5 - Moldagem Com Casquete

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Moldagem com casquete


INTRODUÇÃO MOLDAGEM UNITÁRIA (CASQUETE)
✤ A moldagem dos preparos é crítica, pois há ✤ Idealizado por Cannistraci (1962) e descrito
dificuldade de copiar com fidelidade todo o pre- por Ripol (1976) sob o nome de “cofia” (gorro, em
paro cavitário. Tendo isso em vista, se a molda- espanhol), o casquete para moldagem consiste
gem é ineficiente, todo o trabalho adiante é de uma moldeira individual em resina acrílica a-
comprometido. tivada quimicamente, que visa promover o afas-
tamento mecânico do tecido gengival, simultâ-
✤ Objetivo da moldagem: Criar uma cópia exa- neamente ao ato da moldagem. É utilizado em
ta de uma situação clínica sem produzir fendas caso de preparos para coroas totais cujo término
e irregularidades, além de mostrar margens pre- cervical se estende subgengivalmente, sendo
cisas. utilizado um casquete para cada dente prepara-
do.
✤ Desafio: 90% das moldagens não reprodu-
zem todas as margens/término do preparo cavi- ✤ A moldagem individual com casquete de resi-
tário. na acrílica é uma técnica não lesiva, que respei-
ta as distancias biológicas existentes, que não
✤ Métodos de moldagem: invade o epitélio juncional e que não lesa as fi-
bras dos grupos mais superficiais de inserção
● Moldagem total: Moldagem de um arco conjuntiva.
completo, seja ele superior ou inferior;
● Moldagem total montada em articulador: ✤ A moldagem é uma impressão negativa do
Indicada para restaurações indiretas que ne- preparo realizado em um dente. O casquete é
cessitem modificar o plano oclusal do pacien- usado como se fosse uma moldeira individual.
te. Montada em articulador semi-ajustável, o A técnica de moldagem é indireta e realizada
qual é utilizado para trabalhar apenas em re- sob compressão. O afastamento gengival é me-
lação cêntrica. Mais difícil e possibilita mais cânico e não traumático. É limitada aos preparos
margem para erro, pois tem muitos passos; totais.
● Moldagem parcial funcional (duplo arco):
Feita com moldeiras do tipo triple-tray e regis- ✤ A moldagem com casquete permite o afasta-
tra os hemiarcos em registro funcional, ou se- mento gengival mecânico de forma atraumática
ja, paciente em oclusão (MIH). Indicada toda e não agressiva, além de limitar a quantidade
vez que faremos restaurações indiretas que do material de moldagem, o que evita grandes
não necessitam intervir no plano oclusal do alterações dimensionais. Portanto, em casos de
paciente. Usada em verticuladores, sendo preparo para coroa total, a moldagem com cas-
mais fácil e exigindo menos passos operató- quete é a técnica mais segura para o periodon-
rios, além de ser mais confortável para o paci- to. Já o mecanismo de retração, realizado com o
ente; uso do fio afastador, é agressivo ao periodonto,
uma vez que os meios de afastamento invadem
● Moldagem unitária – casquete: É um tipo de o epitélio juncional e a lâmina de adesão ao es-
moldeira individual que consiste em casque- malte. Esse processo rompe fibras irreversível-
te de moldagem, o qual é utilizado para mol- mente, resultando em recessão gengival em ca-
dagem de coroas. sos de periodontos finos e vasculares. O objetivo
do fio é afastar a margem gengival do término
do preparo cavitário, mas é impossível controlar
a agressão e o rompimento causado às fibras
gengivais. Estas fibras não irão se reinserir e, em

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

questão de meses, a gengiva irá assumir uma ● Menor grau de distorção do molde, devido
posição mais apical, havendo recessão e poste- à pequena quantidade de material de mol-
rior exposição da linha dente-restauração. No dagem utilizada no interior do casquete.
entanto, o fio não é completamente contra-indi-
cado, podendo ser usado em pacientes que tem Materiais de moldagem
periodonto fibroso. A cada 10 pacientes, em mé-
dia 6 tem um periodonto não compatível com o ✤ Materiais de moldagem indicados para a téc-
fio de retração. Nos casos de confecção de RMF nica do casquete:
ou onlays cerâmicas o fio é indicado porque o ● Siliconas;
seu uso se limita às regiões proximais, ou seja,
● Mercaptanas;
às áreas de col, onde há volume de papila (mu-
cosa ceratinizada), visto que na face vestibular a ● Poliéteres.
quantidade de gengiva ceratinizada é reduzida,
além de ser a área estética. Sendo assim, a téc- ✤ Silicones de adição:
nica do casquete foi desenvolvida para preser-
● Possibilita a moldagem em um único tempo
var o nível da inserção gengival do paciente.
(técnica da dupla mistura), pois a massa pe-
OBS: Não se deve anestesiar na inserção do fio, sada sofreu modificações e hoje é mais leve,
pois a dor é parâmetro para saber sobre a a- apresentando alta qualidade, ótima fidelida-
gressividade. de de cópia e estabilidade dimensional. Para
OBS: A eficiência das técnicas é a mesma, o que essa técnica, o material leve deve ser regular,
muda é a agressividade. com consistência semelhante ao pesado, pa-
ra não ser expulso pela expansão do pesado
✤ O casquete respeita as medidas do sulco na hora da polimerização, o que originaria ru-
gengival. Por isso a saia do casquete não é uni- gas. Não precisa da técnica do alívio, o que é
forme, ela é variada ao longo do perímetro. bom, pois evita distorções;
●Composto por base + catalisador. A massa
✤ O segredo do casquete é o domínio das fases pesada tem uma base e um catalisador e a
da resina acrílica. pasta leve também;
● Reação de presa por adição, sem formação
✤ Indicações: de subprodutos;
● Coroa total; ● Excelente estabilidade dimensional em am-
● Pacientes com periodonto fino; biente seco, não sofrendo contração de poli-
merização (desprezível). Pode-se esperar até
● Afastamento mecânico; 7 dias para vazar e permite múltiplos vaza-
● Técnica da transferência. mentos;
● Esperar 1h para vazar, pois a liberação de
✤ Vantagens: hidrogênio do material pode causar bolhas;
● Técnica menos traumática ao periodonto de ● Tempo de trabalho = 2 a 4 minutos e tempo
proteção quando comparada às técnicas de presa = 4 a 6 minutos;
convencionais que utilizam fios afastadores e
soluções hemostáticas; ● Natureza hidrofóbica;

● Individualização – Cada casquete é, na ver- ● As vantagens são a alta fidelidade de có-


dade, uma mini-moldeira individual para ca- pia, resistência ao rasgamento moderada, rá-
da preparo; pida e eficaz recuperação elástica e vaza-
mento em até 7 dias;
● Previsibilidade – Um casquete corretamente
● As desvantagens são o alto custo, tempo de
reembasado tem grandes chances de pro-
porcionar uma boa moldagem; vida útil curto, não pode ser manipulado com
luvas de látex (reação de polimerização inibi-
● Economia de material de moldagem; da pelo enxofre), presa inibida por soluções
hemostáticas de fio retrator gengival, libera-
ção de hidrogênio e hidrófobo;

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

● A desinfecção é feita com hipoclorito de só- permitir que o material de moldagem possa co-
dio 1% ou glutaraldeído 2% por 10 minutos. piar os detalhes desta área.

✤ Poliéter: ✤ Todas as vezes que a margem da restaura-


ção está intra-sulcular, é necessário usar algum
● Melhor material a ser usado no casquete,
meio de afastamento gengival. As duas técnicas
pois é mais fluido e, portanto, apresenta mai-
menos agressivas que existem para o afasta-
or precisão;
mento gengival são o fio de moldagem e o cas-
● Composto por uma base e um acelerador; quete.
● Reação de presa por adição, sem formação
de subprodutos, o que dá ao material uma ✤ Hemostop: Cloreto de alumínio. Promove a
excelente estabilidade dimensional; vasoconstrição, que resulta na recessão gengi-
val, ou seja, no deslocamento apical da gengiva.
● É o material mais rígido, por isso tem a resis-
No entanto, o desejado para a moldagem é a
tência ao rasgamento muito alta. Tem restri- retração, isto é, o afastamento horizontal da
ções de uso, não sendo indicado para áreas gengiva em relação ao dente. Por esse motivo,
muito retentivas; seu uso não é aplicado para a moldagem de
● Tempo de trabalho = 2 minutos e tempo de coroas. Existem, no entanto, vasoconstritores
presa = 8 minutos; mais potentes, como o cloreto de alumínio 15%,
que pode ser usado como pasta adstringente
● Como vantagens, apresenta boa precisão,
para afastamento gengival. Ele é indicado para
é hidrofílico, possuí alta rigidez (registro de
quando se vai realizar moldagem para lamina-
mordida), tixotropia, baixa contração de poli-
dos em gengiva vascular, uma vez que é um
merização e boa estabilidade dimensional
bom recessor de gengiva, pois não rompe fibras,
(até 7 dias);
sendo uma opção para não ter que usar fio re-
● Como desvantagens, é muito rígido, tem sa- trator.
bor amargo, necessita de bloqueio em áreas
retentivas ou não pode ser usado nessas áre-
as, absorve água e tem alto custo. Além disso,
TÉCNICAS DE CASQUETE
há maior chance de hipersensibilidade, não ✤ Casquete = Moldeira individual que promove
devendo ser usado em moldagem trans-ci- mecanicamente o afastamento gengival atrau-
rúrgicas; mático para possibilitar a moldagem dos limites
● Necessita de adesivo para moldeiras, o em- gengivais dos preparos de coroa em pacientes
pregum, mas ele saiu de linha, podendo ser com comprometimento periodontal e pacientes
substituído por base de unha; com periodonto fino/vascular.
● Sua manipulação se dá em proporção de
✤ Meios para obtenção do casquete:
1:1 em comprimento. A adição de 25% de ca-
talisador reduz um pouco a presa; ● Técnica do modelo de gesso: Mais indicada
para casos multielementares, por ser uma
● A desinfecção é feita com glutaraldeído 2%
técnica mais demorada;
por 10 minutos ou álcool 70. Não usar hipo-
clorito, pois altera a superfície; ● Técnica da coroa provisória: Indicada para
casos únicos ou multielementares. A técnica
✤ Escaneamento digital: Opção em preparo su- da provisória é mais rápida e fácil. Adotada
pragengival, pois pode ir direto. Em subgengival, nas clínicas de dentística III da UFMG.
fica difícil trabalhar. ● Técnica direta ou imediata: Confeccionar o
casquete como uma provisória diretamente
Afastamento gengival em boca pela técnica da bola ou do pincel a-
pós lubrificar o dente. Os passos seguintes
✤ Como o material de moldagem não tem ca-
devem ser realizados como serão descritos
pacidade de promover o afastamento lateral do
para as outras técnicas. Como nesta técnica
tecido gengival, torna-se necessário o emprego
não foi realizado o alívio com cera, deverá ser
de técnicas de retração gengival, para expor a
realizado um desgaste interno com broca es-
região cervical do dente preparado e, assim,

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

férica de tamanho compatível, em baixa rota- ● Vaselinar a cera, o dente preparado e os


ção. dentes vizinhos no modelo;
● Aplicar o acrílico incolor (menor custo) sobre
✤ A técnica de obtenção do casquete não im- o dente preparado no modelo com o pincel,
porta, pois a obtenção do termino do preparo e confeccionando o casquete (semelhante a
o reembasamento serão dados em boca. O uma provisória);
resultado atingido é o mesmo.
● Confeccionar um “chapéu” para facilitar o
✤ A duralay é usada pelo maior poder de cópia manuseio do casquete nos procedimentos
e por ser um material de menor deformação. de moldagem, desmoldagem e vazamento
Possuí partículas mais uniformes e maior resis- de gesso. Para isso, pode-se confeccionar
tência. previamente um disco, também em resina a-
crílica incolor, com tamanho apropriado (a-
proximadamente 10mm de diâmetro por
Técnica do modelo de gesso 2mm de espessura), que deverá ser fixado na
✤ Técnica indireta ou mediata. oclusal ou incisal do casquete. A superfície do
chapéu deve estar plana e perpendicular ao
✤ Exige um modelo positivo em gesso. eixo de inserção do preparo. Isso fará com
que a pressão digital exercida no ato da mol-
✤ Demanda tempo de laboratório. dagem seja igualmente distribuída por toda
✤ Custo maior pelo maior número de sessões. a extensão do mesmo;
● Após a polimerização da resina, remover o
✤ Mais utilizada em casos extensos onde o nú- casquete do modelo e delimitar o término
mero de coroas a serem moldadas é grande. cervical do preparo com lapiseira;
● Dar o acabamento inicial, removendo os ex-
✤ Passo a passo: cessos com brocas Maxi-cut ou Mini-cut;
1) Confecção do casquete: ●Marcar a face vestibular de cada casquete
● Fazer uma moldagem com alginato da regi- para saber a posição de inserção do mesmo.
ão do dente preparado, confeccionando um Caso haja mais de um casquete para um
modelo em gesso tipo III. mesmo paciente, os mesmos deverão ser nu-
merados;
● Os casquetes devem ser confeccionados
sobre o modelo de gesso, sem preocupação ● Levar o casquete no preparo cavitário em
com adaptação cervical, pois esta será dada boca. Prova do casquete (adaptação gengi-
em boca; val).
● O modelo de gesso deve ser recortado, de 2) Reembasamento:
modo a expor o limite do preparo em nível ● Fazer o reembasamento do casquete com
cervical; duralay, que tem maior poder de cópia e me-
● Delimitar, com grafite, a linha formada entre nor deformação. Nesta etapa deve-se secar o
a junção da parede cervical e as paredes axi- sulco gengival e lubrificar o preparo, com va-
ais do preparo (“linha do chanfro”); selina, saliva ou lubrificante a base de água.
A vaselina é a menos indicada, porque ela é
● Fazer um alívio de cera de 0,5 a 2mm de es- hidrofóbica, impedindo que uma camada da
pessura, aplicando uma camada de cera no duralay se una bem com a outra no reemba-
modelo, nas paredes axiais, a partir da linha samento. Se usar a vaselina, devemos tira-la
de grafite traçada, criando um alívio interno do casquete com um solvente, o monômero,
no casquete. Esse alivio de cera cria uma des- de preferência. No caso do lubrificante, lavar
adaptação entre a parede interna do casque- com água é suficiente. O reembasamento é
te e o preparo cavitário, criando espaço para feito da seguinte forma: Pincelar monômero
o material de moldagem. A parede cervical (líquido) de Duralay dentro do sulco gengival
deve permanecer sem a cera, pois o término e introduzir polímero e monômero de resina
será copiado com Duralay em boca; Duralay vermelha ou similar ao redor de todo

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

o término cervical. Aguardar 30 segundos a- ● Remover os excessos internos à 3ª linha,


pós o Duralay perder o brilho e posicionar e com brocas esféricas de peça reta (PM) – Fa-
pressionar o casquete contra a resina, fazen- zer alívio dentro do casquete de 2mm, deven-
do com que essa penetre no sulco gengival, do esse ficar bambo em boca para criar es-
gerando um pequeno grau de isquemia nos paço para o material de moldagem;
tecidos gengivais. Essa pressão é feita por a-
● Aliviar a linha de stop com broca esférica
proximadamente 1 minuto e meio, mas
pequena PM (arredondar a linha 3);
quando der por volta de 45 segundos, deve-
mos tirar e colocar o casquete para evitar que ● Desgaste com broca esférica de peça reta
fique preso nas possíveis retenções existen- do intervalo entre as linhas 2 e 3, correspon-
tes além do término cervical do preparo, ou dente à parede gengival. O alívio deve remo-
mesmo nas regiões de ameias. Em seguida, ver todo o chanfro, inclusive o término do pre-
pressionar por mais 30 segundos, totalizando paro, para dar espaço para o material de
o tempo de 1 minuto e meio total. Finalizado moldagem moldar o término do preparo. A li-
o primeiro reembasamento, coloca-se outra nha 3 e a linha 1 não podem ser removidas,
camada no termino do preparo para fazer o apenas o que está entre elas. A linha 3 não
segundo reembasamento e leva o casquete pode ser aliviada para que o casquete não
de novo ao dente, mas dessa vez sem espe- faça agressão ao periodonto, funcionando
rar o material perder o brilho (pulo do gato). como a linha de stop, ou seja, a parada do
Remover o casquete no sentido axial. Geral- casquete. Se ela é removida, o casquete per-
mente, com 3 reembasamentos é possível de o stop e agride muito mais que o fio de re-
copiar o término do preparo, mas uma série tração.
de coisas interferem, como a gengiva recém 4) Pincelamento do adesivo:
tocada por broca que tem sua consistência
alterada, impedindo o acrílico de entrar ade- ● Aplicação de adesivo de poliéter ou base
quadamente no sulco. No dia do preparo é de unha. Usar um microbrush para passar o
mais difícil moldar em virtude disso. adesivo/base de unha em toda a área inter-
na do casquete e 2mm para a face externa,
OBS: Deve haver a formação de uma saia na próximo à saia. O adesivo precisa de 7 a 8
borda cervical do casquete, abaixo do limite minutos de presa. A base de unha precisa de
cervical do preparo, no sentido de vedar esse 15 minutos de presa.
limite, aumentando a pressão do elastômero.
Denomina-se “saia” à faixa de resina acrílica 5) Moldagem:
situada entre a 1ª e a 2ª linhas. Ela deve estar ● Moldagem com Impregum (1,5cm) – Espa-
contínua ao longo de todo o casquete. O re- tular o material de moldagem corretamente,
emabasamento só termina e está satisfatório inserindo dentro do casquete sem incorporar
quando se obtém a formação da saia ideal. bolhas. Utilizar para isso um instrumento pe-
3) Ajustes: queno, por exemplo, um Hollenback. Posicio-
nar o casquete no preparo e pressionar até a
● Visualizar e demarcar com lapiseira as três presa final do elastômero, cerca de 8 minutos,
linhas de referência que, de fora para dentro, a partir do início da manipulação (1 minuto de
correspondem respectivamente a: manipulação e 7 em boca), para que o mate-
⤷ 1) Fundo do sulco gengival: É o final da saia, rial alcance o máximo de estabilidade di-
a linha mais externa; mensional. Manter em pressão digital;
⤷ 2) Linha do término: Linha do meio; ● Moldagem funcional parcial: Se não for rea-
⤷ 3) Linha axio-gengival: Linha subgengival, lizado coping e moldagem de transferência,
mais interna. A primeira que aparece no re- quando pensar em tirar o casquete, já mani-
embasamento. pular o silicone de adição para realizar a mol-
dagem parcial funcional, aproveitando o
OBS: O espaço entre as linhas 2 e 3 corres-
afastamento gengival prévio;
ponde ao chanfro – parede gengival.
● Obtenção do troquel isolado.
● Recortar os excessos externos à 1ª linha
com brocas ou discos de lixa; 6) Confecção de coping: Opcional
7) Moldagem de transferência/remoção.

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Técnica da provisória ● Jogar na água quente por 10 minutos;


✤ Técnica rápida. ●Recortar nas proximais – chapéu vira 2 bo-
nés;
✤ Não há necessidade de trabalhar com pincel, ● Delimitar o término cervical do preparo com
pois copiamos o formato da coroa provisória, lapiseira;
tanto externamente quanto internamente.
● Dar o acabamento inicial, removendo os ex-
cessos com brocas Maxi-cut ou Mini-cut;
✤ Menor número de sessões.
●Marcar a face vestibular de cada casquete
✤ Menor custo. para saber a posição de inserção do mesmo.
Caso haja mais de um casquete para um
✤ Menor terceirização. mesmo paciente, os mesmos deverão ser nu-
merados;
✤ Ótima forma de contorno obtido pela forma ● Levar o casquete em boca no preparo cavi-
da provisória. tário. Prova do casquete (adaptação gengi-
val).
✤ Passo a passo: 2) Reembasamento;
1) Confecção do casquete: 3) Ajustes;
● Estando o preparo concluído e a coroa pro- 4) Pincelamento do adesivo;
visória bem adaptada, proceder a uma dupli-
5) Moldagem;
cação da coroa provisória com alginato;
6) Confecção do coping;
● Remoção da provisória;
7) Moldagem de transferência/remoção.
● Limpeza do cimento;
● Encher o interior da provisória com alginato ✤ Por maior que seja o poder de cópia do elas-
usando um hollemback (evita incorporação tômero a ser utilizado para a moldagem definiti-
de bolhas); va, ele não corrigirá as falhas de adaptação do
● Colocar alginato no pote dappen; casquete de resina acrílica em relação as pare-
des cervicais do dente preparado. A desadapta-
● Moldagem da provisória – Afundar o provi- ção marginal aceitável em uma coroa é de 120
sório cheio de alginato no pote dappen com micrometros. É o que o cimento consegue suprir.
a cervical da provisória para baixo. Certificar-
se que a borda incisal ou a superfície oclusal
✤ Para que o molde seja feito no mesmo dia do
da coroa esteja posicionada cerca de 5,0 mm
reembasamento, precisamos de um dos se-
abaixo do nível do alginato, de modo a pro-
guintes truques, pois a resina acrílica sofre con-
porcionar um espaço para a confecção do
tração de polimerização, resultando em um mo-
“chapéu”;
delo menor que o tamanho real:
● Fazer um recorte lateral no alginato em volta
● Esquentar a água: Colocar o casquete na á-
da provisória, tipo um bisel, para dar espaço
gua quente em torno de 10 minutos. A água
para a confecção do chapéu e para engros-
quente acelera a polimerização e elimina as
sar as paredes laterais do casquete. Se ficar
contrações de polimerização;
muito fino, o casquete fura no momento do
alívio interno; ● Fazer um alívio maior para compensar a
contração. Depende de experiência.
● Após a geleificação do alginato, remover a
coroa com cuidado, utilizando uma pinça;
Confecção do coping de duralay
● Encher o espaço criado com acrílico usando
a técnica do pincel; ✤ Confeccionar coping de duralay não é um
● Após a polimerização da resina, remover a passo imprescindível, mas é bom para conferir e
cópia da coroa provisória, que vai ser utiliza- validar as etapas clínicas realizadas até o mo-
da como casquete de moldagem; mento.

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

✤ O coping é feito sobre o troquel de gesso e le- ✤ É importante para relacionar o coping de du-
vado em boca, a fim de conferi se o troquel está ralay metálico ou cerâmico com tecido mole,
fidedigno à condição que existe em boca ou dentes vizinhos e antagônicos.
não (preparo). Para isso, com uma sonda explo-
radora, iremos verificar sua adaptação marginal ✤ Para fazer a transferência no momento ime-
nas margens do preparo. Se não houver nenhu- diatamente posterior à confecção do casquete,
ma fenda ou defeito, significa que o troquel está devem ser feitos os copings de duralay. A trans-
condizente com o preparo e, portanto, o trabalho ferência também pode ser feita com o coping
deu certo. Portanto, o coping de duralay tem a metálico/cerâmica após a primeira etapa labo-
função de validar o troquel obtido. Além disso, o ratorial.
coping também pode ser usado como registro
oclusal, principalmente em casos de trabalhos ✤ Moldar o paciente com triple-tray ou moldeira
múltiplos. Assim, após confecioná-los, os leva- total, com silicone de adição, alginato ou outro
mos em boca e, com uma bolinha de duralay na material de moldagem, estando o coping ou o
sua ponta, pedimos para o paciente ocluir. Isso próprio casquete em boca, para que eles pos-
é feito com todos os dentes a serem preparados sam ser transferidos para o molde. Assim, o ges-
para, depois, haver um registro oclusal quando so é vazado com eles em posição no molde pa-
o modelo for montado em verticulador/articula- ra obtenção do modelo final. Passar vaselina no
dor. Isso ajuda a dar noção para montar prova coping antes de posicioná-lo no dente e passar
de contatos oclusais. cera ao redor do coping no modelo antes de va-
zar o gesso.
✤ Passo a passo:
OBS: Nos casos onde há mais de um dente a ser
● Recorte do troquel; moldado no mesmo arco, os casquetes podem
● Delimitação do término do preparo; ser unidos com barras de resina acrílica e, o con-
junto, removido na moldagem – estabilização.
● Camada de cera utilidade abaixo do térmi-
no do preparo. Remover a cera que eventual- ✤ Moldagem parcial funcional é mais confortá-
mente tenha invadido o término. Se o troquel vel, econômica, rápida e não compromete a
tiver áreas irregulares, cobrir com cera para a qualidade. Conferir a posição com e sem mol-
duralay não ficar retida no troquel; deira em boca, marcar o lado oposto, manter em
● Vaselinar o troquel; posição por 8 minutos e observar perfurações na
moldagem (registro de oclusão – bom).
● Aplicação de duralay pela técnica do pincel;
● Acabamento com brocas, borrachas e dis- OBS: A técnica da moldagem parcial em dois
cos de lixa. Cuidado para não desgastar o passos (reembasamento) tem como desvanta-
troquel; gem a possibilidade de obtenção de um troquel
mais estreito/curto (recuperação elástica do ma-
● Levar em boca;
terial pesado).
● Verificar adaptação marginal do coping no
preparo através da sondagem; ✤ Em casos de coping de duralay, o vazamento
● Registro funcional com o coping. é feito com gesso. Coping metálico/cerâmico é
vazado em acrílico.
✤ Indicado para a técnica de transferência.
OBS: Transferência = Remoção, através da mol- RESUMO
dagem, de alguma coisa do preparo para o ✤ Confecção do casquete:
molde, como o copping ou o casquete.
● Técnica do modelo de gesso: Moldar com
alginato o dente preparado, vazar o gesso ti-
Moldagem de transferência po III no molde, obter o modelo, delimitar no
✤ Objetiva transferir o troquel para o modelo. modelo a linha de chanfro com grafite, fazer
alívio de cera nas paredes axiais do modelo,
vaselinar o modelo, aplicar resina acrílica in-
color com pincel sobre o dente em questão

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

no modelo para confecção do casquete, con- OBS: As linhas 1 e 3 não podem ser removi-
feccionar o chapéu no casquete, delimitar das (1 garante afastamento gengival e 3 é o
com grafite o término cervical do preparo no stop). A linha 2 some.
casquete, dar acabamento inicial removendo ● Reembasar novamente, se necessário.
excessos, marcar a face vestibular do cas-
quete e provar o casquete em boca;
✤ Pincelamento do adesivo: Pincelar o adesivo
● Técnica da provisória: Remover a provisória, ou base de unha interna e externamente e a-
limpar o cimento dela, enchê-la com alginato guardar o tempo de secagem (adesivo =15 min).
usando hollemback e afundá-la em um pote
dappen com alginato com a cervical voltada ✤ Moldagem: Espatular e inserir o material de
para baixo, deixando um espaço de 5mm moldagem (poliéter – Impregum) no interior do
acima da borda incisal/superfície oclusal. Re- casquete com hollemback. Posicionar e pressio-
cortar o alginato na lateral da provisória, re- nar até a presa final (8 minutos total, 7 em boca).
mover a coroa usando uma pinça, encher o Manter em pressão digital.
espaço com resina acrílica pela técnica do
pincel, remover a cópia da provisória após a ✤ Moldagem parcial funcional: Feita com mol-
presa, jogar na água quente, recortar as pro- deira triple-tray e silicone de adição. Tirar o cas-
ximais (chapéu vira 2 bonés), delimitar com quete após manipular o material leve para apro-
grafite o término cervical do preparo no cas- veitar o afastamento. Obtenção dos modelos
quete, dar acabamento inicial removendo ex- parciais e montagem em verticulador.
cessos, marcar a face vestibular do casquete
e provar o casquete em boca; OBS: Realizada quando se opta por não se rea-
lizar coping. Nesse caso não é feita a moldagem
● Técnica direta (técnica da bola). de transferência, mas sim uma moldagem fun-
cional normal.
✤ Reembasamento: Secar o sulco gengival e lu-
brificar o preparo. Pincelar monômero de duralay ✤ Obtenção dos troqueis: Vazamento do gesso
no sulco gengival e introduzir polímero + monô- tipo IV no molde individual obtido com o cas-
mero de duralay ao redor de todo o término cer- quete. Remover após 1h. Cuidado com bolhas.
vical. Aguardar a resina perder o brilho e, após
30s, posicionar e pressionar o casquete por 1
✤ Confecção do coping em duralay: Não é obri-
minuto e meio, devendo tirá-lo e colocá-lo na
gatório. Feito sobre o troquel obtido. Recortar o
metade desse tempo para evitar retenção. Ao fi-
troquel, delimitar o término do preparo, passar
nalizar o tempo, é feito um novo reembasamen-
uma camada de cera abaixo do término e re-
to, mas dessa vez sem aguardar a perda do bri-
mover a cera que tenha invadido esse. Vaselinar
lho da resina. Reembasar até que se tenha a for-
e acrescentar duralay pela técnica do pincel. Dar
mação da saia contínua ao longo de todo cas-
acabamento e levar em boca para conferência
quete e toda a cópia do término do preparo na
(sondar).
região subgengival.
✤ Moldagem de transferência. Utilizar uma mol-
✤ Acabamento:
deira carregada com um material de molda-
● Demarcar as linhas de referência (1, 2 e 3); gem, como o silicone de adição. Moldar com o
● Recortar os excessos externos à linha 1 com
coping posicionados em boca no preparo, trans-
brocas ou discos de lixa; ferindo-o para o molde. Vazar o gesso com ele
em posição para obtenção do modelo final.
● Remover os excessos internos à linha 3 com
broca esférica PM – alívio de 2mm (espaço OBS: Há a possibilidade de realizar a moldagem
para o material de moldagem); de transferência com o próprio casquete em
boca, ao invés do coping.
● Desgastar o intervalo entre as linhas 2 e 3
(parede gengival) com broca esférica PM, re-
movendo todo o chanfro (linha 2 some);
●Aliviar a linha 3 com broca esférica peque-
na PM (arredondar);

MARINA MINICI DUMONT PRADO - 164

Você também pode gostar