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Ciclo Básico

Direito Penal
1°VC
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DIREITO PENAL 1° VC

Introdução ao Estudo do Direito Penal. Conceito de Direito Penal: noções fundamentais;


Direito Penal Objetivo e Subjetivo. Direito Penal Comum e Especial; História do Direito
Penal Brasileiro.

Introdução ao Estudo do Direito Penal


Quando alguma pessoa pratica uma conduta que prejudique um bem jurídico tutelado, está
praticando uma infração penal.
Infração Penal: é a violação de uma norma penal, podendo se dividir em Crimes e
Contravenções.
Princípio da Intervenção Mínima: O poder punitivo do Estado através do Direito Penal só
interferirá quando os demais ramos do Direito não forem capazes de tutelar o bem jurídico atacado,
ou seja, atuará apenas em último caso.
“Direito Penal é fragmentário, pois não intervém em todos os conflitos sociais, mas tão e
somente nos casos de maior gravidade.”

❖ Conceito de Direito Penal


“Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, tendo
em vista os fatos de natureza criminal e as medidas aplicáveis a quem os pratica”

❖ Direito Penal Objetivo e Subjetivo


➢ Direito Penal Objetivo: São todas as leis penais em vigor com plena eficácia e validade,
encontradas no CP e nas leis penais extravagantes.

➢ Direito Penal Subjetivo: resume-se no próprio direito de punir do Estado, “jus puniendi”,
que nasce quando alguém viola um bem jurídico penalmente tutelado.

❖ Direito Penal Comum e Especial


➢ Direito Penal Comum: Se aplica a todas as pessoas sem distinção.

➢ Direito Penal Especial: aplica-se somente a determinadas pessoas, como o caso dos
militares, por exemplo, subordinados ao Código Penal Militar.

❖ História do Direito Penal Brasileiro


➢ Período Colonial: Com o descobrimento do Brasil, passou a vigorar o direito lusitano
(português), aplicando sucessivamente 3 (três) Ordenações:

• Ordenações Afonsinas: promulgadas em 1446, por D. Afonso V, que vigoraram até 1514.
Seus principais traços eram a crueldade das penas e a inexistência de princípios hoje

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sagrados, como a legalidade, ampla defesa, predominando àquela época a arbitrariedade


dos julgadores. A prisão tinha caráter preventivo, onde o delinquente permanecia preso para
evitar sua fuga até ser julgado.

• Ordenações Manuelinas: editadas em 1514, por Dom Manuel, pouco se diferenciou das
Ordenações Filipinas, mantendo-se penas cruéis.

• Ordenações Filipinas: datadas de 1603, em razão de medida do Rei Filipe II, subsistiram
até o ano de 1830. Traços marcantes das Ordenações anteriores, todas se orientavam no
sentido de uma ampla e generalizada criminalização, com severas punições, as quais
objetivavam infundir o temor pela punição, além do predomínio da pena de morte, açoite,
amputação de membros, confisco de bens dentre outros.
❖ Código Criminal do Império
Neste período, com o surgimento da Constituição de 1824, seu artigo 179, XVIII determinou a
urgente e necessária elaboração de um Código Criminal, fundado nas sólidas bases da justiça e
equidade.

❖ Período Republicano
Durante o Estado Novo, em 1937, Alcântara Machado apresentou um projeto de Código Penal
Brasileiro, o qual foi sancionado em 1940, passando a vigorar desde 1942, até os dias atuais,
alterado por diversas leis contemporâneas, tendo como principal a Reforma da Parte Geral do
Código Penal em 1984, que humanizou as sanções penais e adotou penas alternativas à prisão.

Aplicação da Lei Penal; Fontes do Direito Penal; Princípio da Reserva Legal.

Aplicação da Lei Penal


Fontes Do Direito Penal:
➢ De Produção, material ou Substancial: refere-se ao órgão incumbido de sua elaboração.
“Compete privativamente à União legislar sobre: direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”

➢ Formal, de Cognição ou de conhecimento: refere-se ao modo pelo qual o Direito Penal se


exterioriza. Dentre as espécies de fonte formal temos:

• Imediata: A Lei.
• Mediata: Costumes e princípios gerais do direito, não podendo o costume criar leis,
apenas complementá-lo auxiliando a interpretação da norma.

❖ Princípio da Legalidade
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

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Ou seja, somente a Lei pode tratar de matéria penal, tendo dois princípios como espécies:
➢ Princípio da reserva legal: O agente somente poderá ser processado, se a conduta for
previamente tipificada por Lei como crime (“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal”).

• Princípio da anterioridade: quando se diz “lei anterior” e “previa cominação”, significa dizer
que o crime e a pena devem estar definidos em lei prévia, logo, a lei penal só produz efeitos
a partir de sua entrada em vigor.

Interpretação da Lei Penal e Analogia; A Lei Penal no tempo; Lei mais benigna;
Retroatividade benéfica; Interpretação da Lei Penal.

Interpretação da Lei Penal


Quanto ao sujeito ou órgão que a elabora, temos:
• Autêntica:
• Doutrinária
• Judicial ou jurisprudencial
Quanto aos meios ou métodos:
• Gramatical
• Lógica ou teleológica
Quanto ao resultado:
• Declaratória ou estrita
• Extensiva
• Restritiva

❖ Analogia
É a aplicação, ao caso não previsto em lei, através da semelhança dos casos. Deve-se
observar que no Direito Penal, somente pode ser utilizada em relação às leis não
incriminadoras, em respeito ao princípio da legalidade.

➢ Analogia “in malam partem”: Analogia de forma maléfica ao réu. Seria aplicar determinada
norma para punir o réu em caso análogo (semelhante), para o qual inexiste lei específica.

➢ Analogia “in bonam partem”: é aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei
favorável ao réu, reguladora de caso semelhante.

❖ A Lei Penal no Tempo


Como regra geral, uma lei somente é revogada por outra lei. Há exceções no Direito Penal,
quanto às leis temporárias e excepcionais:
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➢ Lei penal temporária: é aquela elaborada com o foco de incidir sobre fatos ocorridos
apenas durante certo período, tendo sua vigência pré-determinada no tempo.

➢ Lei penal excepcional: é aquela elaborada para incidir sobre fatos havidos somente
durante determinadas circunstâncias excepcionais, como situações de crise social,
econômica, guerra, calamidades etc. Geralmente surgem e tem eficácia enquanto durar o
evento que deu causa a sua criação.
As leis temporárias e excepcionais são auto revogáveis, ou seja, não há uma nova lei que
expressamente a revogue.
A revogação da lei, dependendo do seu alcance, pode ser absoluta ou total (ab-rogação), ou
parcial (derrogação).
A revogação pode ser:
➢ Expressa: ocorre quando uma lei indica em seu corpo os dispositivos legais revogados.
➢ Tácita: ocorre no caso em que a lei nova se revela incompatível com a anterior, apesar de
não haver menção expressa à revogação.

❖ Irretroatividade da Lei Penal


“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

❖ Abolitio Criminis
A lei que revoga um tipo incriminador extingue o direito de punir, ou seja, significa a extinção do
crime devido à publicação de lei que extingue o delito anteriormente previsto no ordenamento
jurídico.
No caso de existir condenação transitada em julgado, a abolitio criminis causa os seguintes
efeitos:
• a extinção imediata da pena principal e de sua execução;
• a libertação imediata do condenado preso; e a
• extinção dos efeitos penais da sentença condenatória (exemplo: reincidência, inscrição
no rol dos
• culpados, pagamento das custas etc.).
Vale salientar a situação das leis temporárias e excepcionais, que mesmo após a sua
revogação continua produzindo efeitos para os fatos praticados no seu período de vigência, mesmo
que isso for em malefício ao réu, ocorrendo assim o fenômeno da ultratividade.

❖ Retroatividade Benéfica
artigo 2º do CP: “Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado”

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Norma penal em branco; Do tempo do crime; Delitos permanentes e continuados; A Lei


Penal no Espaço em relação às pessoas; Direito Penal Internacional.

Norma Penal em Branco


É um preceito incompleto, genérico ou indeterminado, que precisa da complementação de
outras normas, tendo duas espécies:
➢ Norma penal em branco em sentido lato ou homogênea: quando a norma é
complementada por uma lei.
➢ Norma penal em branco em sentido estrito ou heterogênea: quando o complemento é
ato infralegal (portaria, regulamento etc.).

❖ Do Tempo do Crime
Existem três teorias sobre o momento do crime:
➢ Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da conduta comissiva ou
omissiva;
➢ Teoria do resultado: admite-se a prática do crime no momento da produção do resultado
lesivo, sendo irrelevante o tempo da conduta;
➢ Teoria mista ou da ubiquidade: considera-se praticado o crime tanto no momento da
conduta quanto no momento do resultado.
artigo 4º do CP: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.” Portanto, o CP adotou a Teoria da Atividade.

❖ Do Tempo do Crime nos Delitos Permanentes e Continuados


➢ Delitos permanentes: são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, por vontade do
agente.

➢ Crime continuado: ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira
de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação
do primeiro.
Acerca do tempo do crime em relação ao crime permanente e crime continuado entende-se:
➢ Crime permanente: mesmo que a conduta tenha se iniciado durante a vigência de uma lei,
e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa.
Fundamenta-se o raciocínio na reiteração de ofensa ao bem jurídico, já que a conduta
criminosa continua a ser praticada depois da entrada em vigor da lei nova, mais gravosa.

➢ Crime continuado: mesmo que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-se
o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última (lei nova) a toda a unidade delitiva,
desde que sob a vigência continue a ser praticada.

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❖ A Lei Penal no Espaço em Relação às Pessoas


Territorialidade: “Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”.
Extraterritorialidade: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Nestes casos o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
estrangeiro.

Lugar do crime; Extradição e Imunidades Parlamentares e Diplomáticas; Disposições


Finais do Título da Parte Geral (contagem de prazos, frações não computáveis da pena e
legislação especial).

Lugar do Crime
“Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” (Teoria da
Ubiquidade ou mista)

L - Lugar
U – Ubiquidade ou mista
T - Tempo
A - Atividade

❖ Extradição
Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum
praticado antes da naturalização ou comprovado envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes (no último caso, pouco importa o momento da naturalização).

❖ Imunidades Diplomáticas
Entes abrangidos pela imunidade diplomática:
➢ agentes diplomáticos (embaixador, secretários da embaixada, pessoal técnico e
administrativo das representações);
➢ componentes da família dos agentes diplomáticos;

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➢ funcionários das organizações internacionais (ONU, OEA etc.) quando em serviço; chefe de
Estado

Os empregados particulares dos agentes diplomáticos não gozam de imunidade, ainda


que sejam da mesma nacionalidade deles.

Prerrogativas: o diplomata é dotado de inviolabilidade pessoal, pois não pode ser preso, nem
submetido a qualquer procedimento ou processo, sem autorização de seu país.
Essas autoridades não podem ser presas em flagrante delito em hipótese alguma, seja
crimes afiançáveis ou inafiançáveis, nem podem ser conduzidas a estabelecimentos policiais
Os Cônsules não gozam de Imunidade Diplomática, somente nos casos de crime funcional
ou atuando no exercício de sua função, passam a ser beneficiados pela imunidade. Se não tiver
relação com a função, não será imune.

❖ Imunidades Parlamentares
Material: “Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos”
Processual ou formal:
➢ Garantia contra a instauração de processo.
➢ Direito de não ser preso, salvo em caso de flagrante por crime inafiançável.
➢ Foro privilegiado.
➢ Imunidade para servir como testemunha.

❖ Contagem de Prazos
artigo 10 do CP: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os
meses e os anos pelo calendário comum”.
Não interessa a que horas do dia o prazo começou a correr, considerando-se o dia todo para
efeito de contagem do primeiro dia. Tomemos como exemplo a situação em que Julius comece a
cumprir uma pena às 22h00min de determinado dia. Pela previsão do cômputo do prazo estas 02h
já serão consideradas como o primeiro dia de cumprimento da pena.

Do Crime: Conceito formal e material

➢ Conceito Formal: Considera-se o crime como toda ação ou omissão prevista em uma
norma de natureza penal que descreva a conduta punível e sua respectiva sanção aplicável
ao caso.

➢ Conceito Material: É toda violação a um bem jurídico penalmente tutelado.

➢ Conceito Legal: Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a
pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de
prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.

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➢ Conceito Analítico. dentro da teoria finalista, em uma concepção bipartida,


adotada pelo Código Penal

❖ Crime é Todo Fato Típico e Antijurídico (ou Ilícito)


Para a existência do crime é necessário haver Tipicidade e Ilicitude.
➢ Fato Típico: é o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do
modelo previsto na lei penal. É a conduta humana (ação ou omissão) que provoca, em geral,
um resultado, que é previsto como infração penal, pois se enquadra perfeitamente dentro de
uma norma incriminadora.
➢ Fato Antijurídico: A antijuridicidade é a contradição entre uma conduta ordenamento
jurídico.

A Ação; Fato Típico; Sujeito e Objetos do Crime

A Ação
➢ Ação: em sentido estrito, é um movimento corpóreo, um fazer, um comportamento ativo,
como exemplo, atirar, subtrair, oferecer etc.
➢ Omissão: não define iniciativa; é abstenção de movimento, é o não fazer alguma coisa que
é devida.
➢ Omissivo Impróprio: O agente por uma omissão inicial dá causa a um resultado que
deveria evitar.
Nos termos do art. 13, § 2º do CP, o dever de agir incumbe a quem:
➢ tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
➢ de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado:
➢ com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado:

Fato Típico

É a conduta que provoca um resultado que se amolda perfeitamente aos elementos constantes
do modelo previsto na lei penal.
São Elementos constitutivos do Fato Típico:
➢ Conduta pode-se entender por conduta a ação ou omissão humana, consciente e
voluntária, que busca um resultado, ou seja, uma finalidade

➢ Resultado seu conceito repousa na ideia de uma modificação do mundo exterior provocada
pelo comportamento humano voluntário, ou seja, a consequência provocada pela conduta
do agente.

➢ Nexo Causal: é a estrita ligação existente entre a conduta e o resultado


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➢ Tipicidade: podemos entender a tipicidade como uma operação mental em que se analisa o
fato praticado, verificando, posteriormente, se encontra previsão legal que imponha aquele
fato uma sanção penal.

❖ Sujeitos e Objetos do Crime

• Sujeito ativo: é quem pratica a conduta descrita na norma penal incriminadora.


• Sujeito passivo: mais comumente conhecido como vítima ou ofendido, é aquele contra o
qual é praticada uma conduta que lese seu bem jurídico protegido pela lei penal.
• Objeto Jurídico: É o próprio interesse protegido pela lei penal. Ex: Patrimônio, Vida...
• Objeto Material: seria materialidade do crime

Nexo Causal; Superveniência Causal; Crime Consumado e Tentado

Nexo Causal
Sujeitos e
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.

❖ Superveniência Causal
Artigo 13, § 1º do CP: “...§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou”.
Uma pessoa é atingida por disparos de arma de fogo que, internada em um hospital, falece não
em razão dos ferimentos, mas sim queimada por um incêndio que destrói toda a área dos enfermos
e em outro caso imagine um ferido, nas mesmas circunstâncias, que morre durante o trajeto para o
hospital, em face de acidente de tráfego que atinge a ambulância que o transportava

❖ Crime Consumado E Tentado


Art. 14 - Diz-se o crime:
I - Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente
ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Consuma-se,
• o homicídio com a morte da vítima (art. 121);
• a lesão corporal, com a ofensa a integridade corporal ou saúde (art. 129),
• o furto com a subtração da coisa alheia móvel pelo sujeito ativo (art.155)

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➢ Pressupostos básicos para que haja tentativa:

• início da execução do crime;


• não consumação do crime por motivos alheios a vontade do agente; e
• vontade livre e consciente de cometer o crime.

Exemplo: O agente descarrega a carga de seu revólver contra a vítima que, atingida, é
socorrida ao hospital, onde por meio de uma intervenção cirúrgica, é salva.
Crimes de atentado: Não é possível que aplicada a norma da tentativa, a pena seja a mesma
do crime consumado. Isso só ocorre nos delitos em que a própria lei, ao descrever a conduta,
equipara a forma tentada à consumada, no que se denomina crimes de atentado.

É o caso do art. 352 do Código Penal: “Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa”. Neste caso
não se aplica.

Iter Criminis; Desistência Voluntária, Arrependimento Eficaz e Posterior; Crime


Impossível.

Iter Criminis
O Iter Criminis é o conjunto de fases pelas quais passa o agente até chegar à consumação do
delito. O Iter Criminis compreende as seguintes fases:

• cogitação: Nesta fase, o agente está apenas pensando em cometer o crime. Pensamento
não é punível.

Se for falado, pode a constituir em delito penal


b) preparação: (atos preparatórios): Compreende todos os atos necessários ao início da
execução.
c) execução: Aqui o agente começa a realizar a conduta descrita na lei. O fato é punível.
d) consumação: Quando todos os elementos do tipo penal são realizados.
Exemplo: O agente com intenção de matar a vítima (cogitação) adquire um revólver e se posta
de emboscada à sua espera (atos preparatórios), alvejando-a quando ela surge (execução), lhe
produzindo a morte (consumação).

❖ Desistência Voluntária E Arrependimento Eficaz


“O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”.
A desistência voluntária ocorre quando o agente “pode prosseguir, mas não quer”, ao passo
que na tentativa, o agente “quer prosseguir, mas não pode”.
Arrependimento eficaz, o agente após encerrar a execução do crime, impede a produção do
resultado, ou seja, o agente mantém a execução da ação até o fim, após esgotar a fase executória,
arrepende-se impedindo o seu resultado.
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❖ Arrependimento Posterior
“Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente,
a pena será reduzida de um a dois terços”

❖ CRIME IMPOSSÍVEL
• Ineficácia absoluta do meio, podemos imaginar que o meio empregado para a prática do
crime é incapaz de produzir o resultado, como no exemplo em que alguém utiliza açúcar
no lugar de veneno para matar alguém.

• Impropriedade absoluta do objeto, sendo que a conduta recaia sobre pessoa ou coisa
absolutamente inidônea para a produção de algum resultado lesivo. Por exemplo,
podemos imaginar a situação em que se tenta matar pessoa já falecida, ou se procura
abortar o feto de mulher que não está grávida.

Dolo e Culpa: Dolo e suas espécies; Culpa e suas espécies; Modalidades de Culpa.

Dolo E Culpa (Elementos Subjetivos Do Crime)

❖ Dolo E Suas Espécies


Quanto à vontade do agente, o crime pode ser: doloso ou culposo.

Art. 18 - Diz-se o crime:


Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente

Conceito de crime doloso


Vontade livre e consciente do agente em praticar um fato definido como crime, podemos afirmar
que o crime é doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, sabendo
da ilicitude de sua conduta.
Existem duas espécies de dolo: o dolo direto e o dolo indireto.

• Dolo direto: ocorre quando o resultado corresponde perfeitamente à vontade do agente.


Exemplo: Quis matar e matou.

• Dolo indireto eventual, quando o agente assume o risco de produzir resultado.

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❖ Culpa

Conceito de crime culposo


Crime culposo é aquele em que o agente não tem vontade de praticar, mas, por falta de cautela,
por descuido ou falta de atenção, acaba consumando.
Modalidades da Culpa
• Imprudência: É a prática de um ato perigoso sem os cuidados que as circunstâncias
exigem, podendo ser definida como uma ação descuidada.

Exemplo: manejar indevidamente um revólver municiado, imprimir alta velocidade ao veículo


em via pública, etc.;

• Negligência: Consiste no agente em deixar de tomar o cuidado devido antes de começar a


agir, sendo assim dar-se-á antes do início da conduta.

Exemplo: motorista do ônibus que não verifica o óleo do sistema de freios ou não substitui os
pneus que estão lisos; deixar arma e remédios ao alcance de crianças e etc.;

• Imperícia: É a falta de aptidão técnica, teórica ou prática para exercer certa profissão ou
atividade. Exemplo: Médico vai curar uma ferida e provoca a amputação de uma perna ou
esquece instrumento cirúrgico no interior do corpo do paciente.

Compensação de Culpa; Preterdolo.

Compensação De Culpa
Não se admite a compensação de culpas, logo, a culpa do agente não é anulada pela
culpa da vítima.

❖ Preterdolo
Dolo no antecedente e culpa no consequente

É a prática de um crime doloso, cujo resultado ultrapassa a intenção do agente e produz


resultado mais grave do que aquele inicialmente pretendido.

No crime preterdoloso, há conduta dolosa e resultado agravador culposo.


• dolo eventual ocorre quando o agente assume o risco de produzir o resultado proibido, tendo
consciência dessa possibilidade.

• culpa consciente ocorre quando o agente não tem a intenção direta de cometer o crime, mas
atua de forma negligente ou imprudente, ignorando o risco que sua conduta representa.

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Agravação pelo Resultado; Responsabilidade Objetiva.

Agravação Pelo Resultado


❖ Crime qualificado pelo resultado
O crime qualificado pelo resultado possui duas etapas:

• prática de um crime completo, com todos os seus elementos (fato antecedente);

• produção de um resultado agravador, além daquele que seria necessário para a


consumação (fato consequente).
Na primeira parte, há um crime perfeito e acabado, praticado a título de dolo ou culpa, ao passo
que, na segunda, um resultado agravador produzido dolosa ou culposamente acaba por tipificar um
delito mais grave.
Exemplo:
A ofensa à integridade corporal de outrem, por si só, já configura o crime previsto no art. 129,
caput, do Código Penal, mas, se o resultado final caracterizar uma lesão grave ou gravíssima, essa
consequência servirá para agravar a sanção penal, fazendo com que o agente responda por delito
mais intenso.

❖ Crimes Qualificados Pelo Resultado

• Dolo no antecedente e dolo no consequente: exemplo, marido que espanca a mulher até
atingir seu intento, provocando-lhe deformidade permanente

• Culpa no antecedente e culpa no consequente: No crime de incêndio culposo, por


exemplo, considerado fato antecedente, se, além do incêndio, vier a ocorrer alguma morte,
também por culpa, o homicídio culposo funcionará como resultado agravador (fato
consequente).

• Culpa no antecedente e dolo no consequente: É o caso do motorista que, após atropelar


um pedestre, ferindo-o, foge, omitindo socorro.

❖ Responsabilidade Objetiva
Responsabilidade objetiva significa que o agente responda pelo resultado ainda que agindo com
ausência de dolo ou culpa.

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Da Antijuridicidade: Conceito; Excludentes de Ilicitude; Estado de necessidade; Legítima


Defesa; Estrito Cumprimento do Dever Legal; Exercício Regular de Direito Excesso nas
Discriminantes.

Antijuricidade
Contradição entre uma conduta e o ordenamento jurídico. Existem, no próprio ordenamento
jurídico, causas que excluem a antijuricidade. Por exemplo, se o agente pratica o fato em legítima
defesa, ou seja, não sendo fato antijurídico, não há crime.

❖ Excludentes De Ilicitude Ou Antijuridicidade


Art. 23 Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
➢ Estado De Necessidade

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir -se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo
§ 2º - Embora seja razoável exigir -se o sacrifício do direito ameaçado.

Alguém se vê obrigado a sacrificar um bem jurídico alheio, protegido pela lei penal, para salvar
um direito ou bem jurídico próprio, ou de outro que está em perigo atual, e cuja existência não foi
provocada por sua vontade.

❖ Requisitos Ou Pressupostos Do Estado De Necessidade

• Atualidade do perigo: perigo atual é o que está ocorrendo no momento.

• Ameaça de um direito, próprio ou alheio: é indispensável que um bem jurídico do sujeito,


ou de outrem, esteja em perigo;

• Involuntariedade do perigo: Só há estado de necessidade para o agente que não


provocou o perigo por vontade própria;

• Inevitabilidade da conduta: Só é caracterizado o estado de necessidade, quando não há


outra forma de salvar o direito ameaçado, que não seja o sacrifício do direito de outrem.

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• Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo: A lei penal não impõe ao detentor de
bem jurídico ameaçado, o dever de enfrentar o perigo, ao contrário do exigido de pessoas
encarregadas de funções que normalmente as colocam em perigo

• Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado: A lei penal não exige do homem comum,
vez que não tenha o dever de enfrentar o perigo, o sacrifício pacífico e resignado do próprio
bem jurídico.

➢ Legítima Defesa

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios


necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
Considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de
crimes
❖ Requisitos Ou Pressupostos Da Legítima Defesa

• Reação a uma agressão atual ou iminente e injusta:


o injusta: é a agressão não autorizada pelo direito.
o Agressão atual: é aquela que se iniciou ou está se desenrolando.
o Agressão iminente: é aquela que está prestes a ocorrer.
• Defesa de um direito próprio ou alheio
• Uso moderado dos meios necessários à repulsa

❖ Legítima Defesa Putativa


Situação em que o agente imagina falsamente que vai ser agredido injustamente e repele
essa suposta agressão. Na realidade, ocorreu o erro plenamente justificado pelas
circunstâncias

Exemplo:
O agente discute, chegando às vias-de-fato com seu vizinho que, em dado momento,
ameaçou-lhe. Decorridos alguns dias, encontram-se numa viela mal iluminada, quando o vizinho
lhe aponta algo reluzente; o agente, imaginando ser o dia do acerto de contas da discussão, saca
de um revólver e fere ou mata o vizinho, que na realidade iria pedir-lhe desculpas e fazer as
amizades e, por fim, dar um presente ao agente, cujo embrulho era similar às linhas de um revólver
ou de uma pistola.
O agente não será condenado por lesões corporais ou homicídio, pois se enquadra na
situação de legítima defesa putativa.

❖ Estrito Cumprimento Do Dever Legal


“Não há crime quando o agente pratica o fato: III - em estrito cumprimento de dever
legal....”

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Ocorre quando o sujeito, em razão de sua função ou cargo, pratica um crime por determinação
de lei, regulamento, decreto ou qualquer ato emanado do Poder Público.
Exemplos do estrito cumprimento do dever legal:

O PM que se utiliza da força para deter o criminoso que resiste à prisão ou para impedir fuga de
presos, o fiscal sanitário que é obrigado a violar domicílio e etc.

❖ Exercício Regular De Direito


Não há crime quando o agente pratica o fato: ...no exercício regular de direito.”
Exemplos de exercício regular de direito:
o Mulher que procura médico para realizar aborto cuja gravidez resultou de estupro;
o Médico que realiza intervenções cirúrgicas

• Ofendículos: significa que exercita direito regular quem utiliza de aparelhos mecânicos, fios
internos ou maçaneta, bem como a colocação de cacos de vidro ou arames farpados sobre
os muros

• Violência esportiva

❖ Excesso Nas Discriminantes


• Excesso do meio empregado - hipótese em que o agente atira contra agressor desarmado

• Excesso pelo uso imoderado do meio empregado – hipótese de agente que, após ter
contido o agressor armado de estilete e tê-lo lançado ao chão, continua a golpeá-lo.

Da Culpabilidade: Culpabilidade; Imputabilidade; Causas que excluem a imputabilidade:


Doença Mental ou Desenvolvimento Incompleto ou Retardado; Medidas de Segurança;
Embriaguez; Menoridade; Emoção e Paixão.

A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma


infração penal.
Culpabilidade tem por elementos:
• imputabilidade,
• potencial consciência da ilicitude
• exigibilidade de conduta diversa

❖ Imputabilidade
Imputabilidade é a capacidade de compreender o caráter criminoso do fato e de se orientar de
acordo com esse entendimento. A imputabilidade possui dois elementos:

• intelectivo (capacidade mental de conhecer o caráter criminoso da conduta ilícita.);


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• volitivo (autodeterminação ou autocontrole de uma conduta).

❖ Causas que excluem a imputabilidade


• Doença Mental - É a perturbação mental de qualquer ordem (exemplos: psicose,
esquizofrenia, paranóia, epilepsia etc.)

• Desenvolvimento Mental Incompleto -menor de 18 anos e do silvícola inadaptado à


sociedade

• Desenvolvimento Mental Retardado - É o caso dos oligofrênicos, que se classificam em


débeis mentais.

• Embriaguez completa proveniente de caso furtuito ou força maior.

❖ Embriaguez
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º
- É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou
força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,


proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo ação ou da omissão, a
plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar

• Embriaguez voluntária ou culposa: Não exclui a imputabilidade, quer seja a embriaguez


completa ou incompleta.

• Embriaguez preordenada: o agente embriaga-se para cometer o crime. A embriaguez


preordenada, além de não excluir a imputabilidade, é considerada agravante genérica

• Embriaguez fortuita ou proveniente de força maior: É fortuita, quando o agente ignora


especial condição fisiológica sua, ou ingere medicamento que potencializa os efeitos do
álcool.
o Inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de autodeterminar–se de
acordo com esse
entendimento, haverá a exclusão da imputabilidade

o Se não tinha plena capacidade de entender ou autodeterminar–se

• Patológica é a embriaguez do alcoólatra, do dependente de substância química. O agente,


para fins penais, é equiparado ao doente mental

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❖ Menores De 18 Anos
Art. 27 – “Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legislação especial

➢ Emoção E Paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão;
• Emoção é um momento psíquico de forte e repentina comoção ou excitação, que pode
resultar em uma pessoa, a vista de alguém ou pela percepção de algo bom ou ruim.
Exemplo: raiva, medo, ambição, etc.
• Paixão: Sendo uma duradoura e profunda crise psicológica que atinge a integridade do
espírito e do corpo, verificando-se de maneira crônica e de existência mais estáveis.
Somente a emoção pode funcionar como redutor de pena.

❖ Da previsão de isenção de pena Lei nº 11.343/2006 (Lei de


Drogas)
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da
omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

Potencial consciência da ilicitude; Causas que excluem a potencial consciência da


ilicitude: Erro de proibição inevitável e evitável. Exigibilidade de conduta diversa; Causas
que excluem a exigibilidade de conduta diversa: Coação Moral Irresistível e obediência
hierárquica.

Potencial Consciência Da Ilicitude


Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a
um terço

❖ Causa que exclui a potencial consciência da ilicitude


• Erro de proibição, nesse instituto não possui relação com o desconhecimento da lei. Trata-
se de erro sobre a ilicitude do fato, e não sobre a lei

• Erro de proibição inevitável (o agente não tinha condições de conhecer a ilicitude do fato
em face das circunstâncias do caso concreto). Exclui a culpabilidade e acarreta a
absolvição.

• O Erro de proibição evitável não exclui a culpabilidade, mas reduz a pena de 1/6 a 1/3
devido persiste a potencial consciência da ilicitude. Nesse caso, embora o sujeito
desconhecesse que o fato era ilícito (não tem a consciência atual da ilicitude), ele tinha
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condições de saber, dentro das circunstâncias, que contrariava o ordenamento jurídico (tem
a potencial consciência da ilicitude).

❖ Exigibilidade De Conduta Diversa


Exigibilidade de conduta diversa consiste na expectativa social de um comportamento diferente
daquele que foi adotado pelo agente. Somente haverá exigibilidade de conduta diversa quando a
coletividade podia esperar do sujeito que tivesse atuado de outra forma.
A lei prevê duas hipóteses de exclusão da exigibilidade de conduta diversa COAÇÃO MORAL
IRRESISTÍVEL E OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA

❖ Coação Moral Irresistível


Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem,
não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou
da ordem
• A coação moral irresistível é a grave ameaça contra a qual o homem médio não consegue
resistir. A coação moral irresistível não exclui o crime, pois resta um resquício de vontade,
mas exclui a culpabilidade, ou seja, acarretam a isenção de pena.

• A coação moral pode ser resistível, quando a pessoa atua sob influência de ameaça
contra a qual podia resistir. Essa forma de coação não elimina o fato típico, a ilicitude, nem a
culpabilidade. Trata-se de uma circunstância atenuante

• A coação física, que consiste no emprego de força física, exclui a vontade (o dolo e a
culpa), eliminando a conduta. O fato é considerado atípico. É o caso do operador de trilhos
que, amarrado por assaltantes à cadeira, não tem como fazer a mudança de nível dos trilhos
e, assim, não consegue impedir a colisão das locomotivas.

❖ Obediência Hierárquica

Obediência à ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico

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