Maquinas Sincronas - 2021

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MÁQUINAS

SÍNCRONAS
1. 1.Introdução

 A máquina síncrona opera numa velocidade constante quando em


regime permanente
 Como a maioria das máquinas, a máquina síncrona pode operar
como motor ou gerador
 As MS são usadas principalmente como geradores no sistema
elétrico, também conhecidos como alternadores.
 Esses geradores utilizam uma fonte primária (hidro, nuclear,
térmica) para produzirem corrente elétrica alternada
 Geradores na escala de centenas de MVA são comuns no SEP
 A aplicação da MS como motor é feita em situações onde uma
velocidade constante é necessária
 Geralmente os motores síncronos são utilizados para fazer
compensação de reativos no sistema (corrigir fp)
1. 2. Construção de uma MS Trifásica

 A MS é constituída de duas partes principais:


◦ Estator e
◦ Rotor

 O estator possui três enrolamentos que são preparados para


tensões e correntes elevadas

 Os enrolamentos do estator também são chamados de


enrolamentos de armadura.
1. 2. Construção de uma MS Trifásica

 O rotor possui um enrolamento chamado de enrolamento de


campo, que é alimentado por uma corrente contínua

 Geralmente essa CC é obtida a partir de uma fonte CC externa


1.2. Construção de uma MS Trifásica

 A MS podem ser divididas em dois grupos:


1. Máquinas de alta rotação com rotor cilíndrico
2. Máquinas de baixa rotação com rotor de pólos salientes
1.2.1. Rotor Cilíndrico

 O rotor cilíndrico ou de pólos não salientes possui um


enrolamento distribuído uniformemente

 Estas máquinas são utilizadas como geradores de grande escala


(centenas de MVA)

 Possuem poucos pólos, geralmente 2 ou 4

 Geralmente são usados em termelétricas


1.2.1. Rotor Cilíndrico
1.2.1. Rotor de Pólos Salientes

 O rotor de pólos salientes possui o enrolamento concentrado nos


pólos

 Esse tipo de rotor possui muitos pólos, até 50, e opera em baixas
velocidades

 Esta tipo de máquina é utilizada em hidrelétricas e produzem de


dezenas a centenas de MVA

 O rotor de pólos salientes são curtos, mas possuem um grande


diâmetro
1.2.1. Rotor de Pólos Salientes
1.3. Gerador Síncrono

 Denomina-se gerador síncrono ou alternadores as máquinas


girantes destinadas a gerar correntes alternadas a partir de uma
fonte de energia mecânica

 Quando um condutor está sujeito a uma variação de fluxo


magnético terá uma fem induzida

 Dois métodos são utilizados para provocar uma variação de fluxo:


1. O condutor fica fixo e o fluxo rotativo
2. O condutor é rotativo e o fluxo magnético é fixo
1.3. Gerador Síncrono

 A fem induzida numa espira tem o valor instantâneo de

e = 2.10-8Blvsenα

B – indução magnética
l – comprimento do condutor
v – velocidade do condutor
α – ângulo formado entre a velocidade tangencial do condutor e da direção do campo
1.3. Gerador Síncrono

 A fem adquire sentido positivo de 0 a pi e negativo no intervalo de


pi a 2pi.
1.3. Gerador Síncrono

 Com um estator de 4 pólos, verifica-se que quando um condutor m


dá um volta completa passa por dois pólos norte e dois pólos sul
 Logo, a medida que o rotor dá uma volta a tensão induzida gera
dois ciclos
 Desse modo, a frequência da tensão é o dobro da rotação da espira
1.3. Gerador Síncrono

 Pode-se concluir que:


f = n.p
n – número de rotação por segundo
p – número de pares de pólos

 Exemplo:
 Para o caso de 4 pólos
f = 1 rotação x 2 pares = 2 ciclos

 Para o caso de 6 pólos


f = 1 rotação x 3 pares = 3 ciclos
1.3. Gerador Síncrono

 Para expressarmos a rotação em rotação por minuto (rpm):

n = 60f/p ou
f = pn/60

 Pode-se concluir que, grandes geradores que trabalham com baixas


rotações o número de pólos é grande para gerar 60 Hz

 Exercício 1
Qual a quantidade de pólos necessários para gerar 60 Hz para um
gerador que possui uma velocidade nominal de 90 rpm?
1.3. 1. Gerador Síncrono Trifásico

 No gerador trifásico o estator possui três enrolamentos: aa’, bb’ e


cc’
 A tensão induzida em cada enrolamento possuem o mesmo
módulo e frequência, porém são defasadas de um ângulo de 120°
1.4. Circuito Equivalente

 Para analisar o desempenho da MS de forma exata um modelo


matemático pode ser desenvolvido

Xs – reatância síncrona
Ra – resistência da armadura
Zs = Ra + jXs – impedância síncrona
Ef – tensão induzida por If (corrente de campo)
Ea – tensão induzida devido a reação de armadura
Vt – tensão terminal
Ia- Corrente de Armadura
1.4. Circuito Equivalente

 O valor dos parâmetros de uma MS depende do seu tamanho


1.4.1 Relação entre a tensão Gerada (Eg) e a
Tensão nos terminas de saída (Vf) para vários
fatores de potência de carga
 FATOR DE POTÊNCIA UNITÁRIO

 Eg= (Vf + Ia x Ra) + JXs x Ia


1.4.1 Relação entre a tensão Gerada (Eg) e a
Tensão nos terminas de saída (Vf) para vários
fatores de potência de carga
 FATOR DE POTÊNCIA ATRASADO (INDUTIVO)

 Eg= (Vf x Cosθ + Ia x Ra) + j(Vf x Senθ + Ia x Xs)


1.4.1 Relação entre a tensão Gerada (Eg) e a
Tensão nos terminas de saída (Vf) para vários
fatores de potência de carga
 FATOR DE POTÊNCIA ADIANTADO (CAPACITIVO)

 Eg= (Vf x Cosθ + Ia x Ra) + j(Vf x Senθ - Ia x Xs)


1.4.1 Relação entre a tensão Gerada (Eg) e a
Tensão nos terminas de saída (Vf) para vários
fatores de potência de carga
 FATOR DE POTÊNCIA ADIANTADO (CAPACITIVO)

 Eg= (Vf x Cosθ + Ia x Ra) + j(Vf x Senθ - Ia x Xs)


1.4.1 Relação entre a tensão Gerada (Eg) e a
Tensão nos terminas de saída (Vf) para vários
fatores de potência de carga
 REGULAÇÃO DE TENSÃO
 Cargas com FP em atraso (Indutiva): Efeito magnetizante e
regulação de tensão positiva
 Cargas em FP em avanço (Capacitiva): Efeito desmagnetizante e
regulação de tensão negativa
 Cargas com FP unitário (resistiva): regulação de tensão positiva

R(%)= [(Eg0 – Vn)/Vn]x100


Onde:
Eg0= tensão gerada a vazio
Vn= tensão nominal de saída
R(%)= Regulação de tensão percentual
1.4.1 Relação entre a tensão Gerada (Eg) e a
Tensão nos terminas de saída (Vf) para vários
fatores de potência de carga
 Exercício 2
Um alternador trifásico, ligação em estrela, de 1000kVA, 4600V,
resistência de armadura (Ra) de 2Ω por fase, reatância sincrona
(Xs) de 20Ω por fase. Encontre a tensão gerada por fase, a
plena carga para e a regulação de tensão para:
a) Fator de potência unitário (3845 V/fase e 44,4%)
b) Fator de potência de 0,75 em atraso ( 4820V/fase e 81,3%)
c) Fator de potência de 0,75 em avanço ( 2360V/fase e -
11,23%)
1.4.1 Relação entre a tensão Gerada (Eg) e a
Tensão nos terminas de saída (Vf) para vários
fatores de potência de carga
 Exercício 2
Um alternador trifásico, ligação em estrela, de 1000kVA, 4600V,
resistência de armadura (Ra) de 2Ω por fase, reatância sincrona
(Xs) de 20Ω por fase. Encontre a tensão gerada por fase, a
plena carga para e a regulação de tensão para:
a) Fator de potência unitário (3845 V/fase e 44,4%)
Eg= (Vf + Ia x Ra) + JXs x Ia

a) Fator de potência de 0,75 em atraso ( 4820V/fase e 81,3%)


b) Fator de potência de 0,75 em avanço ( 2360V/fase e -
11,23%)
1.5. Paralelismo de Geradores Síncronos

Requisitos básicos:
1. Mesma tensão eficaz
2. Mesma forma de onda
3. Mesma frequência
4. Tensões em oposição de fase (um alternador em
relação ao outro ou em relação a um barramento)
5. Mesma característica tensão/Velocidade
(ascendente ou descendente com a carga)
6. Mesma sequência de fase (máquinas polifásicas)
1.5.1. Métodos de Sincronização de
Geradores Síncronos

Método da Lâmpada Apagada


 A sincronização é conseguida quando as tensões V1 e V2
são iguais e as lâmpadas estão apagadas. Nesse instante, a
chave poderá ser fechada, ligando em paralelo os
alternadores.
1.6. Motores Síncronos

 Como qualquer outra máquina elétrica, a MS pode operar como


motor

 Entretanto o motor síncrono não possui torque de partida (deve


ter dispositivo de partida direta)

 Se ligarmos o estator do motor síncrono na rede trifásica e


excitarmos o enrolamento do rotor com uma corrente CC, o
motor não partirá instantaneamente, ficará vibrando
1.6. Motores Síncronos

Vantagens em relação ao MIT:


 Velocidade constante
 Utilizado para correção do fator de Potência
 Maior rendimento (quando usado com FP unitário)
 Utilização de rotores com maiores entreferros,
possibilitando menor tolerância dos mancais
permitindo uma melhor utilização
1.6. Motores Síncronos

 Considere uma MS com dois pólos conectada à uma fonte 3Φ,


60Hz
 A corrente no estator produzirá um campo girante com velocidade
de 3600 rpm
1.6 Motores Síncronos

 Em t=t1, os pólos do estator mudam e o rotor tenta acompanhar,


porém sua inércia não permite

 O campo do estator gira rapidamente e os pólos do rotor não


acompanha, logo o rotor fica vibrando

 Dois métodos são usados normalmente para partir um motor


síncrono:
◦ Usar uma fonte de frequência variável
◦ Partir a máquina do mesmo modo que um motor de indução
1.6.1. Fonte de Frequência Variável

 Neste caso, o motor partirá com uma frequência pequena,


reduzindo a velocidade do campo girante do estator e desse modo
o rotor consegue acompanhá-lo
 Logo em seguida a frequência é aumentada gradativamente até
atingir a velocidade desejada
 Este método é caro, pois necessita de um de um sistema de
controle complexo
1.6.1. Como um Motor de Indução

 Para partir como um motor de indução um enrolamento adicional


deve ser colocado no rotor, denominado de enrolamento
amortecedor
 O motor não pode está excitado
 Quando aplicada uma tensão trifásica nos terminais do estator,
correntes serão induzidas no enrolamento amortecedor e
produzirão torque
 O rotor começa a adquirir velocidade
 Se for aplicada uma corrente CC nos enrolamentos do rotor,
rapidamente o rotor adquirá a velocidade síncrona
1.7. Tipos de Excitação dos Motores

 Excitação normal (Ef=Vt)


Efeito levemente magnetizante, produzidos por cargas em atraso,
deixando Ia em fase com Vt

 Subexcitado (Eg<Vt)
O Motor solicita uma corrente Ia em em atraso em relação a tensão
do barramento, (Vt), causando um efeito magnetizante

 Sobreexcitado (Eg>Vt)
O Motor solicita uma corrente em em avanço em relação ao
barramento, causando um efeito desmagnetizante
1.8. Curvas V de um Motor Síncrono
1.8. Curvas V de um Motor Síncrono
1.9. Controle do Fator de Potência

 Outra característica da MS é que seu fp pode ser controlado a


partir da corrente de campo

 A corrente de campo pode ser ajustada para adiantar ou atrasar a


corrente do estator

 Essa característica pode ser aplicada em uma planta onde várias


MIT estão conectados e que normalmente possuem fp atrasado
(indutivo)

 As MS podem trabalhar no modo sobreexcitado (fornecendo


corrente adiantada) ou subexcitado (fornecendo corrente atrasada)
1.9. Controle do Fator de Potência

 Se uma MS está flutuando, seu fp é zero (corrente atrasada ou


adiantada de 90° da tensão no estator)

 O módulo da corrente no estator muda se a corrente de campo


mudar, porém ela é apenas reativa

 Olhando para os terminais da MS, esta se comporta como um


capacitor ou indutor

 MS a vazio, podem ser utilizadas para regular a tensão em linhas de


transmissão e são denomindas de condesadores síncronos
Exemplo 1.3

Uma fábrica consome uma potência total de 2000kW, a um fator de


potência 0,6 em atraso, a partir de uma subestação transformadora,
cuja tensão de linha primária é de 6000V. Ao adicionar um novo
setor, dedicado exclusivamente a galvanização, necessita-se adquirir
um conjunto moto-gerador CC para entregar aproximadamente
750kW. A escolha deve ser feita entre um motor síncrono de
1000HP, 6000V, fator de potência 0,8 em avanço e um motor de
indução de 1000HP, 6000V, fator de potência 0,8 em atraso.
Imaginando que o rendimento descontando as perdas é de 0,92.
Calcule:
a) A corrente de carga e o fator de potência total, utilizando o
motor de indução. (416<-49,3A e FP=0,65)
b) A corrente de carga e o fator de potência total, utilizando o
motor síncrono. (340< -36,9A e FP=0,8)
c) A redução percentual da corrente de carga produzida, utilizando
(b) como percentagem de (a). 18,25%
d) A melhora no fator de potência
Referências

- Notas de Aulas do prof. Flávio Lopes da Silva, 2013.

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