Di - Resp - Civ - U1 - Livro Didático
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RESPONSABILIDADE CIVIL
138 minutos
Aula 1 - Teoria Geral da Responsabilidade Civil
Aula 2 - Do dano moral
Aula 3 - Do dano moral características e elementos
Aula 4 - Da responsabilidade civil
Aula 5 - Revisão da Unidade
Referências
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18/04/2024, 10:26 U1_RESPONSABILIDADE CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR
Aula 1
INTRODUÇÃO
Prezado estudante,
Nesta aula, conheceremos os conceitos de responsabilidade civil, ato ilícito e abuso de direito, bem como
compreenderemos a partir da análise de julgados a importância de conhecer, saber e principalmente
reconhecer a existência de dano que gere o dever de indenizar.
As questões envolvendo pedido de indenização decorrentes da responsabilidade civil são uma grande fatia
das demandas que batem à porta do Poder Judiciário, por essa razão é necessário compreender quando
ocorre um dano passível de indenização.
Vamos aos estudos desse assunto que é muito importante no dia a dia do profissional do Direito,
principalmente daqueles que atuam em busca da reparação de danos!
Em linhas gerais, responsabilidade civil é o dever que uma pessoa possui de reparar o dano que causou a
outra pessoa.
Sobre a responsabilidade civil, importante observar os ensinamentos de Luciano Lima Figueiredo e Roberto
Lima Figueiredo:
Sem dúvida, a responsabilidade civil deriva da transgressão de uma norma jurídica pré-
existente, com a consequente imposição ao causador do dano do dever de indenizar.
Consiste em atribuir a alguém, violador de um dever jurídico primitivo, as consequências
danosas de seu comportamento, impondo a obrigação de indenizar. Este descumprimento
vai gerar dever de recomposição ao status quo ante. Tal recomposição haverá de ser
integral, sendo norteada no Brasil pelo princípio da restitutio in integrum, chamado por
alguns de princípio do imperador ou reparação integral.
— (FIGUEIREDO; FIGUEIREDO, 2020, p. 255).
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O ato ilícito, por sua vez, está conceituado no próprio artigo 186 do Código Civil, que determina:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
— (BRASIL, 2002)
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de A. Nery ao comentar o artigo 186 do Código Civil, pontuam:
4. Ato ilícito. Responsabilidade subjetiva (CC 186). O ato ilícito descrito no CC 186 enseja
reparação dos danos que ensejou, pelo regime da responsabilidade subjetiva, sendo
requisitos necessários para que haja o dever de indenizar: a) o ato; b) o dano; c) o nexo de
causalidade entre o ato e o dano; d) o dolo ou a culpa do agente causador do dano.
— (NERY e NERY, s.d., p. 776)
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes.
— (BRASIL, 2002)
Quanto ao abuso de direito, vejamos os ensinamentos de Nelson Nery Junior e Rosa Maria de A. Nery:
7. Abuso de direito. Ilícito objetivo. A norma comentada imputa ao ato abusivo a natureza
de ilícito. Tendo em vista suas próprias peculiaridades, não se assemelha ao ato ilícito do
CC 186, assim considerado pela lei para fins de reparação do dano por ele causado. O ato
abusivo pode, até, não causar dano e nem por isso deixa de ser abusivo. A ilicitude do ato
cometido com abuso de direito é de natureza objetiva, aferível independentemente de
dolo ou culpa.
— (NERY e NERY, s.d., p. 791).
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Assim, temos que a pessoa ao cometer um ato ilícito ou abusar de um direito tem o dever de indenizar,
conforme previsto no artigo 927 do Código Civil que dispõe:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Observe que o parágrafo único do artigo 927 do Código Civil trata sobre uma obrigação de reparar danos
independentemente da existência de culpa. Tal exceção diz respeito à chamada responsabilidade civil
objetiva.
Como nos ensinam Luciano Lima Figueiredo e Roberto Lima Figueiredo (2020, p. 262), para apurar a exata
medida da indenização, deve-se calcular qual era o estado jurídico da vítima antes da lesão e comparar com o
estado atual, ou seja, após a lesão; a diferença encontrada corresponderá a medida da indenização, conforme
previsto no artigo 944 do Código Civil. Trata-se de indenização com função compensatória.
É possível haver também função pedagógica ou punitiva, que busca desestimular novos atos ilícitos, a partir
do estabelecimento de uma quantia indenizatória não só suficiente para reparar o dano, mas que exceda isso,
como forma de punição ao agente causador do dano.
O parágrafo único do 944 do Código Civil prevê que existindo excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e do dano, cabe ao juiz reduzir o valor da indenização. Sobre isso, importante observar o que determina
o Enunciado nº 379 da IV Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: “o art. 944, caput, do Código
Civil não afasta a possibilidade de se reconhecer a função punitiva ou pedagógica da responsabilidade civil”
(AGUIAR JÚNIOR, 2012, p. 58).
Sobre a conduta humana, Gagliano e Pamplona Filho (2019, p. 74) esclarecem que pode ser classificada em
positiva e negativa. A conduta humana positiva é a prática de um comportamento ativo (ação), como por
exemplo, dirigir embriagado e colidir com o muro do vizinho. Já a conduta humana negativa, é mais sutil, ou
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seja, um deixar de fazer algo (omissão). A conduta humana causadora de responsabilidade civil, em regra, é
aquela configurada como ato ilícito, conforme artigo 186 (ato ilícito stricto sensu) e artigo 187 (abuso de
direito) do Código Civil.
É inegável a necessidade de existir dano para configurar a responsabilidade civil, sendo este um requisito
indispensável para sua configuração. Gagliano e Pamplona Filho (2019, p. 82) conceituam o dano como sendo
a lesão a um interesse jurídico tutelado, que pode ou não ser patrimonial. Para os autores, a configuração
do dano pode ocorrer também como agressão a direitos ou interesses extrapatrimoniais, como por exemplo
aos direitos da personalidade, que fazem jus ao dano moral (dano extrapatrimonial).
O nexo de causalidade é o elemento que liga a conduta humana e o dano ou prejuízo, ou seja, não existirá
responsabilidade civil sem que demonstrada a relação de causa-consequência entre a conduta humana e o
dano ou prejuízo sofrido pela vítima.
Com relação ao abuso de direito, previsto no artigo 187 do Código Civil, precisamos entender que é um ato
ilícito lato sensu, ou seja, um instituto autônomo que não se confunde com o ato previsto no artigo 186 do
Código Civil (ato ilícito stricto sensu). (GUERRA et al., 2021, p.1083).
Para que se configure o abuso de direito, é necessário primeiramente que exista um direito válido e que
tenha ultrapassado os limites do exercício lícito desse direito. No tocante ao limite econômico e social,
previsto no artigo 187 do Código Civil, deve ser analisado em consonância com os princípios da função social
do contrato e da propriedade. (GUERRA et al., 2021, p.1083).
O judiciário recebe constantemente diversas demandas buscando aplicação da responsabilidade civil por
prejuízos decorrentes de ação ou omissão voluntária e ainda por negligência ou imprudência.
Nesse sentido, veja a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que concedeu a um
menor de idade, indenização em virtude das agressões sofridas:
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O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao julgar o recurso de apelação, reconheceu a existência da
conduta humana ilícita, do dano moral e do nexo de causalidade entre a conduta e o dano, mantendo o
valor da condenação.
É importante compreender, que nem sempre o Judiciário reconhecerá a existência do dano e concederá a
indenização pretendida; como, por exemplo, no julgado abaixo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:
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No presente caso, a autora não demonstrou a existência de dano capaz de gerar o dever de indenizar, sendo,
portanto, julgado improcedente o pedido de indenização por dano moral.
VIDEO RESUMO
Olá estudante!
No vídeo, você aprenderá sobre a responsabilidade civil, o ato ilícito e o abuso de direito.
Terá também a oportunidade de conhecer os artigos 186, 187 e 927, todos do Código Civil, que foram
apresentados nessa aula.
Além disso, terá oportunidade de compreender melhor o que se considera como ação, omissão voluntária,
negligência e imprudência.
Saiba mais
O artigo, “O que é responsabilidade civil”, escrito por Luiz Felipe Novo Monteiro, se propõe a analisar a
questão da responsabilidade civil, demonstrando sua importância na vida profissional.
MONTEIRO, Luiz Felipe Novo. O que é responsabilidade civil. Disponível em: link:
https://www.migalhas.com.br/depeso/341887/o-que-e-responsabilidade-civil. Acesso em: mar. 2023.
Aula 2
DO DANO MORAL
Nesta aula, você aprenderá sobre o dano moral, dano moral coletivo e dano moral civil, bem como danos
patrimoniais e danos extrapatrimoniais.
28 minutos
INTRODUÇÃO
Nesta aula, você aprenderá sobre o dano moral, dano moral coletivo e dano moral civil, bem como danos
patrimoniais e danos extrapatrimoniais.
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Ao estudar essa aula, você será capaz de identificar o dano existente na questão apresentada e aplicar a
legislação pertinente ao caso concreto.
Demandas envolvendo danos morais, sempre fizeram e continuarão fazendo parte do judiciário e por isso é
de suma importância entender cada modalidade para conseguir identificar corretamente o dano existente.
Leia a matéria sempre acompanhada da legislação e busque na jurisprudência, decisões compatíveis com o
caso concreto, pois só assim conseguirá desenvolver todo o seu potencial.
Continue firme nos estudos, porque a cada dia você está mais perto do seu objetivo. A luta é necessária, mas
a vitória está próxima. Acredite sempre no seu potencial!
Dano, é uma lesão causada por ação ou omissão do agressor. Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho
explicam que:
Assim, resumidamente, temos que o dano é o prejuízo causado a uma terceira pessoa e pode ser moral
(extrapatrimonial) ou material (patrimonial).
O dano moral e o dano material estão previstos no artigo 186 do Código Civil, que dispõe:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
— (BRASIL, 2002, grifo nosso)
O dano moral atinge a esfera pessoal do ser humano, sua imagem, sua honra; já o dano material, atinge o
patrimônio corpóreo, bens ou coisas que tenham valor econômico.
Sobre o dano moral, Gagliano e Pamplona Filho, apontam que “consiste na lesão de direitos, cujo conteúdo
não é pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro”.
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Em outras palavras, podemos afirmar que o dano moral é aquele que lesiona a esfera
personalíssima da pessoa (seus direitos da personalidade), violando, por exemplo, sua
intimidade, vida privada, honra e imagem, bens jurídicos tutelados constitucionalmente.
— (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2022, p.1935).
Sobre o dano material, Carlos Roberto Gonçalves, observa que repercute no patrimônio do lesado e afirma
que:
Estaremos diante do dano moral coletivo, quando a lesão afeta valores ou interesses da sociedade, como
ocorre nas hipóteses de propaganda enganosa. Ainda de acordo com Gonçalves:
Ocorre dano moral à coletividade, verbi gratia, nos casos de propaganda enganosa ou
ofensiva; de ofensa aos valores e credos de determinada religião; de discriminação de
determinada comunidade ou raça; de colocação em risco da saúde ou da integridade física
dos trabalhadores de uma empresa em face da não adoção de medidas de segurança
obrigatórias; de descumprimento de medidas estabelecidas por lei, como no caso das
cotas reservadas para deficientes físicos no mercado de trabalho etc.
Não é, todavia, todo dano que dá ensejo à indenização por dano moral coletivo. É
necessário que o fato danoso seja grave e ultrapasse os limites toleráveis, causando
efetivamente um dano coletivo, gerando sofrimento e intranquilidade social.
— (GONÇALVES, 2022, p.1650).
O dano moral social, é uma nova categoria de dano, consistente em uma violação que diminui a
tranquilidade social, são condutas socialmente reprováveis, como por exemplo, uma greve abusiva, que causa
graves problemas a coletividade.
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Por fim, importante memorizar, que são direitos básicos do consumidor, a reparação dos danos
patrimoniais, morais, individuais, coletivos e difusos, conforme previsto no artigo 6º, inciso VI, do Código
de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990).
É inegável que, para existir a obrigação de indenizar, é necessário demonstrar além da culpa ou dolo, a
existência de dano moral (extrapatrimonial) ou material (patrimonial) sofrido pela vítima.
Como regra, a prova da existência do dano compete a quem alega (autor), mas há situações em que é
permitido inverter o ônus da prova, para que o réu demonstre que não causou o dano.
O Enunciado nº 458 da V Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal (BRASIL, 2012), aponta que “o
grau de culpa do ofensor, ou a sua eventual conduta intencional, deve ser levado em conta pelo juiz para a
quantificação do dano moral”.
Segundo a Súmula nº 37 do Superior Tribunal de Justiça, “são cumuláveis as indenizações por dano material e
dano moral oriundos do mesmo fato”. No mesmo sentido, a Súmula nº 387 do Superior Tribunal de Justiça: “é
lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral”.
Flávio Tartuce (2022) comenta sobre a possibilidade de cumular os danos estéticos, com danos morais e
danos materiais. Para ele, os danos materiais e morais, são considerados danos clássicos ou tradicionais; já
os danos estéticos, morais coletivos, danos sociais e danos por perda de uma chance, são considerados
danos novos ou contemporâneos.
A doutrina e a jurisprudência reconhecem o dano estético como uma modalidade diferente do dano moral
(extrapatrimonial). O dano estético é algo visível, que causa repulsa; já no dano moral (extrapatrimonial), há
um sofrimento mental, que pertence a intimidade da pessoa.
Os danos materiais ou patrimoniais são os que possuem valor econômico e podem ser classificados em
i. danos emergentes, ou danos positivos, é o que efetivamente perdeu – em uma batida de carro, é o valor
gasto para reparar o veículo, e
ii. lucros cessantes, ou danos negativos, é aquilo que deixou de ganhar – em uma batida de carro, quando
o motorista de aplicativo ou taxista deixou de trabalhar enquanto o veículo estava no reparo.
O dano moral ou extrapatrimonial é aquele dano que atinge a esfera pessoal da vítima e pode ser
classificado em
i. dano moral em sentido próprio é aquilo que a vítima sente, que causa, dor, tristeza, angústia,
humilhação e etc., e o
ii. dano moral em sentido impróprio ou em sentido amplo, tais como a lesão ao direito da
personalidade, atingindo, por exemplo, a orientação sexual.
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No tocante à pessoa jurídica, é importante saber que podem ser vítimas de dano. Conforme o artigo 52 do
Código Civil, “aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”, e de
acordo com a Súmula nº 227 do Superior Tribunal de Justiça, “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
O dano moral da pessoa jurídica atinge a sua honra objetiva, pois resumidamente, honra objetiva é o
conceito que a pessoa acredita que possui perante a sociedade, enquanto a honra subjetiva é o valor que ela
tem de si mesma.
Por fim, o dano moral coletivo é a lesão moral causada a coletividade; muito frequente nas hipóteses de
propaganda enganosa, que podem atingir uma determinada faixa etária.
Importante ter em mente que dano moral coletivo e dano moral social não são sinônimos. O dano social, é
causado por um comportamento reprovável, como o ato de jogar lixo na rua, que poderá causar alagamentos.
As ações envolvendo danos morais e materiais estão sempre presente nos Tribunais de Justiça. Nesse
sentido, veja as decisões abaixo:
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APELAÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Autora que teve sua imagem e perfil de
rede social exposta pelo Réu, humorista que ao tempo da publicação contava com
aproximadamente um milhão e trezentos mil seguidores. Legendas de cunho pejorativo
inseridas nas imagens da Autora. Pretensão indenizatória a título de uso indevido da
imagem no valor de R$50.000,00 e indenização por danos morais no importe de
R$200.000,00. Sentença de parcial procedência reformada. Condenação ao pagamento de
indenização por danos morais no importe de R$20.000,00 que deve ser afastada.
APELAÇÃO DA AUTORA que visa a condenação ao pagamento de indenização pelo uso
indevido da imagem e majoração dos danos extrapatrimoniais conforme postulado na
exordial. Descabimento. APELAÇÃO DO RÉU que visa o afastamento do dever de indenizar.
Cabimento. Condenação da autora ao pagamento de multa por litigância de má-fé.
Descabimento. Contexto fático que demonstra ação prévia da Autora. Resposta a
"story" publicado pelo Réu que possui cunho meramente ofensivo. Ação prévia que
naturalmente fragiliza o nexo causal. Resposta do Réu que se alinha com o trabalho que
desenvolve há anos. Circunstância que era de pleno conhecimento da Autora. Publicação
em perfil de rede social que demonstra intenção beligerante da Autora. Perfil com mais de
110.000 publicações da autora que demonstra conhecimento acerca do funcionamento
das redes sociais. Cenário belicoso que rompe o nexo de causalidade. Dever de indenizar
afastado. Litigância de má-fé não configurada por ausência de elementos de prova que
demonstre ação premeditada da Autora. Condenação ao pagamento de multa descabida.
Recurso do Réu provido em parte e Recurso da Autora desprovido.
— (TJ/SP; Apelação Cível 1056202-05.2022.8.26.0100; Relator (a): Vitor Frederico Kümpel; Órgão Julgador: 4ª
Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 38ª Vara Cível; Data do Julgamento: 29/04/2023; Data de Registro:
29/04/2023, grifos nossos)
No julgamento, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo reconheceu que a ofensa gratuita sofrida pelo
réu, seria retorquida pela rede social; reconheceu também o mal gosto das legendas citadas pelo réu e, ao
final, o Tribunal não reconheceu a indenização por dano moral (extrapatrimonial), por entender que existiu
uma ação prévia da autora, além do fato da postura do réu estar alinhada com o trabalho que desenvolve há
anos.
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No presente julgado, o Tribunal reconheceu a culpa concorrente do autor ao deixar de atravessar na faixa de
pedestre. A perícia reconheceu dano estético leve, que ocasionou uma cicatriz no joelho direito. Como o
Tribunal reconheceu a culpa concorrente, os danos morais e estéticos foram reduzidos pela metade.
É importante saber reconhecer as situações em que poderá pleitear as indenizações por danos, independente
da modalidade, bem como analisar diante do caso concreto, quando é possível cumular os pedidos.
VIDEO RESUMO
Olá Estudante!
No vídeo resumo da aula você aprofundará os conhecimentos sobre o dano moral, dano moral coletivo, dano
moral social, além da distinção de dano patrimonial e dano extrapatrimonial.
Terá também a oportunidade de conhecer os artigos que tratam do dano moral que foram apresentados
nesta unidade.
Saiba mais
O artigo “Novos danos ou novas adjetivações do dano moral? A desnecessidade da autonomização
dos danos extrapatrimoniais no direito civil brasileiro: questões materiais e processuais”, escrito
por Gilberto Fachetti Silvestre e Tiago Loss Ferreira, pretende analisar os novos modelos de danos
morais.
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SILVESTRE, Gilberto Fachetti; FERREIRA, Tiago Loss. Novos danos ou novas adjetivações do dano
moral? A desnecessidade da autonomização dos danos extrapatrimoniais no direito civil
brasileiro: questões materiais e processuais. Disponível em:
https://www.indexlaw.org/index.php/rdb/article/view/7294/5836. Acesso em mai. 2023
Aula 3
INTRODUÇÃO
Nessa aula, você aprenderá sobre o dano moral, suas características e os elementos da responsabilidade civil.
Demandas envolvendo a responsabilidade civil estão sempre presentes no Poder Judiciário, por isso é de
grande importância entender sobre a responsabilidade civil para saber quando aplicar seus conhecimentos.
Da mesma forma, com relação ao dano moral, que também absorve uma grande fatia de demandas no
Judiciário.
Aconselho a estudar sempre acompanhado da legislação e sempre que necessário buscar na jurisprudência
decisões recentes, compatíveis com as situações que lhe forem apresentadas.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Primeiramente, é preciso ter em mente que a doutrina não é unânime quanto aos elementos da
responsabilidade civil. Flávio Tartuce, buscou compilar a postura de alguns autores que se aproximam da
unanimidade da identificação dos elementos. Assim, segundo o autor, para Maria Helena Diniz os elementos
são: ação comissiva ou omissiva, dano moral ou patrimonial e nexo de causalidade. Para Sílvio de Salvo
Venosa, os elementos são: ação ou omissão voluntária, nexo causal, dano e culpa. Para Carlos Roberto
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Gonçalves, os elementos são: ação ou omissão, culpa ou dolo, nexo de causalidade (ou relação de
causalidade) e dano. Por fim, para Sérgio Cavalieri Filho, os elementos são: conduta culposa, nexo causal e
dano. (TARTUCE, 2022, p. 1.092).
1. conduta humana,
3. nexo de causalidade e
4. dano.
Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho ao comentar sobre a função da responsabilidade civil,
aponta:
Assim, na vereda de tais ideias, três funções podem ser facilmente visualizadas no instituto
da reparação civil: compensatória do dano à vítima, punitiva do ofensor e desmotivação
social da conduta lesiva.
A compensação do dano sofrido pela vítima, gera também uma função punitiva do ofensor e o objetivo é
desmotivá-lo a cometer novos atos ilícitos. Importante notar que essa função educativa também se estende a
sociedade, como ensina Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, vejamos:
E essa persuasão não se limita à figura do ofensor, acabando-se por incidir numa terceira
função, de cunho socioeducativo, que é a de tornar público que condutas semelhantes não
serão toleradas. Assim, alcança-se, por via indireta, a própria sociedade, restabelecendo-se
o equilíbrio e a segurança desejados pelo Direito.
— (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2022, p.1878).
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A base da responsabilidade civil, está prevista no artigo 186 do Código Civil que determina:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
— (BRASIL, 2002).
Da mesma forma, também cometerá ato ilícito, nos termos do artigo 187 do Código Civil, aquele “titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes” (BRASIL, 2002).
Pela leitura dos artigos acima citados, verificamos que quem comete um dano a terceira pessoa, seja por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, mesmo que esse dano seja exclusivamente moral, comete
um ilícito e esse ilícito é passível de responsabilização civil, nos termos do artigo 927 do Código Civil (BRASIL,
2002). Ressalta-se que a parte final do artigo 186 desse código sinaliza a existência de tipos diferentes de
danos: há os chamados danos patrimoniais, de natureza material, e os danos morais, isto é, de natureza
extrapatrimonial, atingindo, portanto, a esfera personalíssima da vítima.
Os elementos ou pressupostos da responsabilidade civil são: conduta humana, culpa genérica ou lato
sensu, nexo de causalidade e dano. Passaremos a análise de cada um desses elementos:
Conduta humana (positiva ou negativa), segundo Flávio Tartuce, pode ser causada por uma ação (conduta
positiva) ou uma omissão voluntária (conduta negativa) ou ainda negligência, imprudência ou imperícia.
(TARTUCE, 2022, p. 1.094).
Culpa genérica ou lato sensu, é a culpa em sentido amplo. A culpa genérica engloba o dolo e a culpa em
sentido estrito (stricto sensu). Ao abordar sobre o dolo, Flávio Tartuce aponta:
O dolo constitui uma violação intencional do dever jurídico com o objetivo de prejudicar
outrem. Trata-se da ação ou omissão voluntária mencionada no art. 186 do CC. Nos
termos do que consta do art. 944, caput, do Código Civil, presente o dolo, vale a regra do
princípio da reparação dos danos, o que significa que todos os danos suportados pela
vítima serão indenizados. (...)
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No dolo, o agressor (agente) quer a conduta e o resultado, porém na culpa estrita (stricto sensu), o agente
também quer a conduta, mas não quer o resultado. De um modo geral, na esfera da responsabilidade civil,
não interessa se o agressor (agente) agiu com dolo ou culpa, se causou dano deve reparar os prejuízos
sofridos pela vítima.
Sobre a culpa, vejamos o Enunciado nº 451 da V Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: “A
responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade objetiva ou independente de culpa,
estando superado o modelo de culpa presumida.” (AGUIAR JÚNIOR, 2012)
O nexo de causalidade (ou nexo causal) é o elemento que liga a conduta humana ao dano suportado pela
vítima, é o vínculo entre a conduta e o prejuízo. O nexo de causalidade demonstra que sem a conduta humana
(o fato) o dano (ou prejuízo) não existiria.
Ao analisar o elemento acima, é possível concluir que sem o nexo de causalidade, não é possível ligar a
conduta humana do agressor ao dano sofrido pelo agente. Flávio Tartuce ao comentar sobre o nexo de
causalidade, esclarece:
Para existir o dever de indenizar (responsabilidade civil) é necessário comprovar também a existência do
dano, ou seja do prejuízo sofrido pela vítima. Esse dano pode ser patrimonial (material) ou extrapatrimonial
(moral), sendo possível inclusive cumular o pedido de dano moral (extrapatrimonial) com dano material
(patrimonial), conforme disposto na Súmula nº 37 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) (BRASIL, 1992).
Como exemplo de dano material ou patrimonial, temos a destruição do muro da casa em uma colisão com o
carro, ou seja, tem relação direta com o patrimônio, com bens materiais.
O dano moral ou extrapatrimonial, é aquele que atinge a esfera pessoa da vítima, como por exemplo,
ofensa ao seu tipo de cabelo ou a orientação sexual da vítima que atinjam sua honra subjetiva e/ou objetiva.
Há diversos exemplos de responsabilidade civil, tais como, o erro de diagnóstico de um médico que retira do
paciente a oportunidade de tratar corretamente do problema que sofria (doença); inscrição indevida em
cadastros de inadimplentes; acidentes envolvendo veículos; vazamento de dados dos clientes e tantos outros
exemplos que demonstram a existência do dever de indenizar.
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O Poder Judiciário decide diariamente diversos casos envolvendo a responsabilidade civil, como por exemplo,
o julgamento pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, abaixo ementado:
Ao julgar o recurso, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, condenou a Comarca de Mongaguá, ao
pagamento de indenização por danos morais e materiais pelo atropelamento ide um ciclista por uma
ambulância.
Segundo constou dos autos, o motorista da ambulância agiu com imprudência atropelando o ciclista,
causando ferimentos e o afastamento do trabalho por 03 (três) meses. O Tribunal reconheceu a
responsabilidade civil objetiva pelos danos morais e materiais causado a vítima, condenando a
municipalidade ao pagamento de indenização.
Outro exemplo de responsabilidade civil pode ser verificado no julgado abaixo proferido pelo Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo:
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Nesse julgamento, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo reconheceu a responsabilidade objetiva do
Banco, com base na Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), bem como a falha no serviço prestado
pelo Banco (conduta omissiva) que causou o dano a vítima (cliente). O Tribunal reconheceu que o Banco não é
responsável pela subtração do celular, mas deveria fornecer segurança suficiente em sua plataforma digital
para evitar que terceiros tenham acesso aos dados bancários do cliente.
Como podemos observar, o nexo causal em ambas as decisões foi demonstrado, ligando a conduta do agente
(réu) ao dano causado à vítima, gerando assim o dever de indenizar (responsabilidade civil).
VIDEO RESUMO
Olá estudante!
Neste vídeo resumo da aula, você aprenderá sobre os elementos ou pressupostos e características da
responsabilidade civil, bem como do dano.
Também terá a oportunidade de compreender quais são os elementos da responsabilidade civil que são a
conduta humana, culpa genérica ou lato sensu, nexo de causalidade e dano.
Saiba mais
O livro “Responsabilidade Civil”, escrito por Carlos Roberto Gonçalves, aborda o tema da
responsabilidade civil de forma clara e objetiva, podendo ser boa fonte de consulta sobre o tema e
excelente fundamento para peças processuais sobre o tema.
https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3318409 19/34
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Aula 4
DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Nessa aula, você aprenderá sobre os tipos de responsabilidade civil, bem como sobre a responsabilidade
jurídica, responsabilidade moral e responsabilidade criminal.
27 minutos
INTRODUÇÃO
Nessa aula, você aprenderá sobre os tipos de responsabilidade civil, bem como sobre a responsabilidade
jurídica, responsabilidade moral e responsabilidade criminal.
Compreender os tipos de responsabilidade civil é essencial para interpretar a situação concreta e aplicar o
melhor direito.
Sugiro estudar sempre acompanhado da legislação e sempre que necessário buscar na jurisprudência
decisões recentes, compatíveis com as situações que lhe forem apresentadas.
Veja o quanto já evoluiu e siga em frente. A cada dia você está mais perto do seu objetivo.
A responsabilidade civil pode ser objetiva ou subjetiva. Resumidamente, podemos dizer que na
responsabilidade civil subjetiva é necessário a presença do dolo ou da culpa. Porém, na responsabilidade
civil objetiva, a existência do dolo ou da culpa é indiferente para gerar o dever de indenizar, bastando
somente o nexo de causalidade entre o dano e a conduta humana.
Sobre a responsabilidade civil objetiva e subjetiva, Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho comentam:
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Esta culpa, por ter natureza civil, se caracterizará quando o agente causador do dano atuar
com violação de um dever jurídico, normalmente de cuidado (como se verifica nas
modalidades de negligência ou imprudência), conforme consta do art. 186 do Código Civil
de 2002 (...).
A responsabilidade jurídica e a responsabilidade moral são diferentes. Segundo Carlos Roberto Gonçalves,
o campo da responsabilidade moral atua no campo da consciência individual é mais amplo que o campo da
responsabilidade jurídica, pois para que exista a responsabilidade jurídica é necessário que exista um
prejuízo. (GONÇALVES, 2023).
É possível que um mesmo fato gere a necessidade de reparação civil e de reparação penal. Ao distinguir sobre
a responsabilidade civil e a responsabilidade penal, Carlos Roberto Gonçalves aponta:
(...)
O agressor ou agente ao cometer um ato ilícito que repercute em uma responsabilização penal, poderá
responder com a privação da liberdade, ou seja, a “punição” é pessoal e intransferível, diferente da
responsabilidade civil, em que os herdeiros, do agente ou agressor responderão pelos danos causados, até o
limite do respectivo quinhão hereditário.
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Nesse sentido, a pena criminal é personalíssima, pois conforme o artigo 5º, inciso XLV, da Constituição da
República:
Art. 5º. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido
[...].
— (BRASIL, 1988)
Assim, tem-se que, na responsabilidade penal, a sociedade busca punir o agente ou agressor; enquanto que,
na responsabilidade civil, essa busca é realizada pela vítima, que pleiteia a reparação do dano sofrido.
Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva é a teoria do risco.
(...)
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Segundo o artigo 936 do Código Civil (BRASIL, 2002) o dono ou detentor do animal responderá pelos danos
por ele causados, se não for possível demonstrar a culpa da vítima ou motivo de força maior. Estamos diante
de uma responsabilidade civil objetiva. A culpa da vítima ou o motivo de força maior são as excludentes de
responsabilidade.
Para Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald, a responsabilidade legal ou jurídica necessita de
justificativa moral. Vejamos:
Por muito tempo essa responsabilidade moral se forjou na obrigação de reparar danos
decorrentes de culpa. Mas aquele era o mundo das relações interindividuais. Atualmente,
no amplo campo dos conflitos sociais e danos anônimos, atemporais e globais, o agente
moral deliberará pela prevenção, como forma ética e virtuosa de comportamento.
— (FARIAS; ROSENVALD, 2019, p. 1745).
Carlos Roberto Gonçalves e Pedro Lenza apontam as principais diferenças das responsabilidades civil e penal.
Segundo o autor, na responsabilidade civil, o interesse lesado é privado, cabendo a vítima escolher se quer
ou não buscar a reparação; qualquer ação ou omissão pode gerar o dever de indenizar; o patrimônio do
agressor responderá pela indenização; porém em alguns casos é possível que terceiros respondam pela
indenização, como por exemplo, os pais em relação aos filhos menores ou os herdeiros em relação as
obrigações do falecido - até os limites da herança. Já na responsabilidade penal o interesse lesado é da
sociedade, uma vez que o agressor infringiu uma norma de direito público, como por exemplo, o artigo 121 do
Código Penal que tipifica o homicídio; a responsabilização é pessoal, o agressor perderá a liberdade
(GONÇALVES; LENZA, 2023).
Assim, é possível que um ato ilícito gere uma responsabilidade civil ou responsabilidade penal ou ainda
ambas as formas de responsabilidade.
Diversos são os exemplos de aplicação da responsabilidade civil cumulada com a responsabilidade penal.
Como exemplo, podemos citar um acidente envolvendo dois veículos que além de causar danos nos veículos,
também machucou um dos motoristas. Nessa situação, o agente, ou seja, aquele que deu causa ao acidente,
terá o dever de indenizar a vítima pelos danos causados no veículo (responsabilidade civil) e também poderá
responder pelo crime de lesão corporal (responsabilidade penal), nos termos do artigo 129 do Código Penal.
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Um exemplo de responsabilidade objetiva é a falta de energia elétrica. Nessa situação, é possível que a
concessionária de energia elétrica responda pelos prejuízos causados ao consumidor, como por exemplo o
reparo na geladeira que queimou com a falta de energia, ainda que não tenha atuado com dolo ou culpa, mas
devido aos riscos da atividade prestada.
Constantemente o Poder Judiciário julga demandas envolvendo responsabilidade civil objetiva e subjetiva,
como o julgamento proferido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo abaixo:
Apelação. Ação de indenização por danos materiais e morais. Alegação de erro médico.
Sentença de parcial procedência. Inconformismo das rés. Descabimento. Decisão baseada
no laudo pericial que atestou a culpa médica. Responsabilidade objetiva do hospital
e da operadora de plano de saúde. Dever de indenizar. Sentença mantida. Recurso
improvido. (grifo nosso)
— (Apelação Cível 1013528-28.2019.8.26.0161; Relator (a): Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho; Órgão Julgador:
8ª Câmara de Direito Privado; Foro de Diadema - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 11/05/2023).
Ao julgar o processo, o Tribunal de Justiça de São Paulo reconheceu a falha na prestação médica e condenou
solidariamente o hospital e a operadora do plano de saúde, uma vez que a responsabilidade nessa situação é
objetiva, ou seja, não necessita comprovar a culpa, bastando demonstrar o nexo de causalidade entre a
conduta e o dano.
Encontramos também no judiciário discussão sobre a responsabilidade moral, como o julgado abaixo:
Veja que nessa situação, embora moralmente reprovável, não há como tipificar a conduta das agentes que
não avisaram sobre o falecimento do genitor. A vítima pleiteou indenização por danos morais, uma vez que
não foi avisada sobre o falecimento do pai e não teve seu nome incluído no atestado de óbito. Segundo a
autora, a ausência de aviso sobre o óbito causou abalo psicológico e a impediu de despedir-se de seu genitor.
Segundo o Tribunal não há obrigação legal de avisar sobre o falecimento, bem como seria descabido analisar
as questões morais e éticas das agentes.
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Um exemplo de responsabilidade civil subjetiva ocorre em casos de cratera em vias públicas. Nessa
situação, a vítima deve comprovar a culpa do responsável pelo reparo da cratera, bem como o nexo de
causalidade entre a conduta omissiva (ausência de reparo – falha na prestação dos serviços) e o dano sofrido,
por exemplo, danos no veículo. Restando comprovado esse nexo, deverá o responsável responder pelos
prejuízos sofridos pela vítima.
VIDEO RESUMO
Olá, estudante!
Neste vídeo resumo da aula, você aprenderá sobre os tipos de responsabilidades civis. Compreenderá as
diferenças entre responsabilidade civil objetiva e responsabilidade civil subjetiva, entre responsabilidade
jurídica ou legal e responsabilidade moral, bem como entre responsabilidade na esfera civil e na esfera penal.
Assista ao vídeo para concluir o seu estudo e compreender a diferença entre esses tipos de responsabilidades.
Saiba mais
O artigo “O sujeito passivo das ações indenizatórias de responsabilidade objetiva”, escrito por
Fernando Capez, pretende abordar a questão do sujeito passivo, isto é, aquele que é chamado a
responder civilmente na ação judicial, no caso da responsabilidade objetiva.
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
22 minutos
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Caro Estudante, a responsabilidade civil trata-se do dever que uma pessoa possui de reparar o dano que
causou a terceiros. Está prevista nos artigos 927 a 943 do Código Civil.
Os elementos ou pressupostos da responsabilidade civil são: dano, conduta humana, nexo de causalidade-e
a culpa genérica – aplicada no caso da chamada responsabilidade civil subjetiva, é considerada por parte da
doutrina como elemento da responsabilidade.
Dano é a lesão causada por ação, ou omissão. Conduta humana pode ser positiva ou negativa, e é a prática
de um comportamento. Nexo de causalidade é o elemento de ligação entre o dano e a conduta humana, e
sem este não existirá o dever de indenizar. A culpa genérica engloba também o dolo, podendo se tratar assim
de ação voluntária, ou com imprudência, negligência (culpa em sentido estrito). No dolo, o agressor ou agente
quer o resultado, porém na culpa estrita, o agressor não quer o resultado.
Há dois tipos de responsabilidade civil: objetiva ou subjetiva. Temos também a responsabilidade moral,
responsabilidade jurídica e responsabilidade penal.
A responsabilidade civil objetiva não necessita da existência da culpa para caracterizar o dever de
indenizar. Nessa situação basta o nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Já na responsabilidade civil
subjetiva, a presença do dolo ou da culpa é necessário para existir o dever de indenizar.
A responsabilidade moral não tem repercussão indenizatória, vez que afeta o íntimo-ou as crenças do
agente, mas não tem o condão de gerar o dever de indenizar. Difere, assim, da responsabilidade jurídica,
que gera o dever de indenizar.
Na responsabilidade penal, há uma infração a uma norma de direito público, como por exemplo, prática de
homicídio, e nela tende-se a buscar a punição pessoal do agente. Já na responsabilidade civil, lesa-se um
interesse privado e busca-se a reparação - em regra, indenização com fins reparatórios. É possível encontrar
responsabilidades civil e penal decorrentes do mesmo ato ilícito.
O ato ilícito está disciplinado no artigo 186 do Código Civil. Ocorrendo a ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência estaremos diante de um ato ilícito passível de reparação (indenização).
Assim, teremos, por exemplo, um ato ilícito por omissão, na situação de omitir-se de uma ação quando há um
dever de agir de uma escola em relação à segurança do aluno; e de um ato ilícito por ação, na hipótese de
uma batida de carro.
O abuso de direito, espécie de ato ilícito, previsto no artigo 187 do Código Civil, ocorre quando o agente
extrapola os limites ao exercer o próprio direito. Age-se manifestamente para além do exercício regular do
direito.
Encontramos o abuso de direito, por exemplo, quando uma pessoa denuncia um terceiro, acusando-o de
cometer um crime, mesmo sabendo que esse terceiro não o fez. Nessa situação, o agressor abusou do seu
direito de denunciar uma conduta criminosa.
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O dano moral também é chamado de dano extrapatrimonial e ocorre quando o agente ou agressor atinge a
esfera pessoal da vítima, como sua honra, imagem e boa fama. Ocorrerá dano moral coletivo quando a lesão
atinge valores de uma sociedade, como ocorre na hipótese de propaganda enganosa. O dano moral social é
uma nova categoria de dano e ocorre nas situações de condutas socialmente reprováveis, como nas greves de
uma categoria que atinge diversos membros da sociedade.
O dano material, também chamado de dano patrimonial, é aquele que atinge os bens ou patrimônio da
vítima, como por exemplo, a destruição do portão de uma casa causada por um vizinho após um
desentendimento.
REVISÃO DA UNIDADE
Olá, estudante!
No vídeo resumo, você terá a oportunidade de aprender sobre a responsabilidade civil, identificando seus
elementos ou pressupostos e também conhecer os tipos de responsabilidade civil.
Ainda terá a oportunidade de estudar sobre o ato ilícito, abuso de direito e por fim o dano moral e dano
material.
ESTUDO DE CASO
Estudante!
Para contextualizar a sua aprendizagem, imagine que você é um advogado renomado e foi procurado pelo
senhor João que relatou os fatos abaixo e busca uma solução jurídica para resolver seus problemas.
O senhor João narrou que sempre teve o desejo de adquirir um veículo zero quilometro e em dezembro de
2022, após economizar muito dinheiro, fazendo inúmeras horas extras, deixando muitas vezes de dar a
devida atenção aos filhos, netos e esposa, realizou o seu grande sonho e comprou um carro novo.
Ele relata que sempre dirigiu com muita atenção, obedecendo todas as normas e sinalizações de trânsito,
sempre evitando qualquer acidente que colocasse sua vida ou a vida de qualquer pessoa em risco e
respeitando todos os limites de velocidade.
João informa que, em fevereiro de 2023, trafegava por uma avenida movimentada na cidade de São Paulo, por
volta das 15 horas e, como de costume, respeitando o limite de velocidade e a sinalização.
Todavia, ao cruzar uma rua, enquanto o sinal estava aberto para o senhor João, o veículo conduzido pelo
senhor José colidiu bruscamente com o veículo do senhor João, causando um grave acidente e iniciando os
transtornos na vida do senhor João.
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Segundo o senhor João, o senhor José dirigia em alta velocidade, desrespeitando o limite local e ainda
ultrapassando o farol vermelho, e colidiu com a lateral direita do veículo do senhor João, causando sérios
danos no veículo.
O veículo do senhor João, até então novo e com poucos quilômetros rodados, ficou todo amassado do lado
direito (lado do passageiro). A batida, segundo o relato do senhor João foi tão violenta, que era impossível
abrir as portas dianteira e traseiras do lado direito do automóvel.
Com o impacto da batida, João machucou gravemente a perna direita, além de bater com o rosto no vidro do
carro, causando uma enorme cicatriz. Segundo relato do cliente (senhor João), foi prontamente socorrido pelo
resgate e levado para o pronto socorro mais próximo.
João precisou operar a perna direita e até hoje continua realizando sessões de fisioterapia para voltar a andar
com mais naturalidade. Também foi necessário operar o rosto, porém a cicatriz é irreversível, trazendo muita
angústia e tristeza para o Senhor João.
O Senhor João procurou você, advogado conceituado, para saber quais providências pode adotar para exigir
que o Senhor José responda pelos transtornos causados, já que até o momento não prestou nenhum auxílio e
nem procurou o Senhor João para saber se necessita de alguma ajuda.
Na qualidade de advogado, informe ao Senhor João quais as medidas legais que podem ser adotadas para
compelir o Senhor José a responder pelos atos cometidos.
Reflita
Olá, estudante!
Em sua vida profissional, você irá se deparar com diversos problemas apresentados pelos clientes, que
desesperados procuram a orientação de um advogado para solucionar o conflito.
Pensando nisso, faça uma escuta atenta, anote dados e informações importantes e analise a situação,
pensando na legislação em vigor, nos institutos jurídicos envolvidos e também no posicionamento dos
tribunais.
Tenha em mente que a responsabilidade civil estará presente em muitas situações, porém é necessário
pontuar o que é possível ser responsabilizado, levando em consideração a conduta do agressor, o dano
sofrido e o nexo causal entre esses dois elementos. Isto é, ao ouvir o caso, e ao revisar as informações
anotadas, você deve identificar os elementos da responsabilidade civil para demandar judicialmente a
reparação dos danos.
Lembre-se de encontrar sempre o nexo causal para fundamentar corretamente seu pedido. Sem esse
nexo de causalidade não será possível demonstrar o dano sofrido e muito menos ligar esse dano a
conduta do agente ou agressor.
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Faça perguntas, se achar necessário; peça documentos e todo o tipo de prova em direito admitido e
fundamente o caso de forma necessária e convincente para auxiliar o seu cliente a reparar o dano
sofrido.
José aparentemente deu causa ao acidente, vez que, dirigindo em alta velocidade, ultrapassou o farol
vermelho e colidiu bruscamente com o veículo de João.
Primeiramente, deve-se demonstrar o nexo de causalidade entre a conduta de José e o dano sofrido por João,
obtendo o maior número de provas possíveis para comprovar que a conduta de José foi essencial para a
ocorrência do acidente.
Essas provas podem ser documentais ou testemunhais, tais como, motoristas ou pedestres que presenciaram
o acidente; boletim de ocorrência; laudo da seguradora ou oficina mecânica que realizou o reparo no veículo
de João; laudo médico demonstrando as lesões sofridas; fotos das cicatrizes no rosto de João, bem como fotos
antes do acidente demonstrando que não existia enhuma cicatriz; receitas médicas; comprovantes de gastos
com remédios e fisioterapeuta; comprovante de gastos com a oficina mecânica ou pagamento da franquia,
caso o Senhor João tenha utilizado o seguro do veículo para realizar o reparo no automóvel.
Analisando esses documentos e outros apresentados, você analisará quais os danos sofridos por João,
causados por José. Temos:
Dano material ou patrimonial ocorrido com a batida do veículo que danificou gravemente o automóvel de
João. José deverá reparar esse dano ao bem de João. Deve arcar com o conserto do veículo, reembolsando
João pelos gastos com a oficina mecânica, incluindo peças e pinturas necessárias no veículo. Lembre-se de
comprovar esses pedidos com os documentos já mencionados.
João relatou anda que machucou gravemente a perna direita, necessitando de cirurgia e sessões de
fisioterapia, além de deixá-lo com uma cicatriz no rosto. Gastos com médicos, remédios e fisioterapia devem
ser inseridos no dano material e para comprovar esse dano, é essencial demonstrar o valor de todos esses
procedimentos, produtos e serviços.
Por fim, ainda, o dano extrapatrimonial (estético), diante da cicatriz irreversível no rosto de João. Essa
cicatriz causa tristeza, vergonha e angústia e, portanto, José deve ser condenado a reparar esse dano.
Para fundamentar o pedido utilize os artigos 186 e 927 do Código Civil. A jurisprudência reconhece a
cumulação de dano material com dano estético. No julgado abaixo o réu foi condenado ao pagamento de
danos estéticos e materiais pelo acidente que deu causa.
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Acidente de veículo. Cruzamento com placa PARE voltado para Ré. Desrespeito à
preferência de passagem configurada. Grave lesão na perna com longa convalescência e
cicatriz de grande extensão. Danos estéticos e morais configurados. Incapacidade parcial
e permanente pericialmente comprovada com fixação de pensão vitalícia em percentual
correspondente à limitação verificada. Denunciação procedente, observada a limitação aos
danos materiais e corporais e nos limites da apólice. Ação parcialmente procedente.
— (SÃO PAULO, 2023).
Assim, seguindo o relato de João será necessário propor uma ação de indenização por dano material e dano
estético em face de José.
RESUMO VISUAL
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REFERÊNCIAS
09 minutos
Aula 1
AGUIAR JÚNIOR, Ruy Rosado de (coord.). Jornadas de direito civil I, III, IV e V: enunciados aprovados. Brasília:
Conselho da Justiça Federal, Centro de Estudos Judiciários, 2012.
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2002. Acesso em 27 abr. 2023. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso
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FIGUEIREDO, Luciano Lima; FIGUEIREDO, Roberto Lima. Direito Civil: Obrigações e Responsabilidade Civil,
Coleção sinopses para concursos, vol. 11. 9ª edição. São Paulo: JusPODIVM, 2020.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil, v. 3: responsabilidade civil.
17ª edição. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
GUERRA, A. D. D. M. et al. Comentários ao código civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. E-book.
MONTEIRO, Luiz Felipe Novo. O que é responsabilidade civil. Disponível em: link:
https://www.migalhas.com.br/depeso/341887/o-que-e-responsabilidade-civil. Acesso em: mar. 2023
https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3318409 31/34
18/04/2024, 10:26 U1_RESPONSABILIDADE CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR
NERY JUNIOR, Nelson; A. NERY, Rosa Maria de. Código Civil Comentado. 1ª edição em ebook. São Paulo:
Revista dos Tribunais, s.d.
SÃO PAULO. Tribunal de Justiça (TJ). Apelação Cível 1086150-94.2019.8.26.0100; Relator (a): Virgilio de Oliveira
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SÃO PAULO. Tribunal de Justiça (TJ). Apelação Cível 1029274-23.2021.8.26.0562; Relator (a): Carlos Dias Motta;
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Data de Registro: 19/01/2023. Disponível em https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?
cdAcordao=16387440&cdForo=0. Acesso em 27 mar. 2023.
Aula 2
BRASIL. Conselho da Justiça Federal. Enunciado nº 458. V Jornada de Direito Civil. Jornadas de direito civil I,
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BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: maio 2023.
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras
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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula n° 37. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano
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2006. Disponível em: https://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/sumstj/article/view/5223/5348.
Acesso em: maio 2023.
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