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Militar no Brasil:
Passado de glórias. Futuro de vitórias!
PATROCINADORES:
Comandante da Marinha
Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos
Secretário-Geral da Marinha
Almirante de Esquadra Marcelo Francisco Campos
REALIZAÇÃO:
FICHA CATALOGRÁFICA
C758
[A construção naval militar no Brasil: Passado de glórias. Futuro de vitórias! / Realização:
Centro de Comunicação Social da Marinha. [Brasília-DF]: Marinha do Brasil, [20].
190 p.
ISBN: 78-9 5-8 7-64 3-0 5
1. Engenharia Naval - História; 2. Construção Naval Militar - Brasil; 3. História Militar Brasileira;
I. Silva, Cléber Ribeiro da. (Capitão de Mar e Guerra (T)); II. Ribeiro, Luciano Roberto Melo. (Capitão
de Mar e Guerra); III. Lima, Henrique Afonso (Capitão de Fragata (T)); IV. Título.
CDU – 623.8
Ficha Elaborada pela Bibliotecária Mariana Ferreira dos Anjos – CRB 1976
Dedicatória
Aos que contribuíram com a construção naval militar ontem, militares e
civis, de todas épocas, que, sem equipamentos sofisticados ou ferramentas
modernas, realizaram grandes construções, por meio do seu vigor físico,
horas a fio de dedicação ao trabalho e criatividade.
Aos que contribuem com a construção naval militar hoje, certamente mais
bem preparados tecnicamente e detentores de conhecimentos tecnológicos
avançados, o reconhecimento por trabalharem, diuturnamente, para que a
história da construção naval brasileira não esmoreça.
Por fim, dedicamos esta obra a todos aqueles que, com a sua dedicação,
zelo, perseverança e profissionalismo, contribuíram para a honrosa
história da construção naval militar brasileira.
“A Construção
Naval Militar no
Brasil: Passado
de Glórias. Futuro
de Vitórias!”
Prefácio
“Marinha é navio”. Essa frase muito comum de se ouvir em nossa Força Naval, apesar
de sua brevidade, é muito significativa. De fato, a Marinha é a parcela militar destinada
a operar no mar, onde os navios são tão essenciais ao cumprimento da missão que se
confundem com a própria Força. Não é por acaso que nossas Organizações Militares
em terra possuem mastro, sino de bordo e portaló.
Um navio é muito mais do que um meio a ser empregado para a execução de tarefas
do Poder Naval. Para nós marinheiros, é também o nosso segundo lar, que nos garante
a sobrevivência nas desoladas longitudes salgadas. É um pedaço da nossa terra natal
cujo pavilhão tremula em seus mastros, nos lembrando o porquê de estarmos longe de
casa e dos nossos entes queridos.
Aqueles que concebem e constroem navios não estão apenas materializando engenhos
fascinantes, estão forjando mundos e, não raramente, estão ajudando a moldar o mundo
em que vivemos. Basta lembrarmos dos construtores das inovadoras caravelas que,
por navegarem contra a direção do vento, propiciaram os descobrimentos e grandes
navegações portuguesas nos séculos XV e XVI.
Ao longo dos seus primeiros 200 anos de existência, a Marinha do Brasil já operou
importantes navios construídos em estaleiros estrangeiros, alguns sob encomenda,
como os imponentes Encouraçados “Minas Gerais” e “São Paulo”, e outros comprados
usados, como os elegantes Cruzadores “Tamandaré” e “Barroso”. No entanto, parcela
significativa da base material do nosso Poder Naval foi construída em estaleiros
brasileiros, com destaque para o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), que
produziu as bem armadas e equipadas Fragatas “União” e “Independência”, as Corvetas
das classes “Inhaúma” e “Barroso” e os submarinos classes “Tupi” e “Tikuna”, além de
muitos outros navios militares.
Por razões como essa, a Alta Administração Naval deve estar sempre empenhada na
concepção e gestão de ações que logrem manter operando, em solo nacional, estaleiros
habilitados a construir modernos meios navais para a nossa Marinha.
Tal necessidade será muito bem suprida por um consistente programa de longo prazo
que, passo a passo, nos permita ter vários projetos de construção no decorrer do tempo,
com nível crescente de complexidade, como, de certa forma, foi o Programa de Obtenção
de Submarinos, iniciado com a construção de quatro submarinos convencionais e que
vem capacitando os nossos técnicos e engenheiros, além da nossa indústria, para uma
meta muito mais complexa: a construção de um submarino com propulsão nuclear.
Essa é a visão que nos motiva e que, certamente, servirá de farol para o Corpo de
Engenheiros da Marinha, para os nossos operários e para todos aqueles que contribuem
para que a nossa Construção Naval Militar possa se desenvolver continuamente,
projetando um futuro promissor para a nossa Marinha e fazendo jus à sua bela história
de glórias e conquistas, tão bem retratada nesta cativante obra.
Capítulo 2
Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil . . . . 79
Navios com propulsão a turbina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
O Navio-Escola “Brasil” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Os Submarinos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Capítulo 3
Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
O AMRJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Principais desafios vencidos pelo Arsenal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
Construções durante conflitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Capítulo 4
A percepção humana da Construção Naval Militar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Heróis do Passado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
Escola Técnica do Arsenal de Marinha-ETAM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
Transformando o Presente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154
Capítulo 5
Construções
em Andamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
Programa Fragatas “Classe Tamandaré” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
Projeto dos Navios-Patrulha de 500 toneladas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
Projeto do Navio de Apoio Antártico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Navio de Assistência Hospitalar “Anna Nery” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173
Capítulo 6
Perspectivas para a Construção Naval Brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
Estratégia para o Futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Capítulo 16
1
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil –
Gênese histórica
da Construção
Naval Militar
no Brasil
17
O início
da história
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – O início da história
O primeiro estaleiro organizado no Brasil foi a “Ribeira das de obra de carpinteiros, provocando alterações de preços
Naus”, fundado oficialmente na cidade de Salvador, no final dos serviços ou até a falta de profissionais para realizar o
do século XVI. Foi o mais importante centro de construção trabalho nos engenhos.
do Brasil, durante o período colonial. Sua criação formal
“Apesar dessas dificuldades, o estaleiro de Salvador
foi feita pelo Governador-Geral do Brasil, D. Francisco de
desenvolveu-se rapidamente, tornando-se o mais importante
Souza, que governou entre 1590 e 1602.
centro de construção naval do Brasil durante todo o período
No entanto, já existia desde o governo-geral de Tomé de colonial, e mesmo até meados do século XIX. Estava
Souza, entre 1549 e 1553, que trouxe para o Brasil artífices localizado à orla marítima da cidade, em frente à Igreja
especializados em construção de embarcações. Essa equipe de Nossa Senhora da Conceição da Praia, onde hoje se
contava com um mestre de construção, carpinteiros navais, encontram a Capitania dos Portos da Bahia(…); a partir de
calafates e um ferreiro. 1770, e até sua extinção, em 1889, foi denominado Arsenal
de Marinha da Bahia” (TELLES, 2001).
O estaleiro enfrentou o descontentamento da indústria
açucareira da época, que receava que viesse a ocupar a mão
19
Um Arsenal de Marinha
no Rio de Janeiro
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Um Arsenal de Marinha no Rio de Janeiro
Foram inúmeras as iniciativas para desenvolver a Construção o Rio de Janeiro. O primeiro Vice-Rei a administrar o Brasil
Naval Militar no Brasil. Um marco nessa história, e que colônia no Rio de Janeiro foi D. Antônio Álvares da Cunha,
representou um grande impulso para a atividade, foi a Conde da Cunha, entre 1763 e 1767. Dentre outras ações para
instalação de um arsenal no Rio de Janeiro. fortalecer militarmente a possessão portuguesa na América
do Sul, construiu um Arsenal de Marinha, naquele mesmo
Com a descoberta de ouro e prata na região das Minas Gerais,
ano, situado na praia de São Bento, no centro da cidade do
no final do século XVII, uma intensa migração ocorreu
Rio de Janeiro.
para a região de exploração dos minérios. E a forma mais
fácil de escoar a produção era pelo porto do Rio de Janeiro, Como atividade inicial do novo estaleiro, o Conde da Cunha
considerando que a rota para Salvador era muito mais difícil. decidiu pela construção de uma Nau, que recebeu o nome
A logística envolvida no ciclo do ouro acabou deslocando o de “São Sebastião”, também apelidada de Nau Serpente, em
eixo econômico da colônia para a região centro-sul. função de sua proa possuir a figura de um dragão, e veio,
depois de pronta, prestar serviços por longos anos à Armada
A mudança formal do eixo político da colônia decorreu da
Portuguesa. Depois da Nau, lançada ao mar em 1767, a atividade
decisão do rei de Portugal, D. José I, de transferir a capital
principal do Arsenal foi o reparo e a manutenção dos navios
do governo português no Brasil, em 1763, de Salvador para
da esquadra real e dos que aportavam no Rio de Janeiro.
21
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Em 1808, com a chegada do Príncipe Regente D. João e da foram construídos nesse período áureo, como bombardeiros,
Rainha D. Maria I ao Brasil, o Rio de Janeiro tornou-se a cruzadores, corvetas, rebocadores e canhoneiras.
capital do Reino de Portugal, o que lhe trouxe um relevante
Outros arsenais e estaleiros foram criados no Brasil, durante
progresso. Apesar do poderio da Marinha Portuguesa estar
os seus períodos como colônia e império, destacando-se
em declínio, a capacidade do Arsenal foi ampliada para
os instalados no Pará (foto), Bahia, Mato Grosso, Alagoas,
apoiar a Esquadra, sediada no Rio de Janeiro. Foi nesse
Santos, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Maranhão.
período que o Arsenal passou a ser chamado de Arsenal
Real da Marinha ou Arsenal da Corte. O Arsenal da Corte passou a se chamar Arsenal de Marinha
do Rio de Janeiro (AMRJ), enfrentando de início, porém, um
No período entre 1865 e 1890, o Arsenal da Corte viveu seu
período de redução de suas atividades. A partir de 1920,
apogeu, quando alcançou nível de desenvolvimento similar
começou a se expandir mais vigorosamente para a Ilha das
aos maiores estaleiros do mundo àquela época.
Cobras. Em 1938, passaram a coexistir dois arsenais: AMRJ e
Duas novas carreiras de construção foram erguidas na ilha das Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras. Por fim, a partir de 1948,
Cobras, em 1865, onde foram construídos navios encouraçados apenas as instalações industriais insulares permaneceram em
e monitores, que acabaram por se destacar na campanha funcionamento, sob a denominação de Arsenal de Marinha
brasileira na Guerra do Paraguai. Outros tantos navios também do Rio de Janeiro, que perdura até os dias atuais.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Um Arsenal de Marinha no Rio de Janeiro
Com a Proclamação da República, resolveu-se concentrar no como também o porto seguro para os principais reparos e
Rio de Janeiro, então capital federal, a capacidade construtiva manutenções necessários aos nossos meios navais.
naval militar, extinguindo-se os demais arsenais.
Atualmente, o Arsenal tem finalidade de realizar as
O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro se encontra em atividades técnicas, industriais e tecnológicas relacionadas
destaque por ser a principal Organização Militar envolvida à construção de unidades de superfície e à manutenção dos
na condução da Construção Naval Militar do Brasil, sendo Sistemas de Propulsão Naval, Geração de Energia, Estrutura
o mais expressivo nascedouro de navios de nossa Marinha, Naval e Controle de Avarias dos meios navais.
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O Pioneiro
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – O Pioneiro
Conde
da Cunha
Dom Antônio Álvares da Cunha, 1º Conde da
Cunha, foi o 9º Vice-Rei do Brasil Colônia e
recebeu a incumbência de aumentar a capacidade
defensiva das possessões portuguesas na América
do Sul, na condição de administrador, sediado na
cidade do Rio de Janeiro.
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Os grandes
construtores
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Os grandes construtores
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Napoleão João
Baptista Level
Filho de franceses, Napoleão João Baptista Level nasceu em
Ilhéus, Bahia, em 20 de novembro de 1828.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Os grandes construtores
Carlos
Braconnot
Carlos Braconnot nasceu no Rio de Janeiro, em 1831. Com
15 anos, matriculou-se na Academia da Marinha. Após
alguns anos como Oficial embarcado, Braconnot foi enviado,
pelo Governo, à Inglaterra, para estudar Engenharia Naval
de Máquinas.
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Trajano Augusto
de Carvalho
Em 25 de agosto de 1830, em Florianópolis, nascia Trajano
Augusto de Carvalho. Sua vida profissional iniciou-se aos
18 anos, como Operário de Carpintaria Naval, no Arsenal
Nacional e Imperial da Marinha. Por suas qualidades
profissionais, estudou Construção Naval em Londres e
fiscalizou a construção de Canhoneiras na Inglaterra e na
França.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Os grandes construtores
João Cândido
Brazil
Natural de Angra dos Reis, João Cândido Brazil nasceu em 8
de março de 1848 e ingressou na Academia da Marinha em
1863. Ao ser declarado Guarda-Marinha, em 1865, seguiu
para a campanha do Paraguai, combatendo bravamente
durante quatro anos.
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A evolução da
Construção Naval
Militar no Brasil
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – A evolução da Construção Naval Militar no Brasil
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Construção de Diques
O início da construção, na Ilha das Cobras, dos diques secos concluída em 21 de setembro de 1861 e sua denominação atual
(locais reservados para obras de grande porte em embarcações, é “Almirante Jardim”.
erguidos por meio de uma construção de paredes escavadas
Até 1852, o Arsenal havia se dedicado à construção de navios
em um terreno perto do mar, formando uma grande bacia e
pequenos de madeira e à vela: corvetas, escunas, brigues,
permitindo, assim, a entrada de embarcações em simultâneo
lugres, patachos e embarcações miúdas.
para vistorias, fabrico, limpeza ou construção), ocorreu em
1824, com a presença do Imperador. O projeto dos navios ou era baseado na prática dos construtores
navais ou importado.
Após várias paralisações, a obra do primeiro desses diques foi
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – A evolução da Construção Naval Militar no Brasil
Construção de Diques
O primeiro do grupo de engenheiros enviados para curso O segundo dique construído foi o “Santa Cruz”, em outubro
no exterior a regressar ao Brasil foi Napoleão João Baptista de 1874. O terceiro dique nasceu com a necessidade de
Level. Junto com outros, como Carlos Braconnot, marcou aparelhar a Marinha de Guerra com os meios necessários à
nova fase para a construção naval no país, e o Arsenal de conservação e ao reparo dos novos encouraçados que seriam
Marinha alcançou o seu primeiro apogeu, na segunda encomendados à Inglaterra. Sua construção foi iniciada em
metade do século XIX. 12 de agosto de 1910. Em 1928, a obra foi concluída e sua atual
denominação é “Almirante Régis”.
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Navios com
propulsão a
vela
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vela
Encouraçado “Tamandaré”
Na segunda metade do século XIX, o mundo ocidental havia Em 23 de junho de 1865, o Encouraçado de Bateria Central
se lançado em um conjunto de inovações, controvérsias e “Tamandaré” foi o primeiro navio a ostentar esse nome na
desenvolvimentos, consequências da Revolução Industrial, Marinha do Brasil, em homenagem ao Almirante Joaquim
que os técnicos nacionais não tinham capacidade de Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, futuro Patrono da
acompanhar, nem mesmo de entender. Por isso, o governo Marinha. Era o primeiro navio encouraçado de construção
mandou à Europa, para estudar Engenharia, pessoas com mista, madeira e ferro, fabricado no Brasil.
capacidade para vencer o abismo tecnológico que nos
separava das nações mais desenvolvidas e habilitar o país
na construção de novos e modernos navios.
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Encouraçado “Barroso”
Em 4 de novembro de 1865, o Encouraçado “Barroso” foi o em homenagem ao Almirante Francisco Manuel Barroso da
primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, Silva, Barão do Amazonas e herói de Riachuelo.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vela
Cruzador “Guanabara”
A construção do Cruzador “Guanabara” começou em 1874 no Esquadra de Evoluções, um grupo que reunia o melhor da
estaleiro do Arsenal de Marinha da Corte, terminando em 1878. Armada Imperial em diversas características.
Foi o segundo navio da armada a receber este nome, sendo
A esquadra foi criada em 19 de agosto de 1884 sob o Aviso
uma homenagem à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
nº 1541A, do então Ministro dos Negócios da Marinha,
O navio foi um dos projetos do engenheiro naval Trajano Almirante Joaquim Raymundo de Lamare.
de Carvalho. Foi um dos navios escolhidos para compor a
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Cruzador “Barroso”
O Cruzador “Barroso”, por sua vez, foi construído com circum-navegação, naufragou próximo a Ras Zeith, no Mar
aço nacional produzido pela Fábrica Ipanema. Todavia, Vermelho, a 120 milhas do Canal de Suez.
em 21 de maio de 1893, durante sua segunda viagem de
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vela
Cruzador “Tamandaré”
Outro navio de sucesso foi o Cruzador “Tamandaré”, “Tamandaré” foi o segundo navio a ostentar esse nome na
projetado e construído pelo Almirante Engenheiro João Marinha do Brasil.
Cândido Brazil, que foi lançado ao mar em 1890. O Cruzador
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Patacho “Aprendiz-Marinheiro”
Em cerimônia realizada em 24 de março de 1884, que de incorporado, foi destinado aos exercícios de instrução
contou com a presença do Imperador Dom Pedro II, foi da Companhia de Menores do Rio de Janeiro, como navio
lançado o Patacho “Aprendiz Marinheiro”, que, logo depois de instrução.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vela
Corvetas
A Corveta “Dona Francisca”, assim batizada em homenagem do natural da cidade de Campos, Estado do Rio de Janeiro,
a Dona Francisca Carolina, filha do Imperador D. Pedro I, famosa pelas suas usinas de açúcar e pelos estaleiros de
possuía as seguintes características: 129 pés de comprimento construção naval.
total; 34,6 de boca; 26,8 pés de tolda e 18 pés de pontal;
Fez-se ao mar em 8 de junho de 1831 e chegou em 16 de
montava 30 colubrinas de calibre 12 e 10 caronadas de calibre
julho ao Pará, sob o comando do Capitão-Tenente José de
24; e equipagem de 330 homens.
Lamego Costa, levando como passageiros o Visconde de
Em 29 de maio de 1831, em consequência da abdicação de D. Goiana, nomeado Presidente da Província, e o Comandante
Pedro I, teve o nome substituído para Campista, designativo das Armas.
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Corvetas
A Corveta “Bahiana” foi um dos navios a vela mais viajados de prejudicava sua estabilidade, voltou ao Arsenal, onde lhe
nossa Esquadra. Em março de 1851, seguiu para Montevidéu diminuíram a altura dos mastros. Em maio do mesmo ano,
para integrar a esquadra do Almirante Grenfell na guerra estava pronta a armar e devia montar 24 canhões obuses
contra o argentino Rosas. Mas, como tinha o metacentro de calibre 38.
muito próximo do centro de gravidade, o que muito
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vela
Corvetas
A Corveta “Imperial Marinheiro”, batizada com este nome docado no Dique “Imperial”, hoje Almirante Jardim, na Ilha
em homenagem aos marinheiros, foi o primeiro navio a ser das Cobras, em 21 de setembro de 1851.
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Corvetas
Tendo sido lançada no dia 12 de julho de 1873, a Corveta Couters of Derby. Em 1893, os revolucionários da Armada
“Trajano” escoltou, em 1876, o Imperador e a Imperatriz a incorporaram-na a suas forças, quando participou de
caminho dos Estados Unidos da América, até a altura do bombardeios às fortalezas do Rio de Janeiro.
rio Pará. Em 1888, socorreu as vítimas da barca inglesa
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A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
A mudança do Arsenal de Marinha para a Ilha das Cobras foi o marco mais
importante para o grande salto de seu desenvolvimento. O Monitor “Parnaíba” foi o
primeiro, de uma série de navios de guerra, que marcou esse salto tecnológico.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vela
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Navios com
propulsão
a vapor
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vapor
Contratorpedeiros “Classe M”
Três Contratorpedeiros Classe “M” (MAHAN) - D25 “Marcílio O CT “Marcílio Dias” teve seu primeiro rebite cravado a
Dias”, D26 “Mariz e Barros” e D24 “Greenhalg” foram martelo pelo Presidente da República Getúlio Vargas. Foi o
construídos e incorporados, em 29 de novembro de 1943. primeiro Contratorpedeiro da Classe “M” a ser lançado, no
dia 20 de julho de 1940.
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Contratorpedeiros “Classe A”
Interessante observar que, na construção naval militar, 2, na proa, mais tarde foi substituído por um reparo duplo
certos parâmetros necessitam ser ajustados para que não de canhões antiaéreos de 40 mm.
ocorra um acidente fortuito no futuro da vida do navio: no
Seis Contratorpedeiros “Classe A” foram construídos, a saber:
arranjo original dos navios contratorpedeiros da “Classe A”,
D12 “Amazonas”, D14 “Araguaia”, D10 “Acre”, D13 “Apa”, D-11
eram previstos quatro canhões de 127 mm, mas o de número
“Ajuricaba” e D15 “Araguari”.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a vapor
Contratorpedeiro “Amazonas”
O Contratorpedeiro “Amazonas” foi o sétimo navio a ostentar em 20 de julho de 1940, em cerimônia conjunta com o CT
esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao Rio e “Araguari”, e lançado ao mar em 29 de novembro de 1943.
Estado do mesmo nome.
Foi submetido a Mostra de Armamento e incorporado à
O “Amazonas” foi construído pelo Arsenal de Marinha da Armada pelo Aviso Ministerial nº 1176, em 11 de junho
Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Teve sua quilha batida de 1949.
53
Navios com
propulsão
a motor
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
Navio-Mineiro “Carioca”
O “Carioca”, primeiro da série de “Navios-Mineiros”, teve a Maria da Glória Carvalho Guilhem, esposa do então Ministro
quilha batida no dia 6 de junho de 1937 e foi lançado ao mar da Marinha, Almirante Henrique Aristides Guilhem. Sua
no dia 22 de outubro de 1938, em cerimônia assistida pelo construção, realizada na carreira n° 1, durou quase 12 meses
Presidente da República e tendo como madrinha a Senhora e aconteceu simultânea à do Navio-Mineiro “Cananéia”.
55
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
No dia 22 de outubro de 1938, na carreira n°1, de onde foram Mineiro “Camaquã”, tendo como madrinha a Sra. Delminda
lançados e incorporados à Armada os dois primeiros da Gadelha Aranha, esposa do então Ministro das Relações
série de “Navios-Mineiros”, o “Carioca” e o “Cananéia”, foi Exteriores, Oswaldo Aranha.
realizada a cerimônia de batimento de quilha do Navio-
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
57
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Navios Hidrográficos
Na segunda metade da década de 1950, retomando o rumo da construção naval, foi iniciada a construção dos Navios
hidrográficos “Argus”, “Orion” e “Taurus”.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
Navios Hidrográficos
O Navio Hidrográfico “Argus” foi construído pelo Arsenal atualização das cartas náuticas do Rio Oiapoque. Visitou os
de Marinha do Rio de Janeiro. Teve sua quilha batida em portos de Caiena e Saint Georges (Guiana Francesa), sendo
abril de 1956, foi lançado ao mar em 6 de dezembro de 1957 o primeiro navio de bandeira estrangeira a atracar neste
e incorporado em 29 de janeiro de 1959, segundo o Aviso n.º último.
226/1959 do Ministro da Marinha.
Em 23 de março de 2004, depois de 45 anos, foi submetido
Tão logo incorporado, realizou comissão para dar a Mostra de Desarmamento, dando baixa do serviço ativo
prosseguimento ao levantamento hidrográfico para a da Marinha.
59
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Navios-Balizadores
Ao final da década de setenta, a Marinha contratou a A concepção, inteiramente nacional, incorporou novas
execução do Projeto Básico de um navio-balizador a uma características para o Arsenal: pela primeira vez, o AMRJ e
empresa de engenharia naval civil, com sede no Rio de suas oficinas construíram uma embarcação com um convés
Janeiro, sendo um dos navios construídos no AMRJ e outros para pousos e decolagens de helicópteros, hangar e sistema
três no Estaleiro São João, em Manaus. de abastecimento.
60
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
Em 1977, o AMRJ construiu três embarcações do tipo Desembarque de Carga Geral, tendo uma capacidade para
LCU‑1610 (Landing Craft Utility), um projeto da Marinha operar no mar por até sete dias, com tripulação de onze
dos Estados Unidos da América (EUA) do início da década homens e acomodações que possibilitavam a operação
de 1970. independente do navio doca. Foram denominadas de EDCG
“Guarapari”, “Tambaú” e “Camboriú.
No Brasil receberam a denominação de Embarcação de
61
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Primeira da Classe, a Embarcação de Desembarque de Carga Participou de diversas atividades operativas, dentre elas
Geral “Guarapari”, foi submetida a Mostra de Armamento em o transbordo de viaturas do Corpo de Fuzileiros Navais
27 de março de 1978, em cerimônia conjunta com a Mostra (CFN) e do Exército Brasileiro (EB) do Complexo Naval
de Armamento da EDCG “Tambaú” e de Lançamento da da Ilha do Governador para o Navio de Desembarque-
“Camboriú”, presidida pelo então Diretor-Geral do Material Doca (NDD) “Ceará” - G30, atracado no cais norte da Base
da Marinha, Almirante de Esquadra Maximiano Eduardo da Naval do Rio de Janeiro (BNRJ), como parte da Missão das
Silva Fonseca. Foi incorporada à Armada em 6 de janeiro de Nações Unidas de Estabilização do Haiti – MINUSTAH, na
1981, passando logo depois à subordinação do Comando da Operação HAITI I.
Força de Transporte da Marinha.
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Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
Entre os anos de 2012 e 2013, o Arsenal de Marinha do Rio Os cascos possuem 21,81 m de comprimento, 6,39 m de
de Janeiro (AMRJ) concluiu a construção e entregou ao setor boca moldada, calado carregado de 1,4 m e capacidade para
operativo da Marinha cinco Embarcações de Desembarque transportar 72 t de carga. Podem ser também aplicadas no
de Viaturas e Material (EDVM). transporte de até 80 homens e 32 t de carga.
As EDVM, utilizadas pelas Forças Anfíbias, são transportadas O projeto básico dessas embarcações foi elaborado pelo
em navios doca e empregadas na transferência de tropas e Centro de Projetos de Navios e todo o detalhamento para a
equipamentos entre navio e terra, e também em operações construção foi realizado pelo AMRJ.
com mergulhadores de combate, recolhimento de náufragos,
reparo de outras embarcações e no apoio a navios em
operações de salvamento.
63
A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
A nossa Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) tem suas Força moderna, com capacidade anfíbia e destinada a
origens na decisão da Alta Administração Naval, adotada atender as necessidades de aplicação do Poder Naval
após a II Guerra Mundial, no sentido de construir uma brasileiro.
64
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
65
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
Ao final da década de setenta, a Petrobras passou a convés principal, ampliação do Passadiço, instalação de
contratar serviços de embarcações de apoio de empresas bases para armamento leve (duas metralhadoras de 20 mm)
especializadas, em vez de utilizar suas próprias embarcações. e colocação de dois barcos de serviço e respectivos turcos,
estas embarcações se transformaram em Rebocadores de
Em 1984, ainda restavam três cascos de embarcações
Alto Mar.
anteriormente encomendadas pela Estatal de Petróleo
ao Estaleiro Estanave e que poderiam servir à Marinha, O Rebocador “Triunfo” (foto), lançado ao mar em 2/9/1976
por serem embarcações robustas e capazes de substituir e incorporado à MB em 5/7/1986; o “Tritão”, lançado em
os antigos Rebocadores da classe “Tritão”, já em fase de 6/9/1977 e incorporado em 19/2/1987; e o “Tridente”, lançado
processo de baixa do serviço ativo. em 7/7/1977 e incorporado em 19/2/1987.
Assim, com as necessárias adaptações ao projeto original, Os três Rebocadores ainda permanecem em serviço nas áreas
tais como acréscimo de espaços adicionais a meia-nau no dos Distritos Navais.
67
A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
68
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
69
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Também na década de 1980, dois Navios de Assistência com consultórios odontológicos, farmácia, enfermarias,
Hospitalar (NAsH), “Oswaldo Cruz” e “Carlos Chagas”, laboratório e centro cirúrgico para cirurgias de médio porte,
foram projetados e construídos pelo AMRJ, de acordo com além de transportarem duas lanchas e possuírem convés de
as mais avançadas técnicas de engenharia naval. Possuem voo com capacidade para pouso de helicópteros.
um índice de nacionalização de 98% e são equipados
70
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
O Navio de Assistência Hospitalar “Carlos Chagas” é fruto equipamentos médicos e odontológicos e o então Ministério
de negociações entre o Ministério dos Transportes, o da Marinha, responsável por parte do custo, sendo construtor
Ministério da Saúde como principal armador, o Ministério e operador do navio.
da Previdência e Assistência Social, como fornecedor de
71
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Navios-Patrulha Costeiros
Durante a construção dos Navios de Patrulha Costeiros E, marcando a retomada da atividade de construção de
(NaPaCo) da “Classe Piratini”, também estava sendo unidades militares para a Armada, foram incorporados os
desenvolvido o projeto de um Navio de Patrulha Fluvial Navios de Patrulha Costeiros “Piratini”, “Pirajá”, “Pampeiro”,
(NaPaFlu), de concepção elaborada pelo Estado-Maior da “Parati”, “Penedo” e” Poti”.
Armada.
72
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
O Navio-Patrulha Costeiro “Piratini” − P10 é o terceiro Unidos da América. Teve sua quilha batida em 27 de maio
navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em de 1968 e foi lançado ao mar em 26 de fevereiro de 1970.
homenagem ao rio e à cidade homônimos do Rio Grande Sua prontificação foi concluída em 27 de novembro, sendo
do Sul. Foi construído no AMRJ, na Ilha das Cobras, seguindo submetido à Mostra de Armamento e incorporado em 30
o projeto da classe Cape, da Guarda Costeira dos Estados de novembro de 1970.
73
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Na década de 1990, com a missão de efetuar patrulha deslocamento de 200 t, sendo duas unidades no AMRJ: o
costeira em águas de jurisdição nacional, assim como P40 “Grajaú” (lançado em 21 de maio de 1993 e incorporado
rebocar embarcações de porte semelhante ao seu, realizar em 1º de dezembro de 1993) e o P41 “Guaíba” (lançado em 10
fainas de reabastecimento no mar e apoiar operações de de dezembro de 1993 e incorporado em 12 de setembro de
mergulho livre e autônomo, foram construídos 12 Navios- 1994); e os demais nos estaleiros Inace, no Ceará, e Peene-
Patrulha da “Classe Grajaú”, com 46 m de comprimento e Werft, na Alemanha.
74
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
75
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
A Marinha optou, no final da década de 2000, pela Um resultado positivo da construção desses navios para a
construção dos NPa “Classe Macaé”. Essa classe de navio- Marinha do Brasil, por estaleiros privados, foi a exportação
patrulha tem cerca de 500 toneladas de deslocamento de um Navio-Patrulha para a Marinha da Namíbia, em
e é baseada no projeto básico do P400 Vigilant francês. 2009.
76
Capítulo 1 – Gênese histórica da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a motor
Com dois motores Diesel, os navios “Classe Roraima” O P31 “Rondônia” foi lançado em 10 de janeiro de 1973 e
alcançavam um Raio de Ação de 6000 milhas, navegando a Incorporado em 03 de dezembro de 1975.
11 nós de velocidade e com autonomia de 30 dias.
O P32 “Amapá” teve seu lançamento em 10 de março de 1974
O P30 “Roraima” (foto) teve seu lançamento em 9 de novembro e sua Incorporação em 12 de janeiro de 1976.
de 1973 e Incorporação em 21 de fevereiro de 1975.
77
2
Capítulo
Avanços
tecnológicos
na história da
Construção Naval
Militar no Brasil
“A eficiência futura da Marinha,
numa época dominada pelo poder da
Ciência, da Tecnologia e da Indústria,
muito há de agradecer o esforço
pioneiro dos que dão todas as forças
do coração e da inteligência.”
Vice-Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva
Navios com
propulsão
a turbina
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a turbina
81
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Os anos 1980 ficaram marcados pelas construções das o que ocorreu por meio de assessoramento estrangeiro, que
Corvetas “Inhaúma” e “Jaceguai” e início da adequação da foi encomendado por licitação para prestação de serviços
estrutura e treinamento da força de trabalho para atuar na de engenharia à Diretoria de Engenharia Naval (DEN), na
construção de submarinos. fase de concepção inicial.
Com base na experiência adquirida com as Fragatas da O projeto incluiu várias características comuns às Fragatas
Classe “Niterói”, foi lançado o Projeto das Corvetas da Classe da Classe “Niterói”, tais como os meios de proteção contra
“Inhaúma” (foto). as radiações nuclear, química e bacteriológica, e um sistema
de proteção magnética degaussing, contra minas de ação por
A Marinha desejava que o Projeto e a Construção das
campo magnético.
Corvetas da Classe “Inhaúma” fossem executados no Brasil,
82
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a turbina
Foi iniciada em 1982 a construção das quatro corvetas da desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval (DEN),
Classe “Inhaúma”. São navios de 1.900 t de deslocamento foram construídas no AMRJ e no Estaleiro Verolme, em
e 96 m de comprimento. Essas corvetas, com projeto Angra dos Reis.
83
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
84
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a turbina
Corveta “Barroso”
A partir da avaliação operacional e de engenharia da Corveta Seu projeto incluiu a instalação de equipamentos mais
“Classe Inhaúma”, foi elaborado o projeto da Corveta atualizados, introduzindo alterações para garantir um
“Barroso”, um pouco maior que as corvetas “Inhaúma”, com desempenho melhor em relação às corvetas da “Classe
104 m de comprimento e deslocamento de 2350 t. A Corveta Inhaúma”, bem como o aumento do índice de nacionalização,
“Barroso” também foi contruída no Arsenal de Marinha e por meio da instalação de sistemas e equipamentos
incorporada à Armada Brasileira em 2008. Seu nome é desenvolvidos pela Marinha do Brasil em conjunto com
homenagem ao Almirante Francisco Manuel Barroso da universidades e empresas privadas.
Silva, herói de Riachuelo.
85
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Em 20 de novembro de 1976, foi incorporada à Armada a técnica inglesa, enquanto as quatro primeiras unidades
Fragata “Niterói” (foto), primeiro dos seis navios e que deu foram construídas em estaleiro do Reino Unido.
nome à Classe. Seguiram-se a Fragata “Defensora”, em 1977;
Ess a Classe de navios representou um marco de avanço
as Fragatas “Constituição” e “Liberal”, em 1978; a Fragata
tecnológico em termos de sistemas de combate e de
“Independência”, em 1979; e a Fragata “União”, em 1980.
manutenção, como parte do Programa de Renovação e
As duas últimas foram construídas no Arsenal de Marinha Ampliação de Meios Flutuantes da Marinha.
do Rio de Janeiro, com material, equipamentos e assistência
86
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a turbina
Fragatas
A Fragata “Independência” (F44) é o quinto navio a ostentar A Fragata União (F45) é o sexto navio a ostentar esse nome na
esse nome na Marinha do Brasil. Teve sua quilha batida em Marinha do Brasil. Foi lançada e batizada em 14 de março de
cerimônia conjunta com a da Fragata “União”, em 11 de junho 1975. Entre 2 de junho e 30 de julho do mesmo ano, realizou
de 1972. Batizada e lançada em 2 de setembro de 1974, fez- as Provas de Mar. Foi incorporada em 12 de setembro de 1980.
se ao mar pela primeira vez em 11 de dezembro de 1978. Foi
incorporada em 3 de setembro de 1979.
87
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Fragatas
88
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a turbina
Fragatas
Esses navios introduziram o Controle da Qualidade no Brasil, como armamentos de mísseis, sensores modernos e
Brasil e fomentaram a adoção de sistemas de Garantia da um sistema de combate integrado viabilizado por tecnologias
Qualidade, além de uma série de novidades na Marinha do de informática.
89
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Fragatas
Na versão antissubmarino, as Fragatas apresentavam, ainda, mísseis antiaéreos “Seacat”, como também dois lançadores
um lançador duplo de foguetes, um lançador de mísseis triplos de torpedos e dois lançadores duplos de mísseis
antissubmarino Ikara (australiano) e dois lançadores de “Exocet” MM-40 (instalados na década de 1980).
90
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Navios com propulsão a turbina
Fragatas
Após cerca de 40 anos servindo à Marinha em diversas Análises de Sistemas Navais (CASNAV), registrando-se
missões, sempre com muito sucesso, as Fragatas da “Classe os resultados obtidos. A Avaliação Operacional tornou-
Niterói” careciam de modernização, incorporadas que foram se processo obrigatório para todos os meios navais ou
entre 1973 e 1980. aeronavais construídos ou obtidos no exterior, uma
Para tal, foi criado o Grupo de Avaliação de Fragatas para conquista tecnológica e verdadeiro marco na evolução da
realizar, no mar, as provas programadas pelo Centro de Marinha do Brasil.
91
A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
O Navio-Escola “Brasil”
92
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – O Navio-Escola “Brasil”
93
A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
94
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – O Navio-Escola “Brasil”
95
Os Submarinos
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Os Submarinos
97
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Em 1984, foi iniciada a construção de quatro submarinos do AMRJ, utilizando a construção do primeiro submarino,
Classe “Tupi”, com tecnologia alemã. São submarinos na Alemanha, como fonte de absorção de conhecimentos
convencionais com propulsão diesel-elétrica, com 61 m de técnicos e familiarização com a tecnologia de construção
comprimento e deslocamento, na superfície, de 1.400 t. O alemã. O apoio técnico dos alemães foi importante, também,
primeiro da classe, o S30 “Tupi”, foi construído no estaleiro na definição da adaptação da infraestrutura do AMRJ e na
HDW, na Alemanha, e os três demais no AMRJ. retirada de dúvidas em pontos específicos do projeto durante
a construção.
O contrato incluía o treinamento on-the-job training de pessoal
98
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Os Submarinos
99
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
O processo de soldagem do casco de um submarino exige Submarino “Tupi”, reparo que representou nova conquista
técnicas muito detalhadas, processo este que foi assimilado tecnológica, assegurando a capacitação profissional do AMRJ
pelos técnicos do AMRJ, permitindo a conclusão de três em um reparo inédito e de alta complexidade técnica, com
submarinos no prazo previsto. Em 1996, foi iniciado separação de seções do casco para possibilitar a remoção e
o primeiro Programa Geral de Manutenção (PMG) do o reparo de equipamentos da praça de máquinas.
100
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Os Submarinos
O Submarino “Tamoio” foi o primeiro submarino passou a integrar um reduzido grupo de nações capazes de
inteiramente construído no Brasil, fato de grande relevância construir submarinos.
no seu desenvolvimento tecnológico. Foi o coroamento de
Na sequência, foram entregues os Submarinos “Timbira”,
um longo sonho e resultado de muito esforço e dedicação de
“Tapajó” e “Tikuna” entre os anos 1990 e 2000.
todo o corpo técnico e de operários do AMRJ. Assim, o Brasil
101
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
O Submarino “Tikuna”, da Classe que lhe dá nome, é o seções do casco resistente do navio. Teve sua quilha batida
primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em dezembro de 1998.
em homenagem ao povo indígena Tikuna.
Foi batizado e lançado ao mar em 9 de março de 2005, sua
Para possibilitar a sua construção, em junho de 1996, foi Mostra de Armamento e Incorporação à Armada se deu em
assinado contrato entre a Marinha do Brasil e a Nuclep – 16 de dezembro de 2005.
Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A., para a construção das
102
Capítulo 2 – Avanços tecnológicos na história da Construção Naval Militar no Brasil – Os Submarinos
103
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Capítulo 104
3
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro –
Potencialidades
do Arsenal
de Marinha do
Rio de Janeiro
“Deus quer,
o homem sonha,
a obra nasce.”
Fernando Pessoa
105
O AMRJ
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – O AMRJ
107
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
108
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – O AMRJ
109
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Oficinas
110
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – O AMRJ
Oficinas
111
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Oficinas
112
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – O AMRJ
Oficinas
113
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
A Divisão de Construção de Embarcações de Pequeno Porte, tratamento e pintura de superfícies metálicas de embarcações;
criada no ano de 2020, tem como objetivo a construção de fabricação, instalação e teste de tubulações; e instalação de
pequenas embarcações, como, por exemplo, as Lanchas dispositivos elétricos.
de Operações Ribeirinhas, atualmente em construção no
Dispõe, ainda, de serviços de supervisão e coordenação de
Arsenal. Possui a capacidade de construir embarcações
obras, assessoramento técnico referente à construção naval,
miúdas e embarcações de médio porte de alto desempenho
inspeção e testes em estruturas, compartimentos e soldas
em aço carbono e alumínio naval, executando serviços
de embarcações e acompanhamento e execução de testes de
de fabricação e montagem de peças, painéis e estruturas;
inclinação, provas de mar e de rio em embarcações de alto
serralheria; soldagem; corte de peças; isolamento
desempenho.
termoacústico; instalação de peças de acabamento naval;
114
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – O AMRJ
O Dique Flutuante “Almirante Schieck”, assim denominado prover docagem de submarinos do programa de construção
em homenagem ao ex-Diretor do Arsenal de Marinha do da classe “Tupi”, e revisões periódicas subsequentes na fase
Rio de Janeiro, foi construído com a finalidade básica de de operação.
115
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Dique Imperial
Em 1824, teve início a construção do primeiro dique da Ilha Imperial. A obra foi concluída em 21 de setembro de
das Cobras e o Arsenal já migrava para, finalmente, ocupá- 1861, tendo recebido o nome de “Dique Imperial”, pois o
la, como hoje. Imperador estivera presente ao início dos trabalhos, sendo
que o primeiro navio a ser docado foi a Corveta “Imperial
A partir de 1840, o Arsenal alcançou, gradativamente, a
Marinheiro”.
capacidade de projetar e construir navios para a Marinha
116
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – O AMRJ
O segundo dique construído foi o “Santa Cruz”, concluído em na era da propulsão a vapor e no emprego do ferro como
1874. Naquele ano, o Arsenal possuía diversas oficinas, tanto material estrutural.
na Ilha das Cobras quanto fora dela, e já havia ingressado
117
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
A segunda parte do século XX foi marcada por importantes Foi nesse período que aconteceu a construção do 3º dique, o
projetos de construção, além da reparação e manutenção atual Almirante Régis.
naval, que nunca deixou de existir.
118
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – O AMRJ
Carreiras números 1 e 2
O Arsenal dispõe, ainda, de duas carreiras, sendo uma de mais usada para serviços de reparos. Na carreira maior,
224 metros de comprimento por 40 de largura, onde são podem ser construídos navios com até 10.000 toneladas
executadas as obras de construção naval; e outra menor, de deslocamento.
de 116 metros de comprimento por 25 metros de largura,
119
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Principais desafios
vencidos pelo Arsenal
120
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – Principais desafios vencidos pelo Arsenal
121
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
De 1974 a 1979, o AMRJ esteve também dedicado ao projeto de operários do Arsenal. O sucesso da empreitada possibilitou
modernização do Navio-Aeródromo Ligeiro “Minas Gerais”, que o navio alcançasse plena capacidade operativa, atuando
época em que diversas modificações foram introduzidas por mais de duas décadas na nossa Marinha.
na sua estrutura de trabalho, que passou a exigir elevado Após 1967 dias de mar, o NAeL “Minas Gerais” encerrou suas
grau de especialização por parte de engenheiros, técnicos e atividades operativas em outubro de 2001.
122
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – Principais desafios vencidos pelo Arsenal
A primeira entrada do Navio-Aeródromo “São Paulo” no do navio no Dique. Operação necessária para possibilitar
dique Almirante Régis, do AMRJ, foi revestida dos cuidados a execução das atividades de manutenção e reparo dos
necessários, envolvendo até mesmo uma simulação virtual sistemas de propulsão e do casco do navio. Não foi uma
no Tanque de Processamento Numérico da USP. tarefa simples, uma vez que esse tipo de manobra exige
muita expertise. Porém, a atividade foi concluída com êxito
Em 7 de julho de 2003, com o apoio de dez rebocadores e
pleno pelo AMRJ.
cerca de 40 homens no cais, foi realizada a primeira docagem
123
A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
Após estudo técnico concluir pela exequibilidade do viabilizou a manobra, utilizando equipamentos existentes no
transporte do Submarino “Timbira” para o interior do Edifício Arsenal e em empresas de manobra de peso, como berços,
17 do Arsenal de Marinha, para a execução do seu Período de balsas, carretas hidráulicas, diques, rebocadores, entre outros,
Manutenção Geral, foi desenvolvido um projeto técnico que muitos dos quais adaptados especialmente para a situação.
124
CAPÍTULO Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – Principais desafios vencidos pelo Arsenal
125
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Outro sucesso alcançado foi a docagem simultânea de quatro “Jaceguai”, com 95,75m de comprimento, foi o terceiro
navios no Dique “Almirante Régis”. Os picadeiros e berços navio, seguida do Navio Hidrográfico “Sirius”, com 77,90m
foram montados com alturas diferenciadas, de acordo com de comprimento.
estudos de geometria e calados dos navios, a fim de que o
Cerca de 30 componentes de equipe de docagem do AMRJ,
contato do fundo de cada navio com os picadeiros ocorresse
entre civis e militares, participaram da manobra, contando
em momentos diferentes.
com o apoio das tripulações dos navios.
A Fragata “Greenhalgh”, com 130,80m de comprimento, foi
Foram cerca de 20 horas seguidas de manobra, desde a
o primeiro navio a entrar no dique; o Navio Museu “Bauru”,
entrada do primeiro navio até a docagem do último.
com 93,27m de comprimento, foi o segundo; a Corveta
126
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – Principais desafios vencidos pelo Arsenal
Utilizado amplamente na construção e no reparo de navios em apenas duas linhas de vigas de madeiras engraxadas
e submarinos no Arsenal de Marinha, durante um período e fixadas à carreira; a determinação experimental do
de dois anos, o Dique Flutuante “Almirante Schieck”, de coeficiente de atrito entre o aço e a madeira engraxada;
1.500 t de deslocamento, passou por importantes reparos o emprego de defensas especiais; o reforço estrutural e a
estruturais na Carreira II do Arsenal, onde havia sido instalação de olhal externo na proa do dique; e a imposição
construído 23 anos antes. de inclinação ao Dique Flutuante (trim) igual à inclinação da
carreira, o que minimizou os custos e possibilitou ao Arsenal
A manobra de encalhe na carreira inclinada por guincho
dispor de seus diques secos para a manutenção de outros
contratado foi planejada com soluções simples e criativas
meios no período em questão.
de engenharia, tais como a utilização do deslizamento
127
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
De forma a manter nossos navios e submarinos operativos A manutenção do submarino, construído no AMRJ,
e prontos para defender nossos mares e rios, períodos compreendeu uma série de inspeções, docagem, reparos
regulares de manutenção são necessários. Uma etapa vital estruturais, revisão de motores e rigorosa rotina de testes
da manutenção são os Períodos de Manutenção Geral, nos de aceitação finais. Após esse período, o Submarino “Tikuna”
quais a embarcação passa por ampla revisão de seus sistemas retornou ao setor operativo para cumprir suas missões.
e equipamentos. Exemplo desse trabalho foi o período de
manutenção do Submarino “Tikuna”.
128
Construções
durante conflitos
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – Construções durante conflitos
Na Guerra da Típlice Aliança, o papel do Arsenal de Marinha Na passagem de Humaitá (operação naval durante a
foi fundamental, na tarefa de modernizar e construir guerra, em que uma Força de seis monitores encouraçados
navios mais adequados ao teatro de operações, totalmente brasileiros forçou a passagem sob fogo da artilharia
diferentes dos navios a vela, a exemplo dos navios monitores, paraguaia da Fortaleza de Humaitá), somente um dos navios,
dotados de costados completamente recobertos com chapas dentre os que foram construídos no Arsenal de Marinha do
de ferro, artilharia montada em torres giratórias e movidos Rio de Janeiro, foi perdido.
tão somente por máquinas a vapor.
Ao longo da Guerra, foram incorporados um total de
Os monitores foram a mais avançada contribuição dos 17 navios encouraçados, sendo seis classificados como
operários, artífices e mestres construtores brasileiros para monitores: Encouraçados “Brasil”, “Tamandaré”, “Barroso”,
o esforço de guerra que o País empreendia a milhares de “Rio de Janeiro”, “Silvado”, “Bahia”, “Lima Barros”, “Herval”,
quilômetros a sudoeste do Rio de Janeiro, nos chacos e rios “Mariz e Barros”, “Colombo” e “Cabral”. E Monitores “Pará”,
do Paraguai. “Rio Grande”, “Alagoas”, “Piauí”, “Ceará” e “Santa Catarina”.
131
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
132
Capítulo 3 – Potencialidades do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro – Construções durante conflitos
Alguns fatos históricos estimularam o crescimento No período que precedeu a Segunda Guerra, foram construídos
do Arsenal ao longo dos séculos: a Campanha da diversos navios, com destaque para os seis Navios-Mineiros da
Independência, quando o Arsenal passou a desempenhar Classe “Carioca” (C1 a C6, respectivamente: “Carioca”, “Cananéia”,
papel fundamental, pois somente com uma Marinha de “Camocim”, “Cabedelo”, “Caravelas” e “Camaquã”), mais tarde
Guerra bem aparelhada seria possível manter a unidade transformados em Corvetas, por necessidade da Guerra.
nacional; a Guerra da Tríplice Aliança, já ressaltada neste
Um lamentável fato histórico que merece ser ressaltado é
texto; e a Segunda Guerra Mundial – quando tornou-se
que a “Camaquã”, em 21 de julho de 1944, regressando de
imperiosa a construção de navios mais complexos para a
uma missão de escolta de comboio, emborcou, devido ao
época, como os Monitores, Contratorpedeiros classes “M”
estado do mar, próximo a Recife, ocasião em que morreram
e “A” e Corvetas classe “C”.
33 tripulantes.
133
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Capítulo 134
4
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar –
A percepção
humana da
Construção
Naval Militar
135
Heróis do
Passado
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Heróis do Passado
137
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Almirante Joaquim
Marques Lisbôa
PATRONO DA MARINHA
Foi Inspetor do então Arsenal de Marinha da Corte, no
período de 24 de agosto de 1854 a 25 de maio de 1857.
138
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Heróis do Passado
O Contra-Almirante
(Engenheiro Naval)
João Cândido Brazil
Ao ser promovido a Guarda-Marinha em 29 de novembro
de 1865 foi designado para embarcar na Canhoneira-
Encouraçada “Barroso”. Nesse mesmo ano, seguiu para
a campanha da Guerra do Paraguai, onde permaneceu
durante quatro anos consecutivos, sendo um dos bravos
combatentes nas ações de Curupaiti, Humaitá, Timbó, Novo
Estabelecimento e Tebicuarí. Em 15 de junho de 1871, partiu
para a Europa, com o propósito de cursar Construção Naval
naquele Continente, após ter realizado as provas exigidas
para tal fim, tendo sido classificado em primeiro lugar.
Desembarca em Liverpool, em 27 do mesmo mês, seguindo
para Londres, onde se apresenta à Legação Imperial.
139
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Vice-Almirante Júlio
César de Noronha
Foi Inspetor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro no
período de 2 de dezembro de 1910 a 6 de julho de 1911. Em
1862, aos 17 anos, o Almirante Júlio de Noronha recebeu o
galão de Guarda-Marinha. Logo como 2º Tenente, teve o seu
batismo de fogo, tomando parte nas Campanhas do Uruguai
e Paraguai. Distinguiu-se, sempre, pela sua excepcional
conduta em combate, tendo sido ferido em 6 de dezembro
de 1864.
Em 1873, como Capitão-Tenente, publicou, no Rio de Janeiro,
o Compêndio de Hidrografia. A viagem de circum-navegação
que empreendeu, no comando da Corveta Vital de Oliveira,
com a turma de Guardas-Marinha de 1879, tornou-se modelo
de instrução.
Entre as numerosas missões desempenhadas em terra pelo
Almirante Júlio de Noronha, destacam-se a de Vice-Diretor
do Colégio Naval e a sua atuação como Inspetor do Arsenal
de Marinha do Rio de Janeiro.
Durante a carreira, estabeleceu o famoso Programa Naval
de 1904, que consistia na aquisição de três Encouraçados
de 12.500 a 13.000 toneladas de deslocamento; três
Cruzadores-Encouraçados de 9.200 a 9.700 toneladas;
seis Caça-Torpedeiros de 400 toneladas; seis Torpedeiras
de 150 toneladas; seis Torpedeiras de 50 toneladas; três
Submarinos; e um Vapor-Carvoeiro, capaz de carregar 6.000
toneladas de combustível. Após prolongada enfermidade,
veio a falecer, no Rio de Janeiro, em 11 de setembro de 1923.
Em sua homenagem, a Marinha batizou a Corveta “Júlio de
Noronha” com o seu nome.
140
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Heróis do Passado
Vice-Almirante
Pedro Max Fernando
de Frontin
O Almirante Frontin dirigiu o AMRJ no período de 21 de
novembro de 1922 a 4 de fevereiro de 1927.
141
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Vice-Almirante Jorge
do Paço Mattoso Maia
Foi Diretor Militar do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro,
no período de 9 de janeiro de 1953 a 22 de maio de 1956.
142
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Heróis do Passado
Contra-Almirante
Paulo Bosísio
Foi Diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, no
período de 22 de maio de 1956 a 14 de janeiro de 1958.
143
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Vice-Almirante
Ari dos Santos Rongel
Foi Diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro no
período de 14 de janeiro de 1958 a 9 de março de 1959.
144
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Heróis do Passado
Contra-Almirante
José Santos de
Saldanha da Gama
Foi Diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro no
período de 9 de março de 1959 a 14 de abril de 1961.
145
Escola Técnica
do Arsenal de
Marinha-ETAM
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Escola Técnica do Arsenal de Marinha-ETAM
A Escola Técnica do Arsenal de Marinha (ETAM) é a principal a formação de mão de obra qualificada para
Organização Militar de ensino responsável pela qualificação atender as necessidades de recursos humanos do Arsenal
profissional complementar na área da indústria naval. de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).
Localizada no Complexo Naval da Ilha das Cobras (CNIC), na
Ao longo da sua quase centenária trajetória, a ETAM
cidade do Rio de Janeiro, tem suas origens ligadas à história
incorporou vários cursos e escolas da MB, até então
do Arsenal de Marinha e à própria construção e reparo naval
independentes, como a Escola Técnico-Profissional
no Brasil.
Almirante Ferraz, criada em 27 de agosto de 1949; a Escola
Criada em 18 de agosto de 1923, de acordo com o Decreto Técnico-Profissional da Diretoria de Armamento, criada em
nº 16.127, a ETAM foi a primeira escola técnica profissional 1925; e a Escola Industrial Comandante Zenithilde Magno
criada na Marinha do Brasil (MB), tendo como propósito de Carvalho, criada em 1949.
147
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Após muitos anos de atividade, em 1992, a ETAM foi firmado o convênio nº 013/99 PROEP (Programa de Reforma
desativada, uma vez que a Lei nº 8.112/90, que instituiu o da Educação Profissional), entre o Ministério da Educação
“Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da e o Ministério da Marinha.
União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais”, Em 4 de março de 2002, a ETAM foi reativada em novas
impedia o aproveitamento dos alunos formados na ETAM instalações e com infraestrutura própria, oferecendo cursos
como servidores do AMRJ. nas áreas de Estruturas Navais, Eletrotécnica, Mecânica e
Todavia, em 1997, o AMRJ, que avançava nos projetos de Eletrônica, com subsequente contratação dos técnicos
construção de novos meios navais, viu-se frente a um dilema: formados pela Empresa Gerencial de Projetos Navais
necessitava de recursos humanos qualificados, mas não (EMGEPRON). Até aquele momento, a ETAM era um setor
do Arsenal de Marinha, mas, em 7 de dezembro de 2020,
existiam escolas que formassem esses profissionais.
por meio da Portaria n° 261/MD/2020, foi transformada em
Tal constatação levou à conclusão de que seria oportuno Organização Militar (OM) subordinada à Diretoria Industrial
reativar a ETAM. Com esse fim, em 28 de maio de 1999, foi da Marinha (DIM), preservando o seu histórico nome.
148
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Escola Técnica do Arsenal de Marinha-ETAM
Como Organização Militar, a Escola conta, em sua Industrial ( Hidráulica, Pneumática, Alinhamento de
infraestrutura, com três andares, 2.890 metros quadrados, Máquinas Rotativas, Lubrificação, Instalação e Manutenção
oito Salas de Aula, dez Laboratórios (Eletrotécnica, Oficina da Aparelhos de Refrigeração SPLIT e Mecânica de
de Mecânica, Eletrônica, Simulador de Solda, Simulador Refrigeração); Eletrotécnica Industrial (Montador da Painéis
de Instalação do Aparelho de Ar-condicionado SPLIT, Elétricos, Controladores Lógicos Programáveis, Eletricista de
Refrigeração, Laboratório de EaD, Automação, Hidráulica/ Manutenção Industrial e Inversores de Frequência); Desenho
Pneumática e Impressora 3D) e um Auditório, que comporta Industrial (Desenho Industrial utilizando AutoCad 2D e
cerca de 100 pessoas. Desenho Industrial utilizando AutoCad 3D); e Metalurgia
Os 18 Cursos Expeditos do Programa Geral de Instrução (Processo de Soldagem com Eletrodo Revestido, Processo
(PGI) da ETAM foram homologados pela Diretoria de Ensino de Soldagem TIG, Processo de Soldagem MIG, Processo
da Marinha (DEnsM), com carga horária de 60 horas. São de Soldagem MAG, Processo de Soldagem Oxiacetileno e
realizados em quatro áreas de conhecimento: Mecânica Corrosão, Pintura Industrial e Proteção Catódica).
149
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Além dos Cursos Expeditos, a ETAM também administra A fim de ampliar as oportunidades de instrução, a Diretoria
os cursos vinculados ao Quadro Técnico Industrial Industrial da Marinha (DIM), por intermédio da ETAM,
de Praças (QTIP), que são voltados para suplementar celebrou a assinatura de um Acordo de Cooperação
a qualificação técnico-profissional de Praças para o Técnica com o Serviço Nacional de Aprendizagem
desempenho de atividades industriais nas Organizações Industrial do Rio de Janeiro (SENAI), cuja finalidade
Militares Prestadoras de Serviços Industriais (OMPS-I) e nas é aprimorar o conhecimento técnico de militares de
Organizações Militares que executam tais atividades, nas carreira e temporários, por meio do oferecimento de vagas
funções inerentes às especialidades de Estruturas Navais, presenciais em cursos profissionalizantes do SENAI de
Eletrotécnica, Eletrônica, Mecânica, Metalurgia e Motores. interesse da Marinha.
150
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Escola Técnica do Arsenal de Marinha-ETAM
151
A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
152
CAPÍTULO Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Escola Técnica do Arsenal de Marinha-ETAM
153
Transformando
o Presente
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Transformando o Presente
155
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
156
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Transformando o Presente
“Quando eu cheguei na
Antártica, olhei para o céu,
chorei, agradeci a Deus,
e disse: - Eu consegui!”
Servidora Jane de Souza Xavier
Registra, ainda, que durante este tempo de serviço passou Mas afirma que o que vem em sua mente como o seu momento
por momentos marcantes, como quando entrou em um navio mais marcante, foi a oportunidade de conhecer a Antártica
pela primeira vez e quando acompanhou o lançamento, ao e lá permanecer por dois meses, sendo a primeira Servidora
mar, o Navio-Escola "Brasil", o primeiro que trabalhou desde Civil do AMRJ a compor tal missão. Diz que se sentiu realizada
o início. e que chorou e agradeceu a Deus pela conquista.
157
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Rubens tem marcado em sua memória o primeiro navio em Ressaltou que gostaria que houvesse uma maior renovação
que trabalhou, o Navio Balizador Comandante "Varella". do efetivo, a fim de proporcionar uma perfeita recomposição
Ressaltou que em certo final de semana prolongado por conta das equipes e enalteceu o profissionalismo dos que ali
de um feriado, no qual os estagiários eram dispensados, passaram e dos que ali estão.
158
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Transformando o Presente
159
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
E ao ver o navio voltar a navegar, emocionou-se e viu ali a Assim, em um apelo aos que ora iniciam a carreira no Arsenal.
engenharia se tornar viva diante dos seus olhos. Pede: – Não deixe este espírito do Arsenal ir embora.
160
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Transformando o Presente
O AMRJ tem personagens marcantes em praticamente todos Relembra muitos momentos importantes durante a sua
os setores, seja no administrativo, seja no industrial, e em carreira, mas destaca a fase em que trabalhou na construção
cada história se revelam detalhes fascinantes sobre cada de submarinos. Algo totalmente novo para ela que nem
servidor, seja militar ou civil. sequer havia entrado em um navio de guerra antes. “Sinto-
me orgulhosa por cada etapa que participo na construção
Este é o caso da Servidora Civil Josélia de Oliveira Ribeiro da
do navio”, afirma.
Silva, que trabalha no Arsenal há 34 anos e fala com orgulho
que pertenceu à terceira turma da ETAM. Josélia deixa como recado para as mais jovens que não deixem
de sonhar e continuem investindo nos seus sonhos. E afirma
Ela tem uma avaliação interessante sobre o Arsenal. Faz um
que o que define o sucesso do Arsenal é o trabalho em equipe.
paralelo entre a construção de um navio ou submarino no
AMRJ e uma mulher em estado de gestão. Diz que o Arsenal é Relembrou o momento no qual encontrou o Comandante
como uma mãe que gera o filho, que seriam os navios; cuida da Marinha, em uma visita à obra do Navio-Patrulha
dele ainda no período de incubação nas oficinas, diques ou "Maracanã", e, ao apertar sua mão, se sentiu por demais
carreiras; até que chega o momento do nascimento, que seria importante ao saber que o Almirante estudou na mesma
o batismo do navio. Escola Técnica que ela.
161
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
162
Capítulo 4 – A percepção humana da Construção Naval Militar – Transformando o Presente
163
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Capítulo 164
5
Capítulo 5 – Construções em Andamento –
Construções
em Andamento
165
Inspirando
o Futuro
Capítulo 5 – Construções em Andamento – Programa Fragatas “Classe Tamandaré”
A Marinha do Brasil conduz o Programa Fragatas “Classe Itajaí/SC. No local, foi apresentado o mockup do navio, que é
Tamandaré” desde 2017, com o objetivo de promover a um compartimento da Fragata “Classe Tamandaré”. Trata-se
renovação da Esquadra com quatro navios modernos, de de uma reprodução em dimensões reais da seção de uma das
alta complexidade tecnológica, construídos no país. praças de máquinas do navio. Os navios serão empregados
na patrulha das Águas Jurisdicionais Brasileiras, com ênfase
O início do processo de construção dos quatro navios de
na fiscalização e na proteção das atividades econômicas,
guerra foi marcado por uma cerimônia realizada no dia 21
principalmente a petrolífera e a pesqueira.
de junho de 2022, na Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, em
167
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Dois mil empregos diretos e 6 mil indiretos devem ser de Defesa, por ser de alta tecnologia, traz não só empregos,
gerados no auge da produção dos navios. Sobre isso, o mas empregos de qualidade, paga mais impostos, pessoal
Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, Comandante mais qualificado e isso é muito bom não só para a Marinha,
da Marinha, reforçou, durante a cerimônia, que “a Indústria mas para o Brasil todo”.
168
Capítulo 5 – Construções em Andamento – Projeto dos Navios-Patrulha de 500 toneladas
A retomada da construção no Arsenal ocorreu no ano de 2019 Os Navios-Patrulha “Maracanã” e “Mangaratiba” são o
e foi marcada pelos projetos dos Navios-Patrulha “Maracanã” terceiro e quarto navios da “Classe Macaé”, cujos meios
e “Mangaratiba”, de 500 toneladas e que, atualmente, estão têm como tarefa principal o patrulhamento das Águas
em fase final de construção. Os navios tiveram sua construção Jurisdicionais Brasileiras, atuando subordinados aos
iniciada no estaleiro civil Ilha S.A., sendo, posteriormente, Grupamentos de Patrulha dos diversos Distrito Navais
transferidos para o Arsenal de Marinha, em virtude da da MB, contribuindo também com atividades de busca e
descontinuidade das atividades do estaleiro. salvamento e segurança da navegação.
169
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
O Programa Antártico Brasileiro foi criado em janeiro de O AMRJ, desde o primeiro momento, participou na
1982 e, naquele mesmo ano, a Marinha do Brasil adquiriu, manutenção e modernização da Estação Antártica
junto à Dinamarca, um navio com características polares, Comandante Ferraz (EACF) com equipes de operários,
batizado como Navio de Apoio Oceanográfico Barão de técnicos, engenheiros e oficiais, suprindo as deficiências
Teffé. Em dezembro, o Navio partiu rumo a Antártica “com inerentes a inospitalidade da região. Também é o Arsenal
a tarefa básica de realizar um reconhecimento hidrográfico, que faz a manutenção dos navios antárticos, desde o Barão
oceanográfico e meteorológico de áreas do setor noroeste da de Teffé aos atuais Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel
Antártica e selecionar o local onde seria instalada a futura e Navio Polar Almirante Maximiano.
Estação Brasileira”.
170
Capítulo 5 – Construções em Andamento – Projeto do Navio de Apoio Antártico
O NApAnt será construído nas instalações do Estaleiro a construção, em território nacional, de um navio capaz de
Jurong-Aracruz (EJA), localizado no estado do Espírito Santo. operar no verão e outono do Continente Antártico e com
capacidade de navegar tanto na formação de gelo mais
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) receberá, até
recente quanto nas placas mais antigas, que possuem maior
2025, um novo navio em apoio às operações na Antártica.
resistência.
O Navio de Apoio Antártico (NApAnt) foi projetado com
dimensões de 93,9 metros de comprimento, 18,5 metros Durante o período de construção do navio, a previsão
de largura, calado de seis metros e autonomia para 70 dias. é de geração de 500 a 600 empregos diretos e 6.000
Com propulsão diesel-elétrica, o navio terá uma tripulação indiretos, fomentando a indústria naval brasileira e a base
de 95 pessoas, incluindo 26 pesquisadores. O contrato prevê tecnológica nacional.
171
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Entre os benefícios esperados com a aquisição do novo navio, uso de sistemas de navegação e de controles sofisticados;
estão a redução do tempo necessário para o reabastecimento e maior apoio às atividades de pesquisa, com capacidade
da EACF; maior segurança na aproximação do navio com de lançamento de acampamentos, possibilitando,
a praia para desembarque de material e de pessoal; maior assim, a ampliação da área passível de ser visitada pelos
capacidade de carga e manobra; maior segurança, com o pesquisadores, incluindo as regiões oceânicas e terrestres.
172
Capítulo 5 – Construções em Andamento – Navio de Assistência Hospitalar “Anna Nery”
173
A CONSTRUÇÃO MILITAR NAVAL NO BRASIL: PASSADO DE GLÓRIAS. FUTURO DE VITÓRIAS
EMGEPRON: 40 anos
de história em Projetos
A criação da Empresa de Gerencial
de Projetos Navais (EMGEPRON) é
resultante de uma iniciativa visionária da
Marinha do Brasil (MB), quando pouco se
falava no país em gestão de projetos.
Com o recebimento das Fragatas Classe “Niterói” pelo setor
operativo da MB, ao longo da década de 1970, o país passava a
exercer um papel mais efetivo na Guerra Naval moderna, com
modernos sistemas de armas, novos sensores navais e mais
tecnologia embarcada em seus navios, razão pela qual a Marinha
decidiu pela criação de uma estrutura responsável por promover
a Indústria Naval Brasileira; gerenciar projetos integrantes de
programas aprovados pelo Comando da Marinha; e promover
e executar atividades vinculadas à obtenção e manutenção de
material militar naval. Assim, nascia a EMGEPRON.
174
CAPÍTULO Capítulo 5 – Construções em Andamento – Navio de Assistência Hospitalar “Anna Nery”
175
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Capítulo 176
6
Capítulo 6 – Perspectivas para a Construção Naval Brasileira –
Perspectivas para
a Construção
Naval Brasileira
177
Estratégia
para o Futuro
Capítulo 6 – Perspectivas para a Construção Naval Brasileira – Estratégia para o Futuro
179
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Dessa forma, o marco do bicentenário da Marinha do Brasil, Esse ponto de chegada vislumbrado seria a efetivação da
momento de celebração, mas também de reflexão, apresenta capacidade do Brasil em projetar e construir navios de
a clara necessidade de superação desse ciclo de altos e baixos, superfície da mais alta complexidade, com nível de excelência
cujo primeiro passo deve ser o estabelecimento de uma que em nada devesse ao alcançado por outras potências
visão de futuro para a construção naval militar brasileira, navais, à semelhança do que já se está fazendo em relação
que inspire um planejamento estratégico de longo prazo ao domínio autóctone da propulsão nucelar e da capacidade
baseado no atendimento às condicionantes de perenidade, de projetar e construir submarinos com esse restrito tipo de
evolução contínua e domínio nacional. tecnologia, que deve se materializar, ainda na próxima década,
com a entrada em operação do Submarino “Álvaro Alberto”.
180
Capítulo 6 – Perspectivas para a Construção Naval Brasileira – Estratégia para o Futuro
Logicamente, esse plano deve incluir a busca constante Com efeito, a base legal que orienta as ações da
pela previsibilidade e suficiência orçamentária, que, em Defesa Nacional, consubstanciada na Política Nacional de
grande parte, depende do fomento à mentalidade marítima Defesa (PND) e na Estratégia Nacional de Defasa (END) –
da sociedade brasileira e do trabalho de sensibilização cujos conteúdos são chancelados pelo Congresso Nacional,
dos tomadores de decisão quanto à importância do mar que é também a instituição responsável pela aprovação
para a soberania e segurança ambiental e econômica da das leis orçamentárias – sinalizam o caminho a seguir
Nação brasileira, sendo a Amazônia Azul um valioso ativo na concretização de uma visão de futuro que faça jus aos
estratégico, que, portanto, deve estar bem protegido por uma melhores momentos vividos pela construção naval militar
Marinha equipada e aprestada. brasileira.
181
A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Um dos objetivos nacionais estabelecidos na PND é promover A END também dispõe que a Marinha do Brasil deverá se
a autonomia produtiva e tecnológica na área de defesa. estruturar, por etapas, como uma Força balanceada entre
Para sua consecução, a END em vigor lista ações como o os componentes de superfície, submarino, anfíbio e aéreo,
estabelecimento de planos de carga para atendimento do dotada de alto grau de mobilidade, permitindo o aumento
Plano de Articulação e de Equipamento de Defesa – PAED e na flexibilidade com que se persegue o objetivo prioritário
para sustentação da Base Industrial de Defesa; o aumento de da estratégia de segurança marítima: a dissuasão contra
conteúdo local nos produtos da Base Industrial de Defesa; e qualquer concentração de forças hostis nas águas de
o estímulo à obtenção de compensação comercial, industrial interesse nacional.
e tecnológica nas aquisições do exterior.
182
Capítulo 6 – Perspectivas para a Construção Naval Brasileira – Estratégia para o Futuro
No que tange à componente de superfície, a END preconiza navais hostis, o que demanda meios navais mais caros e
que a Força Naval deve dispor tanto de navios de grande sofisticados, a intensificação das ocorrências de atos ilícitos
porte, capazes de operar e de permanecer por longo tempo no mar, na forma de pirataria, tráfico de pessoas e de drogas,
em alto-mar, quanto de navios de menor porte, dedicados contrabando, pesca ilegal, crimes ambientais e outros,
a patrulhar o litoral e os principais rios brasileiros. Deverá também vislumbrada pela END, requer o incremento da
contar também com navios de apoio logístico móvel, presença estatal nos mares e nas vias navegáveis, de maneira
necessários ao provimento da mobilidade da força naval que a promoção da segurança marítima tão necessária
em áreas de interesse. Dentre os navios de grande porte, à soberania do Brasil e ao adequado aproveitamento
deverá ser dispensada especial atenção à obtenção de navios do potencial de sua economia azul passa a demandar a
de propósitos múltiplos e também de navios aeródromos. incorporação de mais navios-patrulha, tanto para operar em
áreas litorâneas e águas interiores, quanto para a vigilância
Além da sempre presente necessidade de se dispor de
de áreas oceânicas nos limites das águas jurisdicionais e da
uma Marinha com capacidade de dissuasão ante a forças
plataforma continental brasileira, em alto-mar.
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
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Capítulo 6 – Perspectivas para a Construção Naval Brasileira – Estratégia para o Futuro
A retomada gradual e sustentável da construção naval Por exemplo, em um período de 20 ou 30 anos, o Brasil
militar brasileira se insere perfeitamente nesse contexto, poderia ter em execução os projetos de construção de três
interseccionando as demandas de reequipamento da tipos de navios, começando por um navio-patrulha de menor
Marinha do Brasil com a necessidade de se conquistar capacidade, porém de menor custo de produção, manutenção
maior autonomia para o Brasil na obtenção de meios, e operação, permitindo a obtenção de uma maior quantidade
equipamentos e sistemas de Defesa. de unidades. Em seguida, seria iniciado o projeto de
A ausência, em curto prazo, de ameaças mais desafiadoras construção de um navio-patrulha de porte oceânico com
ao Brasil, como as representadas por eventuais nações de maior autonomia e capacidade de realizar operações aéreas
maior poderio naval militar, e a premência atual de ameaças e de controle de lanchas-patrulha rápidas. A última etapa
à segurança marítima, perpetradas por atores não estatais resultaria no projeto de construção de um navio-escolta
ou não militarizados, permite a implementação de um de baixa complexidade que seria o último degrau antes da
programa de construção naval militar cuja capacidade de execução de um novo plano para a concepção e construção
produzir meios mais complexos vá progredindo com o de navios da mais alta complexidade, a exemplo de um
passar do tempo, de maneira contínua e planejada. navio-aeródromo.
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A Construção Militar Naval no Brasil: Passado de Glórias. Futuro de Vitórias
Assim como ocorreu no decorrer do Projeto Nuclear da Essa é a visão e motivação que inspira a Alta Administração
Marinha, a velocidade dessa singradura pode variar em Naval no limiar do bicentenário da Marinha do Brasil e que,
decorrência de conjunturas econômicas mais (ou menos) certamente, deverá orientar, nos anos vindouros, os esforços
favoráveis, mas a derrota traçada precisa ser mantida do Corpo de Engenheiros da Marinha e de todos aqueles
inalterada até a chegada ao porto, sem retrocessos e com que possam contribuir para que a construção naval militar
máquinas sempre adiante. brasileira retorne ao seu apogeu e de lá não volte a sair.
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Capítulo 6 – Perspectivas para a Construção Naval Brasileira – Estratégia para o Futuro
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