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Prof. Rodolfo
1. (Espm 2018) Documento 2
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cultuados, dando margem ao florescimento das artes e à 5. (Ufrgs 2018) Sobre o desenvolvimento do pensamento
instalação do homem como centro do universo. moderno no Ocidente, entre os séculos XIV e
XVIII, é correto afirmar que
(Tereza Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995. a) os estudos empíricos sobre a natureza, realizados no
Adaptado.) Renascimento, contribuíram para o desenvolvimento da
ciência europeia.
b) o abandono do dogma cristão pelo pensamento
O texto refere-se a uma concepção acerca do Renascimento humanista motivou a criação dos tribunais do Santo
cultural dos séculos XV e XVI que Ofício para combater as heresias.
a) projeta uma visão negativa da Idade Média e identifica o c) a filosofia foi marcada por uma completa ruptura em
Renascimento como a origem de valores ainda hoje relação à visão de mundo, elaborada durante a
presentes. antiguidade.
b) estabelece a emergência do teocentrismo e reafirma o d) a Reforma Protestante caracterizou-se pela reafirmação
poder tutelar da Igreja Católica Romana. dos valores institucionais da Igreja e pela defesa do
c) caracteriza a história da arte e do pensamento como papado.
desprovida de rupturas e marcada pela continuidade nas e) a rígida separação social entre a elite letrada e a
propostas estéticas. população camponesa impedia o desenvolvimento de
d) valoriza a produção artística anterior a esse período e práticas culturais populares.
identifica o Renascimento como um momento de declínio
da criatividade humana. 6. (Unesp 2017)
e) afirma o vínculo direto das invenções e inovações
tecnológicas do período com o pensamento mítico da
Antiguidade.
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O texto, escrito por volta de 1513, em pleno período do
Renascimento italiano, orienta o governante a
a) defender a fé e honrar os valores morais e sagrados.
b) valorizar e priorizar as ações armadas em detrimento do
respeito às leis.
c) basear suas decisões na razão e nos princípios éticos.
d) comportar-se e tomar suas decisões conforme a
circunstância política.
e) agir de forma a sempre proteger e beneficiar os
governados.
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c) a observação da natureza, os experimentos e a pesquisa b) o abstracionismo, o contraste entre claro e escuro e a
empírica contribuíram para o rompimento de alguns dos despreocupação com as proporções na representação do
dogmas fundamentais da Igreja. corpo.
d) a reflexão dedutiva e o cálculo matemático limitaram-se à c) o experimentalismo, a pesquisa científica e a valorização
pesquisa teórica e somente seriam aplicados na chamada do homem.
Revolução Científica do século XVII. d) o reconhecimento da submissão absoluta do homem a
e) a avidez de conhecimento e de poder favoreceu a Deus, o platonismo e a ausência de perspectiva.
renovação das universidades e a valorização dos saberes
transmitidos pela cultura letrada. 14. (Fgv 2016) “Só para mim nasceu Dom Quixote, e eu para
ele: ele para praticar as ações e eu para as escrever (...) a
12. (Pucrj 2017) Os humanistas e artistas do Renascimento contar com pena de avestruz, grosseira e mal aparada, as
italiano apregoavam a “volta aos Antigos” como fundamento façanhas do meu valoroso cavaleiro, porque não é carga
de suas ações no presente. para os seus ombros, nem assunto para o seu frio engenho;
e a esse advertirás, se acaso chegares a conhecê-lo, que
Assinale a alternativa que expressa o que era entendido por deixe descansar na sepultura os cansados e já apodrecidos
“volta aos Antigos”. ossos de Dom Quixote (...), pois não foi outro o meu intento,
a) Dar continuidade ao pensamento medieval, em particular senão o de tornar aborrecidas dos homens as fingidas e
aos preceitos da Escolástica que apregoava a conciliação disparatadas histórias dos livros de cavalarias, que vão já
da fé cristã com a razão fundada na tradição grega de tropeçando com as do meu verdadeiro Dom Quixote, e
Platão e Aristóteles. ainda hão de cair de todo, sem dúvida.”
b) Tomar como fundamento exclusivamente as Escrituras
Sagradas – o Antigo e o Novo Testamento – na medida (Miguel de Cervantes Saavedra, Dom Quixote de la Mancha,
em que as formas culturais deveriam estar a serviço da 1991)
religião.
c) Inspirar-se na arte e na cultura da civilização greco-
romana que teria sido desvalorizada pelo pensamento Sobre a obra em questão, é correto afirmar que
medieval, o qual limitava a liberdade do indivíduo. a) Dom Quixote é um homem de valores de cavalaria,
d) Imitar fielmente as atitudes dos homens da antiguidade, instituição típica da modernidade ocidental, com suas
em seu modo de escrever, falar, esculpir, pintar, aventuras tragicômicas, fruto de suas leituras, que vão do
construir, se vestir, entre outras. Assim, sentiam-se heroísmo à ingenuidade, caracterizando a sensibilidade
alcançando as glórias do passado. do homem moderno, mais ligado à ciência e à
e) Reagir ao movimento que defendia a autoridade do experiência, em oposição ao primado da fé.
presente em relação ao Antigo e exigia uma ruptura total b) o homem medieval, representado por Dom Quixote,
com o passado. considera a cavalaria, instituição típica do período, o
símbolo dos valores cristãos, como a fé, a honra e a
13. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2016) “Leonardo [da justiça, e vê, na guerra santa, forma de propagar esses
Vinci] analisou a anatomia humana durante toda sua vida; valores, em defesa do mundo que crê nas lições dos livros
considerava que a natureza havia criado todas as coisas sagrados, sem duvidar das verdades tradicionais.
visíveis que poderiam tornar-se pintura. (...) Escrevendo c) a figura trágica de Dom Quixote é a representação do
sobre o horror de cadáveres esquartejados com os quais homem do mundo antigo, ou seja, aquele que considera a
costumava passar as noites, Da Vinci diz que de nada lhe guerra como missão a fim de louvar os deuses e
serviriam caso não soubesse também desenhar transformar as ações em mitos, condenando a injustiça e
perfeitamente; a dissecção de corpos deveria ser as civilizações frágeis, o que possibilita localizar o texto no
acompanhada por um conhecimento da perspectiva, dos final da Antiguidade.
métodos de demonstração geométrica, do método do d) Cervantes cria Dom Quixote, o cavaleiro andante, um
cálculo de força e de poder dos músculos. A pintura deveria fidalgo cujas proezas o tornam inadequado à época
levar em conta os fenômenos naturais, a estrutura das moderna, marcando o limite entre o heroísmo e a
coisas, o mecanismo dos corpos.” fantasia, pois não só aspira a uma missão purificadora do
mundo como acredita nela, e revela que, na passagem do
Teresa Aline Pereira de Queiroz. O renascimento. São Paulo: homem medieval para o moderno, a cavalaria era algo
Edusp, 1995, p. 55. ultrapassado.
e) o texto de Cervantes nos conta a aventura de um fidalgo
que, por meio de leituras de livros de cavalaria, torna-se
O texto refere-se a três características centrais do um cavaleiro, uma personagem identificada com os
Renascimento cultural dos séculos XV e XVI: valores medievais, de guerra, honra e justiça, mostrando
a) o naturalismo, a rusticidade das representações e o como, na Idade Moderna, esses valores são importantes,
simbolismo. ainda têm lugar e guiam a ação e a consciência do homem
moderno.
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15. (Unicamp 2016) A teoria da perspectiva, iniciada com o
arquiteto Filippo Bruneleschi (1377-1446), utilizou
conhecimentos geométricos e matemáticos na
representação artística produzida na época. A figura a seguir
ilustra o estudo da perspectiva em uma obra desse
arquiteto. É correto afirmar que, a partir do Renascimento, a
teoria da perspectiva
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Gabarito: extremamente fiel à realidade, é uma característica do
Renascimento.
Resposta da questão 1:
[D] Resposta da questão 7:
[E]
Hans Holbein, conhecido como o jovem, foi um dos
principais expoentes do Renascimento no que diz respeito A imagem destaca a figura humana em meio a natureza,
aos retratos e às xilogravuras, em especial nas regiões de característica defendida pelo Humanismo. Além disso,
língua alemã na Europa. retrata elementos da cultura clássica grega, como Hércules e
Atlas.
Resposta da questão 2:
[C] Resposta da questão 8:
[A]
A técnica da perspectiva, como o texto explica, ao usar de
elementos geográficos para buscar a noção de realidade, foi A época retratada no texto é a de transição da Era Medieval
e é utilizada por diferentes expedientes artísticos, como a para a Era Moderna. Nessa fase, a partir do Renascimento e
fotografia e o cinema. do Absolutismo, uma série de costumes e práticas foram
renascidas ou recriadas, criando novos hábitos sociais, em
Resposta da questão 3: especial junto à nobreza e à burguesia.
[A]
Resposta da questão 9:
A resposta para a questão se encontra na primeira frase do [D]
texto: “(...) ainda hoje a palavra Renascimento evoca a ideia
de uma época dourada e de homens libertos dos Para Maquiavel, o principal objetivo de um governante deve
constrangimentos sociais, religiosos e políticos do período ser manter-se no poder, garantindo a preservação da ordem
precedente (...)”. Ou seja, os renascentistas consideravam a na sociedade. E, para isso, o príncipe deve guiar sua conduta
Idade Média negativa para a humanidade e o Renascimento política de acordo com as circunstâncias, não se
a salvação para a mesma. preocupando com a moralidade dos seus atos.
A afirmativa [I] está incorreta porque a Igreja Católica O Renascimento foi um movimento artístico e filosófico
defendia a teoria geocêntrica de organização do universo, surgido na transição do Feudalismo para a Idade Moderna.
combatendo, assim, as ideias de Copérnico; Amparado na Antiguidade Clássica, o movimento buscava
contestar o Teocentrismo para valorizar o Humanismo, ou
A afirmativa [II] está incorreta porque a Lei da Gravitação seja, a capacidade humana.
Universal é posterior à Revolução Puritana. Além disso, nem
Newton nem os grupos revolucionários ingleses eram ateus. Resposta da questão 11:
[C]
Resposta da questão 5:
[A] O movimento renascentista defendia a valorização do
homem (e de suas capacidades) e da ciência, em detrimento
Dentre as proposições do Renascimento estava o do teocentrismo característico da Idade Média. Sendo assim,
renascimento científico, que visava avaliar de maneira a observação da natureza, a busca por respostas científicas
racionalizada e crítica os fenômenos naturais do Universo. para os fenômenos naturais e a pesquisa constante foram
Esses estudos contribuíram, junto com a religação entre elementos humanistas que ajudaram as sociedades a
Ocidente e Oriente, para o desenvolvimento da Ciência na romper com os dogmas católicos.
Europa.
Resposta da questão 12:
Resposta da questão 6: [C]
[C]
Ao pregar o renascimento da antiguidade, os pensadores
O Renascimento, ao buscar inspiração na arte greco-romana, humanistas faziam referência à cultura greco-romana que,
valorizou a figura humana nas suas obras e exaltou as segundo eles, valorizava o homem e suas capacidades e foi
capacidades do homem. Sendo assim, no quadro acima, a sufocada pelo teocentrismo medieval.
valorização do corpo de Cristo, em perspectiva geométrica e
Resposta da questão 13:
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[C]
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APOSTILA 2016
LÍNGUA PORTUGUESA
LITERATURA E GRAMÁTICA
1
ÍNDICE
LITERATURA
Pré-modernismo 3
Modernismo 12
Modernismo brasileiro 13
Fases modernismo no Brasil 15
Modernismo português 17
Modernismo no Brasil 23
Segunda fase 29
Terceira fase 46
Tendências contemporâneas em Portugal 55
Pós modernismo 60
Prosa brasileira após virada do século 62
GRAMÁTICA
Sintaxe 69
Predicado 73
Adjunto adnominal 79
Adjunto adverbial 80
Período composto 82
Orações coordenadas 83
Oração subordinadas 85
Concordância nominal 92
Concordância verbal 98
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
PRÉ – MODERNISMO
Contexto Histórico:
Nos primeiros anos da República, o Brasil foi governado por presidentes militares – era
chamada República da espada (1889 a 1894). A ela seguiu-se um período caracterizado por
presidentes ligados às oligarquias rurais (a chamada “nobreza fundiária”) constituídas por
cafeicultores de São Paulo e pecuaristas de Minas Gerais – a República do café-com-leite.
(1894 a 1930).
Os antigos escravos eram marginalizados e os imigrantes europeus que chegavam para
trabalhar nas lavouras ou nas indústrias recém-criadas eram submetidos a condições de
trabalho aviltantes. O Nordeste vivia a estagnação econômica e bandos de cangaceiros
assaltavam propriedades. As secas levavam à morte milhares de sertanejos e outros tantos
eram facilmente arregimentados na formação de seitas místicas, lideradas por beatos ou
conselheiros, tornando-se fanáticos, pela desesperança e pela crença numa solução divina para
males que, na verdade, tinham origem econômica.
Este período, compreendido entre 1900 e 1922 caracteriza-se pela convivência de várias
correntes e estilos, com predominância ainda do Parnasianismo.
Ao lado do mundo “cor-de-rosa” das elites, estava a miséria do povo, e pouquíssimos
foram os escritores que voltaram os olhos de modo crítico para a realidade brasileira. Os
literatos “oficiais”, parnasianos, estavam, na verdade, preocupados com o prestígio social que a
literatura lhes pudesse dar. Freqüentavam cafés, saraus, apreciavam palavras eruditas, os
modismos europeus e o tom retórico, produzindo uma literatura que se convencionou chamar
sorriso da sociedade.
O Pré-Modernismo, que não é propriamente uma escola literária, designa genericamente
esse período, no qual poucos escritores procuraram interpretar a realidade brasileira, revelar
suas tensões e os problemas sociopolíticos da época.
Algumas datas podem servir de balizamento para esse período:
1902 – publicação de Canaã, de Graça Aranha, e de Os sertões, de Euclides da Cunha;
1922 – realização da Semana de Arte Moderna, No Teatro Municipal de São Paulo, nos
dias 13, 15 e 17 de fevereiro.
Principais autores:
Augusto dos Anjos – Caracteriza-se pela crueza dos temas, que giram em torno da
morte e da doença, focalizando hospitais, necrotérios, hospícios, cadáveres e micróbios, pelo
exotismo de linguagem, carregada de vocábulos científicos, e por agudo pessimismo diante da
vida.
À visão do mundo harmonioso das elites da época, da literatura “sorriso da sociedade”,
Augusto dos Anjos contrapôs um outro, de decomposição, angústia e sofrimento, em que se
percebe a inquietação filosófica do poeta sobre o enigma do Universo e da própria vida.
Suas obras foram póstumas: Poesia: Eu, Eu e outras poesias.
EXERCÍCIOS
1) Que classes eram o sustentáculo do poder civil nas primeiras décadas da República?
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
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3) O que se entende por Pré-Modernismo?
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4) O que se pode criticar em muitos escritores brasileiros do período compreendido entre o final
do século XIX e as primeiras décadas do século XX?
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5) Que autores se destacam no Pré-Modernismo brasileiro?
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6) A que autor pré-modernista se refere cada um dos comentários a seguir?
a) “Os dramas humildes, as tragédias da classe média encontraram nele um grande, fiel e
enternecido intérprete. Mas soube retratar, com agudeza e sarcasmo, os meios políticos e as
redações dos jornais, mostrando aspectos curiosos e dolorosos” (Fernando Góis);
b) “Vislumbrando na matéria orgânica uma vocação fatal para o sofrimento, o poeta concebia o
espetáculo da vida como um permanente encaminhar-se para a dissolução.” (José Paulo Paes);
c) “Nesses capítulos informados pela mais exaustiva erudição científica (geológica, orográfica,
climatológica, hidrográfica, botânica, zoológica, antropológica, etnográfica, folclórica, sociológica
e, mesmo, psiquiátrica), tanta multiplicidade de fatos e de interpretações destina-se a iluminar,
com a luz crua e violenta da evidência, o meio asperamente conflituoso em que sofre o jagunço
nordestino.” (Alfredo Bosi);
e) NDA.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
(fragmento)
Vocabulário:
Folclore – estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas nas suas lendas,
crenças, canções e costumes.
Mofa – zombaria.
Feraz – fértil.
Itamaraty – nome do palácio que, no Rio de Janeiro, serviu de sede do Ministério das Relações
Exteriores.
Nortear – orientar, guiar.
Esvair – dissipar, desaparecer.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Justifique com elementos do texto a afirmação de que o Major Quaresma tinha um forte
sentimento nacionalista?
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
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2) Segundo Pero Vaz de Caminha, “(A terra) em tal maneira é graciosa que, querendo-a
aproveitar, dar-se-á nela tudo...”Que comentário faz Quaresma a esse respeito?
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3) É comum a crença de que o povo brasileiro possui um espírito pacífico, generoso e cordial. O
que pensa Policarpo Quaresma a respeito disso?
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4) Que ilusão teria guiado Quaresma até o fim da sua vida?
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OS SERTÕES
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
O HOMEM
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
4) Destaque do texto uma passagem que demonstra ser o flagelo da seca algo repetitivo e
bastante conhecido pelo sertanejo.
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JECA TATU
Vocabulário:
Biboca – casa humilde, com cobertura de palha.
Bosquímano – indivíduo dos bosquímanos, povo sul-africano.
Espipar – esticar, estender.
Peri – espécie de junco do qual se fazem esteiras; piripiri.
Munheca – mão.
Remoto – antigo, distante.
Seteira – fresta.
Nesga – pequena espaço.
Gretar – rasgar.
Gamela – vasilha de madeira ou barro.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
1) O que podemos concluir ao compararmos a personagem de Monteiro Lobato com o índio
Peri, de José de Alencar, e os bravos e orgulhosos caboclos dos romances regionalistas do
mesmo período?
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2) Em Jeca Tatu, Monteiro Lobato investe contra a idealização do caboclo, apontando algumas
das suas características negativas. Qual delas é a mais criticada no texto?
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3) “Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo...” Este parágrafo refere-se ao Jeca de Monteiro
Lobato ou aos caboclos dos romances românticos?
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4) Você crê que Monteiro Lobato queria chamar a atenção para uma realidade que deveria ser
invertida ou pretendeu apenas ridicularizar o caboclo? Por quê?
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
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PSICOLOGIA DE UM VENCIDO
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Vocabulário:
Rutilância – brilho
Epigênese – teoria da formação dos seres por gerações graduais.
Hipocondríaco – que tem mania de doença; triste, melancólico.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
MODERNISMO
Contexto histórico:
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Dessa descrença e desses questionamentos surgem vários movimentos de vanguarda na
Europa que se caracteriza principalmente pela proposta de ruptura radical com o passado e pelo
intuito de chocar a opinião pública. Esses movimentos influenciaram o Modernismo brasileiro,
entre eles:
EXERCÍCIOS
a) O princípio: “ama teu próximo” é uma hipocrisia. “Conhece-te” é uma utopia, porém mais
aceitável porque contém a maldade. Nada de piedade. Após a carnificina, resta-nos a esperança
de uma humanidade purificada;
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
b) Os poetas e os artistas determinam e concertam a imagem de sua época e docilmente o
futuro se amolda ao seu gosto;
c) (Os loucos)... são pessoas de uma honestidade escrupulosa e cuja inocência só é comparável
à minha (...) os processos lógicos, de nossos dias, só se aplicam à resolução de problemas de
interesse secundário;
d) Escrevo depressa, sem um assunto preconcebido, suficientemente depressa para não parar e
não ter a tentação de reler. A primeira frase virá sozinha, tanto é verdade que a cada segundo
existe uma frase estranha ao nosso pensamento consciente que só deseja exteriorzar-se;
e) NDA.
MODERNISMO BRASILEIRO
No Brasil, os governos das oligarquias iam se sucedendo, Minas e São Paulo repartiam o
poder, desfavorecendo as camadas empobrecidas da população, os operários e os
trabalhadores rurais.
À época da Semana de Arte Moderna, o quadro brasileiro era de crises sucessivas, que
acabam por gerar a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas assume o poder.
Nascido sob as influências das vanguardas européias, o Modernismo brasileiro, em suma
primeira fase (1922 – 1930), começou pelo combate às características estéticas tradicionais e
conservadoras (Parnasianismo), ansioso pela liberdade de linguagem e afirmação dos novos
valores estéticos que pretendia.
Semana de Arte Moderna:
O modernismo brasileiro não começou em 1922. Desde 1912, com o retorno de Oswald
de Andrade da Europa, onde teve contato com as vanguardas, vários acontecimentos
delinearam as mudanças que estavam surgindo nas artes brasileiras. Porém o mês de fevereiro
de 1922 foi o marco histórico do Modernismo brasileiro.
Nos dias 13, 15 e 17, o Teatro Municipal de São Paulo, torna-se centro de uma verdadeira
“amostra” das ideias modernistas. São lidos manifestos e poemas; expõem-se quadros e
esculturas; músicas são executadas. Tudo diante de um público que reagiu com vaias e apupos.
Estava “oficialmente” inaugurado o período de combate dos primeiros modernistas, que
investiam, sobretudo, contra os sólidos valores parnasianos.
As correntes modernistas:
Movimento Verde- Amarelo – Liderado por Plínio Salgado, Cassiano Ricardo e Menotti del
Picchia, e tendo uma postura nacionalista, repudiava tudo o que fosse cultura importada e
tentava mostrar um Brasil grandioso. Entretanto, acabou por revelar uma visão reacionária,
sobretudo através de Plínio Salgado, que viria a ser o principal líder do Integralismo, movimento
político brasileiro de extrema direita baseado nos moldes fascistas.
Primeira fase (1922 – 1930) ou fase heróica: de combate e destruição, quando ocorre a
libertação e renovação da linguagem e são afirmados os valores estéticos do movimento.
Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
-"Meu pai foi à guerra!" — "Não foi!" — "Foi!" — "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Clame a saparia
VOCABULÁRIO
Em críticas céticas: enfunar: Inchar; envaidecer.
Não há mais poesia, trigo;joio = Erva daninha. O
Mas há artes poéticas..." sentido, no poema, é de
retoricamente perfeito"
aguado: Desagradável,
Urra o sapo-boi: monótono.
— "Meu pai foi rei" — "Foi!" cético: Que duvida de tudo;
— "Não foi"—"Foi!"—"Não foi!" descrente. assomo: Irritação,
enfurecimento.
martelado: Trabalhado;
Brada em um assomo ritmado.
O sapo-tanoeiro: lavor: Trabalho.
— "A grande arte é como primar: Ser primoroso,
hábil.
Lavor de joalheiro estatuário: Escultor.
cognato: Vocábulo que tem
Ou bem de estatuário. raiz comum com outro(s).
Tudo quanto é belo, perau: Declive, barranco.
frumento sem joio: frumento
Tudo quanto é vário, = O melhor
Canta no martelo." transido: Esmorecido,
abatido.
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
- "Sei!" — "Não sabe!" — "Sabe!".
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Que recurso sonoro o poeta utiliza na primeira estrofe para imitar a marcha saltitante dos
sapos?
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2) Em meio à algazarra dos medíocres, quem simboliza a solidão do artista superior?
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3) Em que versos o poeta resume a sua denúncia do equívoco parnasiano de que a boa métrica
e a rima constituiriam a excelência da forma e da poesia?
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4) Qual dos sapos caracteriza a vaidade excessiva de alguns parnasianos?
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
5) Sabendo-se que os três primeiros sapos simbolizam os poetas parnasianos, quem estaria
sendo simbolizado pelo sapo-cururu?
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MODERNISMO PORTUGUÊS
Contexto histórico:
Com a queda da monarquia em 1910, Portugal viveu um breve período democrático até
1926, quando o país passou a ser governado por uma Junta Militar. Neste cenário, surgiu
Antônio de Oliveira Salazar, que, inicialmente ministro das Finanças, é nomeado primeiro-
ministro em 1932, dando início a um novo período ditatorial desumano e cruel, durante o qual a
sua temida PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado, uma espécie de Gestapo nazista
em Portugal) perseguiu e assassinou milhares de opositores ao regime.
Na década de 1960, Portugal organizou campanhas militares para enfrentar rebeliões em
Angola, na Guiné e em Moçambique, fatos que marcaram profundamente a sociedade
portuguesa e influenciaram a poesia do período.
Em 1968, em virtude de um derrame cerebral, Salazar foi substituído por Marcelo
Caetano, que governou até ser deposto, em 1974, por um movimento militar que passou à
história com o nome de Movimento de 25 de abril (ou Revolução dos Cravos).
Com o fim das guerras coloniais e com a independência da Guiné-Bissau, Moçambique,
Cabo Verde, Angola e são Tomé e Príncipe, entre 1974 e 1975, o regresso de tropas e colonos
agravou os problemas de desemprego e crescimento urbano. Os anos que se seguiram foram
de instabilidade, quadro que começou a mudar em 1976, quando os socialistas conseguiram a
maioria dos votos e Mário Soares foi indicado primeiro-ministro.
Em 1986, Portugal entrou para a Comunidade Econômica Européia, o que contribuiu para
a melhoria da sua economia, chegando ao final do século XX com altos índices de crescimento
econômico e uma expressiva melhoria nas condições de vida de seu povo.
Orfismo - 1915 : A publicação da revista Orfeu, em 1915, que reunia um grupo de escritores e
artistas plásticos, é o marco inicial do modernismo em Portugal. Em seus dois únicos números
estavam as figuras mais representativas do Modernismo português: Fernando Pessoa, Mário de
Sá-Carneiro e Almada Negreiros.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Esses escritores repudiavam o idealismo romântico da burguesia, a qual pretendiam
escandalizar, e procuravam imprimir ao ambiente literário português o tom europeu, com a
proposta de romper com o passado e de exprimir na arte o dinamismo da vida moderna,
assimilando as propostas vanguardistas do início do século, entre elas o Futurismo.
No mesmo momento, destacam-se Aquilino Ribeiro e Florbela Espanca, embora não
tenham ligações com os poetas de Orfeu.
Presencismo – 1927 : Em 1927, surge a revista Presença, que teve 54 números até 1947.
Coincidindo com o início do fim da democracia em Portugal, os presencistas aspiravam a uma
literatura desvinculada de qualquer posição de caráter político e religioso.
Embora marcados por um conservadorismo político-ideológico, os presencistas
combatiam o academicismo e difundiam a estética modernista, esforçando-se para tornar
conhecida a obra de Fernando Pessoa. Desse grupo saíram algumas tentativas de renovação
do romance português, como, por exemplo, Jogo da cabra-cega, de José Régio. Destacaram-se
na poesia, na prosa e na crítica literária: Adolfo Casais Monteiro, Alberto Serpa, Antônio Boto,
Carlos Queirós, João Gaspar Simões, Miguel Torga, Vitorino Nesmésio e outros.
Neo-Realismo – 1930:
Principais autores:
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Fernando Pessoa ,o criador de poetas ,o multiplicador de eus- Usava vários heterônimos,
assinando as suas obras de acordo com a personalidade de cada um deles. O poeta insistia no
fato de que não se tratava de pseudônimos, já que eram individualidades distintas do autor. Sua
capacidade de deixar-se possuir por outros seres,que como ele são poetas ,e de assim criar os
outros eus, os heterônimos,tem sido tema de inumeráveis estudos,debates e controvérsias.
Álvaro de Campos, um dos heterônimos do poeta,afirma que ‘`fingir`` é conhecer-
se”enquanto Pessoa,num de seus poemas mais conhecidos,diz que:”O poeta é um fingidor-
Finge tão completamente\Que chega a fingir que é dor.A dor que deveras sente’.
Esse paradoxos apontam para a modernidade do poeta,em seu reconhecimento da perda
da identidade do ser humano,da fragmentação do eu,cindindo num mundo que destruiu as
certezas inquestionáveis e quebrou o mito da personalidade como algo inteiro,igual a si mesmo.
Nesse sentido,o ‘fingimento’ pessoano,isto é,o processo de despersonalização que faz o
poeta’inventar-se’através de outras criaturas- as quais,no entanto dentro de si-pode ser
entendido como busca de recriação poética de uma unidade perdida,de algo que seja
absoluto,que transcenda todas as verdades parciais ,relativas,fragmentadas.
Assumindo a sua diversidade,a sua pluralidade,a sua multiplicidade de elementos,quase
sempre conflitantes.Pessoa procura a unidade,a integridade da pessoa humana
Os heterônimos,portanto,não são máscaras literárias ,não se confundem com
pseudônimos.Pessoa não inventou personagens-poetas,mas criou obras de poetas, e,em função
delas,as biografias de Álvaro de Campos,Ricardo Reis e Alberto Caeiro, seus principais
heterônimos.
Fernando Pessoa ortônimo:o poeta-filósofo,que conjuga lucidez e vivência:
Nasceu em 1888,em Lisboa,vindo a falecer na mesma cidade,em 1935,com apenas 47
anos;órfão de pai ainda criança passou a infância e a adolescência em Durban,na África do
Sul,onde obteve educação inglesa,tornando-se um poeta bilíngue,
Em 1905,prestes a ingressar na Universidade do Cabo,precisou voltar para Lisboa.Lá
chegou a iniciar o curso de Letras,abandonando-o para instalar uma tipografia.que
fracassou.Trabalhou obscuramente como correspondente estrangeiro-redator de cartas
comerciais em inglês e francês –atividade modesta,que acabou por sustentá-lo a maior parte da
vida.
Embora tenha participado das publicações do Modernismo português,seu único livro
publicado em vida foi:’Mensagem”,obra com a qual participou de um concurso de poesia do
Secretariado da Propaganda Nacional,em Lisboa,em 1934,pouco antes de morrer.
, O prêmio de segunda categoria que lhe deram,nessa última experiência literária,mostra o
quanto não foi reconhecido em vida,embora tenha dedicado toda ela à arte e a poesia.É
considerado um dos maiores poetas europeus.
Além de Mensagem,escreveu Poemas completos de Alberto Caeiro,Odes de Ricardo
Reis,Poesias de Álvaro de Campos,Poemas dramáticos,Poesias coligidas ,Quadras ao gosto
popular,Novas poesias inéditas.Em prosa suas obras são:Páginas de Doutrina Estética,A nova
poesia portuguesa,Análise da vida mental portuguesa,Apologia do paganismo e Páginas íntimas
e autointerpretação.
Poeta filosófico,sutil e complexo,Fernando Pessoa escreve em redondilhas
rimadas,fundamentalmente procurando reunir o”sentir’ e o ‘pensar’(‘O que em mim sente está
pensando’).
A inquietação,a necessidade de compreender todas as coisas,a busca constante de
consciência,que inclui saber ser ela uma impossibilidade,constituem alguma das características
fundamentais de sua vida.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Fernando Pessoa é o poeta que conjuga lucidez e vidência,que se coloca entre o pendor
para a paixão,o sonho,a entrega mágico-poeta aos mistérios e a postura de constante indagação
crítica.
Assim,fragmentou-se,multiplicou-se,reinventou-se,convivendo em profundidade com
todas as grandes contradições do nosso tempo e recriando-as poeticamente,numa das
monumentais obras-primas do século XX.
Mar portuguez
Fernando Pessoa.Op.cit.pág.82.
Álvaro de Campos ,o poeta das sensações do homem moderno– É o poeta moderno. Tem a
visão do homem urbano, agressivo e agitado, que exalta o progresso, mas carrega também a
angústia da sua época. Na linha do Futurismo, celebra a máquina, a velocidade e a
simultaneidade das sensações. È o mais emotivo de todos. Questiona as ilusões e fantasias
humanas.
Ricardo Reis,o poeta neoclássico – É o poeta neoclássico. Seu estilo é trabalhado, cuidadoso
no vocabulário e na sintaxe de influência latina. Assim como os clássicos, é pagão e, como
Caeiro, prega o amor à natureza e à vida rústica. Sofre por se saber efêmero, mortal.
Fernando Pessoa “ele mesmo” – É o poeta múltiplo. Sua poesia ora é mística, ora é
nacionalista, ora é de uma profunda reflexão psicológica e metafísica, como o poema
“autopsicografia”. Avesso ao sentimentalismo, expressa suas emoções equilibradas pela
inteligência e pelo intelecto. Parte de sua poesia mantém laços com o Simbolismo. Místico e
esotérico, revela paixão pelo mistério. O apego à solidão, o tédio, a saudade e o questionamento
do eu são outras características de Fernando Pessoa “ele mesmo”.
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Dê o significado dos radicais que entram na composição do título do poema. O que ele nos
sugere, relacionado que está ao caráter metalinguístico do texto?
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2) Literatura é ficção, palavra originária do latim fictione que significa simulação, fantasia. O texto
literário cria uma nova realidade, baseada não só no mundo real, mas também na imaginação e
criação do artista. Em que verso o eu-lírico retoma esse conceito?
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3) Identifique no poema os versos que fazem referência à dor verdadeira, à dor escrita e à dor
lida.
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4) A partir da sua imaginação, o poeta constrói um texto que acaba por preencher os momentos
de lazer dos leitores. Retire da última estrofe os substantivos que correspondem a esta ideia.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
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EXERCÍCIOS
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
4) Que autor e que obra marcam definitivamente o início do Neo-Realismo português?
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MODERNISMO NO BRASIL
Principais autores:
Obras:
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Poesia – Há uma gota de sangue em cada poema, Paulicéia desvairada, Losango
cáqui, Clã do jabuti, Remate de males, Lira paulistana;
MACUNAÍMA
(fragmento)
Macunaíma parte do interior da selva amazônica rumo a são Paulo para reaver o amuleto
que ganhara de sua mulher, que subira aos céus desgostosa com a morte do filho. Macunaíma,
junto com seus irmãos Jiguê e Maanape, participa de várias façanhas até recuperar o amuleto
que estava em poder de Venceslau Pietro Pietra (o gigante Piaimã). Contudo, perde-o
novamente, enganado pela Uiara (divindade dos rios e dos lagos). Desiludido e sozinho depois
da morte dos irmãos, resolve subir aos céus e deixar-se transformar na constelação de Ursa
Maior.
O trecho seguinte narra as transformações de Macunaíma e seus irmãos, ao se banharem
nas águas de uma cova avistada na rocha, quando seguiam para São Paulo pelo rio Araguaia.
Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água.
E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos
por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirnho. Mas a água era encantada porque
aquele buraco na lapa era a marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o
evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e
de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar
nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém a água
já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando
água para todos os lados só conseguiu ficar com a cor do bronze novo. (...)
- Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que
sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora
da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e
das mãos. Por isso ficou negro bem o filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das
mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na água santa.
(Mário de Andrade)
Vocabulário:
Lapa – grande pedra ou laje que forma um abrigo.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Abicar – encalhar propositamente com a proa.
Sumé – São Tomé. Segundo a lenda, há no Brasil várias marcas dos pés de São Tomé em sua
peregrinação apostólica, antes do descobrimento.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
viajantes (sobretudo de Caminha), escreveu poemas breves, em versos livres e brancos, com
linguagem coloquial, humor e paródia, recusando a estrutura discursiva do verso tradicional.
Obras:
3. Gare do infinito
Papai estava doente na cama e vinha um carro e um homem e o carro ficava esperando
no jardim.
Levaram-me para uma casa velha que fazia doces e nos mudamos para a sala do quintal
onde tinha uma figueira na janela.
No desabar do jantar noturno a voz toda preta de mamãe ia me buscar para a reza do
Anjo que carregou meu pai.
8. Fraque do ateu
Saí de D. Matilde porque marmanjo não podia continuar na classe com meninas.
Matricularam-se na escola-modelo das tiras de quadros nas paredes alvas escadarias em
um cheiro de limpeza.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Professora magrinha e recreio alegre começou a aula da tarde um bigode de arame
espetado no grande professor Seu Carvalho.
No silêncio tique-taque da sala de jantar informei mamãe que não havia Deus porque
Deus era a natureza.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Que fases da vida de João Miramar estão representadas nos capítulos transcritos?
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2) Que parágrafo do capítulo 3 melhor caracteriza a linguagem infantil?
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3) Destaque do capítulo 3 a metonímia que registra a força do luto materno na memória do
narrador.
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4) Por que Seu Carvalho perdeu o emprego de professor?
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
Manuel Bandeira – Não participou diretamente da Semana de 22, mas seu poema “Os
sapos” lida por Ronald de Carvalho, provocou reações radicais na segunda noite do
acontecimento. Mário de Andrade chamava-o de “O São João Batista do Modernismo”.
O caráter geral de sua poesia é marcado ainda pelo tom confidencial, pelo desejo
insatisfeito, pela amargura e por referências autobiográficas relacionadas com a sua doença (a
tuberculose), com os lugares onde morou (sobretudo o bairro da Lapa, no Rio de Janeiro) e com
a família. Ainda que se note em várias passagens da sua obra a herança do Romantismo,
Bandeira soube evitar o sentimentalismo piegas, edificando uma obra depurada e de grande
valor estético.
Obras:
Obras:
Contos e novelas – Pathé-Baby; Brás, Bexiga e Barra Funda; Laranja da China; Mana
Maria; Novelas paulistanas.
EXERCÍCIOS
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2016
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3) Qual autor da 1ª fase em que suas obras são marcadas pela amargura e autobiografia?
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Contexto histórico:
A literatura da 2ª fase:
POESIA:
Principais autores:
Carlos Drummond de Andrade – Seu nome está associado ao que se fez de melhor na
poesia brasileira até hoje. Pela grandiosidade e pela qualidade, sua obra não permite qualquer tipo
de esquematização. Por isso, segue abaixo alguns aspectos da poesia de Drummond:
e) O amor – Nos primeiros livros, o tema merece tratamento irônico. Mais tarde, o poeta procura
captar a essência desse sentimento e só encontra como Camões e outros – as contradições, que se
revelam no antagonismo entre o definitivo e o passageiro, o prazer e a dor.
f) Metalinguagem: a poesia torna-se assunto do poema – A reflexão sobre o ato de escrever faz
parte das preocupações do poeta e ajuda o leitor a entender seu conceito de poesia.
Obras:
Poesia - Algumas poesias; Brejo das almas; Sentimento do mundo; Poesias; A rosa do povo;
A vida passada a limpo; Menino antigo; Discurso de primavera e algumas sombras; Corpo; O
amor natural, entre outros;
Prosa – Confissões de Minas; Contos de aprendiz; Passeio na ilha, Fala, amendoeira; Boca
de luar; entre outros.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
5) Em que estrofe o poeta descobre-se impotente diante do mundo? Transcreva o verso que
evidencia essa sensação.
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Murilo Mendes – Faz parte de um grupo de intelectuais que, na década de 30, encontraram no
cristianismo a resposta para a crise política e ideológica que o mundo atravessava. Embora seja
um escritor pouco lido ainda hoje, a obra de Murilo Mendes apresenta uma superior qualidade
literária. A seguir, apontam-se alguns aspectos de sua poesia:
a) Humor e ironia como instrumento crítico – Esse é o tom dos poemas que herdam algumas
características da primeira fae do Modernismo.
b) O cristianismo – Nesse cristianismo ressaltam dois aspectos:
1- a ênfase sobre a finitude do homem;
2 – o heroísmo de Cristo, considerado mais como homem que como Deus.
Obras:
Poesia – Poemas; História do Brasil; Tempo e eternidade; A poesia em pânico; O
visionário; As metamorfoses; Mundi enigma, entre outros;
Jorge de Lima – Como Murilo Mendes, faz parte do grupo de intelectuais que
encontraram no cristianismo a resposta para a crise política e ideológica que o mundo
atravessava.
A temática de suas principais obras poéticas pode ser assim resumida:
a) XIV alexandrinos apresentam versos ainda ligados ao Parnasianismo;
b) Novos poemas têm o negro e o folclore como assuntos principais;
c) Tempo e eternidade, obra em que contribuiu com 45 poemas, aponta na religião a solução
para a realidade injusta, conturbada e excessivamente materialista;
d) Invenção de Orfeu é um longo poema que procura interpretar simbolicamente a ligação entre
o homem e o universo;
Vinícius de Moraes – Em primeiro momento, sua obra pode ser dividida em duas fases:
místico-religiosa e encontro com o mundo material e cotidiano.
O poeta expressa, com intensa angústia, a constante oposição entre a matéria e espírito,
do qual resulta a sensação do pecado. A existência terrena configura-se para ele como o caos,
o abismo.
Poeta lírico por excelência, em sua segunda fase, alia temas modernos à mais apurada
forma clássica de composição, o soneto, deixando-nos algumas obras-primas.
Obras:
Poesia – O caminho para a distância; Forma e exegese; Ariana, a mulher; Novos
poemas; Cinco elegias; Poemas, sonetos e baladas; Pátria minha; Livro de sonetos;
Novos poemas II;
Crônica – Para viver um grande amor; Para uma menina com uma flor;
EXERCÍCIOS
Vocabulário:
Mal-aventurado – infeliz, desventurado;
Fenecer – acabar, morrer;
A esmo – ao acaso, sem rumo;
Desassombrado – corajoso; exposto; franco.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) O que o eu-lírico leva em consideração para definir o seu amor como um amor “estranho”?
Exemplifique.
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PROSA:
Nos anos 30, a ficção dá novo salto qualitativo com o aparecimento de escritores de
grande importância, que se distribuem basicamente em três vertentes:
b) prosa urbana – José Geraldo Vieira, Érico Veríssimo e Marques Rebelo são os que mais se
destacaram ao retratar o ambiente e as personagens das grandes cidades de então.
Principais autores:
Obras:
Conto – Insônia;
FUGA
A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário,
mexia os beiços rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a
catinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os
garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul as últimas arribações tinham
desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano
resistia, pedindo a Deus um milagre.
Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem
com a mulher, matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se com a
família, sem se despedir do amo. Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada. Só lhe
restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.
Saíram de madrugada. Sinhá Vitória meteu o braço pelo buraco da parede e fechou a
porta da frente com a taramela. Atravessaram o pátio, deixaram na escuridão o chiqueiro e o
curral,vazios, de porteiras abertas, o carro de bois que apodrecia, os juazeiros. Ao passar junto
às pedras onde os meninos atiravam cobras mortas, Sinhá Vitória lembrou-se da cachorra
Baleia, chorou, mas estava invisível e ninguém percebeu o choro.
Desceram a ladeira, atravessaram o rio seco, tomaram rumo para sul. Com a fresta da
madrugada, andaram bastante, em silêncio, quatro sombras no caminho estreito coberto de
seixos miúdos – os meninos à frente, conduzindo trouxas de roupa, Sinhá Vitória sob o baú de
LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2014
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folha pintada e a cabaça de água, Fabiano atrás de facão de rasto e faca de ponta, a cuia
pendurada por uma correia amarrada ao cinturão, o aió a tiracolo, a espingarda de pederneira
num ombro, o saco da matalotagem no outro. Caminharam bem três léguas antes que a barra
do nascente aparecesse.
Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na
testa. Arrastara-se até ali na incerteza de aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e
repreendera os meninos que se adiantavam, aconselhara-os a poupara forças. A verdade é que
não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela.
Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando estava
definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra
dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em
coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom
companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama
de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário
largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos.
Agora Fabiano examinava o céu, a barra que tingia o nascente, e não queria convencer-se
da realidade. Procurou distinguir qualquer coisa diferente da vermelhidão que todos os dias
espiava, com o coração aos baques. As mãos grossas, por baixo da aba curva do chapéu,
protegiam-lhe os ombros contra a claridade e tremiam.
Os braços penderam, desanimados.
Acabou-se.
Antes de olhar o céu, já sabia que ele estava negro num lado, cor de sangue no outro, e ia
tornar-se profundamente azul. Estremeceu como se descobrisse uma coisa muito ruim.
Desde o aparecimento das arribações vivia desassossegado. Trabalhava demais para não
perder o sono. Mas no meio do serviço um arrepio corria-lhe no espinhaço, à noite acordava
agoniado e encolhia-se num canto da cama de varas, mordido pelas pulgas, conjecturando
misérias.
A luz aumentou e espalhou-se pela campina. Só aí principiou a viagem. Fabiano atentou
na mulher e nos filhos, apanhou a espingarda e o saco de mantimentos, ordenou a marcha com
uma interjeição áspera.
(Graciliano Ramos)
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
4) Fabiano sabe decifrar os sinais da natureza. Em que trecho se narra essa habilidade?
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5) O conflito fundamental do texto resulta da oposição entre homem x meio natural. Explique:
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José Lins do Rego – Segundo o próprio autor, sua obra de ficção pode ser dividida em:
MENINO DE ENGENHO
(fragmento)
Coitado do Santa Fé! Já o conheci de fogo morto. E nada é mais triste do que engenho de
fogo morto. Uma desolação de fim de vida, de ruína, que dá à paisagem rural uma melancolia de
cemitério abandonado. Na bagaceira, crescendo, o mato-pasto de cobrir gente, o melão
entrando pelas fornalhas, os moradores fugindo para outros engenhos, tudo deixado para um
canto, e até os bois de carro vendidos para dar de comer aos seus donos. Ao lado da
prosperidade e da riqueza do meu avô, eu vira ruir, até no prestígio de sua autoridade, aquele
simpático velhinho que era o Coronel Lula de Holanda, com o seu Santa Fé caindo aos pedaços.
Todo barbado, como aqueles velhos dos álbuns de retratos antigos, sempre que saía de casa
era de cabriolé e de casimira preta. A sua vida parecia um mistério. Não plantava um pé de cana
e não pedia um tostão emprestado a ninguém.
(José Lins do Rego)
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Explique o sentido da expressão fogo morto em “E nada é mais triste do que um fogo morto”.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2014
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2) Destaque do texto uma passagem que comprove o seu caráter memorialista.
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3) Destaque do texto alguns elementos que indiquem a decadência do engenho Santa Fé.
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Jorge Amado – Costuma-se dividir sua obra em duas fases. A primeira caracteriza-se
pelo forte conteúdo político e pela denúncia das injustiças sociais, o que muitas vezes dá um
caráter panfletário e tendencioso às obras. O esquematismo psicológico das obras dessa
primeira fase leva a uma divisão do mundo em heróis (marginais, vagabundos, operários,
prostitutas, meninos abandonados, marinheiros, etc) e vilões (a burguesia urbana e os
proprietários rurais).
A segunda fase Jorge Amado passa a construir seus romances com elementos folclóricos
e populares: os costumes afro-brasileiros, a comida típica, o candomblé, os terreiros, a capoeira,
etc. O mundo dos marginalizados torna-se então feliz, pois seus heróis levam uma vida sem
preconceitos, sem regras severas de conduta social, o que lhes permite um elevado grau de
liberdade existencial.
Obras:
Romance – O país do carnaval; Cacau; Suor; Jubiabá; Mar morto; Capitães de areia;
Terras do sem-fim; São Jorge do Ilhéus; Gabriela, cravo e canela; Dona Flor e seus dois
maridos; Tenda dos milagres; Teresa Batista cansada de guerra; Tieta do agreste;
O romance Capitães da areia, de Jorge amado é um documento sobre a vida dos meninos de
rua de Salvador. A sua primeira edição (1937) foi apreendida e queimada em praça pública pouco
depois de implantada a ditadura de Getúlio Vargas. No trecho a seguir, o narrador nos conta como
Pedro Bala, aos quinze anos, assumiu a liderança de um grupo que dormia num velho armazém
abandonado do cais do porto.
É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala. Desde cedo foi chamado
assim, desde seus cinco anos. Hoje tem quinze anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia.
Nunca soube de sua mãe, seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em
conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as suas ruas e de todos os seus becos. Não há venda,
quitanda, botequim que ele não conheça. Quando se incorporou aos Capitães da Areia (o cais
recém- construído atraiu para as suas areias todas as crianças abandonadas da cidade) o chefe era
Raimundo, o Caboclo, mulato avermelhado e forte.
Não durou muito na chefia o caboclo Raimundo, Pedro Bala era muito mais ativo, sabia
planejar os trabalhos, sabia tratar com os outros, trazia nos olhos e na voz a autoridade de chefe.
Um dia brigaram. A desgraça de Raimundo foi puxar uma navalha e cortar o rosto de Pedro, um
talho que ficou para o resto da vida. Os outros se meteram e como Pedro estava desarmado deram
razão a ele e ficaram esperando a revanche, que não tardou. Uma noite, quando Raimundo quis
surrar Barandão, Pedro tomou as dores, do negrinho e rolaram na luta mais sensacional a que as
areias do cais jamais assistiram. Raimundo era mais alto e mais velho. Porém Pedro Bala, o cabelo
loiro voando, a cicatriz vermelha no rosto, era de uma agilidade espantosa e desde esse dia
Raimundo deixou não só a chefia dos Capitães da Areia, como o próprio areal. Engajou tempos
depois num navio.
Todos reconheceram os direitos de Pedro Bala à chefia, e foi dessa época que a cidade
começou a ouvir falar nos Capitães da Areia, crianças abandonadas que viviam do furto.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Pela leitura do texto, pode-se concluir que o romance pretende denunciar que tipo de
problema?
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2) Que fato da vida de Pedro Bala pode ser considerado como o elemento desencadeador de
sua vida de menino de rua?
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O tempo e o vento
Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava sentar-se na frente de sua
casa para pensar no passado. E no seu pensamento como que ouvia o vento de outros tempos e
sentia o tempo passar, escutava vozes, via caras e lembrava-se de coisas... O ano de 81 trouxera
um acontecimento triste para o velho Maneco: Horácio deixara a fazenda, a contragosto do pai, e
VERÍSSIMO, Érico. O tempo e o vento 1:0 continente. Porto Alegre, Globo, 1956. p. 185.
Vocabulário
tanoeiro: Aquele que faz ou conserta barris, tinas, dornas etc.
encilhar: Arrear, aparelhar.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) Percebe-se no texto o embate de duas forças. Qual delas simboliza o que é permanência
(memória) e qual simboliza o que é passagem (destruição)?
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2) Que forma verbal, predominantemente no texto, dá-lhe caráter memorialístico?
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3) Na marcação do tempo, um acontecimento positivo vem acompanhado de uma dúvida. Que
acontecimento é esse?
4) Segundo a epígrafe que abre a obra, retirada do Eclesiastes, “Uma geração vai, e outra
geração vem; porém a terra para sempre permanece”, em que parágrafo do texto também está
presente essa visão cíclica, predominante no romance?
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EXERCÍCIOS
Contexto histórico:
1945 – Término da Segunda Guerra Mundial. A chamada Guerra Fria separa mundo
capitalista do socialista. No Brasil, ocorre a deposição de Getúlio Vargas;
1946 – Eleição de Eurico Gaspar Dutra e início do processo de redemocratização do país;
1950 – Eleição de Getúlio para a presidência da República. Dessa vez eleito pelo povo,
Vargas vai assumir a presidência no ano seguinte;
1954 – Suicídio de Getúlio e posse de Café Filho;
1955 – Eleição de Juscelino Kubitschek para a presidência da República. O governo JK
efetuaria mudanças profundas em nossa economia, buscando suplantar a condição de
subdesenvolvimento. Uma das mais significativas foi a implantação da industria
automobilística;
1960 – Inauguração de Brasília e eleição de Jânio Quadros para a presidência da
República.
Prosa:
a) Prosa urbana – Dalton Trevisan é o nome mais importante surgido na terceira fase.
Destacam-se ainda as crônicas de Rubem Braga e os romances e contos de Lygia Fagundes
Telles.
c) Prosa regionalista – Uma das tendências mais duradouras de nossa literatura, a prosa
regionalista, surgida no Romantismo, vai ser retomada, porém com grandes inovações temáticas
e lingüísticas. Destacam-se Herberto Sales, Mário Palmério e Bernardo Elis. Mas nenhum deles
produziu prosa regionalista tão ousada como Guimarães Rosa, o grande renovador de nosso
regionalismo.
É preciso não esquecer que grande parte dos escritores da fase anterior continuava ainda
em plena produção artística.
Poesia:
Teatro:
A encenação de Vestido de noiva, de Nélson Rodrigues, é um marco na renovação do
teatro brasileiro. Outro passo é dado com a fundação do Teatro de Arena e do Teatro Brasileiro.
Destacam-se: Jorge Andrade, Ariano Suassuna (auto da Compadecida), Plínio Marcos (Navalha
na carne), Dias Gomes (Odorico, o Bem-Amado) e Chico Buarque de Holanda (Gota d’água, em
parceria com Paulo Pontes)
Principais autores:
Obras:
TENTAÇÃO
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor – a cabeça da menina flamejava. Sentada nos
degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no
ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia
de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão.
Foi quando aproximou-se a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A
possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina, acompanhando uma
senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua
fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu comprimento. Desprevenido,
acostumado cachorro. A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro
estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a
menina que viera no mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela
VOCABULÁRIO
Flamejar – brilhar; Fremir – agitar, estremecer.
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
João Guimarães Rosa – Criando um estilo absolutamente novo na ficção brasileira, estiliza o
linguajar sertanejo, recria e inventa palavras, mescla arcaísmos com vocábulos eruditos,
populares e modernos, combinam de maneira original palavras, prefixos e sufixos, constrói uma
sintaxe peculiar e explora as possibilidades sonoras da linguagem, através de aliterações,
onomatopéias, hiatos, ecos, homofonias, etc.
No cerne dessa linguagem nova, na qual prosa e poesia se confundem, estão as
indagações universais do homem: o sentido da vida e da morte, a existência ou não de Deus e
do diabo, o significado do amor, do ódio, da ambição, etc.
Obras:
João Cabral de Melo Neto – Para ele, a poesia não é fruto de um momento de
inspiração, mas o resultado de um esforço cerebral, um trabalho de artesão da palavra.
Preocupado com a organização do texto, a concisão e a precisão da linguagem, o poeta busca a
palavra objetiva, exata, para a concretização do poema, que mantém sob contenção a
musicalidade fácil e repudia o exagero metafórico.
Obras:
TECENDO A MANHÃ
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1) “Um galo sozinho não tece uma manhã”. Que ditado popular mais se assemelha a esse
verso?
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2) Substitua no poema de João Cabral todos os substantivos galo (ou galos) por homem (ou
homens); substitua também manhã por consciência e grito por mensagem. Depois, faça um
comentário sobre as idéias contidas nesse poema.
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EXERCÍCIOS
GUIMARÃES ROSA, João. Grande sertão: veredas. 12.ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1978.
p. 282-3.
VOCABULÁRIO
soturno: Triste, sombrio.
emburro: Aborrecimento.
a brio: Por dignidade.
espertar: Estimular; animar.
demasias: Excessos.
sutil: Tênue; quase impalpável.
tenção: Intenção.
esquivança: Recusa.
escogitar: Refletir acerca de; pensar em; imaginar, excogitar.
mimo: Presente, oferenda.
saquitel: Dim. irreg. de saco.
breve: Objeto de devoção formado por dois pequenos
quadrados de pano
bento, com orações escritas ou uma relíquia, que os devotos
trazem ao pescoço.
covo: Côncavo.
sofrear: Sustar; parar.
bridado: Rédea.
1 - Ainda que Diadorim lhe sorrisse pouco, que motivos tinha Riobaldo para crer que Diadorim
tinha afeição por ele?
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2- Que significado você atribuiria à expressão "valor de seus olhos" em "Aí mesmo assim,
escasso no sorrir, ele não me negava estima, nem o valor de seus olhos."?
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2014
55
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3- Riobaldo, em sua masculinidade, vivia em constante conflito. Qual a razão do seu conflito?
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4- O narrador utiliza expressões bastante peculiares para caracterizar o espanto de Diadorim ao
receber o presente. Explique com suas palavras as reações de Diadorim.
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5- Por que se pode afirmar que Diadorim, apesar de não o ter aceitado, gostara do presente
oferecido por Riobaldo?
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Concretismo
Em 1959, o poeta Ferreira Gullar lidera uma dissidência dos artistas concretos do Rio de Janeiro.
Através de um manifesto publicado no Jornal do Brasil, propõe uma poesia social, mais comunicativa
e voltada para os problemas do país, reagindo contra os excessos formais do movimento concretista,
do qual participara.
O movimento intitulou-se Neoconcretismo, o que era um equívoco, já que sua intenção era social
e de ação política. Foi mais uma disputa pelo espaço de poder e discussão teórica entre Rio e São
Paulo de poetas que queriam fazer Concretismo sem ser concretista, o que é impossível.
Ferreira Gullar, Affonso Ávila,Thiago de Melo, José Paulo Paes e Jamil Haddad são os
destaques desse grupo.
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão.
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
GULLAR, Ferreira."Não há vagas". In: Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1980. p. 224.
POESIA-PRÁXIS
a) considerar a sintaxe não como decorrente de um código gramatical estabelecido, mas como
resultado original da transformação a que o poeta submete a palavra;
b) objetivar que a forma-conteúdo do texto seja uma estrutura aberta, de tal modo que o leitor
possa intervir crítica e criativamente no texto, exercendo uma função de co-autoria.
POEMA-PROCESSO
O movimento, liderado por Wlademir Dias-Pino, vai de 1967 a 1974, ano em que o seu líder
publica um manifesto pondo fim ao movimento, que já se esgotara bem antes.
Utilizando elementos não-lingüísticos para a composição dos seus trabalhos, os representantes do
poema-processo foram mais "desenhistas" e "pintores" do que propriamente escritores. Utilizaram,
além da palavra, fotografias, desenhos, gráficos e colagens.
Contornando o bloqueio sistemático das editoras, que não consideram lucrativo publicar
poetas desconhecidos, no início da década de 1970 surgem pequenos livros mimeografados ou
impressos em xerox. Por produzirem e venderem seus livros à margem do circuito industrial e
comercial das editoras, esses autores ficaram conhecidos como a geração da poesia marginal.
Ainda que alguns deles tenham assimilado influências do Concretismo, a vantagem é que esse
grupo representou uma volta ao discurso, com uma linguagem coloquial, e aos temas do
cotidiano,ora manifestando problemas pessoais ou sociais.
Não chegaram a constituir um movimento organizado com novas
propostas estéticas, e poucos foram os que pela qualidade dos seus
trabalhos, entraram no circuito das editoras, deixando de ser"
marginais".
Vários poetas merecem destaque pela qualidade dos seus trabalhos. Como não é possível
citar todos eles, destacamos, em ordem alfabética:
Adélia Prado (Divinópolis, MG, 1936); Affonso Romano de Sanf Anna (Belo Horizonte,
MG, 1937); Armindo Trevisan (Santa Maria, RS, 1933); Lindolf Bell (Timbó, SC, 1938 -
Blumenau, SC, 1998); Manoel de Barros (Cuiabá, MT, 1906);Marcus Accioly (Aliança, PE,
1943) -Mário Faustino (Teresina, PI, 1930 — Peru, 1962); Mário Quintana (Alegrete, RS, 1906
-Porto Alegre, RS, 1994); Nauro Machado (São Luís, MA, 1935); Olga Savary (Belém, PA,
1933).
BARROS, Manoel de. In: Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro, Record, 1998. p. 27.
POETAS DA INTERNET — A POESIA VIRTUAL "MARGINAL"
É grande o número de poetas que criam páginas na Internet para a divulgação dos seus
poemas.
Como é fácil obter gratuitamente um espaço para criar páginas, qualquer pessoa pode
divulgar os seus poemas em publicações virtuais, inclusive você.
Se você pesquisar na Internet as palavras poesia,poema ou poetas, encontrará milhares de
referências.
Porém, publicar poemas na Internet não significa ser um bom poeta e tampouco assegura
que eles serão lidos por grande número de pessoas. Mas já é um caminho. Provavelmente, uma
pesquisa séria sobre esta poesia virtual poderá revelar grandes poetas ainda desconhecidos
pela crítica.
EXERCÍCIOS
(Décio Pignatari)
b)
Madrugada
Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite ocidental obscenamente acesa sobre meu país dividido em classes
(Ferreira Gullar)
VIZINHOS
Lygia Fagundes Telles
O vizinho do andar superior — e que nunca cheguei a ver — fazia às vezes ruídos
esquisitíssimos, não consegui decifrá-los nas minhas noites acesas, eram ruídos noturnos:
coisas esponjosas que se arrastavam pelo chão, pensei em panos úmidos mas os ruídos
passaram por variações, criaram vida e se puseram deslizantes como cobras indo e vindo num
ritmo comandado. Muitas cobras -- seria um amestrador de circo? Cessaram de repente e
começou um barulho trepi-dante, ágil como o movimento circular de uma máquina de rodinhas,
rodinhas de borracha, talvez um carrinho de boneca, embora certa noite as rodas do carrinho
tomassem inesperadamente dimensões adultas,ficaram rodas mais responsáveis, difíceis —
uma cadeira de paralítico?
Os novos inquilinos que chegaram são silenciosos. Tão silenciosos que ouço no silêncio o
som de uma pena raspando o papel numa letra caprichada — um velho escritor? Quando cessa
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Contexto histórico:
O Plano Cruzado
Para substituir o último presidente militar, em 1985, um Colégio Eleitoral elegeu Tancredo
Neves, que faleceu antes de tomar posse. Em seu lugar assumiu o vice-presidente, José
Sarney.
Inicialmente impopular e sem apoio político expressivo, José Sarney só consegue
popularidade a partir de 1986, ao implantar o Plano Cruzado.com o objetivo de combater a
inflação, congelando preços e salários e introduzindo o cruzado como nova moeda. Entretanto,
o fracasso da política econômica do seu governo fez com que, ao término do seu mandato,em
1989, contasse com um dos maiores índices de rejeição popular de um presidente brasileiro.
Caído em descrédito, passou a faixa presidencial quando a inflação chegava a 80% ao mês.
O afastamento de Collor
Depois de 25 anos de regime de exceção, Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente
eleito pelo voto popular. Ao assumir a Presidência, lançou um plano de combate à inflação que
impedia os saques nas cadernetas de poupança e restringia os saques nas contas correntes durante
dezoito meses. Suas medidas só surtiram efeito por pouco mais de um ano. A partir de 1991 os
índices de inflação voltaram a crescer permanentemente.
Em meados do mesmo ano, denúncias de corrupção começaram a minar o seu governo. Um
esquema de propinas e superfaturamento de todos os gastos presidenciais havia sido montado por
Paulo César Farias, o tesoureiro da campanha do presidente, com o objetivo de desviar bilhões
de dólares. Diante da certeza de que seria condenado e definitivamente afastado pelo Congresso,
Manifestação em
São Paulo, pelo
impeachment de
Collor, 1992.
Apesar de Itamar Franco ter sido eleito vice-presidente na chapa de Fernando Collor, este, tão
logo tomou posse, relegou-o ao ostracismo político. Itamar Franco soube manter a sua
independência e criticava várias medidas do governo Collor. Com o afastamento do presidente,
tomou posse em caráter definitivo em dezembro de 1992, em meio a inúmeras dificuldades deixadas
pelo seu antecessor. Deve-se a ele o plano econômico que criou o real como nova moeda brasileira.
Os resultados positivos do plano e a grande popularidade do presidente ajudaram-no a eleger como
sucessor o seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, ainda que posteriormente tenha
dado muitas demonstrações de arrependimento.
Fernando Henrique Cardoso foi eleito em 1994, dando continuidade ao Plano Real. Em seu
primeiro mandato, graças ao controle da inflação, manteve a popularidade que o reelegeu em 1998.
Sua política de privatizações promoveu um verdadeiro leilão do patrimônio público, com
financiamentos do próprio governo, sob a justificativa de que elas seriam necessárias para pagar
dívidas e promover o desenvolvimento.
Entretanto, no período de 1994-2001, a dívida interna saltou de R$ 62 bilhões para R$ 597
bilhões. Para rolar essa dívida o Brasil passou a pagar cerca de R$ 80 bilhões por ano. No mesmo
período, a dívida externa, pública e privada, passou de US$ 145 bilhões para US$ 250 bilhões,
segundo o Banco Central. A soma das dívidas interna e externa equivale praticamente ao Produto
Interno Bruto (PIB) do Brasil, isto é, à soma de todos os bens do país. Durante seu governo o Brasil
teve uma das maiores taxas de desemprego do mundo, a pobreza foi acentuada, os serviços
públicos foram sucateados e tivemos uma das maiores
recessões econômicas da nossa história. Tudo isso gerou
uma violência sem precedentes na sociedade brasileira, com
os índices de criminalidade que ultrapassam até mesmo as
situações de guerra. No final do seu mandato, o Brasil era
considerado o país mais violento do mundo.
Luiz Inácio
Lula da
Silva
Com mais de 52 milhões de votos, Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PT, foi eleito
presidente da República em 2002 com 61,3% dos votos válidos. Depois de três tentativas, a primeira
em 1989, e tendo assumido uma postura mais moderada, obteve quase 20 milhões de votos mais do
que o seu adversário José Serra, o candidato do PSDB de Fernando Henrique Cardoso. A vitória de
Lula é um exemplo da mobilidade social do país, que permitiu a um retirante nordestino e ex-
metalúrgico de pouca escolaridade alcançar o cargo mais importante da Nação.
Prosa urbana
Prosa intimista
Outros contemporâneos
Além dos já citados, mais de duas dezenas de autores contemporâneos poderiam estar aqui
incluídos. Mas sempre seria uma lista incompleta. Como a maioria ainda está viva e produzindo,
certamente aqueles que sobreviverem literariamente serão conhecidos pelos estudantes, seja
através da imprensa, seja através de comentários e recomendações de professores, seja
A crônica
A crônica, um dos gêneros mais cultivados no país, e o conto, desde fins do século XIX,
sempre tiveram espaço nos jornais de grande circulação, destacando-se atualmente Affonso
Romano de Sant'Anna, Carlos Heitor Cony, Fernando Sabino e Luís Fernando Veríssimo, entre
outros.
A literatura de massas
EXERCÍCIOS
1 - Identifique cada um dos trechos abaixo entre as tendências dadas: realismo fantástico — prosa
urbana — prosa intimista.
b) "À beira da cisterna, de joelhos no cimento limoso, tento ver meu rosto dentro da água. A água,
que parece dura, petrificada pela ausência de peixes e de vozes, olha-me baça — o olho de um
morto. Reflete apenas linhas imprecisas, a interrogadora mancha da cabeça contra o céu nublado.
Cuspo na minha cara, no vago reflexo da minha cara e levanto-me."
(LINS.Osman. Avalovara.2. ed. São Paulo, Melhoramentos, 1974. p. 1 17.)
c) Apanhou o envelope e na sua letra cuidadosa subscritou a si mesmo: Narciso, rua Treze, nº 21.
Passou cola nas bordas do papel, mergulhou no envelope e fechou-se. Horas mais tarde a
empregada colocou-o no correio. Um dia depois sentiu-se na mala do carteiro. Diante de uma casa,
percebeu que o funcionário tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira. Voltou ao
DCT, foi colocado numa prateleira. Dias depois, um novo carteiro procurou seu endereço. Não
achou, devia ter saído algo errado. A carta voltou à prateleira, no meio de muitas outras, amareladas,
empoeiradas. Sentiu, então, com ter-ror, que a carta se extraviara. E Narciso nunca maisencontrou a
si mesmo."
(BRANDÃO, Ignácio de Loyola."O homem que se endereçou." In: 0 homem do furo na mão. São Paulo, Ática, 1987. p. 28.)
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3- Que fato histórico influenciou a prosa política bra-sileira a partir de meados dos anos 1960?
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4- Dê o nome de cinco escritores contemporâneos.
GRAMÁTICA
As palavras de uma frase não estão dispostas em uma determinada seqüência por acaso.
A gramática possui uma área que estuda especificamente essa seqüência, a relação e a ordem
das palavras em um discurso: A sintaxe.
FRASE: É um conjunto de palavras reunidas que transmite uma idéia completa, dá-se entre uma
letra maiúscula e o primeiro ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou
reticências. A presença de um verbo não é obrigatória.
Exemplo: - Silêncio!
“O menino superou a fase um basicamente apenas com seu cérebro.”
(locução verbal)
Este avanço irá permitir o desenvolvimento de outros dispositivos médicos.
EXERCÍCIOS
a) Escovava as calças do marido até que não sobrasse nenhum grão de poeira.
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LITERATURA E GRAMÁTICA – 3º ANO – ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2014
71
b) Eu dizia que admito piamente ser o cão o melhor amigo do homem.
CLASSIFICAÇÕES:
Sujeito oculto ou elíptico: quando, ao perguntar para o verbo quem é o sujeito, a resposta for
um dos pronomes eu, tu, ele, ela, você, nós ou vós, sem surgirem escritos na oração:
Exemplo: Vendemos os convites da festa. (Quem vendeu? Nós)
Ontem participei da festa da escola. (Quem participou? Eu.)
Também ocorre quando o sujeito não surgir na oração analisada, mas em orações anteriores:
sujeito simples
Quando o verbo que indica fenômeno da natureza aparecer numa frase com sentido figurado,
haverá sujeito. Veja:
Choveram papeizinhos coloridos durante o desfile.
Choveram pedras naquela noite.
d) Verbo haver, quando significar existir ou acontecer ou quando dizer respeito a tempo
decorrido:
Exemplo: Houve muitos casos de problemas familiares.
Haverá muitas garotas na festa sábado.
Há dez meses ela mudou-se para o Canadá.
e) Verbo ser, indicando horas, datas e distâncias. Observe que o verbo ser concorda com o
numeral a que se refere:
Exemplo: São duas horas.
São dois quilômetros daqui lá.
É 10 de janeiro.
EXERCÍCIOS
Classificações:
Predicado Nominal – É aquele que tem como núcleo (palavra mais importante) um nome
(predicativo) e possui um verbo de ligação.
Verbo de ligação – são verbos que servem como elos de ligação entre o sujeito e o
predicativo do sujeito. Os principais verbos de ligação são: ser, estar, parecer, permanecer,
ficar, continuar.
Verbo de ligação
Sujeito
Verbo de ligação
Eu / sou feliz.
Sujeito Predicado Nominal
Sujeito
Predicado Verbal – No predicado verbal, o núcleo é sempre um verbo, que pode ser
transitivo ou intransitivo. Para ser núcleo do predicado, é necessário que o verbo seja nocional
(que demonstre uma ação).
Verbo intransitivo – são verbos capazes de dar uma informação completa a respeito do
sujeito, não necessitando, dessa forma, de nenhum termo para completar-lhes o sentido.
Verbo intransitivo
Verbo transitivo – São verbos incapazes de, sozinhos, formar o predicado, exigindo um
termo para completar-lhes o sentido.
1. Verbo transitivo direto – não exige preposição, liga-se diretamente ao seu complemento,
chamado objeto direto.
verbo transitivo direto
3. Verbo transitivo direto e indireto – Exige dois complementos: um sem preposição inicial e
outro com preposição.
Predicativo do objeto- Além de caracterizar o sujeito, o predicativo pode também atribuir uma
característica ao objeto. Isso ocorre, por exemplo, no segundo verso da poesia de Mário
Quintana:
EXERCÍCIOS
e) O dia amanheceu.
b) Rap vira matéria nas escolas particulares, que adotam letras dos Racionais MC’s para
ensinar poesia e discutir a realidade social.
Complementos verbais: Os complementos verbais são o objeto direto e objeto indireto que
completam o sentido de um verbo transitivo.
Objeto direto – Vem “diretamente” ligado a um verbo transitivo direto, sem o auxílio de uma
preposição.
Exemplo: O menino comprou o livro.
(quem compra, compra alguma coisa: o livro) objeto direto
Objeto indireto – Vem “indiretamente” ligado a um verbo transitivo indireto, com o auxílio de
uma preposição:
Observação:
2- O objeto direto pode, às vezes, ocorrer com preposição não exigida pelo verbo. Denomina-se,
então, objeto direto preposicionado.
Compare:
O mocinho sacou o revólver. (OD)
O mocinho sacou do revólver. (OD preposicionado)
Pronomes oblíquos na função de objeto:
Quando funcionam como objeto, alguns pronomes oblíquos têm classificação fixa; outros
têm classificação dependente do verbo ao qual servem de complemento. Veja o quadro:
Complemento nominal: Não são apenas os verbos que podem necessitar de complemento. Um
substantivo, um adjetivo ou um advérbio também podem exigi-lo:
Agente da passiva:
Suponha a seguinte oração:
Preços de combustíveis serão liberados pelo governo.
Nela temos:
preços dos combustíveis – sujeito paciente (sofre a ação de liberar);
serão liberados – estrutura verbal na voz passiva;
pelo governo – termo que representa o agente, isto é, aquele que pratica a ação de liberar.
EXERCÍCIOS
2) Indique, nas orações abaixo, se o que está destacado é complemento nominal ou objeto
indireto:
3) Indique se o que aparece em destaque é sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento
nominal, predicativo do sujeito:
a) ( ) Emprestei-lhe o dinheiro.
b) ( ) Espero-o na estação.
c) ( ) Isto nos pertence.
d) ( ) Aquilo não me convinha.
e) ( ) Entregaram-te o livro.
f) ( ) Desejo-te uma boa viagem.
g) ( ) Sua opinião não me importava.
Adjunto adverbial – É o termo representado por advérbio ou equivalente, que acrescenta uma
circunstância ao verbo, ou intensifica ou gradua a idéia expressa por adjetivo, verbo ou advérbio.
Eis alguns tipos de adjuntos adverbiais:
EXERCÍCIOS
a) O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.
e) Se eu povoasse os currais, teria boas safras, depositaria dinheiro nos bancos, compraria mais
terras e construiria novos currais.
EXERCÍCIOS DE REVISÃO
a carteira –
borboleta –
c) O tempo virou
virou –
d) Passou a ventania
passou –
a ventania –
o mais velho –
feliz –
corre –
verbo –
objeto ___________ -
adjunto adverbial –
almoço –
o–
PERÍODO COMPOSTO
Período Composto por Coordenação – quando as orações que constituem têm sentido por si
mesmas, são sintaticamente independentes umas das outras e estabelecem entre si apenas uma
sucessão de idéias.
Exemplo: Recebeu o salário, visitou algumas lojas e trouxe um belo presente para a noiva.
EXERCÍCIOS
c) Naquela noite, jantei sozinho, pois Alberto viajara para Malhada da Pedra.
e) furta cavalos e bois, marca-os de novo, recorta sinais de orelhas com uma habilidade de cigano
velho.
ORAÇÕES COORDENADAS
Coordenada sindética aditiva – Expressa uma idéia de adição, de soma. É introduzida pelas
conjunções aditivas e, nem, não só..., mas também, etc.
Exemplo: Vamos ouvir música e comer uma pizza.
EXERCÍCIOS
Um dos alunos respondeu que a oração era coordenada sindética aditiva, justificando que essa
classificação se devia à presença da conjunção e.
Pergunta-se: esse aluno acertou ou errou a resposta? Por quê?
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ORAÇÕES SUBORDINADAS
Vimos que o período composto por subordinação é constituído por duas ou mais orações:
uma principal e as demais subordinadas:
Exemplo:
Funcionam como sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo ou
aposto da oração principal;
Vêem, geralmente, introduzidas pelas conjunções integrantes que e se, com o verbo no
indicativo ou no subjuntivo;
Podem ser introduzidas por pronomes ou advérbios interrogativos (quem, quanto, como, onde,
quando, por que etc).
CLASSIFICAÇÃO:
Atenção: As orações às quais a subjetiva está subordinada são formadas por verbos ou locuções
impessoais, tais como: é bom, é preciso, é necessário, é conveniente, convém, cumpre, consta,
urge, sabe-se, conta-se, diz-se etc.
Atenção: Observe que, ao contrário da subjetiva, o sujeito da objetiva direta pode ser
depreendido da oração principal. Além disso, o verbo da oração principal é transitivo direto.
Atenção: Observe que a subordinada predicativa liga-se à oração principal através de verbo de
ligação.
EXERCÍCIOS
Geralmente são introduzidas por pronomes relativos (que, quem, cujo, onde etc);;
CLASSIFICAÇÃO:
EXERCÍCIOS
c) Recebemos a nova edição de Macunaíma, que é uma das melhores obras do Modernismo
brasileiro.
e) Diz-se que ele era um dos alunos que foram representar a escola na maratona de Matemática.
2) (Fuvest – SP) “O ar que respiro, este licor que bebo, pertencem ao meu modo de existir.”
É composto o sujeito do verbo pertencem.
a) Qual é esse sujeito composto?
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b) Qual a classificação das orações que acompanham cada membro desse sujeito?
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ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
CLASSIFICAÇÃO:
Indica a causa do que está expresso no verbo da oração principal. As principais conjunções
denotadoras da causa são: porque, pois, como, porquanto, visto que, uma vez que etc.
2 – A adverbial causal pode ser transformada em outra, reduzida de infinitivo, iniciada pela
preposição por. Por andar descalço, ele pegou uma doença. A coordenada explicativa não admite
essa transformação.
Indica a condição necessária para que o fato expresso na oração principal se realize. As
principais conjunções condicionais são: se, caso, sem que, contanto que, salvo se, desde que,
a menos que, a não ser que etc.
Indica a finalidade do que está expresso na oração principal. As principais conjunções finais
são: para que, a fim de que, que (= para que), etc.
Indica o tempo em que ocorre o fato expresso na oração principal. As principais conjunções
temporais são: quando, enquanto, antes que, depois que, desde que, logo que, assim que,
até que, apenas, mal etc.
EXERCÍCIOS
1) Indique a circunstância expressa pela oração adverbial destacada nos seguintes períodos:
e) O documento foi entregue ao presidente do júri para que todos comprovassem a sua
autenticidade.
g) Ele sabia como fazer a montagem melhor do que qualquer um dos técnicos.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Concordância Nominal é a que se faz, em gênero e número, entre o artigo, o pronome, o numeral
ou o adjetivo e o substantivo a que se referem. A concordância do adjetivo com o substantivo
pode, em alguns casos, trazer dúvidas. Por isso, devemos conhecer algumas regras.
REGRAS GERAIS:
Observações:
a) Referindo –se a nomes próprios, de parentesco ou a títulos, deve o adjetivo ir para o plural:
As expressões em anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio, quite, junto leso e meio
concordam com a palavra a que se referem.
Outros casos:
Há palavras que funcionam ora com valor adjetivo, ora com valor adverbial.
Ex: Bastantes alunos sabem esta lição. - refere-se ao substantivo - variável.
Os alunos sabem bastante esta lição. - refere-se ao verbo - invariável.
Os alunos são bastante estudiosos. - refere-se ao adjetivo – invariável.
EXERCÍCIOS
CONCORDÂNCIA VERBAL
Observe: As florestas ainda ocupam 43% do território brasileiro. È uma área tão extensa que, se
fosse emancipada, a nação verde seria o sétimo maior país do mundo, superando, em tamanho,
a Índia e a Argentina.
No período acima os verbos concordam com o sujeito simples em número e pessoa:
Exemplo: As florestas e os oceanos devem ser tratados com respeito pela humanidade.
1 – Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos pronomes tudo, nada, isto, isso,
aquilo, os verbos ser e parecer concordam com o predicativo:
Ex: Tudo são esperanças.
Observação
Pode-se fazer a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo:
Ex: “Tudo é flores no presente.” (Gonçalves Dias)
Aquilo é sonhos vãos.
2 – Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo ser concorda sempre com o nome ou
pronome que vier depois:
Ex: Que são florestas equatoriais?
Quem eram aqueles homens?
3 – Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com a expressão numérica:
Ex: São oito horas.
De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Observação:
4 - Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo ser fica no singular:
Ex: Três batalhões é muito pouco.
Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
Dez dias é tanto tempo!
6 – Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo ser concorda com o predicativo:
Ex: Dançar e cantar é a sua atividade.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
EXERCÍCIOS
sujeito predicado
VTD OD
Os operários aspiravam o ar poluído.
regente regido
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Respirar, sorver (TD). Desejar, pretender (TI). Aspiramos o ar poluído.
Obs.: Com o sentido de "pretender" ou "desejar"
Aspiramos a uma vida melhor.
Aspirar não admite o pronome lhe,que deve ser substituído
Chico aspirava ao cargo.
por a ele(s), a ela(s).
Chico aspirava a ele
Socorrer, prestar auxílio (TD ou TI). Presenciar, ver O médico assistiu o doente.
(TI). Competir, caber (direito, razão) (TI). Residir, O médico assiste ao doente.
morar, habitar; estar, permanecer: pede Os alunos assistiram a um espetáculo magnífico.
Assistir complemento de natureza adverbial. Não assiste ao réu o direito de contestar.
Obs.: Com o sentido de presenciar, ver, a norma é João assiste em Florianópolis.
bastante transgredida na linguagem oral. Que a paz assista entre os homens.
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Mirar (TD).
O artilheiro visou o alvo.
Visar Dar visto, rubricar (TD).
O gerente vidou o cheque.
Pretender, objetivar (TI).
Esta lei visa ao bem comum.
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EXERCÍCIOS
d) Esquecemos do jogo.
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c) Paguei a prestação.
d) Paguei ao credor.
b) Ele já morou nesta rua, agora mora _______ largo das Flores.
6- Escolha uma das palavras apresentadas entre parênteses preencha a lacuna de cada
período, rescrevendo-o corretamente:
a) Queriam _______ pais com o amor especial dos filhos. (os - aos)
7- Identifique os períodos que não estão de acordo com a norma culta e rescreva-os
corretamente:
Português – Linguagens 3
Literatura – Produção de texto – Gramática
Autor: Willian Roberto Cereja
Ed. Scipione