Saúde Idosos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

CONHECIMENTOS SOBRE SAÚDE BUCAL DE CUIDADORES DE


IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Ariane Rodrigues do Carmo Lopes

Teófilo Otoni – MG
2011
Ariane Rodrigues do Carmo Lopes

CONHECIMENTOS SOBRE SAÚDE BUCAL DE CUIDADORES DE


IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Especialização
em Atenção Básica em Saúde da Família,
Universidade Federal de Minas Gerais,
para obtenção do Certificado de
Especialista.

Orientadora: Lia Silva de Castilho

Teófilo Otoni – MG
2011
Ariane Rodrigues do Carmo Lopes

CONHECIMENTOS SOBRE SAÚDE BUCAL DE CUIDADORES DE


IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Especialização
em Atenção Básica em Saúde da Família,
Universidade Federal de Minas Gerais,
para obtenção do Certificado de
Especialista.

Orientadora: Lia Silva de Castilho

Banca Examinadora

Prof. Lia Silva de Castilho


Prof. Eulita Maria Barcelo

Aprovado em Belo Horizonte: 18/06/2011


“Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...”

Oração ao tempo – Caetano Veloso


RESUMO

O Brasil poderá ser em breve, o sexto país do mundo em número de idosos. Esta população
apresenta características próprias relacionadas à sua fisiologia e aos problemas de saúde mais
freqüentemente vivenciados. Essas características levam os idosos, em alguns casos, a
necessitar de alguém para auxiliá-los em atividades que antes pareciam de simples execução.
Dentro deste quadro surge a ocupação de “cuidador de idosos”. Grande parte destes
profissionais não possui a devida capacitação e o despreparo resulta em desgaste tanto para o
ser cuidado, quanto para o cuidador. O trabalho a ser apresentado visa desenvolver uma
revisão da literatura sobre os conhecimentos sobre saúde e promoção de saúde bucal de
cuidadores envolvidos na atenção à população idosa.

Palavras-chave: terceira idade, saúde bucal, cuidadores.


ABSTRACT

The Brazil might be soon, the sixth country in the world in number of elderly. This population
presents characteristics related to your physiology and health problems most often
experienced. These characteristics bring the elderly, in some cases, you need someone to help
them in activities that before seemed simple implementation. Within this framework the
profession of "caregiver elderly". Large proportions of these professionals do not have
adequate training and preparation results in wear for both be careful, as for the caregiver. The
work to be presented aims to develop a review of Brazilian literature on knowledge about
health and promoção de saúde bucal de caregivers involved in attention to the elderly
population.

Keywords: elderly, dental health, caregivers.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................................................08

2 METODOLOGIA.................................................................................................................. .....................10

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 saúde bucal na terceira idade .................................................................................................................10

3.2 A necessidade da promoção da saúde bucal ...........................................................................................14


3.3 A necessidade de cuidados e cuidadores..................................................................................................17
3.4 O cuidador diante do idoso demente ......................................................................................................22
3.5 O apoio de uma equipe multidisciplinar ................................................................................................24
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................................................27
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................28
8

1 INTRODUÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS) não consegue atender plenamente à resolução das
necessidades de saúde, em especial necessidades odontológicas, de determinados grupos
especiais (no caso, a população idosa) graças à insuficiente formação técnica de sua mão de
obra e, em alguns casos, devido à precariedade de recursos humanos, administrativos e/ou
financeiros destinados para o fim.
Atribui-se este fato como um dos principais motivos pela preferência da extração de
dentes que poderiam ser recuperados, já que tal alternativa é considerada a mais prática e,
também, mais econômica. Como resultado, idosos que perdem a dentição se vêem
impossibilitados de recompor as perdas com as próteses, principalmente devido à falta de
recursos financeiros. Além disso, para aqueles que fazem uso destas, permanecem com sua
utilização por mais tempo que o recomendado.
Os dados preliminares do SB Brasil 2010 (Brasil, 2010) demonstram melhoria nos
indicadores de saúde bucal da população brasileira, principalmente na população adulta, com
redução na demanda por próteses. Entretanto, o grande problema ainda se concentra na
população entre 65 a 74 anos. Nesta população, o CPOD aparentemente não se alterou com
média de 27,1 em 2010 (em 2003 a média era de 27,8) com a maioria dos elementos
correspondendo ao componente extraído. Até a publicação da “Nota para a Imprensa” em 28
de dezembro de 2010, cerca de mais de 3 milhões de idosos que necessitavam de prótese total
em pelo menos um maxilar e mais de 4 milhões que necessitavam de prótese parcial. De
2003 para 2010 a proporção de idosos que necessitam de próteses totais caiu de 24% para
23% e de 16% para 15% para os que necessitam de próteses parciais. Em relação aos
problemas gengivais, que de modo geral avançam com a idade, os resultados do SB Brasil
2010 demonstram que o percentual de indivíduos sem nenhum problema periodontal foi de
1,8% nos idosos de 65 a 74 anos.
Por muito tempo, os serviços públicos promovidos pelo SUS voltados para a saúde
bucal possibilitaram à população brasileira um atendimento basicamente curativo, apesar de
mutilador, de custo elevado, de mínima cobertura e baixo impacto epidemiológico. A partir
daí, devido à necessidade, criou-se uma enorme procura por tratamentos adequados e eficazes
mesmo para os casos de maior complexidade. A incapacidade estatal de suprir esta
necessidade é preenchida pela iniciativa privada restrita apenas àqueles que podem pagar
pelos serviços. Por isso, a odontologia apesar de apresentar soluções tecnológicas avançadas e
satisfatórias para o problema da perda dentária se restringe apenas para aqueles que tenham
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condições financeiras para bancarem o tratamento reabilitador. A reabilitação em odontologia


é vista como um serviço privado e por isso a população não cobra medidas específicas do
aparelho estatal (MELLO, 2008).
Devido a esta tamanha demanda aliada à necessidade de ampliação do acesso de tais
tratamentos, criou-se, em 2003, o Projeto Brasil Sorridente, integrando uma Política Nacional
de Saúde Bucal do Sistema Único de Saúde (SUS), fato inédito no Brasil (MELLO et al.,
2008).
Sabe-se que com o avançar da idade, surgem sensíveis alterações no estilo de vida,
seja por problemas de saúde, por carência, por desinteresse familiar ou mesmo pelo processo
fisiológico do envelhecimento. Essas mudanças criam necessidade da contratação de alguém
para auxiliar o idoso em atividades que antes pareciam de simples execução.
Partindo deste pressuposto, surge a ocupação de “Cuidador de Idosos”, antes
conhecido como “dama de companhia”, uma vez que a família, em sua rotina, não encontra
tempo ou disposição para tal tarefa.
No entanto, na maioria das vezes, os cuidadores não possuem qualquer capacitação,
fato que gera um desgaste tanto para o ser cuidado, quanto para o cuidador. E isto deveria
repercutir em objeto de preocupação de toda a classe odontológica, assim como nos serviços
oferecidos pelo SUS.
Além disso, em relação à realidade odontológica da população idosa do nosso país,
infelizmente, em curto prazo, não se vislumbra uma mudança significativa do quadro relatado
anteriormente. Os incentivos para a instalação de unidades de confecção de próteses totais e
parciais se mostram insuficientes, os cirurgiões-dentistas que trabalham na rede pública se
mostram despreparados para o enfrentamento da hercúlea tarefa de reabilitar a população
edentada.
Finalmente, técnicas convencionais de confecção de próteses totais (sobretudos as
próteses inferiores) não conseguem a aderência de 100% dos edentados devido à perda do
rebordo ósseo dificultando a adaptação do usuário (COLUSSI et al , 2004).
Na verdade, os próprios cirurgiões-dentistas reconhecem que não possuem
conhecimentos científicos suficientes para a abordagem odontológica do paciente idoso. A
falta de conhecimento e capacitação prática dos profissionais de saúde diminuem o seu poder
de ação e diminuem o valor dado ao cuidado e à saúde desta população (MELLO &
ERDMANN, 2007).
10

Este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento da literatura atual sobre os
conhecimentos sobre promoção de saúde bucal de cuidadores de idosos produzidos em língua
portuguesa.

2 METODOLOGIA
Essa revisão da literatura procura investigar conceitos sobre saúde bucal e grupos
operativos na saúde e foi realizada a partir de buscas nas seguintes bases de dados: BBO,
LILACS e MEDILINE e teve como critério de inclusão o idioma português.

3 REVISÃO DE LITERATURA

3. 1. Saúde bucal e a terceira idade

De acordo com a Constituição Brasileira (na Seção II, Artigo 196), sobre a questão da
saúde, encontra-se:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação”.
Para Custódio (2007), a relação entre saúde e doença, por ser abstrata, é difícil de
definir, pois se refere a eventos complexos e antagônicos, cujos significados podem variar de
acordo com a realidade individual.
De acordo com Silva e Fernandes(2001), idoso é o indivíduo que apresenta sessenta
anos ou mais. Na sociedade atual, o tema “idoso” é bastante difundido, mas a atitude da
sociedade em relação ao indivíduo em si é ambígua por não se encarar tal fase como fato que
merece respeito e atenção. E o momento em que começa a velhice é mal definido e varia de
acordo com as sociedades, as épocas e lugares e as condições físicas e mentais.

A velhice é uma realidade de difícil definição, é um fenômeno biológico, acarreta


conseqüências psicológicas, e é associada ao aparecimento de certos
comportamentos considerados próprios da velhice. Tem uma dimensão existencial,
pois modifica o relacionamento do indivíduo com o tempo e, em conseqüência, o
seu relacionamento com o mundo e com sua própria história. (SILVA e
FERNANDES, 2001, p. 41).

Envelhecer não é uma doença. É fato, entretanto, que o corpo passa a ser mais
susceptível à instalação dos eventos mórbidos. A doença é sentida e o corpo se defende. Já a
percepção em saúde bucal está associada aos aspectos físicos (dores) e subjetivos (vergonha
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de não ter dentição ou apresentar uma precária) e é influenciada por fatores sociais e
econômicos, pela idade, sexo e classe social do indivíduo. Assim, a avaliação da saúde por
pessoas leigas difere da que é feita por profissionais, uma vez que esta não foi percebida
separada da saúde geral. (MARTINS et al, 2008).
Silva e Fernandes (2001) alegam que o processo de envelhecimento se caracteriza por
provocar no indivíduo alterações morfológicas, funcionais e psicológicas, diminuindo a sua
capacidade de adaptação a mudanças no seu meio ambiente. A presença de saúde bucal é
associada (por muitos idosos) à realização de consultas ao dentista, pois há a crença que a
odontologia tem como objetivo o cuidado com o tratamento de doenças e não com a
promoção de saúde.
Apesar desta constatação e da demanda por serviços odontológicas destacadas nos
últimos levantamento epidemiológicos realizados no pais como um todo, a utilização dos
serviços odontológicos ainda é pequena. Pesquisas mostram que durante o envelhecimento, a
visita ao médico aumenta, enquanto ao dentista diminui (MELLO, 2008).
Além disso, a saúde bucal (para muitos idosos) é fortemente associada à estética e, por
este motivo, freqüentemente são utilizados para a sua higienização a escova dental, esponja de
aço, escova de lavar roupa, raspagem, água sanitária, sabão de coco e, finalmente, creme
dental. (PEREIRA e BONACHELA, 2003).
De acordo com Silva e Fernandes (2001), há vários significados associados à
qualidade de vida. Além disso, para Vargas e Paixão (2005), este tema também está
relacionado, principalmente, com o custo/benefício decorrente à manutenção da vida de
enfermos crônicos e/ou terminais. O fato é que deve ser analisada tanto do ponto de vista do
bem-estar e dos direitos individuais, quanto dos interesses e valores da sociedade.

Na área médica, a expressão usada é “qualidade de vida em saúde”, centralizando


suas ações na capacidade de viver sem doenças ou de superar as dificuldades dos
estados ou condições de morbidade. Na economia, é associada com renda per capita,
que funciona como um indicador do grau de acesso das populações aos benefícios
da educação, da medicina e dos serviços sociais. Na sociologia, o conceito é mais
abrangente e inclui um conjunto de indicadores econômicos e de desenvolvimento
sociocultural identificados como nível ou padrão de vida de uma população. Em
política, o conceito chave é o da eqüidade na distribuição das oportunidades sociais.
Em psicologia, a referência mais forte é a experiência subjetiva de qualidade de
vida, representada pelo conceito de satisfação (VARGAS e PIAXÃO, 2005, p. 56).

Atualmente, há a preocupação com o conceito dentro de um campo que valorize não


apenas o controle de sintomas, mas a diminuição da mortalidade, ou seja, o aumento da
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expectativa de vida. O termo qualidade de vida refere-se a algo muito mais amplo que saúde,
é um processo dinâmico e difícil de mensurar . O rápido envelhecimento da população é uma
realidade, e assim, torna-se imprescindível a adoção de políticas sociais que possam suprir as
necessidades relativas à assistência social e de saúde, para garantir aos idosos uma melhor
qualidade aos anos de vida, que têm aumentado nas últimas décadas, com o aumento da
expectativa de vida (VARGAS e PAIXÃO, 2005).
Com relação à saúde bucal dos idosos, o edentulismo parece ser “natural” e inevitável
(VARGAS e PAIXÃO, 2005). Essa constatação também é verdade entre os cuidadores de
idosos entrevistados por Saliba et al., (2007) em Araçatuba. Portanto, este quadro pode ser
reflexo de uma política preventiva deficiente, que deveria ser direcionada a todos os grupos
etários e a todos os profissionais que atuam direta ou indiretamente na atenção ao idoso.
Dentro dessa realidade, para Colussi e Freitas (2002), o estado de saúde bucal dos
idosos, assim como o aumento da expectativa de vida têm despertado a atenção de estudiosos
adquirindo maior importância nos últimos anos, tanto nos países desenvolvidos ou em
desenvolvimento, visto que essa faixa da população cresce continuamente.
Dessa forma, com vistas à elaboração de estratégias que promovam saúde de idosos
institucionalizados, torna-se necessário conhecer a real situação de saúde bucal nesse grupo
populacional.
De acordo com Vargas e Paixão (2005), a preocupação com a qualidade de vida na
terceira idade ganhou relevância nos últimos 30 anos, a partir do momento em que o
crescimento do número de idosos e a expansão da longevidade passaram a ser alvo de
pesquisas em um número crescente de estudiosos nas mais variadas sociedades.
Para Sheiham (2000), a longevidade e uma boa qualidade de vida na velhice não são
apenas atributos do indivíduo biológico, psicológico ou social, nem uma responsabilidade
individual: são produtos da interação entre pessoas em mudança, vivendo numa sociedade
também mutante:
Pode-se dizer que sua conceituação constitui-se em parâmetro ou ideal, cuja análise
permite desvendar os valores vigentes numa sociedade, em relação ao significado da
velhice no curso de vida individual, dos grupos etários e das instituições. Portanto,
definir qualidade de vida na velhice implica em levar em conta critérios sócio-
culturais, médicos e psicológicos, numa perspectiva de continuidade ao longo do
curso de vida do indivíduo e da unidade sócio-cultural a que pertence (SHEIHAM,
2000, p. 25).

A qualidade de vida na terceira idade não só depende de condições como renda,


educação, urbanização e qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos idosos. Depende de
valores e atitudes sociais, de uma atenção básica e destinada aos mesmos, em que os pontos
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de vista dos indivíduos e das instituições sobre o significado da velhice e sobre o grau de
compromisso da sociedade com o bem estar dos seus idosos estão contextualizados
(COLUSSI e FREITAS, 2002).
Por outro lado, o impacto da saúde bucal relacionado com o bem estar geral dos
indivíduos e a sua qualidade de vida, de acordo com Colussi e Freitas (2002), começaram a
ser analisados há poucos anos com a introdução de diversos instrumentos efetivos, válidos e
confiáveis, capazes de relacionar a saúde bucal com a qualidade de vida.

Estes indicadores podem ser unidimensionais, quando avaliam apenas uma variável,
como a capacidade mastigatória ou a intensidade de dor; ou, também,
multidimensionais. os multidimensionais têm sido mais utilizados por serem amplos,
envolvem população adulta, geralmente de idosos, englobando diversas dimensões
como dor, restrições alimentares e bem estar psicológico dos indivíduos. ainda que
exista diferença no nível de complexidade entre esses indicadores, todos buscam
abordar aspectos dos efeitos das condições bucais sobre o estado funcional, social e
psicológico de cada indivíduo (COLUSSI e FREITAS, 2002, p. 47).

É comum que, na terceira idade, percebam-se certas doenças o câncer, a artrite, o


diabetes e o mal de Parkinson e que muitos pacientes submetidos à terapia de câncer, por
exemplo, apresentam-se mal nutridos, com cicatrização alterada, perda da capacidade
gustativa, diminuição da resistência às infecções, além de redução do fluxo salivar, o que
pode provocar mucosites, segundo Mojan (2005).
Para Mojan (2005), as funções do sistema mastigatório também são afetadas, com os
idosos apresentando uma hiperatividade da musculatura mastigatória durante a manutenção de
postura e uma módica hipoatividade durante a mastigação, quando comparados a indivíduos
jovens.
Daí a importância de uma atenção especial para algumas enfermidades comuns ao
paciente idoso relacionadas à saúde bucal por apresentarem conseqüências múltiplas para as
quais o “Cuidador” deverá estar atento, a fim de minimizar interferências no tratamento
odontológico. Entre outras, pode-se destacar, segundo Castilhos e Padilha (2002): a redução
da capacidade gustativa; alterações nas glândulas salivares/xerostomia; alterações no
periodonto e alterações nos dentes/uso de próteses. Além disso, observa-se um aumento na
incidência de cárie de raiz (MELLO, 2008).
14

3.2 A necessidade da promoção da saúde bucal


A odontologia voltada para a terceira idade recentemente foi reconhecida como uma
especialidade: a odontogeriatria. (PUCCA Jr, 2006). No entanto, ainda existem muitos
desafios, principalmente no que diz respeito ao não-reconhecimento desta como parte
integrante da saúde geral do indivíduo e não apenas do idoso.
Não se trata apenas de informar ao paciente que a cárie pode ser prevenida através da
utilização correta de produtos contendo flúor, da limpeza adequada dos dentes e da
racionalização do consumo de açúcar. Segundo Pucca Jr (2006),

Promover saúde bucal é qualquer esforço planejado para construir políticas públicas
de saúde saudáveis criar ambientes que apóiem o esforço individual e comunitário
de ser saudável, fortalecer a ação comunitária, desenvolver habilidades pessoais e/ou
reorientar serviços de saúde voltados para a promoção da saúde. (PUCCA Jr, 2006,
p. 36).

Partindo deste pressuposto, a ausência total dos dentes também implica no impacto
negativo referente à alimentação - inabilidade física. Para Pereira e Bonachela (2003), a
estabilidade das próteses e uma adequada mastigação dos alimentos podem ser consideradas
como fatores importantes que interferirão na qualidade de vida de pacientes desdentados.
Segundo Ferreira et al, (2006), embora a condição de saúde bucal cause impacto em
vários aspectos da qualidade de vida dos idosos, o prejuízo pode ser percebido:
. Na dimensão dor, caso haja alguma dentição a ser corrigida;
. Na preocupação com a boca, se desdentada;
. Na dimensão desconforto psicológico, se esteticamente desagradável;
. No prejuízo da alimentação;
. Na fonação;
. Na dimensão inabilidade física.

Todavia, tais prejuízos decorrentes dos problemas causados pela falta dos dentes
podem abranger, segundo Pereira e Bonachela (2003):
Não só a limitação da capacidade mastigatória e capacidade de fonação, mas
também o comprometimento da aparência estética e a descaracterização da
identidade facial, retratando um quadro social de menor privilégio, o que leva o
paciente a se tornar uma pessoa com dificuldades de aceitação social plena, portador
de um estigma. (PEREIRA e BONACHELA , 2003, p. 20).
15

Embora tais estudos apontem nessa direção, Barros e Bertoldi (2002) afirmam que não
há uma relação direta entre a ausência de dentes e uma pior condição de saúde geral, uma vez
que a ausência total dos dentes e a utilização de próteses totais removíveis inadequadas pode
causar efeitos como dificuldade para relaxar, embaraço, restrição em comer determinados
alimentos e até perda da vontade de sair de casa.
Infelizmente, a visão de que é natural a perda de todos os dentes com o
envelhecimento pode levar os idosos a negligenciarem – por desconhecerem ou não poderem
tomar providências – a sua saúde bucal. Outro problema é a limitação física, assim como
problemas visuais e/ou demência, que podem comprometer o auto cuidado, resultando em
altos níveis de acúmulo de placa bacteriana, de acordo com Pereira e Bonachela (2003).
Destaca-se o fato de que muitos idosos são dependentes de um cuidador para a
realização da higiene bucal, cuja provisão pode ser irregular, insatisfatória e infreqüente
(PEREIRA e BONACHELA, 2003). Isso talvez aconteça porque a higienização bucal é vista
pela população em geral como sendo de foro íntimo, dificultando e ate mesmo impedindo que
programas de promoção de saúde bucal sejam implantados em sua plenitude (ABREU et al.,
2005).
De fato, para Pucca Jr (2006), o cuidado à saúde bucal é uma construção que se dá ao
longo da vida das pessoas e por isso, a formulação de políticas públicas não pode ser
concretizada por meio da implementação de ações pontuais, de curto prazo, mas de modo
processual, dinâmico, na perspectiva do envelhecimento saudável, respeitando integralmente
as demandas de todos os ciclos da vida.
Cuidar especificamente da saúde bucal das pessoas com necessidades especiais, no
caso a população idosa, faz emergir uma série de emoções. Existe a alegria, o prazer e o
otimismo que são resultados da sensação de fazer o bem a si mesmo e ao outro, do sentimento
de dever cumprido, resultado em sentimentos de gratidão, reconhecimento e amizade naquele
que é cuidado. Por outro lado, sentimentos de angústia, tristeza, medo, dor, nojo e frustração
são igualmente experenciados. Estes sentimentos são oriundos de traumas vivenciados
anteriormente, da observação das péssimas condições de saúde bucal dos idosos seja pelo
contato íntimo com a boca e com as próteses dentárias, pela sensação de impotência na
resolução dos problemas, pela observação da ineficácia das práticas, pela pouca valorização
procedimentos realizados e pela pouca demonstração de resultados positivos para os idosos
(MELLO e ERDMANN, 2007).
Por outro lado, os cuidadores de idosos que realizam a higienização bucal dos mesmos
regularmente relatam que estes procedimentos, embora sejam realizados com carinho e
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diligência técnica, também provoca reações de ira, ríspidas e até mesmo maléficas daquele
que recebe o cuidado. Essas reações são resultantes da compreensão por parte do idoso
(normalmente aquele que apresenta alguma demência) de que a ação é desagradável, que
prejudica o seu conforto momentâneo, interferindo na sua autonomia, causando-lhe dor ou é
realizado contra a sua vontade (MELLO e ERDMANN, 2007).
A classe dos cuidadores de idosos não consegue definir se os cuidados com a saúde
bucal do idoso são de fácil ou de difícil execução. O fato de considerar as estratégias de
higienização bucal como fáceis significa relacioná-las a qualquer outro procedimento básico
de auto-cuidado que preserve a saúde, transformando-as em ações cotidianas e reduzindo-as à
simplicidade de outros procedimentos. Mesmo que, entretanto, técnicas de cuidado sejam
simplificadas e, portanto, factíveis, são muitas as dificuldades que permeiam o processo, em
todos os níveis: interpessoal, intra e interinstitucional, frustrando a realização do cuidado. O
fácil e o difícil são propriedades concomitantes do cuidado à saúde bucal que, no seu
antagonismo, representam uma contradição própria daquilo que condiciona as práticas típicas
dirigidas à população idosa (MELLO e ERDMANN, 2007).
E, ao contrário do que é previsto pelas políticas públicas de saúde, percebe-se que tais
cuidadores, na maioria das vezes, atribuem baixa prioridade ao cuidado com a boca dos
idosos, de um modo geral. Devido a isto, a falta de controle adequado da placa bacteriana
pode aumentar o risco de desenvolvimento de lesões de mucosa, da cárie dentária e até
mesmo de doença periodontal (FERREIRA et al, 2009).
O índice de dentes Cariados, Perdidos e Obturados, CPOD, vem sendo largamente
utilizado em levantamentos epidemiológicos de saúde bucal, segundo Pereira e Bonachela
(2003). Trata-se de um índice recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para
medir e comparar a experiência de cárie dentária em populações e seu valor expressa a média
de dentes cariados, perdidos e obturados em um grupo de indivíduos. O CPOD apresenta
pouca sensibilidade para estimar o ataque da cárie em idosos. Está claro, apesar disso, que os
cuidadores devem ter habilidades profissionais específicas para o trato com pessoas e/ou
idosos, detectando a lesão cariosa em suas manifestações mais iniciais ou ainda quando
perceba que algo diferente possa estar acontecendo. Em termos de doença periodontal, é
importante que o cuidador também seja treinado para perceber as indicações de atividade de
doença gengival e periodontal como tecidos moles edemaciados, supuração, entre outros.
17

3.3 A necessidade de cuidados e cuidadores


No Brasil não há normas específicas referentes ao cuidado à saúde bucal em
instituições. Tem-se observado, geralmente, ausência de protocolos de procedimentos, falta de
programação de atenção especializada e ausência de programas de orientação e capacitação
dos cuidadores sejam eles leigos ou profissionais. (MELLO, 2008).
É aceito e estabelecido universalmente que a cárie dentária é uma doença multifatorial,
infecciosa, transmissível e dieta dependente, que produz uma desmineralização das estruturas
dentárias. Esse conceito de cárie é embasado na interação de fatores como dente suscetível,
microrganismo e dieta determinando a doença cárie, que foi ilustrada pelo Diagrama de
Keyes. Como, para Newbrum, a cárie é resultado de um processo crônico, que aparece após
algum tempo da presença e da interação desses três fatores, julgou-se conveniente incluir o
tempo como outro fator etiológico (PINTO, 2000).
O consumo exagerado de açúcar e a higiene bucal deficiente são fatores de risco
ambientai,s relacionados com as doenças bucais. Esses por sua vez são quase todos
determinados por comportamentos que estão relacionados às condições sociais do indivíduo
(PINTO, 2000).
Segundo Barros e Pernambuco (2001) a higiene bucal como medida de prevenção das
doenças bucais ocupa um espaço importante em nossos dias, a remoção e a desorganização
mecânica do biofilme dentário é a grande chave de prevenção para uma efetiva redução da
cárie e doença periodontal. Eles ressaltaram que a odontologia tem focado a orientação nos
cuidados com a saúde bucal, enfatizando a importância de se utilizar uma escova que permita
a aplicação de métodos preventivos eficazes, com alcance coletivo e impacto social.
O acesso da população a serviços odontológicos tem sido considerado um fator
importante para o nível de saúde bucal da população. Segundo Pinto (2000), os cuidados
odontológicos regulares podem diminuir os índices de cárie entre os idosos residentes em
instituições, independente da condição funcional dos mesmos. Porém, quando da
indisponibilidade de uma atenção regular, indivíduos susceptíveis
apresentam maior risco de desenvolver cárie dentárias.
PUCCA Jr (2000) salienta que a saúde bucal é parte integrante e inseparável da saúde
geral dos indivíduos e tem sido relegada ao completo esquecimento, no caso brasileiro,
quando se discutem as condições de saúde da população idosa.
Pesquisas têm alertado para a inter-relação entre saúde bucal e saúde geral,
demonstrando que más condições de saúde bucal, principalmente de dentes e próteses,
constituem fator predisponente a doenças sistêmicas e/ou agravante da condição de saúde dos
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idosos. Apesar dos problemas odontológicos na maioria das vezes não oferecerem risco de
vida, eles podem levar a graves complicações de ordem local e sistêmica, além de influenciar
significativamente a qualidade de vida e o bem-estar. Aspectos funcionais, sociais e
psicológicos são consideravelmente afetados por uma condição bucal insatisfatória.
(TEIXEIRA, 1998).
Assim, os cuidadores devem ter conhecimento das principais patologias bucais para
que possam encaminhá-los ao atendimento. Neste sentido merecem destaques lesões
associadas ao uso de prótese, assim como, a avaliação da qualidade da higiene bucal, pois esta
é de grande importância na prevenção de doenças bucais. A não percepção de necessidades
acumuladas pode levar à exacerbação destas, interferindo com a qualidade de vida dos idosos
(TEIXEIRA, 1998).
De acordo com Silva e Fernandes (2001), os idosos podem ser agrupados em três
categorias: os independentes, os parcialmente dependentes (aqueles que precisam de um
auxílio de alguém da família ou de uma pessoa que cuide) e os totalmente dependentes (não
têm iniciativa própria, seja por deficiência física, seja por problemas psíquicos e necessitam
de um cuidador).
De acordo com Pereira e Bonachela (2003), os independentes devem ter maiores
cuidados com dentaduras e pontes móveis quanto a sua limpeza, uma vez que, por
desconhecimento ou falta de recursos, fazem uso de materiais irregulares.
No entanto, para Pereira e Bonachela (2003), os idosos parcialmente e totalmente
dependentes, necessitam de cuidados específicos. O ideal seria uma pessoa que os auxiliassem
constantemente em sua rotina diária e que, por conseguinte, deveria receber várias orientações
sobre a importância da manutenção da saúde bucal, como por exemplo, os cuidados om as
próteses, a maneira correta de higienização bucal, etc, além da atenção que deve ser observada
com relação à dificuldade que o idoso tem de alimentar.
Além disso, alimentos pastosos e sacarosados são freqüentemente oferecidos às
pessoas com dificuldade de deglutição como uma forma de demonstração de carinho e afeto.
É notório que alimentos pastosos são naturalmente aderentes à estrutura dentária e que
alimentos sacarosados são aqueles que contribuem de forma mais enfática para a instalação da
doença cárie. Daí a importância da higiene bucal: estes pacientes normalmente não fazem uso
de alimentação fibrosa que provocaria uma remoção da placa bacteriana através do atrito.
(FOURNIOL FILHO, 1998).
19

Segundo Cerqueira e Oliveira (2002) a palavra ‘cuidador’ é utilizada para definir


qualquer pessoa que “toma conta ou apóia alguém que esteja doente ou incapacitado, de modo
que atenda as necessidades físicas e emocionais, temporariamente ou definitivamente”.
Segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL 2002), o Ministério do Trabalho e
Emprego reconhece essa ocupação desde 2001, considerada relevante para um país como o
Brasil, que tem 15 milhões de pessoas idosas, com estimativa de 31,8 milhões em 2025.
Ultimamente muito requisitado por famílias que têm algum idoso em casa, o cuidador
de idosos é o profissional que trabalha com a população da terceira idade, cuja função é fazer
o elo, na medida do possível, entre o idoso e a família, os serviços de saúde, os poderes
públicos constituídos, os grupos de convivência e lazer e a comunidade em geral. (SILVA e
FERNANDES, 2001). Capacitado (formal ou informalmente) para atuar em diversas
situações e ambientes junto aos idosos, trata-se de um profissional que atua no cuidado e
assistência, nas atividades de convivência e lazer e até mesmo na criação de negócios
direcionados para a população da terceira idade.
Ribeiro et al. (2006) avaliaram o perfil dos cuidadores de idosos de instituições de
longa permanência filantrópicas e privadas em Belo Horizonte– MG. Foram entrevistados 181
cuidadores avaliando gênero, faixa etária, escolaridade, estado civil, remuneração mensal,
condição econômica, tempo de trabalho na instituição e tempo na função de cuidador. Foi
observado que a maior parte dos cuidadores entrevistados era composta por mulheres
(87,8%). Quanto ao estado civil 43,6% dos participantes eram casados; 12,7% tinham idade
maior que 50 anos; 42% possuíam de 0-4 anos de estudo; 82,2% recebiam a remuneração de
até dois salários mínimos e 28,7% dos entrevistados trabalhavam na instituição há mais de
cinco anos.
Os dados nacionais referentes a esses profissionais são escassos, o que demonstra que
a exemplo da odontologia, outras áreas da saúde, como a enfermagem, não têm pesquisado
sobre a relação do cuidador com o idoso institucionalizado. Essa situação torna-se notória
quando se descobre que, nem as entidades de classe possuem o número de cuidadores
necessário à atenção das necessidades dos residentes nas instituições (RIBEIRO, 2004).
Saliba et al., (2007) também confirma que pouco se conhece sobre o perfil de cuidadores de
idosos, suas necessidades, sua formação. A urgência de se estruturar uma equipe
multidisciplinar qualificada com amplo conhecimento geriátrico e gerontológico é iminente,
na busca da melhoria da qualidade de vida dos idosos institucionalizados.
De acordo com Ribeiro (2004), a idade relativamente baixa de alguns cuidadores
deve-se à exigência física que essa função impõe, tornando-se um aspecto importante na
20

atividade do cuidador, pois a dependência dos idosos demanda esforço físico dessas pessoas.
Porém, Ribeiro (2004) considera válido os profissionais mais experientes trabalharem com os
idosos, pois estes podem contribuir em outros aspectos do bem-estar e da qualidade de vida
do idoso, uma vez que o cuidado é influenciado por crenças, valores e experiências vividas na
trajetória de vida pessoal e profissional.
O tempo de trabalho do cuidador deve ser avaliado com cautela, pois a atividade
exercida por ele é considerada desgastante e a tarefa de cuidar de um idoso dependente
implica riscos de tornar o cuidador doente e igualmente dependente (CERQUEIRA e
OLIVEIRA, 2002). Ribeiro (2004) relaciona o pouco tempo de trabalho dos cuidadores nas
instituições ao estresse profissional que essa atividade proporciona.
Um estudo realizado com um grupo de profissionais bem treinados em cuidados
dentários, com auxiliares de enfermagem e com cuidadores procurou avaliar os efeitos de um
programa de orientação em saúde bucal sobre a capacidade de executar os procedimentos de
higiene bucal dos idosos. Os resultados desse estudo possibilitaram concluir que programas
de educação em saúde oferecidos à equipe prestadora de cuidados aos idosos afetam
positivamente a capacidade desses profissionais executarem os procedimentos de higiene
bucal de seus pacientes (KARSH, 2003).
O cuidador, de acordo com Silva e Fernandes (2001), tem como foco o auxílio ao
idoso que apresenta ou não limitações nas atividades da vida cotidiana, fato que leva as
famílias a procurar tal profissional. Além disso, oferece cuidado e/ou suporte ao idoso,
ajudando-o a desempenhar atividades relacionadas ao seu bem-estar físico, mental, social e
legal, diretamente ou por meio de empresas voltadas a esse público. Pode, em suas
atribuições, avaliar, construir e gerenciar negócios baseados no atendimento ao público da
terceira idade. No entanto, deve ter conhecimento para fazer valer a legislação específica que
garante os direitos dos idosos, de modo que possa também, subsidiar políticas públicas que
visem assegurar os direitos da população da terceira idade.
Para Karsh (2003) os idosos que apresentam redução das atividades de vida diária e/ou
atividades básicas de vida podem vir a precisar de cuidados, desta forma serão
institucionalizados ou receberão cuidado domiciliar. O papel do cuidador não é apenas o de
tratar, cuidar de feridas, manter a vida e lutar com a morte. Diante disso, faz-se necessário
tomar alguns cuidados no trato com o idoso, uma vez que o “cuidar” é uma ciência e,
portanto, o cuidador deve fazer jus a esta referência, à ciência do cuidar, fato que exige uma
preocupação com a preparação teórica e prática que embase o seu ofício.
21

Analisando o conhecimento sobre saúde bucal de cuidadores de idosos que atuam em


Araçatuba, Saliba et al. (2007) demonstram que 61% dos entrevistados se iniciaram na
profissão por necessidade e não por afinidade, que 83% era profissional técnico em
enfermagem e 16,7% não apresentava qualquer tipo de formação. Os autores também
concluem que o nível de informação sobre o cuidado bucal é insuficente entre este grupo
profissional.
A formação do cuidador quando analisada sobre a ótica dos profissionais da
enfermagem, apresenta-se incompleta, não atendendo às necessidades de cuidado bucal
cotidianas da população idosa. Os conhecimentos empregados para fundamentar práticas de
cuidado bucal no idoso são mais de caráter empírico, popular do que de caráter técnico-
profissional. Os conhecimentos se originam no âmbito familiar em detrimento aos espaços
acadêmicos de ensino, capacitação e treinamento (MELLO e ERDMANN, 2007).
Há atualmente no mercado, dois tipos de cuidador: o formal e o informal. O primeiro é
assalariado e apresenta respaldo técnico no âmbito do cuidar, sendo ele um profissional na
área da saúde. O cuidador informal é caracterizado por um familiar que fornece cuidados ao
idoso e não é assalariado. Esta forma de cuidado informal, segundo Chaves (2004), torna o
cuidador um 'cuidador familiar'.
De acordo com Costa (2004), é comum perceber que os cuidadores familiares são em
sua grande maioria mulheres que, geralmente, residem no mesmo domicílio e se tornam as
cuidadoras de seus maridos, pais, filhos e outros familiares.
Cerqueira e Oliveira (2002) afirmam que a família predomina como alternativa ao
sistema de suporte informal aos idosos, sendo esta forma de cuidado comum de ser
encontrada na literatura e merecedora de maior atenção especializada dos profissionais e dos
serviços de saúde (e do projeto de extensão apresentado), uma vez que constitui uma situação
complexa e que exige compreensão de suas especificidades frente às exigências do cuidar de
um idoso fragilizado.
Bocchi (2005) discute sobre a importância do cuidador familiar de idosos
incapacitados ser alvo de orientação, ou sobre como proceder nas situações mais difíceis de
modo que possa receber em casa periódicas visitas de profissionais, médicos, enfermeiros,
psicólogos, fisioterapeutas e outras modalidades de supervisão e capacitação.
É importante o tipo de envolvimento da família no cuidado com o idoso,
principalmente com a propagação da educação sobre a recuperação deste diante de doenças, o
que contribuirá para uma melhor qualidade de vida, tanto para o paciente quanto para os
familiares. Este apoio, segundo Karsh (2003), é fundamental quando se trata de um casal de
22

idosos, em que o cônjuge menos lesado assume os cuidados do outro, que foi acometido por
uma súbita e grave doença incapacitante.
Logo, para Mendes (1998), seria interessante que houvesse uma atmosfera
encorajadora e de suporte para o cuidador por parte da família do idoso, de modo que o seu
entendimento sobre as mudanças físicas e emocionais da pessoa “cuidada”, ou com algum
tipo de enfermidade fosse essencial para uma reabilitação bem sucedida.
E, se houver condições, profissionais devem orientar os cuidadores, levando-os a
compreender que o modo de cuidar escolhido pela família é um dos caminhos que pode
beneficiar os pacientes, seus cuidadores e a própria família, “tornando possível a autonomia
desses, obviamente, sem deixar de enfatizar que o processo de reabilitação/readaptação visa à
reintegração do paciente ao convívio social”, segundo afirma Bocchi (2005).
Diante de toda complexidade que o tipo de cuidado pode interferir nos fenômenos
psíquicos, sociais e físicos do paciente, o cuidador pode dispor, se se interessar, de programas
como o PSF.

3.4 – O cuidador diante do idoso demente


Diante da situação atual de envelhecimento demográfico, aumento da expectativa de
vida e o crescimento da violência, algumas demandas são colocadas para a família, sociedade
e poder público, no sentido de proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas que possuem
alguma incapacidade. Desta forma, a presença do cuidador nos lares tem sido freqüente,
havendo a necessidade de orientá-los para o cuidado. Cabe ressaltar que o cuidado no
domicílio proporciona o convívio familiar, diminui o tempo de internação hospitalar e, dessa
forma, reduz as complicações decorrentes de longas internações hospitalares (BRASIL,
2008).
No Brasil, o Estatuto do Idoso utiliza o critério cronológico para classificar as pessoas
no grupo dos idosos, fixando para aquelas com idade igual ou superior a 60 anos. Esse critério
já era utilizado como referência a proteção de direitos especiais pela Organização Mundial da
Saúde para analisar o fenômeno do envelhecimento populacional, com a ressalva da diferença
estipulada no seu limite: para países desenvolvidos, 65 anos, e subdesenvolvidos, 60 anos
(BRASIL, 2003).
Os idosos podem ser classificados dentro de três grupos distintos, de acordo com sua
habilidade funcional: independentes – constituído por idosos sadios; parcialmente
dependentes – idosos com problemas físicos e/ou psicológicos parcialmente debilitantes;
23

totalmente dependentes – idosos com problemas físicos e/ou psicológicos totalmente


debilitantes (GUEDES, 2001).
A institucionalização do idoso estabelece uma teia complexa de relações sociais e
econômicas. Dela participam, pelo menos: o idoso e a sua família; a organização pública, ou
privada ou do terceiro setor na qual reside; os profissionais que nela trabalham ou que de
alguma forma estão, ou deveriam estar à disposição; o Estado e também o Governo (MELLO,
2005).
O cuidado muitas vezes é realizado como uma questão de obrigatoriedade. Assim é
que, LEITE (2000) verificou que, quando se trata de filhos cuidando de pais idosos, há um
entendimento de obrigação em retribuir algo que lhes foi dado no passado, além do
sentimento de responsabilidade pelos mais velhos e doentes, que estão em situação de
dependência parcial/total.
Dentro desta linha de pensamento, a atual legislação contém uma série de Artigos,
Decretos e Programas que visam amparar/proteger de alguma forma as pessoas idosas. A
Constituição Federal de 1988, em seu Art. 229, dispõe que: os pais têm o dever de assistir,
criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais
na velhice, carência ou enfermidades. Complementando o que estabelece o Artigo citado, a
Constituição Federal, artigo 230, determina que a família, a sociedade e o Estado têm o dever
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida (BRASIL, 1988).
A questão do cuidado do idoso que sofre de síndrome demencial é mais problemática
por, na maioria das vezes, não existir a comunicação entre ele e a família, ou o cuidador.
Além dos problemas mais comuns (uma demora no tempo de resposta, problemas de
memória, déficits sensoriais e flutuações do pensamento), o maior volta-se para a
comunicação, que implica diretamente no relacionamento entre ambos, pois às vezes o idoso
com demência sequer responde, embora esteja olhando para o interlocutor, não se sabe sequer
se o que ele vê, pois às vezes seu olhar é perdido e distante para quem cuida dele. (MENDES,
1998).
Dessa forma, Mendes (1998) afirma que é preciso que os cuidadores sejam orientados
sobre sua atividade comunicativa como talvez o único canal que os mantenha unidos ao idoso
com esse tipo de problema. É necessário que sejam escolhidos códigos que chamem a atenção
do idoso para que os objetivos do cuidador surtam efeito. Talvez isso explique o aumento da
tendência a utilizar mais a expressão não-verbal. No entanto, trata-se de uma questão
delicada e que só poderá ser mais bem esclarecida com aprofundamentos investigativos.
24

3.5– O apoio de uma equipe multidisciplinar


A parceria entre os profissionais e os cuidadores deverá possibilitar sistematização das
tarefas a serem realizadas no próprio domicílio, privilegiando-se aquelas relacionadas à
promoção da saúde, à prevenção de incapacidades e à manutenção da capacidade funcional da
pessoa cuidada e do seu cuidador, evitando-se assim, na medida do possível, hospitalização,
asilamentos e outras formas de segregação e isolamento (BRASIL, 2008).
As atividades que o cuidador vai realizar devem ser planejadas junto aos profissionais
de saúde e com os familiares. Nesse planejamento deve ficar claro para todos as atividades
que o cuidador pode e deve desempenhar. É bom escrever as rotinas e quem se responsabiliza
pelas tarefas. É importante que a equipe deixe claro ao cuidador que procedimentos ele não
pode e não deve fazer, quando chamar os profissionais de saúde, como reconhecer sinais e
sintomas de perigo. As ações serão planejadas e executadas de acordo com as necessidades da
pessoa a ser cuidada e dos conhecimentos e disponibilidade do cuidador (BRASIL, 2008).
De acordo com Pereira e Bonachela (2003), no campo da atenção à saúde, o
profissional mais indicado será aquele que articulará algumas das várias dimensões da vida
humana no trato com idosos: seja no social (porque aproxima, agrega, compartilha e/ou divide
interesses e expectativas), ou seja, tenta traduzir, para terceiros, desejos só entendidos por
pessoas muito próximas do idoso, ou subjetivamente, onde trabalha e estimula as emoções, a
cognição, etc.
Enfim, a utilização dos cuidadores já se liga à necessidade de esclarecer e trabalhar
aspectos de uma questão de saúde/doença, principalmente quando a problemática é
influenciada por fatores como idade, cor, gênero, etc. o que exigirá a mudança de postura e a
reorganização do cotidiano da população atendida tendo em vista a qualidade de vida em
todos os seus aspectos. E para qualidade de vida do idoso, faz-se necessário que os
profissionais de saúde tenham compreensão não só do processo de vida destes, mas tenham
acesso a informações sobre os cuidadores para que haja uma orientação aos mesmos, além do
suporte teórico e o conhecimento, promovendo, assim, uma atuação multidisciplinar.
(MENDES, 1998).
Na verdade, como explica Mendes (1998), o trabalho de uma equipe multidisciplinar
possibilita relações entre as diversas áreas, para superar a fragmentação do conhecimento, na
discussão de um tema, na resolução do problema, considerando a realidade do contexto
vivenciado, incorporando os resultados e conhecimentos de várias especialidades, através
análises diagnósticas, técnicas e instrumentos assistenciais em relação ao idoso e seu cuidador
e o meio no qual está inserido.
25

Estas parcerias consistem em associar teoria e prática, não se tratando de conhecer


por conhecer, mas de ampliar o conhecimento cientifico como respaldo às práticas
desenvolvidas ao longo de uma história de vida cuja experiência vem potencializar
as possibilidades reais de transformação social, respeitando princípios bioéticos e
humanizados. (CUSTÓDIO, 2007, p. 32).

Para Custódio (2007), não se trata de um método de trabalho fácil, pelo contrário,
pode resultar em dificuldades, pois não é um trabalho solitário, mas coletivo, contribuindo
para o enriquecimento pessoal e intelectual de todos os atores envolvidos: idosos, familiares e
cuidadores.
De acordo com Custódio (2007), promoção de saúde consiste em mudanças de hábitos
e estilos de vida, com o objetivo a reduzir os riscos morbidade e mortalidade estabilizando ou
melhorando a saúde dos indivíduos em sua totalidade. Portanto, deve-se dar importância aos
programas que visam “à prevenção de doenças, à assistência à saúde dos indivíduos
dependentes e, principalmente, aos idosos e seus cuidadores”.
Entre os principais cuidados, a memória do idoso deve ser destacada. Custódio (2007)
define memória como a capacidade de registrar, reter e evocar informações. O trabalho com a
memória propõe o exercício das atividades cognitivas de tal modo a manter o cérebro em
constante atividade. No entanto, requer tempo e paciência de quem cuida. É claro que as
questões afetivas podem interferir no esquecimento natural ao longo do processo de vida da
pessoa. É necessário, desse modo, trabalhar com o idoso de forma que sua auto estima e o seu
sentido da vida sejam mantidos.
No contexto da equipe multidisciplinar estão inseridos os profissionais da área da
Enfermagem (Cuidadores capacitados, Técnico de Enfermagem e Enfermeiro), Nutrição,
Fisioterapia, Odontologia, Psicologia e Assistência Social. Para Brucki (2004), o principal
requisito para esses profissionais atuarem é conhecer o processo de envelhecimento para
determinar as ações que possam atender integralmente as necessidades dos idosos residentes e
atendê-los respeitando os princípios da autonomia, a fim de executar uma assistência com
sensibilidade, segurança, maturidade e responsabilidade.
Oferecer ao idoso cuidado em múltiplas áreas de saúde incrementa a possibilidade de
que este receba tratamento resolutivo e adequado às suas necessidades, contribuindo para
ampliar a procura por serviços de saúde bucal. Nessa circunstância deve ser estimulada maior
comunicação entre os diversos profissionais e entre instituições de saúde por meio de
intercâmbios, troca de informações e experiências. Os serviços públicos de saúde devem
ampliar o rol de ambientes de atendimento (ações domiciliares de longa permanência e
26

hospitais) ao portador de necessidades especiais em geral com vistas a proporcionar acesso


aos serviços àqueles que, tais como os idosos que possuem dificuldades de locomoção,
possam usufruir do benefício de serem avaliados por equipes multidisciplinares
(MELLO,2008).
De fato, espera-se que o Programa Saúde da Família (PSF) atuaria como elo entre o
idoso e os serviços de saúde, possibilitando também a atenção domiciliar para os idosos
dependentes. Facilitar o acesso aos serviços odontológicos seja nos centros de saúde ou no
atendimento domiciliar e unidades móveis, juntamente com a conscientização da equipe de
cuidadores sobre a importância da manutenção da saúde bucal contribuiria para uma melhora
no quadro geral do idoso e preservação de sua autonomia (MOJON, 2005).
Além disso, para se compreender e trabalhar com os cuidadores de idosos uma série de
elementos tem que ser levados em conta para que se possa ter o conhecimento de sua
complexidade: o processo de envelhecimento, a compreensão biológica, social e psicológica
do ser velho, as políticas econômicas e públicas.
De acordo com Santos (2008),

Repetitivas planejadas e sob a supervisão do enfermeiro, como por exemplo,


cuidados da higiene, alimentação via oral, prestar companhia aos idosos, promover
movimentação e conforto aos acamados devem ser observadas. O técnico de
enfermagem auxilia na supervisão dos cuidadores, assim como também, observa,
reconhece e descreve sinais e sintomas, promove cuidados de higiene e conforto,
proporciona alimentação enteral, afere sinais vitais, administra medicações, dentre
outros. O enfermeiro realiza cuidados de maior complexidade e que exige
conhecimento cientifico, tem como responsabilidade a administração/
gerenciamento, a função cuidativa, educativa e de pesquisa. (SANTOS, 2008, p. 20).

Enfim, apesar dos avanços do SUS, são ainda poucas as ações de maior impacto,
especialmente do poder público, no sentido de criar medidas de apoio concreto aos
cuidadores. A adoção de educação continuada que qualifiquem profissionais para lidarem
com este público e participação de profissionais da área de gerontologia e odontologia
geriátrica na elaboração de estratégias de enfrentamento dos problemas são fundamentais para
a criação de uma política inclusiva (MELLO, 2008).
Para a terceira idade, os programas assistenciais não podem assumir um odontogeriatra
por se tratar de poucos recursos humanos no mercado e, conseqüentemente, ter os custos
elevados.
27

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal, devem estar inseridas na rotina
de toda e qualquer instituição, em especial onde há população com a terceira idade.
A condição bucal influencia diretamente a qualidade de vida desta população por
definir sua capacidade de mastigação, nutrição, fonética e de socialização. Isto faz com que tal
ação seja importante para o idoso ser orientado em relação a vários aspectos de sua saúde,
como por exemplo, saber qual a melhor dieta, saber cuidar dos dentes e gengivas, saber
realizar um auto-exame na boca, enfim: realizar a prevenção na terceira idade é fundamental
para ter saúde bucal e a qualidade de vida em todos os sentidos.
A falta de informação dos cuidadores sobre saúde bucal pode ser um dos fatores que
interferem na atenção prestada aos idosos no que diz respeito ao cuidado à saúde bucal, sendo
necessário a capacitação destes para lidar com os idosos.
Devido a estes fatores, as ações desenvolvidas em um programa para idosos devem
promover a interação com as demais áreas do conhecimento, já que a avaliação de saúde geral
e bucal deste requer conhecimentos interdisciplinares e acompanhamento multiprofissional.
Dessa forma, saúde, portanto, não será entendida apenas como algo maior do que
ausência de doença. Será vista com a possibilidade de uma vida melhor, participativa, cuja
qualidade (da sua família e da comunidade em que está inserido) seja adequada, prazerosa e
eficiente em todos os sentidos.
28

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