Referencial Oficina Planifica Sus

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PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

OFICINA 2 – A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO


ESTADO

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Guia do Facilitador
GOIÁS, abril 2016

PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Conselho Nacional de Secretários De Saúde - CONASS


Presidente: João Gabbardo dos Reis
Secretário Executivo: Jurandi Frutuoso Silva

Cooperação Técnica Interinstitucional


Governador do Estado: Marconi Ferreira Perillo Júnior
Secretário de Estado da Saúde: Leonardo Moura Vilela
Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde: Evanilde Fernandes Costa Gomides
Gerente de Atenção à Saúde: Marisa Aparecida de Souza e Silva
Escola Estadual de Saúde Pública Cândido Santiago – Irani Ribeiro de Moura
Conselho de Secretários Municipais de Saúde COSEMS – Gercilene Ferreira
Conselho Nacional de Secretários de Saúde: João Gabbardo dos Reis

Organizadores
Alzira Maria D´Ávila Nery Guimarães
Maria José de Oliveira Evangelista
Maria Zélia Soares Lins
Leane de Carvalho Machado
Nereu Henrique Mansano
Viviane Rocha de Luiz

Grupo Gestor
CONASS: Maria José de Oliveira Evangelista e Maria Zélia Soares Lins
SES: Evanilde Fernandes Costa Gomides e Marisa Aparecida de Souza e Silva

Grupo Condutor Estadual


Carlos Edilson Pereira Ribeiro e Cristiane Pimenta Oliveira
Ana Cristina Gonçalves de Oliveira e Mary Alexandra da Costa
Agda Oscalino de Almeida Gonçalves e Silas Vaz Carvalho Barros
Marisa Aparecida de Sousa e Silva e Lucimar Rosa da Silva Santana
Érika Veríssimo M. Cerqueira e Sheila do Couto Pina
Milca de Freitas Q. Prado e Suely Marques Rosa
Rosilene Martins da Silva e Oriana Nicare Gomes Rego
Ledice Lamounier e Maria Bernadete Souza Napoli
Carla Guimarães Alves e Lucélia Borges de Abreu Ferreira
Stela Braga de Lima Tavares e Magda Lúcia Regis S. Barros

Coordenadores/Facilitadores do CONASS
Ademilde Machado Andrade
Alzira Maria D´Ávila Nery Guimarães
Ana Maria Cavalcanti
Ana Angélica Ribeiro de Meneses e Rocha
Antônio Derci Silveira Filho
Carla Pintas Marques
Carmem Cemires Bernardo Cavalcante
Eliane Regina da Veiga Chomatas
Jane Monteiro Neves
Leane de Carvalho Machado
Marco Antônio Bragança Matos
Maria Angela Leite Chaves
Maria José de Oliveira Evangelista
Marta Oliveira Barreto
Maria Zélia Soares Lins
Nereu Henrique Mansano
Sandra Denise de Moura Sperotto
Silvia Maristela Pasa Takeda
Severino Azevedo de Oliveira Junior
Sônia Maria Souza
Tereza Cristina Lins Amaral
Viviane Rocha de Luiz
PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Os gestores estaduais estabeleceram entre suas prioridades “apoiar iniciativas de indução da


organização da Atenção Primária à Saúde (APS) no âmbito dos Estados, através da
estruturação e custeio da rede e das ações, disponibilizando ferramentas e apoiando estratégias
de programação e organização do processo de trabalho das equipes e da integração entre os
diversos pontos e níveis de atenção” 1.
A APS organizada e exercendo o seu papel resolutivo e coordenador do cuidado dos usuários
no território de sua responsabilidade é fundamental para a conformação de Redes de Atenção
à Saúde (RAS). Para que a APS exerça de fato o seu papel estratégico, o Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (CONASS) propõe a sua planificação, aqui entendido como um processo
de planejamento da atenção à saúde que considera todas as suas etapas.
O processo de Planificação da Atenção Primária à Saúde (PAPS) nos Estados ocorre por meio
da realização de onze oficinas presenciais, com o desenvolvimento de atividades de dispersão
- ao final de cada uma delas e com orientações, necessárias ao bom andamento e êxito do
processo, tais como: implantação de uma unidade laboratório, para início dos macro e
microprocessos da APS, utilizando o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) e a
instituição de “tutores”, para acompanhar as atividades de dispersão, além de replicar os
macro e microprocessos às demais Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS). Ao final do
processo, a Planificação promoverá a qualificação dos processos de trabalho dos profissionais
da atenção primária à saúde e as atividades de dispersão constituir-se-ão em um plano de
intervenção da APS no âmbito locorregional e estadual.
A proposta metodológica está organizada em duas partes: no primeiro momento, a equipe do
CONASS capacita as equipes gestoras estaduais para a realização das oficinas no Estado, no
âmbito das regiões de saúde; no segundo momento, a equipe estadual, a seu critério, reproduz
as oficinas para as equipes regionais e municipais.
Equipe do CONASS

Ver relatório do Seminário para Construção de Consensos - 2015.


2 APRESENTAÇÃO DA OFICINA 2

Discutir sobre a Atenção Primária à Saúde (APS), não será uma tarefa tão difícil, considerando que
estamos falando do cotidiano de cada um. Mas não podemos esquecer que estamos tratando da
porta de entrada prioritária do Sistema Único de Saúde (SUS), que deve coordenar o cuidado e
ordenar as Redes de Atenção à Saúde (RAS). E, quando falamos em coordenar o cuidado, com o
objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral, e, ainda, de ordenar as redes,
contribuindo para que programação dos serviços de saúde a partir das necessidades dos usuários,
estamos discutindo uma ação muito complexa, mas não impossível. Digamos que seja mais um
desafio posto para a concretização dos princípios e diretrizes do SUS.
Nesse sentido, esta Oficina tem como propósito promover a análise da APS na região, discutir sua
forma de organização, sua resolubilidade e permitir aos participantes a reflexão a respeito da
complexidade dos problemas que as equipes de APS têm de enfrentar na sua rotina. Para tanto,
trabalha a importância da mudança na concepção da APS para a melhoria dos indicadores de saúde,
do acesso aos usuários e dos resultados do sistema de saúde.
Em outras palavras, o SUS, um sistema baseado e ordenado a partir da APS que se encontra em
permanente busca pela melhoria do cuidado, continua sendo nossa pauta permanente durante a
Planificação.
Ao mesmo tempo que esperamos que a forma com que foi pensado esta Oficina atenda às
expectativas de cada um de vocês, reafirmamos que não há pacotes prontos e que a caminhada é
construída por todos nós ao longo desse processo formativo.

Sejam todos bem vindos!

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3 COMPETÊNCIA A SER DESENVOLVIDA

A necessidade de mudanças significativas no processo de trabalho em saúde pressupõe a


elaboração de um novo perfil profissional, fundamentado no desenvolvimento e na avaliação de
competências. Nesse sentido, esta Oficina traz como grande desafio contribuir para o
desenvolvimento da seguinte competência:

Capacidade de propor ações para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde na


região/município, a partir da análise dos seus elementos constitutivos, da realidade
locorregional e de sua articulação com a promoção da saúde.

4 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Para o alcance da competência proposta, seguiremos algumas etapas do processo de aprendizagem,


com a indicação do que se deve aprender nesse percurso, representadas pelos seguintes objetivos de
aprendizagem:
1. Compreender e discutir o conceito de Atenção Primária à Saúde (APS) e sua evolução pós
Alma-Ata até os dias atuais.
2. Conhecer, compreender, discutir e exercitar os elementos constituintes da APS: primeiro
contato, longitudinalidade, integralidade da atenção, coordenação e centralidade na família.
3. Compreender e discutir a orientação comunitária e promoção à saúde como elementos
característicos da APS.
4. Compreender, discutir e exercitar proposta de fortalecimento da APS em sua
região/município em face da sua realidade sanitária e dos condicionantes existentes.

5 DESENVOLVIMENTO DA OFICINA

O processo de formação será integrado, articulado e em estreita relação com a realidade local,
por meio de uma abordagem educacional mais participativa e colaborativa, valorizando a
integração ensino-serviço. Desta forma, os métodos de ensino-aprendizagem utilizados
objetivam a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes a serem desenvolvidos pelos

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participantes, a partir de um conjunto de estratégias educacionais, que resultará na
apresentação de produtos concretos.
Assim, a oficina 2 está estruturada de forma a trabalhar com uma série de estratégias para
estimular a participação ativa de todos no processo de construção coletiva do conhecimento.
Estão propostos alguns trabalhos em grupos, seguidos de compartilhamento dos produtos e
exposições para sistematização das informações trabalhadas.
É recomendado material bibliográfico adicional para leitura e aprofundamento das temáticas
e complementação dos objetivos propostos na oficina.

6 PROGRAMAÇÃO DA OFICINA

A programação da oficina está organizada em turnos com carga horária de 4


horas/aula, durante os quais serão realizadas atividades conforme os objetivos de
aprendizagem já apresentados. O tempo estimado para cada atividade é apenas uma
proposta. Poderá ser readequado de acordo com o ritmo de trabalho do grupo.

1º DIA

HORÁRIO ATIVIDADES PROGRAMADAS

8h – 9h Atividade 1 – Café da manhã e Acolhida dos participantes


Atividade 2 – Plenária: Apresentação da atividade de dispersão da
Oficina 1-
9h-10h Sugerimos a participação do secretário de saúde, coordenador da
atenção básica, superintendente de políticas de atenção integral à
saúde, gerente de atenção à saúde.
10h – 10h30min Atividade 3 – Exposição dialogada: Apresentação da Oficina2

10h30min – 10h45min Café com prosa


Atividade 4 - Trabalho em grupo com plenária interna; A Atenção
10h45min – 12h Primária à Saúde como Centro de Comunicações das Redes de
Atenção
12h – 13h Intervalo para almoço
13h – 14h Atividade 5– Dinâmica de aquecimento nos grupos
Atividade 6- Trabalho em grupo com plenária interna: A situação de
14h – 15h30min
saúde no município de Boa Fé

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15h30min – 15h 45min Café com prosa
Atividade 6 - Trabalho em grupo com plenária interna: A situação de
15h45min – 17h
saúde no município de Boa Fé
17h Encerramento das atividades do dia
2º DIA
HORÁRIO ATIVIDADES PROGRAMADAS
8h – 9h Atividade 7 – Café da manhã e Aquecimento com dinâmica de grupo
Atividade 8 – Trabalho em grupo com plenária externa: Plano de
9h – 10h
fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no município de Boa Fé
10h – 10h15min Café com prosa (nos grupos)
Atividade 8– Trabalho em grupo com plenária externa: Plano de
10h15min – 12h
fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no município de Boa Fé
12h-13h Intervalo para almoço
13h – 13h30min Atividade 09 – Dinâmica de aquecimento nos grupos
Atividade 10 – Plenária do trabalho em grupo: Plano de
13h30min – 14h30min
fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no município de Boa Fé
Atividade 11- Vídeo: Centro de Saúde do Saco Grande – uma história
14h30min – 14h45min
de construção do SUS
14h45min – 15h Café com prosa
Atividade 12 – Exposição dialogada: A construção social da
15h – 16h
Atenção Primária à Saúde
16h – 16h30min Atividade 13– Orientação da atividade de dispersão do Módulo
16h30min – 17h Avaliação da Oficina
17h Encerramento da Módulo

7 ROTEIRO DE ATIVIDADES DA OFICINA


1º DIA - MANHÃ

ATIVIDADE 1 – DINÂMICA DE INTEGRAÇÃO EM PLENÁRIA

1 hora

DESCRIÇÃO:
1. O facilitador conduzirá uma dinâmica para acolher todos os participantes no início desse Módulo.
2. Participe ativamente e, ao final, expresse sua percepção sobre o momento vivenciado com os
colegas.

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ATIVIDADE 2 – PLENÁRIA: APRESENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE DISPERSÃO DA
OFICINA DE REDES DE ATENÇÃO Á SAÚDE

1 hora

DESCRIÇÃO:
3. Serão sorteados quatro trabalhos, por regional para apresentação em plenária.
4. Cada relator terá 10 minutos para socializar e problematizar a realidade local a partir da
apresentação da análise da Rede de Atenção à Saúde Materno-Infantil.

ATIVIDADE 3 – EXPOSIÇÃO DIALOGADA: APRESENTAÇÃO DA OFICINA 2

30 min

DESCRIÇÃO:

1. É hora de saber como se dará esta Oficina, sua relação com os demais, a competência proposta,
as etapas de aprendizagem, as formas de avaliação e, principalmente, a influência das temáticas
discutidas no seu contexto de trabalho. Não hesite em esclarecer suas dúvidas.
2. Registre a seguir os pontos que considerou mais relevantes na apresentação do Módulo:
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

ATIVIDADE 4 – TRABALHO EM GRUPO COM PLENÁRIA INTERNA: ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE COMO CENTRO DE COMUNICAÇÃO DAS REDES DE
ATENÇÃO

1 hora e 45 minutos

DESCRIÇÃO:
Passo 1 – Cada grupo contará com o apoio de facilitadores nesta atividade, que farão a mediação do
trabalho em grupo. Antes de dar início, como de costume, faz-se necessário escolher um

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coordenador e um relator. Embora a constituição dos grupos seja a mesma em todos os momentos,
todos os participantes terão oportunidade de exercer essas funções. Registre aqui as pessoas eleitas:
Coordenador:______________________________________________________________
Relator:___________________________________________________________________

Passo 2 – Antes de dar início à leitura do texto, faz-se necessário ressaltar algumas questões com o
grupo:
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA LEITURA:
- A leitura será paragrafada, ou seja, cada participante fará a leitura de um parágrafo, dando
oportunidade a todos de participarem.
- A leitura estará facultada a todos os participantes que desejarem contribuir.
- É importante que a leitura seja realizada em voz alta para que todos acompanhem.
- Cada participante deve destacar os termos desconhecidos ou parcialmente compreendidos,
colocando-os para o grupo imediatamente após aparecerem no texto para que sejam esclarecidos.
- A responsabilidade em esclarecer os termos é compartilhada entre os membros do grupo e seus
facilitadores.
- O relator deve registrar no papel madeira os termos identificados pelo grupo.
- O registro do processo de trabalho do grupo deverá ser feito pelo relator em papel afixado na
parede para que todos possam visualizar a produção coletiva.

Passo 3 – Compreendida as orientações, o grupo deve iniciar a leitura do texto 1 a seguir:

TEXTO 1 - ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COMO


CENTRO DE COMUNICAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO2

1. Atenção Primária: conceitos e atributos

Vale relembrar que nas atividades anteriores, a Atenção Primária à Saúde (APS) foi posicionada como
um dos elementos da estrutura operacional de uma rede de atenção à saúde (RAS): centro
comunicador e coordenador do cuidado. Partindo do centro, ela tem a responsabilidade de fazer a

Este texto foi transcrito da apostila do “Curso de autoaprendizado sobre Redes de


Atenção à Saúde no Sistema Único de Saúde”, da Redenutri, publicada em 2012.

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ponte entre os diferentes níveis e pontos de atenção, assim como integrar ao processo os sistemas
logísticos e de apoio, garantindo, assim, a integralidade da atenção aos usuários do sistema de saúde.
Esse é o papel mais importante dentro de uma RAS, já que se não houver um centro coordenador, não
há integração do sistema. Dito de outra forma, sem um regente, uma orquestra será capaz de tocar,
mas não na harmonia desejada e esperada pelo público que paga para ouvi-la tocar. Posicionar
estrategicamente a APS no reordenamento do sistema de saúde implica considerá-la a base das redes
de atenção à saúde. Portanto, é fundamental investir na qualificação e expansão da APS - entre outros
fatores - para uma efetiva mudança de estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) em redes
integradas de atenção.
A APS pode ser definida e caracterizada, segundo a versão reformulada da Política Nacional de
Atenção Básica - PNAB (Brasil, 2011a), por:

“um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção
da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a
manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de
saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (...)Deve
ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de
Atenção à Saúde (...)”.

Uma APS de qualidade deve possuir atributos essenciais para sua consolidação e efetiva atenção à
população assistida.
O primeiro atributo diz respeito à atenção primária como serviço de primeiro contato. Para isso, é
necessário que o serviço seja acessível em todos os aspectos (financeiros, geográficos, culturais, etc.) e
que o usuário possa utilizar os serviços para todo problema de saúde que identificar.
A longitudinalidade consiste na regularidade do cuidado à saúde do usuário pela equipe em um
processo que gere responsabilização e uma relação mútua e contínua de confiança entre a equipe, as
famílias e os indivíduos.
A integralidade implica a oferta de serviços de cuidado à saúde do usuário, tanto preventivos como
curativos, nos diferentes pontos de atenção, de maneira a atender às necessidades da população,
considerando a múltipla determinação da saúde.
A fim de garantir a integralidade da atenção, a coordenação das ações e serviços é um atributo
essencial para que a APS se estabeleça como centro de comunicação das redes.
Outro atributo da APS é a focalização na família. O contexto familiar é considerado o foco prioritário no
diagnóstico da situação e no processo decisório das medidas a serem adotadas.

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De maneira complementar, o atributo de orientação comunitária considera a comunidade como
protagonista para reconhecimento dos problemas e decisão sobre os melhores caminhos para
melhoria das condições de saúde e definição de decisões sanitárias e econômicas.
E finalmente, reconhecer e valorizar os diferentes saberes e soluções, sejam eles científicos ou
populares, é o atributo da APS denominado competência cultural.
Assim, respeitar e valorizar esses atributos junto à APS significa também contribuir para a
consolidação desse nível de atenção como o centro coordenador em um sistema estruturado em redes
de atenção. Uma APS forte resulta em uma RAS com base forte o suficiente para consolidação do SUS.

2. A Atenção Primária à Saúde no Brasil


O Brasil tem investido há muitos anos em estratégias de fortalecimento da APS enquanto organizadora
do sistema de atenção. Mais precisamente na década de 1990, que foi marcada pela implantação de
programas da atenção primária de forma inovadora, foi quando houve a inclusão de diferentes
profissionais nas equipes de saúde, e a expansão da territorialização e da adscrição da clientela.
Nesse contexto, o Programa Saúde da Família (PSF), lançado em 1994, é um marco histórico de um
novo modelo de assistência partindo da atenção primária, já que foi concebido para ser o primeiro
acesso do usuário ao sistema de saúde e desenvolver o cuidado de forma integral, além de ampliar o
acesso e cobertura. O programa apresentou crescimento de forma contínua e expressiva,
principalmente em municípios de pequeno porte, e a partir de 1998 foi ampliado e passou a ser
identificado como Estratégia Saúde da Família (ESF).
Em 2006 foi aprovada a primeira versão da PNAB, que apontou a redefinição dos princípios gerais,
responsabilidades de cada esfera de governo, infraestrutura e recursos necessários, características do
processo de trabalho, atribuições dos profissionais, e as regras de financiamento, incluindo as
especificidades da ESF. Expressou a “marca da maturidade” no que se refere à APS naquele momento,
e o compromisso do Ministério da Saúde de revitalizá-la no Brasil.
Em 2008, para ampliar a abrangência e resolutividade da ESF, foi criado o Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF). Os NASF apoiam conjuntos de equipes da ESF e são constituídos por profissionais de
diversas áreas raramente presentes neste nível de atenção.
Segundo dados do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (SCNES), de janeiro de
2012, estão em atividade mais de 33.000 equipes da ESF em mais de 90% dos municípios brasileiros
cobertos e 1.250 equipes NASF. Em Goiás estão implantadas 1.329 EqSF, em 100% dos municípios,
938 EqSB e 188 NASF (DAB/MS, dez/2015).
É importante esclarecer que a APS nos municípios brasileiros não se desenvolveu de maneira
uniforme e homogênea, e não necessariamente segundo o modelo da ESF.
Na realidade, tem-se a coexistência de várias “APS” Brasil afora, sendo que dentro de um mesmo
município é possível encontrar vários tipos de “APS” implantados. Por esta tamanha diversidade de

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organização de serviços primários nos municípios brasileiros também são considerados os demais
formatos organizativos da APS, ditos tradicionais, que são diferentes da ESF. Assim, o Governo focaliza
a Estratégia Saúde da Família como sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da APS,
mas também valoriza a qualificação das demais estratégias de organização da APS por considerarem
as especificidades locorregionais.
É exatamente por esta diversidade – e outros motivos - que a PNAB foi revista e republicada em 2011.
O texto atual reforça a base teórica e conceitual de atenção primária expressa na edição anterior, ao
mesmo tempo em que exalta as mudanças que ocorreram desde 2006. Entre essas mudanças, podem-
se citar a criação dos NASF, das equipes de Saúde da Família ribeirinhas, das Unidades Básicas de
Saúde fluviais, do Programa de Saúde na Escola. Além disso, enfatiza a importância da reestruturação
do SUS segundo modelo organizativo de redes de atenção, posicionando-o como formato mais
apropriado para adequado manejo dos desafios sanitários presentes no contexto epidemiológico
brasileiro.

3. A Atenção Primária à Saúde nas Redes de Atenção à Saúde

Para que as RAS sejam efetivas, eficientes e de qualidade, deve-se ter, antes de tudo, uma APS bem
estruturada. Esta afirmação considera que, quando os atributos da APS estão plenamente
desenvolvidos, obtêm-se melhores resultados econômicos e sanitários em termos de eficácia,
continuidade e integralidade na atenção à saúde.
A APS deve ser estruturada de modo a propiciar o cumprimento de suas funções centrais de acolher,
escutar e dar vazão às demandas sanitárias existentes. Considerando o contexto de reestruturação do
sistema de saúde segundo formato de redes de atenção, há outras funções prioritárias da APS, as quais
contribuirão para o adequado funcionamento da RAS. De acordo com a PNAB, são elas:
a. Ser a base: a modalidade primária de atenção deve estar presente nos estados e municípios de
modo mais descentralizado e distribuído possível;
b. Ser resolutiva: deve ser capaz de gerar diagnóstico sanitário e situacional da população que vive no
território sob sua responsabilidade, considerando riscos, necessidades e demandas de saúde. Para
tanto, deve utilizar diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica
ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas;
c. Coordenar o cuidado: a APS deve atuar como centro de comunicação entre os diversos pontos e
níveis de atenção, acompanhando e organizando o fluxo dos usuários, com o objetivo de produzir
gestão compartilhada da atenção integral por meio da apropriação de ferramentas de microgestão do
cuidado. Além disso, deve articular também outras estruturas, como os sistemas logísticos e de apoio,
relações intersetoriais e participação social da comunidade.

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d. Ordenar as redes: a APS deve organizar as necessidades sanitárias da população sob sua
responsabilidade em relação ao acesso aos outros pontos de atenção, contribuindo para que a
programação dos serviços a serem ofertados efetivamente seja baseada na real demanda de saúde da
população.
Os esforços governamentais para fortalecimento e qualificação da APS devem estar em consonância
com a participação e controle social no SUS. As organizações e movimentos sociais precisam atuar nas
instâncias de controle social para que as mesmas tenham legitimidade e estejam sintonizadas com as
necessidades sanitárias reais da população, principalmente dos grupos socialmente mais vulneráveis.
As decisões, o alcance de resultados, a utilização de recursos, entre outros aspectos, precisam se
monitorados e analisados. Logo, com vontade política e a participação ativa da sociedade civil é
possível fortalecer a APS.
É por meio de uma APS bem estruturada que o usuário é adequadamente inserido em uma rede de
atenção, o que ocorre pela utilização da adscrição da clientela. No caso da APS – tradicional ou Saúde
da Família, a equipe de saúde tem sob sua responsabilidade um conjunto de famílias que vivem em um
determinado território.
A partir do diagnóstico de saúde e de vida dessa clientela adscrita, as ações são planejadas e
executadas, e os indivíduos são assistidos. De acordo com suas necessidades, as pessoas podem ser
atendidas em diferentes serviços e rotinas, e este processo é comumente chamado de referência. Uma
vez atendido em outros serviços e estabelecimentos de saúde, deve-se contrarreferenciar o paciente
para a APS para continuidade do tratamento. Ou seja, cabe também à APS dar continuidade
longitudinal à atenção ao paciente.
Portanto, a APS tem como função coordenar e integrar os fluxos e contrafluxos dos usuários, produtos
e informações, entre todos os pontos de atenção à saúde, tornando-se, assim, o centro de comunicação
das RAS.
Neste contexto, a APS representa o início (porta de entrada preferencial), meio (referência) e o fim
(longitudinalidade) da atenção à saúde da população. É por este motivo que se tem discutido tanto a
valorização e qualificação da APS e tem-se defendido seu lugar de coordenação das redes de atenção.
E no seu município? Existem muitas equipes da ‘APS’? A presença dessas equipes pode contribuir em
grande medida para que o sistema de saúde de seu município seja estruturado segundo a lógica de
rede de atenção. Nessa estrutura integrada, serão essas equipes as responsáveis pela comunicação e
coordenação da atenção à saúde da população adscrita.

Passo 4 - Após a leitura, procurem responder as seguintes questões norteadoras:


a) Qual a responsabilidade da APS dentro de uma RAS?

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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

b) Quais os atributos essenciais que uma Atenção Primária à Saúde deve possuir para sua
consolidação e efetiva atenção a população assistida?
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_______________________________________________________________________________

c) Em que consiste estes atributos?


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d) De acordo com a PNAB quais as outras funções da APS? O que significa cada uma delas?
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e) Quais são as diferentes concepções da Atenção Primária à Saúde nos sistemas de saúde?
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Passo 5 – Como se trata de um trabalho de grupo com plenária interna, ao final o relator terá 10
minutos para apresentar ao próprio grupo a produção coletiva.

1º DIA - TARDE

ATIVIDADE 5 – DINÂMICA DE AQUECIMENTO NOS GRUPOS

1 hora
DESCRIÇÃO:
1. O facilitador conduzirá uma dinâmica para iniciar as atividades da tarde.

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2. Participe ativamente e, ao final, expresse sua percepção sobre o momento vivenciado com os
colegas.
ATIVIDADE 6 – TRABALHO EM GRUPO COM PLENÁRIA INTERNA: A SITUAÇÃO
DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BOA FÉ

3 horas

DESCRIÇÃO:
Passo 1 – Para não perder o costume, o grupo deve eleger novamente um coordenador e um relator
para esta atividade. É muito importante contar com a colaboração de todos no exercício dessas
funções. Registre aqui as pessoas eleitas:
Coordenador:______________________________________________________________
Relator:___________________________________________________________________

Passo 2 – Nessa atividade, a proposta é analisar a Atenção Primária à Saúde no município. Para
tanto, teremos como cenário o município fictício de Boa Fé. Veja a seguir como se apresenta a
situação de saúde nesse município .

A SITUAÇÃO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BOA FÉ

O município
O município de Boa Fé está localizado no estado da Esperança, na região
litorânea, onde uma parcela da população vive da pesca. É um município com uma população
80% urbana, com aproximadamente 330.000 habitantes, sendo 12% usuária de planos de
saúde. A população é constituída predominantemente por pessoas adultas, com 57,25% em
idade entre 20 e 59 anos, seguida de 18,95% de adolescentes (10 a 19 anos), 16,23% de
crianças (0 a 9 anos) e, 7,57% de idosos (acima de 60 anos).

A Atenção Primária à Saúde


A rede de serviços do município possui 17 Unidades Básica de Saúde (UBS), dentre as quais 14
estão organizadas a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF), contando com 60 equipes de
saúde da família (EqSF), 30 de saúde bucal (EqSB) e 360 Agentes Comunitários de Saúde

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(ACS). As demais unidades, que não possuem Saúde da Família, atendem, em média, uma
população de 50.000 habitantes cada uma.
As UBS com saúde da família possuem, em média, de 4 a 5 EqSF, com uma população de
aproximadamente 3.000 pessoas por equipe. Uma EqSB atende, em média, a população de
duas a três EqSF.
Algumas equipes, por estarem inseridas em unidades de difícil acesso, apresentam
dificuldades para viabilizar a continuidade do cuidado e o vínculo com as famílias residentes
nas suas respectivas áreas de abrangência. A população do município coberta pela ESF é de
180.000 pessoas.
Algumas unidades foram adequadas para atender a população coberta pela ESF, nos últimos
dez anos por decisões políticas. O tamanho médio das unidades varia de 160 a 250m 2,
seguindo um padrão de construção. Algumas unidades não dispõem de salas para acolhimento
dos usuários, porém, todas possuem área de espera para aguardar os atendimentos.
As UBS com saúde da família possuem equipes multiprofissionais de acordo com o padrão
definido pelo Ministério da Saúde: um médico generalista, um enfermeiro, um auxiliar de
enfermagem e, em média, seis ACS.
As UBS sem saúde da família não têm área de abrangência definida e atendem à demanda
espontânea da comunidade. Essas unidades possuem uma equipe padrão de dois médicos
pela manhã (clínico geral e pediatra) e dois, à tarde (gineco-obstétra e clínico geral), um
enfermeiro e quatro auxiliares de enfermagem em tempo integral. O agendamento, em todas
as unidades, é feito por ordem de chegada e sem classificação de risco. Não há também
classificação de risco familiar ou individual.
Há grande rotatividade de profissionais médicos nas equipes e, em geral, as equipes ficam em
média dois a três meses sem o profissional durante o ano, em razão da dificuldade de fixação
desse profissional.
As UBS com saúde da família desenvolvem atividades programadas de atendimento a criança,
gestante, portadores de diabetes, hipertensão, tuberculose, hanseníase, como também
atividades preventivas e educativas, enquanto que, as UBS sem saúde da família não
desenvolvem estas atividades programadas, no entanto, por terem especialistas (gineco-
obstétra, pediatra e clínico geral) acabam sendo referência para pré-natal, atendimento à
criança e atendimento clínico de uma maneira geral. Em 2012, as UBS (com e sem saúde da
família) realizaram em média 1,6 consulta/habitante/ano.

17
O horário de atendimento das unidades é padronizado no município de Boa Fé das 7 às 17
horas. Considerando que grande parte da população trabalha durante o período de
funcionamento das UBS com saúde da família, há dificuldades de acesso das pessoas para o
atendimento e seguimento de portadores de diabetes, hipertensão, tuberculose, hanseníase e
outras patologias.
Todas as unidades utilizam prontuário em papel para registro dos atendimentos, sendo que
existem poucas anotações dos atendimentos realizados pelos profissionais de saúde. Há
grande número de prontuários repetidos, apesar de existir um sistema padronizado de
arquivo. O município utiliza o cartão da gestante e a caderneta de saúde da criança no modelo
preconizado pelo Ministério da Saúde, porém esses também não são preenchidos
adequadamente.
As unidades preenchem mensalmente um relatório em papel e enviam para a secretaria
municipal de saúde com o registro dos atendimentos nos programas e sistemas oficiais, SIAB
ou SISAB/e-SUS, SISPRENATAL, SISCAN, PNI e outros. Porém, esses dados coletados não são
discutidos com as equipes ou utilizados para a análise dos atendimentos e planejamento das
ações.
Não há protocolos clínicos padronizados para o atendimento aos usuários, tampouco existe
orientação do gestor municipal padronizando os atendimentos. Em geral, as equipes recebem
treinamentos esporádicos, em assuntos diversos, de acordo com a definição da secretaria
municipal de saúde.
Quando os usuários precisam de atendimentos especializados e necessitam ser encaminhados
para outros pontos de atenção, não há sistema de agendamento de consultas e exames,
tampouco há sistema para encaminhamento de internamentos hospitalares, portanto as
equipes de saúde da família não conseguem viabilizar a integralidade da atenção e a
continuidade do cuidado dos usuários.
As visitas domiciliares são realizadas pelos profissionais das equipes e ACS, sem planejamento
e sem critérios de priorização, sendo as ações dos ACS realizadas de acordo com a solicitação
dos profissionais das equipes.
As equipes dispõem de materiais educativos e poucas realizam atividades de promoção e
prevenção. Em geral, os eventos são focalizados. Não há planejamento das ações
desenvolvidas pelas EqSF de acordo com as necessidades de saúde da população residente no
território.

18
As Unidades possuem conselhos locais, porém estes são pouco atuantes e se reúnem apenas
quando há problemas nas unidades de saúde, como a falta de profissionais.

O Apoio Diagnóstico e Terapêutico


O município não tem laboratório de análises clínicas e citopatologia, sendo os exames
realizados em laboratórios contratados da rede privada. As unidades têm cota mensal
definida de exames, porém a partir do dia 20 de cada mês não há mais possibilidade de
solicitação de exames, por extrapolação da cota mensal. Os usuários que necessitam de
exames, a partir dessa data, têm de esperar o início do outro mês para realizá-lo. Outro
problema é a demora na entrega dos resultados de exames, em média levam de 15 a 30 dias
para chegar nas unidades.
Há grande absenteísmo dos usuários no retorno de avaliação dos resultados de exames. A
secretaria de saúde do município não tem relação padronizada de medicamentos e em geral
as unidades não dispõem do elenco de medicamentos para atender aos usuários.

Atenção Especializada e Atendimento de Urgência e Emergência

Há um hospital estadual que dispõe de assistência para o pronto atendimento. Este é realizado
por classificação de risco. Em 2012 foram realizadas 2 consultas/habitante/ano, quantitativo
maior que o número de consultas realizadas nas UBS.
Há sistema de transporte de pacientes em situação de urgência e emergência (SAMU) e de
transporte social.
Além do hospital estadual que tem 150 leitos, dispõe-se de mais três hospitais contratados,
sendo dois filantrópicos (com 80 leitos e outro com 70 leitos) e um privado (com 40 leitos),
perfazendo um total de 340 leitos no município. Em 2012, foram realizadas 40.082
internações no município, o que representa um percentual de 12% de
internações/habitante/ano. O Ministério recomenda o parâmetro de 8% da população total de
internações/habitante/ano.

19
Indicadores de Saúde do município em 2012

Relacionados à saúde da criança:


- Cobertura vacinal em menores de ano = 92,5%;
- Percentual de prematuros = 9,4%;
- Coeficiente de mortalidade infantil = 14,78/1.000 NV, tem-se mantido estável nos últimos
cinco anos.

Relacionados à saúde da mulher:


- A cobertura de preventivo de câncer cérvico-uterino = 15,4% da população feminina de 25 a
64 anos;
- A cobertura de pré-natal nas UBS com saúde da família = 89%, com captação no primeiro
trimestre de 65%. A cobertura de gestantes que realizaram pelo menos seis consultas de pré-
natal nessas unidades foi de 59%;
- Percentual de cesáreas no município = 43%;
- Apenas 24% das gestantes que realizaram pré-natal nas UBS com saúde da família,
compareceram à consulta de puerpério;
- Coeficiente de mortalidade materna = 64,3/100.000 nascidos vivos.

Relacionados à saúde do adulto:


- A cobertura de hipertensos e diabéticos cadastrados nas UBS com saúde da família é de
23,7% e de 14,3%, respectivamente.
- Em um levantamento realizado recentemente, verificou-se que 33% das internações
hospitalares são relativas a patologias sensíveis à atenção primária.

Relacionados à mortalidade geral:


- As causas de mortalidade geral foram, em primeiro lugar, as doenças do aparelho
circulatório, em segundo as neoplasias, e em terceiro as causas externas.
- As causas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório foram infarto agudo do
miocárdio, doenças cerebrovasculares e diabetes.

Observa-se que tanto com relação à mortalidade, quanto à morbidade, as condições crônicas
têm peso importante e apontam para a necessidade de que a APS no município trabalhe

20
medidas de promoção e prevenção, de identificação precoce e de controle das doenças
crônicas.

PRIMEIRO MOMENTO: Análise quantitativa da APS


Passo 3 - Para entender melhor o município de Boa Fé, o grupo deve realizar a ANÁLISE
QUANTITATIVA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, a partir dos indicadores de cobertura. É
importante que o relator registre o procedimento dos cálculos no papel afixado na parede (e
não somente o resultado) para que todos acompanhem.

a) Percentual de cobertura da população pela Estratégia Saúde da Família (ESF)


Para o cálculo deste percentual, utilize a fórmula abaixo:

População cadastrada da ESF no SIAB ou e-SUS x 100


Percentual de cobertura pela ESF
População total
Quando não se sabe a população coberta, utiliza-se a do COAP:
Percentual de cobertura pela ESF = Nº eSF x 3.000 x 100
População total

ATENÇÃO!
A cobertura deve ser comparada com a capacidade das equipes no município.
Analise se a cobertura está acima, abaixo ou dentro dos parâmetros propostos.
Segundo a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), uma EqSF deve
responsabilizar-se por no máximo 4.000 pessoas, sendo a média recomendada
3.000 pessoas. Entretanto, o Ministério da Saúde alterou o cálculo do teto máximo de EqSF,
com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas quais os municípios poderão fazer jus ao
recebimento de recursos financeiros específicos, o qual passou a ser obtido mediante a
seguinte fórmula: população/2.000 (Portaria nº 2.355, de 10 de outubro de 2013). Entretanto,
a título de exercício utilizaremos os parâmetros propostos na PNAB.

b) Percentual de cobertura da população acompanhada pelos ACS


Para o cálculo deste percentual, são necessárias duas etapas:
1º cálculo:
Número de ACS para a população total = População total
400

21
2º cálculo:
nº de ACS existente x 100
Percentual de cobertura da população pelos
nº de ACS para a população total

Segundo a PNAB/2011, um ACS deve responsabilizar-se por 400 pessoas, podendo


ser no máximo 750 pessoas.

c) Percentual de cobertura da população por UBS sem Saúde da Família


Para o cálculo deste percentual, utilize a fórmula abaixo:
Percentual da população coberta pelas População cadastrada nas UBS sem saúde da família
UBS sem saúde da família = x 100
População total

O parâmetro proposto pelo Ministério da Saúde para a cobertura de pessoas por


UBS sem Saúde da Família, em grandes centros urbanos, é no máximo 18.000
habitantes, localizada dentro do território, garantindo os princípios e diretrizes da
Atenção Primária.

d) Percentual de cobertura da população acompanhada pelas EqSB


Para o cálculo deste percentual, são necessárias duas etapas:
1º cálculo:
população cadastrada nas EqSF x nº de EqSB
População coberta pelas EqSB
nº de EqSF

2º cálculo:
Percentual da população população coberta pelas EqSB x100
coberta pelas EqSB = População total

OBS: O cálculo do COAP é feito assim: somatório da CH dos dentistas x 3.000 x 100/população

Da mesma forma que no cálculo da cobertura das EqSF, deve-se considerar a


capacidade dessas equipes. Uma equipe deve responsabilizar-se por no máximo
4.000 pessoas, sendo a média recomendado de 3.000 pessoas.

22
e) Número máximo de equipes de NASF ao qual o município pode fazer jus
Número de equipes de NASF 1 = Número de equipes de saúde da família
5

MODALIDADES DE NASF

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, cujo objetivo é apoiar as equipes de


Saúde da Família/e ou equipes de Atenção Básica para populações específicas,
qualificando e ampliando o escopo das ações e serviços ofertados à população adstrita,
podem ser organizados e vinculados da seguinte forma:
Modalidade Apoia Mínimo (EqSF) Apoia Máximo (EqSF) C.H. Mínima semanal
NASF 1 5 9 200
NASF 2 3 4 120
NASF 3 1 2 80

A implantação de mais de uma modalidade (NASF 1, NASF 2 e NASF 3) de forma concomitante


nos municípios e no Distrito Federal NÃO receberá incentivo financeiro federal.
O número máximo de NASF aos quais o município pode fazer jus para recebimento de
recursos financeiros específicos, será calculado dividindo-se o número de total de EqSF do
município, pelo número mínimo de equipes às quais ele poderá ser vinculado, dentro da sua
modalidade (NASF 1= EqSF /5, NASF2= EqSF /3 e NASF= EqSF 3 /1).

e) Transcreva os resultados para a matriz 1 e faça uma análise da APS no município de Boa
Fé, em termos de cobertura.

MATRIZ 1
COBERTURA %
Cobertura da população pela Estratégia de Saúde da Família
Cobertura da população acompanhada pelos ACS
Cobertura da população por UBS sem saúde da família
Cobertura da população acompanhada pelas Equipes de
Saúde Bucal
Número de equipes de NASF
Fonte: SES/MG, 2008

23
SEGUNDO MOMENTO: Análise qualitativa da APS

Passo 4 - Para a análise qualitativa da APS no município de Boa Fé, utilizaremos as matrizes
propostas de verificação dos atributos da APS. Após reflexão e discussão sobre os itens de
verificação de cada matriz a seguir (2 a 8), o grupo deve responder e pontuar, com um valor
que varia de 0 a 3, atendendo ao que segue:

ANÁLISE PONTUAÇÃO
Se o grupo considerar que atende de forma ótima 3
Se o grupo considerar que atende parcialmente (razoavelmente
2
bem, mas insuficiente)
Se o grupo considerar que atende de forma incipiente 1
Se o grupo considerar que não atende 0

A matriz 2 deve ser preenchida pela equipe que trabalha na rede, envolvendo
gestores e prestadores de serviços. Orienta um diagnóstico aos gestores e
profissionais de saúde, e possibilita:
- Saber em que estágio encontra-se a Rede de Atenção à Saúde: fragmentada; em
estágio inicial; em estágio avançado ou integrada.
- Identificar áreas críticas de desempenho das RAS.
- Propor um Programa de Desenvolvimento Institucional e Clínico que fortaleça a RAS.

Passo 5 - Dê início à análise respondendo as matrizes a seguir. Procure elementos na


apresentação do município que justifiquem a pontuação dada a cada item de verificação das
matrizes. Nem todos os elementos necessários para análise estarão elencados na situação
apresentada. Cabe ao grupo, portanto, consensuar a resposta dos itens.

MATRIZ 2 – PRIMEIRO CONTATO


ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA
1. As UBS são porta de entrada dos
usuários para o sistema de serviços de
saúde no município.
2. As UBS são de fácil acesso para os
usuários residentes no território.
3. As UBS atendem em horários

24
adequados às necessidades dos usuários.
4. As UBS estão dimensionadas para
garantir a cobertura da população
residente no município.
5. O dimensionamento do nº de EqSF
está adequado para viabilizar a
cobertura da população, conforme
parâmetros preconizados pelo
Ministério da Saúde.
6. O dimensionamento do nº de ACS está
adequado para viabilizar a cobertura da
população, conforme parâmetros
preconizados pelo Ministério da Saúde .
7. Existe um processo de avaliação inicial
das necessidades dos usuários que
acessam as UBS para detecção dos casos
de risco e priorização do atendimento.
8. Existem critérios padronizados de
priorização de atendimento para os
casos de urgência /emergência.
9. Existem critérios padronizados de
captação precoce dos usuários para
atenção programada (ex.: atenção às
condições crônicas - hipertensos,
gestantes).
10. O agendamento na UBS é realizado
de modo a garantir o atendimento
necessário a cada usuário.
TOTAL

25
MATRIZ 3 – LONGITUDINALIDADE
ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA
1. As UBS estão estruturadas para
atender aos usuários em todos os ciclos
de vida da família: infância, adolescência,
vida adulta e velhice.
2. As UBS estão organizadas para
viabilizar a continuidade do cuidado aos
usuários com patologias e/ou condições
crônicas: gestantes; hipertensos;
diabéticos; tuberculose; hanseníase;
transtorno mental; HIV/Aids; cárie;
doença periodontal.
3. As equipes das UBS acompanham a
evolução clínica dos usuários portadores
de patologias/condições crônicas (ex:
hipertensos, diabéticos).
4. As UBS contam com protocolos
clínicos para o atendimento dos ciclos de
vida (criança, adolescentes, adultos e
idosos) e das principais patologias
crônicas (hipertensão, diabetes,
tuberculose, hanseníase, transtornos
mentais, DST, HIV, Aids, cárie, doença
periodontal etc.) e condições crônicas
(gestantes, idoso).
5. Os protocolos clínicos são utilizados
rotineiramente pelos profissionais das
UBS
6. Os profissionais das UBS contam com
um processo de educação permanente.
7. Cada equipe de saúde é responsável
por um número de usuários/famílias
residentes no território.
8. Existe vínculo entre a equipe da UBS e

26
os usuários/famílias residentes no
território de sua responsabilidade.
TOTAL

MATRIZ 4 – INTEGRALIDADE

ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA


1. As UBS viabilizam aos usuários os
exames laboratoriais quando necessário,
no tempo adequado.
2. Os profissionais das UBS dispõem de
critérios definidos para a solicitação de
exames de apoio diagnóstico.
3. Os profissionais da UBS têm o retorno
do resultado dos exames laboratoriais
no tempo adequado.
4. A UBS viabiliza aos usuários consultas
especializadas quando necessário, no
tempo adequado.
5. Os profissionais da UBS dispõem de
critérios definidos para a solicitação de
consultas especializadas.
6. Os profissionais da UBS têm o retorno
das informações da consulta
especializada de forma adequada, para
viabilizar a continuidade do cuidado ao
usuário.
7. A UBS viabiliza aos usuários
internamentos quando necessário, no
tempo adequado.
8. Os profissionais da UBS dispõem de
critérios definidos para a solicitação de
internamentos hospitalares.
9. Os profissionais da UBS têm o retorno
das informações referentes aos
internamentos, de forma adequada, para

27
viabilizar a continuidade do cuidado ao
usuário.
10. Os profissionais da UBS dispõem de
critérios definidos para a prescrição de
medicamentos de uso contínuo para
usuários portadores de patologias
crônicas (ex.: medicamentos para
hipertensão, diabetes, tuberculose,
hanseníase, transtorno mental, entre
outras).
11. A UBS viabiliza o acesso dos usuários
portadores de patologias crônicas aos
medicamentos de uso contínuo, para
contribuir com a continuidade do
cuidado (Ex.: medicamentos para
hipertensão, diabetes, tuberculose,
hanseníase, transtorno mental, entre
outras).
TOTAL

MATRIZ 5 – COORDENAÇÃO

ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA


1. As UBS têm prontuário para registro
das informações do atendimento
prestado, pela equipe multiprofissional,
ao usuário.
2. Os profissionais das UBS preenchem o
prontuário adequadamente.
3. O prontuário é arquivado
adequadamente de forma a garantir a
segurança e o sigilo das informações
nele contidas.
4. A SMS conta com comissão de revisão
de prontuário.
5. Os profissionais da UBS preenchem

28
adequadamente os instrumentos
destinados aos usuários como, por
exemplo, o cartão da gestante e da
criança, entre outros.
6. A UBS conta com um sistema de
informação adequado às necessidades da
equipe de saúde, capaz de disponibilizar
informações clínicas, epidemiológicas e
gerenciais no tempo adequado.
7. Os profissionais das UBS alimentam os
sistemas de informação do Ministério da
Saúde de forma adequada e nos prazos
estabelecidos. Ex.: Sistema de
Informação da Atenção Básica (SIAB) ou
e-SUS Sistema de Informação
Ambulatorial (SIA/SUS), Sistema de
Acompanhamento do Programa de
Humanização no Pré-Natal e Nascimento
(SISPRENATAL), Sistema de Informações
sobre Agravos de Notificação (SINAN),
entre outros.
8. Os profissionais das UBS acessam os
relatórios dos sistemas de informação do
Ministério da Saúde. Ex.: SIAB ou e-SUS,
SIA/SUS, SINAN SISPRENATAL, entre
outros.
9. A SMS dispõe de mecanismos para que
as equipes de saúde realizem a
programação local adequada à
população adscrita e dispõe de recursos
disponíveis nas UBS.
10. A SMS dispõe de um mecanismo de
contratualização com as equipes de
saúde da UBS, mediante metas
pactuadas resultantes da programação

29
local.
11. A SMS realiza o monitoramento das
metas pactuadas na programação local.
TOTAL
MATRIZ 6 – CENTRALIDADE NA FAMÍLIA

ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA


1. A equipe de saúde realiza o cadastro
de todas as famílias residentes no
território.
2. A equipe realiza a classificação de
risco para as famílias residentes no
território de sua responsabilidade.
3. As equipes das UBS monitoram as
famílias de acordo com o grau de risco,
priorizando as de maior risco.
4. As equipes utilizam os instrumentos
de abordagem familiar (Ex.: genograma,
listagem de problemas familiares, firo,
practice, entre outros).
5. A equipe realiza ações de prevenção
de doenças/agravos de acordo com a
necessidade das famílias residentes no
território.
6. As equipes realizam ações de
educação em saúde voltada para as
famílias de usuários portadores de
patologias crônicas.
7. As equipes realizam visitas
domiciliares de acordo com a
necessidade das famílias residentes no
território.
8. As equipes dispõem de materiais de
educação em saúde, destinados aos
usuários/famílias.
TOTAL

30
MATRIZ 7 – ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA
ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA
1. As equipes de saúde identificam de
forma sistematizada e periódica as
necessidades de saúde da comunidade.
2. As equipes de saúde desenvolvem
ações de educação em saúde para a
comunidade.
3. As equipes desenvolvem ações de
prevenção de doenças/agravos para a
comunidade.
4. As UBS contam com conselho local de
saúde atuante.
5. O conselho local de saúde participa do
planejamento das ações desenvolvidas
pela equipe de saúde.
6. O conselho local de saúde participa do
monitoramento das ações realizadas
pela equipe de saúde.
TOTAL

MATRIZ 8 – COMPETÊNCIA CULTURAL


ITEM DE VERIFICAÇÃO PONTUAÇÃO JUSTIFICATIVA
1. As equipes de saúde possuem uma
relação horizontal com a população que
respeite as singularidades culturais e as
preferências das pessoas e das famílias.
TOTAL

Passo 6 - Após a pontuação dos itens, cada grupo deve somar todos os pontos e estabelecer o
percentual alcançado em relação à pontuação máxima estabelecida. Para tanto, transcreva a
pontuação obtida em cada uma das matrizes anteriores (2 a 8) para a matriz 9 e calcule o
percentual.

31
MATRIZ 9
PONTUAÇÃO PONTUAÇÃO PERCENTUAL
ATRIBUTOS
MÁXIMA ALCANÇADA ALCANÇADO
Primeiro contato
Longitudinalidade
Integralidade
Coordenação
Centralidade na
família
Orientação
comunitária
Competência
Cultural
TOTAL

Passo 7 - Baseado no quadro a seguir, faça a análise da capacidade do município de Boa Fé em


operar a Rede de Atenção à Saúde.
Interpretação do resultado final:
ESCORE INTERPRETAÇÃO
Incapacidade para operar a Rede de Atenção à Saúde (RAS) - sistema
0 a menos de 25%
fragmentado
Capacidade básica para operar a RAS – Rede de Atenção à Saúde
25% a menos de 50%
incipiente
Capacidade razoável para operar RAS – Rede de Atenção à Saúde
50% a menos de 75%
avançada
Capacidade ótima para operar a RAS – Rede integrada de Atenção à
75% a mais
Saúde.

Passo 8 - Nesse momento, o relator deve apresentar a sistematização da atividade ao grupo e os


facilitadores conduzirão uma discussão a partir dos pontos a seguir:
a) Diante das análises feitas (quantitativa e qualitativa), como o grupo avalia a situação
do município de Boa Fé?
b) Como a APS está organizada no município de Boa Fé?
c) Como se dá o processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família?

32
d) Como os princípios da APS estão sendo ofertados à população?

Passo 9 - Ao final, cada grupo deve fazer sua sistematização em plenária interna e, caso haja
alguma dúvida, o facilitador fará os devidos esclarecimentos.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
REFERÊNCIAS
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE MINAS GERAIS. Oficinas do plano diretor da atenção primária à
saúde. Belo Horizonte, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 110 p.: il. – (Série E. Legislação em Saúde).
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.355, de 10 de outubro de 2013. Altera a fórmula de cálculo do teto
máximo das Equipes de Saúde da Família.

2º DIA - MANHÃ

ATIVIDADE 7 – DINÂMICA DE AQUECIMENTO EM GRUPO

1 hora

DESCRIÇÃO:
1. O facilitador conduzirá uma dinâmica para acolher todos os participantes no início desse segundo
dia.
2. Participe ativamente e, ao final, expresse sua percepção sobre o momento vivenciado com os
colegas.

ATIVIDADE 08– TRABALHO EM GRUPO: PLANO DE FORTALECIMENTO DA


ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BOA FÉ

2 horas 30 min

DESCRIÇÃO:
Passo 1 – O grupo deve escolher novamente um coordenador e um relator. Registre aqui as pessoas
eleitas:
Coordenador:______________________________________________________________
Relator:___________________________________________________________________

33
Passo 2 – Baseado na análise da Atenção Primária à Saúde no município de Boa Fé, realizada na
atividade 6 (a análise quantitativa e qualitativa), o grupo deverá eleger os itens considerados
críticos, ou seja, aqueles que devem ser priorizados para enfrentamento, pois têm maior impacto no
sistema de saúde municipal.

Passo 3- Para priorização desses itens, propõem-se a análise quanto à: gravidade,


magnitude do problema e viabilidade para o seu enfrentamento (técnica, política,
administrativa e temporal). Após consenso, coloque os itens priorizados no quadro a
seguir:

PRIORIZAÇÃO DE ITENS CRÍTICOS

PRINCÍPIOS ITEM CRÍTICO

Primeiro contato

Longitudinalidade

Integralidade

Coordenação

Centralidade na
família
Orientação
comunitária

Competência cultural

Passo 4 - Priorizados os itens, o grupo deve agora proceder a uma nova escolha. Deve selecionar
dois princípios para, a partir destes, elaborar um plano de fortalecimento da Atenção Primária à
Saúde para o município de Boa Fé. Feita a escolha, o grupo deve elencar as principais causas dos
itens críticos, considerando que as intervenções propostas devem partir das causas para que sejam
efetivas.

34
PRINCÍPIOS ITEM CRÍTICO PRINCIPAIS CAUSAS

Passo 5 – Para elaboração do plano de fortalecimento, propõe-se a utilização da matriz do plano de


ação. A matriz traz para cada ação a metodologia proposta, os recursos necessários, os responsáveis,
as metas, o cronograma, as parcerias e as formas de avaliação. Veja a seguir:

MATRIZ DO PLANO DE AÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA APS NO MUNICÍPIO


DE BOA FÉ

PRINCÍPIO
ITEM CRÍTICO
AÇÃO PROPOSTA O que fazer

Onde fazer
METODOLOGIA Para quem fazer
Como fazer
RECURSOS Com que fazer
RESPONSÁVEIS Quem fará
METAS Quanto fazer
CRONOGRAMA Quando fazer
PARCERIAS Quem pode ajudar
AVALIAÇÃO Como avaliar

Passo 6 - Cada grupo deve preparar a sistematização das discussões para apresentação em
plenária.

2º DIA - TARDE

ATIVIDADE 09 – DINÂMICA DE AQUECIMENTO NOS GRUPOS

30 minutos
DESCRIÇÃO:
1. O facilitador conduzirá uma dinâmica para iniciar as atividades da tarde.

35
2. Participe ativamente e, ao final, expresse sua percepção sobre o momento vivenciado com os
colegas.
ATIVIDADE 10 – PLENÁRIA DO TRABALHO EM GRUPO: PLANO DE
FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE BOA FÉ

1 hora

DESCRIÇÃO:
1. O coordenador da plenária conduzirá as apresentações dos grupos, selecionando-os, conforme a
opção por princípios distintos para a elaboração do plano.
2. O cerne da discussão em plenária será focado nas semelhanças e diferenças entre as propostas,
bem como a viabilidade técnica, administrativas e política de sua implantação no município.

ATIVIDADE 11- VÍDEO : CENTRO DE SAÚDE DO SACO GRANDE- UMA HISTÓRIA


DE CONSTRUÇÃO DO SUS

15 MIN

ATIVIDADE 12– EXPOSIÇÃO DIALOGADA: A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

1 hora

DESCRIÇÃO:
Será realizada uma exposição sobre a construção social da Atenção Primária à Saúde, partindo
do princípio que se constitui uma estratégia complexa, altamente resolutiva, com capacidade
de coordenar as Redes de Atenção à Saúde e com responsabilidades claras, sanitárias e
econômicas, por sua população adstrita.

ATIVIDADE 13– ORIENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE DISPERSÃO DA OFICINA 2

20 minutos

36
A) PARA OS FACILITADORES DOS MUNICÍPIOS:

I- Realizar a análise quantitativa e qualitativa da Atenção Primária à Saúde em seu


município;
II- Elaborar um plano de ação para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no seu
município a partir dos problemas identificados na análise quantitativa e qualitativa.

B) PARA AS EQUIPES SAÚDE DA FAMÍLIA:

I) Realizar a análise qualitativa da Atenção Primária à Saúde em seu território;


II) Elaborar um plano de ação para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no seu
território a partir dos problemas identificados na análise qualitativa.

2. APRESENTAÇÃO DA DISPERSÃO

a- Para os facilitadores dos municípios:


Devem preparar uma apresentação do trabalho de dispersão (em Power Point) para o primeiro momento
da Oficina 3 e entregar o trabalho completo por escrito a coordenação do curso.

b- Para as Equipes Saúde da Família:


Cada equipe deve eleger um relator e preparar uma apresentação do trabalho de dispersão (em
Power Point, dramatização ou outra forma lúdica) para o primeiro momento da Oficina 3. No mes-
mo dia, a equipe deve entregar o trabalho completo por escrito à coordenação do curso no municí-
pio.

OBSERVAÇÃO: Entregar relatório da dispersão a gestão do município por escrito, de 10 a 15 dias


antes da próxima oficina, para que a gestão possa tomar conhecimento e as providências possíveis
de serem tomadas a curto, médio e longo prazo (dar resposta aos profissionais).

3- A GESTÃO MUNICIPAL DE SAÚDE COMPETE:


- Pactuar com os trabalhadores um prazo para entrega dos trabalhos à Secretaria Municipal de
Saúde (sugerimos 10 a 15 dias antes da próxima oficina);

37
- Realizar uma análise dos relatórios previamente;
- Identificar as principais problemáticas e dar retorno das providências para os profissionais.

AVALIAÇÃO DO MÓDULO

É chegada a hora de avaliar o Módulo. É muito importante termos a percepção de


cada participante sobre os dois dias de trabalho. Sua avaliação nos permite garantir
a manutenção das boas estratégias e a readequação daquelas que não conseguiram
atingir ou atingiram parcialmente os objetivos propostos. Obrigada por contribuir!

REFERÊNCIAS

CONASS. Atenção primária e promoção da saúde: para entender a gestão do SUS. Brasília,
2007. (Coleção Progestores)
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE MINAS GERAIS. Oficinas do plano diretor da
atenção primária à saúde. Belo Horizonte, 2008.

LEITURAS RECOMENDADAS

BUSS, P. M.; PELLEGRINI FILHO, Alberto. A saúde e seus determinantes sociais. PHYSIS: Rev.
Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, 2000.
POLÍTICA Nacional de Promoção à Saúde. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/PNPS2.pdf>.
LOPES, M. do S. V.; SARAIVA, K. R. de O.; FERNANDES, A. F. C.; XIMENES, L. B. Análise
do conceito de promoção da saúde. Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v. 19, n. 3, p. 461-8,
jul.-set. 2010.

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