Atividade de Avaliação 01
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mais de 508 anos, a denominação de índios dada aos habitantes nativos dessas terras
continua até os dias de hoje. Para os europeus que chegavam às terras indígenas, a
denominação tinha um sentido pejorativo, resultado de todo o processo histórico de
discriminação e preconceito contra os povos nativos da região. A primeira visão que eles
tinham, era de que o índio representava um ser sem civilização, sem cultura, incapaz,
selvagem, preguiçoso, traiçoeiro etc. Para outros ainda, o índio era um ser
romântico, protetor das florestas, símbolo da pureza, quase um ser como o das
lendas e dos romances.
Uma outra perspectiva é sustentada pelo preconceito e pela visão do índio cruel,
bárbaro, canibal, animal selvagem, preguiçoso, traiçoeiro e tantos outros adjetivos
e denominações negativos. Essa visão também surgiu desde a chegada dos europeus,
através principalmente do seguimento econômico, que queria ver os índios totalmente
extintos para se apossarem de suas terras para fins econômicos. As denominações e os
adjetivos eram para justificar suas práticas de massacre, como autodefesa e defesa dos
interesses da Coroa. Ainda hoje essa visão continua sendo sustentada por grupos
econômicos que têm interesse pelas terras indígenas e pelos recursos naturais nelas
existentes.
Alguns dos historiadores que estudaram a relação do primeiro contato entre índios
e colonizadores chamaram esse acontecimento entre portugueses e indígenas de
“encontro de culturas” como uma tentativa de apaziguar e tornar calma as péssimas
relações que foram mantidas entre esses dois grupos, mas percebe-se que, quando se dá
início ao processo de colonização feita pelos colonizadores, o que acontece é um
“desencontro de culturas”, que desencadeou uma série de ações que levaram os índios a
serem tratados com inferioridade e submissão pelo homem “branco”.
Em suma, todos esses acontecimentos carregam um peso que é trazido até os dias
de hoje em forma de preconceito e intolerância para com a comunidade indígena. Os
povos indígenas, através de sua memória histórica de resistência e luta, nos mostram que,
além de possível, é necessário recriar. Esses são os laços que unem o homem com a terra,
e que determinam sua relação com o mundo, reafirmando sua condição de humanidade,
contra a perda e a tomada de posse das suas terras e da sua cultura.