginta”, feita no 3º
século a.C. era a que comumente se usava nos dias de Jesus.
O grego era a língua de uso geral no mundo romano.
Eis algumas traduções: A Siríaca Antiga, A Peshito Siríaca, A
Latina Antiga, A Vulgata, A Cóptica.
A reforma protestante trouxe novo interesse pelas Escrituras;
estas, hoje, por inteiro ou em partes, se acham traduzidas em
mais de mil línguas e dialetos, Calcula-se que nove décimos
da população do mundo, atualmente podem ler ou ouvir a
Bíblia em sua própria língua.
I - TRADUÇÕES ANTIGAS DA BÍBLIA
Septuaginta LXX-70 Peshito Siríaca

A Vulgata NT
II - TRADUÇÕES INGLESAS

A Bíblia de Wycliffe 382 d.C. Foi a primeira Bíblia em inglês traduzida


da Vulgata. Só existia manuscrita, visto ter sido feita antes da
invenção da imprensa.
A Bíblia de Tyndale 1525. Traduzida dos originais grego e hebraico.
Mais exata do que a de Wycliffe.
A Bíblia de Coverdale 1535. De fonte holandesas e latinas.
A Bíblia de Genebra 1560. Por um grupo de protestantes que haviam
fugido para Genebra. Baseada, principalmente na de Tyndale, com
notas acentuadamente calvinistas. Tornou-se muito popular.
Seguida pela Bíblia do Bispo, 1568, autorizada pela Igreja da
Inglaterra.
II - TRADUÇÕES INGLESAS
A Bíblia de Wycliffe 382 d.C A Bíblia de Tyndale 1525 d.C

A Bíblia de Coverdale 1535 d.C A Bíblia de Genebra 1560 d.C


III - AS TRADUÇÕES EM PORTUGUÊS, NO BRASIL

Duas traduções em português da Bíblia, há muitos anos


circulam no Brasil, ambas apreciadas por seu estilo e
vernaculidade.
A de João Ferreira de Almeida, a mais antiga, traduzida
diretamente dos originais hebraicos e gregos e a do Padre
Antônio Pereira de Figueiredo, traduzida do latim, da
Vulgata, como lhe chamam, de S. Jerônimo.
Há famílias no Brasil que se habituaram com a versão de
Almeida, outras com a de Figueiredo.
IV - REVISÃO ATUALIZADA DA TRADUÇÃO DE ALMEIDA

E a mais recente edição no Brasil. A Comissão Revisora,


primeiro do Novo e depois do. AT, compôs-se de 20 (vinte)
clementos das denominações batista, presbiteriana,
presbiteriana independente, metodista, congregacional,
episcopal, evangélicas luterana e luterana do Brasil.
Nova Versão Internacional (NVI)

A NVI é uma das mais recentes traduções da Bíblia. Foi publicada


pela Sociedade Bíblica Internacional, hoje denominada Biblica,
sediada em Colorado Springs. Essa tradução foi feita a partir das
línguas em que os textos bíblicos foram originalmente escritos (
hebraico, aramaico e grego). A NVI foi produzida com os seguintes
objetivos fundamentais:
Clareza — o texto foi traduzido de forma que pudesse ser lido pela
população em geral sem maiores dificuldades, porém sem ser
demasiadamente informal. Arcaísmos, por exemplo, foram banidos, e
regionalismos, evitados.
Fidelidade — a tradução deve ser fiel ao significado pretendido pelos
autores originais.
Beleza de estilo — o resultado deve permitir uma leitura agradável, e
uma boa sonoridade ao ser falado em público.
Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)

A Nova Tradução na Linguagem de Hoje, abreviadamente chamada


NTLH, é uma tradução da Bíblia em linguagem moderna e inteligível
em Língua Portuguesa. Foi lançada no ano 2000 pela
Sociedade Bíblica do Brasil.
Surgimento: A versão foi desenvolvida pela Comissão de Tradução da
Sociedade Bíblica do Brasil, num processo que tomou 12 anos de
pesquisas, buscando manter o texto com significado mais próximo
aos textos originais – hebraico, aramaico e grego. A NTLH é uma
revisão da Bíblia na Linguagem de Hoje, lançada em 1988. Porém, ela
recebeu uma revisão tão profunda que é considerada pela própria
SBB como uma nova tradução das Escrituras Sagradas.
Pela linguagem mais simples e coloquial, a NTLH é voltada às pessoas
que ainda não tiveram ou que tiveram pouco contato com a leitura
bíblica clássica.
Almeida Corrigida Fiel (ACF)

A Bíblia ACF é uma tradução para a língua portuguesa baseada na versão de


João Ferreira Annes d'Almeida. A tradução Corrigida Fiel usou como base a
Almeida Revista e Corrigida e tem a característica de basear-se exclusivamente no
Texto Recebido (Textus Receptus) grego para o Novo Testamento e no Texto
Massorético hebraico para o Antigo Testamento, que foram os mesmos textos
usados por Almeida em sua tradução original.
O método de tradução utilizado é a equivalência formal, que procura manter as
classes gramaticais do original para a tradução: um verbo traduzido por um verbo,
um substantivo por um substantivo, e assim por diante. Palavras adicionadas à
tradução sem estarem presentes no texto original, com o objetivo de aumentar a
clareza, são marcadas em itálico.
A postura oficial da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, que produziu e publica
esta tradução, é defendê-la como a tradução mais fiel em língua portuguesa aos
textos que ela considera mais fidedignos aos originais advindo assim o termo
"Fiel". A Almeida Corrigida Fiel foi publicada em 1994 e lançada uma revisão em
2007. No ano de 2011 uma nova edição foi publicada em consonância com o Novo
Acordo Ortográfico que passou a vigorar nos países pertencentes à Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa.
Almeida Revista e Corrigida(ARC)

A Bíblia Sagrada Almeida em sua edição Revista e Corrigida é considerada a


King James em língua portuguesa, pois é a mais conhecida, usada, distribuída,
respeitada, consagrada e amada versão das Sagradas Escrituras nos países de fala
portuguesa; foi traduzida pelo pastor protestante João Ferreira de Almeida; O Novo
Testamento foi impresso inicialmente em 1681 e depois em 1683 pelas
Companhias da Batávia; A Bíblia completa só foi impressa em 1750, 1819, e 1860
sucessivamente, depois foi revisada e corrigida pela
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira em Londres no ano de 1898, tendo como
base a King James Bible.
As revisões do texto de Almeida: Quando o texto foi publicado em 1681, já
necessitava de imediata revisão. Depois, em meados do século XVIII, foi feita uma
revisão do texto de toda a Bíblia. A segunda grande revisão, chamada de “revisão
de Londres”, foi feita cem anos mais tarde, entre 1869 e 1875. Vinte anos depois,
em 1894, ainda em Londres, o mesmo texto foi corrigido quanto à ortografia e
alguns termos obsoletos foram substituídos. A edição de 1898, feita em Lisboa,
viria a ser conhecida como Almeida Revista e Corrigida. Ao longo dos anos, essa
edição vem sofrendo atualização gráfica e pequenos retoques no que diz respeito a
termos arcaicos e palavras que mudaram de significado. A mais recente dessas
INTERVALO
CAPÍTULO IV
CÂNON
• I - Sua evolução histórica
• II - O cânon do A.T.
• III- A formação do cânon do A.T.
• IV - Data do reconhecimento e fixação do cânon do A.T.
• V - O cânon do N.T.
• VI - A formação do canon do N.T.
• VII - Data do reconhecimento de fixação do cânon do N.T.
I - CÂNON – SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Cânon ou Escrituras Canônicas é a coleção completa dos


livros divinamente inspirados. “Cânon” é uma palavra
grega, significando literalmente “vara reta de medir”, assim
como uma régua de carpinteiro, Ez 40.3. No sentido
religioso, cânon não significa aquilo que mede, mas que
serve. De norma, regra. Com este sentido a palavra cânon
aparece em II Co 10.13,15; GL 6.16; FI 3.16. A Bíblia como
cânon é a nossa norma ou regra de fé e prática. Os livros da
Bíblia são chamados Canônicos, para diferenciá-los dos
apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente
aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 a.D.).
I - CÂNON – SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

A literatura judaica do segundo século a.D. claramente mostra que o Cânon


estava completo, embora estivesse sujeito à crítica e canonização de certos
livros.
O mais antigo e decisivo testemunho é do historiador judeu Flávio Josefo, que
por volta do ano 90 escreveu o seguinte: “Porque nós não temos (como têm os
gregos) miríades de livro discordantes e contraditórios entre si, mas apenas
vinte e dois (...) em que justamente se acredita. Cinco destes são os livros de
Moisés que compreendem as leis e as tradições da origem da humanidade até à
sua morte. Os profetas que foram depois de Moisés escreveram em treze livros
o que sucedera no tempo em que viveram. Os quatro livros restantes encerram
hinos a Deus e preceitos para conduta do homem”. No contexto, Josefo mostra
bem a reverência que os conterrâneos mostravam às coleções de livros santos,
não ousando pessoa alguma “acrescentar, ou remover, ou alterar alguma
sílaba”. Por este tempo, pois, estava virtualmente formado o cânon. O
testemunho de Josefo é o mais notável, porque ele escreve em grego para
gregos. Estes e ele conheciam muito bem a versão dos Setenta (Septuaginta).
I - CÂNON – SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Que o cânon estava completo muito antes do século 90
(a.D.), torna-se isso evidente pela leitura do Evangelho.
Não é preciso falar neste lugar da reverência que Cristo e
os seus apóstolos davam às Escrituras do AT. nem dizer até
que ponto, ou por citações ou por alusões, as mesmas
Escrituras são achadas no N.T.
II - O CÂNON DO A.T.

Na época patriarcal a revelação divina era também escrita


e oralmente transmitida, A escrita já era conhecida na
Palestina séculos antes de Moisés: a arqueologia tem
provado isto, inclusive tem encontrado inúmeros sinetes,
placas, inscrições e documentos antediluvianos. O cânon
do Antigo Testamento como temos atualmente ficou
completo desde o tempo de Esdras, após 445 a.C, Entre os
Judeus, tem ele três divisões, as quais Jesus citou em Lc
24.44 - LEIS, PROFETAS e ESCRITOS. A divisão dos livros no
cânon hebraico é diferente da nossa. Dá 24 livros em vez de
39, isto porque são considerados um só livro cada grupo
dos seguintes:
II - O CÂNON DO A.T.

• — Os dois de Samuel ................................................1


• — Os dois de Reis …………………………………..……..….…..1
• — Os dois de Crônicas ...............................................1
• — Os dois de Esdras e Neemias ................................1
• — Os doze profetas Menores…………………….…………….1
• — Os demais livros do AT…………………………….………..19
• TOTAL: ………………………………………………………….……...24
II - O CÂNON DO A.T.

A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também


diferente da nossa. Vemos a seguir esta disposição dentro da
tríplice divisão do cânon já mencionada (LEI, PROFETAS,
ESCRITOS).
1) LEI 5 livros Gn, Ex, Lv, Nm e Dt
2) PROFETAS 8 livros Dividido em:
- Primeiros - Profetas: Js, Jz, Sm, Rs
- Últimos Profetas: Is, Jr, Ez, os Doze (OS, Jl, Am, Ob, Jn,
Mq, Na, Hc, Sf, Ag, Zc, Ml)
3) ESCRITOS 11 livros Divididos em:
• Poéticos: Sl, Pv, Jó
• Os 5 rolos: Ct, Rt, Lm, Ec, Et
• Livros Históricos: Dn, Ed, Ne, Cr
II - O CÂNON DO A.T.

Os cinco rolos eram assim chamados porque eram rolos


separados, lidos anualmente em festas distintas, assim:
• CANTARES - na Páscoa, em alusão ao Exodo.
• RUTE - no Pentecostes, na celebração da colheita, em
seu início.
• ESTER - na festa de Purim, comemorando o livramento
de Israel da mão do mau Hamã.
• ECLESIASTES - na festa dos Tabernáculos - festa de
gratidão após a colheita.
• LAMENTAÇÕES - no mês de Abibe - relembrando a
destruição de Jerusalém pelos babilônicos.
II - O CÂNON DO A.T.

No cânon hebraico os livros não estão em ordem cronológica. Os


judeus não se preocupavam com um sistema cronológico. Também pode
haver nisso um plano divino.
A nossa divisão em 39 livros vem da Septuaginta através da Vulgata
Latina. A Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, feitas do
hebraico para o grego cerca de 285 a.C. Também a ordem dos livros por
assuntos nas nossas Bíblias, vem dessa famosa tradução. Trataremos dela
detalhadamente em capítulo próximo.
Nas palavras de Jesus em Lc 24.44, Ele chamou “Salmos” à última
divisão do cânon hebraico, certamente, porque esse livro era o primeiro
dessa divisão (Veja Escritos). Segundo a nossa divisão, o AT começa com
Gênesis e termina em Malaquias. Porém, segundo a divisão do cânon
hebraico o primeiro é Gênesis e o último é Crônicas. Isto é visto
claramente nas palavras de Jesus em Mt 23.35 - O caso de Abel está em
Gênesis e o do filho de Baraquias em Zc 1.1.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

A formação do cânon do AT foi num espaço de mais de mil anos (+ -


1046) de Moisés a Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do
Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras entrou em cena em 445 a.C,
Esdras não foi o último escritor na formação do cânon do AT, os
últimos foram Neemias e Malaquias. Porém, de acordo com os
escritos históricos judaicos, foi ele que na qualidade de escriba e
sacerdote reuniu os rolos canônicos, ficando também o cânon
encerrado em seu tempo.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

A chamada Alta Crítica tem feito uma devastação com seu modernismo e
suas contradições no que concerne à formação, fontes e autenticidade do
cânon, especialmente do Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus
livros. Em resumo, a Alta Crítica é a discussão de datas e autorias dos livros.
Ela estuda a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes
de conhecimento humano. Por sua vez, a Crítica Textual, também conhecida
por Baixa Crítica (esta estuda O texto bíblico, e este somente) ao lado da
Arqueologia vem alcançando o progresso valioso posto à disposição dos
estudantes das Escrituras. Por exemplo, a teoria de que a Escritura era
desconhecida nos dias de Moisés já foi destruída. Cada ano aumentam os
achados nas Terras Bíblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e fatos
do Antigo Testamento. Mediante tais provas irrefutáveis, os homens estão
tendo mais respeito pelo livro sagrado. Toda a Bíblia vem sendo confirmada
pela pá do arqueólogo e pelos eruditos em antiguidades Bíblicas. Coisas que
pareciam as mais incríveis, são hoje aceitas por todos sem objeções. O
estudante das Escrituras deve estar precavido quanto a Alta Crítica.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

A formação do cânon foi gradual. Daremos, em seguida, a sequência da formação gradual


do cânon do Antigo Testamento. Convém ter em mente aqui que toda a cronologia Bíblica é
apenas aproximada. Já no Novo Testamento há precisão em muitos casos. Essa cronologia
vai sendo atualizada à medida que os estudos avançam e a arqueologia fornece
informações oficiais.
• I) MOISÉS - 1491 a.C. - começou a escrever o Pentateuco, concluindo-o por volta de
1.451 a.C, Nm 33,2; Jo 5.46,47. Mais textos relacionados com Moisés e sua escrita do
Pentateuco: Ex 17.l4; 24.4-7; 34.27. As partes do Pentateuco anteriores a Moisés, como
o relato da criação, todo o livro de Gênesis e a parte de Êxodo, ele escreveu ou lançando
mão de fontes existentes, Cf Gn 2.4; 5.1 ou por revelação divina. Gn 25.6 dá a entender
que nesse tempo já havia “mandamentos, preceitos e estatutos” escritos. Há certas
passagens do Pentateuco que foram acrescentadas posteriormente, como Ex 11.3;
16.35; Dt 32.48; 34.12.
• 2) JOSUÉ - sucessor de Moisés (1443 a.C.) - escreveu uma obra que colocou perante o
Senhor (Js 24.26)
• 3) SAMUEL - (1095 a.C.) - o último Juiz e também profeta do Senhor, escreveu, pondo
seus escritos perante o Senhor, [Sm 10.25. Certamente “perante o Senhor” significa que
seus escritos eram depositados na arca do concerto com os demais escritos sagrados lá
depositados (Ex, 25.21; Hb 9.4).
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

• 4) ISAÍAS - (770 a.C.) - fala do “livro do Senhor” (Is 34.16), e “Palavras do Livro” (Is 29.18).
• 5) Em 726 a.C. os Salmos já eram cantados (II Cr 29.30) O Tato aí registrado teve lugar
nesse tempo.
• 6) JEREMIAS - cuja chamada deu-se em 626 a.C., registrou a revelação divina (30.12). Tal
livro foi queimado pelo mau rei Jeoiaquim em 607 a.C. Porém Deus ordenou que
Jeremias preparasse novo rolo, o que foi feito mediante seu amanuense Baruque, Jr 36.1,
2,28,32; 45.1
• 7) No tempo do rei Josias (621 a.C.), Hilquias achou o “livro da Lei” (II Rs 22.8-10), que
sem dúvida era o Pentateuco, certamente com os demais livros mencionados até agora.
• 8) DANIEL - (553 a.C.) refere-se aos “Livros” (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados das
Escrituras de então.
• 9) ZACARIAS - (520 a.C.) - declara que os profetas que o precederam falaram da parte do
Espírito Santo (7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas há inferência. Zacarias
foi o último profeta do AT, isto é, profeta literário.
• 10) NEEMIAS nos seus dias (445 a.C.) achou o livro das Genealogias dos judeus que
haviam regressado do exílio (7.5); certamente havia outros livros.
• 11) Nos dias de Ester estava sendo escrito o livro (Est 9.32).
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

• 12) ESDRAS - contemporâneo de Neemias, foi hábil escriba da lei de Moisés e leu
o livro do Senhor para os judeus, já estabelecidos na Palestina, de regresso do
cativeiro babilônico (Ne 8.1-5). Conforme II Macabeus e outros escritos judaicos,
Esdras presidiu a chamada Grande Sinagoga que selecionou e preservou os rolos
sagrados, determinando dessa maneira o cânon das Escrituras Sagradas do At, cf
Ed 7.10,14. Essa Grande Sinagoga era o conselho composto de 120 membros, que
diz-se ter sido organizado por Neemias cerca de 410 A.C., sob a presidência de
Esdras. Foi essa entidade que organizou a vida religiosa nacional dos repatriados e
mais tarde deu origem ao Sinédrio, cerca de 275 a.C.. A Esdras é atribuído a tríplice
divisão do cânon já estudado. Foi no tempo de Esdras que os samaritanos foram
expulsos da comunidade judaica (Ne 13) levando consigo o Pentateuco, que é até
hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto prova que o Pentateuco era um escrito
canônico.
• 13) Encontramos um profeta citando outro profeta, o que infere haver mensagem
escrita, cf. Mq 4.1-3 com Is 2.2-4.
• 14) Filo – escritor judeu de Alexandria (30 a.C – 50 a.D), possuía todo o cânon do
A.T.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

• 15) Josefo - o historiador judeu (37-100 A.D.), contemporâneo de São Paulo, diz
escrevendo aos judeus, no livro “Contra Appion”, nós temos apenas 22 livros
contando a história de todo o tempo; livros em que nós cremos, ou segundo
geralmente se diz, livros aceitos como divinos. Desde os dias de Artaxerxes
ninguém se aventurou a acrescentar, tirar ou alterar uma única sílaba. Faz parte de
cada judeu desde que nasce, considerar estas escrituras como “ensino de Deus”.
Josefo foi homem culto e judeu ortodoxo de linhagem sacerdotal. Foi governador
da Galiléia e comandante militar das guerras contra Roma. Presenciou a queda de
Jerusalém. Foi levado à Roma onde dedicou-se a escritos literários.
Ora o Artaxerxes que ela menciona é chamado de Longímano, reinou em
465-424 a.C; isso coincide com o livro de Esdras. Isto confirma as declarações de
outras peças da literatura que ensina ter Esdras presidido a Grande Sinagoga que
selecionou e preservou os rolos sagrados para a posteridade. Josefo conta os livros
do AT como sendo 22, porque considerava Juízes e Rute como 1 (um), Jeremias e
Lamentações também. Isto, para coincidir com o nº de letras do alfabeto hebraico:
22.
III - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

• 16) Nos dias do Senhor Jesus esse livro chamava-se ESCRITURAS (Mt 26.54; Lc
24.27,45; Jo 5.39), com as três já conhecidas divisões LEI, SALMOS, PROFETAS (Lc
24.44). Era também chamado: “A PALAVRA DE DEUS” (Jo 10.34,35; Mc 7.11). Note
bem este título aplicado pelo próprio Senhor Jesus. A citação feito por Jesus em
MT 23.35 autentica todo o Antigo Testamento.
• 17) Os escritores do Novo Testamento reconhecem canônicos os livros do AT,
pois é amíude citado naquele, havendo cerca de 300 referÊncias diretas e indiretas.
Os escritores do N.T. referem-se ao canôn do AT como sendo oráculos divinos, Cf
Rm 3.2; II Tm 3.15; Hb 5.12.
Cremos que, começando por Moisés, à proporção que os Livros iam sendo
escritos eram postos no tabernáculo junto ao grupo de livros sagrados. Esdras,
como já dissemos, após a volta do cativeiro reuniu os livros diversos e colocou-os
em ordem como coleção completa. Destes originais eram feitas cópias para as
sinagogas largamente disseminadas.
IV – DATA DO RECONHECIMENTO E FIXAÇÃO DO CÂNON
DO A.T.

Em 90 A.D. em Jâmnia, perto da moderna Jaia, na Palestina, os rabinos


num concílio sob a presidência de Johanan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o
cânon do Antigo Testamento. Houve muitos debates acerca da aprovação de certos
livros, especialmente dos escritos. Note-se, porém, que o trabalho desse concílio
foi apenas ratificar aquilo que já era aceito por todos os judeus através dos séculos.
Jâmnia, após a destruição de Jerusalém (70 A.D.) tornou-se a sede do Sinédrio – O
Supremo Tribunal dos Judeus.

LIVROS DESAPARECIDOS CITADOS NO TEXTO DO AT

É digno de nota que a Bíblia faz referência a livros até agora desaparecidos. Veja
Nm 21.14; Js 10.13; II Sm 1.18; I Cr 27.24; 29.29; II Cr 9.29; 12.15; 13.22; 32.32;
33.19. São casos que só Deus conhece o segredo. Talvez um dia, querendo Deus,
eles venham a luz como os MSS de Qumram, Mar Morto, em 1947.
INTERVALO
V – O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

Não se sabe quanto tempo decorreu antes da formação do


Cânon. Primeiramente apareceram os livros separados e em
diferentes localidades e espaçosamente; eram guardados
cuidadosamente pelas diversas igrejas como as apostólicas, e lidos,
provavelmente, com outros escritos nas assembléias cristãs. Depois
foram classificados em grupos: Os Evangelhos formavam uma divisão,
as Epístolas Paulinas outra, enquanto os Atos e as Epístolas Gerais
constituíam também uma seção. A esses livros foi acrescentado o
Apocalipse, estando pelos fins do segundo século praticamente
completa a coleção. Mas a autoridade de alguns livros ficou ainda
como questão aberta por certo tempo.
V – O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

Como no Antigo Testamento, homens inspirados por Deus escreveram aos


poucos os livros que compõem o cânon do Novo Testamento. Sua formação levou
apenas duas gerações: quase cem anos. Em 100 A.D. todos os livros do Novo
Testamento estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento canônico, isto
motivado pelo cuidado e escrúpulo das igreajs de então, que exigiam provas
concludentes de sua inspiração divina. Outra coisa que motivou a demora na
canonização foi o surgimento de escritos heréticos e espúrios com pretensão de
autoridade apostólica. Trata-se dos livros apócrifos do Novo Testamento, fato
idêntico ao acontecimento nos tempos do encerramento do cânon do AT.
A ordem dos vinte e sete livros do Novo Testamento como temos atualmente em
nossas Bíblias - o vem da Vulgata e não leva em conta a sequência cronológica.
Trataremos deste assunto mais adiante.

LIVROS DESAPARECIDOS CITADOS NO NOVO TESTAMENTO


Há também livros mencionados no Novo Testamento até agora desaparecidos, I Co
5.9; Cl 4.16.
VI - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO N.T.

1) As epístolas de São Paulo - Foram os primeiros escritos do Novo Testamento.


São treze: de Romanos a Filemom. Foram escritos entre 52 a 67 A.D.. Pela ordem
cronológica, o primeiro livro do Novo Testamento é 1 Ts, escrito em 52 A.D., Tm foi
escrito em 67 A.D., pouco antes do martírio do Apóstolo São Paulo em Roma. Esses
livros também foram os primeiros aceitos como canônicos.
Pedro chama os escritos de São Paulo de “ESCRITURAS” - título aplicado
somente à palavra inspirada de Deus (II Pe 3.15, 16).

2) Os Atos dos Apóstolos - Escritos em 63 A.D., ao fim dos dois anos da primeira
prisão de Paulo em Roma (At 28.16, 30).

3) Os Evangelhos - Estes, a princípio foram propagados oralmente. Não havia


perigo de enganos e esquecimentos porque era o Espírito Santo quem lembrava
tudo e Ele é infalível (Jo 14.26). Os sinóticos foram escritos em 65 A.D.. João foi
escrito em 85 A.D.. Entre Lucas e João foram escritas quase todas as epístolas.
Note-se que Paulo chama os escritos de Mateus e Lucas de “Escrituras” ao citá-los
em 1 Tm 5.18; o original dessa citação está em Mt 10.10 e Lucas 10.7.
VI - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO N.T.

4) As Epístolas de Hebreus à Judas - Foram escritas entre 68 e 90 A.D.. Quanto a


autoria de Hebreus só Deus sabe de fato. Agostinho (354-430 A.D.), bispo de
Hipona, África do Norte, afirma que seu autor é Paulo. As igrejas orientais
atribuíram-na a Paulo, mas as Ocidentais até ao IV século recusaram-se a admitir
isto. A opinião reinante ainda hoje é a favor de Paulo. Orígenes (185-254 AD.) - o
homem mais ilustre da igreja antiga, e, anterior a Agostinho, afirma: “Quem a
escreveu só Deus sabe com certeza”.

5) O Apocalipse - Escrito em 96 A.D., durante o reinado do imperador Domiciano.

Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos, foram duramente


debatidos. Houve muita relutância quanto às epístolas de Pedro, João e Judas bem
como o livro de Apocalipse. Tudo isto tão somente revela o cuidado da Igreja e
também a responsabilidade que envolvia a canonização. Antes do ano 400 A.D.
todos os livros estavam aceitos. Em 367 A.D., Atanásio, patriarca de Alexandria,
publicou uma lista dos vinte e sete livros canônicos idêntica a dos que hoje
possuímos; essa lista foi aceita pelo Concílio de Hipona (África) em 393 AD..
VII- DATA DO RECONHECIMENTO E FIXAÇÃO
DO CÂNON DO N.T.

Isso ocorreu no II Concílio de Cartago, em 397 A.D.. Nessa ocasião foi definitivamente
reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. Como se vê, houve um
amadurecimento de 400 anos.

A NECESSIDADE DA MENSAGEM ESCRITA DO NOVO TESTAMENTO


A mensagem da Nova Aliança precisava ter forma escrita como a da Antiga. Após
ascensão do Senhor Jesus, os apóstolos pregaram por toda parte sem haver nada
escrito. Suas Bíblias era o Antigo Testamento. Com o decorrer do tempo o grupo de
apóstolos diminuiu, O Evangelho espalhou-se. Surgiu a necessidade de reduzi-lo à
forma escrita para ser transmitido às gerações futuras. Era o plano de Deus em
marcha. Muitas igrejas e indivíduos pediam explicações acerca de casos difíceis
surgidos por perturbações, falsas doutrinas, problemas internos etc., cf 1Co 1.11; 5.1;
7.1.
Os judeus cumpriram sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm
3.2). A Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e ensinos do Senhor
Jesus, bem como as que Ele, pelo Espirito Santo, inspirou aos escritores sacros. Ele
mesmo disse: “Tenho muito que vos dizer ... mas o Espírito de Verdade ... dirá tudo o
VII- DATA DO RECONHECIMENTO E FIXAÇÃO
DO CÂNON DO N.T.

Isso ocorreu no II Concílio de Cartago, em 397 A.D.. Nessa ocasião foi


definitivamente reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. Como se vê,
houve um amadiurecimento de 400 anos.

A NECESSIDADE DA MENSAGEM ESCRITA DO NOVO TESTAMENTO


A mensagem da Nova Aliança precisava ter forma escrita como a da Antiga. Após
ascensão do Senhor Jesus, os apóstolos pregaram por toda parte sem haver nada
escrito. Suas Bíblias era o Antigo Testamento. Com o decorrer do tempo o grupo de
apóstolos diminuiu, O Evangelho espalhou-se. Surgiu a necessidade de reduzi-lo à
forma escrita para ser transmitido às gerações futuras. Era o plano de Deus em
marcha. Muitas igrejas e indivíduos pediam explicações acerca de casos difíceis
surgidos por perturbações, falsas doutrinas, problemas internos etc., cf 1Co 1.11;
5.1; 7.1.
Os judeus cumpriram sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm
3.2). A Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e ensinos do
Senhor Jesus, bem como as que Ele, pelo Espirito Santo, inspirou aos escritores
sacros. Ele mesmo disse: “Tenho muito que vos dizer ... mas o Espírito de Verdade ...
dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.12,13).
VII- DATA DO RECONHECIMENTO E FIXAÇÃO
DO CÂNON DO N.T.

Dão testemunho da existência dos livros do Novo Testamento em seu tempo, os


seguintes cristãos primitivos, cujas vidas coincidiram com a dos apóstolos ou com
discípulos destes:
CLEMENTE de Roma, na sua carta aos Coríntios em 95 A.D., cita vários livros do N.T.
POLICARPO - na sua carta aos Filipenses, cerca de 110 A.D., cita diversas epístolas
de São Paulo.
INÁCIO - por volta de 110, cita grande número de livros em seus escritos.
JUSTINO MÁRTIR - Nascido no ano da morte de João, escrevendo em 140 A.D., cita
diversos livros do N.T..
IRINEU - (130-200 A.D.) - cita a maioria dos livros do N.T., chamando-os Escrituras”.
ORÍGENES - (185-254 A.D.) - homem erudito, piedoso e viajado, dedicou sua vida
ao estudo das Escrituras. Em seu tempo os 27 livros já estavam completos, ele os
aceitou, embora com dúvida sobre alguns (Hebreus, Tiago, II Pedro, I e II João).
VII- DATA DO RECONHECIMENTO E FIXAÇÃO
DO CÂNON DO N.T.

A PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DA BÍBLIA

Este tema abrange os seguintes pontos: línguas originais da


Bíblia, seus manuscritos mais importantes, primeiras e
principais versões e traduções, e certas particularidades do
texto bíblico. Em todos esses fatos podemos ver a mão
poderosa de Deus agindo para que este livro chegasse às
nossas mãos para nossa felicidade eterna.
INTERVALO
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

Estas são o HEBRAICO E O ARAMAICO para AT, e o GREGO para o N.T..


a) O HEBRAICO - Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico - idioma
oficial da nação judaica, exceto pequenas passagens de Esdras, Jeremias e
Daniel, que foram escritas em aramaico.
“O hebraico faz parté das línguas semíticas, as quais eram faladas na “Ásia,
exceto em bem poucas regiões. As línguas semíticas formam um ramo, que
divide-se em grupos sendo o hebraico integrante do grupo cananeu, que
compreendia o litoral oriental do Mediterrâneo. Incluindo a Síria, a
Palestina e o território que constitui hoje a Jordânia. Integra também o
grupo cananeu de línguas, o ugarítico, o fenício e o moabítico. O fenício tem
muita semelhança com o hebraico. O primitivo alfabeto hebraico é oriundo
do fenício, dizem os versados na matéria. Tudo leva a crer que Abraão
encontrou estes idiomas em Canaã, ao chegar ali, em vez de trazé-los da
Caldéia. Em Gn 31.47, vê-se que Labão, de Canaã, falava hebraico.
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

A língua hebraica é chamada no Antigo Testamento “LÍNGUA DE CANAÁ?” (Is


19.18) e “LÍNGUA JUDAICA” ou “JUDAICO” (II Rs 18. 26, 28; Is 36.13). Como a
maior parte das línguas do ramo semítico o hebraico lê-se da direita para a
esquerda. O alfabeto compõe-se de vinte e duas letras, constando somente
de consoantes. Há sinais vocálicos, sim, mas não podemos chamá-los de
letras.
Sabe-se agora que a forma primitiva dos caracteres hebraicos estavam em
uso na Palestina 1800 anos antes de Cristo. Exemplo mais recente das letras
hebraicas há no calendário de César (950-920 A.C..), na Pedra Moabita (850
A.C..), na inscrição de Siloé (702 A.C..), nas moedas do tempo dos irmãos
Macabeus (175-100 A.C..) e em alguns fragmentos dos escritos achados junto
ao Mar Morto a partir de 1947. Esta forma primitiva do hebraico passou por
modificações com o decorrer do tempo, Após o exílio, teve início a chamada
“ESCRITA QUADRADA” que por fim foi pelos massoretas convertida na atual
forma do alfabeto hebraico - uma forma quadrada modificada.
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes sem


qualquer sinal de vocalização. Os sons vocálicos eram supridos pelo leitor
durante a leitura, o que dava origem a consoantes enganos, porque havia
palavras com as mesmas consoantes, mas com acepções diferentes. Quer
dizer, a pronúncia exata dependia da habilidade do leitor levando em conta o
contexto e a tradição. Por causa disto perdeu-se a pronúncia de muitas
palavras bíblicas.
Após o século VII, os eruditos judaicos residentes em Tiberíades, passaram a
colocar na escrita sinais vocálicos, perpetuando assim a pronúncia tradicional.
Esses sinais são ponto colocados em cima, em baixo e dentro das consoantes.
Os autores deste sistema de vocalização, chamavam-se MASSORETAS -
palavra derivada de “MASSORAH”, que quer dizer TRADIÇÃO, isto porque os
massoretas por meio desse sistema fixaram a pronúncia tradicional do
hebraico. Qualquer texto bíblico posterior ao Século VII é chamado
“MASSORÉTICO”, por conter os sinais vocálicos.
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA
Sem as Vogais
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

Além do texto massorético há outro texto hebraico das Escrituras: o do


Pentateuco Samaritano, que emprega os antigos caracteres hebraicos.
E do tempo pré-cristão. São portanto, dois tipos de textos que temos
em hebraico: O MASSORÉTICO e o PENTATEUCO SAMARITANO.
b) O ARAMAICO - É um idioma semítico falado desde 2000 a.C. em
Arã ou Síria que é à mesma região (Arã é hebraico, Síria é grego). Nas
escrituras, o território da Síria não é o mesmo de hoje, o que acontece
também com outras terras bíblicas. O primitivo Território estendia-se
das montanhas do Líbano até além do Eufrates, incluindo Babilônia,
Mesopotâmia Superior (conhecida na Bíblia por Arã-Nuarain, em Gn
24.10; e Pada-Arã, Gn 25.20), e outros distritos. Era ainda falado numa
grande área da Atária Pétrea.
Os trechos escritos em aramaico são:
Ed 4.8 à 6.16; 7.12-26 – Dn 2.4 à 7.28 – Jr 10.11
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, começando


no cativeiro do reino de Israel em 722 A.C. na Assíria, e continuando através
do cativeiro do reino de Judá em 587 A.C. na Babilônia. Em 536, quando Israel
começou à regressar do exílio, falava-se o aramaico como lingual e vernácula.
É por essa razão que, no tempo de Esdras as Escrituras ao serem lidas em
hebraico, em público, era preciso explicar o significado, Ne 8. 5,8.
No tempo de Cristo, o aramaico tornou-se a língua popular dos
judeus e nações vizinhas; estas foram influenciadas pelo aramaico devido as
transações comerciais dos arameos na Ásia Menor e litoral do Mediterrâneo.
Em 1000 a.C. o aramaico já era língua internacional do comércio nas regiões
situadas ao longo das rotas comerciais do oriente. O aramaico é também
chamado “Siríaco” (II Rs 18.26, Ed 4.7; Dn 2.4) e também “Caldáico” (Dn 1.4).
Tinha o mesmo alfabeto que o hebraico, apenas diferenciando nos sons e
estruturas de certas partes gramaticais. Como o hebraico, não tinha vogais. É
muito parecido com o hebraico.
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA
O aramaico foi a língua do Senhor Jesus, seus discípulos e da Igreja
Primitiva em Jerusalém, Em Mateus 5.18, quando Jesus diz que a menor
letra é o jota (heb-aram iode), Ele tinha em mente o alfabeto aramaico, pois
somente neste é que se verifica isto. (A letra iode originou o nosso i). Nos
dias de Jesus o aramaico já se modificara um pouco na Palestina, resultando
no “ARAMAICO PALESTINENSE” como o chama os eruditos. Também, em Mc
14.36, o uso da palavra aramaica “ABBA” por Jesus, é outra evidência que
Ele falava aquela língua. Também falava hebraico, pelo que se depreende de
Lc 4.16-20 (os rolos sagrados eram escritos em hebraico).
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

O hebraico foi de fato absorvido pelo aramaico, mas continuou


sendo a língua oficial. Do culto divino nos templos, sinagogas, rolos
sagrados e dos rabinos e eruditos. Havia escolas de rabinos
inicialmente em Jerusalém, e depois da queda desta, em Tiberíades.
Havia escolas semelhantes em outros centros judaicos. As conquistas
árabes e a propagação do islamismo em largas áreas da Ásia, África e
Europa, reduziu e por fim destruiu a influência do aramaico. Por sua
vez, o hebraico sendo língua morta, começou a ressurgir. Para que se
cumprissem as profecias referentes a Israel, era necessário que a
língua revivesse e assumisse a posição que hoje desfruta nas famílias
das nações modernas. O aramaico ainda sobrevive numa remota e
pequena cidade da Síria chamada Malloula, com a população de 4000
habitantes.
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

Devido os hebreus terem adotado o aramaico como sua língua


este passou a chamar-se HEBRAICO, conforme se vê em Lc 23.38; Jo
5.2; 19.13, 17, 20; At 21.40; 26.14; Ap 19.11. Portanto, quando o Novo
Testamento menciona o hebraico, trata-se na realidade do aramaico.
Marcos escrevendo para os romanos, põe em aramaico 5.41 e 15.34 do
seu livro; já Mateus escrevendo para os ) judeus, escreve a mesma
passagem em hebraico (Mt 27.46).
O Antigo Testamento contém além do hebraico e aramaico,
algumas palavras persas, como "TIRSATA" (Ed 2.63 Fig); “SATRAPA” (Dn
3.2).
O GREGO - Esta é a língua em que foi originalmente escrito o
Novo Testamento. À única dúvida paira sobre o livro de São Mateus,
que muitos eruditos afirmam ter sido escrito em aramaico.
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

O grego faz parte do grupo das línguas arianas. Vem da fusão


dos dialetos dórico e ático. Os dóricos e os áticos foram duas das
principais tribos que povoaram a Grécia. É língua de expressão muito
precisa, e das línguas bíblicas é a que mais se conhece, por ser a mais
próxima da nossa. O grego do Novo Testamento não é o grego clássico
dos filósofos, mas o dialeto popular do homem da rua, comerciante,
estudante, que todos podiam entender, denominado “KOINÉ”. Esse
dialeto formou- se a partir das conquistas de Alexandre, em 336 A.C..
Nesse ano, Alexandre subiu ao trono e, no curto espaço de treze anos
alterou o curso da história do mundo. A Grécia tornou-se Império
Mundial e toda a terra conhecida recebeu a influência da língua grega.
Deus preparou deste modo um veículo linguístico para disseminar as
novas do Evangelho até os confins do mundo no tempo oportuno.
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

Até no Egito o grego se impôs, pois foi a Bíblia traduzida do


hebraico para o grego a -chamada SEPTUAGINTA, cerca de 285 a.C..
Nos dias de Jesus os judeus entendiam quase tão bem o grego como o
aramaico, haja visto que a Septuaginta em grego era popular entre os
judeus. Nos primórdios do cristianismo o Evangelho pregado ou escrito
em grego podia ser compreendido pelo mundo todo. Só Deus podia
fazer isso! Ele não enviaria seu Filho ao mundo enquanto este não
estivesse preparado, e tal prepare incluía uma língua conhecida por
todos, cf. Mc 1.l4 e Gl 4.4.
A língua grega tem vinte e quatro letras, sendo a primeira alfa e
à última ômega. Quando em Apocalipse 1.8 Jesus diz que é o Alfa e o
Ômega, está afirmando que é o primeiro e o último. Os gregos
receberam seu alfabeto através dos fenícios, conforme mostra o
estudo do alfabeto.
CAPÍTULO V
AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA

Ninguém vá supor que por não conhecer essas línguas originais


das Escrituras, não compreenderá a revelação divina. Sim, o
conhecimento e compreensão do original o auxiliará muito, mas não é
o essencial. Na Bíblia, como já dissemos noutra parte, vê-se duas coisas
principais: O texto e a mensagem. O principal é a mensagem contida
no texto. É especialmente a mensagem que o Espírito Santo vitaliza,
revela e maneja como sua espada (Ef. 6.17).
INTERVALO
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

A história da Bíblia, como chegou até nós, é contada em seus


manuscritos. MANUSCRITOS são rolos ou livros da antiga literatura
escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante
seus manuscritos. Nos tratados sobre a Bíblia, a palavra MANUSCRITO
é sempre indicada pela abreviatura MS, plural Mss ou MSs. Há em
nossos dias cerca de 40.000 MSS da Bíblia, preparados entre os séculos
Il e XV.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

MATERIAIS GRÁFICOS DOS MSS BÍBLICOS


Há dois materiais principais: PAPIRO e PERGAMINHO.
O linho também era usado, mas não tanto como os
outros dois acima, O centro da indústria de papiro era
o Egito, onde teve início seu emprego cerca de 3.000
a.C. O papiro é um tipo de junco de grandes
proporções. Tem caule tríquetro de 3 a 5 metros de
altura, com 5 a 7 centímetros de diâmetro, tendo sua
fronde em forma de guarda-chuva. As dimensões da
folha do papiro preparada para a escrita eram
normalmente de 30 cm a 3 m de comprimento por 30
cm de largura. Essas folhas eram formadas por tiras
cortadas e depois polidas. Eram escritas de um lado
apenas. Tinham cor amarelada. A folha do papiro que
assim eram preparadas, os gregos chamavam biblos.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

PERGAMINHO - É a pele de animal curtida preparada para a escrita; seu uso


generalizado vem dos primórdios do cristianismo, mas já era conhecida em
tempos remotos, pois é mencionado em Is 34.4. O pergaminho preparado
de modo especial chama-se velo Este tornou-se comum a partir do Século
IV. É mais durável. Foi muito usado nos códices de que falaremos a seguir.
Tudo indica que o vocábulo pergaminho deriva da cidade de Pérgamo,
capital de um riquíssimo reino que ocupou grande: parte da Ásia Menor,
sendo Eumenes II (197-159 a.C.) seu maior rei. Esse rei projetou formar para
si uma biblioteca maior que a de Alexandria, no Egito. O rei deste último
país, por inveja, proibiu a exportação do papiro, obrigando Eumenes a
recorrer a outro material gráfico. Tal fato motivou o surgimento de um novo
método de preparar peles muito aperfeiçoado, resultando no pergaminho.
Vindo o domínio, Pérgamo veio a ser a primeira capital da Província da Ásia
(situada no oeste da Ásia Menor; sua segunda capital foi Éfeso). O Novo
Testamento menciona esse material gráfico em Il Tm 4.13.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

Há outros materiais usados para a escrita nos tempos antigos mas, de


menor importância, como:

LINHO - Tem sido muito-encontrado nas descobertas arqueológicas.

OSTRÁCON - São fragmentos de cerâmica. (Singular: ostraca). É


mencionada em Ez 4.1. Foi muito usada na Babilônia.

MADEIRA

PEDRA Ex, 24.12; Js 8.30-32

TÁBUAS RECOBERTAS DE CERA Is 8.1; Lc 1.63


CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

Um exemplo do emprego desses materiais é o livro em pedra conhecido


como o código de Hamurabi. Trata-se de um rei de Babilônia
contemporâneo de Abraão identificado pelos orientalistas como o Anrafel
de Gn 14.1. É um código de leis descoberto em Susa em 1902, lindamente
em pedra, tendo 2 m de altura. Esse livro é testemunha de que naquele
tempo o homem atingirá uma capacidade literária notável. O código trata do
culto nos templos (pagãos, é claro), administração da justiça e leis em geral.
Esse código está no Museu do Londres, Paris. A tinta usada pelos escribas
era uma mistura de carvão em pó com uma substância líquida semelhante a
goma arábica, CF Jr 36.18; Ez 9.2; II Co 3.3. O carvão é um elemento que se
conserva admiravelmente através dos séculos, não sendo afetado por
substâncias químicas. Para a escrita em papiro ou pergaminho, usavam
penas de aves, pincéis finos e um tipo de caneta feita de madeira porosa e
absorvente. Para a cera usavam um estilete de metal, Is 30.8.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

Código de Hamurabi exposto no Museu de Londres:


CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

Cuidado redobrado havia com a escrita dos livros sagrados.


Devemos ser sumamente agradecidos aos judeus por seu
cuidado extremo na preparação e preservação dos manuscritos
do Antigo Testamento, Aqui estão algumas regras que eles
exigiam de cada escriba: O pergaminho tinha que ser preparado
de peles de animais limpos, preparado somente por judeus, as
folhas unidas por fios feitos de peles de animais limpos. A tinta
era especialmente preparada. O Escriba não podia escrever uma
só palavra de memória. Tinha que pronunciar bem alto cada
palavra antes de escrevê-la. Tinha que limpar a pena com muita
reverência antes de escrever o nome DEUS. As letras e palavras
eram contadas. Um erro numa folha inutilizava esta. Três erros
numa folha inutilizava o rolo.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
O FORMATO DOS MSS Quanto ao formato, os MSS podem ser códices ou rolos.

CÓDICE - É um Ms em formato de livro, feito de pergaminho. As folhas tem


normalmente 65 cm de altura por 55 de largura. Este tipo de Ms começou a ser
usado no século Il.
O rolo pode ser de papiro ou pergaminho. Era preso a dois cabos de madeira para
facilitar o manuseio durante a leitura, era enrolado da direita para a esquerda. Sua
extensão dependia da escritura à ser feita. Portanto, antigamente não era fácil
conduzir pessoalmente os 66 livros da Bíblia como fazemos hoje...

A CALIGRAFIA DOS MSS


Há dois tipos de caligrafia ou forma gráfica nos MSS Bíblicos e que os divide em
unciais e cursivos.

UNCIAL é o MS de letras maiúsculas e sem separação entre as palavras.

CURSIVO é o de letras minúsculas, tendo espaço entre as palavras. Tal diferença na


forma gráfica deu-se no Século X.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
PALIMPSESTO - é um MS rescrito, isto é, a escrita primitiva foi raspada e novo texto
foi escrito por cima. Isso ocorria devido ao alto preço do pergaminho. Inutilizava-se
assim uma escrita para usar o mesmo material. Os manuscritos originais também
não tinham sinais de pontuação. Estes foram introduzidos na arte de escrever em
época recente. E claro que a pontuação moderna não é inspirada, e pode até dar
sentido diferente do original.

MSS ORIGINAIS DA BÍBLIA


MSs originais saídos das mãos dos escritores não há nenhum. É provável que se
houvesse algum, os homens o adorassem mais do que ao seu divino autor, cf. a
adoração da serpente de metal pelos israelitas, II Rs 18.4, da cruz de Cristo e da
Virgem Maria, pelos católicos romanos; e o caso de João querer adorar o
mensageiro celestial em Ap 22.8,9.

A falta de MSs originais provém do seguinte:

1. O costume dos judeus de enterrar todos os MSs estragados pelo uso ou qualquer
outra coisa, isto para evitar mutilação ou interpolação espúria.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
2. Os reis idólatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos ou
contribuído para isso. Veja o episódio de Jr. 36.20-26.
3. O monstro Antíoco Epifanes, rei da Síria (175- 164 A.C) domino sobre à
Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel e sádico: tinha prazer
em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião Judaica. Assolou Jerusalém
em 168 a.C., profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das
Sagradas Escrituras.
4. Nos dias do feroz imperador Deocleciano (284-305 A.D.), os perseguidores
dos cristãos destruíram quantas cópias achavam das Escrituras. Durante dez
anos Deocleciano mandou vasculhar o império para destruir todos os
escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse destruído tudo, pois
mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória.
À literatura judaica diz que a missão da Grande Sinagoga presidida por Esdras
foi reunir e preservar os MSs originais do AT. Os MSs de que se serviam os
setenta foram preservados pela Grande Sinagoga, a qual encerrou o cânon
do AT.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
2. Os reis idólatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos ou
contribuído para isso. Veja o episódio de Jr. 36.20-26.
3. O monstro Antíoco Epifanes, rei da Síria (175- 164 A.C) domino sobre à
Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel e sádico: tinha prazer
em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião Judaica. Assolou Jerusalém
em 168 a.C., profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das
Sagradas Escrituras.
4. Nos dias do feroz imperador Deocleciano (284-305 A.D.), os perseguidores
dos cristãos destruíram quantas cópias achavam das Escrituras. Durante dez
anos Deocleciano mandou vasculhar o império para destruir todos os
escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse destruído tudo, pois
mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória.
À literatura judaica diz que a missão da Grande Sinagoga presidida por Esdras
foi reunir e preservar os MSs originais do AT. Os MSs de que se serviam os
setenta foram preservados pela Grande Sinagoga, a qual encerrou o cânon
do AT.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA

e) MSS EXISTENTES MAIS ANTIGOS E MAIS IMPORTANTES


I. MSS DO A.T. EM HEBRAICO
Até a descoberta dos MSS do mar morto em 1947, os mais antigos
MSS do AT hebraico eram:

CÓDICE DOS PRIMEIROS E ÚLTIMOS PROFETAS


Está na Sinagoga Caraita do Cairo. Foi escrito em Tiberíades em 895
A.D. por Moses Ben Asher, erudito judeu de renome. (Caraitas são
judeus que rejeitam a doutrina ortodoxa dos rabinos e reclamam
liberdade na interpretação da Bíblia).

CÓDICE DO PENTATEUCO
Escrito cerca de 900 A.D.. Está no Museu Britânico sob o número de
4.445. Escrito por um filho de Moses Ben Asher: Arão.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
CÓDICE PETROPOLITANO
Escrito em 916 A.D., contém apenas os últimos profetas. Veio da Criméia,
está na biblioteca de Leningrado (antiga Petrogrado, daí o nome
Petropolitano).
Como se vê, todos esses três MSs são incompletos. O mais antigo MS
completo do At em hebraico, é o:
CÓDICE 19A
Está na biblioteca de Leningrado (Rússia). Data 1.O1O A.D.. O original foi
escrito por Moses Ben Asher. Foi copiado na data acima, no Cairo por Samuel
Ben Jacob. Quando a Rússia o adquiriu o Comunismo ainda não imperava lá.
ROLO DE ISAÍAS. MAR MORTO, 1947
Nos rolos descobertos próximos ao Mar Morto em 1947, foi encontrado um
MS de Isaías em hebraico do ano 100 A.C. isto é, 1 000 anos mais velho que o
mais antigo Ms até então existente. Uma vez que o texto de tal rolo concorda
com o das nossas Bíblias atuais, temos assim uma prova singular da
autenticidade das Escrituras, considerando que esse rolo de Isaías tem agora
mais de 2.000 anos de existência.
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
2. MSS DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO EM GREGO
É digno de nota que os MSS mais antigos da Bíblia estão em grego. Tais
manuscritos não são tão originais, são cópias. Os originais saídos das mãos
dos escritores, perderam-se. Pela ordem cronológica, vamos citar os mais
antigos MSS existentes da Bíblia em grego.
O CÓDICE VATICANO OU “B"
Pertence a biblioteca do Vaticano, data 325 A.D.. O Antigo Testamento é
cópia da Septuaginta, Contém os apócrifos em separados. Essa biblioteca foi
fundada em 1488, e no seu primeiro catálogo publicado em 1475 aparece
esse Ms.
O CÓDICE SINAÍTICO OU “ÁLEFE"
Pertence ao Museu Britânico, data 325 A.D.. Foi descoberto pelo erudito
cristão Tischendorf em 1.844 no Mosteiro de Sta. Catarina, ao sopé do
Monte Sinai. A história de sua aquisição é muito impressionante. Foi o Czar
da Rússia que o adquiriu em 1.889, O Governo inglês comprou-o dos russos
em 1.933 por 100.000 libras esterlinas, equivalentes a 510.000 dólares. Um
dos livros mais caros do mundo...
CAPÍTULO VI
Os MANUSCRITOS DA BÍBLIA
O CÓDICE ALEXANDRINO OU “A”
Pertence ao museu Britânico, data 450 A.D.. Tem este nome porque foi escrito
por Alexandria e também pertenceu à sua biblioteca. Em 1.621 foi levado a
Constantinopla por Cirilo Lucar, patriarca de Alexandria. Em 1.624 Cirilo
presenteou-o ao rei Jaime I da Inglaterra, o mesmo que autorizou a famosa
versão inglesa de 1.611. Em 1.757 o rei Jorge II doou à biblioteca da família
real à Nação, e assim o famoso Ms chegou ao Museu Britânico.
Estes três MSS têm mais de 1.500 anos agora. São todos unciais.
O CÓDICE AFRAEM OU “C"
Pertence ao museu do Loudres, Paris, data 450 A.D.. É um palimpsesto. Ao ser
restaurada a primeira escrita, constatou-se serem ambos os Testamentos
incompletos. Dr. Tischendorf publicou-o em 1.845.
O CÓDICE BEZAE OU “D"
Pertence à biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra, século VI.
Contém os Evangelhos, Atos e parte das Epístolas.
O CÓDICE CLAROMONTANUS OU “D2”
Pertence ao Museu do Londres, Paris, século VI. Contém as epístolas paulinas.
CAPÍTULO VI
AS BÍBLIAS IMPRESSAS MAIS ANTIGAS
1 - O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO
•primeiro texto impresso em hebraico do AT foi publicado em 1.488 em Soncino, Itália.
•O segundo texto mais antigo impresso em hebraico do AT é o constante da Bíblia
chamada “COMPLUTENSIANA POLIGLOTA” preparada pelo cardeal Ximenes de
Cisneros, na Universidade de Alcalá, próximo a Madri, Espanha. Foi impressa em
1.514-1.517, mas somente distribuída em 1.522, O hebraico do. AT é o da Septuaginta.
A Poliglota traz ainda o N.T. em grego e a Vulgata em latim (AT e N.T.). Abrange seis
volumes.
•texto preparado por Jacob Ben Chayim e impresso por Daniel Bomberg em Veneza em
1.524-1.525. Tornou-se um texto padrão para estudo.
texto de Amsterdam, publicado entre 1.661-1667, é uma combinação dos textos de
Chayim e o de Ximenes.
•texto de Van der Hooght publicado em 1.795, é uma revisão do texto de Amsterdam.
O texto de Letteris, publicado em 1.852, é uma revisão do texto de Van der Hooght.
Este é o texto padrão adotado em nossos dias pelas Sociedades Bíblicas em todo o
mundo.
•O texto de Rudolph Kittel, publicado em 1.906, é originado do texto de Chayim. A
terceira edição de Kittel em 1.937, abandonou o texto de Chayim, publicando o do MS
19A, que mencionamos anteriormente.
CAPÍTULO VI
AS BÍBLIAS IMPRESSAS MAIS ANTIGAS

2 - O NOVO TESTAMENTO EM GREGO


• primeiro texto impresso em grego do N.T. é o da Complutensiana Poliglota - de
que já falamos quando nos ocupamos do texto impresso em hebraico.
• texto de Erasmo (teólogo holandês), publicado e distribuído em 1.516, foi o
primeiro texto distribuído. A Poliglota do Cardeal Ximenes só veio ao público em
1.572, mas foi impressa em 1514- 1517.
• O texto de Robert Stephanus publicado em 1.546 em Paris, é baseado no de
Erasmo e da Poliglota.
• texto de Theodoro Beza publicado em 1.565 e 1.664 Base: Stephanus.
• O texto dos irmãos Bizevirs, holandeses, de 1.624 - 1.673. Base: Stephanus e
Beza, E conhecido como o “Textus Receptus” devido a uma expressão que contém
no prefácio.
• O texto de Westcott e Hort, dois ilustres eruditos ingleses.
Data: 1.881-1.882. Suplantou o “textus Receptus”.
Há por fim os mais recentes textos impressos do N.T. em grego que são os de
Herman Von Soden, Scrivener ec Ebcrhard Nestlé. Este último é muito utilizado no
preparo de versões modernas.
CAPÍTULO VI
AS BÍBLIAS IMPRESSAS MAIS ANTIGAS
g) OS MSS DO MAR MORTO
Num dia de verão de 1.947, o pastor beduíno árabe Muhamad Ad Dib, da tribo dos
Taa”mireh que se acampou entre Belém e o Mar Morto, saiu a procura da cabra
desgarrada nas ravinas rochosas da costa noroeste do referido mar e encontrou
um inestimável tesouro bíblico. Estava o pastor junto a encosta do wádi Qúnram.
Ao atirar uma pedra numas das cavernas, ouviu um barulho de cacos quebrados.
Entrou na caverna e encontrou uma preciosa coleção de MSS bíblicos: Doze rolos
de pergaminho e centenas de fragmentos de outros. Um dos rolos era um MS de
Isaías do ano 100 a.C., isto é, mil anos mais antigos que os exemplares até agora
conhecidos. Os rolos estão escrito em papiro e pergaminho e envolvidos em
panos de linho. Outras cavernas foram vasculhadas e novos MSS foram
encontrados.
Novas luzes estão surgindo na interpretação de passagens difíceis do AT. Exemplos:
em Ex 1.5, o total de pessoas é 75, concordando assim com AT 7.14. (o hebraico
não tem algarismos para os números e sim letras; daí para um erro não custa
muito...) Em Is 49.12, o novo MS de Isaías diz “Sevené” e não “Sinin”. Ora, Siene
era uma importante cidade fronteiriça do Egito, às margens do Nilo, junto a
Etiópia. É hoje a moderna Assuan com sua extraordinária represa.
CAPÍTULO VI
AS BÍBLIAS IMPRESSAS MAIS ANTIGAS

Ez 29.10 e 30.6, referem-se a mesma cidade, a versão ARC grafa


“ Sevené”, Muitos eruditos pensavam até agora que “Sinin” de Is 49.12
fosse talvez uma alusão à China. É muito confortante sabermos que o
texto destes MS encontrados concordam com os das nossas Bíblias.

Pesquisas revelam que os MSS do Mar Morto foram escondidos


pelos essênios-ascética judaica, durante a segunda revolução dos judeus
contra os romanos em 132-135 A D.. Os responsáveis por um grande
mosteiro agora descoberto, ao verem aproximar-se as tropas romanas,
esconderam ali sua biblioteca. Nas 267 cavernas examinadas foram
encontradas fragmentos de 332 obras ao todo. Encontraram, inclusive,
cartas do líder dessa revolta: Bar Kochaba em perfeito estado, estando
sua assinatura bem nítida. Nos MSS encontrados há trechos de todos os
livros do AT, exceto Ester.
CAPÍTULO VI
AS BÍBLIAS IMPRESSAS MAIS ANTIGAS
h) CÁLCULO DA DATA DE UM MS
Calcula-se da data de um MS:
1. Pela forma das letras. Cada forma representa uma época tanto no grego como no
hebraico.
2. Pelo modo como estão escritas as palavras no texto. Se ligadas ou separadas. Isto
também indica época.
3. Pelas letras iniciais de títulos, parágrafos etc. ... Se adornadas ou singelas. Isto
também indica o tempo.
4. Pelo Carbono-14. Este é um método científico e revolucionário. Trata-se do
seguinte: Todo ser vivo absorve C-14. Cada 5.600 anos o C-14 perde metade de sua
radioatividade primitiva. Assim sendo, se for medida a radioatividade da substância
orgânica morta, ver-se-á quando a mesma deixou de absorver C-14, ao morrer. Basta
queimar uma pequena parte da substância a ser testada e medir a radioatividade do
C-14. Este método tem uma precisão assombrosa, porque a natureza tem leis fixas
estabelecidas pelo Criador. Um exemplo: O linho que envolvia os MSS da Caverna I da
Qúnram, ao ser testado provou ser do ano 33 a.D., isto é, a planta deixara de existir
naquele ano.
5. Pelo Raio-x. Este tipo de raio também ajuda a determinar a idade dos objetos
antigos, por meio da fotografia e certas reações.
INTERVALO
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
Era preciso a tradução da Bíblia para dar cumprimento às
palavras do Senhor Jesus, após ressuscitar: “Ide por todo
mundo, pregai o evangelho a toda criatura”, Mc 16.15. Ora, o
mundo está dividido em nações, tribos e povos, cada qual
com sua língua. Hoje, quando vemos as escrituras traduzidas
em 2.000 línguas, sabemos que aquele que comissionou os
discípulos para tão grande obra, proveria também os meios
para a sua realização.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

a) - VERSÕES SEMÍTICAS
O PENTATEUCO SAMARITANO
Não é propriamente uma versão. É o texto hebreu do Pentateuco, escrito nos
velhos caracteres hebraicos ou em Samaritano. O Samaritano é um dialeto
oriundo do hebraico antigo, surgido com a mistura do povo assírio trazido
para Samaria por Sargão II por ocasião do cativeiro das 10 tribos. E uma
mistura do hebraico antigo com o assírio. Dele existem muitas cópias, é a
Bíblia da seita dos Samaritanos, que teve início com a expulsão de Manassés
de Jerusalém, Ne 13.23-30 e a consequente construção de um templo rival no
monte Gerizim. Isso marcou o início na contínua separação pela qual “os
judeus não se comunicam com os samaritanos” Jo 4.9. Em 1.616, Pietro Della
Valle trouxe para a Europa o primeiro exemplar do Pentateuco Samaritano,
comprando-o em Damasco da mão de um Samaritano. Os MSS existentes
estão escritos em Samaritano. Em Nablus (a antiga Siquém) os samaritanos
exibem antigos MSS do Pentateuco Samaritano na sinagoga que lá se
encontram, à que se atribui a época 100 a.C..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

OS TARGUNS
São paráfrases ou explicações em aramaico, do AT. A palavra significa
“interpretações”. Quando os judeus regressaram do exílio tinham perdido o
uso hebraico. Era preciso que tivessem Escrituras em hebraico, mas também
era preciso que alguém lhes provasse o real significado do texto. Nesse
tempo, a leitura em público das Escrituras era seguida de explicação pelo
leitor, para que o povo pudesse entender, Ne 8.8. Os Targuns eram a princípio
resumidos e simples, mas pouco a pouco tornaram-se aperfeiçoados e,
finalmente foram reduzidos a escrita.
Os principais Targuns são:
O da LEI - feito por Ônquelos, amigo de Gamaliel, do Século II A.D..
O dos Profetas e Livros Históricos - feitos por Jonathan Ben Uziel, que diz ter
sido discípulo de Hilel, da época posterior. Não se confunde os Targuns com o
Talmude; este é o conjunto de tradições judaicas e explicações orais do AT
reduzidas no Século IL A.D..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

b - VERSÕES GREGAS
1) A SEPTUAGINTA
É comumente designado por “LXX”. O nome vem do latim
“Septuaginta” - que quer dizer “70”, Conta Aristéas, escritor da corte
de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 285-246 a.C., escrevendo a seu
irmão Filócrates (cerca de 100 a.C.), o monarca egípcio acima
mencionado, por proposta de seu bibliotecário, Demétrio de Falero.
Solicitou ao sumo-secerdote judaico Eleazar que lhe enviasse doutores
versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma versão das
mesmas em grego. Ele muito ouvia falar das Escrituras e queria a
referida versão para enriquecer sua vasta biblioteca em Alexandria. O
sumo-secerdote escolheu 72 eruditos (6 de cada tribo) e enviou-os a
Alexandria os quais completaram a versão em 72 dias. Josefo registra o
fato, com detalhes que o espaço não nos permite registrar. De setenta
e dois derivou-se o nome “SEPTUAGINTA”.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

SEPTUAGINTA

A tradução foi feita na ilha de Faros, situada no porto da cidade. Essa


Bíblia teve a mais ampla difusão entre as nações especialmente
naquelas onde estavam os judeus da dispersão oriunda do cativeiro. Os
magos que visitaram o menino Jesus, sem dúvida conheciam esta
Bíblia no Oriente. Foi a Septuaginta, um dos meios que Deus usou na
preparação dos povos e nações para o advento do Evangelho que em
breve seria proclâmado por Jesus é seis discípulos, ao chegar “a
plenitude dos tempos” Gl 4.4. Ela, por onde quer que ia, disseminava
as profecias que apontavam para o Messias. A língua grega foi veículo
usado por Deus que em breve serviria para levar o Evangelho ao
mundo de então.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

Foi a septuaginta a primeira tradução completa do AT do original


hebraico. Foi também ela que situou e dividiu os livros por assunto
como o temos hoje: LEI, HISTÓRIA-POESIA-PROFECIAS.
Não há um só exemplar original da versão dos Setenta; somente cópias
dela, datando a mais antiga de 350 a.D. (o Ms Vaticano, estudado
anteriormente). A carta de Aristeas é tida por espúria por modernos
estudiosos; sustentam estes que a versão Septuaginta foi preparada
aos poucos; que o Pentateuco foi traduzido em 250 a.C. e em seguida,
os demais livros; terminando a versão em 150 a.C.. Seja como for, é ela
a mais antiga tradução da Bíblia hebraica. Os outros grandes MSS da
LXX são os já estudados códices Vaticano, Sinaítico e Alexandrino. A
Septuaginta é usada ainda hoje na igreja grega. Sua primeira aparição
impressa é a constante da Complutensiana Poliglota publicada em
Alcalá, província de Madrid, em 1.514-1.517, e distribuída em 1.522
pelo Cardeal Ximenes.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

2) - A VERSÃO DE ÁQUILA
Este era natural de Sínope, cidade do Ponto. Era uma tradução
puramente literal. Contém só o AT, Foi feita em 138 a.D. no reinado de
Adriano. Existe em fragmentos.

3) - A VERSÃO DE TEODOCIÃO
Este foi contemporâneo de Justino Mártir, menciona-o em seus
escritos. Era natural de Éfeso Foi feita em 160 a.D. no tempo do
imperador Comodo. Era mais uma revisão dos LXX, contém só o AT,
Teodocião era ebionita.

4) - A VERSÃO DE SÍMACO
Feita em 218. Só contém o AT, existente em fragmentos. Símaco era
também ebionita.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
5) - A HÉXAPLA DE ORÍGENES
Não é propriamente versão, é uma obra compendiada. Devido as falhas da tradução
da Septuaginta, Orígenes, grande erudito da Igreja Primitiva, compôs em Cesaréia a
sua Héxapla ou versão de seis colunas, em 228 a.D.. As seis colunas estão dispostas
da direita para a esquerda, assim:
1º - O texto hebraico
2º - O texto hebraico em grego
3º- A versão de Áquila
4º - A versão de Símaco
5º - A Septuaginta
6º - À versão de Teodocião
Jerônimo consultou essa obra no Século IV. É também citada por Euzébio que dela
copiou o texto dos LXX e também correções e adições de outros tradutores que
Orígenes incluiu. Admite-se que a famosa Héxapla perdeu-se no saque dos
sarracenos contra Cesaréia em 653 a.D.. Se essa obra tivesse chegado até nós,
teríamos hoje três traduções gregas para comparar com a dos Setenta. Dela só se
conhece citações, O texto dos Setenta da hÉxapla foi publicado em 1.714 por
Montfaucon. Euzébio, bispo de Cesaréia (263-340 a.D..) o copiou ..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
c) VERSÕES SIRÍACAS
A partir de então entra nas versões o N.T.. Poucos anos após a fundação da Igreja, já
existiam Igrejas espalhadas em regiões remotas como Ásia Menor, Síria, Roma,
Antioquia, etc.. Isso, devido o zelo inflamado pelo Espírito Santo nos crentes de
então. Eles percorriam as estradas acima e abaixo contando a história de Jesus. A
disseminação das Escrituras era feita por meio de cópias manuscritas. Os apóstolos
de Jesus ainda viviam quando as primeiras versões siríacas foram feitas.
1- PESHITA significa simples.
Foi feita diretamente do hebraico pela igreja siríaca de Edessa do Nordeste da
Mesopotâmia no Século Il. Abrange pela primeira vez o N.T. com exceção de poucos
livros. É ainda hoje a Biblia do remanescente da Igreja Siríaca. Começou a ser feita
quando ainda viviam os apóstolos, isto é, no Século I, e foi concluída entre 150 a 200
a.D.. Deu origem as outras versões como a árabe, pérsica e armênia. Esta versão
serviu as Igrejas do Oriente.

2- A VERSÃO FILOXÊNIA
Traduzida por Filoxeno em 508, bispo de Hierápoles na Ásia Menor, compreende só o
N.T..
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
d) - VERSÕES LATINAS
O latim era a língua falada pelos romanos. Foi uma língua importantíssima, e
especialmente considerando que o último império mundial realizava suas conquistas.
João, em seu Evangelho diz- nos que o título posto sobre a cruz de Jesus estava escrito
também em latim (Jo 19.20).
1- À ANTIGA VERSÃO LATINA
É também chamada versão africana do norte, possivelmente em Cartago. Abrange
ambos os testamentos. Serviu as igrejas do Ocidente. Seu AT foi traduzido não do texto
hebraico e sim do texto grego da Septuaginta, foi concluída em 170 a.D.. Era bem
conhecida por Tertuliano, falecido em 220, por Agostinho. Teve várias revisões dela,
resta uns 40 MSS.
2- A ÍTALA
Também conhecida por Vetus Itala (latim). É mais propriamente uma revisão da Antiga
Versão Latina. Foi preparada na Itália na segunda metade do século II. Abrange ambos
os Testamentos.
3- A REVISÃO DE JERÔNIMO
É uma revisão da Antiga Versão Latina feita por Jerônimo em 382-387 a.D.. Jerônimo foi
encarregado disso por Dâmaso, bispo de Roma. Nesse trabalho Jerônimo utilizou a
Héxapla de Orígenes. Foi nesse tempo que a Septuaginta começou a cair em desuso.
CAPÍTULO VII
A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

4 - A VULGATA
É uma versão da Bíblia por Jerônimo. O AT foi traduzido diretamente do hebraico e o
N.T. revisto, tendo em vista as várias versões já existentes em latim. Em assuntos
bíblicos foi Jerônimo o homem mais sábio de seu tampo. Era também dotado de
grande piedade e valor moral. Para realizar esta obra, instalou-se num mosteiro de
Belém, baseando-se na Héxapla de Orígenes. A versão foi feita em 387-405 a.D..
Tinha Jerônimo 60 anos quando iniciou a tarefa. Já antes, em Belém fizera a revisão
da Antiga versão Latina. A Vulgata foi a Bíblia da igreja do Ocidente na Idade Média.
Foi também ela o primeiro livro impresso após a invenção do prelo, saindo a luz em
1452 em Mainz, Alemanha, Devido a popularidade que a difusão teve, no tempo de
Gregório, o Grande (604 A.D.). Foi denominada “VULGATA” do latim “vulgos” povo,
isto é, versão do povo, popular, corrente, Por mil anos a Vulgata foi à Bíblia de quase
toda a Europa. Foi ela também a base de inúmeras traduções para outras línguas. Foi
decretada como a Bíblia oficial da igreja Romana no Concílio de Trento, 4º Sessão, em
8 de abril de 1546, decreto este somente cumprido em 1592 com a publicação da
nova edição da Vulgata pelo Papa Clemente VIII. Jerônimo nasceu em 342 e faleceu
em Belém em 420, onde ainda hoje se encontra o seu túmulo.
FIM DO PRIMEIRO
MÓDULO

Você também pode gostar