Resumo DMA

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DMA - Introdução

▪ O direito militar aborda princípios e normas jurídicas relacionadas às


forças armadas e às questões militares de forma ampla, bem como das
características únicas e das questões éticas envolvidas nas atividades;

▪ Teoria Geral do Direito Penal Militar não se ocupa de estudar os crimes


militares propriamente ditos, mas EXAMINA TÃO SOMENTE AS NORMAS
GERAIS DO DIREITO PENAL MILITAR.

▪ O direito penal militar NÃO cuida das transgressões disciplinares


militares, mas tão somente dos CRIMES MILITARES;

▪ O código penal militar tutela os bens jurídicos mantendo escalas:


o 1º Plano: Binômio da hierarquia e disciplina;
o 2º Plano: (NÃO MENOS RELEVANTE) os demais, como vida,
integridade física e patrimônio;

▪ Fracassando outras formas de punição e de composição de conflitos,


lança-se mão da lei penal para coibir comportamentos desregrados, que
possam lesionar bens jurídicos tutelados;

▪ Direito Penal Militar > Espécie do Direito Penal Comum > Especializado;

▪ Direito Penal Militar > Um ramo do Direito Penal, especial, criado não com
a finalidade de definir crimes para militares, mas sim de criar regras
jurídicas destinadas à proteção das instituições militares e o
cumprimento de seus objetivos constitucionais (Cruz e Miguel, 2008);

▪ Caso haja incidência aparente de ambas as normas, a penal comum e a


penal militar (especial), sobre determinada situação, prevalecerá a
norma penal militar, por ser norma especial; A NORMA ESPECIAL AFASTA
A INCIDÊNCIA DA NORMA GERAL (TOLEDO, 2006);

▪ O crime militar é sempre, imediata ou mediatamente, um crime contra o


serviço militar, pois em todo caso exigirá uma lesão aos interesses
militares;

▪ Objetivo: Regular a conduta dos militares;


o Finalidade: Proteger as instituições com intuito de que elas
cumpram suas missões institucionais;

▪ Forças Armadas > Defesa da pátria e garantia de poderes constitucionais;


▪ Polícias Militares > Policiamento Ostensivo e Preservação da ordem;
▪ Bombeiros Militares > Defesa Civil;
▪ HIERARQUIA > Organização em carreira da autoridade em níveis
diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar;

▪ DISCIPLINA > Rigorosa observância e acatamento integral das leis,


regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo
policial militar e coordenam seu funcionamento regular;

▪ Histórico Direito Militar > Artigos de Guerra do Conde de Lippe, 1763;


o Recusa de obediência > Trabalho nas fortificações;
o Resistência ou ameaça > Morte por enforcamento ou
arcabuzamento;

▪ Conselho Supremo Militar e de Justiça (1808) > embrião do Supremo


Tribunal Militar (STM);

▪ Código Disciplinar da Armada (1890) > Código Penal da Armada (1891)


o Primeiro apenas marinha, depois ao exército (1899) e aeronáutica
(1941);

▪ Primeiro Código Penal Militar (1944) > CPM Atual (1969) – Prof. Ivo
D’Aquino;
o Atual > Entrou em vigor em 1970 > Lei Ordinária;

▪ Pessoa Considerada Militar:


o Em tempo de paz ou guerra, incorporada a instituições militares
ou nelas matriculada, para servir em posto ou em graduação ou
em regime de sujeição à disciplina militar;

▪ A precedência entre policiais militares da ativa, do mesmo grau


hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação e pelo
Quadro, salvo nos casos de PRECEDÊNCIA FUNCIONAL estabelecida em
Lei;

▪ Equipara-se à comandante: Diretores, Chefes e Coordenadores;

▪ Desrespeito à superior;
o TEM QUE SER DIANTE DE OUTRO MILITAR;
o Se for comandante da unidade a quem pertence o agente, oficial
general, oficial de dia, de serviço ou de guarda > Aumenta a pena
à METADE;
o Comandantes de fração de tropa, pelotão, destacamento,
companhias de batalhão ou seções de unidades militares não são
equiparados para efeito desse artigo;
o (Proteção de comando sobre um todo, e não sob uma fração);
▪ Equiparação a militar da ativa > Reserva ou Reformado empregado na
administração militar;

▪ Lei 13.491/17 > Caracterização de crime militar a partir da prática de


condutas tipificadas nas leis penais comuns;

▪ SE UM INDIVÍDUO FOR CONDENADO INICIALMENTE POR TRÂNSITO EM


JUGADO NA ESFERA MILITAR E TEMPOS DEPOIS, PRATICAR CRIME
COMUM, SERÁ CONSIDERADO RÉU PRIMÁRIO;

▪ Como crime PROPRIAMENTE MILITAR entende-se a infração penal,


prevista no Código Penal Militar, específica e funcional do ocupante do
cargo militar, que lesiona bens ou interesses das instituições militares,
no aspecto particular da disciplina, da hierarquia, do serviço e do dever
militar;

▪ O crime IMPROPRIAMENTE MILITAR é aquele que, estando previsto na lei


penal militar, mas não sendo inerente à condição de militar, ou estando
previsto na legislação penal comum, ofende de alguma forma as
instituições militares;

▪ Tipicidade Indireta > Quando um crime precisa preencher certos


requisitos contidos em outros códigos para sua consumação;

▪ O CIVIL SÓ RESPONDE CRIME MILITAR NA ESFERA FEDERAL, NÃO


RESPONDENDO NA ESFERA ESTADUAL, LOGO, É COMO SE NÃO
COMETESSE CRIME MILITAR;

▪ Crimes militares em tempo de paz:


o Os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo
diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que
seja o agente, salvo disposição especial;

o Os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação


penal, quando praticados:
▪ Militar da ativa contra outro da mesma situação;
▪ Militar da ativa em lugar suj. à admin. Militar contra militar
da reserva, reformado ou civil;
▪ Militar em serviço ou atuando em razão da função, em
comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que
fora do lugar sujeito à administração militar contra militar
da reserva, ou reformado, ou civil;
▪ Por militar, durante o período de manobras ou exercício,
contra militar da reserva ou reformado ou contra civil;
▪ Militar da ativa contra patrimônio ou ordem admin. Militar;
▪ A competência para APURAR crime doloso contra vida de civil praticado
por militar em serviço é da justiça comum, ou seja, POLÍCIA CIVIL.
Compete ao TRIBUNAL DO JÚRI PROCESSAR E JULGAR crime doloso
cometido contra vida de civil, por militar em serviço.

▪ Haverá crime militar ainda que os sujeitos envolvidos não saibam da


condição de militar um do outro no momento da prática do delito (STM);

▪ Reagiu sendo vítima > Excludente de Ilicitude (Legítima defesa) > Crime
Comum;

▪ Reagiu a situação de terceiros > Em tese, Crime Militar > Como se de


serviço estivesse;

▪ O patrimônio lesado não precisa necessariamente pertencer à


instituição, basta que esteja sendo administrado por ela;

▪ Crimes militares praticados por militar da reserva, reformado ou civil:


o Contra o patrimônio sob a admin militar ou sua ordem;
o Em lugar sujeito à admin militar contra militar da ativa, servidor
público ou da justiça militar;
o Contra militar em formatura, durante período de prontidão,
vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento,
acantonamento ou manobras;
o Contra militar em função de natureza militar, ainda que fora de
lugar sujeito à admin militar, o qual estava ali requisitado ou em
obediência a determinação legal superior;

▪ Compete à JUSTIÇA COMUM Estadual processar e julgar civil acusado de


prática de crime contra instituições militares estaduais;

▪ Nos crimes dolosos contra avida, praticados contra civil, a Justiça Militar
encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum;

▪ Estado de necessidade c/parentesco > Exclui a culpabilidade;

▪ Estado de necessidade s/parentesco > Exclui o crime;

▪ A qualidade de superior ou a de inferior hierárquico, deixa de ser


elementos constitutivos do crime, QUANDO NÃO CONHECIDA DO AGENTE
OU QUANDO A AÇÃO É PRATICADA EM REPULSA À AGRESSÃO, ainda que
conhecida a condição;
▪ A pena de reclusão, é destinada aos crimes mais graves (1-30a); enquanto
a segunda, a pena de detenção, é prescrita para os delitos de menor
gravidade (30d-10a);

▪ A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, É


convertida em pena de prisão;
o Oficial > Estabelecimento militar;
o Praça > Estabelecimento penal militar, separado dos que estejam
cumprindo pena disciplinar ou privativa de liberdade;

▪ Justiça Militar Estadual


o A lei estadual PODERÁ criar, mediante proposta do Tribunal de
Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau,
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça
Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte
mil integrantes;
o 1º Grau > Juiz de direito + Conselho de Justiça;
o 2º Grau > Tribunal de Justiça Comum (Bahia) ou Militar;
o SP, MG, RS;
o A justiça militar estadual é incompetente em relação à civis, exceto
no caso de ex-militares;
o Conselho de Justiça > Presidido pelo Juiz de direito (+4 juízes
militares - OFICIAIS);
o Votação do menos antigo pra o mais antigo;
o Conselho Permanente (Praças > Três meses consecutivos);
o Conselho Especial (Oficial > Sorteados a cada caso);
o O juiz de direito do juízo militar será competente para julgar e
processar singularmente os crimes militares cometidos contra
civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares;

▪ São considerados infrações penais de menor potencial ofensivo, as


contravenções penais e os crimes cuja pena máxima prevista em
abstrato não for superior a 2 anos;

Crimes em Espécie
▪ Violência contra Superior (Det. 3m-2a)
o Violência no CPM é FÍSICA;
o Superior pertencente à unidade (Rec. 3-9ª);
o Violência com arma (+1/3);
o Se resulta em Lesão Corporal, aplica-se tal crime;
o Se resulta em morte (Rec. 12-30a);
o Se ocorre em serviço (+1/6 – Tanto faz quem está de serviço);
o Nem sempre será indispensável o exame pericial para prova da
ação ;
o Lesão Corporal ou morte culposa (Reduz metade da pena);
o Se contra oficial de serviço > Violência contra militar de serviço;
o NÃO HÁ SUSPENSÃO CONDICIONAL NEM LIBERDADE
PROVISÓRIA;

▪ Violência contra Inferior (Det. 3m-2a)


o Se resulta em lesão corporal ou morte, se aplica a pena do
respectivo crime;
o Alguns autores defenderem que o crime em análise tanto engloba
a violência física quanto a moral, prevalece o entendimento de que
essa infração penal somente se caracteriza pelo emprego de
violência física;
o A condição de inferior deve ser conhecida;
o O exame de corpo de delito é dispensável, a não ser que exista
efetivamente lesão;

▪ Desrespeito a superior (Det. 3m-1a)


o Atenta contra autoridade e disciplina militar;
o Se contra comandante da unidade, oficial-general, oficial de dia,
de serviço ou de quarto (+metade);
o Pode manifestar-se através de gestos, atitudes ou palavras;
o É NECESSÁRIO que esse delito ocorra na presença de outro
militar;
o Deve-se conhecer a condição de superior;
o Delito Subsidiário > Norma secundária só aplicada no caso de
ausência de norma primária (Se amoldar crime mais grave, é
absorvida por esse);
o Desrespeito mais brando > Desacato como franca agressão;
o Não há suspensão condicional nem liberdade provisória;

▪ Recusa de Obediência (Det. 1-2a)


o Recusar obedecer a ordem superior ou matéria de serviço ou a
dever imposto em lei, regulamento;
o Relação com as atribuições funcionais do militar e não interesses
particulares;
o Só haverá quando não constitua fato mais grave;

▪ Deserção (Det. 6m-2a)


o Ausentar-se por mais de 8 dias da unidade em que serve ou de
onde se deve permanecer;
o Se oficial, a pena é agravada;
o Contra o serviço e o dever militar;
o Abandonar serviço enquanto ainda obrigado cumprimento;
o Não se apresentar para prestar o serviço em prazo determinado;
o Agir fraudulentamente > Criando ou simulando incapacidade;
o Prazo de Graça > Oito dias da ausência do militar (dia+9);
o Até 08 dias é ausente, depois disso, é deserção;
o Crime Permanente > Continuidade da ação ou omissão;
o Na PMBA > Demissão;

▪ Abandono de Posto (Det. 3m-1a)


o Abandonar sem ordem superior o posto ou lugar de serviço ou o
serviço propriamente dito antes de tê-lo terminado;
o Perigo abstrato ou presumido > Não exige ocorrência de risco
concreto ou dano;
o Basta a ausência momentânea, não autorizada e não justificada;

▪ Embriaguez em Serviço (Det. 6m-2a)


o Embriagar-se em serviço ou se apresentar embriagado;
o Consumindo ou prestes a consumir a substância;
o Não necessita de constatação por meio de teste de alcoolemia ou
etilômetro;
o Uso de testemunhas, filmagens e exames clínicos;
o PODERÁ O MILITAR NEGAR-SE a realizar o teste de alcoolemia;
o Não poderá recusar estar diante de médico perito;

▪ Dormir em Serviço (Det. 3m-1a)


o Dormir quando oficial de quarto ou de ronda, sentinela, vigia,
plantão ou ronda;
o Só é criminalizada a conduta intencional;
o Não cometerá o crime militar que dormir em atividade
administrativa;

▪ Desaparecimento, Consunção ou Extravio (Rec. Até 3a)


o Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível,
armamento, munição ou peças;
o Se na modalidade culposa > Det. 6m a 2a;
o Se resulta em lesão corporal ou morte, combina-se a pena;
o Crime IMPROPRIAMENTE MILITAR;

▪ Peculato (Rec. 3-15a)


o Apropriar-se de dinheiro, valor ou outro bem móvel que tem posse
ou detenção em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio
ou alheio;
o Se superior a 20 salários-mínimos > +1/3;
o Se o subtrai ou contribui para tal valendo-se da facilidade
proporcionada pela função > Peculato Furto;
o Se o funcionário ou militar contribui culposamente para que outro
subtraia ou desvie tais bens > Peculato Culposo > Det. 3m-1a;
o Peculato apropriação (Apropriar-se) e Peculato Desvio;
o O bem pode ser público ou particular;

▪ Concussão e Corrupção Passiva (Rec. 2-8a);


o Exigir vantagem indevida em razão da função (Concussão);
o Receber vantagem indevida ou Aceitar promessa de vantagem
(Corrup. Passiva);
▪ Se aumenta 1/3 se retarda ou deixa de praticar ato;
▪ Corrup. Passiva Privilegiada > Pratica ou retarda ato de
ofício cedendo a PEDIDO OU INFLUÊNCIA de outrem (Det.
3m-1a);
o Receber vantagem indevida ou Aceitar promessa de vantagem
(Corrup. Passiva);
o NÃO E NECESSÁRIA O EFETIVO RECEBIMENTO;
o Exige sempre a iniciativa do corruptor > Não tem o verbo de
SOLICITAR;

▪ Prevaricação (Rec. 6m-2a);


o Retardar ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício ou
praticá-lo contra expressa disposição da lei;
o Satisfazer interesse ou sentimento pessoal;

Noções de Direito Processual Penal Militar


▪ Prisão em Flagrante Delito Militar
o Qualquer pessoa poderá e os militares DEVERÃO prender
insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito;
o Forças Armadas > Só é obrigado a prender em flagrante de crime
militar;
o Militares federais, PMs, BMs > FLAGRANTE COMPULSÓRIO;
o Flagrante de delito militar realizado por civil > FLAGRANTE
FACULTATIVO;
o Deverá se realizar a prisão independente se superior hierárquico
> condução precisa considerar;
o FLAGRANTE PRÓPRIO (cometendo, acaba de cometer);
o FLAGRANTE IMPRÓPRIO (Perseguido logo após o fato);
o FLAGRANTE PRESUMIDO (encontrado com objetos que façam
presumir sua participação);
o Crimes militares permanentes: sequestro ou cárcere privado,
tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito
similar
o Auto de prisão em flagrante delito > Formalização > comandante
da unidade, oficial de dia, de serviço ou de quarto;
o Na falta de pessoas habilitadas para ser escrivão do auto, PODERÁ
SER QUALQUER PESSOA IDÔNEA, INCLUSIVE CIVIL;

▪ Inquérito Policial Militar (IPM)


o Apuração sumária do fato que, em termos legais, configure crime
militar, e de sua autoria;
o Instrução provisória;
o Ministrar elementos necessários à propositura da ação penal;
o Destinatário final > Promotor de Justiça;
o A investigação É DISPENSÁVEL para a propositura da ação penal;
o Prazo de 40 dias, prorrogáveis por +20d (se o indiciado estiver
solto);
o Prazo de 20 dias, não prorrogáveis (se o indiciado estiver preso);
o Inquisitivo > Não produz provas > Não há de se falar em réu e
acusado;
o Se houver indícios de um crime militar e se apura uma
SINDICÂNCIA, o ato é ILEGAL;
o Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a
JUSTIÇA MILITAR ENCAMINHARÁ OS AUTOS DO INQUÉRITO
POLICIAL MILITAR À JUSTIÇA COMUM;
o Lei 13.491/17 > É competente a justiça comum para apurar o crime
de homicídio praticado por policial militar em serviço contra civil;

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