A Galvanização
A Galvanização
A Galvanização
ecológico de prevenção contra a corrosão. Estima-se que os custos com corrosão representem
cerca de 4% do PIB das nações industrializadas, percentual que tende a ser maior na economia
dos países emergentes.
A cada 90 segundos, em todo o mundo, uma tonelada de aço é consumida pela corrosão; de
cada duas toneladas de aço produzido, uma é para substituir o aço corroído. Ao proteger uma
tonelada de aço contra a corrosão, através da galvanização por imersão a quente, economiza-
se energia sufi ciente para atender às necessidades de uma família média por várias semanas.
A galvanização é o uso eficiente do zinco para proteger o aço por longos períodos,
economizando recursos com o mínimo impacto para o meio ambiente.
O aço galvanizado pode ser facilmente reciclado com outras sucatas de aço no processo de
produção do metal.
EMISSÕES DO PROCESSO
O zinco é a principal matéria-prima da galvanização. O zinco é um metal não ferroso que pode
ser reciclado indefinidamente sem nenhuma perda das propriedades físicas ou químicas. Essa
é a principal vantagem dos processos de galvanização por imersão a quente, que garantem sua
sustentabilidade ambiental e seu custo-benefício.
Cerca de 30% (3 milhões de toneladas) do consumo mundial de zinco vem de fontes recicladas.
Um número que está aumentando com a maior conscientização ambiental e o
aperfeiçoamento das tecnologias de reciclagem. Estimativas sugerem que 80% do zinco
disponível para reciclagem é de fato reciclado. Isso significa que grande parte do zinco em uso
atualmente já foi utilizada antes.
O aço galvanizado é reciclado com outras sucatas desse metal no processo de produção. Ele
volatiliza no início do processo e é coletado para reprocessamento.
- Em liga com outros metais – fundidos em peças de precisão para aparelhos, hardware,
eletrônicos e brinquedos.
A galvanização por imersão a quente é muito eficiente no uso do zinco, pois qualquer metal
fundido não utilizado no revestimento do aço voltará para a cuba de galvanização. Dois
produtos residuais são formados durante o processo: uma mistura de zinco/ferro, chamada de
borra, e as cinzas de zinco, constituídas principalmente de óxidos. Ambos contêm alto teor de
zinco e são recuperados e reciclados por empresas especializadas, e o zinco reciclado
normalmente retorna para o galvanizador. O óxido de zinco é recuperado das cinzas do
galvanizador e utilizado em produtos farmacêuticos / cosméticos e na fabricação de pneus.
O zinco é essencial para a vida. Ele é um elemento natural encontrado em todas as plantas e
animais e tem um papel crucial na saúde de nossa pele, dentes, ossos, cabelos, unhas,
músculos, nervos e função cerebral. O zinco e seus compostos químicos são encontrados em
mais de 200 enzimas e hormônios no homem.
Muitas rochas contêm zinco em quantidades variadas e ele existe naturalmente no ar, na água
e no solo. Em virtude do envelhecimento natural e da erosão das rochas, solos e sedimentos,
além de erupções vulcânicas e incêndios florestais, uma pequena, mas significativa, fração de
zinco natural é continuamente mobilizada e transportada no meio ambiente.
Um erro de conceito comum é que a corrosão pode não afetar estruturas de aço que estejam
em ambientes internos, fora do alcance das intempéries. Se existe condensação frequente na
superfície da estrutura e o aço não está devidamente protegido, a corrosão será significativa.
Sob essas condições, a galvanização por imersão a quente pode oferecer mais de 40 anos de
vida útil. A galvanização por imersão a quente também tem sido amplamente utilizada para
proteger estruturas de aço em ambientes internos, porém agressivos, como piscinas e
cervejarias.
Em sua grande maioria, as águas possuem sais formadores de incrustações, que podem formar
uma camada protetora nas superfícies internas de sistemas galvanizados de distribuição de
água. Consequentemente, os revestimentos podem ter sua vida útil normalmente aumentada
em mais do que 40 anos. Se esses sais não estiverem presentes, pode-se prolongar a vida útil
do revestimento através da aplicação de duas películas de solução betuminosa.
A água do mar é mais agressiva do que a água doce devido à presença de sais dissolvidos
(como sulfetos e cloretos, por exemplo), que aceleram o processo corrosivo. Em razão do
elevado teor de cloretos presente na água do mar, uma taxa de corrosão muito alta deveria
ser esperada. Entretanto, a presença de íons de cálcio e magnésio tem um forte efeito inibidor
da corrosão do zinco nesse tipo de ambiente.
Imersão pela maré, maresia regular ou imersão em água do mar tropical morna podem levar a
uma taxa maior de corrosão.
SUBTERRÂNEO
A vida útil de um revestimento galvanizado enterrado pode variar, dependendo, por exemplo,
do tipo de solo – sua acidez e se ele foi alterado. A variação do pH de 5.5 a 12.5, isto é,
levemente ácido a alcalino, é favorável. Os solos que contêm cinzas e detritos de carvão são
especialmente nocivos. Em muitos casos, a aplicação de uma solução betuminosa sobre o
revestimento de zinco é benéfica – principalmente onde o aço galvanizado estiver enterrado
no solo ou no ponto onde surge do concreto. O aço galvanizado pode ser embutido com
segurança no concreto. Para maior proteção em solos, revestimentos galvanizados mais
espessos podem ser especificados.
Madeiras muito ácidas como carvalho, castanheira, cedro-vermelho e pinheiro podem ser
utilizadas com o aço galvanizado, desde que elas sejam isoladas do contato direto. Alguns tipos
de madeira, quando umedecidas, liberam uma substância que comumente é confundida com
corrosão. Por mais que o aspecto técnico do aço galvanizado não se comprometa, a estética
pode ser afetada.
Existe somente uma pequena corrosão adicional do zinco como resultado do contato com a
maioria dos metais, na maior parte das condições atmosféricas. A corrosão bimetálica pode
ocorrer em condições de imersão ou em locais onde a água da chuva não pode ser drenada ou
secada com facilidade nas superfícies de contato. Orientação é fornecida no PD6484 do BSI:
“Comentários sobre a corrosão em contatos bimetálicos e sua mitigação”.
ALTA TEMPERATURA
O aço galvanizado pode ser utilizado em contato com argamassa, cimento, concreto e gesso
úmido.
Esses elementos possuem mínima ação corrosiva sobre os revestimentos, enquanto secam ou
assentam. O produto de corrosão formado é extremamente aderente e menos volumoso que
o aço, sendo assim evita o aparecimento de rachaduras e trincas em estruturas de concreto
armado.
O contato com produtos químicos exige consideração especial. Uma ampla gama de produtos
químicos é compatível com o aço galvanizado. Contato prolongado ou frequente com ácidos e
álcalis fortes não é aconselhável.
BARREIRA DE PROTEÇÃO
No processo de galvanização, é formada uma barreira que isola todas as superfícies internas e
externas do aço do meio ambiente. Erroneamente o termo galvanização é utilizado para
descrever revestimentos em zinco em geral.
A expectativa de vida útil de um revestimento de zinco está diretamente relacionada com sua
espessura: revestimentos mais espessos têm uma vida útil mais longa. A galvanização por
imersão a quente oferece a produtos fabricados em ferro ou aço proteção máxima através de
uma ligação intermetálica entre o zinco e o aço, resultando em um revestimento mais espesso,
contínuo e resistente.
PROTEÇÃO CATÓDICA
O zinco, por ser mais eletronegativo que o aço, sofre corrosão preferencial ao aço e
sacrificasse para protegê-lo.
Por conseguinte, a galvanização por imersão a quente oferecerá essa proteção catódica. Os
produtos de corrosão do zinco, por serem aderentes e insolúveis, se depositam sobre a
superfície do aço, isolando-o da atmosfera, evitando assim sua corrosão.
Esse processo é semelhante à cicatrização. No entanto, nos revestimentos com tinta, é
necessário que haja a aplicação imediata de uma proteção adicional após a ocorrência do
dano. Caso contrário, o aço pode ser corroído, com um eventual dano de todo o revestimento,
pois a corrosão infiltrou-se no filme de tinta.
Uma célula galvânica é formada. O zinco em volta do ponto de danificação sofre corrosão.
Produtos da corrosão precipitam-se na superfície de aço e ela fi ca protegida. O aço também é
protegido, pois ele é catódico em relação ao revestimento de zinco.
REVESTIMENTO DE TINTA
O aço sofre corrosão na região onde o filme de tinta foi danificado. A corrosão se propaga
entre o filme de tinta e a superfície do aço, ocasionando seu desprendimento. O processo
corrosivo continua até que o dano seja reparado.
Níquel, cromo e cobre – por serem mais eletropositivos que o aço – conferem apenas proteção
por barreira. Caso ocorra uma falha no revestimento, nessa região o aço sofre corrosão. A taxa
de corrosão será ainda mais alta do que se o aço não estivesse revestido, pois ele funciona
como metal de sacrifício. A corrosão normalmente é alveolar e pode até mesmo atravessar o
aço.
A posição do zinco na Série Galvânica zinco protege o aço que haja a aplicação imediata de
uma proteção adicional após a ocorrência do dano. Caso contrário, o aço pode ser corroído,
com um eventual dano de todo o revestimento, pois a corrosão infiltrou-se no filme de tinta.
A galvanização só ocorrerá em uma superfície quimicamente limpa. Por isso, a maior parte do
trabalho de preparação é feita tendo esse objetivo em mente. Em comum com a maioria dos
processos de revestimento, o segredo em conseguir um resultado de boa qualidade está na
preparação da superfície. É essencial que ela esteja livre de graxa, sujeira e incrustações antes
da galvanização. Esses tipos de contaminação são removidos através de uma variedade de
processos. A prática comum é retirar a graxa utilizando uma solução desengraxante alcalina ou
ácida, na qual o material será mergulhado. A peça é então lavada em água fria e imersa em
ácido hidroclorídrico à temperatura ambiente (decapagem), para remover a oxidação e
incrustações de usinagem. Resíduos de soldagem, tinta e graxa pesada não serão removidos
nessas etapas de limpeza e devem ser retirados antes de o material ser enviado para o
galvanizador. Após a etapa de enxágue, as peças passarão por imersão em uma solução de
fluxo composta geralmente de 30% de cloreto de amônia e de zinco entre 65°C e 80°C. A etapa
de fluxagem remove os últimos resquícios de óxido da superfície e permite uma melhor
interação metalúrgica entre o zinco fundido e o aço.
O PROCESSO DE GALVANIZAÇÃO
Quando a peça de aço limpa é imersa no zinco fundido (que normalmente está a 450º C), uma
série de camadas intermetálicas é formada através de uma reação metalúrgica entre o ferro e
o zinco. A taxa de reação entre o aço e o zinco é normalmente parabólica com o tempo e por
isso a taxa inicial da reação é muito rápida e pode-se observar uma considerável agitação no
banho de zinco. A espessura principal do revestimento é formada durante esse período.
Subsequentemente, a reação fica mais lenta e a espessura do revestimento não aumenta
significativamente, mesmo se a peça ficar na cuba por um período maior de tempo. A duração
típica de uma imersão é de cerca de quatro ou cinco minutos, mas pode ser mais longa para
peças pesadas que possuem alta inércia térmica ou quando o zinco deve penetrar em espaços
internos. Na extração da peça da cuba de galvanização, uma camada de zinco praticamente
puro é formada por arraste do banho. Após o resfriamento, frequentemente pode-se observar
a aparência brilhante associada aos produtos galvanizados. O tratamento pós-galvanização
pode incluir o resfriamento em água ou ar. As condições na planta de galvanização como
temperatura, umidade e qualidade do ar não afetam a qualidade do revestimento galvanizado.
Por outro lado, elas são extremamente importantes para a qualidade da pintura.
O REVESTIMENTO
Quando a reação entre o ferro e o zinco estiver praticamente encerrada e a peça for retirada
da cuba de galvanização completa com seu revestimento externo de zinco puro, o processo
estará finalizado. Na verdade, não existe demarcação entre o aço e o zinco, mas sim uma
transição gradual através da série de camadas intermetálicas que oferece a liga metalúrgica.
ESPESSURA DE REVESTIMENTO
Este processo, incluído na ABNT NBR 6323, é utilizado para galvanização de componentes
rosqueados e outras peças pequenas. As peças, após a preparação, são mergulhadas no zinco
fundido em um cesto perfurado. Após a formação do revestimento, elas são centrifugadas ou
rotacionadas em alta velocidade para eliminar o excesso de zinco, garantindo assim um perfil
limpo. Os pesos mínimos e médios de revestimento para o trabalho de centrifugação estão
identificados na ABNT NBR 6323. Revestimentos mais espessos podem ser produzidos através
dos seguintes métodos:
Um revestimento de zinco mais espesso será obtido se a peça a ser galvanizada for
manufaturada a partir de um aço reativo. O constituinte do aço que possui maior influência
sobre a reação do ferro/zinco é o silício, que frequentemente é acrescentado ao aço como
desoxidante durante sua produção. O silício modifica a composição das camadas da liga de
zinco/ferro, de modo que elas continuam a aumentar com o tempo, e a taxa de aumento não
se reduz à medida que a camada fica mais espessa. Em um grau um pouco menor, o fósforo
exerce a mesma influência na formação do revestimento. Quando uma peça fabricada com aço
reativo é extraída do banho de zinco, uma camada de zinco adere à camada da liga, como faz
com qualquer outra peça de aço. No entanto, a taxa de reação nesses aços pode ser tão alta
que essa camada pura de zinco é transformada completamente em uma liga de zinco/ferro,
antes que a peça tenha tempo para resfriar. O resultado é um revestimento de espessura igual
ou maior que pode ter uma aparência muito mais escura. A mudança na aparência não altera a
resistência à corrosão do revestimento.
RIGIDEZ
COESÃO