Revista Villegagnon 2015 PDF
Revista Villegagnon 2015 PDF
Revista Villegagnon 2015 PDF
Cumpre destacar que o ano de 2015 é particularmente festivo para a Marinha do Brasil,
pois nele se comemora o sesquicentenário da vitória na Batalha Naval do Riachuelo. Tal fato
não poderia deixar de ser lembrado por nossa Revista. A capa desta edição é em homenagem
aos 150 anos da Batalha Naval do Riachuelo.
A décima edição inclui, pela primeira vez, alguns artigos oriundos dos trabalhos monográficos
dos Aspirantes do 4º ano, relativos à disciplina Metodologia de Pesquisa, iniciada em 2014 na
Escola Naval, e recomendados por seus docentes-orientadores.
Agradeço aos nossos fiéis patrocinadores e a todos que contribuíram para o sucesso desta
edição.
Boa leitura.
11
anual, produzida e editada pela Escola 150 anos de uma batalha que marcaria para sempre nossa história
Naval.
Arthur Janeiro Campos Nuñez - Aspirante
Comandante
C. Alte Marcelo Francisco Campos
Superintendente de Ensino
18 O ensino de História Naval na Escola Naval: uma atividade nobre e
experiência fascinante
William Carmo Cesar - Capitão-de-Mar-e-Guerra (Ref)
C. Alte (RM1) Dilermando Ribeiro Lima
27
Editor A Lei de Faraday: uma experiência do laboratório de física da Escola
CMG (RM1) Ricardo Tavares Verdolin Naval
Neide Gonçalves - Profa. Dra.
Conselho Editorial
Tânia Dargam - Profa. Dra.
CMG (RM1) Pedro G. dos Santos Filho
CMG (RM1-EN) João Batista L. Vieira
CMG (RM1-IM) Hércules Guimarães Honorato
Prof. Lourival José Passos Moreira
Profª. Drª. Ana Paula Araujo Silva
33 Uma carta de Villegagnon: ode ao Almirante Saldanha
Rafael Reis Cavalcanti - Aspirante
38
Profº. Mario Cesar da Silva Souza A filosofia e a vida militar
Álvaro Claro de Paiva Dias Negrão - Capitão-de-Fragata (MD)
Revisão:
CMG (RM1) Pedro G. dos Santos Filho
CMG(RM1-IM) Hércules Guimarães Honorato
Profª. Drª. Ana Paula Araujo Silva
Profº. Mario Cesar da Silva Souza
42 As campanhas submarinas alemã e norte-americana na Segunda
Guerra Mundial
Carlos Norberto Stumpf Bento - Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1)
51
Diagramação e Arte final: Anjos Azuis na Amazônia Verde: a importância da Marinha do Brasil
Felipe dos Santos Motta
(motta_18@hotmail.com)
para as populações ribeirinhas
Murilo Nogueira Rocha - Aspirante
Impressão: Victor Andrey Bragança de Almeida Xavier - Aspirante
WalPrint Gráfica e Editora
Agradecimentos:
CT Araújo Ferreira, Profª Márcia Malta,
55 Leitura em língua inglesa: visões e práticas de ontem e hoje
Eliane Albuquerque - Professora
1ª Ten (T) Daniel Azevedo, 1ª Ten (RM2-T)
Dayse Pita, 1ª Ten (RM2-T) Isabela,
2ª Ten(RM2-T) Erika Mussi,2ª Ten(RM-2)
Úrsula, Diretoria da SAPN,
61 O resgate histórico de um período da Escola Naval:
o Magistério Superior Militar Naval
Hercules Guimarães Honorato - Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1-IM)
Equipe de Relações Públicas da Escola Naval,
70
Praças do Centro Profissional Naval, Asp (IM)
O legado de Almirante Nelson para a Armada
Dutra Lima, Asp (IM) Rodrigo Moreira,
Asp Caio Oliveira, 2º SG (RM-1-CN) Eugênio, Vitor Curado Both - Aspirante
3ª SG -ET Werneck, FC Francisco, FC Baeta,
Fotógrafo Eduardo De Vito.
Contato:
78 O organograma do Encouraçado “São Paulo”
Pedro Gomes dos Santos Filho - Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1)
84
en-revvillegagnon@en.mar.mil.br Ética: a escolha da melhor opção
Os artigos enviados estão sujeitos a cortes e Paulo Roberto Ribeiro da Silva - Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1-FN)
modificações em sua forma, obedecendo a cri-
térios de nosso estilo editorial. Também estão
sujeitos às correções gramaticais, feitas pelos
revisores da revista.
92 Aeronaves remotamente pilotadas: emprego tático no teatro de
operações marítimo e na projeção de poder sobre terra
Christian Toshio Ito - Aspirante
As informações e opiniões emitidas são de
exclusiva responsabilidade de seus autores.
Não exprimem, necessariamente, informações,
opiniões ou pontos de vista oficiais da Marinha
do Brasil.
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
97 Programa Netuno na Escola Naval: a implantação da excelência em gestão em prol
do futuro da Marinha
Claudio Dantas Gervasoni - Capitão-de-Mar-e-Guerra (RM1-IM)
Arnaldo Fernandes de Almeida Junior - Guarda-Marinha (IM)
Nossa Capa:
Homenagem da Escola Naval aos 150 anos da Batalha
Naval do Riachuelo, representando o grande feito do
Almirante Barroso e a evolução do Poder Naval desde à
época da batalha até os dias atuais.
Autor da capa: Comandante Carlos Norberto Stumpf Bento.
PALAVRAS DO EDITOR
Parece que foi ontem quando demos início à primeira edição da Revista de
Villegagnon. Lembro-me de quando o Superintendente de Ensino (SE) da época,
Capitão-de-Mar-e-Guerra (Ref.) Aldo Raposo Neves, nos convidou para ser o Editor
da Revista. Lembro-me, também, das suas palavras sobre o antigo desejo de a Escola
Naval possuir uma revista acadêmica e as dificuldades em concretizar essa vontade.
Aceitamos o grande desafio e, de todo coração, podemos afirmar: foi uma decisão
acertada. Primeiramente, tínhamos que escolher um nome para a Revista, e quem deu
a ideia foi o próprio SE. Em seguida, escolhemos em cada Centro de Ensino as pessoas
que fariam parte do Conselho Editorial, que aceitaram de pronto. Cabe registrar que,
independentemente da sua composição, alterada ao longo do tempo, todos os membros
do Conselho sempre deram total apoio na escolha dos artigos e montagem das edições.
O passo seguinte era conseguir um ISSN, condição para a Revista ser considerada
uma revista acadêmica. Fomos à procura e a registramos em meio físico e digital no Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia (IBICT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Atualmente, todas as edições se encontram nos sites do Gabinete do Comandante da Marinha e da Escola Naval. A
Revista é enviada, em meio digital, para a maioria das turmas formadas no solo sagrado de Villegagnon. Além disso, a
Revista passou a fazer parte das Bibliotecas Integradas da Marinha (Rede BIM), o que permite divulgar as edições para
todas as bibliotecas da Marinha, do Exército, da Aeronáutica, do Ministério da Defesa e para todas as Universidades
participantes da Rede Pergamum. A primeira edição da Revista em inglês foi recentemente publicada.
Dez anos se passaram desde a primeira edição. O prestígio alcançado dentro e fora da Marinha provocou o aumento
significativo no número de artigos e fez com que a tiragem mais do que dobrasse. Isso só foi possível graças à motivação
de Docentes, Oficiais, Aspirantes e Praças que servem na Escola Naval.
Somos muito gratos a todos que permitiram que o sonho de dez anos atrás se tornasse realidade. Gostaríamos de registrar
agradecimentos especiais aos Comandantes da Escola Naval, Superintendentes de Ensino, membros do Conselho Editorial,
Professores, Instrutores, SAPN, Guardas-Marinha, Aspirantes, Funcionários Civis, Praças e nossos fiéis patrocinadores, que
muito contribuíram para que, nessa longa singradura, a Revista de Villegagnon sempre navegasse no rumo certo.
Muito obrigado.
Capitão-de-Mar-e-Guerra (Ref)
João Baptista Torrents Gomes Pereira2
Honrado pelo convite do Comandante desta Escola com todos os demais, que por motivos imperiosos ou
para proferir esta alocução, de pronto, aceitei-o, pois de saúde aqui não puderam comparecer.
o recebi, também, como uma homenagem, que parti- Para os ex-Combatentes da Marinha do Brasil e da
lho com todos os ex-Combatentes da Marinha, os que Marinha Mercante Brasileira, esta homenagem que a
já se foram e os aqui presentes, especialmente com os Escola Naval presta anualmente, já incorporada ao ca-
meus companheiros da Turma Beauclair, EN 1943, e lendário do Corpo de Aspirantes, merece o mais auspi-
cioso reconhecimento, pela demonstração explícita de
2 O Comandante João Batista (EN 1943) é submarinista especializa- que seus feitos e sacrifícios não foram esquecidos pelas
do no Brasil e nos Estados Unidos. Participou da Segunda Guerra
Mundial embarcado em contratorpedeiros e no submarino “Hu- gerações que os sucederam. Em nome de todos eles, o
maitá”, em missões de Patrulhamento de Guerra. Pelos serviços nosso profundo agradecimento, Sr. Almirante.
prestados, recebeu a Medalha de Serviços de Guerra da Marinha e
a Medalha da Vitória do Ministério da Defesa. Durante os 30 anos Infelizmente, levados a uma guerra que nunca dese-
de serviço na MB, serviu em diversos navios e OMs de terra, tendo jamos e para a qual não estávamos preparados, ao seu
exercido o cargo de Comandante do Submarino “Bahia”, Coman-
final, em 2 de setembro de 1945, com a rendição incon-
dante do Corpo de Aspirantes da Escola Naval e Comandante do
Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão. dicional do JAPÃO, tivemos a lamentar a perda de 1.457
Recebeu elogios e prêmios pecuniários pela cessão dos seus direitos mortos no mar, dos quais 502 de militares do Exército e
de propriedade e de uso de inventos de sua autoria como o Cal-
culador de Ângulo de Lançamento para Torpedos, Calculador de
civis, 469 da Marinha Mercante e de 486 da Marinha de
Salva Divergente para Torpedos e Simulador de Propulsão para Guerra, além de trinta e quatro navios mercantes e três
Submarinos. Dentre as diversas condecorações que possui desta- navios de guerra: a Corveta “Camaquã”, o Navio Auxi-
cam-se: Medalha de Operações da OEA; Medalha Humanitária de
Ouro por Bravura em Salvamento de Vidas no Mar, do Ministério liar “Vital de Oliveira” e o Cruzador “Bahia”.
da Justiça; Medalha da Legião do Mérito do Exército dos Estados Nos tristes eventos ocorridos, foram incontáveis os
Unidos; Ordem do Mérito Naval; e Ordem do Mérito Militar. O
Comandante é Bacharel em Direito e em Administração, títulos episódios de bravura, desprendimento e heroísmo pra-
que o habilitaram a exercer diversas atividades no meio civil. ticados pelos homens do mar da nossa Marinha Mer-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, Douglas de Souza Jr. A Batalha Naval do Riachuelo. 2007. Disponível em:<http://www.hmmb.com.
br/artigo0407.html >. Acessado em: 16 out. 2015.
ANTUNES, Euzébio José. Memórias das Campanhas contra o Estado Oriental do Uruguai e a República do
Paraguai, Serviço de Documentação da Marinha, Rio de Janeiro, 2007.
BETHELL, Leslie et al. Guerra do Paraguai: 130 anos depois. Rio de Janeiro: Ed. Relume Dumará, 1994.
BITTENCOURT, Armando de Senna et al. Guerra no Mar: Batalhas e campanhas navais que mudaram a
História. p. 253-300. Rio de Janeiro: Record, 2009.
CESAR, William Carmo. Uma história das Guerras Navais: o desenvolvimento tecnológico das belonaves e o
emprego do Poder Naval ao longo dos tempos. Rio de Janeiro: FEMAR, 2013.
DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São
Paulo: Companhia das Letras, 2002.
______. Guerra do Paraguai. In: MAGNOLI, Demétrio (Org). História das guerras. 3 ed. São Paulo: Contexto,
2006. p.253-286.
MAESTRI, Mário. A Guerra contra o Paraguai: História e Historiografia: da instauração à restauração his-
toriográfica. [1871-2002]. Revista Espaço Acadêmico. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.
br/091/91maestri.pdf>. Acessado em: 31 out. 2015.
“A Escola Naval brasileira prepara a moci- combate – são, de um modo geral, calcadas nas expe-
dade para a luta no mar!” riências das guerras passadas.
(Sentinela dos Mares – Hino da EN) Esse método indireto de ensino, que demanda di-
versificados estudos, ensaios e simulações de batalhas,
torna-se inevitável e usual em países de tradições pací-
O APRENDIZADO MILITAR E A HISTÓRIA
ficas, como o Brasil, onde os conflitos armados são ra-
As lições fundamentais necessárias ao aprendizado ros assim como reduzidas as oportunidades da prática
e ao treinamento das tarefas inerentes aos profissionais real da arte da guerra em campos de batalha.
das forças armadas – a arte da guerra e a condução do
É na História, a mestra da vida, portanto, que ire-
1 Instrutor e coordenador de História Naval (HNV) na EN desde mos nos deparar com a tradicional fonte de suprimento
1998 e autor do livro Uma História das Guerras Navais, o de- de dados e informações, indispensável ao aprendizado
senvolvimento tecnológico das belonaves e o emprego do poder
naval ao longo dos tempos. Doutor em Ciências Navais pela Es- militar e, também, importante subsídio para a forma-
cola de Guerra Naval (EGN). ção humanística do cidadão, especialmente daqueles
Aula 1.1
Objetivos: Descrever o fenômeno da guerra e identificar elementos (ou partes) e princípios de guerra.
Conteúdo: O fenômeno da guerra. Guerra total, guerra global e guerra limitada. Guerra convencional e guer-
ra assimétrica. Partes da guerra: estratégia, tática e logística. Princípios de guerra.
Aula 1.2
Objetivos: Identificar os principais elementos do poder marítimo e da guerra naval.
Conteúdo: Poder marítimo e poder naval. Domínio do mar. Áreas focais e áreas críticas. Concepções estra-
tégicas navais clássicas. Tipos de operações navais. Efeitos básicos.
Aula 1.3
Objetivos: Identificar os principais pensadores da guerra e da estratégia naval.
Conteúdo: Principais pensadores sobre a guerra. Os grandes estrategistas da guerra naval.
Aula 2.1
Objetivos: Identificar as nações que disputaram o uso do mar.
Conteúdo: As nações marítimas e a disputa pelo domínio do mar. Os cenários geoestratégico-navais.
Aula 2.2
Objetivos: Descrever os tipos básicos de navios, armamentos e táticas navais. Descrever as características
gerais da guerra naval.
Conteúdo: O desenvolvimento do navio de guerra, de seu armamento a das táticas navais desde a antiguidade
até o século XVIII. A evolução das operações anfíbias. O emprego estratégico do poder naval. Características da
guerra naval no período.
Aula 2.3
Objetivos: Analisar operações navais típicas.
Conteúdo: Emprego do poder naval nas seguintes guerras: Greco-Pérsicas (492-480 a.C.); Púnicas (264 - 146
a.C.); Anglo-Espanhola (1588); Anglo-Holandesas (1652-64); dos Sete Anos (1756-63); da Revolução Francesa
e do Império Napoleônico (1789-1815).
Aula 3.1
Objetivos: Identificar as nações que disputaram o uso do mar.
Conteúdo: As nações marítimas e a disputa pelo domínio do mar. Os cenários geoestratégico-navais.
Aula 3.2
Objetivos: Descrever os tipos básicos de navios, armamentos e táticas navais. Descrever as características
gerais da guerra naval.
Aula 4.1
Objetivos: Descrever a defesa do território brasileiro e a ação das forças navais no período colonial.
Conteúdo: Portugal, o descobrimento e a ocupação. As invasões francesas: a França Antártica, Villegagnon,
Estácio de Sá, a fundação do Rio de Janeiro e a expulsão dos franceses; a França Equinocial, Jerônimo Gonçalves,
o combate de Guaxenduba e a capitulação francesa. As invasões holandesas, a tentativa na Bahia, a ocupação
do Nordeste, a Jornada dos Vassalos, a batalha naval de Abrolhos, a expansão holandesa, o bloqueio naval de
Recife e a rendição holandesa.
Aula 4.2
Objetivos: Descrever a formação da Marinha Imperial.
Conteúdo: Portugal, as guerras napoleônicas e a transferência da Corte para o Brasil. A independência e a
formação da Marinha Imperial Brasileira.
Aula 4.3
Objetivos: Descrever aspectos do desenvolvimento da Marinha e analisar as primeiras operações navais bra-
sileiras.
Conteúdo: Evolução do poder naval brasileiro até 1914: organização das forças navais, aspectos da constru-
ção naval. Emprego do poder naval nas seguintes guerras: Independência (1822-24); Cisplatina (1825-28); do
Uruguai (1864); do Paraguai (1864-70); Revolta da Armada (1894-95).
Aula 5.1
Objetivos: Descrever os aspectos gerais da guerra e as estratégias navais dos oponentes.
Conteúdo: Evolução da situação política e militar. As alianças e a formação do quadro geoestratégico. Os
teatros de operações terrestres e navais. As concepções estratégicas navais dos oponentes.
Aula 5.2
Objetivos: Descrever aspectos gerais do emprego do poder naval e identificar navios, armamentos e táticas
empregadas.
Conteúdo: Os teatros de operações navais. Tipos de operações navais. Desenvolvimento e emprego de meios
navais e seus armamentos. Novas tecnologias e táticas navais.
Aula 5.3
Objetivos: Analisar operações navais típicas.
Conteúdo: Emprego do poder naval nas seguintes ações: Campanha dos Dardanelos (1915); Batalha da Ju-
tlândia (1916); e Campanha Submarina (1914-18).
Aula 5.4
Objetivos: Descrever aspectos gerais da corrida armamentista entre 1919 e 1939.
Aula 6.1
Objetivos: Descrever aspectos gerais da guerra e as estratégias gerais dos oponentes.
Conteúdo: Evolução da situação política e militar. As alianças e a formação do quadro geoestratégico. Os
teatros de operações terrestres e navais: o Atlântico, o Mediterrâneo e o Pacífico. As concepções estratégicas
navais dos oponentes.
Aula 6.2
Objetivos: Descrever aspectos gerais do emprego do poder naval e identificar navios, armamentos e táticas
empregadas.
Conteúdo: Tipos de operações navais. Desenvolvimento e emprego de meios navais, aeronavais e seus arma-
mentos. Novas tecnologias e táticas navais.
Aula 6.3
Objetivos: Analisar operações navais típicas.
Conteúdo: Emprego do poder naval nas seguintes ações: Batalha do Atlântico (1939-45); Ataque a Tarento
(1940); Batalha de Matapã (1941); Campanha do Pacífico (1941-45): Pearl Harbor, Mar de Coral, Midway, Mar
das Filipinas e Golfo de Leyte; Desembarque na Normandia.
Aula 6.4
Objetivos: Descrever a participação do Brasil nas duas guerras mundiais.
Conteúdo: O Brasil na IGM: a DNOG. O Brasil e a IIGM: a participação da Marinha, da Força Expedicio-
nária Brasileira (FEB) e da Aviação na Itália.
Aula 7.1
Objetivos: Identificar as novas dimensões estratégicas do poder naval.
Conteúdo: A situação geopolítica e estratégica do mundo contemporâneo pós-segunda guerra. O poder naval
na guerra fria e no mundo globalizado pós-guerra fria.
Aula 7.2
Objetivos: Descrever aspectos gerais do emprego do poder naval e identificar meios navais e aeronavais, sis-
temas de armas, táticas e estratégias empregadas.
Conteúdo: A revolução tecnológica, as armas nucleares e o poder naval. A propulsão nuclear. Os meios flu-
tuantes como plataformas lançadoras de armas modernas. Mísseis, aeronaves especiais e helicópteros na guerra
naval.
Aula 7.3
Objetivos: Analisar operações navais típicas.
Conteúdo: Emprego do poder naval nas seguintes guerras: Coréia (1950-53), Vietnã (1961-73), Falklands/
Malvinas (1982).
Aula 7.4
Objetivos: Descrever aspectos gerais do poder naval brasileiro no pós-guerra.
Conteúdo: A evolução do poder naval brasileiro. O reaparelhamento das forças: a aquisição de meios navais
e aeronavais, a construção naval.
CONCLUSÃO
Experimentos envolvendo a Lei de Faraday-Lenz,
na sua grande maioria, são demonstrativos, permitin-
do ao Aspirante somente uma visualização do fenôme-
no, que não lhe permite uma verificação quantitativa.
Neste trabalho, desenvolvemos um experimento
quantitativo sobre a Lei de Faraday-Lenz, em que os
resultados obtidos exigem do Aspirante, na disciplina
básica de física, que sejam feitas análises baseadas nos
Figura 5 - Esquema para a medida do campo magnético médio
conceitos envolvidos na indução magnética, tais como,
Fonte: Foto do Equipamento do Laboratório de Física EN. o fluxo de um campo magnético e sua taxa de varia-
ção, indução de uma tensão em uma bobina devido à
Certos cuidados são tomados nas medidas, tais passagem de um ímã através dela, estimativa do valor
como, descobrir a posição do sensor dentro do smar- médio do campo magnético em uma região do espaço
tphone a fim de medir corretamente a distância entre (interior da bobina) etc.
o ímã e o magnetômetro e também na “calibração” do Na aplicação deste experimento em aula prática
magnetômetro, para compensar o campo magnético no laboratório didático de física da Escola Naval, que
terrestre e a influência de objetos magnéticos próxi- foi realizada após o formalismo matemático da Lei
mos (VIEIRA, 2013). Na figura 5, temos a foto da tela de Faraday, verificamos, como resultado, um maior
do aplicativo MagnetMeter, que foi utilizado para ler domínio, por parte do Aspirante, sobre os conceitos
envolvidos na indução magnética, conceitos esses que
fogem ao senso comum das pessoas.
A inserção de novas tecnologias no ensino de física,
tais como, a coleta de dados informatizada com o uso
de sensores ligados a computadores por meio de inter-
faces e o uso de smartphones e tablets com seus apli-
cativos, inegavelmente se tornaram um atrativo para
as aulas de laboratório de física, despertando, assim,
um maior envolvimento dos Aspirantes e, consequen-
temente, um maior domínio dos conceitos envolvidos
nas respectivas aulas. Sem dúvida, a coleta de dados
informatizada se mostra de grande valia, liberando o
Aspirante do trabalho braçal de anotar os resultados,
Figura 6 - Medidas do magnetômetro permitindo, assim, que ele se concentre no entendi-
Fonte: Laboratório de Física EN. mento do conceito físico envolvido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Estatuto dos Militares. Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980.
COSTA, Dídio. Saldanha: Almirante L. Ph. Saldanha da Gama. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da
Marinha, 1944.
ESCOLA NAVAL. Nossa Voga. Publicação destinada aos novos Aspirantes da Escola Naval. Rio de Janeiro, 2009.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EDWARDS, P. The Encyclopedia Of Philosophy. London: Macmillan, 1967.
COPLESTON, F. A History of Philosophy. New York: Doubleday, 1947.
INWOOD, B. The Stoics. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
HISSLER, S. Das Militar in der Postmoderne: Elemente des Wandels. Berlin: Grin, 2001.
MIGNOT, B. Il etait une fois des Militaires: Chronique d’une Mutation. Paris: L’Harmattan, 2009.
SHERMAN, N. Stoic Warriors: The Ancient Philosophy Behind The Military Mind. New York: Oxford Uni-
versity Press, 2005.
Decorridos 70 anos do final da Segunda Guerra tendência de uma guerra que, apesar de considerada ine-
Mundial (2ª GM), ainda desperta muito fascínio re- vitável pela Alemanha Nazista, era prevista para algo em
visitar alguns aspectos da guerra no mar conduzida torno de 1948 e possuindo uma esquadra ainda inferior à
naquele período. O presente artigo pretende abordar a britânica, os alemães voltaram a empregá-la nos mesmos
importância do emprego da arma submarina e da ma- moldes da Primeira Guerra Mundial (1ª GM), como uma
rinha mercante no preparo e emprego das marinhas, “esquadra em potência”, exercendo o comando do Mar
a qual parecia relegada a segundo plano no período Báltico, onde contava com o apoio da Força Aérea Alemã
entre guerras, mas os fatos ocorridos após a invasão (Luftwaffe). Tal concepção permitia fixar uma grande par-
alemã da Polônia e o ataque japonês a Pearl Harbour cela das forças navais britânicas, efetuando eventuais ações
vieram a alterar drasticamente tal concepção. de desgaste contra elas e impedindo-as de atuar em outros
teatros. Como a geopolítica não favoreceu o desenvolvi-
ESTRATÉGIAS NAVAIS NO INÍCIO DO CONFLITO mento marítimo da Alemanha e a sua Marinha não teve
tempo de preparar adequadamente a sua esquadra, como
No Atlântico, a estratégia naval alemã consistia em cor-
força naval mais fraca, adotou novamente a guerra de cor-
tar as Linhas de Comunicações Marítimas (LCM) britâni-
so, empregando corsários de superfície (que obrigavam os
cas com as suas fontes de suprimentos e matérias-primas
britânicos a distribuir seus meios navais pelos sete mares)
até a exaustão de suas forças. Em 1939, com a ruptura da
e, principalmente, submarinos no ataque ao Tráfego Marí-
1 Doutor em Ciências Navais pela Escola de Guerra Naval. timo (TM) britânico.
contra a esquadra oponente para se obter o “domínio do meio de ações de desgaste. Sua teoria, que já havia sido
mar”, Julian Corbett14 enfatizava a necessidade de apro- respaldada durante a 1a GM, foi consagrada na 2ª GM.
veitamento da característica de mobilidade das forças Os EUA só conseguiram o domínio do mar no Pa-
navais, que permitiria a sua concentração no momento e cífico, no sentido mahaniano, após as vitórias no Mar
local adequados. Também considerava que o objetivo da das Filipinas e no Golfo de Leyte (ver Infográfico [f]),
guerra naval, direta ou indiretamente, é obter o “domínio por meio de “batalha decisiva”, onde a esquadra ini-
do mar” ou evitar que o inimigo o faça, com a diferença miga foi eliminada. Na Batalha do Mar das Filipinas,
que tal domínio poderia compreender diferentes graus: três dos cinco porta-aviões da marinha japonesa fo-
total ou parcial, permanente ou temporário, e “domínio ram afundados, sendo dois por submarinos. A partir
em disputa”. O domínio só seria absoluto se o poder de então, os submarinos norte-americanos passaram a
naval inimigo fosse destruído em uma batalha decisiva, atacar o TM japonês sem nenhuma oposição.
o que era raro. Caso houvesse superioridade de um dos
Os aliados obtiveram controle permanente do mar
oponentes, este deveria buscar o domínio procurando a
no Atlântico, já em um sentido corbettiano, por não ter
decisão pela batalha ou estabelecendo o bloqueio, visan-
ocorrido a “batalha decisiva” contra a “esquadra em po-
do à rendição pela carência dos materiais necessários à
tência” alemã, somente após o domínio sobre os U-Boats.
sobrevivência do povo e ao esforço de guerra. Não ha-
vendo superioridade, Corbett preconizava ações defensi-
vas, como emprego da “esquadra em potência”, ou por A GUERRA DE CORSO
Os submarinos norte-americanos atacaram com-
14 Julian Stafford Corbett (1854 - 1922). Proeminente historiador
boios empregados ineditamente numa guerra, portado-
naval britânico e geoestrategista do final do século XIX e início
do século XX, cujas obras ajudaram a moldar as reformas da res das deficiências já citadas anteriormente. Atacaram
Marinha Real Britânica da época. Uma de suas obras mais famo- um país que não percebeu a tempo a importância do desen-
sas - “Alguns princípios de Estratégia Marítima”, continua a ser
um clássico entre os estudantes de guerra naval.
volvimento de sua marinha mercante com a tonelagem
INTRODUÇÃO
É chegado o momento de partir. Resta-nos Éramos jovens, em sua maioria vindos do Colé-
dizer [...] Adeus Villegagnon [...] olhar ao re- gio Naval, um total de 131 alunos, sendo 50 oriun-
dor e aceitar a ideia de que não somos mais dos de concurso público direto para a Escola Naval
teus donos. Fomos companheiros numa es- (EN), os nossos conhecidos “quebeques”2. No ano
tranha conjunção pessoa matéria, ao longo de 1979, a nossa faixa etária era de 20 anos, quando
de anos entre tuas muralhas, ouvindo o mar começamos a dar os primeiros passos no solo sagra-
quebrar nas pedras e sonhando, impacientes, do e histórico da Ilha de Villegagnon. Passamos por
com o dia que agora chega [...]. um período de adaptação, com uma rotina diferen-
(Adeus Villegagnon, autoria desconhecida,
2 "Quebeques" - como eram conhecidos os alunos que passa-
1982) vam direto para a EN, alusão ao antigo Quadro Complemen-
tar, que completava, com jovens já graduados, os corpos e
1 Mestre em Educação pela Universidade Estácio de Sá (UNESA). quadros da MB.
Os homens sempre procuraram, talvez primeiro época pelos fenícios. Desde então, com a expansão dos
mais pela curiosidade do que pela necessidade, desco- antigos impérios e o domínio do mar por habitantes eu-
brir o que havia no mar, ou para além dele, à vista do ropeus, surgiam cada vez mais técnicas de navegação e
imenso horizonte. A partir do momento em que foram de combate marítimo, além de maiores embarcações e a
constatadas as suas vantagens para a vida do homem, sofisticação do transporte aquático.
tais como as facilidades de transporte e as fontes de ali- No entanto, muitos, através de todo esse tempo na
mentos, os povos passaram a viver intimamente liga- busca pela descoberta do desconhecido, ficaram pelo mar
dos ao mar e transferiram-se para as regiões litorâneas. e não puderam voltar. Aqueles que se arriscavam a nave-
A Marinha de Guerra surgiu quando os homens, ao gar, até que desenvolvessem tecnologias e ferramentas de
identificarem as riquezas dos rios e dos oceanos para suas navegação, passavam tempo demais no mar e aprende-
civilizações, sentiram a necessidade de defendê-las. E tão ram a viver no ambiente confinado das embarcações e,
importante foi para essas nações, que os maiores impé- depois, dos navios. Estes indivíduos, os homens do mar,
rios existentes no mundo (gregos e romanos) ocorreram sempre possuíram características específicas, e a cultura
devido à hegemonia no Mar Mediterrâneo e a conquista naval surgiu com muitas tradições, que até hoje, em todas
do seu redor. Os registros mais antigos de batalhas navais as Marinhas do mundo, estão presentes e são cultivadas.
referem-se à invasão da região do Chipre pelos chamados A tradição naval foi criada através do espírito co-
“Povos do Mar”, por volta de 1200 a.C., dominada na letivo dos tripulantes, que precisam e sempre precisa-
CONTEXTO PRÉ-TRAFALGAR
Devido às memoráveis batalhas contra os france-
ses nas Guerras da Revolução Francesa e nas Guerras
Napoleônicas, no início do século XIX, a Inglaterra
tornou-se a grande potência naval da época, alcançan-
do uma supremacia europeia e mundial. Este contexto
se deu graças à ocorrência de grandes transformações
dos meios navais anteriores.
Com o desenvolvimento dos navios de guerra nos
séculos XVI e XVII, diferentes tipos de navios à vela
foram classificados, a partir de importantes mudanças
na estrutura e dimensão das embarcações. Entre essas
Figura 3: Nelson ao ser atingido no braço direito
1 Commodore é um posto da Royal Navy situado entre Rear-Ad-
Fonte: National Maritime Museum website. miral (Contra-Almirante) e Captain (Capitão-de-Mar-e-Guerra).
BATALHA DE
TRAFALGAR
Em 12 de dezembro de
1799, o então General Na-
poleão Bonaparte foi no-
meado Primeiro-Cônsul
da França. Após ter subi-
do ao poder, iniciaram-se
as chamadas Guerras Na-
poleônicas (1799-1815),
cujas principais batalhas Figura 4: HMS “Victory” infiltrado nas linhas inimigas
navais foram a Batalha de Fonte: <ecury.com.br>
O legado de Nelson, portanto, não é um testamento Brasil, ocasião em que Barroso utilizou a frase “O Bra-
deixado por ele, mas sim aquilo que foi passado a partir sil espera que cada um cumpra o seu dever”, no mastro
de suas ações aos que o seguiram. Vários países aliados principal da Fragata “Amazonas”.
à Inglaterra inspiraram-se Na cidade do Rio de Ja-
no herói inglês e adotaram neiro, também podemos en-
suas tradições, que se perpe- contrar um pouco do legado
tuam, entre outros aspectos, de Nelson. Está situado na
em seus uniformes. Podemos Praça Mauá um monumen-
citar, dentre outras, as Mari- to em homenagem ao Barão
nhas Portuguesa, Canaden- de Mauá, que foi inspirado
se, de Angola, da Noruega, na famosa Coluna de Nel-
Australiana, do Moçambi- son, construída de 1840 a
que e, sobretudo, a Marinha 1843 na praça turística de
do Brasil. Londres chamada Trafalgar
Podemos encontrar di- Square.
versas influências de Nelson Seus feitos foram tão ad-
em nossa Marinha. Ele era miráveis que também pas-
um comandante que uti- saram a compor partes do
lizava muitas frases para vestuário militar, como o
motivar seus subordinados, principal símbolo represen-
mostrando-as em sinais de tativo do Oficial da Mari-
bandeiras. A mais célebre nha. Nos uniformes do Cor-
delas ocorreu na Batalha de po da Armada, o mais alto
Trafalgar, durante sua apro- galão no punho das fardas
ximação às linhas de navios dos oficiais é terminado por
inimigas, quando mandou uma volta que, segundo a
Figura 7: Detalhe da “volta de Nelson” em seu dólmã.
içar o sinal nos mastros do Museu Madame Tussauds, Paris, 2015 tradição, lembra o arremate
“Victory”: “England ex- Fonte: The art of galeote. que o Almirante Nelson fez
pects that every man will em um botão de sua farda
do his duty” (“A Inglaterra para prender a manga solta
espera que cada um cumpra o seu dever”). Este moti- devido à falta do braço perdido na batalha de Santa
vante sinal serviu de exemplo ao Almirante Barroso Cruz de Tenerife, que originou a insígnia conhecida
na Batalha Naval do Riachuelo, durante a Guerra do como “nó de Nelson”. A Marinha portuguesa, entre
Paraguai, que representa a data magna da Marinha do várias outras aliadas da Inglaterra, adotou o símbolo.
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O conceito de organograma2 é bastante antigo. Igre- a estrutura da organização, isto é, quais são os cargos
jas medievais na Espanha já definiam a sua estrutura existentes na organização (elementos organizacionais),
hierárquica por meio de diagramas3, origem dos orga- como eles se agrupam (relações funcionais) e quem se re-
nogramas. Mas foi a Revolução Industrial, em virtude porta a quem (fluxos de autoridade e responsabilidade)4.
do aumento da complexidade do trabalho desenvolvido O surgimento da chamada Era Industrial trouxe
e dos contingentes cada vez maiores de trabalhadores grande impulso aos meios de transporte, principal-
envolvidos na sua execução, que estimulou o uso de re- mente ao ferroviário. Em meados do século XIX, re-
presentações gráficas mostrando, de forma abreviada, giões da Europa, Estados Unidos e Japão já possuíam
ferrovias com grandes extensões. O crescimento das
1 Doutor em Política e Estratégia pela Escola Superior de Guerra. ferrovias consolidou o emprego dos organogramas,
2 O elemento grama da palavra organograma tem o sentido de que se estendeu aos mais diversos tipos de organiza-
letra, figura, desenho, gravura, conotação visual, representação ção, inclusive aos navios de guerra.
gráfica. Organograma é, portanto, a representação gráfica da es-
trutura organizacional. O organograma aparece nos navios da Marinha do
3 A palavra diagrama é oriunda do grego diágramma e do latim Brasil (MB) na década de 1920. Após período de repa-
diagramma e significa “representação gráfica de determinado fe-
nômeno” (Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 1. ed. Rio de 4 Daft, Richard L. Organizações: teorias e projetos. São Paulo:
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5 CRUZ, Augusto Lopes da. O Almirante Harold R. Cox um no- seus amigos, colegas e admiradores. Rio de Janeiro, Gráfica Ed.
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Drones – ou como eles são oficialmente conheci- inteligentes na Segunda Guerra Mundial, onde, através
dos, Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) – es- de um circuito de TV, o operador a bordo de um bom-
tão no centro dos debates e dos estudos de especialis- bardeiro podia guiar a bomba até o seu alvo. Porém, as
tas em Defesa, especialmente pelo seu recente uso na maiores inovações na construção, operação e doutrina
campanha Global War on Terror dos Estados Unidos das Aeronaves Remotamente Pilotadas datam da Guer-
da América, onde essas aeronaves são utilizadas em ra do Vietnã; nesse Teatro de Operações (TO), as ARPs
ataques precisos contra grupos terroristas da Somália modelo AQM-34 cumpriram missões de inteligência e
ao Afeganistão. Elas têm se espalhado pelo globo e di- reconhecimento fotográfico (de baixa e alta altitude) so-
versas Forças Armadas estão começando a utilizá-las bre o território norte-vietnamita. Tais missões foram de
como valiosas ferramentas para a consecução das suas grande relevância para a campanha dos Estados Unidos
mais variadas tarefas e missões. no Vietnã e preservaram a vida de muitos pilotos de aero-
Apesar de sua utilização ter sido amplamente difun- naves que tradicionalmente desempenhariam esse tipo de
dida na última década, a história das ARPs remonta à função – tendo em vista o grande número de baterias de
Primeira Guerra Mundial, quando foram criadas aero- SAMs (Surface-to-Air Missiles) localizadas naquele TO.
naves controladas via rádio que levavam cargas explosi- As Aeronaves Remotamente Pilotadas têm sido em-
vas em seu interior, cumprindo missões suicidas no front pregadas com sucesso em operações militares recentes,
europeu, os conhecidos “torpedos aéreos”. Esta tecno- como a Operação Enduring Freedom e a Operação
logia permitiu a posterior criação das primeiras bombas Iraqi Freedom. Esses casos de sucesso têm confirmado
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INTERNALIZAÇÃO DA QUALIDADE NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A CRIAÇÃO DO
PROGRAMA NETUNO
Na última década, os processos de gestão desenvolvidos
na administração pública incorporaram uma lógica mais
próxima às boas práticas observadas no setor privado,
considerando, em tese, o cidadão como o principal cliente
do serviço a ser prestado à sociedade. Dentre as principais Figura 1: Logotipo do Programa Netuno
transformações, a inserção da governança corporativa no
Fonte: http://www.netuno.dadm.mb
cenário mundial gerou um quadro desafiador que impôs
uma estratégia de modernização da gestão pública. Neste
cenário, por meio do Decreto nº 5.378, de 23/FEV/2005,
PROGRAMA NETUNO: UM MODELO DE
surgiu o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburo- EXCELÊNCIA EM GESTÃO
cratização (Gespública), ancorado no Ministério do Plane- • Ao longo da sua existência, considerando as ca-
jamento Orçamento e Gestão, a fim de multiplicar as boas racterísticas da cultura naval, o Programa Netuno
práticas que orientam os conceitos de eficiência, eficácia buscou adaptar-se para aperfeiçoar sua aplicação
e efetividade na rede nacional de gestão pública. De uma na MB. Seu arcabouço conceitual é balizado por
forma geral, a operacionalidade e estruturação do Gespú- planos e metas, dentre os quais se destacam:
blica pretende contribuir para a melhoria da qualidade nos • instrumentalizar as OM com ferramentas de análi-
serviços públicos entregues aos cidadãos e para o aumento se e melhoria de processos, promovendo a eficiên-
da competitividade do nosso País. cia por meio do melhor aproveitamento de recursos
Sintonizada com tais mudanças administrativas na humanos e financeiros;
gestão pública, a MB incorporou à sua realidade a pre- • acompanhar e avaliar as ações de melhoria na qua-
missa de que a qualidade em seus produtos e serviços é lidade dos serviços das OM, premiando aquelas
responsabilidade de todos, sendo fundamental motivar, que se destacarem;
capacitar e comprometer a FT. Buscando o caminho da • incentivar a capacitação e participação do pessoal
inovação, a MB experimentou alguns Modelos na área por meio de treinamentos contínuos e premiação de
da gestão, a exemplo da Gestão pela Qualidade Total iniciativas em destaque; e
4 Termo da língua inglesa, sem tradução exata para o português, 5 É uma ferramenta utilizada na priorização das estratégias, na
significando que quem desempenha funções de importância na so- tomada de decisão e na solução de problemas encontrados nas
ciedade deve regularmente explicar o que anda a fazer, como faz, organizações em geral.
por que faz, quanto gasta e o que vai fazer a seguir. Não se trata,
portanto, apenas de prestar contas em termos quantitativos mas de 6 O termo SWOT é um acrônimo, oriundo do idioma inglês, de
autoavaliar a obra feita, de dar a conhecer o que se conseguiu e de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades
justificar aquilo em que se falhou, promovendo o aprendizado. (Opportunities) e Ameaças (Threats).
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Nº DE
PERIÓDICO QUALIS INSTITUIÇÃO MANTENEDORA %
ARTIGOS
INSTITUIÇÃO %
PUC-RIO 10,79%
Universidade Federal de Santa Maria - RS 7,91%
USP; Universidade Federal do Paraná; Universidade Presbiteriana Mackenzie; Universidade Federal da Paraíba 6,47%
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 5,76%
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 4,32%
Universidade Federal de Alagoas 3,60%
PUC-MG; Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado - SP; Universidade FUMEC - MG; Universidade
2,88%
Metodista de Piracicaba
Faculdades Alves Faria - GO; Universidade Estácio de Sá - RJ; Universidade de Burgos - Espanha 2,16%
Universidade de Zaragoza e Universidade de Sevilha - Espanha; FGV-EAESP; Universidade Federal de Minas
Gerais; Universidade de Brasília; Universidade da Amazônia; Universidade de Goiás; Universidade Estadual 1,44%
Paulista
UNIGRANRIO; Centro Universitário FMU - SP; UNIBRASIL Centro Universitário - Paraná; ESSCA École du
Management; ESPM - SP; Faculdade de Tecnologia de Piracicaba; FIAP - São Paulo; Instituto Fed. de Educa-
ção, Ciência e Tecnologia da Paraíba; RWTH Aachen University, Netherlands; UERN; Universidade Federal de 0,72%
Lavras - MG; Universidade de Fortaleza; Universidade Estadual do Ceará; Insituto Federal do Espiríto Santo;
Universidade Nove de Julho (UNINOVE); University of Rhode Island, URI, USA; UNICAMP
Fonte: A autora.
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Ressaltamos que, no primeiro ano, dois sujeitos Quando consultados sobre as atividades que são
(5%) disseram não haver vantagem. Já no terceiro feitas em sala de aula, mas que seriam mais bem de-
ano, seis sujeitos (17%) não souberam/não responde- sempenhadas no laboratório, 36% dos terceiranistas
ram a esta questão, enquanto quatro (11%) não veem apontaram as atividades de compreensão oral (liste-
vantagem alguma na utilização do laboratório de in- ning comprehension). Apontam, também, como uma
glês. Dentre as razões estão as de ordem logística, o vantagem, poderem enfocar nas suas próprias dificul-
tempo restrito reservado durante a aula para usar o dades, uma vez que o estudo pode ser individualizado.
laboratório, e o fato de as atividades de sala de aula já Apesar de haver tantas diferenças de opinião,
serem bastante diversificadas. acreditamos que os dados apontam para a validade
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INTRODUÇÃO
O século XX foi marcado por muitas guerras e, no- Apesar de o processo de mudanças na condução do
tadamente, pelo surgimento de novidades tecnológicas, fenômeno guerra ser algo contínuo, nos últimos anos
operacionais e logísticas. Iniciou-se com lutas encarni- do século XX e já no segundo decênio do atual, devido
çadas para superar as trincheiras estáticas da Primeira aos avanços tecnológicos e operacionais, tal processo
Guerra Mundial, apresentou a arma nuclear, ao fim da veio a se manifestar mais intensamente, invalidando
Segunda Guerra Mundial, e se encerrou com o emprego antigos conceitos e formas de lutar, de modo revolu-
de armas inteligentes guiadas com precisão, aeronaves cionário. No presente trabalho, serão feitas considera-
stealth e um combate velado no espaço cibernético. ções a respeito do que, nos EUA, se convencionou cha-
1 Mestre em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança pela
mar por Revolution in Military Affairs, ou Revolução
Universidade Federal Fluminense (UFF). em Assuntos Militares (RAM).
A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA
NAS OPERAÇÕES MILITARES
três nêutrons. Parte da energia que ligava os prótons lógico para a fabricação do combustível nuclear. Os
e os nêutrons é liberada em forma de calor e radiação países que detêm essa tecnologia limitam-se apenas a
(alfa, beta e gama). Os nêutrons liberados na fissão atin- vender7, no mercado internacional, produtos (urânio
gem, sucessivamente, outros núcleos de 92U235 (Figura enriquecido) e serviços (conversão e enriquecimento),
2), provocando a chamada reação em cadeia e, com ou seja, não há parcerias de transferência de tecnologia
isto, liberando uma grande quantidade de energia tér- de enriquecimento de urânio no mundo.
mica. Para se ter uma ideia dessa quantidade de energia, O enriquecimento do urânio é o processo físico de
1 kg de urânio natural equivale a 10.000 kg de petró- retirada do isótopo 92U238 do urânio natural, aumen-
leo ou a 20.000 kg de carvão (Figura 3). Isto confere tando, assim, a concentração do isótopo 92U235. Esse
ao urânio um grande potencial energético que, usado
processo é complexo e atualmente é dominado por
como combustível, pode gerar energia elétrica em usi-
doze países no mundo, a saber: Alemanha, Brasil, Chi-
nas nucleares ou impulsionar meios que vão desde son-
na, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Inglater-
das espaciais até submarinos. Para este último meio em
ra, Irã, Japão, Paquistão e Rússia. De maneira simpli-
particular, além do potencial energético, o combustível
ficada (Figura 4), o processo consiste de um conjunto
nuclear apresenta outras vantagens, quando compara-
de etapas industriais que se inicia com a mineração e o
do ao combustível convencional, tais como redução do
beneficiamento do urânio natural – produção do con-
espaço físico destinado à armazenagem do combustível
centrado de urânio, também chamado de yellow cake.
e grande raio de ação, o que torna esse combustível co-
Em seguida vem a etapa de conversão que é a trans-
biçado por quase todas as marinhas do mundo.
formação8 do yellow cake em hexafluoreto de urânio
Contudo, a obtenção do 92U235 não é uma tarefa fácil. (UF6). Por fim, faz-se o enriquecimento isotópico – eta-
O urânio é encontrado na natureza em minerais como a
pa que promove o aumento da concentração do isó-
uraninita4, a euxenita, a carnotita, a branerita, a torber-
topo físsil 92U235, presente no UF6, de 0,7% para cerca
nite, e a coffinita. Porém, nesses minerais, o percentual
de 4%. A reconversão é a transformação do UF6 em
de 92U235 é de apenas 0,7%, sendo os 99,3% restantes5
pó de dióxido de urânio (UO2), para a produção das
de 92U238. Então, como separar o isótopo de interesse?
pastilhas de UO2 que serão usadas na montagem dos
A tecnologia da separação6 isotópica do urânio
(enriquecimento) constitui o principal desafio tecno- 7 O comércio é rigidamente controlado pelos governos nacionais e,
também, pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
4 Uma mistura de UO2 (dióxido de urânio) com U3O8 (octóxido de 8 Purificação do concentrado de urânio obtendo-se nitrato de ura-
triurânio). nilo (NTU) e produção de trióxido de urânio (UO3), por meio
5 O percentual do 92U234 é muito pequeno, apresentando apenas traços. de reações químicas e calcinação; produção de tetrafluoreto de
urânio (UF4), por meio de reações químicas com ácido fluorídrico
6 Os processos de separação isotópica são basicamente a difusão e outros elementos em ambiente controlado; produção de flúor
gasosa e a ultracentrifugação. No entanto, existem outros pro- (F2) em células eletrolíticas a partir do ácido fluorídrico (HF);
cessos de separação (método magnético, separation nozzle etc) produção e purificação de hexafluoreto de urânio (UF6), por meio
que ainda não são usados na indústria. da reação do UF4 com F2.
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vação da vida e maior capacidade de reação inicial. próprios movimentos sem a necessidade de interferên-
Adicionalmente, o SisGAAz também prevê a utilização cia humana, o que é uma tarefa difícil devido à limita-
dos Blimps, outro tipo de VANT, como fonte de dados. ção no seu raio de curva.
Os Blimps possuem algumas vantagens sobre VANTs Na literatura, como descrito por Hyondong, dife-
tradicionais, como: alta autonomia, custo baixo, tec- rentes abordagens têm sido utilizadas para planejar
nologia simples, maior tempo pairado, alta capacidade a trajetória mais viável, satisfazendo as restrições do
de carga útil e versatilidade e flexibilidade. VANT. Chandler et al. utilizaram o Diagrama de Vo-
ronoi para produzir rotas para VANTs minimizando
Planejamento de Trajetória de VANTs a detecção por radar e então estas rotas foram refi-
nadas para torná-las voáveis. Rapidly-Exploring Trees
Na robótica de VANTs, um dos objetivos mais (RTTs), por sua vez, foram utilizadas para o planeja-
almejados é relativo aos VANTs autônomos, em ou- mento de trajetórias livres de colisão, utilizando um al-
tras palavras, VANTs que possuem certa autonomia gorítimo de suavização, baseado nas curvas em espiral
no desempenho de tarefas a que são designados. Um cúbico, de modo a satisfazer as limitações de raio de
dos problemas relacionados aos VANTs autônomos curvatura do VANT. Técnicas de Otimização também
é o planejamento da sua trajetória, no qual se deseja são utilizadas, como: métodos probabilísticos, MILP
somente informar a configuração de partida e de che- e algorítimos genéticos, para produzir trajetórias por
gada que se espera que o VANT se mova, sendo que o
mesmo deve conseguir escolher como fazê-lo.
A navegação de um VANT autônomo é uma das
tarefas mais complexas nos problemas de locomoção
de robôs móveis. Esta complexidade se dá pelo fato
de que a navegação deve integrar sensoriamento, atu-
ação, planejamento, arquitetura, hardware e eficiência
computacional. Assim, a integração de todos estes ele-
mentos é inerente à obtenção de uma navegação ótima.
O principal objetivo do planejamento de trajetória Figura 8: Segmentos de linha e arcos circulares (Dubins path)
é conferir aos VANTs a habilidade de planejar seus Fonte: Cambridge University.
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15 mar. 2015.
Uma nação apresenta diversos traços de identifica- a qual julgamos “correta”. Neste caso, geralmente os
ção, e um deles é a língua. Esta pode variar de acordo comentários vêm acompanhados de expressões cheias
com alguns fatores, tais como o espaço, o tempo, o de sarcasmo contra os falantes da forma “incorreta”.
nível cultural e a situação em que um indivíduo se ma- Segundo Faraco (2008, p.28), “[...] bastaria lembrar
nifesta verbalmente. aqui os efeitos deletérios dos preconceitos linguísticos e
Há variações entre as formas que a Língua Portu- da violência simbólica que se pratica em nome da língua
guesa assume nas diferentes regiões em que é falada. nas nossas relações sociais e, em particular, na educação
linguística que oferecemos a nossas crianças e jovens.”
Quantas vezes não rimos quando ouvimos alguém
dizer que a “bicha (fila) está grande” ou achamos graça A mesma língua pode variar significativamente em dife-
no modo de falar de um paranaense ou de um mineiro, rentes lugares do mundo. Como não é um sistema fechado
por exemplo, com todos os seus “uais” e “trens”? Não e imutável, a Língua Portuguesa ganha diferentes nuances.
podemos nos esquecer daqueles que não falam a língua Assim, o que se pretende aqui é mostrar que exis-
tem variações na maneira de falar da sociedade, de
1 Formada em Letras (Português/Literaturas) pelo Centro de Ensi-
no Superior de Juiz de Fora; Pós-Graduada em Supervisão Esco-
acordo com a região, a classe social, a situação em que
lar pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá (FIJ). um indivíduo se manifesta verbalmente e etc.; mas não
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No dia 19 de novembro de 2015, foi inaugurado, Em março de 1612, uma expedição de franceses,
na Escola Naval, o Busto de Jerônimo de Albuquerque chefiados por Daniel de La Touche, Senhor de La Re-
Maranhão, que, no dia 19 de novembro de 1614, na vardière, da Bretanha2, consolidou a segunda invasão,
Batalha de Guaxenduba contra os franceses, tornou-se agora na costa norte do país, onde se encontra o atual
o primeiro brasileiro a comandar uma Força Naval. estado do Maranhão, e, para facilitar a defesa, os colo-
À época a França passava por um período contur- nos franceses estabeleceram-se numa ilha, naquela épo-
bado na Europa. Católicos e protestantes se conflita- ca batizada de “Saint-Louis” (hoje São Luís, capital do
vam expressivamente, minando a união e a estabilida- Maranhão), em homenagem ao Rei Luís XIII de França
de do Reino Francês. Com isso, alguns fugitivos pro- e Navarra, também chamado de Luís, o “Justo”.
testantes, que estavam sendo perseguidos pela Igreja É nesse cenário de invasões estrangeiras, no perío-
Católica, aqui chegaram por volta de 1555, ergueram do colonial, que surge a figura de Jerônimo de Albu-
um forte na Baía de Guanabara e fundaram a primeira querque Maranhão.
Colônia Francesa no país: a França Antártica, atual
2 Bretanha é uma região administrativa do oeste da França, com
região do estado do Rio de Janeiro. uma larga costa litoral entre o Canal da Mancha e o Oceano
Atlântico. Sua capital é Rennes. http://br.rendezvousenfrance.
1 Bacharel em Direito pela Universidade Estácio de Sá – UNESA. com/
Jerônimo de Albuquerque Maranhão, que ficou co- Esse conflito foi um importante passo dado pelos
nhecido como Jerônimo de Albuquerque, era filho do portugueses para a expulsão definitiva dos franceses
português Jerônimo de Albuquerque e da índia Maria do estado do Maranhão, a qual viria a ocorrer em 4 de
do Espírito Santo, e o sobrenome Maranhão foi acres- novembro de 1615. Isso possibilitou que grande par-
centado devido à expulsão dos franceses da Ilha do te da Amazônia passasse para domínio português e,
Maranhão. posteriormente, brasileiro. A expulsão bem-sucedida
A Batalha de Guaxenduba foi um confronto mili- dos franceses assegurou o domínio do Norte do Brasil
tar entre forças portuguesas e tabajaras, de um lado, e (área incorporada à atual configuração do território
francesas e tupinambás, de outro, ocorrido onde hoje brasileiro), iniciando a consolidação do sentimento de
se localiza a cidade de Icatu, no estado do Maranhão. Patriotismo no nosso país.
O Almirante-de-
-Esquadra Ilques
Barbosa Junior, Di-
retor Geral do Pes-
soal da Marinha, e
o Professor-Doutor
Rodrigo More mi-
nistraram, no dia
11 de fevereiro, a
Aula Inaugural da
Escola Naval (EN),
sobre o tema “A
Busca de Grandeza:
A Oceanopolítica e
o Brasil”.
O evento, que
marca o início do
Ano Letivo em
2015, contou com a
presença de ex-Comandantes da EN, Oficiais do cada um de nós em termos acadêmicos, de capaci-
Setor de Pessoal, bem como instrutores, professo- tação física e de valores éticos e morais, aos nossos
res, servidores civis e 911 Aspirantes. ‘Sentinelas dos Mares’.” E concluiu seu discurso
Em seu discurso, o Comandante da Escola relembrando aos Aspirantes sobre a importância
Naval ressaltou o especial significado que a aula de se dedicarem à sua Escola, à sua profissão de
inaugural traduz: “Momento em que renovamos Homens do Mar e a defender um dos maiores pa-
o nosso compromisso de transmitir o melhor de trimônios de nossa Nação: a Amazônia Azul.
Maior evento náutico da América Latina, O Veleiro S40 Vesper 4 foi o Fita Azul da com-
a 70ª Regata Escola Naval, realizada no dia 13 petição (cruzou a linha de chegada em primeiro
de junho de 2015, na Baía de Guanabara, con- lugar, no tempo real).
tou com a participação de aproximadamente 700
A competição também contou com a presença
barcos entre grandes veleiros oceânicos aos mo-
de representantes de Escolas Navais estrangeiras:
notipos, com cerca de dois mil competidores.
Chile, China, Equador, Holanda e Portugal. Na
Tradicionalmente realizada no mês de outubro,
disputa das Marinhas Amigas, a primeira coloca-
a Regata Escola Naval, organizada pelo Grêmio
ção ficou com Portugal, seguido do Brasil, segun-
de Vela da Escola Naval (GVEN), foi antecipada
em função das comemorações dos 150 anos da Ba- do colocado, e do Chile, em terceiro lugar.
talha Naval do Riachuelo, evento militar decisivo Aberto ao público, o evento levou à Ilha de
ocorrido durante a Guerra da Tríplice Aliança. Villegagnon, além dos velejadores, cerca de três
No dia 28 de setembro de 2015, foi inaugurado de dotado de um Sistema de Tiro Assistido por
o Centro de Treinamento de Tiro Esportivo da Es- Computador. Compõem, ainda, as instalações do
cola Naval (CTTE-EN) pelo Comandante da Ma- CTTE-EN, uma sala de treinamento, o laborató-
rinha, Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar rio de Psiconeurofisiologia do Esporte, uma sala
Leal Ferreira, com a presença do ex-Comandante para técnicos, o Terraço Panorâmico, que permi-
da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soa- te o acompanhamento remoto das competições,
res de Moura Neto, do Comandante de Opera- uma sala para guarda de material e munição, oito
ções Navais, Almirante-de-Esquadra Elis Treidler banheiros, elevador e área administrativa.
Öberg, do Diretor Geral do Pessoal da Marinha, Construído pela Marinha do Brasil e equi-
Almirante-de-Esquadra Ilques Barbosa Junior e do pado com o aporte financeiro do Ministério do
Diretor de Ensino da Marinha, Vice-Almirante Re- Esporte, em decorrência de parceria firmada com
nato Rodrigues de Aguiar Freire. o Comitê Olímpico Brasileiro e o Comitê Orga-
A partir daquela data, a Escola Naval passou nizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Centro
a contar com um dos mais modernos Centros de reúne todas as facilidades para a prática dessa
Treinamento de Tiro Esportivo a nível mundial, tradicional modalidade olímpica, em um projeto
que, com cerca de 3.000 m², dispõe de três estan- que foi apoiado por diversos órgãos atrelados ao
des, sendo um de 10 m, um de 25 m e outro de esporte, como a Confederação Brasileira de Tiro
50 m, com capacidade para acolher competições Esportivo, o Comitê Paralímpico Brasileiro, a Au-
e treinamentos de tiro de carabina, pistola stan- toridade Pública Olímpica e o Departamento de
dard e pistola de ar, além de um moderno estan- Desporto Militar do Ministério da Defesa.
No dia 15 de outubro, foi realizada, na Escola Na- Durante o evento foram prestadas as homena-
val, a cerimônia em alusão ao Dia do Mestre e lança- gens aos profissionais que se destacaram durante
mento da Revista de Villegagnon em Inglês. O evento o ano letivo por meio da entrega dos seguintes
contou com a presença de professores e instrutores de prêmios:
ontem e de hoje, em especial de Oficiais integrantes • “Líder Educador”, concedido ao CT Ricardo
do extinto quadro do Magistério Militar Naval. Frambach Fernandes; e
No dia 20 de outubro, foi realizada a cerimô- Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e do Diretor Ge-
nia de Passagem da Cana do Leme, no campo de ral do Pessoal da Marinha, Almirante-de-Esqua-
esportes da Escola Naval (EN). dra Ilques Barbosa Junior.
Tradicionalmente, a cerimônia ocorre ao tér-
mino de cada ano letivo e materializa a passagem
de Comando da turma do 4° ano para o 3° ano,
com o comissionamento dos novos Oficiais-Alu-
nos, a passagem da Guarda Bandeira e da Cana
do Leme ao novo Comandante-Aluno do Corpo
de Aspirantes da Escola Naval.
A Cana do Leme é uma barra de madeira ou
de ferro, que se coloca na cabeça do leme, pela
qual se pode movimentá-lo, e assim governar a
embarcação.
O evento foi presidido pelo Comandante da
Escola Naval, Contra-Almirante Marcelo Fran-
cisco Campos e contou com a presença do Co-
mandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra