A Inclusão Da Criança Autista Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental
A Inclusão Da Criança Autista Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental
A Inclusão Da Criança Autista Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental
Janaina Carvalho Barbosa¹, Renata Fernandes Pereira e Silva¹, Ana Paula Rocha²
1 Acadêmica do curso de Pedagogia
2 Professora Especialista do curso de Pedagogia
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Resumo
O Transtorno do Espectro Autista tem como características principais, o comprometimento qualitativo na
comunicação, na interação social e no uso da imaginação/raciocínio abstrato, causando isolamento e
consequentemente dificuldades na aprendizagem escolar. Na perspectiva de conhecer as características e
as implicações que o autismo causa na vida da pess oa é que foi escolhido este tema, percebendo-se a
importância de se discutir o assunto, visto que a proporção de crianças autista nas escolas vem aumentando
a cada ano, havendo a necessidade de intervenções dos profissionais envolvidos na educação para que não
haja prejuízos no desenvolvimento integral da criança. Este artigo tem por objetivo principal abordar e analisar
a incidência do autismo nas escolas, suas características e as estratégias de intervenção pedagógic a
utilizadas pela escola para amenizar os efeitos negativos deste transtorno na vida da criança. A metodologia
utilizada foi a revisão bibliográfica, identificando, coletando e analisando as contribuições sobre o tema,
registrando e analisando os dados coletados em bases de dados online, livros , dissertações, artigos de
revistas. Os resultados mostram a historicidade do termo autismo e sua evolução na linha do tempo e, as
implicações que o autismo traz para a vida da criança, família e professores. E por fim, há sugestões de como
organizar a escola para acolher o aluno e ajudá-lo a interagir no ambiente.
Abstract
Autistic Spectrum Disorder has as main characteristics, the qualitative commitment in communication, in social
interaction and in the use of abstract imagination / reasoning, causing isolation and consequently difficulties in
school learning. From the perspective of knowing the characteristics and implications that autism causes in
the person's life, this theme was chosen, realizing the importance of discussing the subject, since the
proportion of autistic children in schools has been increasing every year, there is a need for interventions by
professionals involved in education so that there is no damage to the child's full development. The main
objective of this article is to address and analyze the incidence of autism in schools, its characteristics and the
pedagogical intervention strategies used by the school to mitigate the negative effects of this disorder on the
child's life. The methodology used was the bibliographic review, identifying, collecting and analyzing the
contributions on the theme, recording and analyzing the data collected in online databases, books,
dissertations, magazine articles. The results show the historicity of the term autism and its evolution in the
timeline and the implications that autism brings to the life of the child, family and teachers. And finally, there
are suggestions on how to organize the school to welcome the student and help him interact in the
environment.
Keywords: Autism. Teaching. Learning. Child. Communication
Contato: janainacarvalhobarbosa@gmail.com;renatafernandes090@gmail.com
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Introdução
Este artigo não tem a pretensão de esgotar um assunto complexo como este, visto
que é um tema em plena discussão e longos caminhos a serem percorridos.
Métodos
A presente pesquisa foi realizada por meio da revisão bibliográfica, identificando,
coletando e analisando as contribuições sobre o tema, registrando e analisando os dados
coletados em bases de dados online, livros, dissertações, artigos de revistas.
Os autores consultados no aporte teórico foram devidamente referenciados nas
referências bibliográficas e citados no corpo do trabalho.
A pesquisa bibliográfica é de grande importância, pois é construída com estudos já
realizados sobre o tema, oferecendo ao pesquisador dados para enriquecer o seu estudo
para confirmar ou refutar ideias.
Para Amaral (2007), é imprescindível que se faça uma pesquisa bibliográfica
profunda antes de iniciar um trabalho, o que influencia todo o embasamento do trabalho,
consistindo no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações, já a
revisão da literatura deve ser crítica, baseada em critérios metodológicos, que separam
informações valiosas daquelas sem valor.
Essa pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2020, cuja área de
conhecimento são as ciências humanas.
A amostra utilizada foram alunos que frequentam os primeiros anos do ensino
fundamental, ou seja, entre seis e oito anos de idade e que apresentam características do
transtorno do espectro autista.
O trabalho foi realizado de forma exploratória, sendo descritos os resultados na
compilação de dados, apresentados em tópicos que almejam contribuir para a
compreensão do assunto.
A pesquisa é exploratória, pois visa conhecer as características do TEA e os
impactos que causam no desenvolvimento da criança e na família, explorando conceitos e
nomenclaturas que elucidem a questão problema levantada.
Resultados
A primeira definição que será abordada neste artigo diz respeito aos termos autismo
e Transtorno do Espectro Autista – TEA e suas características. O termo TEA é mais utilizado
atualmente por razoes que serão expostas a seguir.
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olhar sobre o Autismo fez com que um número maior de casos fosse diagnosticado” (CDC,
2016).
Estes estudos confirmam que de acordo com as características do transtorno e as
taxas de prevalência atuais indicam que, identificar e tratar os sintomas o mais cedo
possível é uma questão urgente de saúde pública (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
NEUROPSICOLOGIA, 2016).
Essa prevalência das crianças com TEA tem preocupado as instituições escolares
no que se refere a diagnóstico precoce e acompanhamento educacional. E, as razões pelas
quais a prevalência tem aumentado se relaciona a maior número de diagnósticos realizados
que não se enquadram na forma típica com retardo mental; maior conscientização entre os
clínicos sobre as diferentes manifestações do autismo; a adoção de definições mais
amplas, entre outros.
Estudos de Mello, et al (2013) estimam que no Brasil haja cerca de 1,2 milhões de
pessoas autistas, entre crianças e adultos.
“O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da
criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos. Os critérios
usados para diagnosticar o TEA são descritos no Manual Estatístico e Diagnóstico da
Associação Americana de Psiquiatria, o DSM” (GADIA, TUCHMAN, ROTTA, 2004).
No Brasil, por uma questão de tradução, utiliza-se o termo Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento (DSM-IV) com os critérios diagnósticos da CID-10. A classificação do
transtorno fica agrupada nos TGD dessa forma: F84 – Transtornos globais do
desenvolvimento; F84.0 – Autismo infantil; F84.1 – Autismo atípico; F84.2 – Síndrome de
Rett; F84.3 – Outro transtorno desintegrativo da infância; F84.4 – Transtorno com
hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados; F84.5 – Síndrome
de Asperger; F84. 8 – Outros transtornos globais do desenvolvimento; F84.9 – Transtornos
globais não especificados do desenvolvimento.
Para Fonseca (2015), “O TEA é um Transtorno do Desenvolvimento Neurológico e
deve estar presente desde o nascimento da criança ou no começo da sua infância, porém
pode não ser observado antes por conta das demandas sociais mínimas, na mais tenra
infância, e do intenso apoio dos pais e/ou responsáveis nos primeiros anos de vida”.
Uma criança com TEA causa impactos na família que são irreversíveis. É preciso
adaptar-se à nova forma de tratamento da criança, de lidar com os sintomas de aversão ao
abraço, de isolamento, de deficiência na fala e comunicação, entre outros.
E, muitas vezes, a família não possui o conhecimento adequado para fazer o
acompanhamento em tempo hábil, acreditando que é a maneira da criança agir e tentando
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Discussão
O ambiente da escola deve ser acolhedor para o autista, demarcando o território com
setas, desenhos nas paredes, ornamentação da sala, placas que indiquem caminhos para
se chegar a locais como banheiro, cantina, quadra poliesportiva.
A seguir serão mostrados alguns exemplos de placas e pranchas que são utilizadas
no processo de ensino e aprendizagem do aluno com TEA.
Conclusão
O transtorno de espectro autista – TEA é uma deficiência que acomete várias áreas
do desenvolvimento humano, mas principalmente, a comunicação, interação e o uso da
imaginação. Essas características variam conforme a nível de comprometimento e a idade
da pessoa.
A aprendizagem do aluno com autismo fica prejudicada quando este não é acolhido
por pessoas conhecedoras de suas condições e que se envolvem diretamente com esse
atendimento.
Sabe-se que o atendimento educacional da criança autista está sendo um grande
desafio, uma vez que exige modificações estruturais e pedagógicas necessárias para a
inclusão satisfatória desse aluno no ambiente escolar.
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Assim sendo, a criança autista vem sofrendo grandes fracassos com a má formação
dos professores, e um sistema educacional que está longe de ser estruturado para o seu
atendimento, pois, o aluno que possui deficiência, apresenta um esforço bem maior em
aprender do que aquele dito normal.
Portanto, discutir a educação escolar desta criança, reporta não só às questões
referentes aos seus limites e possibilidades, como também aos desafios da escola em
acolher e mantê-las em um ambiente inclusivo que promova o seu desenvolvimento
integral.
Este artigo abordou os sintomas em crianças que frequentam os primeiros anos do
Ensino fundamental, ou seja, de seis a oito anos de idade e que estão sendo inseridos em
salas de aula que ainda não estão familiarizados, percebendo-se uma dificuldade de
adaptação.
Percebe-se também que alguns professores não estão preparados para atender
estes estudantes em suas verdadeiras necessidades, tentando agradar com atitudes que
não fazem parte do cotidiano escolar, o que agrava o de isolamento e a falta de interação.
Assim, cabe à escola além da formação dos professores e equipe pedagógica para
acolher e manter o estudante autista na escola, o uso de estratégias que viabilizam seu
aprendizado e interação no ambiente escolar.
Uma educação inclusiva só acontecerá se houver o redimensionamento das ações
educacionais hoje empreendidas pela escola comum, buscando uma reorganização da
estrutura escolar, superando visões seriadas, disciplinares e hierarquizadas dos
conhecimentos, respeitando a escola como espaço de conflito, contradição e
transformação.
Observou-se que os esforços estão sendo empreendidos e, já começam a aparecer
alguns resultados nas escolas comuns para se tornarem espaços inclusivos de ensino e de
aprendizagem, por meio de práticas pedagógicas que tentam a melhoria do processo
educacional para todos os alunos
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Referências
GALVÃO FILHO, T.A Tecnologia Assistiva para uma escola inclusiva: apropriação,
demandas e perspectivas. 2009. 346 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de
Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382017000100081>
Acesso 10 março 2020.
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KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Bras. Psiquiatr.
[online]. 2006, vol.28, suppl.1, pp. s3-s11. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbp/v28s1/a02v28s1.pdf> Acesso 10 março 2020
MELLO, A M S. R. Autismo: guia prático. 5 ed. São Paulo: AMA. Brasília: CORDE, 2007.