Resumo - Direito Penal Militar - Machado
Resumo - Direito Penal Militar - Machado
Resumo - Direito Penal Militar - Machado
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O tratamento do Direito Penal Militar como especial, baseia-se no bem jurídico tutelado, que são as instituições militares,
caracterizadas principalmente pelos quesitos de HIERARQUIA e DISCIPLINA;
O ordenamento jurídico pátrio adotou como critério para definição de crime militar o critério legal, conforme se vê no
texto constitucional a expressão “crimes militares definidos em lei” tanto para a definição atinente à Justiça Militar da
União, como à Justiça Militar dos Estados.
O Direito Penal Militar está delineado nas bases da teoria causalista da ação, que vai se diferenciar da teoria finalista da ação
(doutrina penal comum), principalmente pelo tratamento dispensado ao elemento subjetivo do crime, dolo e culpa.
A teoria do delito, majoritária, admite três elementos ou substratos, embasando estrutura analítica do crime em três partes:
Fato típico;
Antijurídico (ilícito);
Culpável.
*** Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave
calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas,
ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.
*** O Estado de Necessidade no CPM foi balizado pela Teoria Diferenciadora, que distingue o Estado de Necessidade em
e .
Estado de necessidade, excludente do crime: Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar
direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal causado, por sua
natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo.
Estado de necessidade, excludente de culpabilidade: Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de
pessoa a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, nem
podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era
razoavelmente exigível conduta diversa.
*** O Direito Penal Militar se adequa à TEORIA PSICOLÓGICA NORMATIVA DA CULPABILIDADE: culpabilidade formada por dolo e
culpa mais reprovação social da conduta (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa).
*** O Direito Penal Comum se amolda à TEORIA NORMATIVA PURA: culpabilidade é reprovação social da conduta típica e
antijurídica praticada pelo agente (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa). Dolo e culpa
são analisados como formas da ação humana na conduta do agente, seguindo a premissa de que toda conduta tem uma finalidade.
***
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: na polícia militar é o oficial ou a praça inativa, mas ainda não reformados. É uma forma de inatividade transitória,
sujeita à reversão ao serviço ativo em casos específicos, que perdura até os 65 anos de idade quando então o militar atinge a
idade limite para permanência na reserva, sendo, automaticamente (“ex officio”), passado à condição de REFORMADO.
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: são aqueles policiais militares em situação de inatividade definitiva. (idade-limite, saúde, invalidez definitiva,
etc).
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TEMPO DE GUERRA
- Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do
estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando
ordenada a cessação das hostilidades.
A declaração de guerra e a celebração da paz são competências privativas do Presidente da República, autorizado pelo
Congresso Nacional;
Assim, é importante destacar que o aumento de pena será apenas aos crimes que não constam no rol de crimes militares já
específicos ao tempo de guerra;
ASSEMELHADO
- Art. 21.
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- Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
*** § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
*** § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente
com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
EQUIPARAÇÃO A COMANDANTE
- Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função de direção.
CONCEITO DE SUPERIOR
- Art. 24 CPM. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, considera-se
superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.
- O RDPM (PMESP), dividiu os conceitos de SUPERIOR, nos critérios HIERÁRQUICO e FUNCIONAL, conforme segue:
*** SUPERIORIDADE de um militar em relação ao outro: para fins penais militares, deve-se considerar a posição na HIERARQUIA e,
em igualdade de posto ou graduação, à FUNÇÃO que exerce no momento do fato.
*** Exemplo prático: se um soldado agride um primeiro-tenente (violência contra superior); contudo, também haverá o mesmo
delito se um primeiro-tenente agredir outro militar do mesmo posto, estando este na função de Comandante de Companhia
daquele, estabelecendo-se a superioridade funcional.
CO-AUTORIA E CABEÇAS
- Art. 53 CPM. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas.
*** § 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a
ação.
*** § 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças, assim como os inferiores
que exercem função de oficial.
*** Sempre será considerado .
a) morte;
b) reclusão;
c) detenção;
d) prisão;
e) impedimento;
f) suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função;
g) reforma.
- As penas acessórias são penas complementares e ligadas à natureza do crime. Formas de repressão mediata, dependentes de da
pena principal.
O CPM define que será considerado crime militar todas as condutas que se enquadrarem nas definições previstas no CPM as
quais tenham definição diversa no Código Penal Comum ou nele não esteja presente, independente do autor ser militar ou
não, porém para a caracterização de crime militar por civil ou militar da reserva ou reformado, estes deverão ter dolo
específico de atentar contra a Instituição Militar, conforme se verifica no inciso III, art. 9º do CPM, lembrando que na esfera
estadual, civil não comete crime militar, pois a Justiça Militar Estadual não tem competência para julgar civis, nos termos do
art. 125, §4º, da CRFB/88.
*** CRIMES MILITARES POR EXTENSÃO, ou também chamados de CRIMES MILITARES EXTRAVAGANTES, ou ainda, de CRIMES
MILITARES POR EQUIPARAÇÃO: são aqueles tipos penais que não existem no CPM, mas serão considerados crimes militares por
força do disposto no artigo 9º, inciso II, do CPM.
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*** Esta alínea define que sempre que um militar da ativa praticar crime contra outro militar da ativa e houver tipificação no CPM,
esta conduta será considerada crime militar, independentemente do local onde o fato tenha ocorrido ou se estavam de serviço.
***
. Dessa forma, não há crime militar, por exemplo, na agressão de um
militar estadual contra um militar federal, ambos de folga, fora do quartel e não agindo em razão função.
Exemplos:
1- Dois policiais militares da ativa de folga entram em desentendimento e se agridem mutuamente, causando lesões corporais
mutuas, caracteriza crime militar.
2- Um PM e um Cabo do exército de agridem, no horário de folga, em um bar, não caracteriza crime militar.
*** Militar da ativa em local sujeito a administração militar, mesmo que de folga, quando pratica crime contra civil ou militar
inativo, comete crime militar.
*** : quartéis, vias de acesso comum de vilas militares, embarcações e aeronaves de grande
porte, áreas comuns do hotel de trânsito, acampamentos, acantonamentos e bivaques militares. Consideram-se também as
viaturas, trailers e unidades móveis.
*** Não serão compreendidos como locais sujeitos à administração militar os locais abrangidos legalmente pelo conceito de casa,
como, por exemplo, uma casa habitada no interior de uma vila militar ou um quarto ocupado no hotel de trânsito da PMESP.
*** ;
*** .
Exemplo: Policial militar da ativa de folga que subtrai celular de civil que estava no quartel para registrar ocorrência, configura crime
militar, furto art. 240 do CPM.
*** Militar em serviço entende-se aquele que está cumprindo escala, exemplo o policial que está realizando o patrulhamento.
*** Obs.:
Por isso, quando sua conduta não se amoldar a nenhuma outra hipótese, estando
o agente nas condições mencionadas não responderá por crime militar, mas por crime comum.
Exemplos:
Militar de serviço realizando o patrulhamento em determinada área durante abordagem agride civil, causando lesões neste,
configura crime militar, art. 209 do CPM.
Militar da ativa, de folga, agindo em razão da função visualiza indivíduo praticando roubo e decide intervir, pelo fato de ser
policial militar sente o dever de agir, e para evitar que o marginal fuja efetua disparo contra as pernas do indivíduo causando
lesão, conduta se enquadra na lesão corporal art. 209 do CPM, crime militar.
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Exemplos na polícia militar: período em exercício de sobrevivência ou tipicamente militar.
*** Patrimônio sob a administração militar: não há necessidade de ser de propriedade da Instituição Militar,
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*** Ordem administrativa militar:
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Exemplo:
(Crime contra administração militar), policial militar da ativa, de folga, que exige vantagem indevida de um civil, usando da função
para coagir a vítima, polo passivo – Concussão, Art. 305.
(Crime contra o patrimônio sob administração militar) pode ser considerado o militar da ativa de folga que defere pauladas em
uma viatura, configurando crime militar art. 259 do CPM. – Dano simples.
*** , pois a Justiça Militar Estadual não tem competência par a julgar civis.
*** Competência constitucional exclusiva da Justiça Militar estadual para processar e julgar apenas os militares estaduais do
respectivo estado;
*** § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares
.
*** Competente para o processo e julgamento é a Justiça Militar do Estado a que pertence à corporação do policial militar,
.
Exemplo: Policial reformado que atira pedras contra viatura do bombeiro, causando danos na viatura, tendo como finalidade de
desmoralizar a instituição, comete crime militar art. 259 do CPM.
Exemplo: Militar inativo que entra no quartel e agride policial militar de folga, causando lesão corporal, tendo como finalidade
desmoralizar a instituição, comete crime militar art. 209 do CPM. Porém se o militar inativo no interior do quartel causa lesão
corporal em militar da ativa devido a uma discussão por dívida, não comete crime militar e sim lesão corporal enquadrado na lei
penal comum.
Exemplo: Militar inativo que agride e causa lesão corporal em militar da ativa durante o desfile de sete de setembro, com a
finalidade de desmoralizar a instituição militar, comete crime militar. Art. 209 do CPM.
Exemplo: policial militar inativo que comete lesão corporal contra policial militar de serviço no patrulhamento ostensivo, visando
desmoralizar a Polícia Militar, comete crime militar art. 209 do CPM.
CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA DE CIVIL (DE ACORDO COM A LEI Nº 13.491, DE 2017)
“Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à
justiça comum.”
Exemplos:
Militar federal em atividade de intervenção em um morro da capital do Rio de Janeiro dispara contra um civil na região da
cabeça, sendo na apreciação do fato excluída qualquer hipótese de excludente de ilitcitude. Nesse caso a competência de
julgamento será da Justiça Militar da União, nos termos do artigo 9º, §2º, inciso III, do CPM;
Militar federal de folga e não atuando em razão da função que, no interior de um quartel, atira e mata um civil sem
qualquer excludente, pelo simples fato de ser torcedor do time de futebol rival, será julgado pelo Tribunal do Júri, nos
termos do artigo 9º, §1º, do CPM;
Militar federal, piloto da FAB (Força Aérea Brasileira) que abate uma aeronave estrangeira considerada hostil, de acordo
com o previsto no artigo 303 do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer), será julgado pela Justiça Militar da União, nos
termos do artigo 9º, §2º, inciso III, alínea “a”, do CPM.
Dos crimes contra a Autoridade ou Disciplina Militar. Motim, Revolta, Omissão de Lealdade e Conspiração.
: Art. 149 - Reunirem-se militares ou assemelhados:
I - – Exemplo: recebe ordem para realizar
patrulhamento e, em vez de obedecê-la, dirige-se, para o quartel para fazer reivindicações trabalhistas. A escala de serviço não
configura ordem escrita para o cometimento de motim;
III – –
Exemplo: bloquear a passagem de superior, postando-se a sua frente; Assentindo em violência contra superior corresponde a
concordarem a praticar violência contra superior, não há necessidade de que da violência resulte lesão corporal;
IV -
–
Exemplo: Grupo de militares de folga, para fazer reivindicações trabalhistas, dirigem-se ao quartel ocupando-o e impedindo o
desempenho atividades daquela Unidade, ferindo a ordem e a disciplina militar, a greve, por si só, não configura o delito, mas o
modo de manifestação pela ocupação de instalações turbando a ordem e a disciplina, sim.
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um terço para os cabeças. (Cabeças, aqueles que provocam e
instigam a ação delituosa em um crime de autoria coletiva; já o oficial, mesmo sem liderar, em companhia de inferiores será
considerado cabeça).
*** : de concurso necessário, tendo em vista que há necessidade de participação de, pelo menos,
DOIS MILITARES da ativa para configurar o motim ou revolta “reunirem-se militares”. Militar inativo pode ser responsabilizado se
estiver em concurso com outros dois militares da ativa, bem como civil, porém este último só responde em concurso se praticado
contra as Forças Armadas.
*** A reunião de militares, dependendo da finalidade, não é crime, porém se praticarem as condutas tipificadas neste artigo, ficará
configurado o motim ou a revolta.
§ único. - Se os agentes estavam armados: reclusão, oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças.
Para configurar a revolta basta a presença de dois militares armados, ainda que não utilizem as armas efetivamente. Pode
ser arma imprópria, desde que tenham sido efetivamente utilizadas como instrumento de ameaça ou agressão.
Exemplo: um grupo de militares amotinados no interior de uma cozinha do quartel, onde há facas muito bem afiadas e
outros materiais perfuro-contundentes. Caso, pelo menos, dois deles se utilizarem desses instrumentos para ameaçar ou
lesionar alguém que tente desmobilizar a conduta criminosa, o crime será de revolta, mesmo se tratando de arma branca e
imprópria.
*** .
: Art. 152 - Concertarem-se (combinar, planejar) militares ou assemelhados para a prática de motim.
***
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*** não é crime próprio, ou seja, aquele que prevê qualidade especial do sujeito ativo, e neste caso não necessita ser praticado por
militar, podendo haver civil no polo ativo;
*** Há necessidade que o aliciamento seja direcionado a militar e não é preciso, para configurar o crime, que o aliciamento seja
direcionado a vários militares. Aliciar corresponde a incentivar, instigar, seduzir o militar a pratica dos crimes de motim ou revolta,
omissão de lealdade, conspiração, entre outros;
*** Não basta o simples convite para consumar, há necessidade de que o militar seja aliciado de fato, caso não seja, haverá
somente a tentava.
Exemplo: Militar que entrega panfletos a outros militares com dizeres para de incentivo a pratica de greve e convence militar a
praticar o ato de motim.
APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DE SEU AUTOR: Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do
autor do mesmo, em lugar sujeito à administração militar.
*** Crime tipicamente militar, mas que pode ser cometido por qualquer pessoa.
*** A conduta consiste em exaltar, elogiar, enaltecer, engrandecer crime militar, criando a ideia em alguém de que aquilo seja algo
que deva ser feito alcançado, a outra conduta prevista consiste em enaltecer, engrandecer autor de crime militar;
*** Para ocorrer à conduta deve ser praticada em local sujeito a administração militar.
Da violência contra superior. Violência contra superior; formas qualificadas; violência contra militar de serviço.
VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR: Art. 157. Praticar violência contra superior.
Formas qualificadas:
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general;
§ 2º Se a violência é praticada com arma;
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal;
§ 4º Se da violência resulta morte.
§ 5º Se o crime ocorre em serviço.
*** Pode ser praticado tanto por militar ativo quanto inativo. O militar inativo pode ser vítima desse crime.
*** Violência consiste em imprimir força contra corpo do superior, não vale para coisas, como amaçar carro do superior, mesmo
este estando dentro do veículo, não há necessidade de lesão corporal.
VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE SERVIÇO: Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra
sentinela, vigia ou plantão.
*** Crime tipicamente militar pode ser praticado por civil na esfera federal e pode ser praticado por superior contra subordinado.
*** A violência tem que ser física.
- refere-se aquele que desempenha função de gerenciamento de uma unidade militar, normalmente fora dos
horários de expediente, quando ele personifica o próprio Comandante da unidade, a função é que importa, pode ser um 1º
Sgt na função.
- toda e qualquer função de serviço da caserna conferido a oficial, exemplo oficial P-5, CFP no
patrulhamento, pode ser Graduado desempenhando a função.
- momento que o policial está efetivamente exercendo sua atividade de vigilância e segurança no quartel, por
exemplo, rondas de um oficial devido a um suspeita de invasão do quartel.
– militar que guarda determinado local com ou sem arma, em posto fixo ou móvel, exemplo, sentinela no portão
de entrada da unidade militar, portão das armas.
– compõe a guarda de subunidade, Cia, com a finalidade de manter a disciplina e o asseio no alojamento e demais
dependências, exemplo, não permitir algazarra no alojamento.
Formas qualificadas
§ 1º Se a violência é praticada com arma;
§ 2º Se da violência resulta lesão corporal;
§ 3º Se da violência resulta morte.
DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA
*** Caracteriza o crime o comportamento grosseiro, falta de respeito, desiquilíbrio emocional, gracejo de mal gosto, pode ser
cometido por meio de palavras de baixo calão, gestos, como fazer gesto com a mão indicando que não quer ser incomodado, por
escrito, dizeres desrespeitosos, etc.
*** Se for praticado por um militar estadual diante de um militar das Forças Armadas, não configura o crime, se for praticado por
um militar estadual na frente de outro militar estadual de outro estado configura o crime. Policial Militar da PMESP pode praticar o
crime contra superior hierárquico da Polícia Militar de outro estado, inclusive fora do estado de SP.
DESRESPEITO A SÍMBOLO NACIONAL: Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar,
ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional.
O crime consiste em desrespeitar, menosprezar, insultar, vilipendiar, podendo ser praticado por gestos, desenhos, escritos,
palavras, etc.
São considerados símbolos nacionais: .
DESPOJAMENTO DESPREZÍVEL: Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por menosprezo
ou vilipêndio.
O verbo despojar corresponde a tirar aquilo que cobre, despir sendo que para configurar o crime existem elementos
subjetivos menosprezo que corresponde a desdém, desrespeito, descaso e vilipêndio que corresponde a ultraje, pirraça,
etc.
O militar tem de despojar o próprio fardamento.
Conceitos importantes:
- : consiste no conjunto de vestimentas que compõe a identidade visual de uma força militar e geralmente são instituídos
por regulamentos internos de cada instituição;
- : são distinções honoríficas ou recompensas por algum serviço presta, são as medalhas.
- : é o símbolo que representa posto ou graduação do militar, bem como o serviço ou arma que ele pertence.
- : é o símbolo que representa o curso frequentado pelo militar, a Unidade que ele serve, bem como sua função.
DA INSUBORDINAÇÃO
RECUSA DE OBEDIÊNCIA: Art.163- Recusar obedecer à ordem do superior sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente
a dever imposto em lei, regulamento ou instrução.
A ordem manifestamente ilegal não deve ser cumprida;
Quando mais de um militar se recusar a cumprir ordem configura o motim ou a revolta.
Não configura crime de recusa de ordem de superior, subordinado que se recusa a cumprir ordem que não é ilegal,
porém fora do contexto do serviço, exemplo pagar contas para o superior.
REUNIÃO ILÍCITA: Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de superior ou assunto
atinente à disciplina militar.
Há necessidade de participação na reunião de no mínimo dois militares;
PUBLICAÇÃO OU CRÍTICA INDEVIDA: Art.166- Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou
criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou qualquer resolução do governo.
DESERÇÃO
- Art. 187- “
”.
, ou seja do dia da falta ao
serviço até o momento da consumação da deserção o militar estará incorrendo somente em infração administrativa,
porém poderá ser punido administrativamente com demissão. , nesse
sentido, não cabe tentativa no crime de deserção por se tratar de um delito formal.
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Está de férias dia 01 e trabalha dia 31, saindo as 00h do dia 01, apesar do serviço se prolongar para o dia 01, da mesma
forma do exemplo anterior, se o militar sair do serviço sem a devida autorização, primeiro configura-se abandono de posto
e posterior deserção.
O militar deve se apresentar na sua OPM,
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A ausência ilegal começa as 00h do dia seguinte à falta ao serviço e a parte de ausência ilegal deverá ser lavrada 24h após o
início da ausência ilegal.
II -
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Licença abrange uma variedade de afastamentos dependendo da instituição, pode ser núpcias, luto, licença prêmio,
dispensa do serviço, dispensa recompensa. Agregação é uma inatividade temporária do militar, como por exemplo licença
sem vencimentos, afastamento para concorrer a cargo eletivo e para tratamento de saúde própria ou em pessoa da família.
III - ;
IV - .
ABANDONO DE POSTO: Art. 195- Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado,
ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo.
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Abandono de serviço aquele que está perseguição a um desertor resolve parar para lanchar.
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EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO: Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo.
Estado de embriaguez pode ser aferido através de exame clínico (independe de colaboração do autor) ou de dosagem de
substância, este último o militar tem que colaborar.
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DORMIR EM SERVIÇO: Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou em situação
equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer
serviço de natureza semelhante.
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O desacato a superior absorve o desrespeito a superior. (Exemplo: Pratica o delito de desacato a superior o
subordinado que se dirige ao oficial de serviço com palavras de baixo calão e ameaças ofensivas à honra e à integridade
do oficial, que agia no sentido de fazer cumprir as ordens emanadas de seu Comandante).
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL: Art. 326- Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo ou função e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação, em prejuízo da administração militar.
Exemplo: Agente do P2 que tem acesso a documentos secretos, reservado e os revela ou facilita o conhecimento por
pessoas indevidas. Policial da SJD que tem acesso a inquérito policial e revela seu conteúdo a terceiro.
1. : “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Pode ser
conceituado como um direito fundamental de ser julgado por um juiz competente, em uma sequência de atos predefinida,
assegurando ao réu ou acusado garantias, tais como a ampla defesa e o contraditório, juiz natural, proibição de provas ilícitas,
imparcialidade do juiz, igualdade entre as partes, direito ao silêncio, dentre outros.
2. : garantia ao acusado/réu de poder se defender amplamente por todos os meios de prova.
3. : Por esse princípio veda-se que alguém seja punido criminalmente duas vezes por ter praticado o mesmo fato. A
lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
4. : o condenado poderá recorrer à instância superior para um novo julgamento dos seus atos, com o
propósito de dirimir erros que possam ter ocorridos na 1ª instância. Em termos práticos, o princípio traz, entre outros direitos, o
direito de apelação da sentença do juiz em primeiro grau.
5. : ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória; Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente
sua culpa. Por esse estado de inocência se extrai também o princípio do In dubio pro reo, expressão do latim que significa: na
dúvida, a favor do réu.
Art. 439. O Conselho de Justiça absolverá o acusado, mencionando os motivos na parte expositiva da sentença, desde que
reconheça: [...] c) não existir prova de ter o acusado concorrido para a infração penal; [...] e) não existir prova suficiente
para a condenação;
6. : direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se
culpado. O ônus da prova compete a quem alegar o fato, mas o juiz poderá, no curso da instrução criminal ou antes de proferir
sentença, determinar, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. Realizada a diligência, sôbre ela serão
ouvidas as partes, para dizerem nos autos, dentro em quarenta e oito horas, contadas da intimação, por despacho do juiz.
7. : A regra no processo é sempre o gozo do direito de liberdade, sendo excepcional
qualquer forma de cerceamento da liberdade do acusado. A prisão cautelar (prisão temporária ou preventiva, por exemplo) será
sempre uma exceção. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
8. : são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a
normas constitucionais ou legais.
São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas
e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
Provas ilícitas: aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
. O Código de Processo Penal Militar, em seu
artigo 295, diz:
9. : a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
10. : O princípio que prevê Juiz Natural consiste na ideia de se ter um órgão julgador predefinido e constituído por
uma autoridade judicial competente.
Não haverá juízo ou tribunal de exceção;
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
***
***
DELEGAÇÃO DO EXERCÍCIO
§ 2º
.
§ 3º
.
§ 4º .
1. ;
2. ;
3. ;
4. .
***
a) Apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) Prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas;
c) Cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) Representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado;
e) Cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais
prescrições deste Código, nesse sentido;
f) Solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu
cargo;
g) Requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de
inquérito policial militar;
h) Atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição
militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.
*** .
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR
- : é o procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal
militar e sua autoria. Importante observar que o
. Nesse sentido, importante
destacar que, por não ser processo, não há as garantias de contraditório e ampla defesa em sua instrução.
: Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério
Público:
a) Quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais;
b) Nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja identificado;
c) Nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.
: O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime
militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à
propositura da ação penal.
*** para apuração sumária de fato e de autor de crime militar, nos termos da lei
penal militar. O objetivo (finalidade) principal, é de reunir elementos necessários à propositura da ação penal.
*** .
a) De ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia
do infrator;
b) Por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou
radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício;
c) Em virtude de requisição do Ministério Público;
d) Por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25;
e) A requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de representação devidamente
autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar;
f) Quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal militar.
SUPERIORIDADE OU IGUALDADE DE PÔSTO DO INFRATOR: Tendo o infrator posto superior ou igual ao do comandante, diretor ou
chefe de órgão ou serviço, em cujo âmbito de jurisdição militar haja ocorrido a infração penal, será feita a comunicação do fato à
autoridade superior competente, para que esta torne efetiva a delegação.
*** : Este último prazo poderá ser prorrogado por mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde
que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O
pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.
DILIGÊNCIAS NÃO CONCLUÍDAS ATÉ O INQUÉRITO: Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade
insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem
como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos ao juiz, para a juntada ao processo.
***
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*** A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de
inimputabilidade do indiciado.
*** Depois de arquivado o IPM, não será mais reaberto, mas poderá ser instaurado outro inquérito se novas provas surgirem em
relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade.