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Transformadores e

Máquinas Elétricas

Prof. Thiago Paula Silva de Azevedo

thiago.azevedo@cruzeirodosul.edu.br

2023
Máquinas síncronas

Operação das Gerador


máquinas síncronas
Motor

Aspectos Enrolamento de armadura


Construtivos Enrolamento de campo

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Máquinas síncronas
✓ As máquinas síncronas são as mais importantes fontes de
geração de energia elétrica;

✓ Mais de 90% de toda a potência é gerada por máquinas


síncronas;

✓ Entender os aspectos básicos do funcionamento da


operação das máquinas síncronas.

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Máquinas síncronas
✓ Estator

Estator Suporte
Condutor
Isolado
doRotor

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Máquinas síncronas
O estator da máquina síncrona é muito
semelhante ao de um motor de indução.

É cilíndrico, vazado, maciço ou composto


de chapas laminadas (aço silício) dotadas
de ranhuras axiais onde é alojado o
enrolamento do estator.
As chapas possuem características magnéticas de alta permeabilidade,
criando um caminho magnético de baixa relutância para o fluxo,
diminuindo assim o fluxo disperso e concentrando o campo no entreferro.

As chapas são em geral tratadas termicamente a fim de reduzir o valor


das perdas específicas por correntes induzidas.

O enrolamento do estator pode ser tanto monofásico como trifásico. 5


Máquinas síncronas

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Máquinas síncronas

Rotor de Pólos Lisos


Tipos

Rotor de Pólos Salientes

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Máquinas síncronas

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Máquinas síncronas

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Máquinas síncronas

O rotor é formado de chapas laminadas justapostas que em geral são do mesmo material
que o estator (aço-silício).

Do ponto de vista construtivo existem dois tipos básicos de rotores: rotores contento polos
salientes e rotores contendo polos lisos. Esta diferenciação conduz a modelos equivalentes
diferentes, mas não altera em nada o princípio de funcionamento, que permanece idêntico
para ambos. 10
Máquinas síncronas
O rotor de polos salientes é em geral empregado em máquinas que operam em baixa
velocidade, que é o caso típico das hidroelétricas brasileiras.

Este rotor é formado por uma coroa cilíndrica de aço silício, presa ao eixo através de uma
treliça de aço (aranha).

Nessa coroa são montados os polos salientes. Cada polo tem um núcleo, uma bobina em
volta do núcleo e uma sapata polar.

O formato da sapata polar tem um desenho adequado para se produzir um a distribuição


espacial senoidal de fluxo a partir de uma corrente continua na bobina.

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Máquinas síncronas

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Máquinas síncronas
Os rotores de polos lisos são em geral empregados em máquinas que operam em alta
velocidade, onde o número de polos é 2 ou 4.

Este emprego provém do fato que rotores com polos lisos são mais robustos sendo assim
mais aptos a trabalharem em altas rotações (3600 e 1800 rpm).

O enrolamento de campo é distribuído uniformemente em ranhuras, as quais em geral


cobrem apenas uma parte da superfície do rotor.

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Máquinas síncronas

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Máquinas síncronas
Independente da forma construtiva, os polos são alimentados com corrente
contínua e criam o campo principal que induz tensão na armadura. A alimentação
do enrolamento de excitação pode ser feita através de um conjunto de anéis-
escovas montado no eixo da máquina.

Este tipo de aplicação é empregado nas máquinas de pequeno e médio porte. As


máquinas de grande porte, utiliza sistemas de excitação sem escovas, chamado
de sistema de excitação brushless.

Neste caso a excitação é fornecida por meio de excitatrizes auxiliares montadas no


eixo da máquina e de dispositivos a base de semicondutores.

O conjunto de anéis e escovas têm por função conectar a fonte de corrente


contínua com os polos do rotor.

Tratando-se de componentes que se desgastam e que podem produzir faíscas e


interferência eletromagnética, em geral se empregam geradores com excitação
sem escovas, denominados geradores brushless.
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Máquinas síncronas

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Máquinas síncronas

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Máquinas síncronas
✓ Geradores síncronos de polos salientes

✓ A força magnetomotriz (e a corrente) da armadura é decomposta em


duas componentes: uma componente de eixo direto (Id) e uma
componente de eixo em quadratura (Iq).

Fonte: Sen, 2013 18


Máquinas síncronas
✓ Geradores síncronos de polos salientes

Fonte: Fitzgerald, 2014 Fonte: Sen, 2013

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Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono

Os motores síncronos possuem


características especiais:

➢ O alto rendimento;
➢ Correção do fator de potência da rede;
➢ Altos torques;
➢ Velocidade constante nas variações de carga

O motor síncrono recebeu este nome porque o seu rotor gira com a
mesma velocidade do campo magnético girante produzido no
enrolamento trifásico do estator (velocidade síncrona). 20
Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
Nesta máquina o enrolamento de campo é colocado no rotor e o
enrolamento de armadura é colocado no estator.

Nesta máquina, o enrolamento de campo é alimentado por uma fonte CC


através de dois anéis coletores e a armadura é ligada diretamente à carga
ou a fonte polifásica CA.

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Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
Como nos motores de indução, um enrolamento trifásico produz um
campo magnético rotativo no entreferro.

A velocidade de rotação do campo (ns) é diretamente proporcional à


frequência (f) da alimentação e inversamente proporcional ao número de
polos (pp) do enrolamento.
60  f
ns =
pp
Também vimos que o rotor do motor de indução é levado (arrastado) pelo
campo magnético, se a carga aumenta no eixo o rotor deve escorregar em
relação ao campo girante para induzir corrente no rotor necessária para
produzir conjugado. Portanto, em vazio a velocidade do rotor pode ser
considerada como a velocidade síncrona (do campo girante) e deve
diminuir com o aumento da carga.
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Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
No motor síncrono o estator é bobinado exatamente igual ao motor de
indução trifásico. Porém, no lugar do rotor cilíndrico curto-circuitado (tipo
gaiola ou enrolado) possui um enrolamento que deve ser alimentado com
corrente contínua ou utilizar imãs permanentes cuja finalidade é fazer
acompanhar ou sincronizar o rotor com o campo magnético girante do
estator.

Assim, um polo N do rotor está em sincronismo com o polo S do estator e


vice versa, ambos girando com velocidade síncrona em equilíbrio estável.

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Campo girante do estator em relação ao rotor
Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
Quando o rotor é sincronizado, este gira exatamente na mesma velocidade
do campo girante, independente da variação da carga, assim, operando
com frequência constante a velocidade permanece constante durante o
período de funcionamento alimentado com frequência constante.

Se se coloca uma carga no eixo do motor a resistência mecânica criada


fará com que o rotor se atrase momentaneamente, mas ele continuará
ainda a girar à mesma velocidade em relação ao campo girante do estator
(isto não é a mesma coisa que a velocidade de escorregamento do motor
de indução).

A velocidade do rotor, contido, ainda é a síncrona em relação ao campo


girante, mas o fluxo mútuo no entreferro é reduzido como mostra a figura
a seguir, devido ao aumento da relutância do entreferro.
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Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
À medida que o conjugado resistente
aumenta o rotor irá desviar (atrasar) até um
máximo de 90o na direção do campo do
estator. Qualquer aumento do conjugado
resistente acima do máximo fará com que o
rotor saia do sincronismo e pare.

Efeito da carga na distribuição do fluxo

25ao
Relação entre conjugado e o ângulo de atraso do rotor em relação
campo girante
Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
Para qualquer torque abaixo do máximo a velocidade do rotor será
absolutamente constante.

Quase todos os motores síncronos possuem o rotor como mostrado na


figura, uma combinação de polos salientes com enrolamento de gaiola
alojado em ranhuras nas faces polares.

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Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
Desta forma, na partida, nenhuma excitação é fornecida aos polos e o
motor parte como motor de indução que tão logo o rotor atinja velocidade
próxima à do sincronismo aplica-se gradualmente corrente contínua às
bobinas de excitação dos polos do rotor.

Os polos imantados unem-se aos polos do campo girante do estator e o


rotor gira então com velocidade de sincronismo.

Quando o campo magnético girante é forte, ele


exerce uma intensa força de torção sobre o rotor
(torque ou conjugado), e este, portanto, se torna
capaz de acionar uma carga. Se o rotor sair do
sincronismo (se desacoplar magneticamente) não
se desenvolve nenhum torque e o motor pára.
Assim, ou o motor síncrono funciona à velocidade
síncrona ou não funciona. 27
Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono

Acoplamento magnético entre o campo CC fixo do rotor e o campo CA girante do estator. 28


Máquinas síncronas
✓ Princípio de funcionamento do motor síncrono
Logo que o rotor entra em sincronismo, a gaiola não tem mais parte no
funcionamento estável do motor, visto que não mais está sendo cortada
pelo fluxo e, portanto, não tem indução de corrente.

Contudo, qualquer variação súbita da carga ocasionará a oscilação do rotor


nas proximidades da sua posição de equilíbrio dinâmico no campo girante.

Esta oscilação induz f.e.m. nas barras da gaiola originando corrente que
nelas circulam, resultando que forças eletromagnéticas atuam sobre as
barras para opor-se à oscilação.

Desta forma, a gaiola atua para estabilizar a posição do rotor em relação ao


campo girante. Esta é uma função importante da gaiola, pois oscilações
bruscas poderiam ser suficientes para causar a saída do rotor do
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sincronismo.
Máquinas síncronas
✓ Motores com rotor excitado
O rotor suporta o enrolamento do campo que é alimentado por corrente
contínua através de anéis sobre o eixo e é destinado a produzir campo no
entreferro, com o mesmo número e distribuição espacial daquele
produzido no estator.

O rotor pode ser cilíndrico com o enrolamento de campo distribuído em


ranhuras ou ter projeções salientes (polos salientes) ao redor do qual
concentra-se o enrolamento de campo.

Rotores dos motores síncronos.


Cilíndrico com 2 polos (esquerda) com
enrolamento distribuído em ranhuras, e
polo saliente (direita) com enrolamento
concentrado.

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Máquinas síncronas
✓ Motores com rotor excitado
A força de atração entre o campo girante e o campo do rotor depende da
corrente de excitação do rotor e da corrente do estator.

Assim, toda vez que a carga aumenta, o rotor escorrega momentaneamente


até ajustar novamente a velocidade com a síncrona, mas com um ângulo de
carga () maior; o fato de aumentar o ângulo de carga implica no aumento
da relutância do circuito magnético para o campo do estator, o que obriga a
corrente do estator aumentar para manter o equilíbrio N.I= já que o
fluxo  do estator deve permanecer constante.

E
=
4,44  N  f 31
Máquinas síncronas
✓ Motores com rotor excitado
Motores com rotor excitado externamente são usados para potências de
poucos kW a muitos MW.

As grandes máquinas síncronas são efetivamente os geradores. Outros


motores síncronos com rotor não enrolado são: motores síncronos com
imãs permanentes, motores de histerese, motores de relutância.

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Máquinas síncronas
✓ Partida de motores síncronos
Um dos problemas do motor síncrono é a sua partida.

Três métodos de partida são utilizados:

➢ Motor auxiliar: geralmente motor de indução de anéis; este método é


empregado para partida de grandes motores síncronos.

➢ Conversor de frequência: neste método o motor parte sincronicamente


a uma frequência variável e crescente, provida por um conversor
eletrônico.

➢ Partida assíncrona através da gaiola de amortecimento, construída em


ranhuras das sapatas polares.
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Máquinas síncronas
✓ Partida através da gaiola de amortecimento

✓ Este é o método mais comum de partida de motores síncronos e de certa


forma recai no caso da partida de motores assíncronos propriamente
ditos.

✓ Normalmente neste método, o enrolamento de campo é curto-circuitado


através de um resistor, durante a partida.

✓ O motor síncrono parte como um motor de indução, acelera a carga até


o ponto onde o conjugado do motor iguala o conjugado resistente da
carga. Usualmente este ponto ocorre com 95% da velocidade síncrona,
ou acima.

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Máquinas síncronas
✓ Partida através da gaiola de amortecimento

✓ Uma vez atingida uma rotação próxima a de sincronismo (velocidade


nominal), o enrolamento de campo é aberto e a corrente contínua é
introduzida; após algumas oscilações periódicas em torno da velocidade
média, o rotor finalmente se sincroniza.

✓ Cuidados especiais devem ser tomados quando esta sincronização, por


características intrínsecas ao motor, ocorre numa rotação bem menor
que a de sincronismo

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Máquinas síncronas
✓ Partida através da gaiola de amortecimento

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Máquinas síncronas
✓ Partida assíncrona com rotor bobinado
✓ Para a partida do motor síncrono com carga, a melhor técnica é
utilizar um rotor bobinado de motor de indução, em lugar do
enrolamento em gaiola nas faces polares, o chamado enrolamento
amortecedor tipo rotor bobinado. Reconhece-se imediatamente este
rotor, pois utiliza cinco anéis coletores: dois para o enrolamento do
campo CC e três para o enrolamento bobinado do rotor ligado em
estrela.

✓ O desempenho na partida deste motor é semelhante ao de um


motor de indução de rotor bobinado, uma vez que se utiliza uma
resistência externa para melhorar o torque de partida.

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Máquinas síncronas
✓ Partida assíncrona com rotor bobinado
✓ O motor parte com toda a resistência externa por fase, e com o
enrolamento de campo CC curto-circuitado. Ele se aproxima da
velocidade síncrona à medida que se reduz a resistência e, quando
se aplica uma tensão CC ao enrolamento de campo, o motor entra
em sincronismo.

✓ Combinando o torque de partida elevado do motor de indução de


rotor bobinado (até três vezes o torque nominal de plena carga) com
as características de funcionamento de velocidade constante e
correção do fator de potência inerentes ao motor síncrono, este tipo
de motor síncrono encontrou muitas aplicações nos casos em que
se requer partida sob carga, além de velocidade constante

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Máquinas síncronas
✓ Partida assíncrona com rotor bobinado

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Máquinas síncronas
✓ Vantagens do motor síncrono
Existem 3 vantagens inerentes aos motores síncronos que os tornam
particularmente indicados para alguns tipos de acionamentos.

✓ O rendimento do motor síncrono é maior que o do motor de indução


equivalente, particularmente em baixas rotações.

✓ Motores síncronos podem operar com fator de potência capacitivo


ou unitário.

✓ A rotação é rigorosamente constante com a frequência de


alimentação.

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Máquinas síncronas
✓ Vantagens do motor síncrono
✓ Motores síncronos são encontrados entre 80 e 3600rpm. Isto permite
que o motor seja diretamente acoplado à carga, mesmo em baixas
rotações, onde um motor de indução exigiria um redutor de
velocidades, pois estes, em baixas rotações apresentam rendimento
e fator de potência pobres.

✓ As vantagens acima apontadas tendem a ser mais expressivas à


medida que aumenta o tamanho dos motores. Em geral, motores
síncronos começam a ser industrialmente importantes a partir de
cerca de 300cv, sendo quase que exclusivos em potências
superiores a 15.000cv.

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Máquinas síncronas
✓ Correção de fator de potência com motores síncronos
Qualquer motor síncrono superexcitado, funcionando sem carga, pode ser classificado
como compensador síncrono ou capacitor síncrono. Se um sistema elétrico estiver
funcionando com um fator de potência indutivo, os motores síncronos ligados através da
linha e ajustados para um fator de potência capacitivo podem melhorar (isto é, aumentar)
o fator de potência do sistema. Qualquer melhora no fator de potência aumenta a
capacidade de fornecimento de carga, aumenta a eficiência e, em geral, melhora as
características de funcionamento do sistema.

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Máquinas síncronas
✓ Referências bibliográficas

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OBRIGADO

Prof. Thiago Paula Silva de Azevedo

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