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Cruz, 1997

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JOSE WRGILIO DE MATOS FIGUEIRA CRUZ
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ESTUDO TIIDROGEOLOGICO DA ILHA DO PICO


(AÇORES - PORTUGAL)

TESE DE DOUTORAMENTO NO RAMO DE GEOLOGIA


ESPECIALIDADE DB HIDROGEOLOGIA

ORIENTADOR:

PROFESSOR DOUTOR MANUEL OLIVEIRA DA SILVA


FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

UNTVERSIDADE DOS AçORES


DEPARTAMENTo DE cnocrÊ,xcrrr.s
PONTA DELGAI}A
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z-r i'víoiìuÕiõ
Ao José pedro
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(...) He esta Ilha não só múto braba. mas mui esteril e


falta de agoas, porque não tem Ribeiras nem fontas
pereÌÌnes, assim por seu ceíâo, como polla costa do mar:
todas as que tem (que sâo mútas) sâo de enchentes. que se
fazem da chúua, que descem dos altos seros que a Ilha
tem; Na villa das Lagens faz algiras agoadas ao maÍ que
com mare aazia tomão agoa doce e lauão a roupa. Abaixo
de nosso Conuento no mar arrebenta húa ribeira de tanta
agoa que em meia mare uazia ui eu estar os boys bebendo,
passando lhe a maré,. pollos focinhos, e boca, de modo que
ficauam metidos no mar, que uendo os parecia bebiam agoa
salgada, e pera me eu desenganar, fui por cima das pedras,
aonde elles estauam, e tomei a Lgoa na mesma maré, que o
mat fazia, na mão, e era tam doce que a bebj. H€ tantâ a
força da agoa doce, que faz recuar o mar, e o qu€ entra
conuerte em si, e assim que tomada mais a terra, aonde o
mar não chega, e ella faz poçâo he tam boa como agoa da
fonte.(...) - Frei Diogo das Chagas (1654?).

1n Espelho Cristalino em Jardim de Várias Flores.


A.T. Matos ed.. Ed. SREC/DRAC e UA 1989. Cap. 17,
Arto 3- fl. 593.
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INDICI

LISTA DE FIGURAS V
LISTA DE QUADROS )ilv
AGRADECIMENTOS XWI
RESUMO )o(
ABSTRACT )c(
1. TNTRODUÇÃO 1

1.1. Antecedentes 3

1.2. Caracterização Sócio-Económica 7

1.3. Trabalhos Realizados t2


2. GEOLOGIA t6
2.1. Lo cnlitação Geo gráfica t6
2.2. Enquadramento Tectónico 16

2.3. Sismicidade 23

2.3.1. Sismicidade Historica 24

2.3 .2. Sismicidade Instrumental 26

2.4. Vulcanismo 31

2.5. Geoquímica e Petrologia 33

2.6. Trabalhos Anteriores 34

2.6.1. Vulcanologia 34

2.6.2. Petrologia e Geoquímica 39

2.6.3. Geofisica 4T

2.7. VulcanoestratigraÍìa da ilha do Pico 41

2.7.1. Vulcão do Topo 43

2.7 .2. Vulcanismo Fissural 46

2.7 .3. Vulcanismo da Montanha do Pico 47

2.7 .4. Vulcanismo Historico 5l


3. GEOMORFOLOGIA 65
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3.1. Considerações Gereis


3.2. Uso do Solo
;,
3.3. Rede Hidrográfica
84
3.3. l.Densidade de Drenagem 84
3.3.2.Parãmetros Morfométricos da Rede de Drenasem 96
3.4. Morfologia da Faixa Litoral 106
4. CLIMATOLOGIA 110
4.1. Caracterização Genérica do Clima dos Açores 110
4.2. Cancterização Climática da trha do Pico 111

4.2.1. Precipitação 113

4.2.1.1. Colmatação de Lacunas de Dados 7t4


4.2.l.2.Correcção de Erros 118
4.2.1 .3 .T estes Estatísticos 12r
4.2.1 .4.Precipitação Média Anual 128
4.2.1 .5 . Análise da Precipitação 133

4.2.2.Temperatura 746
4.2.3 . Evapotranspiração 148

4.2.3 .1 . Evapotranspiração Potencial 149


4.2.3 .2. Evapotranspiração Real 151

4.2.4. Análise Climática 155

4.2.5. Balanço Hídrico ao Nível do Solo 160

4.2.6. Estimativa da Recarga Aquífera 179


HTDRODnVÂtr,UCA 184

5.1 Hidrogeologia de trhas Vulcânicas 184

5. 1. 1. Considerações Gerais 184

5.1.2. Elementos pÍLra um modelo conceptual 186

5.2. Caracterização Hidrodinâmica da trha do Pico 195

5.2.1. Sistema Aquífero de Base 196


5.2.1.1. Caracteruação dos Pontos de Agua 201

5 .2.1 .2. Enquadramento Piezometrico 209


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5 .2. i .3 . Farâmctrus Fii; cdirârnicos 217


5.2.1.4. Efeito de Mare
.JJ
5.2.1.4.1. Formulação do problema ??s
5.2.1.4.2. Apiicações .,
LAL
^a
6. HTDROGEOQTTÍMrCA
255
6.1. Considerações Gerais 255
6.2. C aracterização Hidrogeoq uímica 258
6.2. | .P arãmetros Físicos 258
6.2.l.1.Temperatura 258
6.2.1.2. Condutiüdade 261
6.2.1.3.Resíduo Seco 263
6.2.2.P aràmetros Químicos 265
6.2.2.1.pH 265
6.2.2.2. Alcúnidade 268
6.2.2.3. Dureza Total 277
6.2.2.4. Catiões 272
6.2.2.5. Aniões ?.93

6.2.2.6. Sílica 303


6.2.2.7 . Razões Entre Especies Dissolvidas 308
6.2.2.7 .1. r}/:g/rCa 310
6.2.2.7.2. rK/rNa 3t2
6.2.2.7.3. rNa/rCa e RNa/r(Ca+Mg) 314
6.2.2.7 .4. TCVTHCO: 317
6.2.2.7.5. rSO./rCl )LJ
6.2.2.8. Fácies Hidrogeoquímicas 32s
6.2.3. Equilíbrio Quimico 328
6.2.3.1. Índices de Saturação 328
6 2.3.2. Diagramas de Estabilidade Mineral 338
6.2.3.2.1. Numinosilicatos de Na 341
6.2.3 2.2. Aluminosilicatos de K 3L+!

6.2.3.2.3. Aluminosilicatos de Ca 342

III
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5.2.3 .2.4 .'ïi:mii::silicetc.s Cc Mg 1^.4


,'a.ï

6.2.4. Síntese dos Processos Mineralizadores .AÀ


)++
6.2.6.Intrusão Salina 361
6.2.6.1. Estado Actual 361
6.2.6.2. Proposta de Metodologia de Vigilância 364
6.2.7. Qualidade da Agua Para Uso Agrícola 367

6.2.8. Análise Multivariada 369


6.2.8.1. Aná'lise Grupal 369
6.2.8.2. Anáïse Factorial Modo-R 372
6.2.9. Isotopos Ambientais 380
6.2.9.1. Composição Isotopica das Aguas da Ilha do Pico 386
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAçÕES 391

7.1. Geologia 392


7.2. Geomorfologia 395
7.3. Climatologia 397

7.4. Hidrodinâmica 399

7.5. Hidrogeoquímica 401

7.6. Modelo Hidrogeológico 405

7.7. Recomendações 407

8. BIBLIOGRAFIA 409

IV
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LISTr!. DE FïGUB.AS

Fig. i.1 - Origem da âgua da rede de abastecimento público da ilha do Pico.


Fig.2.1 - Localização geogrâfr,ça do arquipelago dos Açores.
Fig. 2.2 - Configuração da Plataforma dos Açores limitada pela curva batimetrica dos 20OO

m (adaptado de Needham e Francheteau,1974).

Fig.2.3 - Modelo da Microplaca dos Açores (Fo4a2,1984).


Fig. 2.a - Principais estruturas tectónicas do arquipélago dos Açores.
Fig.2.5 - Padrão de anomalias magnéticas na região dos Açores (Searle, 1980).
Fig. 2.6 - Distribúção espacial dos epicentros para o período de Março de 1980 a

Dezembro de 1989 (retirado de Ì.{unes, 1991).


Fig.2.7 - Mapa de intensidades sísmicas do abalo de 7757 (retirado de Machado, 1949).
Fig. 2.8 - Mapa de isossistas do sismo de 1 de Janeiro de 1980 (retirado de Machado e

Silveir4 1982).
Fig.2.9 - Frequência anual dos sismos registados e sentidos no sector Faial - Pico - São

Jorge no período 1980/89 (retirado de Nunes, 1991).

Fig. 2.10 - Mapa de isossistas do sismo de 26 de Junho de 1989 (retirado de Machado et


al.,1997).
Fig.2.11 - Localizaçáo das erupções vulcânicas históricas (modificado de Weston, 1964 e
Queiroz et a1.,1995).
Fig.2.l2 -Mapavulcanológico simplificado da ilha do Pico.

Fig. 2.13 - Diagrama repÍesentativo dos coeficientes de aspecto das escoadas láücas
históricas da iiha do Pico,
Fig.2,14 - Representação gráfica das ta-ras de efusão média das erupções históricas do Pico
comparativamente com outros vulcões basálticos s./. (adaptado de Waiker, 1973).
Fig. 3.1 - Corte topográfico C-D.
Fig. 3.2 - Corte topográfico A-B.
Fig. 3.3 - Corte topográfico L-K.
Fig. 3.4 - Corte topográfico J-I.
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Flg. 3'5 Evoluçãc ;:-rcrfclcgica Cc do Pico {i:rcdiÊcadc de Chc..,elc.q i9g2i.


=stratclulcão
Fig' 3'6 - Esboço geomorfologico da ilha do Pico (modificado de Ferreira, 19g0); 1.- vale
encaixado; 2.'vale não encaixado; 3.-arriba viva; 4.-planalto; 5.-cones vulcânico
principais.

Fig.3.7 - Corte topográfico H-G.


Fig. 3.8 - Corte topográfico F-E.
Fig. 3.9 - Mapa expedito de deciives da ilha do Pico (valores em percentagens).
Fig. 3.10 - Mapa expedito de altitudes da ilha do Pico (valores em metros).
Fig. 3.11 - Distribuição de frequências das classes de altitude.
Fig. 3.12 - Distribuição de frequências das classes de declive.
Fig. 3.13 - Histograma das classes de uso do solo (dados de Madruga et al., 1976).
Fig. 3.14 - Ordenação dos segmentos da rede de drenagem (segundo Strahler, 1952).
Fig. 3.15 - Mapa de Densidade de Drenagem da ilha do Pico (valores em Km-l).
Fig. 3.16 - Distribuição de frequências dos valores de Dd total e Dd por segmentos de lu,2^
e 3u ordens.

Fig. 3.17 - Mapa de Densidade de Drenagem para os segmentos de lu ordem (valores em


Km-1).

Fig. 3.18 - Mapa de Densidade de Drenagem para os segmentos de 2" ordem (valores em
Km-t).
Fig. 3.19 - Mapa de Densidade de Drenagem para os segmentos de 3u ordem (valores em
Km-t).
Fig. 3.2O - Distribúção de frequências de alguns atributos das bacias hidrográficas.
Fig. 3.21- Relação entre a densidade de drenagem e o maior rio das bacias hidrográficas.
Fig. 3 .22 -Relação entre a area e o maior rio das bacias hidrográficas.
Fig. 3.23 - Relação entre o número de ordem dos segmentos de drenagem e o logaritmo do
número de segmentos, paÍa cálculo da razão de bifurcação.
Fig. 3.24 - Relação entre o número de ordem dos segmentos de drenagem e o logaritmo do
comprimento médio dos segmentos, para cáúculo darazão de comprimentos médios.
Fig. 3 .25 - Co*es topográficos da zona costeira-

Fig. 4.1 - Mapa de locúzação dos postos udométricos e da estação meteorologica


instalados na ilha do Pico.

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Ftg. 1.2 - curv-as de cupla acumulaçãs cas seies plu,ricrnctdcas.

Fig. a.3 - Curvas de dupla acumulação das séries pluüometricas (continuação).


Fig. 4.4 - variação da pluviosidade anual em função da altitude.
Fig.4 5 - Variação da precipitação anual na ilha do Pico relativamente à media e a60vo e
75Yo deste valor.

Fig. 4.6 - Variação da precipitação anual na ilha do Pico relativamente à media e a 600/o e
75%o deste valor (continuação).
Fig. 4.7 - Distribuição mensal da pluviosidade na ilha do Pico.
Fig. 4.8 - Distribuição mensal da pluviosidade na ilha do Pico (continuação).
Fig. 4.9 - Distribuição mensal da pluviosidade na ilha do Pico (continuação).
Fig. 4.10 - Esquema conceptual da evolução da nebulosidade na ilha do Pico (modificado de
Ferreira, 1981b).
Fig. 4.11 - Distribuição mensal da temperatuÍaÍraE.M. do Aeroporto do Pico.
Fig. 4.12 - Diagramas termo-pluviometricos de Gaussen.
Fig. 4.13 - Diagramas termo-pluviométricos de Gaussen (continuação).
Fig. 4.14 - Representação gráfica do balanço hídrico mensal ao nível do solo (P.U.
Madalena).
Fig. 4.75 - Representação gráfica do balanço hídrico mensal ao nível do solo @.U.
Bandeiras).
Fig. 4.16 - Representação gráfica do balanço hídrico mensal ao nível do solo @.M.
Aeroporto).
Fig.4.17 - Representação griifica do balanço hídrico mensal ao nível do solo (P.U. São

Roque).
Fig. 4.18 - Representação gríú,ca do balanço hidrico mensal ao nível do solo (P.U.
L.Capitão).
Fig. 4.19 - Representação gráfica do balanço hídrico mensal ao nível do solo(P.U.
L.Caiado).
Fig. 4.20 - Representação grâfrca do balanço hídrico mensal ao nível do solo (P.U L.Paúl).
Fig. 4.21- Distribuição mensal da escorrência nos postos udométricos de altitude.
Fig. 4.22 - Distribuição mensal da escorrência nos postos udométricos litorais.
Fig. 4.23 - Localização das nascentes onde se efectuou o balanço de cloretos.

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Fig 5.1 - Esquema hjdrogeologjco conceptual das ilha.s do Hawaii ímodifieado de


Macdonaid et al., 1 983).
Fig. 5.2 - Esquema hidrogeologico conceptual das ilhas da Polinesia Francesa (modificado
de Pouchan et a1.,198S).

Fig. 5'3 - Esquema hidrogeologico conceptual do vulcão do Piton de la Fournaise


(modificado de Violette et a1.,1997).
Fig' 5.a - Esquema hidrogeologico simplificado do maciço basaitico de Famaranailha de
Lanzarote, Canárias (modificado de Custodio e Llamas, 1993).
Fig. 5.5 - Esquema hidrogeologico simplificado das ilhas Canárias (modificado de Ecker.
1e76).
Fig. 5.6 - Mapa de localização dos furos de captação de água.
Fig. 5.7 - Distribuição de frequências absolutas da profundidade dos furos de captação.
Fig. 5.8 - Distribuição de frequências absolutas da altitude dos furos de captação.
Fig. 5.9 - Distribuição de frequências absolutas da distância ao mar dos furos de captação.
Fig. 5.10 - Relação entre a profundidade e a altitude e distância ao mar dos furos de
captação.

Fig. 5.11 - Mapa de localização dos poços de maré.


Fig. 5.12 - Distribuição de frequências absolutas da elevação do nível de água dos furos de
captação acima do NMAM.
Fig. 5.13 - Crradiente piezométrico aproximado da ilha do Pico.
Fig. 5.14 - Relação entre os aliúamentos estruturais e a elevação do nível de água dos furos
acima do NMAM.
Fig. 5.15 - Mapa do tecto do sistema aquífero de base.
Fig. 5.16 - Variação dos rebaixamentos durante o ensaio de bombeamento escalonado

realizado no furo das bicadas (Ref Fi0).


Fig. 5,17 - Ensaio de recuperação no furo da Criação Velha (Ref F11).
Fig. 5.18 - Distribuição de frequências absolutas dos valores estimados de transmissividade
na ilha do Pico.

Fig. 5.19 - Representação espacial dos valores estimados da transmissividade na ilha do


Pico.
Fig. 5.20 - Relação entre a transmissividade e a espessura captada nos furos.

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Fig^ 5.21 - C-rráfico comparativo da transmissiüdade no arquipélago dos AÇores.

F\9. 5.22 - Representação esquemática do fenómeno do efeito de maré (modificado de

Todd, 1980).
Fig. 5.23 - Mapa de localização dos ensaios de maré.
Fig. 5.24 - Distribuição de frequências absolutas dos valores estimados de difusividade
hidráulica.
Fìg. 5.25 - Relação entre a semiamplitude de osciiação do nível de água no aquífero e a

semiamplitude de oscilação da maré oceânica.


Fig. 5.26 - Relação entre a diftsiüdade hidráulica e a distância dos pontos de observação ao
mar.

Fig. 5.27 - Relação entre a difusividade hidráuüca calculada com o modelo de aquífero
semiconfinado e a distância dos pontos de observação ao mar.
Fig. 6.1 - Representação grátfrca da temperatura em função da mineralização das águas

(amostragens de Março e Setembro de 1996).


Fig. 6.2 - Distribuição dos valores de condutiüdade (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.3 - Distribuição dos valores de resíduo seco (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.4 - Relação entre as variáveis que traduzem a mineralização das águas (amostragem
de Setembro de 1996).
Fig. 6.5 - Representação esquemática da distribuição dos valores de pH nos sistemas

naturais e respectivos mecanismos de controle'


Fig. 6.6 - Distribuição dos valores de pH (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.7 - Relação entre a PCOz e o pH das águas (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.8 - Distribuição dos valores de alcalinidade (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.9 - Distribuição dos valores de dureza total (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.10 - Relação entre as concentrações em catiões maiores e a mineralização das águas
Íepresentada pela condutiüdade (amostragem de Setembro de 1996).

Fig. 6.11 - Distribuição da concentração dos catiões principais nas águas subterrâneas do
Pico (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.12 - Relação entre as concentrações em sodio e magnésio (amostragem de Setembro
de 1996).

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Fi,g. 6.13 - Relação entre as concentrações em sodio e cálcio (amostragem de Setembro de

1ee6).

Fig. 6 14 - Relação entre as concentrações em cálcio e magnésio (amostragem de Setembro


de 1996).
Fig.6.15 - Relação entre o teor em cálcio e bicarbonato (amostragem de Setembro de

1ee6).
Fig.6.16 - Relação entre o teor em sodio e bicarbonato (amostragem de Setembro de

1ee6).

Fig. 6.17 - Relação entre o teor em magnésio e bicarbonato (amostragem de Setembro de


1ee6).

Fig. 6.18 - Relação entre as concentrações em sódio e potássio (amostragem de Setembro


de 1e96).
Fig. 6.19 - Variação temporal da concentração dos aniões e catiões principais e da

condutiüdade na nascente do Landroal de Baixo.


Fig. 6.20 - Variação temporal da concentração dos aniões e catiões principais e da

condutividade na nascente de St.Amaro E.


Fig. 6.21 - Variação temporal da concentração dos aniões e catiões principais e da

condutiüdade no furo de captação da Silveira.


Fig.6.22 - Relação entre as concentrações relativas aos aniões principais s a minslalização
das águas representada pela condutiüdade (amostragem de Setembro de 1996).

Fig. 6.23 - Relação entre as concentrações ern sodio e cioreto (amostragem de Setembro de
1ee6).

Fig. 6.24 - Distribuição da concentração dos aniões principais nas águas subterrâneas do
Pico (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.25 - Relação entre as espécies anionicas cloreto e sulfato (amostragem de Setembro
de 1996).
Fig. 6.26 - Relação entre as concentrações em bicarbonato e sulfato (amostragem de
Setembro de 1996).
Fig. 6.27 - Relação entre as espécies anionicas cloreto e bicarbonato (amostragem de
Setembro de 1996).

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Fie. 6.28 - Distribuição da concentracão em SiOz nas águas subterrâneas do pico


(amostragem de Setembro de 1996),

Fig. 6.29 - Relação entre a espécie neutra HrsiO: em solução e alguns parâmetros fisicos e

químicos das águas (amosrragem de Setembro de 1996).

Fig' 6-30 - Relação entre a condutiüdade das águas e o valor da razão elementar rNIg/rCa
(amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.31 - Relação entre a razão rlírNa e a concentração em cloreto (amostragem de
Setembro de 1996).
Fig. 6.32 - Relação das razões rNa/rCa e rNa/r(Ca+Mg) com a mineralização das águas e a
concentração das espécies sodio e cálcio (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.33 - Relação da lazão TCVTHCQ corÌì a mineralização das águas e os valores dos
índices rIVrNa" rNa/rCa e rNa/r(Ca+Mg) (amostragem de Setembro de 1996).

Fig. 6.34 - Relação entre as razões TCVTHCOz e rMg/rCa (amostragem de Setembro de


1ee6).

Fig. 6.35 - Relação entre a razÀo TCVTHCOT € â concentração dos catiões maiores em
solução (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.36 - Relação do índice rSOn/rCt com a ntinqalização das aguas e o valor da razão
TCVTHCO: (amostragem de Setembro de 1996).

Fig. 6.37 - Diagrama de Piper relativo à projecção da composição química das águas
subterrâneas da ilha do Pico.

Fig. 6.38 - Variação da concentração em cloretos na água da chuva segundo um perfil


executado na costa N da ilha do Pico.
Fig. 6.39 - Representação gráfica da variação do Log(IS) relativo à calcite e à dolomite em
função da condutividade e pH das aguas.
Fig. 6.40 - Representação griúca da variação do Log(IS) relativo à forsterite e à faialite em
função da condutividade e pH das águas.
Fig. 6.41 - Representação grâfrca da variação do Log(IS) relativo ao diopsido e à

clinoenstatite em função da condutividade e pH das águas.


Fig. 6.42 - Representação gráfica da variação do Log(IS) relativo à microclina em função da
condutividade e oH das áruas.


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Fig 6.43 - Representação grâfrca da variação do Log(IS) relativo à albite e à anorrite em

função da condutividade e pH das águas.


Fig. 6.44 - Representação esquemática dum diagrama de estabilidade mineral tipo entre o
Log([Mn.yHD e o Log[ H.,SiO: ] , mostrando as relações entre as principais fases

minerais (modificado de LangmutÍ, 1997).


Fig. 6.45 - Diagramas de estabiüdade mineral dos aluminosilicatos de Na* e K-.
Fig. 6.46 - Diagramas de estabiüdade mineral dos aluminosiücatos de Ca2* e Mg'*.
Fig. 6.47 - Relação entre a concentração em cloretos e os teores nos elementos menores
estrôncio, brometo, boro e iodeto (amostragem de Setembro de 1996).
Fig. 6.48 - Relação entre os teores ern boro e lítio (amostragem de Setembro de 1996).
Fig.6.49 - Representação grâfica em Diagrama de Piper da composição química de uma
aÍnostra rçresentativa dos grupos I a fV (A - composição da água doce antes da
mistura).
Fig. 6.50 - Variação temporal da concentração de COz total da âgua da nascente mineral da
Silveira.
Fig. 6.51 - Comparação da composição química em termos de elementos maiores das águas
subterrâneas do Pico com a composição de outras águas não termais circulantes em

meio basáltico de outras ilhas dos Açores e diversas regiões insulares e continentais
do mundo; 1.-Paúl da Serra (ilha da Madeira), valor médio dos máximos observados
nos 3 grupos de nascentes (Nascimento, 1991);2.-ilha da Reunião, valor médio de
232 amostras (in JoirL 1991); 3.-Kilauea Volcano (ilha do Hawaii), valor médio de
60 amostras (Janik et al., 1o9$;4.-ilha de Santa Maria (Açores), valor medio de 31
amostras (Cru2, 1992);5.- Nordeste (ilha de São Miguel, Açores), valor medio de
24 amostras (Lobo, 1993); 6.-ilha de São Jorge (Açores), valor médio de 80

Írmostras (Lobo, 1993); 7.-zona neovulcânica do NE da Islândia (Islândia), valor


medio de26 amostrÍrs (Gslason e Eugster, 1987b); 8.-Snake River Group (E U.A);
valor medio de 698 amostras (Wood e Fernandez, 1988); 9.-Columbia River Basalt
Group (E.U.A.); vaior médio de 403 amostras (Wood e Fernandez, 1988),10.-Ilha
da Gran Canâna (Canarias); valor medio da zona hidrologica I (MOP/LTNESCO,
1975);Il.-Ilha da Gran CanáLria (Canárias); valor medio da zona hidrologica III
(MOP/LNESCO, re75).

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Fig. 6.52 - Evolução temporal das concentrações em cloreto nas águas subterrâneas
captadas nos furos de abastecimento.

Fig. 6.53 - Mapa de isocloretos na zona litoral da Montaúa do Pico.


Fig. 6.54 - Diagrama representativo da qualidade da âgua para uso agrícola (norma
Riverside).

Fig. 6.55 - Dendograma resultante da aplicação da anáüse grupal.


Fig. 6.56 - Representação gráfrca dos pesos dos vários atributos em cada factor.
Fig. 6.57 - Relação entre a concentÍação em cloretos e o peso de F1 nas várias amostras.
Fig. 6.58 - Relação entre a concentração em cloretos e o peso deF2 nas várias amostras.
Fig. 6.59 - Representação gráúca dos pesos dos vários factores no plano factorial FUf2.
Fig. 6.60 - Representação griú,ca dos pesos dos vários factores no plano factorial FUF3.
Fig. 6.61 - Relações gerais entre o õ18O e o õD nas águas natwais, evidenciando os

processo de salinização (modificado de Gonfiatini e Araguas, 1988).

Fig. 6.62 - Relação entre a composição isotopica em


ttO e a salinidade das águas,
mostrando os processo de salinizaçío (modificado de Gonfiatini e Araguas, 1988).

Fig. 6.63 - Relação entre o conteúdo em õttO e ôD nas águas subterrâneas da ilha do Pico.

Fig. 6.64 - Relação entre o conteúdo em õt8O e a mineralização das águas expressa pela
condutiüdade.
Fig. 6.65 - Relação entre o conteúdo em õtto e a concentração em cloretos,

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r,IsTA DE QUADRO.S

Quadro 2.1 - Sismos historicos mais violentos sentidos nos Açores (modificado de Nunes,
1991 e Correia et a1.,1992).
Quadro 2.2 - Comparação das principais unidades wlcanologicas da ilha do Pico
consideradas por diversos autores.
Quadro 2.3 - Resumo das principais características das erupções historicas (retirado de Cruz
et a|.,1995 e França et al., 1995b).
Quadro 2.4 - Atributos fisicos das erupções históricas da ilha do Pico (retirado de Crvz et
a|.,1995).
Quadro 2.5 - Cárlculo da üscosidade da lava emitida no decorrer da erupção historica de
Sta. Luzia (1718; retirado de Cruz et al.,1995).
Quadro 3.1 - Número de segmentos de linhas de água e respectivos comprimentos por bacia
hidrográfica.
Quadro 3.2 - Número de segmentos de liúas de água e respectivos comprimentos por bacia
hidrografi ca (continuação).
Quadro 3.3 - Parâmetros morfométricos da rede de drenagem.
Quadro 4.1 - Localização da estação meteorologSca e dos postos udometricos instalados na
ilha do Pico.
Quadro 4.2 -Yalores da precipitação atmosférica anual (1.974/75 a 1995/96) por completar
e conigir.
Quadro 4.3 - Matriz de correlações entre as séries udometricas registadas no Pico no
período 1974/75 a 1995196.
Quadro 4.4 -Equações de regressão linear utilizadss na colmatação de lacunas.
Quadro 4.5 - Series de precipitação atmosÍérica anual completadas e por conigir.
Quadro 4.6 - Series de precipitação atmosférica anual apos coÍrecção.
Quadro 4.7 - Resultados dos testes estatísticos aplicados às séries pluüometricas
completadas e corrigidas.
Quadro 4.8 - Valores médios de precipitação anual determinados na ilha do Pico no período
de 1974/75 a 1995196.
Quadro 4.9 - Diferenças entre os valores reais de precipitação anual media e os estimados
por regressão linear e multilinear.
Quadro 4.10 - Estimativas de evapotranspiração potenciai e real na ilha do Pico.
Quadro 4.11 - Classificação cümática segundo o esquema de Thornthwaite.
Quadro 4.12 - Resultados do balanço hídrico sequencial no P.U. da Madalena.

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Quadro 4.13 - Resultadcs dc balançc hidricc sequencir,! nr P T-I. das Bandelras


Quadro 4.74 - Resultados do baianço hídrico sequencial na E.M. do Aeroporto.
Quadro 4.15 - Resultados do balanço hídrico sequencial no P.U. de São Roque.
Quadro 4.16 - Resultados do balanço hídrico sequencial no P.U. da L.Capitão.
Quadro 4.17 - Resultados do balanço hídrico sequencial no P.U. da L.Caiado.
Quadro 4. i8 - Resultados do balanço hídrico sequencial no P.tJ. da L.Paúl.
Quadro 5.1 - Valores de permeabiüdade obtidos em diversos aquiferos basálticos,
mostrando a diversidade do meio vulcânico.
Quadro 5.2 - Carccterísticas técnicas dos furos de captação de água do Pico.
Quadro 5.3 - Características técnicas dos furos de captação de água do Pico (continuação).
Quadro 5.4 -Locali"ação e caracteÍtzação dos poços de maré da ilha do Pico.
Quadro 5.5 - Localização e caractewação dos poços de maré da ilha do Pico (continuação).
Quadro 5.6 - Medidas de nível freátiçq lsalizadas nos poços de mare.
Quadro 5.7 - Valores de transmissividade calçulados pelo metodo de Logan.
Quadro 5.8 - Valores de transmissiüdade calculados pelo metodo de Ogden.
Quadro 5.9 - Valores de transmissividade calculados a partir de ensaios de bombeamento
escalonados.
Quadro 5.10 - Características dos ensaios de maré efectuados na ilha do Pico.
Quadro 5.11 - Resultados do cálculo da difusiüdade hidráulica usando o modelo de
aquífero confinado.
Quadro 5.72 - Coeficientes de arm.venamento estimados a partir da diftsividade hidráuüca
e da transmissiüdade.
Quadro 5.13 - Resultados do cálculo da difusiüdade hidráulica usando o modelo de
aquífero semiconfinado.
Quadro 6.1 - Valores extremos e algumas estatísticas dos parâmetros fisicos das águas
zubterrâneas da ilha do Pico.
Quadro 6.2 - Yalores extremos e algumas estatísticas dos parâmetros químicos das águas
subterrâneas da ilha do Pico.
Quadro 6.3 - Valores extremos e algumas estatísticas dos catiões maiores presentes nas
águas subterrâneas da ilha do Pico.
Quadro 6.4 - Valores extremos e algumas estatísticas dos aniões maiores presentes nas
águas subterrâneas da ilha do Pico.
Quadro 6.5 - Valores extremos e algumas estatísticas da concentração em SiOz nas águas
subterrâneas da ilha do Pico.
Quadro 6.6 - Vaiores eKtremos e algumas estatísticas de algumas razões entre espécies
presentes nas águas subterrâneas da iiha do Pico.

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especiação Hidspec.

Quadro 6.8 - Índices de saturação relativos às fases minerais investigadas pelo programa de
especiação Hidspec (continuação).

Quadro 6.9 - Diferenças entre a composição química real e a calculada teoricamente


assumindo um modelo de mishrra conservativa.
Quadro 6.10 - Diferenças entre a composição química real e a calculada teoricamente
assumindo um modelo de mistura conservativa (continuação).
Quadro 6.11 - Diferenças entre a composição química real e a calculada teoricamente
assumindo um modelo de mistura conseryativa (continuação).
Quadro 6.12 - Valores estatísticos e máximos e mínimos dos principais aniões e catiões em
solução nas águas subterrâneas da ilha do Pico discriminados por grupos.
Quadro 6.13 -Matitz de correlações entre os atributos considerados na anáüse factorial.
Quadro 6.14 - Pesos das variáveis nos factores considerados na análise factorial.
Quadro 6.15 - Principais isótopos ambientais utilizados em hidrologia (modificado de Fritz e
Fontes, 1980).
Quadro 6.16 -Principais domínios de aplicação dos isotopos ambientais em hidrogeologia
(modificado de Fontes, 1980).
Quadro 6.17 - Resultados das análises isotópicas efectuadas em algumas amostras de água
subterrânea da ilha do Pico.

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AGRADECIMENTOS

Na concretização de tão almejado objectivo, mateializado


no presente estudo, um
grupo de indiüdualidades e instituições prestarÍÌm uma
significativa colaboração que,
evidentemente, se recoúece. Neste âmbito enaltecem-se
e agradecem-se os sezuintes
apoios:

Ao Professor Doutor Manuel oliveira da Silva" professor catedrático do


Departamento de Geologia da Faculdade de ciências
de Lisbo4 o inexcedível suporte dado
ao presente trabalho e a constante disponibilidade para esclarecer
qualquer questão
zuscitada durante o desenvolvimento do estudo. A confiança
depositada ao longo da minha
carreira académica" que tem nesta dissertação um dos
seus pontos altos, e a sua capacidade
cienúfica dinamizaram um excelente ambiente de trabalho,
ao qual se deve a conclusão desta
tese de doutoramento.

Ao Prof' Doutor Victor Hugo Fo4az, Professor Auxiliar do Departamento


de
Geociências da universidade dos Açores, o apoio constante
e as frutuosas discussões sobre
os aspectos rnrlcanológicos e geomorfológicos da ilha do pico,
que deram corpo a dois
capítulos desta tese que co-orientou.

À colega Df
zrlda França pelo estímulo contínuo à prossecussão deste
estudo, e
pelos apoios fornecidos no decorrer dos trabalhos
de campo e de gabinete. A leitura crítica
de parte do manuscrito, que conduziu a sugestões enriquecedoras,
e as discussões sobre a
wlcanologia da ilha do pico tambem foram muito importantes.

Ao colega Dr. João Carlos Nunes o apoio dado no decurso dos trabalhos
de campo
e os debates sobre a wlcanologia do Pico. A leitura crítica
do capítulo 2 tambem foi
importante para o autor.

Ao colega Dr. Paulo Borges a disponibilidade com que sempre acompanhou


as
tarefas empreendidas e a colaboração dada a alguns
aspectos da edição final da dissertacão.

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A colega Dr" Ìvlaria Rosário Carvalho o apoio concedido em alguns trabalhos de


cÍrmpo e de laboratorio.

Ao colega Dr- Rui Coutinho o apoio disponibilizado em algumas tarefas


laboratoriais, bem como a pronta colaboração na redacção do abstract e na resolucão de
aspectos logísticos.

Aos restantes colegas do D.G./U.A. o apoio manifestado ao longo da minha estadia


no departamento, na cefteza, de que todos têm consciência da magnitude da sua colaboração
neste estudo e de que a pluralidade enriquece o ambiente de trabalho departamental.

As anügas e actual direcções do D.G./U.A. pelo apoio dispensado paÍa aelaboração


desta dissertação, nomeadÍImente a resolução de problemas logisticos e formais.

A Universidade dos Açores, na pessoa do seu magnífico Reitor, todas as facüdades


concedidas, que contribuiram sisnificativamente para a conclusão deste trabalho.

A Câmara Municipal da Madalenq na pessoa do seu presidente, Eng. Henrique p.


Fariq e a todos os seus firncionários, a disponibilização dos arquivos da Autarquia e os
multiplos apoios concedidos aos trabalhos de campo, entre os quais se salienta a cedência de
uma üatura.

A Câmara Municipal de São Roque do Pico, na pessoa do seu presidente, Eng.


Manuel J. Costa, e a todos os seus funcionários, a disponibilização dos arquivos da
Autarquia e os múltiplos apoios concedidos aos trabalhos de campo, entre os quais se
salienta a cedência de uma viatura.

A Câmara Municipal das Lajes do Pico, na pessoa do seu presidente, Eng. Cláudio
Lopes, e a todos os seus funcionários> a disponibilização dos arquivos da Autarquia e os
múltiplos apoios concedidos aos trabalhos de crÌmpo.

Aos Serviços de Desenvolümento Agrário do Pico, na pessoa do seu Director, Eng.


Ernesto Ferreira, a cedência de uma viatura durante algumas deslocações de trabalho à ilha
do Pico.

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Ao Tecnico Auxiliar do D.G./U.A. Rui Costa Mestre pela inexcedível dedicação a

todas as tarefas de que foi incumbido, desde as laboratoriais às relativas à edição desta

dissertação.

A todos os habitantes do Pico, na certeza de que a simpatia com que recebem na sua
ilha e um factor estimulante a queÍn, deslocado, tem de reaiizar trabalhos de campo.

Os trabaihos realizados nos anos de 1996 receberam um apoio financeiro mediante a

atribuição duma bolsa de Formação Acção 5.2 PEDRAA tr.

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RESTIMO

Realizou-se um estudo hidrogeológico na ilha do Pico, a mais recente do


arquipelago dos Açores, onde se individuaiizam quatro unidades vulcanoestratigráficas. A
actividade vulcânica historica traduz-se pela ocorrência de quatro erupções subaéreas,
reportadas desde o povoÍrmento do Pico.

A região ocidental da ilha é dominada pelo estratovulcão da Montaúa do Pico, que


coÍTesponde ao vulcão activo de maior altitude dos Açoresz com 2351 metros. A edificação
do imponente cone foi resultado de sucessivas erupções basálticas na cratera principal e em
cones wlcânicos secundários, e um dos traços característicos da parsagem são os extensos

campos de escoadas láücas pahoehoe relacionadas com as erupções wlcânicas mais


recentes. A idade estimada para esta estrutura e de 75000 anos.

A metade oriental da ilha é dominada por um sistema vulcânico fissural, que se


desenvolve ao longo de cerca de 27 Kr4 e é controlado por fracturas de orientação geral
WNW-ESE e W-E. Nesta zonç na região das Lajes e do Topo, localiza-se o vulcão do
Topo, que corresponde à estrutura vulcânica mais antiga da ilha, actualmente colapsada no
sector E e cujos materiais emitidos constituem uma sequência subaérea com cerca de 600 m

de espessura.

Do ponto de vista geomorfologico ocoÍTem duas regiões distintas, relacionadas

directamente com os aspectos vulcanologicos referidos, nomeadamente a Montaúa do

Pico, a W, e uma aplanação à cota aproximada de 800 rn, descendo em degraus para E. O
estudo quantitativo da rede de drenagern, mediante a elaboração de mapas de densidade de
drenagem e da caracteização morfométrica dos segmentos das linhas de água e das bacias

hidrográficas, possibilitou a aferição qualitativa da permeabilidade superficial das unidades


aflorantes.

A caracteruação climatologica fundamentou-se na determinação da precipitação e

temperaturas médias, bem como da evapotranspiração potencial e real. Apesar das

dificuldades inerentes à escassez de dados realizararn-se ainda balanços hídricos visando

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estrmar a esc.orrência. Na regão E da ilha estimou-se a rcoatga aquífera nelo balançc cle

cloretos e, indirectamente, atribuindo às litologias dominantes uma taxa de infiltração, o que


permitiu calcular valores semelhantes pelas duas aproximações.

A caracterização hidrodinâmica efectuada incidiu essencialmente no sistema aquífero


de base. As transmissividades estimadas são, no geral, elevadas, com um valor medio igual a

10059 mt/d, embora denotem uma grande variação. Comparativamente com outras ilhas dos
Açores constata-se que os valores das ilhas Graciosa e Pico são os mais elevados,
reflectindo a importância dos aquíferos basáIticos fissurados.

Estudou-se igualmente o efeito de mare nos aquíferos litorais, tendo-se calculado


uma difusiüdade hidráulica média de 6875 mtlmin. A elevada variabilidade observada nos
valores estimados realça a heterogeneidade do meio aquífero vulcânico.

A fácies predominante das águas analisadas é cloretada sódica, o que reflecte a

influência dos sais de origem marinha sobre a minerali,ação das águas subterrâneas, devido
quer ao fenomeno de intrusão marinha quer ao acarreio de sais na precipitação. Nas regiões

de altitude o processo de mineralizaç6o principal é a hidroüse de minerais siliçatados, mas


nas zonas litorais os seus efeitos são mascarados pela maior salinização das águas. Algumas

anáüses isotópicas efectuadas permitem confirmar o exposto e apoiar o modelo


hidrogeológico conceptual proposto.

Identificou-se um processo de contaminação de águas subterrâneas, resultante da


salinização dos aquíferos, o qual, nomeadamente pelos efeitos sobre a qualidade da âgua,
tem implicações sobre a exploração dos recursos hídricos subterrâneos da ilha.

ABSTRACT

An Hydrogeological study was developed at Pico Island, the youngest of Açores


Archipelago, where four volcanostratgraphic units were individualized. The historical

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volcanic activitv ccrnsists of four subaerial eruptions reported since the settlement of the
island.

The western region of the island is dominated by the Pico mountain stratovolcano,
with an altitude of 2351 meters, coÍresponding to the highest active volcano in Açores. The
edification of such an imposing cone was the result of successive basaitic eruptions on the
main crater and on secondary volcanic cones, that led to a peculiar landscape characterized
by vast fields of púoehoe lava flows. The estimated age for this structure is 75000 years.

The eastern part of the island is dominated by a fissural volcanic system developed
along 27 Km and controlled by fractures w-ith WNW-ESE and W-E trends. On this area, at
Lages and Topo regioq is located the Topo volcano that corresponds to the oldest volcanic
structure of the island, actually collapsed on the E sector and which emitted materials
constituting a zubaerial sequence about 600 m thick.

From a geomorphological point of üew there are two distina aÍeas directly related
with the above mentioned geological aspects, namely Pico Mountain on the W and a flat
area at an altitude of about 800 m descending in steps towards E. The quantitative study of
the drainage network, through the elaboration of drainage density maps and the
morphometric chaÍacterization of water line segments and hydrographic basins, enabled a
qualitative evaluation of the superficial permeability of the outcropping units.

The climatological characterization was based on the determination of rainfall and


average temperatures as well as on real and potential evapotranspiration. In spite of the
difficulties inherent to the lack of data, hydrological balances were realized in order to
estimate the total flow. On the E region of the island the aquifer recharge was estimated
through clúoride balance and, indirectly, by attributing to dominant lithologies an infiltration
rate, allowing the calculation of similar values using the two approximations.

The hydrodynamic characterization performed addressed mainly to the basal aquifer.


Calculated transmissivities are generally high, with an average value of 10059 mtld,
although showing a broad variation. Comparing these values with those of other isiands of

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Açores we reallze that the values of Crraciosa ancl Pico are higher. brineing to evidence the
importance of fussured basaltic aquifers.

Tidal effect on coastal aquifers was also studied and calculations led to an average
hydraulic diffiisivity of 6875 mtlmio. The high variability observed on estimated values
stresses the heterogeneity of volcanic aquifers environment.

The predominant facies of the analyzed waters is sodium-chloride which reflects the
influence of sea salts on the mineralization of groundwater due to either salt water intrusion
or carried by rain. On higher regions the major mineralization process is the hydrolysis of
silica rich minerals but on coastal areÍÌs it's effects are masked by higher water salinization.
Some isotopic analysis performed allow the confirmation of the above mentioned and

support the hydrogeological conceptual model proposed.

The identification of one process of groundwater contamination due to the aquifers


salinization has serious implications on the exploitation of the island groundwater, namely
by it's effect on water quality.

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I. INTRODTICÃO

A importância dos recursos hídricos e de primordial relevo nos ambientes insulares


que, devido ao seu pecuüar enquadramento fisico, denotam maior fraeilidade ambiental
relativamente ao s continentes.

A gestão correcta dos recuÍsos existentes é, neste contexto, determinante,


permitindo o seu adequado desenvolvimento nunca ignorando, contudo, que o binómro
quantidadeiqualidade deve estÍIr na base da formulação de qualquer medida a efectuar.

Não obstante o reconhecimento unânime do papel socio-económico da âgoa na


melhoria das condições de üda da população, e as suas implicações ambientais, os recursos
hídricos zubterrâneos dos Açores estão zubmetidos a uma pressão crescente. Com efeito, as

águas zubterrâneas do arquipélago dos Açores suportam quase todo o sistema de


abastecimento público, constituindo desta forma não só um factor de desenvolvimento
humano, mas também suporte imprescindível das actiüdades antrópicas cruciais para o
desenvolvimento regional, como a agricultura e o turismo.

A ilha do Pico enquadra-se neste panoram4 pois actualmente o abastecimento


público a partir dos recursos hídricos zubterrâneos abrange de 83.9Yo da população, contra
7.0yo abastecidos a partir de uma origem mista e 9.lo/o a partir de águas superficiais (Fig.
1. 1).

O abastecimento público a partir das aguas subterrâneas na ilha do Pico e cerca de


98317 m'lmês. Com efeito, a Câmara Municipal das Lajes do Pico fornece cerca de 58987
m'/mês, a Câmara da Madalena 2067o m'lmês e a Câmara de São Roqu e 18720 m'/mês,
valor que não inclui os caudais extraídos das nascentes de attitude por falta de dados. A
captação da águas superficiais na Lagoa do Caiado 1s1alizv 3060 mt/mês, o que
coÍïesponde a 16.35Yo do fornecimento do concelho e 3.179/o do total da ilha.

Atendendo às peculiares condições geológicas da ilha do Pico a infiltração da


precipitação útil é muito substancial, o que se traduz numa rede de drenagem supeúcial
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com firncionarnento torrencial Por orrtro la.clo o nírnnero de nascentes nas znnas altas da ilha
é diminuto, e geralmente correspondem a exsurgências de fraco caudal, o que desde sempre

condicionou o desenvolvimento dos recursos hídricos subterrâneos à zona litoral, onde o


custo de peúrração de captações tubulares é mais reduzido.

Organi?ação Administratina

Rlcirra iilr lWcir

t--l Oriçm srútBrrânpa


l-1 Origem sr4rerficial
ffil Origemmista

Fig. l.f - Origem daâgua da rede de abastecimento público da ilha do Pico

Tradicionalmente as populações da ilha recoÍreram à perfuração de poços de mare


de pequeno diâmetro e profundidade, onde captavam águas muito mineralizadas e sujeitas a

variações de nível com a flutuação da maré oceânica. A complementar estas obras os


habitantes do Pico recorriam às cisternas construídas junto das suas habitações, onde
colectavam a âguada chuva.

Em virtude do penoso acesso à âgta foram iniciadas na década de 50 as obras


conducentes à implantação dos primeiros sistemas de adução de água, para o que se
Íealizvç41n alguns furos de captação.
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O número de furos tem vindo a crescer- acompaúando a melhoria acentuada dos


sisternas de abastecimento de água" e so na década de noventa foram construídas sete novas

captações. Em consequência deste facto os meios de captação tradicionais estão hoje


praticamente abandonado s.

Apesar dos projectos implementados nas últimas décadas o último recenseamento


geral da habitação, efectuado em 1991 (INE, 1991), permite caraçtenzar as deficiências do
sistema de abastecimento de agua da ilha do Pico. Salvaguardando eventuais melhorias
entretanto efecruadas, podemos concluir que o concelho da Madalena eÍa aquele que
apresentava a tora de cobertura mais frac4 pois unicamente 55.7Yo das habitações possuíam

âgua canaüzada e, destes edificios apenas 69.6% dos alojamentos tinham água proveniente

da rede púbüca. A freguesia de São Caetano inclusivÍrmente não recebia qualquer âgua da

rede de abastecimento público.

A situação nos restantes concelhos era melhor, em virtude de respectivamente


74.0yo e 87.90Á dos edificios terem âgoa catalizada nas Lajes do Pico e em São Roque. Os

totais de alojamentos com água da rede pública eram bastante próximos, da ordem de
9}.6yo e 92.2%o respectivamente. Não obstante as melhores coberturas destes concelhos,
salienta-se que a freguesia da Calheta do Nesqurrì, do concelho das Lajes do Pico, não

recebia íryua da rede pública.

1.1. Antecedentes

O acentuado desenvolvimento dos recursos hídricos subterrâneos, base da melhoria


do abastecimento publico, assentou essencialmente em estudos pontuais, carecendo de uma
anáIse global. Ressalta, assirn, a necessidade de elaboração dum estudo mais aprofundado,
dando ênfase aos aspectos quantitativos e qualitativos.

A escassa bibliografia hiúogeologica eústente sobre o Pico acentua a necessidade

deste esfudo, atendendo a que as referências existentes, na sua grande maioria, distinguem-
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se pelo seu carácter ponfüal ou apÍesentam eenericamente os problemas desta ilha inserirjos

em estudos ao nível do arquipélago, o que por vezes limita a profundidade da análise.

As primeiras referências a aspectos hidrogeologicos da ilha do Pico devem-se a

Machado (1953, 1956) e versam unicamente sobre o problema da temperatura da âgua


exsurgente na localmente designada água mineral da Silveirat. A classificação de água
mineral foi consagrada na üteratura desde o trabalho analítico de C.Lepierre mas, as

propriedades terapêuticas popularmente referidas não estão comprovadas, o que e


imprescindível para a atribuição daquela designação ao abrigo de Decreto-Lei 90/90 de 16
de Março.

Zbyszewst't et al. (1962, 19634 1963b) alem de retomarem o tema anterior,


apresentam algumas esparsas considerações sobre as águas subterrâneas da ilha do Pico, no

âmbito das quais indicam os caudais obtidos nas captações ate então perfuradas. Estes
autores são os primeiros a refeú-se à lentícula de rígua doce, sobreposta à água salgad4
discutindo em função deste modelo os efeitos sobre a qualidade da águ4 bem como a
existência de poços de maré e nascentes ao nível do mar. Importa referir que estas

exsurgências já tinham sido referidas nas primeiras descrições da ilha, realizadas no século
XVI por Gaspar Fructuoso (1978), como oportunamente será abordado.

A contribuição de Paradela (1974a 1980a, 1980b) resulta essencialmente do


inventário alargado das características das nascentes e furos de pesquisa e captação

existentes nos Açores. Nestes trabalhos e discutida pela primeira vez a relação entÍe as
características das formações vulcânicas que constifuem as ilhas e a circulação e ocorrência
das águas subterrâneas.

O modelo conceptual adoptado preszupõe um sistema de altitude, representado


pelas nascentes a cotas elevadas, e um sistema de base, coÍTespondente a uma lentícula de

água doce sobrenadando a água salgada.

I A nascente
da Silveira ou do Calhau é captada no firndo dum poço de mare desde 194 l, e a sìur água foi
utilizada para mütiplos fins, nomeadamente aplicações terapêuticas para a diabetes e outras patologias @.
Avila. O Dever, 81(3923), 1996.
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condições técnicas dos furos de pesquisa e captação executados à data nos Açores e,
consequentemenre, no Pico. A acompanhar esta descrição, e nomeadamente no caso

vertente desta ilha, é descrita a vaiação de niveis acompanhando a flutuação das marés
oceânicas, embora sem qualquer aproveitamento quantitativo, bem como o comportamento

da qualidade da água com o bombeamento-

paradela (lg74b) apresenta ainda um estudo de prospecção geoelectrica reúzado

nas ilhas do pico e da Graciosa" em que tentou correlacionar os resultados obtidos no


decurso de sondagens geoeléctricas com os dados geologicos decorrentes da perfuração de
furos de captação. O autor úsava desenvolver um método expedito para descortinar áreas
onde fosse possível captar agta ao nível do mar, mas sem contaminação por sais de origem

marinha. Contudo, nesta publicação é referida a necessidade de estudar mais exemplos para
poder extrair um comportamento característico apücável em trabalhos de pesquisa" não
tendo obtido no pico qualquer relação entre as formações wlcânicas atravessadas pelas
perfurações e Írs resistiüdades aparentes mesuradas'

Em várias contribúções de Paradela (19S0q 1980b) são referidas cerca de 33


exsurgências, das quais gL.Byo se situariam no concelho das Lajes do Pico. No decorrer dos

trabalhos de campo do presente estudo foi impossível identificÍr a grande maioria destas
nascentes, nem obter qualquer informação acerca da sua ocorrência, pelo que se
presume

que este número está sobreavaliado. De qualquer forma a preponderância das nascentes na

metade orientai da ilha é explicável pelas condicionantes geologicas e morfologicas locais,


que pÍoporcionam a ocorrência de níveis impermeáveis em altitude a condicionar a

circulação das águas subterrâneas.

Demande et al. (1982a), num relatório submetido ao governo regional dos Açores,
reportam alguns trabalhos hidrogeoquímicos desenvolúdos no Pico e no Faial, e
relacionados com a prospecção geotérmica em curso naquelas ilhas. Estes autores
amostraram junto ao litoral as nascentes da Silveira e de Santo Amaro, cujo quimismo
é

condicionado pela mistura com a água do mar, e a nascente do Landroal, em altitude. Com

base nos baixos teores em sílica" e na ausência de elementos em traço em solução' esta
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engina conchtirr qììe as temper"ahrra.s nrofundas eram bairas da order-n de 50"e n3 nas.1çnfq:

de Santo Amaro e 80oc na nascente da Silveira.

Um dos topicos de maior interesse neste relatório reside na divulgação dos primeiros
resultados isotopicos obtidos em águas da ilha do Pico. Correspondem a águas meteóricas,

com as águas mais pesadas no litoral, o que reflecte a mistura com a água do mar. Os
rezultados de trítio denotam o processo de mistura nas águas das nascerúes de Santo Amaro
e Silveirao embora o valor determinado para a nascente do Landroal seja interpretado como
resultado da idade da âgua ser superior a 25 anos, o que não nos parece ser possível
atendendo àrs condicionantes locais.

No que concerne à hidrogeologia da ilha do Pico o trabalho mais completo existente


à data consiste num relatório tecnico da firma A.Cavaco, Lda. entregue à Secretaria
Regional da Habitação e Obras Públicas (Mendonç4 1991), üsando definir locais paÍa a
eventual realização de pesquisas e captações de água zubterrânea. O autor traça um quadro
geral das condicionantes climáticas, geológicÍrs e geomorfologicas da ilha, bem como
realizou um inventário dos furos de captação existentes nos concelhos da Madalena e das
Lajes do Pico, incluindo uma breve çaÍasterrzâção da qualidade da íryua captada.

Mendonça (1991) definiu igualmente um modelo conceptual do funcionamento


hidrogeológico da ilha do Pico, que retoma em publicação posterior, embora esta última
tenha um carácter mais generalizado ao arquipélago dos Açores (Mendonçab 1992).

Esta última referência promove uma caÍastenzação geral da hidrogeologia dos


Açores, embora acentue os casos de estudo da ilha do Pico e da Terceira. Com base no
desenvolvimento do inventário de Paradela (1980a), o autor discorre sobre a irregular
distribúção espacial de nascentes e furos, bem como salienta a heterogeneidade das
condições hidrogeologicas dos meios vulcârúcos a partir dos caudais específicos e da

interpretação de alguns ensaios de maré.

Mendonça (1992) formula" igualmente, algumas considerações sobre a qualidade da


águq nomeadamente dos furos de captação, e sobre os recursos hídricos subterrâneos,
apontando para o Pico um valor da ordem de 600 x106 m3/ano.
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I.nhn (1qq?ì pr4çççferr e Ìlnn esÍÌ.rda fisien-qrrímieo e nnierchiclog"e das ág:as par:
consumo humano da Região Autonoma dos Açores incluindo, necessariamente, a ilha do
Pico. Neste estudo, que abrange amostras recolhidas em toda a rede de abastecimento às

populações, como torneiras, cisternas, furos, lagoas e nascentes, efectua-se ainda a

caracterização estatística dos resultados apurados.

Não obstante, Lobo (1993) não procede ao estudo dos processos mineralizadores
das águas zubterrâneas, restringndo as suas conclusões à apresentação dos resultados
anúticos de que dispuúa. A autora aconselha ainda o aproveitamento preferencial das
águas superficiais, em detrimento das águas subterrâneas, não tomando em liúa de conta a
diversidade fisica do arquipelago, que nalguns casos torna exíguos os recursos superficiais,

e ignora a vantagem inerente à capacidade reguladora dos Íecursos hídricos subterrâneos.

1.2. C aracterização Sócio-E conómica

O Pico, onde se desenvolve o presente trabalho, é a segunda maior ilha dos Açores.
Administrativamente encontra-se diüdida em três concelhos, nomeadamente o concelho da
Madalena, com as freguesias daMatnz, Bandeiras, Criação Velha, Candelári4 São Mateus
e São Caetano, o concelho de São Roque, abrangendo as freguesias de Santa Luà4 Santo
António, São Roque do Pico, Prainha e Santo Amaro e, por finL o concelho das Lajes do
Pico, a que pertencem as freguesias de São João, Lajes do Pico, Ribeiras, Calheta do
Nesquim e Piedade.

O início do povoamento da ilha do Pico deu-se no terceiro quartel do seculo XV, no


actual concelho das Lajes do Pico, e já em 1501 era dado o foral de vila às Lajes do Pico.
Posteriormente, em 7542 o lugar de São Roque do Pico recebeu esta dignidade, seguido em
1723 do lugar da Madalena.

O )iltr recenseamento geral da população (INE, 1991) quantificou a população do


Pico em 15202 habitantes, dos quais 5964 (39.2%) residiam no concelho da Madalena e
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556? /'ì6 60Á\ no coneelhn ç1.1s L.:.ies dn Pico O concelho de Sãa Roorre r!çr Piçp pessÌÌí3.

então unicamente 3675 habitantes (24.2%). A densidade populacional da ilha é muito baixa
(34 hab./I(m2) e a estrutura etária revela uma população envelhecida.

Segundo as preüsões do INE o número de habitantes no Pico em Dezembro de


1995 seria igual a 14990 residentes, e o decréscimo populacional tem sido uma constanre
nas últimas decadas.

Desde sempre o povoÍImento foi dificultado pelas agrestes condições fisicas do Pico
e, à imagem do sucedido noutras ilhas do arquipeiago, limitado à franja litoral, o que é

comprovado pela distribuição das vilas e lugares.

Morfologicamente a ilha tem um carácter assimétrico, com a zona ocidental


dominada pela Montanha do Pico, que corresponde a um imponente estratovulcão que
atinge os 2351m de altitude. O sector oriental da ilha e dominado por um sistema fissuraf
mm numerosos cones vulcânicos alinhados ao longo de fracturas, que definem o designado
Planalto da Achadg limitado a N e a S por vertentes muito declivosas que meÍgulham no
mar.

Esta aplanação desce gradualmente desde os 800 m de altitude até à extremidade


oriental da ilha e, na regpão das Lajes, é possível observar o contacto entre o sistema fissural
e o vulcão do Topo. Esta estrutura vulcânica coÍresponde ao vulcão mais antigo da ilha" e

aflora imediatamente para N e NE da vila das Lajes do Pico.

Grande paÍte dos agregados populacionais implantou-se sobre zonas aplanadas,


resultantes do espraiar terminal das escoadas láücas mais recentes da Montaúa e do
Sistema Fissural, o que se verifica em numerosos locais ao longo da periferia da ilha.

Outro factor de índole geologico característico do Pico resulta do carácter recente


de grande parte das formações vulcânicas aÍlorantes da ilha. Com efeito, no sector ocidental

da ilhq as formações vulcânicas da Montanha constituídas essencialmente por uma sucessão

de escoadas lávicas basálticas s./. de Lipo aa e pahoehoe, afloram directamente sem qualquer

tipo de solo de cobern-rra" o que lhe confere uma grande permeabilidade superficial e

possibilita a ocorrência de taxas de infiltração muito elevadas. A juventude deste vulcão é


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vulcânicas terem ocorrido em 1718, em Santa Luna e em São João, e em I 720 na Silveira.

Na metade E da iiha as formações vulcânicas são globalmente mais antigas e a


ocorrência de solos, do tipo andossolo, é mais frequente. Não obstante, nos locais onde
ocoÍTerÍÌm ou a erupção historica de 1562/64, que formou o mistério da Praiúa" ou
erupções muito recentes, como a do Cabeço da Hera" do Châ do Pelado e do Cabeço de

São Mateus, o aspecto do terreno é semelhante ao observado na Montanha.

Os recursos hídricos reflectem estas condicionantes, Qü€ se expressam desde logo


pela drenagem superficial praticamente inexistente na Montanha do Pico. Ao invés, no
sector oriental desenvolvem-se numerosas linhas de água que, como no resto da ilha"
apresentam um carácter torrencial. Este contraste é comprovado pela densidade de
drenagern, que só na região oriental da ilha atinge valores superiores a 4 Km-r.

Em face da elevada precipitação registada na ilha do Pico, especialmente nas zonas


de altitude como verificado nos postos udométricos instalados no topo do Planalto da
Achadq é de crer que uma parte muito significativa da precipitação útil se infiltre
proporcionando um grande volume de recursos aquíferos exploráveis.

Contudo, o acesso directo a estes recursos por parte das populações é dificil, pois
praticamente não existem exsurgências, que se concentram na metade E da ilha e
invariavelmente apresentÍìm caudais fracos, o que implicou a utilização de outras
tecnologias de exploração através da execução de furos profundos. Eüdentemente que esta
prática de desenvolvimento dos recursos hídricos acarreta riscos numa ilha, que se prendem
com a eventuai ocorrência de intrusão salina.

As ücissitudes geológicas e geomorfologicas tiverarq iguaimente, uo papel


determinante na actiüdade económica, condicionando decisivamente as actividades
humanas, o que é particularmente relevante no caso da agriculfura.

As actividades economicas do sector primario são as preponderantes na iiha do Pico,


o que é comprovado pela elevada percentagem da população activa da ilha que trabalha
nesta área. No censo de 1981 cerca de 48.70Á da população activa exercia actividade no
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(3r.s%)

No concelho das Lajes do Pico 55.6yo da população trabalhava no sector primário,


enquanto nos concelhos da Madalena e de São Roque estes valores desciam para 47.5Yo e

40.5% respectivamente. A principal actividade deste sector corresponde à agricultura e


pecuária observartdo-se, nestes últimos anos, um aumento da área de pastagem. A má
qualidade média das pastagens condiciona o baixo número de cabeças de gado por ha (1.5
c.g./ha), um dos mais baixos da região autónoma e menor que o relativo ao total açoriano
(2.5 c.g.ha).

No último recenseamento geral agrícola (INE, 1989) apurou-se que a superficie


agrícola glilizada era igual a 17578 hq e este espaço e diüdido essencialmente entre prados
e pastagens permanentes (85.3%o), tena arâvel (6.9%o), culturas permanentes (7.4%) e horta
familiar (0.4%). A percentagem de SAU ocupada pelas pastagens é semelhante ao valor
global dos Açores (84.9Yo), enquanto a ârea das terras aráveis é menor que o total da região

autónoma (10.6%). A área media das explorações agrícolas é igual a7.9 h4 ocupando cerca
de 64.2Yo da área total da ilha.

As culturas permanentes coÍïespondem predominantemente aos produtos Êutícolas,


enquanto as terras aráveis são ocupadas por uma agricultura intensiva em regime de
sequeiro. Em 1989 Írs culturas forrageiras correspondiam a 56.10/o das culturas temporárias,
seguidas dos cereais para grão (33.5Yo), dabatata (7 .6%) e dos legumes para grão (2.8%).

As actiüdades agrícolas concentram-se essencialmente nas zonas onde o substracto


geologico e constituído por piroclastos, como na arca a SSE da vila de São Roque do Pico.
Noutros locais é frequente observar-se que as populações explorÍriÌm piroclastos em cones
estromboliÍÌnos para criâr um substracto que suporte culturas em pequenas fracções de
terreno.

A cultura tradicional das ünhas adoptou-se bem às áreas onde o substracto


geologico é constituído por escoadas lávicas, e onde o solo é inexistente, nomeadamente na
zona litoral das formações da Montanhq como por exemplo na costa N, entre o Cabrito e o

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ilha as vinhas são cultivadas nas áreas onde afloram as escoadas lávicas mais recentes, como
por exempio na Piedade. A vinha corresponde a 76.4yo do total relativo às culturas
permanentes apurado no Pico no decurso do recenseamento agrícola de i989, o que

equivale a cerca de 38.3Yo do valor açoriano.

Em todo o perímetro da Montaúa do Pico, bem como nalgumas zonas do sector


oriental da ilhE existem áreas extensas ocupadas por matas e florestas. Estas zonaq
especialmente as matas, relacionam-se essencialmente com zonas onde afloram directamente

as escoadas lávicas basálticas s./..

Os matos, que em 1988 ocupavam 3l.lyo da area da ilha" são compostos


essencialmente por vegetação natural, em parte primitiva" de faias, loureiros., cedros
(Juniperus brevifolia), incenso (Pinosporum undulatum) e urze (Erica azorica).

A área florestal é composta em grande paÍte por plantações de pinheiros (Pinus


pinaster), acácias (Acacia melanorylon) e criptoméria (Criptoméria japonica), que em
1988 ocupavarn, respectivamente, cerca de 43.7Yo, 43.7yo e l2.6Yo da área florestada total
(DREPÀ 1e88).

A pesca é a segunda actiüdade do sector primário mais desenvoMda no Pico. Em

1988 estavam registados 1209 pescadores, o que perfaza uma cota de 23.9Yo relativamente
ao total açoriano, tornando esta iiha a segunda mais relevante da região autónoma no que
concerne as actividades piscatórias.

O sector secundário é dominado pela indústria transformadora, com três importantes

unidades fabris conserveiras e de lacticínios instaladas, e a construção civil. Em 1981 cerca


de 19.9Yo da população activa das Lajes do Pico estava empregue neste sestor, enquanto
nos restantes concelhos este número era zuperior: 27.2%o no concelho de São Roque e

28.10Á no concelho da Madalena, percentagens ligeiramente superiores à média da região

autónoma que se situava nos 25.2Yo.

As actividades industriais, bem como o turismo que se encontra em franco


desenvolvimento e é uma das apostas estratégicas regionais, marcam bem a dependência da

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necessidade de efectuaÍ estudos que suportem o seu coffecto aproveitamento.

Comparativamente com a Região Autónoma dos Açores a peÍcentagem de


população empregue no sector terciário era menor. Com efeito, se nos Açores cerca de
43 .3% da população trabalhava neste sector em I 98 I , este valor descia para 24.4Yo e 24 .5Yo
nos concelhos da Madalena e das Lajes do Pico respectivamente. No concelho de São
Roque o número de activos empregues neste sector coÍrespondia a32.20Á do total.

Em qualquer dos casos a estrutuÍa produtiva é característica duma região em üas de


desenvolvimento, em que os sectores secundário e terciário vão assumindo importância
crescente.

1.3, Trabalhos Realizados

Apesar da relevância atribúda aos recursos hídricos subterrâneos do Pico como


suporte das actiüdades humanÍrs, uma das principais dificuldades com que se deparou foi a
ausência de dados básicos à consecução do trabalho.

Pretendia-se de início, fundamentalmente, caracterizar as potencialidades


hidrogeologicas regionais, num quadro compaÍativo com a vizinha ilha de São Jorge. No
entanto, dificuldades logísticas impediram a concretização de tal objectivo, cingindo-se este
estudo unicamente à ilha do Pico,

A cartografia vulcanologica existente não apresentava o grau de porrnenor


necessário à realìzação de estudos hidrogeológicos como este. Os documentos disponíveis

apresentavam escalas que variam entre 1:200000 e l:50000, pelo que apenas permitem
caractertzar os sistemas hidrogeologicos em grande, o que é ainda dificultado pelo grau de
heterogeneidade e anisotropia inerente a um meio vulcânico.

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porÍnenor, à escala 1:15000, que incluirá a definição de uma estatigrafr,a mais fina. Contudo,
este projecto, em que o autor se integr4 está ainda em fase de desenvolvimento, pelo que a

contribuição dos seus resultados não é decisiva para este esfudo, não se compadecendo com
prazos académicos.

Não obstante, os trabalhos já realizados permitem discriminar as principais unidades


vulcanológicas da ilha e alicerçar alguns conhecimentos anteriores.

O levantamento sistemáüco dos dados climatologicos relativos à ilha do Pico"


nomeadamente de precipitação e temperaturas, revelaram algumas deficiências de
funcionamento da rede de observação, constituída por uma estação meteorologica e seis
postos udométricos o que traúle- desde logo, uma densidade muito baixa (0.016 P U./I(m).
Na realidade foi impossível trabalhar séries de dados relativas a um período de observações
de trinta anos, pois as lacunas de informação erarn numerosas e por vezes comuns a quase

todos os pontos, o que impossibilitava a sua coLnatação. Por outro lado, o estabelecimento
de correlações a larga escala é também dificultada pela deficiente distribuição dos postos
udométricos existentes, a que acÍesce o natural efeito do relevo ügoroso da Montanha
sobre a distribuição climática.

Além da caractenzação do comportamento das variáveis climatológicas mais


importantes, no espaço e no tempo, quantificaÍam-se os balanços hídricos ao nível do solo.
Constata-se que nos postos udometricos de altitude ocoÍïem excedentes em água ao longo
de todo o ano, enquanto nos postos litorais a escorrência concentra-se essencialmente nos
meses de Novembro a Maio.

O inventário dos pontos de água foi uma tarefa dificultada pela escassa informação
arquivada pelas câmaras municipais. Com efeito, a documentação existente sobre os furos
mais antigos, reali'ados nas décadas de cinquenta e sessent4 e diminuta, e por vezes mesmo

inexistente como no caso dos furos do Cabo Branco, de São Mateus, da Mirateca e de
Santa Luza. Os relatórios referentes às maioria dos furos efectuados nos últimos anos pela

empresa Jqrdborsnir HF fornecem poucos dados, que por vezes são de dificil interpretação.

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caudais extraídos das captações, o que em alguns casos se revelou extremamente


complicado em face de informações contraditórias. Os dados relativos aos caudais das
nascentes captadas também são na prática inexistentes.

Uma conclusão imediata do inventário realizado é o facto da rede operativa


delineada paft a aquisição de dados de hidrodinâmica e hidroquímica apresentar uma baixa
densidade (0.08 p.a./Km2). O reduzido número de pontos de água Íeflecte as dificuldades de

captação das ríguas subterrâneas, e estes colTespondem a furos de captação camarários, a


nascentes e aos poços de maré. No que concerne aos poços considerarÍÌm-se apenas aqueles
que foi possível identificar em condições que permitissem executar trabalho, pois muitos
estão actualmente entulhados ou servem de vazadouros de esgotos e lixo.

A caractenzação hidrodinâmica assenta essencialmente no estudo do sistema


aquífero de base. Interpretaram-se, na medida do possível em ürnrde da escassez de dados
fiáveis, os rezultados dos ensaios de caudal efectuados nas captações pelas empresas
sondadoras, o que permitiu estimar a transmissiüdade nalguns pontos de água.

O estudo do efeito de mare foi outra vertente da caractertzação hidrodinâmica


efectuada no presente trabalho. A maioria dos furos de captação e os poços de mare
apresentam variações de nível em função da flutuação das marés oceânicas e, aproveitando

este fenómeno, realizarÍrm-se dezassete ensaios de maré üsando estimar a difusiüdade


hidráulica. Noutros locais, estimou-se a difusiüdade a partir de dados de amplitude
publicados.

A conjugação das transmissividades e das difusividades estimadas permitiu calcular


nalguns pontos o coeficiente de armazenamento. Os valores obtidos são característicos de
meios fracturados, o que é compatível com um meio enquadrante essencialmente formado
por uma zucessão de escoadas láücas basálticas s./..

O estudo hidrogeoquímico foi conduzido a partir de quatro amostragens periodicas


e consequentes análises químicas. Para efeitos de uma adequada caracter,zação

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recolha, efectuaÍam-se igualmente analises de elementos menores e em traço.

Os principais pÍocessos hidrogeoquímicos postos em evidência neste trabalho


consistem na hidroüse dos minerais silicatados e na contaminação poÍ sais de origem

mariúa. Este último processo resulta da intrusão salina em furos e poços de maré, e os

efeitos da mistura com a água do mÍIr são observados na composição química de numerosas
amostras.

ruo e Deutério estabelece-se uma breve


Com base na análise de isotopos estáveis de
cmactenzação destes parâÍnetros nas águas, relacionando-os com os principais processos
hidrogeoquimicos, nomeadamente a mistura com água do mar.

Finalmente, realça-se que a diversidade do tema, as dificuldades com que se deparou

na recolha de dados e a rratvÍezâ, do meio fisico de origem vulcânic4 intrinsecamente


heterogéneo e anisótropo, fazem do presente estudo não um trabalho definitivo mas, de
outro modo, uma contribuição que se pretende enriquecedora no âmbito do coúecimento
hidrogeologico da ilha do Pico e dos Açores em geral.

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2- GEOLOGIA

2.1. Localu;ação GeográÍica

O arquipélago dos Açores situa-se no Oceano Atlântico, desenvolvendo-se entre os


36'55TI e 39"43Ì.i de latitude e 24"46''W a 31"16'W de longitude. As nove ilhas, de
origem vulcânica, que constituem este arquipelago ocupiìm uma área total de 2333 KÍrf
,
dispondo-se ao longo de mais de 500 Km segundo uma direcção grosseiramente W'NW-
ESE.

Localizada entre os 38"22'54'Ti e 38"33'41'N de latitude e 28"01,44,N a 2g"32,


37"W de longitude, o Pico é a segunda maior ilha dos Açores, com 447 Km2 de area, e
juntamente com as ilhas do Faial, São Jorgg Graciosa e TerceiÍa consütui o grupo
Central
deste arquipélago (Fie. 2.1).

O grupo Central, como a sua designação indica, localiza-se entre o grupo Ocidental,
a W, formado pelas ilhas das Flores e do Corvo e o grupo Oriental, a SE, constituído pelas

ilhas de São Ìúzuel e Santa Maria.

2.2. Enquadramento Tectónico

O arquipelago dos Açores localiza-se junto da confluência tripla das placas


americana" eurasiática e africana. A proximidade deste ponto triplo conforma um
enquadramento geotectonico complexo, profusamente estudado e ainda sede de alguma
controvérsia científica ( Krause e Watkins, 1970, Machado et al., 1972, McKenzie,IgT2,
Laughton et al., 1972, Laughton e Whitmarsb, 1974, Searle, 1980, Udías, 1980, Ribeiro,
1982, Forjaz, 1984, Madeira e Ribeiro, lgg},Luís et al.,1994).

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Fig.2.l - Localizaçâo geogr:ífica do arquipelago dos Açores.

As ilhas dos grupos Central e Oriental elevam-se a partir da Plataforma dos Açores,
que corresponde a uma vasta área de forma triangular situada entre os 24"ïV e os 30"W e
longitude (I-aughton et al., 1972).

A Plataforma dos Açores, que pode ser definida pela curya batimetrica dos 2000 m
(Needham e Francheteau, 1974 in Queiroz, 1990), apresenta uma morfologia irregular,
reconhecida desde Thoulet (1898, in Machado, 7992; Fig. 2.2) e definida por cristas
elevadas a partir do fundo ou, inversamente, por fossas de origem tectonica. As elevações

emersas coÍTespondem às ilhas do arquipelago dos Açores e, quando imersas, definem


bancos cujas designações são conhecidas (D. João de Castro, Princesa Alice, Açor). Por
outro lado, os acidentes batimetricos do tipo fossa também exibem designações correntes,
como a bacia Ocidental da Gracios4 bacia da Gracios4 bacia Hirondelle do Norte. bacia
Hirondelle do Sul e bacia de São Mizuel.

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Fig. 2.2 - Configpração da Plataforma dos Açores limitada pela cuwa batimétrica dos 2000 m (adaptado de
Needham e Francheteau 1974).

São várias as estruturas tectónicas que afectam a Plataforma dos Açores, limitando a
denominada Microplaca dos Açores (Forjaz, 1984;Fig.2.3) e, atendendo à sua importância,

procederemos à breve caractenzação destes alinhamentos estruturais (Fig. 2.4).

A Plataforma dos Açores e limitada a W pela Crista Média Atlântica (CMA), que a

norte do ponto de latitude 38"50TI apresenta uma direcção N10"-20"8. Perto da latitude 39

"30TI a CMA e rejeitada cerca de 15 Km por acção da Zona de Fractura Norte dos Açores
(ZFNA) que, segundo Searle (1980), constituíu até à cerca de 6 Mq juntamente com a
CMA e o Rift da Terceira, a junção tripla dos Açores.

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A CMA corresponde a uma estrutura sismicamente activa. com mecanismos focais


característicos de um regime tectonico de tracção máxima perpendicular ao ruft e

compressão máxima vertical, o que sustenta a ocorrência de expansão crustal. Laughton e

Whitmarch (1974) consideram que a norte dos Açores a taxa de expansão e da ordem dos
1.7 cm/ano, enquanto a sul do arquipelago será cerca de 1.2 cm/ano.

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Fig.2.3 - Modelo da Microplaca dos Açores (Fodaz, 1984).

O ümite sul da Plataforma dos Açores coÍresponde à designada Zona de Fractura


Este dos Açores (ZFEA), cuja orientação geral é W-E. Esta estrutura de origem tectonica
desenvolve-se entre a CMA e o Estreito de Gbraltar, designando-se, igualmente, o seu

troço a E dos Açores como a Falha da Gloria.

A hipotese do troço mais ocidental da ZFF'A corresponder a uma fractura


sismicamente activa é postulada por alguns autores (Krause e Watkins, lg7o, Abdel-Monen

eí al., 1975), enquanto noutros trabalhos o comportamento assísmico desta estrutura é

referido (Laughton e Whitmarsh, 1974, Searle, 1980). Contudo, a Falha da Gloria e

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desligamento direito.

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Fig. 2.4 - Principais estruturas tectónicas do arquipelago dos Açores.

Machado (1959) reinterpretando os alinhamentos tectónicos Íeferidos por Agostinho


(1932, 1935), nomeadamente Graciosa - Terceira - São Miguel, São Jorge - São Miguel e

Faial - Pico - São Miguel, definiu o denominado Rift da Terceira (RT) Esta estrutura
tectonicq que apresenta uma orientação aproximada NW-SE, limita a NE a Microplaca dos
Açores, sendo delineada por uma sequência de fossas e de cristas submarinas na Plataforma
dos Açores. Com efeito, o RT prolonga-se desde a intersecção com a CMA
aproximadamente aos 39"N de latitude, passando pelas ilhas Graciosq Terceira e a parte

ocidental de São Miguel, até contactar a sul com a Falha da Gloria (Krause e Watkins.
1970, Laughton et al., 1972, Searle, 1980).

A existência de uma estrutura como o RT é compatível quer com os dados


paleomagnéticos, quer com o historial vulcânico dos Açores: das 33 erupções vulcânicas

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aliúamento.

Contudo Miranda et al. (1991) consideÍaÍn que o contraste entÍe as anomalias


magnéticas geradas pela CMA e peio RT é pouco evidente, bastando observar os padrões

cartografados (Searle, 1980; Fig. 2.5), o que poderá ser devido à baixa taxa de expansão
crustal e/ou à má qualidade dos dados.

Fig. 2.5 - hdrão de anomalias magnéticas na região dos Açores (Searle, 1980).

Segundo alguns autores, o RT coÍTesponde a uma estrutura com carácter distensivo


(Udías, i980, Udías et a|.,1986, Buforn et a|.,1988), com uma taxa de expansão da ordem

dos 0,25 cm/ano CKrause e Watkins,7970). Desta formq o RT coÍresponderii pelo menos

a E da longitude 21"W, a um eixo secundário de expansão dos fundos oceânicos (Nunes,


19e1).

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Açores, salientando-se as relativas à locali'ação e comportamento do ramo leste da junção.


Com efeito, não obstante haver geralmente concordância relativamente à CMAs e

consequentemente ao contacto distensivo entre a placa americana a W e as placas

eurasiática e africana a E, o limite entre estas últimas, no quadrante NE da Plataforma dos


Açores, e alvo de profunda controvérsia.

Neste contexto, para alguns autores este limit€ e estabelecido pelo RT (Udías, 1980,
tJdías et al., 1986, Buforn et al., 1988), que coÍresponderá a uma fractura distensiva, e

consequentemente a um centro de expansão dos fundos oceânicos do tipo Rifi. Assirra a


junção tripla dos Açores seria do tipo RR& conferindo ao arquipelago um regime tectonico

extensivo.

Outros trabalhos cienúficos advogam, por seu turno, que o RT corresponderia a

uma transforrnante lealcy, com movimento de desligamento direito normal predominante, em


regime tectónico transtensivo, i.e. as falhas apresentam movimento oblíquo com
desligamento e componente normal (lkause e McGregor, 1973, Laughton e Withmarch,
1974, Seade, 1980, Ribeiro, 1982, Madeira eRibeiro, 1990, Madeirq 1991a. 1991b, 1995).

Esta estrutura foi designada como a Transformante de São Jorge (TSJ), sendo
delimitada a N pela CMA5 que intersecta perto dos 39"N de latitude e os 30"W de
longitude, e a sul pela Falha da Gloria (Ribeiro, 1982). Neste modelo a junção tripla dos
Açores seria do tipo RRT, passando o eixo respectivo na ilha de São Jorge ou no canal São
Jorge - Pico.

Levantamentos aeÍomagnéticos recentes (Mranda et al., 1991, Luis et al., 1994,

Miranda e Luís, 1995) permitiram concluir que a Plataforma dos Açores actuou como um
bloco independente há cerca de 10 a 3.5 Ma. O RT resultana da tectonização daquela
Plataforma, o que influenciaria decisivamente a instalação e desenvolvimento dos centros
wlcânicos dos Açores, não podendo ser considerado um Rift no sentido atribuído por
Krause e V/atkins (1970) e Searle (1980).

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O complexo enquadramento geotectónico do arquipelago dos Açores implica


actiüdades sísmica e vulcânica bem marcadas, documentadas historicamente desde o iníçio
do povoamento dos Açores.

Neste sentido, a distribuição dos epicentros dos sismos correlaciona-se com as


principais estruturas tectónicas que afectam a Plataforma dos Açores. Contudo, e analisando

o período de 1980/89, verifica-se que a actividade sísmica apresenta uma distribuição


heterogenea, tendo sido mais intensa ao longo do RT (Nunes, lggl,Nunes et al., 1992;Fig.
2.6).

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Fig. 2.6 - Distribuição espacial dos epicentros para o período de Março de 1980 a Dezembro de 1989
(modificado de Nunes. 1991).

Observa-se ainda uma actividade sísmica significativa na região das ilhas do Pico e

Faial, bem como ao longo da TSJ (Nunes, 1991, Nunes et al., t992), o que é

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pariicularmente Íele=,'snte irc queClc icg:cne! dc' Picc. A acti",.'idade sísrnics é ccntínua na

zona de fractura Faial - Pico, com eventos pouco energéticos, cujos epicentros estão

situados essencialmente no canal entre estas duas ilhas, bem como numa area a W da ilha do

Faial onde, por exemplo, se localizou a crise sísmica de 1992193 que será referida
posteriormente.

Baseado na üsta de sismos sentidos no Faial até 1930, e nas características

macrossísmicas dos sismos sentidos no Faial e no Pico apos 1931, Machado (19a8) concluiu
que existiria uma periodicidade sísmica em ciclos maiores de 32 anos e menores de 10.7
anos. Segundo o mesmo autor, estes ciclos alternariam entre os sistemas Faial - Pico e
Terceira - São Miguel com um intervalo de 5 a 7 anos (Machado, 1973).

No intuito de caractenzar a sismicidade dos Açores é necessário recoÍrer a dois


tipos de informação. Por um lado a sismicidade histórica, ou seja a análise de sismos
sentidos no passado, feita essencialmente a partir das descrições dos seus efeitos e, por
outro lado, a sismicidade instrumental. Esta última confere maior precisão aos estudos
efectuados, mediante a sua componente quantitativq mas não obstante a sua importância
esta vertente da investigação sismologica só se iniciou nos Açores em 1902, nomeadamente

na ilha de São Mguel, sendo escÍrssos até à década de 80 os registos com interesse pra a

determinação de magnitudes e localização epicentral e hipocentral (Nunes, 7997, Nunes eÍ


al.,1992).

2.3 .1. Sismicidade Historica

Os sismos historicos sentidos que assolarÍÌm o arquipélago dos Açores têm sido
originados ou por acções vulcânicas, ou por causas tectonicas. No primeiro caso englobam-
se por exemplo os sismos sentidos em São Miguel em 1718 (Agostinho, 1935), enquanto o

segundo grupo compreende os abaios mais violentos verificados nos Açores (Quadro 2.1).

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V. Franca (S. Mieuel) 22.10.r952 X



Terceira t7.5.t517

P. Vitória (Terceira) 14.5.1614 VIII

Calheta (São Jorge) 09.6.t757 xu1.4

Graciosa 2t.1.t873 IX?

P. Vitória (Ter) 15.6.1841 IX

R Grande (S. Miguel) 16.4.t852 VI

Horta (Faial) 31.8.1926 X

Povoação (S. Miguel) 05.8.1932 VIII

Santa Maria 08.5.1939 v1u7.l

Quadro 2.1 - Sismos históricos mais üolentos senddos nos Açores (mociificado de Nunes, l99l e Correia et
a!.,1992).

Alguns destes eventos históricos afectaram fortemente a ilha do Pico,


nomeadamente o abalo de São Jorge, em 9 de Juiho de 17 57, considerado o mais üolento e

r.rm dos mais trágicos sismos ocorridos nos Açores QVIachado, 1949).

A intensidade máxima do sismo de 1757 foi alcançada em São Jorge, atingindo o


grau X na escala de Mercalli modificada. Na extremidade E da vizinha ilha do Pico, na
freguesia da Piedade, o evento atingiu o grau D( na mesma escala, a uma distância de 2l
Km do epicentro (Fig. 2.7). Comparativamente, no Pico terão encontrado a rnor-le onze
pessoas, num total aproximado de mil vítimas fatais provocadas por este sismo, tendo na

Piedade desabado aigreja e algumas casas (Salgado, 1770, Macedo, 7871, Xavier, 1856 in
Machado, 1949).

Outro evento sísmico que atingiu fortemente a ilha do Pico ocorreu em 31 de


Agosto de 1926, com epicentro localizado no canal Faial - Pico aos 38"32'N de latitude e

28o35'W de longitude (Agostinho, 1921 in Machado, 1954). As intensidades no Pico


variaram entre o grau VIII (escala de Mercalli-Sieberg) na Candelária, Santo Antonio
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(Canada tia Bragada) e Pieoacie (tsaixa), a uuratlistârreia du cpiuctriru elrtie os 9 Iúrr


e us 44
Km, e o grau V em alguns locais do litoral N, tal como em Santo Amaro, e do litoral S, nas
Ribeiras, calheta e Lajes do Pico, a mais de 32 Km do epicentro.

ll-L737 23H'3/4

EPIcENTÈ.o
TERCEI&\

FÀIAL

Fig- 2.7 - Mapa de intensidades sísmicas do abalo de L757 (modtficado de Machado, 1949).

No decurso da actividade eruptiva histórica registada na ilha do Pico hâ.ainda


referências à ocorrência de numerosos sismos, precursores e concomitantes das erupções,
tal como será indicado noutro ponto do presente capítulo.

2.3 .2. Sismicidade Instrumental

A actividade sísmica registada no Pico no decurso da decada de oitenta não pode ser
dissociada do enquadramento regional desta ilha. Desta formq a ilha do Pico constitui
juntamente com o Faial e São Jorge uma das zonas sismogénicas em que, para efeitos de

catactetização da sismicidade instrumental na decada de 80, foi dividido o arquipélago dos

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Açores (Nunes, 1991, Nunes et ai., 1992). Esta divisão coincide colli as observaçóes de
Machado (1955), que considerou o sistema Faial - Pico um dos principais geradores de
sismos dos Açores, e com o zonamento utilizado por Mendes Victor e Nunes (1986), que

frzeram corresponder à área envolvente das ilhas de São Jorge, Pico e Faial uma das três

unidades vulcânicas e tectonicas utilizadas por estes autores para descrever a sismicidade no

período 1945-85

O início da década referida anteriormente foi marcado pela ocorrência do sismo de I


de Janeiro de 1980, que segundo Hirn et al. (1980) pode ser considerado como o evento
mais violento ocorrido nos Açores neste século, tendo atingido uma magnitude máxima de

7.2. Os efeitos deste abalo, sentido em todo o arquipelago e cujo epicentro se localizou no
mar sensivelmente a igual distância das ilhas Terceirq São Jorge e Graciosa, foram
compilados por Oliveira (1992). No Pico, a intensidade máxima atingiu o grau VI na
Piedade, no extremo E, da ilhq e a intensidade mínima coÍïespondeu ao grau IV, no sector
mais ocidental da ilha (Machado e Silveira, 1982; Fig. 2.8).

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Fig. 2.8 - Mapa de isossistas do sismo de I de Janeiro de 1980 (modificado de Machado e Silveira. 1982)

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Nunes (1991) considera que no período subseqiiente de dez anos, que mediou entre
o sismo de Janeiro de 1980 e o ano de 1989, a actividade sísmica no arquipelago dos
Açores manteve-se em níveis lsdrrTidqs, o que foi particutarmente relevante no sistema Faiat
- Pico, em que se registaram I115 sismos, o eqúvalente a aproximadamente 6.5yo do total.

Importa ainda salientar que nestâ zotta sismogénica ocoÍTeram dois máximos de
actividade, o primeiro colrespondente ao ano de l98l e o segundo ao ano de 1989, embora
não reflectidos num incremento significativo do número de sismos sentidos e na sua
intensidade (Fig. 2.9). Se o segundo pico de actividade se relaciona com um aumento
fictício do número de eventos, provocado por uma melhoria da rede sismográfica de
observação, jâ o máximo verificado em 1981 carece de outra interpretação. Com efeito,
nesse ano ocoÍreram 163 sismos, dos quais foram sentidos 8 abalos, com epicentros
distribuídos entre a CÌúA e a ilha do Faial, tendo a intensidade atingido o grau V num
evento verificado em Abril (Nunes, 199i, Nunes et al.,1992).

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ANOS

Fig. 2.9 - Frequência anual dos sismos registados e senüdos no sector Faial - Pico - São Jorge no período
l9E0/89 (retirado de Nunes, 1991).
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Em decadas anteriores já na ilha do Prco se trnham sentrdo os etêrtos de crises


sísmicas, provocadas essencialmente por actiüdade wlcânicE realçando-se os abaios de
1957/58 no Faial, o eÍìxame sísmico de Fevereiro de 1964 na iiha de São Joree e os sismos

de 7973, com epicentros 1eçaiizados no Pico.

A crise sísmica de 1957/58, no Faial, relacionou-se com várias fases da actividade


vulcânica dos Capeiinhos e com mecanismos tectonicos desenvolüdos em 1958. Alguns dos
abalos mais fortes, dos ceÍca de 450 sismos registados em 12 e 13 de Maio de 1958,

atingiram o grau X na escala de Mercalli, e foram sentidos no Pico com intensidades


máximas variáveis entre o grau Itr e W na mesma escaia (Machado, 1958, Zbyszewski,
1960, Machado, 1968).

O enxame sísmico de 7964 situou-se na ilha de São Jorge, e teve origem numa
provável erupção submarina no canal Pico - São Jorge (Machado, 1964, Weston, 1964,
Fo4az eWeston, 1964). Entre 14 e24 de Fevereiro foram registados mais de 500 sismos,
acompanhados em alguns períodos por tremor vulcânico, que atinglram a intensidade

máxima de grau VIII na vila das Velas (Machado eFo4az,1964).

Esta crise teve alguns úalos precursores, nomeadamente o sismo sentido no Pico
em?l de Agosto de 1963 e que provocou estragos ligeiros no Cais (São Roque do Pico), e

o tremor vulcânico reeistado em 13 e 14 de Dezembro do mesmo ano.

A crise sísmica de 1973/74 desenvolveu-se no Pico entre os meses de Outubro de

1973 eFevereiro de 1974. Neste período verificaram-se cerca de377 sismos com epicentros
localizados preferencialmente nas üzinhanças do estratovulcão do Pico e hipocentros a

profundidades entre 15 a25 Km (Forjaz et al, 1974). Por seu turno a estação sismográ.fica

da Horta registou 724 eventos @Íachado et al., 1973-74), explicando-se a diferença


enunciada pela área de observ'ação.

Esta crise foi precedida por actividade microssísmica intensa em Março de 7973
(Forjaz et al., 1974), e a sua origem foi relacionada essencialmente com fenómenos de
actiúdade vulcânica (Forjat et al.,1974, Ravara e Duarte, 1975).

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A magnitude máxima observada foi 5 na escala de Richter e os abalos mais fortes


foram sentidos a I de Novembro de 1973, com intensidades máximas de fV a V na escala de
Mercalli em vários pontos a N e S do Pico, embora em São Roque os estragos na igreja e

nas casas vizinhas possam indicar um grau ügeiramente superior, a 18 de Novembro e a 10

de Dezembro de 1973, tendo atingido em ambos os casos o grau V a VI na mesma


localidade

O sismo mais intenso desta crise ocorreu às 12h36m do dia 23 de Novembro de

1973, alcançando o grau VII a VIII em São Roque, Santo Antonio e Bandeiras (Machado el

al., 1973-74), emboraFogaz et al. (1974) restrinjam a ocorrência desta intensidade à zona

sul da Canada da Bragada (Santo Antonio), indicando os mesmos autores o grau VI em São
Miguel Arcanjo, São Roque, Cais do Pico, Santa Luaa, Bandeiras e São Mateus. Este abalo
foi sentido no Faial (Horta e Flamengos) com grau VfI, na Terceira com grau fV, na
Graciosa com grau rTI e, em São Mguel, com uma intensidade de grau I a tr (Machado er
al.,7973-74).

Os danos materiais causados na ilha do Pico foram notáveis, com o colapso de 176
casas, para além das 592 habitações que necessitaram de reparações e das 1261 onde foram

observados estragos menores (Ravara e Duarte, 1975).

A crise de Juúo de 1989, em que se registaram mais de 500 sismos nas estações do

Grupo Central (Nunes, 1991), também afectou a ilha do Pico. O abalo mais violento, no dia
26 de Juúo de 1989, foi sentido em algumas zonas da costa N com uma intensidade

máxima de fV, na escala de Mercalli modificada, e na costa S com uma intensidade de grau
II na mesma escala (Fig. 2.10).

A crise sísmica registada entre Novembro de 1992 e Ìvíaio de 1993 centrou-se numa
&ea a W da ilha do Faial, entre os 38"N e 39oN de latitude e os 29"W de longitude. O
evento de maior violência, entre os cerca de 200 abalos observados, ocoÍreu no dia 2O de
Janeiro de 1993 e atingiu uma magnitude de 5.7, correspondendo a uma energia libertada de
5x1018 ergs (Gasp ar et a|.,1993). A intensidade máxima sentida no Faial chegou ao grau VI
na escala de ÌvÍercalli modificada.

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Fig.2.10 - Mapa de isossistas do sismo de 26 de Junho de 1989 (retirado de Machado et al., I99l)

2.4. Yulcanismo

Os relatos históricos permitiram concluiÍ que desde o povoÍÌmento dos Açores ate à

actualidade ocorreram 33 erupções vulcânicas (Forjaz,1992). Destes eventos, 32 erupções


foram listadas por Weston (196a) , e a sua localização é por vezes incerta (Queiroz, 1990,

Queiroz et al.,1995).

A distribuição espacial das erupções históricas ocorridas no arquipélago dos Açores

apresenta uma orientação preferencial concordante com o Rft da Terceira (Fig. 2.11). Com
efeito, quer os centros eruptivos subaéreos localizaram-se ao longo das ilhas de São Miguel,
Terceira, bem como em São Jorge, no Pico e no Faial, quer os fenómenos vulcânicos
submarinos referenciados se distribuíram ao longo desta estrutura tectonica. As
manifestações vulcânicas historicas que ocoÍreram na ilha do Pico serão descritas e
interpretadas noutro ponto do presente capítulo.

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Fig. 2.11 - Localização das erupções vulcânicas históricas (modificado de Weston. L964 e Queiroz et al.,
l9e5).

ContemporaneÍImente, a actiüdade vulcânica subaérea restringe-se a cÍÌmpos


fumarólicos, bem como à exsurgência de nascentes de águas termais, em algumas ilhas dos
Açores, nomeadÍImente São Miguel, Teiceirq Gracios4 Pico, Faial e Flores (Forjaz e

Weston, 1964, Ferreira e Foqaz" 1989, Ferreira" 1994). No caso particular do Pico
salientam-se as emanações gasosÍÌs da cratera e base do Piquinho, no topo do estratovulcão,

as emanações gasosas detectadas na vertente E do cone da Montaúa, cerca dos 2000m de


altitude (Carvalho et al., 1997) e a nascente mineral da Silveir4 na costa sul desta ilha.

Nos Açores estão igualmente referenciados campos fumarolicos zubmarinos, como


por exemplo as emanações gasosas libertadas no Banco D. João de Castro a uma
profundidade de 15 m (Coutinho, comun. pessoal, in França, 1993). Foqaz (comun.
pessoal, 1997) identificou no mesmo local, no decorrer duma expedição científica efectuada
em Julho de 1996, emanações gasosas a 10.5m de profundidade.

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2.5. Ge"química e Fetrologia

As rochas do arquipelago dos Açores correspondem essencialmente a basaltos


alcalinos, carácter recoúecido por vários autores (Assunção e Canilho, 1969-7A,
Schmincke e Weibel, 7972, Rodrigues et a|.,1985, 1989), bem como pelos produtos da sua
diferenciação, o que diverge dos basaltos toleíticos observados no troço da CMA que
atravessa a Plataforma dos Açores (Schilling, 1975). No entanto são reconhecidas
acentuadas variações geoquímicas inter-ilhas (Schmincke e Weibel, 1972, Flower et al.,
1976), e a existência de basaltos transicionais na Terceira (Schmincke, 1973), em São
Miguel (Fernandez, 1982) e na Graciosa (Maund, 1985). Os termos mais evoluídos da serie
dos basaltos alcalinos estão praticamente ausentes na ilha do Pico (Self e Gunn, 1976 in
França et al.,1995a Chovelorl 1982, França et a1.,1995b).

O estudo dos basaltos toleíticos da CMA (MORB), e a sua comparação com os


basaltos amostrados nÍrs ilhas dos Açores, é revelador da sua origem (White et al., 1975,
1976,1979). Neste contexto, verifica-se que nas ilhas do Corvo, Flores, Graciosa" Terceira"
São Jorge e Santa Maria os valores da razão ttsr/tus. são semelhantes
aos detectados no
troço da CMA que atravessa a Plataforma dos Açores. Tal facto sugere uma fonte mantélica
idênücg ao invés do conclúdo para as ilhas do Pico, Faial e São Miguel, onde os dados
indicam uma origem geoquimicamente diversa (White et al.,1979).

Como no caso simiiar de outras ilhas oceânicas, os basaltos das ilhas apresentam
maiores concentrações em elementos de largo raio ionico (LILE) comparativamente aos
basaltos toleíticos da CMA (\ilhite e Schilling,1978). Por outro lado, também se observa
que a razão Mgt* /(Mg2*+p'e2), assim como os teores em Ni, Cr, Co e Sr, é semelhante em
ambos os casos, o que inüabiliza a hipotese de serem oriundos duma mesma fonte mantéüca

sujeita a diferentes magnitudes de cristalização fraccionada.

Atendendo a estes considerandos, V/hite et al. ( 1979) consideram que os basaltos


das ilhas açorianas têm origem na mesma fonte mantélica que os basaltos toleíticos mas, no

entanto, o grau de fusão daqueles é necessariamente menor.

SERI/TCOS DB
DocuMLNreçÃo
LrNIYr,iSlDÀDE D()S AçORE$
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Ü padrão da; artutrtaiias gcuqúrúcas exisLeurc rru troço cia CiviA que iimita a
Plataforma dos Açores, comparativamente aos segnentos normais à mesma, e traduada por
um enriquecimento em terras raras leves desde os 40"N de latitude, atenuando-se
progressivamente até aproximadamente os 33"N, onde os valores observados podem ser

considerados típicos da CMd sugere a existência de uma pluma mantelica subjacente à


Plataforma (Schilling, 1975). Este modelo é suportado igualmente pelas razões ttsr/*usr e

parece justificar a anomalia geoquímica: a pluma manteüc4 enriquecida em elementos de

largo raio ionico (LILE), misturar-se-ia para sul com o magma subjacente à Plataforma dos
Açores, empobrecido em elementos deste tipo (White et al.,1976,1979).

2.6, Trabalhos Anteriores

2.6.1. Vulcanologia

As referências bibliográficas sobre a geologia da ilha do Pico são escassas, quando


comparadas com o conhecimento científico existente de outras ilhas do arquipélago dos

Açores. Desta form4 pode ser estabelecida uma diüsão, necessariamente artificiaf entre
trúalhos históricos com referências espÍrrsas e gerais, frequentemente ultrapassadas e
inseridas geralmente em compilações de observações efectuadas no decurso de üagens aos

Açores empreendidas por alguns cierúistas e, por outro lado, estudos específicos sobre a

geologia da ilha do Pico, nomeadamente a caractenzação dos produtos vulcânicos e a

definição da sua estratigrafia, bem como a cartografia vulcanologica desta iiha.

No primeiro conjunto salientam-se os trabalhos de J. Hartung (1860), publicado


apos uma viagem ao arquipelago efectuada em 1857, as cartas escritas por F. Fouqué
(1828-1904), onde este investigador compila os dados recolhidos durante duas estadias nos
Açores, realizadas em 1867 e 1872 respectivamente (Zbyszewski, 1966-1967), e um estudo

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elaborado por I. Friedlander (1871-1948), apos uma deslocação em 1924 (Friedlander,


re34).

Estes autores formularam descrições geológicas da ilha do Pico, subdividindo-a em


três áreas morfologicamente distintas: a Montanha e os seus cones parasitas disseminados
pelas vertentes, um Planalto - "dorso montanhoso" - dominado por numerosos cones
vulcânicos, e a Montanha do Topo. Aspectos morfologicos das escoadas láücas, bem como
as observações petrográficas das lavas são ainda de realçar quando da leitura destas obras,

nomeadamente, e como mero exemplo, as características mais fluidas das escoadas


pahoehoe - 'ïos de lava (...) sob a forma de fitas sinuosas e compridas" - e os fenocristais
de feldspatos dispondo-se em rosetas de dimensões centimétricas. Friedlander (193a)
considera" inclusivamente, que as escoadas pahoehoe são as mais antigas da ilha" dando o

exemplo concreto da escoada de Santo António, na costa N do Pico.

As observações realizadas por estes investigadores incidiram essencialmente na


Montanha do Pico, sendo acompanhadas por descrições múto completas da cratera deste
estratovulcão. Fouque (Zbyszewski, 1966-1967) salienta a sua concordância com Hartung
(1860), ao considerÍÌr que a Montanha do Pico é em grande parte constituída por material
piroclástico, subjacente a uma fina cobertura de escoadas lávicas. Tal hipótese foi
inclusivamente retomada por Machado (1956), postulando que o núcleo do estratovulcão
do Pico seria formado por um cone de escórias, o que permitiria expücar o declive
acentuado do cone, especialmente a partir dos 1200 metros de altitude, coberto por
escoadas láücas recentes.

Outras publicações historicas foram elaborados por V/ebster (1321) e Bedemar


(1837), mas as referências sobre a ilha do Pico são notoriamente mais incompletas,
recorrendo a observações genéricas tais como por exemplo a origem vulcânica e a grande
cobertura de escoadas lávicas da ilha.

Atendendo às suas características gerais os trabalhos de Agostinho (7932, 1935) e

de Berthois (1953) podem ainda ser incluídos neste grupo de referências bibliográficas
apesÍìr de serem muito mais recentes que os anteriormente citados. Nos primeiros salienta-se

apenas a imponência do estratovulcão da parte ocidental do Pico, bem como o autor

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consldera que esta rlha teve origem em erupções vulcânicas rissurais, num quaoro simlar a

vizinha ilha de São Jorge (Agostinho, 1932, 1935).

Inseridas num vasto estudo litologico do arquipeiago dos Açores Berthois (1953)
restringiu as suas observações no Pico à região das Ribeiras, na costa Sul, e à zona
circundante da vila da Madalena. Atendendo a estas restrições espaciais e aos objectivos do
seu trabalho, votado essencialmente para a sedimentologia e paÍa o breve estudo
petrográfico de algumas amostras de basaltos s.1., as suas conclusões são pouco
significativas pÍrra a interpretação global da geologia do Pico. Com efeito, e tal como na

obra de Esenwein (1929) as descrições petrográficas, embora valiosas, são deficientemente


enquadradas no contexto do vulcanismo da ilhq o que resulta em parte dos estudos
pubücados à epoca" citando o autor exclusivamente Friedtander (1934).

O primeiro trúalho específico a abordar o vulcanismo da ilha do Pico foi publicado


por Machado (1956), e nesta publicação são retomadas as grandes divisões definidas
historicamente: a Montaúa do Pico, com os cones parasitas, o Planalto e o vulcão do
Topo, incluindo a depressão das Ribeiras a E. Salientando a constituição exclusivamente
basalüca das rochas do Pico e a extrema juventude da ilh4 patenteada na frescura dos

materiais vulcânicos aflorantes, Machado (1956) interpreta" como já referimos, o núcleo da


Montaúa do Pico como um cone de escorias basálticas coberto por escoadas láücas muito
recentes, que ocupam dois terços do espaço insular (Machado, 1982). Para este autor, a
origem do estratovulcão basáltico s.1., i.e. a Montanha do Pico, relacionar-se-ia inicialmente
com actiüdade vulcânica fissural na extremidade W da ilha" como já tinha sido considerado
por Agostinho (1932), evoluindo posteriormerte para um vulcão em escudo e depois para
um cone central Machado,1982).

Segundo o mesmo autor, a evolução do vulcanismo no Pico e condicionada pela


existência de uma câmara magmática subjacente a esta ilha (Machado, 1951), que
comunicaria com outros dois reservatórios eústentes no sistema wlcânico Faial - Pico, e

cujo centro estaria na vertical da cratera da Montaúa (Machado, 1954). Esta hipotese
permitiria explicar a distribúção anomala das isossistas do sismo de 31 de Agosto de 1926,

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cietectacia por Ìúachaclo 1i9:4), " ^ diiuçrouçs ,.iestc uuípu iiagiiiático seriaiii cic L I.L I\III

de diâmetro por 4.4Krn de espessura (Machado et al.,1995).

A cartografia geologtrca da ilha do Pico sofreu várias contribuições, iniciadas pela

carta publicada por Zbyszewski et al. (79634 1963b) que surgiu na sequência de um estudo
preüo sobre o tema onde é feita uma descrição morfo-estrutural pormenorizada
(Zbyszewski et al., 1962). Este mapq à escala 1:50000, tem um carácter eminentemente
litologico, cartografando manchas de materiais semelhantes, embora sejam consideradas as

unidades geológicas anteriorrnente descritas por outros autores (Machado, 1956),


nomeadamente a Montanha do Pico e as suas dependências e o Planalto da Achada.

Posteriormente, a carta geologica das ilhas Faial - Pico - São Jorge (Forjaz, 1968), à
escala 1:200000, colmatou a ausência de definição estratigráfica das unidades
vulcanológicas do Pico, apresentando uma ordenação em Complexos Vulcânicos (C.V.)
desde o Plistocénico até às erupções históricas de 1562/64, 7718 e 1720. Este trabalho é o

primeiro onde são cartografados os limites destas unidades.

A sequência definida nesta publicação, e retomada em posteriores trabalhos (Forjaz,


1977,Foqa2,1980a Foqaz et al.,1990), baseou-se genericamente em estudos anteriores e,

desta formq o C.V. das Lajes, de idade Plistocénica, coÍresponde ao Vulcão do Topo, a
que se sobrepõem o C.V. da Calheta do Nesquim, tambem Plistocenico, coÍrespondente ao

designado Planalto da Achada. Este último está subjacente ao C.V. da Madalenq de idade
HolocénicE que coÍresponde à Montanha do Pico tal como delineada em outros trabalhos, e

ao C.V. Histórico. No entanto, algumas diferenças em relação a outras publicações já


referenciadas são patentes, nomeadamente o facto de V. H. Forjaz considerar o extremo S

da ilha do Pico como perlencente ao C.V. da Madalena.

Esta não e a interpretação de Woodhall (1974} que considera este sector da iiha do
Pico como pertencente ao designado Vulcão Linear, coÍrespondente grosseiramente ao
Planalto da Achada, definido por Machado (1956) e Zbyszewski et al. (1962, 1963a,

1963b), ou ao C.V. da Calheta de Nesquim (Forjaz, 1968, Forlaz, 1977,1980a, Fo4az et


'Woodhall
a1.,1990). Similarmente a outros investigadores, considerou o Vulcão do Topo a

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uruciaqe mars antiga do Picu, a quú sc subreirõ€üi os materiais cmitidos polu Vuicãu L,i^;u6 ç

pelo Vulcão Central ou Montanha do Pico.

Os trabalhos de prospecção geotermica desenvolüdos no Pico por uma equipa


francesa no inicio da década de 80, ao abrigo de um contrato B.R.G.M.-R.A.A., caÍrearÍun

uma importante contribuição destes autores para o conhecimento geologico da ilha


(Chovelon,7982, Demande et al., 19824 1982b). Estes trabalhos englobaram a publicação
de uma carta vulcanologica à escala 1:50000 @emande e Chovelorl l9B2), tendo o seu
esquema estratigriífico sido aferido pelas únicas datações absolutas ate então existentes
(Feraud, L977, Feraud et a1.,1980, Baubrorq 1991 in Chovelon, 1982).

O esquema estabelecido por estes autores tem como guia estratigráfico uma
interpretação discutível, relacionada com uma eventual fase tectónica com aproximadamente

30000 anos, traduzida na abertura do denominado Graben de Brejos e responsável,


igualmente, pela subsidência da zona E do Maciço do Topo e pelo Graben do Faial
(Chovelon, 1982). Neste contexto, consideraram uma unidade originada por vulcanismo
anterior à instalação do GrabeÍì, com idades de 300000 a 40000 anos e que coÍresponde
essencialmente ao vulcão do Topo, outra relacionada com o vulcanismo do Pico e emissões

radiais, mais recente que 270000 anos e que edificou a Montanha do Pico, e por fim o
vulcanismo contemporâneo da fase de Graben e a série fissural E, que são unidades
indiúdualizadas no Planalto da Achadq com menos de 30000 a 40000 anos de idade. Numa

área da vertente W da Montanha do Pico, a equipa francesa delimitou ainda uma unidade
designada por vulcanismo fissural dos Cabeços Gordo e Manuel João, com menos de 40000

anos de idade.

Imediatamente, outro facto que sobressai das datações absolutas apresentadas por
Feraud (1977), Feraud et ol. (1930) e Baubron (1991 in Chovelon, 1982) é a confirmação
da extrema juventude do vuicanismo da ilha do Pico, já referida por Machado (1956). Com
efeito, as datações IíAr sugerem que as formações vulcânicas mais antigas apresentam
idades mais recentes do que 300000 anos (Feraud et al.,l9S0).

Um aspecto mais consensual relacionado com a geologia da ilha do Pico, para além
de uma ou outra insignificativa imprecisão nas datas, coÍTesponde ao estudo das erupções

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tustoncas. Os sucessivos trabaihos retendos antenormente cltaÍn a ocorrêncta destes


eventos eruptivos e, na maioria das cartas publicadas, são delimitados os materiais emitidos
nestas erupções, como por exemplo por Foqaz (1980b). Recensões mais completas sobre a

actividade vulcânica historica no Pico foram elaboradas por Machado (1962), Zbyszewski
(1963), Cruz et al. (1995) e França et al. (1995b), e a sua leitura critica será feita noutra
secção da presente dissertação.

A localização de jaztdas fossilíferas no Pico foi realizada por Forjaz et al. (1970),
que descreveram brevemente a flora fossil identificada em alguns locais desta ilha. Estes
fragmentos fosseis coÍTespondem essencialmente a moldes de troncos de árvores (lava tree
molds), encontÍados na base de escoadas láücas em variados locais da ilha" e aos moldes de
folhas amostrados em piroclastos basálticos muito finos e alterados, aflorantes no lugar de
Santo Antonio (São Roque do Pico), na costa N. Esta ultima jazida foi estudada
inicialmente por Fo4az e Monjardino (1964) e, no decorrer dos trabalhos de campo

actualmente em curso, üsando a elaboração da nova carta vulcanologica do Pico, foi


possível recolher alguns fragmentos fósseis, o que e dificultado pela fraca possança do nível

piroclástico em causa, bem como pela acção do homenl traduzida nas actividades agrícolas
e na passagem de uma üa de comunicação regional.

2.6.2. Petrologia e Geoquímica

No âmbito dos estudos de índole petrográfico e petrologico salientam-se as

publicações de Zbyszewski et al., (1963a 1963b), Chovelon (1982) e França et al., (1995a

1e95b).

Zbyszewski et al., (1963U 1963b) concomitantemente com a edição da carta


geologica do Pico levaram a cabo um vasto estudo petrográfico, agrupando os exemplares
recolhidos em andesitos peridóticos, termos de passagem entre estes e basaltos e um ultimo
grupo de basaltos e ankaramitos. O predomínio dos basaltos é acentuado por estes autores,
desde os porfiricos, mais comuns, aos termos afiricos, embora tenham delimitado

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cartograficamente manchas de andesitos pendoticos, que e uma designação actualmente


desadequada. Neste contexto, já Assunção e Canilho (1969-70) tinham alertado para o facto
de ser necessário rompeÍ com a tradição e adoptar outra designações para estas rochas
tipicamente alcaiinas, nomeadamente mugearitos ou havaítos.

No que concerne à iiha do Pico, o trabalho publicado por Assunção e Canilho


(1969-70) fornece pouca informação, atendendo ao recinzido número de análises utilizadas.
O carácter alcalino das rochas do Pico e a ausência de traquitos, comuns noutras ilhas dos
Açores, são as características realçadas.

O vasto estudo petrologico elaborado por Chovelon (1982), respeitando o modelo


vulcanoestratigráfico proposto pelo mesmo autor, baseou-se num maior número de análises
químicas efectuadas, ê & divisão petrográfica efectuada jâ não considera a existência de
rochas andesíticas. Desta formq P. Chovelon define quatro grupos: basaltos com tendência
picrític4 basaltos alcalinos com fenocristais de olivina e clinopiroxena, basaltos alcalinos
com fenocristais de plagioclase e havaítos.

Uma das conclusões apontadas refere a inexistência de grandes variações


geoquímicas, e o carácter predominantemente alcalino dos exemplares analisados enquadra-
se no panorÍìma geral observado nos Açores, e já citado neste capítulo. Esta fraca expressão
de variações composicionais não reflecte a evolução do vulcanismo da ilha, pelo que
Chovelon (1982) concluiu que o vulcão central do Pico, tal como o Graben de Brejos, por
ele considerado, seria uma estrutura ainda em evolução. Tal facto, segundo este autor, é
corroborado igualmente pelo baixo índice de cristalização fraccionada na câmara magmática

zubjacente à Montanha" dando origem a rochas múto pouco diferenciadas, não sendo de

desprezar a alimentação desta câmara por alguma água superficial.

A subsaturação em sílica, bem como o carácter sódico, observada em amostras de

lavas emitidas nas erupções históricas da ilha do Pico (França et al., 1995b) correlaciona-se
bem com os resultados de Chovelon (1982) sumariamente enunciados. Correspondem a
amostras de basalto de vários tipos, com excepção dos mugearitos e benmoreítos emitidos

na erupção de Santa Luaa (1718), nomeadamente basaltos alcalinos da erupção de São


João (1718), basaltos transicionais da erupção da Silveira (1720) e basaltos subalcalinos

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transrclonals da erupção da Praiúa Ui6zi6+1. De súentar que uma tlas amostras de


basalto alcalino tiúa
sido anteriormente cartografada como andesito peridotico do Mistério
da Prainha por Zbyszewski et al. (1963b).

França etol. (1995a) pubücaram uma breve carccteização mineralogica e texfural


de xenólitos com provável origem mantélicq amostrados na região da praiúa.
Estes
xenolitos são espinelíferos, apresentando alguns texfura metamórfica
do tipo granular, e
coÍTespondem a harzburgitos, dunitos, lherzolitos e wehrlitos.

2.6.3. Geofisica

No âmbito dos trabalhos geofisicos desenvolüdos no Pico o panorama não é


animador, visto que as informações disponíveis são escassas. Merecem
destaque as
contribuições de Machado e Costa (1975) e Machado e Almeida (19g6),
em que são
úordados aspectos como a determinação de parâmetros magnéticos e sua relação
com a
mineralogia das amostras, bem como os trabalhos de prospecção geotérmica
desenvolvidos
no Pico pelo B.R.G.M. (B.R.G.M., lgS2,Demande et al., 19824 lgïZb,puvilland,
lggz).
Estas últimas investigações, atendendo aos seus objectivos aplicados, interessaram
apenas
áreas restritas da ilha pois üsavam a identificação de zonas favoráveis à exploração de
recursos geotérmicos, e os seus resultados ainda não são actualmente do domínio
público.

2.7. Vulcanoestratigrafia da ilha do pico

O quadro comparativo das várias unidades vulcanológicas discriminadas em


trabalhos publicados sobre a geologia da ilha do Pico permite descortinar as suas
inter-
relações (Quadro 2.2). Analisando as ligações existentes entre as divisões
definidas pelos
autores indicados constata-se que as principais incongruências relacionam-se com a

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Machado (1956) Forjaz (1977) ForJaz et al, (1990) Woodhall (1974) ZbyszewsHetal (1962, Chovellon (1982)
1963a, b)

Idem
[ Ìncluído noúras unidades ] Complexo Vulcânico Histórico Lavas Históricas
I Incluido noúras unidades ] I Incluído noutras unidad* ]
(Holocenico) (*2) (*5 )

Idenr
Vulcão do Pico Complexo Vulcânico da Vulcão Central Montaúa do Pico Zona Fissural Cabeço Gordo -
Madalena (Holocarico) Cabeço Manuel João < 40.000
anos

Vulcão Cattral do Pico e


emissõesradiais <270.000
anos

(*t)
Idem
è
N
Planalto Complexo Vulcânico da Calhaa Vulcão Linear NW Sec{or W do Planalto da Ad-rada Serie Fissural E (Vulcanismo
(Pliúocanico)
do Nesquim Vulcão Linear W-E do Graben)

Grande alinhamento wlcânico


da Aúada

Idem
Vulcão do Topo Complexo Vulcânico das Lajes Lavas Antigas (Vulcões Cqrtral, Montaúa do 1'opo Vulcanismo Antepu:ab;n
(Plistocanico)
Linear e Topo) (*3) (*4)
(0.3 a 0.04 MA)

(*1)tracejadoporWoodhall(l974)considera.á*lufficomocontenrporâneasdaM;ãú-;
(*2) incluíu no Vulcão Cortral a escoada de Sanla Luzia e no Vulcão Linear referiu a escoada pahodroe
de 1562164
(*3) incluído no Planalto da Aúada
(84) incluído no sector E do Planalto da Adrada
(x5) ncluiu as escoadas da Praíúa, Silveira e São João no Vulcanismo do graben

Quadro 2.2 - Comparaçâo das principais unidades wlcanológicas da ilha do Pico consideradas por diversos autores.
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slstematvação das tormações ongrnadas peio wicanismo fissural, que ciomina o sector
È, cia
iiha.

No decurso dos actuais levantamentos geológicos de pormenor à escala l:15000 e


l:8000, visando a elaboração duma crta lulcanológica à escala l:30000, apuraram-se
alguns resultados preliminares que, embora sujeitos a eventuais reüsões futuras,
permitiram
estabelecer Ìrma escala vuicanoestratigrâfr,ca simplificada (Nunes et al., 1995, França et al.,
1995b, Cruz et al., 1995 e Nunes et al.,1997a e 1997b).

Esta escala estratigráfica pressupõe a divisão em quatro grandes unidades, que da


mais antiga à mais recente corresponderrq respectivamente, ao Vulcão do Topo, ao
Vulcanismo Fissural, ao Vulcanismo da Montanha do Pico e ao Vulcanismo Histórico (Fig.
2.r2).

2.7.1. Vulcão do Topo

O vulcão do Topo é o aparelho vulcânico mais antigo do Pico, situado na região das
Lajes e do Topo na costa S da ilha" cuja implantação foi condicionada por um complexo
sistema de falhas normais de orientação NNE-SSW.

Esta estrufura conesponde a um antigo vulcão central, encimado por uma cratera
(Woodhall, 7974), e parcialmente colapsado no sector E. A subsidência principal terá
ocorrido ao longo do plano de falha do Arrife, onde o rejeito atinge os 300 m (Chovelon,
1982). O jogo do sistema de falhas do Arrife, de orientação aproximada N-S, e das fracturas
conjugadas NE-SV/, condicionou o movimento para E desta estrutura.

Apos o colapsg a aÍea abatida foi preenchida por uma espessa sequência de escoadas
lávicas pahoehoe, emitidas a partir de erupções no sistema fissural (Woodhall, 1974,
Chovelon, 1982).

As formações vulcânicas do vulcão do Topo estão bem preservadas nas arribas


litorais entre a vila das Lajes e o lugar das Ribeiras, bem como na escarpa da falha do Arrife
e na zona do Topo, definindo uma sequência com uma espessura de cerca de 600 m acima

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S. LuziÀ
l?18 ï

M Vr.rlcanismo histúric o

l Vulcanismo da Montanha
n Vulcanismo fissural
t VtÍcão do Topo

S. João Sü'reira
g 2 4Krtr t?18 r?20

Fig 2.12 - Ivlapa rrulcanolúgico simplificado da ilha dn Fico


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do nível do mar. As escoadas láücas estão inciinadas em media 5o a 10o para S (Chovelou
re82).

Podem ser separados dois conjuntos estratigraficamente distintos de escoadas


lávicas, A formação inferior é constituída pela alternância de espessas escoadas lávicas, por
vezes com possanças superiores a lnq de basaltos predominantemente aúaramíticos. IJma

datação absoluta pelo metodo K/Ar indicou uma idade de 250000+40000 anos pÍra uma
das escoadas desta unidade @aubron, 7981 in Chovelorq 1982).

Sobre a serie mais antiga depositou-se uma sequência de escoadas lávicas mais
recentes, formando uma cobertura uniforme com 20 a 50m de espessura. Correspondem a

finas escoadas de basaltos afiricos a porfiricos, originadas no decorrer da actividade eruptiva

do Vulcão do Topo.

Uma escoada láüca amostrada na zona do Arrife (Lajes do Pico) apresenta uma
idade menor do que 37000 anos (Feraud et al., 1980), e esta datação e utilizada por
Chovelon (1982) para situar no ternpo a série de escoadas láücas mais recentes do Vulcão
do Topo. No entanto, os dados apresentados no trabalho original não permitem precisar
esta extrapolação, uma vez que resta a duvida relativa i lqçalização da amostragem nas
formações do Topo ou nas formações mais recente do Sisterna Fissural.

Nas arribas litorais entre as Lajes do Pico e as Ribeiras pode ser observada uma rede
de filões de orientação preferencial N-S e NE-SW, que intersectam as formações descritas,

bem como vestígios de cones de escorias preservados.

Importa salientar que, não obstante todos os autores considerarem o vulcão do


Topo como o mais antigo da ilha Chovelon (1982) considera ainda que nas arribas da Terra
Alta, na costa N da ilha" pode ser observada uma sequência de escoadas láücas originadas
por actividade vulcânica antiga. Esta serie e constituída por uma sequência com cerca de
25om de espessura de escoadas láücas sub-horizontais, de basaltos porfiricos a subafiricos;

alternando com paleosolos de cor avermelhada.

Coberta por materiais mais recentes do sistema fissural, esta série foi datada de
230000180000 anos a partir da análise K/Ar duma amostra recolhida na base da arriba
litoral (Baubron, 1981 irt Chovelon, 1982). Uma datação absoluta pelo mesmo metodo foi

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efectuaria por !-eraud et ai. (19SU) num exempiar coiiúcio a SSW oaTena AÌta" e mdrcou
uma idade menor do que 250A0 anos, compatível com o wlcanismo fissural de cobertura.
embora seja de salientar a imprecisão na localização da amostra.

Em qualquer dos casos a maÍgem de erro referente à primeira datação levanta


dúüdas acerca do posicionamento da sequência observada na arriba da Terra AIta, pelo que
a sua paralelização ao vulcanismo do Topo caÍece de verificação, ao considerar-se também
possível a correspondência ao vulcanismo fissural mais antigo.

2.7 .2. Vulcanismo Fissural

Nesta unidade agÍegam-se as formações geneticamente ligadas ao sistema vulcânico


fissural que domina a metade E da ilha" independentemente das suas idades relativas
(Quadro 2.2).

O vulcanismo fissural da ilha do Pico expressa-se morfiologicamente pela ocorrência


de mais de uma centena de cones de escórias, alinhados segundo fissuras com orientação
geral WNW-ESE e V/-E. Este sistema fissural prolonga-se por mais de 27 Km de
comprimento, entre o Cabeço do Piquinho, a Vy', e o Cabeço da Her4 para E.

Segundo Chovelon (1982) o vulcanismo fissural mais recente pode ser dividido em
dois sectores distintos. O sector ocidental desenvolve-se entre o Cabeço dos Grotões e o
Cabeço do Caveiro, e as escoadas láücas emitidas são predominantemente de basaltos com
plagioclase, aparentando idades semelhantes. Para E distingue-se o segundo sector, que se
prolonga até à extremidade oriental da ilha, e é caractertzado pela emissão de escoadas
lávicas basálticas picríticas, basálticas com fenocristais de plagioclase e havaítos.

Para o mesmo autor este último sector distingue-se do anterior por apresentar
escoadas com idades diversas. Esta constatação reflecte, nomeadamente, a ocorrência de

erupções pre-historicas, como por exemplo a do Châ do Pelado, do Cabeço das Cabras ou
do Cabeço da Hera, e historicas, como a erupção de 1562164 (Misterio da Praiúa).


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As fbrmações vulcarucas mals antigas do slstema ússural defrnem uma extensa

mancha aflorante, contactando ao longo da Ribeira de Dentro com escoadas lávicas


associadas ao vulcanismo da Montanha do Pico, obviamente mais recente. No litoral esta

zona desenvolve-se entre a extremidade E de São Roque e o lugar da Praiúa de Baixo,


estendendo-se pÍìra S ate ao eixo da ilha (Forjar, 1977,Foqaz et al., 1990, Woodhall, 1974,
Chovelon, 1982).

As escoadas lávicas e piroclastos destas formações foram emitidos a partir de cones


e fissuras eruptivas, definindo aliúamentos grosseiramente orientados WNW'ESE como é

o caso dos relativos ao Cabeço do Piquinho e ao Cabeço do Teixo.

Mais a S outros aliúamentos vulcânicos, como os do Cabeço Sintrão e do Cabeço


do Cosme ao Cabeço Vermelho, testemuú€tm a ocorrência de vulcanismo fissural nesta
zo\a> encontrando-se hoje os materiais emitidos nestas erupções parcialmente cobertos por

escoadas láücas mais recentes- resultantes de eventos na Montanha do Pico e/ou nos cones

adventícios desta.

Esta zona caracterua-se pela emissão de escoadas láücas de basaltos alcalinos


porfiricos, súentando-se deste conjunto a escoada de São Mguel Arcanjo, mais recente
que as enquadrantes, onde podem ser encontrados nódulos peridotíticos e cumulatos de
olivina-piroxena-plagioclase (Chovelon, I 982) .

Uma amostra colhida na zona da Lomba, junto à falha do Capitão, permitiu


determinar uma idade de 27O0001150000 anos (Baubrorl 1981 in Chovelon, 1982).

Contudo, a margem de erro apresentada implica que se tome este valor com as deüdas
reservas, carecendo confirmação a partir da aná{ise de mais amostras.

2.7.3. Vulcanismo da Montanha do Pico

A Montanha do Pico coÍresponde a um imponente estÍatovulcão com 2351 m de


altura acima do nível do mar. Tomando como referencial o fundo do mar nas imediações da
ilha do Pico verifica-se que a Montanha atinge os 3500 m de altura.

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-bste vulcão composrto instatou-se provaveimente sobre as formaçoes mais antlgas


da ilha do Pico, que se podem situar no tempo a partir das datações existentes pelo menos
como mais recentes que 300000 anos (Chovelon, l9S2).

Um dos traços mais marcantes da Montaúa são os cÍLmpos de escoadas de lavas


basálticas pahoehoe, resultantes das erupções mais recentes e que cobrem extensas áreas

deste aparelho vulcânico.

A
edificação desta estrutura processou-se em várias fases, bem marcadas na
morfologia do cone. A evolução terá rezultado de sucessivas erupções vulcânicas,
essencialmente efusivas na parte terminal do cone, e predominantemente estrombolianas nos

aparelhos secundários, adventícios à Montanha e frequentemente alinhados segundo fissuras

radiais.

Chovelon (1952) apresentou a primeira sequência estratigráfica da Montanha.


considerando a existência de três fases distintas no crescimento do cone principal. A mais
antiga (Pico 1) corresponde a um aparelho vulcânico constituído por uma alternância de
escoadas láücas, essencialmente picríticas, e níveis piroclásticos com I a lOm de espessura"
que atingiu cerca de 2050 m de altitude. Com efeito, sensivelmente a esta cota pode ser
observado um ressalto na morfologia do cone, indicativo da cratera terminal desta fase.

A fase subsequente (Pico 2) iniciou-se pela instalação dum cone no bordo N da


depressão terminal antes referida" e çaractdza-se pela emissão de escoadas láücas de
basalto picrítico, bem como de escoadas pahoehoe com fenocristais de plagioclase dispostos
frequentemente em roseta (Chovelon, 1982). Este autor data esta unidade de menos de
40000 anos.

Posteriormente, a fase do Pico 3 corresponde ao actual Piquinho, que se sobreleva a


partir do fundo da actual cratera principal do cone. Caractenza-se pela emissão de escoadas
basálticas com fenocristais de plagioclase, mas distintos dos anteriores pela ausência de
rosetas (Chovelorg 1982).

For;.az (1989) retoma o tema anterior e apresenta igualmente um esquema de


evolução da Montaúa de índole estratigráfico, sendo o primeiro autor a atribuir idades a

cada fase. Desta formq Foqaz (1939) indica uma idade de +100000anos para a primeira

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tase, que origrna o ressalto aos 205Um cle altrtude, e t4u000 anos para a segunda fase,
relacionada com a edificação de um cone a partir da primeira cratera e correlacionável
com
o Pico 2 de Chovelon (1982).

Posteriormente Forjaz (1989) considera uma terceira fase, em que se dá a formação

da cratera aos 2250m e o início da evolução do Piquiúo (entre os +15000 e os +5000


anos), seguida duma última etapa reflectida na formação de um lago de lava no topo da
Montaúq que Chovelon (1982) nem considera apesar das eüdências de campo, e o fluxo
de extensos rios de lava ao longo das vertentes (+769 anos).

Contudo, os trabalhos cartográficos actuais permitiram reformular os modelos de


evolução anteriores, obviando as imprecisões detectadas especialmente na sequência
definida por Chovelon (1982), não obstante estes estudos de detalhe estarem em
desenvolvimento (Nunes et al.,1997a e 1997b).

Com efeito, a primeira fase de edificação da Montarúa e igualment e caraç-tenzad,a


pela emissão de lavas porfiricas, com fenocristais de plagioclase de grandes dimensões, que

se dispõem em rosetas, ao inves do que é referido por Chovelon (1982). Importa ainda

salientar que Íìs formações da 1" fase afloram predominantemente nas vertentes S e SE da
Montanha" onde aliás também se pode observar a ocorrência de importantes níveis de
piroclastos, que em proporção são mais significativos comparativamente a outros sectores
do estratovulcão, maioritariamente associados a erupções secundárias. As datações em
curso permitirão brevernente atribuir uma idade a esta etapa de crescimento da Montanha.

As rochas emitidas no decurso da segunda fase evolutiva são predominantemente


porfiricas e feldspáticas, em que os fenocristais de plagioclase definem frequentemente
rosetas de menor dimensão comparativamente às lavas mais antigas da 1" fase. Estas rochas

estão bem patentes nas paredes do arco da cratera principal da Montanha e ocupzÌm
extensas áreas, especialmente nas vertentes do quadrante NW da Montanha.

A uitima fase de evolução da Montanha, que coÍTesponde às formações mais


recentes emitidas pelo cone principal, compreende duas fases distintas, a primeira resultante

da edificação do Piquiúo e a segunda associada a uma erupção fissural no topo da


Montaúa.

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0 cone do Prquinho desenvolveu-se no bor<Ío NË, oa cratera princrpat da Montanha.


As escoadas láücas originadas nestas erupções preencheram a cratera principal, originando
um lago de 1av4 e galgando os bordos SE e NE da depressão extravasaram-se nestas
direcções. Na vertente NE foi possível cartografar estas escoadas lávicas e, inclusivamente,

datá-las de aproximadamente 1400 anos B.P.(f{unes et al., 1997b). Assinq verifica-se uma
aproximação com a 3" fase definida por Forjaz (1989), embora pÍÌreça que esta continua
para além dos +5000 anos, no sentido de idades mais recentes e compatíveis com a datação

apresentada.

A actiüdade vulcânica mais recente que ocoÍïeu no topo da montanha relaciona-se


com uma fissura eruptiva" com orientação geral W-E, que corta a cratera principal da
Montaúa e o cone do Piquiúo, podendo observar-se no fundo daquela depressão os
piroclastos a sobreporem-se às formações do Piquiúo. No decorrer da erupção foram
emitidas escoadas láücas porfiricas feldspáticas, semelhantes às do Piquinho, mas em que os

feldspatos não se dispõem em rosetas. Esta erupção correlaciona-se com a 4u fase de Forjaz
(1989), embora não teúa originado qualquer lago de lava, e a datação proposta por este
autor constifui uma boa aproximação atendendo a que estes materiais são posteriores aos
ernitidos pelo Piquinho e, neste caso, já datados de aproximadamente 1400 anos BP.

Chovelon (1982) indiüdualiza ainda na vertente WNW da Montanha a unidade de


vulcanismo fissural do Cabeço Gordo - Cabeço do Manuel João, coÍrespondente a uma
pequena zona emissora, alinhada segundo uma fissura de orientação ESE, que emitiu

basaltos com fenocristais de oüvina O mesmo autor atribui a esta área uma idade
semeihante à 2o fase de evolução da Montanha, mas a interpretação erronea que formulou

pÍÌra os vários tipos litológicos emitidos pelo cone do estratovulcão implica a necessidade de

tambem se rever este paralelismo.

Evidências de campo sugerem que esta zona fissural e muito recente e espera-se que

os trabalhos em curso permitam esclarecer este problema, nomeadamente estabelecendo


uma relação estratigráfica com as lavas emitidas a partir do topo da Montanha, com que
provavelmente contactam.

Neste contexto descritivo da vulcanologia do estratovulcão do Pico há ainda


necessidade de salientar a importância das actividade vulcânica verificada nos numeresos

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cones aciventtcios da Niontaúa. Ür;otteralrr, irrciusivalÍrcirie, úrupções lústrtricas, como


por
exemplo ade SantaLuz.a em 1718 navertenteN, oupré-históricas, como a do Cabeço
do
Escalvado, na vertente NE que foi recentemente datada de 365+75 anos (Nun es et al.,
lee7b).

Como exemplos significativos destes aliúamentos podem ser referidos os


aliúamentos do Cabeço das Casas, Cabeço de Cim4 Cabeço Bravo, Cabeço do Manuel
João, Cabeço do Tamusgo e Cabeço Gordo, na vertente W do estratovulcão, ou o
alinhamento do Cúeço da Queimada" Cabeço Zarar:u:4 Cabeço Grande e Cabeço da
Arvore
na vertente NE.

Com base no cálculo de uma tara de produção média para o estratovulcão igual a
0.0013 Km3/ano, estabelecida a partir dos volumes emitidos nas erupções historica e no
intervalo de tempo em que estas ocorreraÍÌL foi possível estimar a idade do troço subaéreo
do vulcão central da ilha do Pico. Assim, considerando o volume do cone e tomando a taxa
de produção como um valor mínims, inferiu-se uma idade máxima de 75000 anos,
compatível com as datações efecfiradÍrs e com as informações recolhidas no campo (Ì.{unes
et al.,1997b).

Importa ainda realçar que este cálculo paÍa a idade máxima do troço zubaéreo da
Montanha concorda genericamente com os +100000 anos propostos por Forjaz (1989) para
a lu fase de edificação do estratovulcão.

2.7 .4. Vulcanismo Historico

A ilha do Pico foi palco de quatro en:pções históricas subaéreas, que originarÍÌm os
popularmente designados Mistérios da Prainha (1562/64), Santa Luzia (1718), São João
(1718) e Silveira (1720).

Pungentes descrições da actiüdade eruptiva podem ser encontradas em vários


documentos historicos, reflectindo o descoúecimento da fenomenologia decorrente, QU€
era imputada a causas sobrenaturais. Contudo, a anáüse desses documentos permite
investigar, à luz dos coúecimentos actuais, muitos dos processos ocorridos no passado,

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embora seja necessario recoÍTer a lontes o mais oblectivas posslvels para evitar mas
interpretaçõesÌ.

As formações vulcânicas historicas foram sujeito de numerosas publicações, a


maioria das quais de índole purÍÌmente descritiva" ou baseadas em cartografias a escaias
desadequadas, patenteando uma lacuna na vertente quantitativa. Uma súmula destes
trabalhos já foi realizada anteriormente.

A partir de uma cartografia vulcanológica de porÍnenor das erupções historicas,


incluindo a medida dos atributos fisicos relativos a cada uma das escoadas láücas,
colmatada por informações extraídas dos relatos, foi possível caraçtenzar a actividade
eruptiva ocorrida apos o povoamento da iiha do Pico, obviando a lacuna anterior.

Uma sinopse das principais características das erupções históricas está patente no
Quadro 2.3 @rança et a1.,1995b, Cruz et al., 1995).

A erupção de 1562/64 iniciou-se a 21 de Seternbro de 7562 e decorreu durante


A actiüdade vulcânica da Praiúa coÍresponde à erupção historica
sensivelmente dois anos.

mais longa verificada nos Açores, e foi precedida por uma serie de sismos que se
prolongaram durante cerca de I mês.
A actiüdade eruptiva carccterizou-se essencialmente pela emissão de duas correntes
de lava, a partfu de cinco crateras nos Cabeços do Mistério, que se espraiaram para SW,
envolvendo cones antigos, e para N. A lava que fluiu para N atingiu o mar a N'W da prainha
formando a Ponta do Misterio, que corresponde a uma extensa plataforma.

Para além da actiüdade efusiva ocoreram fases explosivas, com projecção de


bombas, lapilli e cinzas, havendo registo de que os piroclastos de menor dimensão atineiram

as ilhas de São Jorge e do Faial.

Aiguns trechos das descrições históricas, citados em seguida, são elucidativos aceÍca
dos fenomenos relacionados com a erupção de 1562/64.

t
|'tec defuerunt qui f ctis mentionisque terroibus vera pericula augerunt @linio. o Novo); Tambem ha
gente que aos perigos reais acrescenta outros inventados, segundo tradução liwe de Francis (1993).

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:, ,Localiiação;, ,, ;trníci{ ,
,; ,, fiim ,,, Sinais precursorei Características e consequências
(BoCa$/$scoadâ) (Mês/Ano) (Mês/lAúo)

Cabeços do Mistério 21.09.1562 t564 Sismos durante r Lava saíndo de 5 bocas; 2 rios de lava - I para SW e
Praínha do Norte mês (cessaram a outro para N, formando a Ponta do Mistério. Bombas
t7.9. ts62\ e cinzas. Os piroclastos de menores dimensões
Para SW e para N atingiram São Jorge e Faial

Ponta do Mistério

Lomba do Fogo 1.02.1718 Ruidos e sismos


= duas Lava saíndo do alinhamento de 7 crateras (da cratera
semanas de maior altitude). Projecção de cinzas em São
Entre Santa Luzia e . Mateus. Fendas em São Mateus)
Bandeiras
(^
tJJ Cabeço de Cima e 2.02.17t8 x2731349 üas Ruídos e sismos 6 caudalosos rios de lava. As lavas do Cabo. de Cima
Cabeço de Baixo destruiram a povoaçâo de São João.

São João
Erupção submarina (110 m do litorall 88 m de
11.02.1718 protundidade)

Emanações gasosas. Duas mortes

Cabeços do Fogo (Zona r0.07.1720 18.12.1720 No dia anterior A partir de 4 ou 5 crateras saíram rios de lava. Os
do Cabeço do Soldão) ocorreram grandes piroclastos atingiram São Jorge. As cinzas
sismos provocaram a morte de animais e a destruiçâo de
Entre São João e pomares, pastagens e searas.
Silveira

Quadro 2.3 - Resumo das principais características das erupções históricas (retirado de Cnn et al.,1995 e França et al., I995b)
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Como tenho dito. na era oÊ i562, a 22 de Serembro. <iia de São


Matheus. uma legoa da Villa de S.Roque. caminhada para a Prainha do Norte.
em cima no cume da serra- quasi da banda do sul, como espaço de tres legoas

da falda do Pico, ficando ella para a banda do Loeste, tremendo primeiro a


terra em rrm ls1çs de hora deseseis liezes, com continuos, horrendos abalos- e

tão grandes estrondos, como de grossas peças de artilheria. em rÌm Lameiro


arrebentou o fogo, fazendo cinco bocas múto grandes; sendo uma dellas a

principal e maior, de que manou uma grande ribeira de polme, que corrêo para
a banda do norte. por espaço de legoa e meia até cair pela rocha abaixo- e fazer

um grande caes abaixo da rocha, aonde se espraiou aquelle polme, e se tornou


pedra üva, em que se não pode pôr pe descalço nem se cria nenhum genero de
herva, nem matto até hoje (...) e com o grande fogo que ali se acendêo, se
allumisyfls ali todas todas aqueüs5 Tlhaq ao redor (...)

(iz Saudades da Terr'+ Vol. 6 (41)

A 29 (aliás 23) d'este mez d'agosto de 1562, nesta villa das Vellas, da nha

de san-Jorge, domingo às duas horas da noite, andadas, tremeu a terra muito


fortemente, e deu trez abalos múto grandes, que foi sentido por toda 4 ilha
(...). Na ilha do Pico tremeu toda a terra todos os dias até 17 de septembro, e

na mesrÌul ilha, em uma quinta feira tremeu a teÍïa vinte e çJuatro vezes: e ao
domingo, que foram 22 (aliáts 20) do mez (...) tremeu tÍÍo fortemente (...) e a
segunda feira, que foram 23 QD de septembro, â meia noite, começaram a
cahir na propria Tlha do Pico grandes raios de fogo (...) e nisto estando viram
correr trez ribeiras de fogo, as quaes nasciam do pico do Cavalleiro (...) e no
cume deste pico se abriu uma alagoa de fogo, que o fez arrebentar e lançar
muitas pedtas paÌa o ar. múto grandes, tamanhas como casas (...).

A quarta feka 24 (23) do dito mez; depois de vesper4 choveu nesta ilha de
san-Jorge pedra. assim como çnlvora, e durou espaço de meia hora muita
quantidade da dita pedra.

Ao sabbado seguinte choveu nesüa ilha are:t- como terra- e toda vinha sem
agu:L e müta cantidade (...) e nâ meslÌul quarta feira choveu na Ilha do Pico
pedra como nozes.

A quinta feira 26 (2+) do dito mez arrebentaram ribeiras muito grandes de


fogo temeroso e espantavel. que vão dar no InaÍ com muito estrondo. e faz
múto temor.

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Ao sabbado á norte se abnram dors Íogos murto grandes na serra Ventosa-


que pareciam que iam dar nâq nuvens. Da mesma serra saiam duas ribeiras de

fogo muito temerosas, que correm até ao mar (...).

Este pico, que assim arde com esta brar.'ura e impeto, lança de si outras
muitas dbeins de fogo, çlue ha oito ou nove mezes corriam
$Erenta e tantas
rib€iras de fogo ao mar, que todas nasciam deste pico. e coÍïeram assim nesta
forlaleza passante de dois ânnos. Iâ agora está mais brando, e comtudo ainda
arde. e se vê o fogo de continuo das outras Ilhas. que assim arde neste pico.

(lz Archivo dos Açores, Vol. 1, p. 363-364)

Decorrido um intervalo de acalmia de 154 anos a ilha do Pico registou novamente


erupções vulcânicas em 1718, nomeadamente em Santa Luzia, na vertente N da Montanha.
e em São João, na vertente oposta.

A erupção de Santa Luaa foi precedida por sismos e ruídos. A actividade vulcânica
teve início no dia 1 de Fevereiro, pelas 6 horas da manhã, no aliúamento de 7 crateras
denominado de Lomba do Fogo. As escoadas láücas emitidas a partir da cratera situada a

maior cota, mais larga e profunda" demoraram cerca de 6 horas a atingir o mÍìr, entre o
Lajido e o Porto Cachorro.

As fases explosivas reflectiraÍn-se na projecção de piroclastos, que inclusivamente


tombararn na freguesia de São Mateus loç+lizadana vertente oposta à Lomba do Fogo.

IJma súmula das principais referências históricas a esta erupção está patente em
seguida:

Em o 1o dia do mez. de feveÍeiro de 1718 ao romper d3 manhã tÌemeu a


terra em horríveis conulsões; ouvindo-se terriveis estrondos como peças
d'artilheria (...): continr'rndo a ouvir-se os estrondos e apparecendo nos ares
nuvens de cinza que inteiramente o obscurecião. Poucas horas decorrerão em
que se soube a causa de tão horriveis phenomenos. Fõra um espantoso vulcão

que rebenúra por quatro boccas na falü da montanha do Pico. entre as


freguesias de santa Luzia e das Bandeiras. donde corria ardente lava em
caudalosas ribeiras para o mar: e para os povos da freguesia de S.Matheus

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rec€arÌdo o pËrigo iuais proúrru pela abundaiiüia ,ie ciizas quc ualúaiir sotne

aquella freguezia (... ).

(in Archivo dos Açores, Vol. 3, p.501-502).

(...) por outro fogo irracional, para cuja arguição empÍegou a terra bruta
com temores (...) lhes pregou com linguas de fogo de madmgada (...) que

rebentou entre as freguesias da Senhora Santa Luzia e da Virgem Senhora


Nossa da Boa Nova do logar das Bandeiras. deitando este fogo tantas cinzas em

aftegaezia de S.Matheus (...) cujo transito lhes custou múto a respeito das
grandes gretas, com çJue estava abeía a terra (...).

(inHistória das Quatro rlhaq, Vol. 3. p. 183-186)

(...) se sentirão por mútos dias grandes tÍemores nâ terÌzL e uns estrondos
tão espantosos (...). No fim d'estes ruidos subterraneos, a çlue eles chamão
trovões secos, arrebentou no mais alto do Pico hrtma fonte de fogo, ou de polme

de materiaes betuminosos ard€ntes, e ill'minados, da qual derivarão dous rios,


que forão descendo paÉ o mar pela parte do Sú, cercando as freguezias de
S.Matheos e da Magdalena (...). Ouvia-se o estrondo, e üa-se o incendio das
nhes de S.Jorge, e Fayal (...).

@rados do Ceo á insensibilidade dos Homens- in Archivo dos

Açores, Vol.3, p.506)

(...) e foi tâo grande o prodigio, que logo n'aquella noite começou
o fogo a correr, e em menos de seis horas chegou o fogo ao mar com tanta
vehemenci4 clue em poucos dias se extinguio o incendio d'aquella paÍe (...)

(inHistoria das Quatro Tlhas, Vol. I, p. 469)

A actividade vulcânica em São João foi desencadeada no dia 2 de Fevereiro, com a

efusão de seis coÍrentes de lava a partir dos Cabeços de Cima e de Baixo. Esta erupção
prolongou-se até 15 de janeiro de 7719, embora seja de salientar que a actividade foi
descontínua, pontuada pela intercalação de fases activas com fases de acalmia.

Duas destas escoadas láücas alcançaram o mÍÌr, dando origem a um extenso crìmpo
de lavas. A localidade de São João foi destruída pelas lavas emitidas no Cabeço de Cima,
embora não existam registos de baixas na população resultantes deste facto.

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uerca cie nove dias após o inicio cia actMdade zubaerea ocoÍreu uma erupção
submarina" a aproximadamente l10m da terra e a 88m de profundidade.
Esta erupção
provocou a projecção de abundantes piroclastos para terta, bem como a libertação
proxima
da costa de emanações gasosas que causíÌriÌm uma vítima mortal.

Nos registos historicos é possível seleccionar algumas passagens elucidativas acerca


da erupção de São João, que são transcritas em seguida:

(...) Na madrugda do dia dois tendo cessado a viorência do fogo na parte do


norte onde tinha rebentado. houve nova explosão no sítio daBngada. entre as
freguezias de S.Maúeus e S.João nos mattos, com horriveis esúondos, e
convulsões (-..). começou logo o fogo a coÍrer em caudalosas ribeiras para o
mar na distancia de duas leguas forrnando um vasto mysterio, até que no dia I I
rebentou novamente no lnar a distância de 50 braças da terra e n'altura de 40

defronte da egrej4 arrojando pant terra grande quantidade d€ (...) pedras


abrazarlqs em ardente lava com que formou 'm promontorio de grande altura, e
entrando por terra dentro começou a devastar os Émpos e casas d'aquella
fregaaia (...).No üa24 houve nova explosão no caminho do concelho que vae
paÍn o caes do Pico, repetinde-se igual scena no dta 27 no meio da freguezia; e
continuando a terÍa a tremer com üolentas couvulsões e horrÍveis estrondos
que parecião descargas d'artilheria (...). Começou então a çtimiÍnrir a üolencia
do fogo até que a 15 d'Agosto pareceu completamente extincto (...) tornando
comtudo a rebentar no principio de septembro com egwrcs estrondos e
tremores de terra (...).

(in História das Quatro llhas. Vol. I, p. 175)

(...) Em a noute do lo de fevereiro do dito arÌno par:l o 2o üa se viram


algumas pequenas linguas de fogo, que rebentaram desde a falda do pico,
trrcr
esta paÍte do sul ate á rocha ds mar pelo logrr de Bragada abaixo na freguezia
de S.João (...).

N'este dia 2 de fevereiro se viram seis ribeiras de fogo em materias Íluidas.


que sahiam pelos meados da terra- dua" lingrras ao mar gue coÍrerÍìm mútos
dias e fizeram as agu:ts tão quentes e fetidas (. . . ).

Em I I do dito mez foi Deus servido que rebentasse fogo em o mar 50


braças fóra da terra. em altura de fundo -10 braças diante da egreja do Glorioso

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S.João Eaptrs.t4 e despcriia de si tarliàs pçúãs pãja a icrra (....1 cujo iogo fez
um promontorio de desmarcada altura (...).

Em 24 do dito mez rebentou fogo no caminho do concelho- que ia para


S.Matheus, e se continuou este com outro que sahio do mar.

Em 27 rebentou terceira vez o fogo no meio da serra e principiou a deitar


ribeiÌas para cime da terra Frâ o mar (...), novos terremotos tâo estrondosos.
que excedendo os d'artilheria (.-.): continuou até meado d'agosto. e parou poÍ
espaço de oito dias; tornou a rebentar segunda vez no mesmo logar, e nos
principios de setembro continuou com os mesmos estrondos e tremores de terra
(...).

(in História das Quatro Ilhas, Vol. 3, p. 483-186)

(...) e foi lawar (o incendio) da banda do sul. quasi 60 braças ao mar-


vomitando as rochas do mar por debaixo da terra caudalosas ribeiras de fogo.
que tem fsils rrm grande ilheu, accrescentando a terra e atravessando em
e$ensas areas a freguuzia de S.João (...)

(in História das Quatro Ilhas. Vol. I, p. 469)

A erupção histórica mais recente que twe lugar na ilha do Pico ocoÍïeu a partii de 4
a 5 crateras dos Cabeços do Fogo. Com início em l0 de Julho de 1720, a actiüdade
decorreu até 18 de Dezembro do mesmo ano.

Precedida por gandes sismos, a erupção caÍactenzou-se pela emissão de escoadas

láücas, que atingrram o mÍr entre São João e Silveira. A ocorrência de fases explosivas
implicou a projecção de piroclastos, responsáveis pela destruição de culturas agrícolas e

pela morte de numerosas cabeças de gado e que, inclusivamente, tombaram sobre a vizinha
ilha de São Jorge.

Seguidamente apÍesentam-se alguns trechos de documentos historicos relacionados

com a erupção da Silveira:

(...) dia do anno de l72O (10 de Julho) rebentando por dezaseis boecas nas

faldas do Pico, por detraz do ca@o do Soldâo (...). Occupou perto de huma
legoa em quadro a innundação do fogo (...) precipitando-se pelas rochas no

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üçccaÍro (...) c a graude quautitiaiie de uilzas. que uonturuarãu ern arrujar cie si t
as boccas do Vulcano. e o vento lança sobre as teÍras. destruirão as cearas. os

frutos e os pastos; o gado pere€o quasi todo. Todo o terreno. por onde o fogo
passou. ficou sem lerra alguma. e como huma charneca de pedras queimadas
(...). Até f Ilha de S.Jorge, que fica oito legoas distante- frzeúo as cinzas
consideravel prejúzo.

(Anno Historico. p. 190)

Em os 10 dias do msz de jdho de 1720. tendo no dia antecedente


haüdo grandes tÍemores de terra (...) pelas nove horas da noite rebentou fogo
por cinco boccas no logar do Soldão, suburbio desta villa das Lajes do Pico ( ...)

continuando o fogo a devastar immensas campinas, forrnando um extenso


mysterio. cobrindo em toda s ilha as seiíras d'ardentes cinzas (...) e andando
todos atordoados pelos vapores sulphures terminando finalmente a acção do
fogo a l8 de dezembro do dito anno (...).

(in História das Quatro rlhas, Vol. l, p. 478)

As escoadas lávicas resultantes das erupções historicas podem ser separadas em dois
grupos consoante o seu tipo. Assrn, as escoadÍrs das erupções de 1718 são
predominantemente do tipo qa, ao inves do tipo pahoehoe característico das escoadas
lávicas emitidas em 1562/64, na Praiúa" e em 1720, na Silveira. Contudo, realça-se que no
flanco NW da mancha a^florante da erupção da Prainha se pode observar uma mancha aa,
relacionada indubitavelmente com a fase inicial deste episodio vulcânico tal como foi
loC
comprovado por uma datação efectuada com o método do fNunes et al,19976).

Não obstante a tipologia geral das escoadas lávicas historicas, os trabalhos de cÍrmpo
permitiram constatar que por vezes ocoÍTem variações locais. Este e o caso de algumas
zonas da escoada de São Ioão, onde as evidências de campo sugerem um comportamento

mais fluido da lava- ou o inverso no caso da Praiúa e da Silveira.

No Quadro 2.4 estão elencadas as principais características fisicas relativas às

escoadas láücas emitidas nas várias erupções historicas. Com base nas medidas efectuadas

no cÍÌmpo foi possível observar que as escoadas de São João e da Prainha apresentam
espessuras médias sensivelmente duas vezes superiores às restantes. No entanto, os

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D.rupCãô fepessúrn ÃiCIâs CoCJicientC ,Volurnes, , de Coúpiiüeífo V'otüüê ry Iluração,da erupção


,
'.ïaxa ',
....... )l : {kú') , 1ÀC$ec1o,' r_or|is:$jPyJ ctüSão.méUia iiiìdâ oscóadn. ,vsl,voÌüúe
r),,
. ..'

fiédia -,o' . .1ffi,Í; ,


'
:' ' ) , ,, ,ft

Praínha 4.06 t2.90 0.32X10r t57.15 X10r 7.700 0.8 % ?

(rs62-rs64) o=1.86

,|
Santa Luzia 2.90 8.62 0.34X10r 21.07x10-3 8.940 13.8 %

(1718) o:1.13

São João 4.70 2.04 2.30X10r 12.l0xl0r 0.51 m3/s(t) 1.600 26.2% (I) 273 dias = 6552 h

(1718) a=L.92 0.40 m3/s(2) (2) 349 dias = 8365 h

Silveira 2.34 4.94 0.47X10r 17.74Xr0-3 1.2g m3/s(-) 2.550 17.2% (*) 161 dias = 3864 h

(r720) o=1.51

Quadro 2.4 - Atributos fisicos das erupções históricas da ilha do Pico (retirado de Cruz et al., 1995)
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comprimentos e as áÍeas ocupadÍÌs pelas escoadas lávicas resultantes das erupções da

Prainha e de Santa Luzra são claramente zuperiores aos outros valores apurados no cÍrmpo.

Um parâmetro eficaz passível de ser utilizado na descrição geometrica de escoadas


láücas corresponde ao coeficente de aspecto, introduzido por Walker (1973). Este índice
expressa a razÁo entre a espessura média e a extensão horizontal da escoada" sendo esta
ultima estimada a partir do diâmetro dum cìrculo com area igual à da lava. Contudo, e na
prática" pode optar-se por determinar-se a ârea. ocupada pela escoada láüca por mera
análise cartográfica.

Comparando os coeficientes de aspecto das escoadas lávicas historicas do Pico


constata-se que as lavas de São João tem um coeficiente superior em uma ordem de
magnitude às restantes, o que será de esperar atendendo ao seu tipo aa e à espessura

apresenta<ia. O facto do coefrciente de aspecto da escoada de Santa Luzra, do mesmo tipo

da anterior, seÍ comparável aos valores obtidos nÍLs lavas pahoehoe permite equacionar a
hipótese desta ultima erupção ter tido uma to<a de efusão elevada-

No geral, os resuitados estimados são muito baixos, e compatíveis com os obtidos


em lavas de baixa viscosidade (Fig. 2.13).

0,1

nôA Coef.Aspecto = 0,01


- I

5
; 0,06
r S.João I

o Silveira
I

ll
I 0,04 e Sta.Luzia I

o
t o,o2 o Prainha I

Area (km2)

Fig.2.l3. - Diagrama representativo dos coeficientes de asp€cto das escoadas láücas históricas da ilha do

Pico.

Relativamente às erupções de S.João e da Silveira" das quais se possuía dados

referentes à sua duração, foi possível estimar taxas de efusão media assuminclo, no entanto,
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que a actividade rnrlcânica era contínua ao longo desse intervalo de tempo (Cruz et al.,
1995). Numa anáüse comparaüva com as taras de efusão medias determrnadas em lavas

basálticas de diversos mlcões do mundo imediatamente se verifica que os resultados obtidos

para as erupções dc Pico são muito baixos (Fig. 2.1a).


100

Y ' (..
o . 8rÈ,h-,gÍaíra (ldvas Uasátttcas)
oo
I 10 oata I S Joâo
'-È a
a a Stlverra
o
E
ao

u.l 1 10 100 1000


Taxa cle Efusão Média (rrr3/s)

Fig. 2.14. - Representação grafica das taxas de efusão média das erupções historicas do Pico

comparativamente com outros vulcõ€s basálücos s./. (adaptado de Walker, 1973).

No caso da escoada láüca de Santa Luzra foi possívei ainda estimar a velocidade
média do fluxo, na medida em que nos relatos historicos eÍa indicado o intervalo de tempo

em que atingiu o mÍr. Assumindo que a densidade da lava e igual a2.78 glcm3, determinou-

se uma üscosidade de 1.23x105 poises (Quadro 2.5; Cruz et a1.,1995).

A caractertzação geoquímica dos materiais emitidos no decurso da actividade


vulcânica histórica, cujos aspectos gerais já foram referidos noutro ponto deste capítuIo,
permitiu discriminar fases distintas nas erupções da Prainha e de Santa Luzia, ao invés da
constância detectada nas restantes (França et al.,1995b).

Em Santa Luzra distinguiram-se duas fases, a primeira das quais mugearítica,


parcialmente coberta por benmoreítos, o que em contraposição ao observado em São João
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frupção Densidade ,E$prssura Declivedo Velociüâdç :,Constan:te Viscosidade ObserïaÇões


,.,da.laVa. da e'scoâda ,, têfiôno, idfl eS0ofldâ êiaviuaut , (poiiei),, ,

:(glcnrlr I.(xrn) ,,1 . . .(cm/g),,,. , ..(cffisbl

Santa Luzia 2.29\*) hr = 160 O(t = 9o 41.3e (A) 980.6 Ir=0.9x10s (*) média pond. de
1.23 x E5 (tendo em
(1718) hz =355 &z= 4o r12= 1.9 x 10s conta que cr1 = 90 por
cçrca de 1650 m e
h-66 =290 Cú*"6 = 6.5o ïlméd=2.09x105 que oc2 - 4oWr 2790
m); valor ponderado
=2*t11 +r12 l3
hpona=225 üpona = 7.3o ì'lpono=1.42 x 10s (+) údos L.R.E.C. -
Laboratório Regional
de Engenharia Ciül
dos Açores

(A) Vel. média dada pelo cociente da distância percorrida (8 940 m) pelo tempo gasto (6 horas), i.e., uma velocidade média de t 1.5 km/h

("tempo" obtido in: Arquivo dos Açores).

Quadro 2. 5 - Cálculo da viscosidade da lava emitida no decorrer da erupçâo de Sta. Luzia (1718; retirado de Cruz et al., 1995).
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permite ibrmuiar uma hìporese acerca cia origerrt desÍas er upçocs ciesencacieaaas em cÍias
consecutivos.

Com efeito, considera-se que as lavas emitidas em ambos os eventos têm a mesma
origeng o que é comprovado pela linha evolutiva que liga os seus pontos representativos em
vários diagramas e pela composição mais rica em elementos incompatíveis das rochas mais
evoluídas da escoada de Santa Luaa. Estas características podem explicar-se como sendo
resultantes da permanência do magma na câmara magmática ou nalguma bolsada do
ptumbing system do estratovulcão.

A erupção de Santa Luza terá criado condições fisicas e tectonicas que permitiram a

ascensão de novo magmq emitido no dia seguinte em São João. A localização dos centros
eruptivos de 1718 a cotas sucessivamente mais baixas, e a sua disposição ao longo do
mesmo sistema fissural radial da MontanhE são eüdências que zustentam o rnecanisrno
proposto (França et a1.,1995b).

Mais uma vez a relevância dos documentos historicos é realçada: a mencionada


úertura de fendas em S. Mateus a acompanhaÍ a erupção de Santa Luna alicerça as

considerações anteriores.

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3.GtrOMORF'OI,üGiÀ

3.1. Consideracões Gerais

Um facto notório da morfologia do Pico consiste no aspecto assimétrico desta ilha"


divisível em duas metades- ocidental e oriental.

A morfologia do sectoÍ ocidental é dominada pela Montanha do Pico, que atinge os


2357 m de altitude máxima. A rede hidrogrrífica e múto reduzid4 o que denota uma fraca

densidade de drenagern, reflexo essencialmente do tipo de formação vulcânica aflorante, que é

geralmente múto permúvef definindo um padrão radial à Montarúa. As linhas de água


apresentam um regime predominantemente torrencial. Nesta área" genericamente, o solo é
pouco desenvolüdo e a ocupação vegetal pouco densa.

Por seu turno, o relevo do sector oriental da ilha é dominado por uma aplanação
alongadq limitada a N e a S por vertentes abruptas, com uma largura máxima de
aproximadamente 12 Km e uma altitude característica de 800 m. No entanto, o ponto de maior
altitude deste sector coÍresponde ao vértice geodesico do Topo, com 1007 rrq encimando um
antigo vulcão central, com a mesma designação, situado junto à costa S.

Comparativamente com o primeiro dos sectores enunciado, a rede hidrográfica é mais


desenvolüd4 reflectindo-se numa densidade de drenagem mais elevada, apresentando também
as linhas de água um regime torrencial. O solo é geralmente mais espesso e a ocupação vegetal
e mais densa.

O estratovulcão da ilha do Pico corresponde a um imponente cone vulcânico de

natureza basáltica s./., com uma forma aproximadamente circular na base e um diâmetro
máximo de aproximadamente 16 Km ao nível do mar. Ocupando uma área emersa de ll2 Km2,

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para um voiume subaéreo de ilZ,i i<rnr (Ì.iulres eí cti., iggTb), o estratovuicàu clo pict:
apresenta dimensões comparáveis a outros grandes vulcões similares, de natureza basáltica s./.,

que também edificaram cones de grandes dimensões. Como exemplos podem citar-se os casos

do vulcão Fuji (Japão), um dos maiores do mundo com os seus 400 Km3 de volume (Wadge,
1982 in Cas e Wright, 1987), do vulcão Beerenberg (ilha de Jan Mayen, Islândia), edificio
vulcânico com aproximadamente 200 Km3 de volume (Imsland, lg78), cujo cone atinge 750 m
de altitude máxima e apresenta um diâmetro ao nível do maÍ que varia entre 15 e 24 Km (Ollier,

1988) e, por firq o vulcão Stromboli (ilhas Eolianas, Itiília), pelo menos no seu sector subaéreo
(Scarth, 1994).

O cone vulcânico da Montanha do Pico apresenta verteÍltes côncavas, com um declive


suave da ordem dos 8oÁ a l5Yo desde o nível do mar até cerca dos I 150 m de altitude, quando

a inclinação aumenta, atingindo nalguns pontos uma decliüdade aproximada de 50Yo a7OYo.

Os cortes topográficos que atravessam a Montanha do Pico são elucidativos sobre o


enunciado (Fig. 3.1), observando-se distintamente a morfologia côncava e a mudança brusca de

decüve das vertentes a partir dos 1150 m de altitude. O rejeito de mais de 700 m verificado
numa falha que intersecta a vertente S do cone vulcânico, e que origina uma quebra no relevo

designada localmente por Lomba de S. Mateus, influencia decisivamente a morfologia da


Montanhq implicando que esta vertente apresente uma inclinação múto superior à existente na
encosta diametralmente opost a ffig. 3 .2).

Nas zonas de menor cota a morfologia é mais suave, sendo pontuada localmente pela
existência de alguns cones secundários de escórias, de menor dimensão, o que é patente no
corte topográfico executado no flanco W do estratowlcão (Fig. 3.3).

O corte topográfico U (Fig.3.4) representa o flanco E da Montanha do Pico,


observando-se o relevo mais energetico deste em contraposição ao verificado no flanco oposto,

bem como cones vulcânicos secundários a marcar localmente o relevo.

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Neste corte IJ 1Fig. s.+l e arncia possivei observar a estrutura apianada de tJreJos -
Bosque da Junqueira" cujo fundo se define cerca dos 800 m de altitude. Chovelon (lg82)
considera esta forma uma depressão de origem tectonica" relacionada com a instalação à cerca

de 30000 anos de uma estrutura em Graben, que apresentaria nesta zona o seu afundimento
máximo. O flanco S desta depressão e constituído por um aliúamento de cones de escórias,
enquanto o flanco N é marcado pela escarpa da Falha do Capitão, orientada WSW-ESE, que no

local da Lomba apresenta um rejeito máximo de aproximadamente 50 m.

Estas características, apesar de bem marcadas morfologicamente, não merecem esta


interpretação por parte de outros autores (ForJaz et al., 1990, Madeira, l99la, Nunes et al.,
1996 e 1997a), que aperìÍÌs consideram a existência da Falha do Capitão, acidente tectonico
responsável pela formação do ressalto no relevo designado por Lomba.

O topo da Montanha é encimado aproximadamente aos 2250 m de altitude por uma


cratera de forma grosseiramente circular, com 500 x 590 m e uma profundidade de

aproximadamente 30 m. O cone vulcânico do Piquiúo, que corresponde a um &iblet cone


com cerca de 90 metros de alturq emerge do lado NE desta crater4 atingindo 2351 metros de
altitude máxima. As paredes da cratera principal da Montanha desabaram parcialmente, pelo
que apenas estão preservadas nos bordos W e S.

O desmoronâmento das paredes da cratera principal do estratovulcão originou a

acumulação de extensos depositos de vertente na zona zuperior do cone da Montaúa do Pico.


Salientam-se, pela sua importância, os depositos localmente designados por Areeiros de Santa

Luaa, na encosta N, e as Quebradas do Norte, do Curral e da Terç4 nas vertentes E, SE e S

respectivamente. Estes materiais são múto recentes, situando-se a sua formação entre a
segunda fase de sdificação da Montanha, pois resultam do abatimento da respectiva cratera" e o

crescimento do Piquinho, atendendo a que as lavas emitidas por este ultimo contornam aqueles

depositos.

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inciícios de uma cratcra trais atriiga, iraduzidos pui urrr paiauar rtu ielevo decüvoso da
vertente aos 2050 m de altitude, podem ser observados no lado S da MontarúE e a sua origem
relaciona-se com as sucessivas fases de edificação do cone wlcânico (Fig. 3.5). Com efeito,

esta pequena aplanação em altitude, com um diâmetro inferido de 500 a 600 m, corresponde à

cicatru de uma antiga cratera terminal, no topo da Montanha primitivq que foi preenchida
pelos materiais emitidos em erupções posteriores à sua formação e que permitem explicar o
crescimento do estratovulcão.

1" F.âSE

2"FASE
,A
r FASE
--2351m
-\-----?Éfrm

\""-

Fig. 3.5 - Evotução morfológica do estratovulcâo do Pico (modificado de Chovelon, 1932).

Desta formq admitindo que a Montanha do Pico se edificou em sucessivas fases, e que
cada uma destas é caracteruada pelo estabelecimento de uma cratera no topo, Chovelon
(1982), Foqaz (1989) e Nunes et al. (1997b) admitem que este acidente morfologico aos
2050m de altitude marca a lo fase de formação do cone do estratowlcão (Fig. 3.5).

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ìia região ocidental da iiha os festantes pcntcs ele..'adcs ccrespciiCüi;; ; .-:o1cs

vulcânicos secundários do tipo estromboliano, disseminados pelas vertentes da Montanha, e

frequentemente dispostos segundo fissuras radiais ao cone central ou ao longo de fracturas com

orientações diversas. Entre estes relevos secundários notabilizarn-se pelas suas dimensões os
Cab.* Gordo (736 m), Manuel João (401 m), Pia de Agua (428 m), Hortelãs (512 m), Selado
(63 i m), Miradoiro (398 m) e Grande (255 m) no flanco N do estratovulcão, e o Cab."
Queimada (2a6 m) no quadrante NE.

A aplanação do sector oriental, cuja forma peculiar serviu de suporte à designação que
lhe foi atribuída - Planalto da Achada - possui uma altitude média de aproximadamente 800
metros. Prolongando-se desde o sopé da vertente E da Montanha, o Planalto da Achada desce
por patamares até à extremidade oriental da ilha do Pico, estreitando progressivamente neste
sentido (Fig. 3.6).

O processo fundamental no crescimento do Planalto da Achada relaciona-se com


actiüdade vulcânica de tipo fiszuraf e numerosos cones estromboiianos encontram-se
distribuídos pela superficie desta vasta aplanação, aliúados ao longo de fracturas. A orientação
geral destas fracturas e W-E e WNW-ESE, unindo-se a E numa única grande fissura, que se
prolonga desde os Cú.* da Cnlz e dos Grotões à ponta E da llha.

Estes aparelhos vulcânicos, em número superior a uma centena de cones de escórias,


apresentam uma forma cónica geralmente regular e uma altura média entre 50 a 60 m
(Choveloq 1982). O mesmo autor refeÍe ainda a existência de alguns cones de cinzas e

aparelhos de tipo Maar na área do Planalto da Achada" zugerindo erupções freatomagmáticas,

o que ainda carece de confirmação pelos trabalhos açtualmente em curso.

Pela zua imponência são de salientar alguns destes aparelhos vulcânicos, nomeadamente

os Cab.* Landroal (887 m), Cruz (939 m), Grotões (1008 m), Escalvado (1029 m), Caveiro
(972 m), Laje (968 m) e das Cabras (810 m).
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Fig. 3.6 - Esboço geomorfológiçe d3 ilhe do Pico (modificado de Ferreir4 1980); l.- vale encalxado;
2.-vale não encalrado; 3.-arriba viva; 4.-planalto; 5.+ones vulcânicos principais.

Os cortes topográficos que intersectam o Planalto da Achada demonstram a sua peculiar

morfologia: o topo aplanado, onde se instalaram numerosos cones lulcânicos que marcam a sua
formalocalmente, € õvertentesNe S, acenfuadas, a cai.rbruscamente sobre o ma^r (Fig 3.7).

O corte topográfico EF (Fig. 3.8), executado numa área mais a E, quando comparado com o
anterior demonstra a descida de altitude do Planalto à medida que se caminha paÍa a
extremidade oriental da ilha" o que se traduz nesta zona por vertentes menos acentuadas.

Pequenas lagoas encontram-se à zuperficie do Planalto da Achada, ocupando

depressões fechadas, com o fundo impermeabilizado, e que, frequentemente, correspondem a

crateras vulcânicas. Pela sua maior dimensão salientam-se as lagoas do Capitão, do Caiado, do

Paul- do Peixinho- da Rosada e do llheu.

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Fig. 3.7 - Corte lopográfico H-G.


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C rcicvo mais proerninenic dç scctor oçidental da rllia ó a Montanha iio Topo, i;rna das
áreas onde se observam as formações vulcânicas mais antigas da ilha, e que actualmente
corresponde a uma estrutura com uma morfologia pouco característica. Na vertente E da
Montaúa do Topo podem ainda ser observadas duas depressões com aiguma importância,
Terras Chãs e a Caldeira de Santa Bárbara" que Zbyszewski et al. (1962, 1963b) interpretaram

como crateras vulcânicas. Realça-se, contudo, que estas estruturas deprimidas terão resultado
de colapsos secundários no Vulcão do Topo.

Com o intuito de alicerçar as anteriores considerações, bem como oferecer uma imagem
de conjunto de fácil leiturq elaboraram-se mapas expeditos de declives (Fig. 3.9) e de altitudes

(Fig. 3.10), recorrendo paÍa o efeito à metodologia utilizada por Borges (1995). Para este
efeito utilizaram-se as cartas dos Serviços Cartográficos do Exercito, à escala 1:25000, e

adensou-se a quadrícula original, discretizando-se o espaço nÌrma malha quadrada com 500 m

de lado.

O mapa de declives traduz o declive máximo determinado em cada unidade de malha e,


por seu furno, o mapa de altitudes regista a curva de nível de cota mais alta intersectada em
cada unidade de malha por um segmento de recta N-S.

O mapa expedito de altitudes permite confirmar as ilações acerca da morfologia da ilha:


a dominância da Montaúa a ocidente, sendo patente o rápido aumento de declive para o topo,
o que se reflecte no estreitamento das faixas representativas das classes de número de ordem
superior, e a aplanação oriental descendo suavemente para E. As frequências das classes de
altitude representadas no mapa definem uma distribuição assimetrica, cuja cauda se prolonga no
sentido dos valores mais elevados (Fig. 3.1 1).

O mapa de declives conduz a uma leitura mais complexa: na Montarúa regista-se que a

vertente S é mais declivosa que as restantes, o que reflectirá os efeitos derivados da


implantação do cone mais para S e da grande quebra de relevo da Lomba de São Mateus. Na
zona do Planalto da Achada, deüdo ao efeito local sobre o declive do grande número de

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Escâlâ 1:250.000

Fig. 3.9 - Mapa expedito de declives da ilha do Pico (valores em percentagem).


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itiii:iiiiiiiiliiiiiiìiiìilliiiiiiii:iiiiiitiiiiiitiiiitiiitttiiiiiiitiiiriitiiiiiiiiiÍ,6',';li
i i i i i I i I I I I I I I I I I I I I I | "'," ,; ,,,;,,; !,
1 I I I '' ',,,

:,,ii:ii:i::,iitt,tt',,tr iiiii,1i111

Escalâ 1:250.000

Fig. 3.10 - Mapa expedito de altitudes da ilha do pico (valores em metros).


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aparelhos vuicânicos tiisseminacios â sua supctÍicic, ç aiilia atendendo à apenada quadrícuia


aplicada, a aplanação não é tão evidente tal como observada no mapa anterior.

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o

234567891011 12

Classe de Altitude (m)


(lntervalo de classe - í96 m)

Fig. 3.l l - Distribuição de frequências das classes de altitude

Do gráfico que representa a distribuição de frequências das classes de decüve


consideradas no mapq constata-se a preponderância das classe 3, com declive entre 0-29 e
0,43, e classe 6, com valores de 0,72 a 0,86 (Fig. 3.12).

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1n
(\I
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.!
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23456
Classe de Íbclive
(lntervalo de classe - 0,14)

Fig. 3.12 - Distrihrição de frequências das classes de declive.

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s.2. Uso rio Soio

A informação científica sobre os solos do Pico é igualmente diminuta, salientando-se a

Carta de Capacidade do Uso do Solo da ilha do Pico, à escala l:50000, (Madruga et al.,

1986). A capacidade dos solos é controlada por factores como o declive, a pedregosidade e o
encharcamento nas zonas de maior altitude, pelo que estas limitações foram aferidas pelos
autores desta carta (Piúeiro e Rodrigues, 1991)

Na ilha do Pico apenas 1400 ha de solos tem capacidade aravel, o que corresponde a

apenas 3.lyo da âreatotal da ilha (Pinheiro e Rodrigues, 1991). A classe de capacidade de uso
VII predomina em toda a ilha do Pico, coÍrespondendo a 44.56Yo da superficie total, seguida da

classe \II, com 37.57oÁ da ireatotal. Em contrapartida as classes I e II não estão representadas

no Pico, pelo que a categoria III, com apenas l.49Yo da ârea total, é a que apresenta menor
extensão, ao longo duma estreita faixa junto ao litoral, entre Lajes do Pico e Ribeiras (Fig.
3 13)

s|g
.u
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a!
o
F
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12345
Classe de Uso do Solo
rl
I

Fig. 3.13 - Histoglama das classes de uso do solo (dados de Madruga et al.,1986)

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-vTi, o quc é paíticr.lldlnier-rte


Na Montanha do Pico preduuúna a ulassc rroiório acima
dos 1200 metros de altitude, quando o declive aumenta" e a classe intermedia VII-\T. Numa
área em redor do Cabeço Gordo a classe dominante é a categoria intermedia V-W. No Planalto
da Achada domina a classe VI e, em algumas manchas menos importantes a mista VI-\III.

Duas informações importantes podem ser extraídas da capacidade de uso de solo. Na


região ocidental da iiha" dominada pela Montanha, o uso do solo é fortemente limitado pela
ausência de espessura efectiva do mesmo, o que é facilmente constatado no terreno.

Por outro lado, o encharcamento é uma limitação muito frequente no topo aplanado do

Planalto da Achada. Este facto observa-se directamente no campo onde, tal como já foi
referido, existem numerosos lagoas e charcos de água de menor dimensão a ocupaÍ o fundo
imperrneabilizado de algumas depressões.

Nesta zona oriental da iiha a espessuÍa dos solos é maior, e so limita a utilização
agrícola nas zonas onde afloram escoadas lávicas muito recentes, históricas e pré-historicas, o
que já tinha sido evidenciado por Machado (19a5), gu€ relacionou este factor com a ocorrência

de solos esqueleticos. A área da escoada láüca histórica da Praiúa (1562/64), ou a escoada


lávica do Cabeço da Herq no elctÍemo E da ilha" constituem exemplos claros deste
comportamento.

Machado (1945) refere es msc,enismos que presidem à génese dos solos do Pico e Faial,
indicando um exemplo de um solo em üa de podzolizãção na Praiúa de Cima" na região
oriental do Pico. Nesse local, aos 250 metros de altitude, o solo apresenta uma espessura total
de aproximadamente 90 cm, e uma diferenciação em horizontes bastante desenvolvida.

Num estudo posterior Madruga (1986) caractenza amostras de andosolos dos Açores,
um dos tipos pedologicos mais frequentemente observado no arquipelago, publicando duas
análise fisicas e químicas relativas a outras tantas amostras recolhidas na metade oriental da

ilha.

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Os levantamenti;l scbre a':obcrt';ra'regetaj da ilha do Pico são escassos, relevando-se a

carta de ocupação agrícola e siiúcola dos solos até aos 300 metros de altitude (DREPd 1988)
Como é evidente, o limite dos 300 m de altitude circunscreve a caractenzaçáo da vegetação
apenas à faixa costeira do Pico. No entanto, esta cota corresponde nos Açores a uma divisão
entre duas zonas agroecologicas distintas (Pinheiro e Rodrigues, l99l), em que a menores
altitudes e possível a prática de uma série razoável de culturas agrícolas e, ao invés, acima
daquele limite a aptidão natural dos solos é a pastagem e a floresta.

As variações climáticas em função da altitude induzem dilerenças acentuadas no tipo de


coberto vegetal consoante a altitude do local. O tipo de vegetação natural predominante junto
ao litoral e a fua (Myrica íoyo Ait.) e o incenso (Pitosporum undulatum Vent.) (Machado,
re4s).

Especies como a uÍze (Erica azorica Hochst.) e o queiro (Calluna vulgaris Salisb.)
tornam-se mais frequentes a maiores altitudes. Entre os 350 metros e os 1000 metros de
altitude assinala-se a abundância de musgos e selaginelas e, numa faixa estreita cerca dos 800
metros, o cedro (Junìperus breviftlia Ant.) é comum.

Ainda a maiores cotas, a vegetação, dominada pela urze, pelo queiro e por alguma
vegetação herbácea de pasto natural, mantem um porte reduzido. No topo da Montaúa do

Pico, observam-se rÍÌros líquenes, queiró e algumas especies herbáceas (Machado, 7945).

A ocupação agrícola e silúcola dos solos mascaÍa frequentemente a vegetação natural.


Ate ao limite referido dos 300 metros de altitude predominÍrm as vinhas, em exploração ou
abandonadas, as culturas Írrvenses e hortícolas e os matos. As pastagens vão adquirindo

importância crescente, através da execução de numerosas arroteias.

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c u -tr a c k c u -tr a c k

3.3. Rcilü [IirirogrÍíìri

A caracteização quaiitativa e quantitatìva da rede hidro grâfrca revela-se de grande


significado no âmbito de estudos hidrogeologicos, especialmente quando se depara com a
realizaç5s de trabalhos em áreas onde a informação de base é escassa. Este e o caso da ilha do
Pico, estando a importância dos estudos quantitativos da rede de drenagem bem realçada nas
publicações de Almeida (1985), Velho (1989) e Cruz (1992).

Importa referir que, no entanto, a interpretação dos parâmetros hidrogeomorfologicos


obtidos à luz do ponto de üsta da ocorrência de águas subterrâneas revela-se complexa"
implicando que, por vezes, as inferências sejam dificeis.

3.3. l.Densidade de Drenaeem

Nos estudos quantitativos das redes hidrográúcas a Densidade de Drenagem (Dd)


revela-se o parâmetro morfométrico mais significativo (Hagget e Chaley, 1969, Gregory e
'Walling,
1985).

Horton (1945) definiu pela primeka vez o conceito de Densidade de Drenagerrq


considerando que este índice corresponderia à rczão entre o comprimento total das liúas de

âgua e a irea onde este e determinado.

Ft-
Dd=L/
A

em que: lf , comprimento total das linhas de água


À área de referência

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

O valor absoluto deste parâmetro revela-se pouco importante, atendendo à abordagem


relativa pretendida no presente estudo. Com efeito, é substancialmente mais importante a

elaboração de um mapa representativo da distribuição espacial da Dd, no sentido de limitar


zonas onde o valor deste índice é uniforme e diverso das áreas contíguas.

Desta formq elaborou-se um mapa de Dd da ilha do Pico, a devido tempo apresentado,

pÍLra o que se utilizaram as cartas topográúcas dos S.C.E., à escala 1:25000, tendo-se optado
por obter e apresentar a informação na quadrícula quilometrica original da base topográfica.
Sendo assim, mediu-se com um curvímetro o comprimento total das linhas de água em cada

quadrícula da carta e, quando a âre,a não era unitáriq determinaram-se estas com um
planímetro.

Apresentam-se igualmente os mapÍIs de Dd contemplando unicamente a drenagem de lu,

2u e3u ordenl pÍLra o que se seguiu a mesma metodologia anterior, obüamente apos proceder à

ordenação dos segmentos constitrintes da bacia hidrográfica. Para este último efeito usou-se a

metodologia de Stratú er (7952), em que os segmentos da rede de cirenagem sem afluentes são

de l" ordenr, os de 2" ordem resuitam da confluência tie dois canais de io ordem e só recebem
tributários de primeira, e assim sucessivamente (Fig. 3.14).

1
21
1 2
3 2
1
1 4
1
4

Fig. 3.14 - Ordenação dos segmentos da rede de drenagem (segundo Strahler, 1952).

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Uiiiizancio uura úrúua coiecção d,- üü tas íopográficas cbvia sc iricdiataacinc o eieito
de escala das mesmas que, segundo Rambert (1973 lir Almeida e Romariz, 1988), pode
influenciar os valores de Dd obtidos. Do facto, segundo o mesmo autor, a Dd revela uma
tendência crescente quanto maior for a escala topográfica dos mapas ou fotos aéreas utilizadas

na sua determinação. Como na llha do Pico apenas existe uma edição de cartas à escala
1:25000, a eventual influência de mudança de critérios topográficos entre sucessivas edições
tambem se revela nula.

A Dd resulta da interacção entre a energia disponível a induzir erosão e a resistência e


susceptibilidade dos terrenos à mesma (A1meida" 1985, Almeida e Romariz, 1988). Assim, as
características intrínsecas e extrírÌsecas das bacias hidrográficas assumem um particular
significado. No primeiro grupo salientam-se a porosidade e a penneabiüdade dos solos e

rochas, a densidade da cobertura vegetal e a morfologia do terreno, nomeadamente o declive.


Por sua vez, o clima constitui a característica extrínseca mais importante, nomeadamente a

pluüosidade bruta e efectiva e a sua distribúção espacial e temporal.

Custodio e Llamas (1983) referem que a Dd aumenta em áreas onde a permeabilidade


da rocha for menor e maior o declive e a espessura do solo de coberfura. No entanto, dentro
desta grande tendência, importa investigar a homogeneidade dos factores que influenciam a Dd,

de forma a asseguraÍ maior credibilidade às eventuais conclusões a retirar.

A Dd caraú.eriza indirectamente a capacidade de infiltração de uma bacia na ügência


de um clima homogéneo (Sokolov, 1969 in Almeid4 1985 e Almeida e Romariz, 1988), o que
permite classificar qualitativamente a permeabiüdade superficial dos terrenos. Nestas condições

estabelece-se uma relação inversa entre a Dd e a capacidade de infiltração (ou a

permeabilidade), que e controlada pelas condições geologicas, como a litologia das rochas, o

tipo de solos e as condicionantes estruturais. Por outro lado, na mesma unidade litologica as

variações no relevo e no coberto vegetal, bem como na magnitude da influência antropica"


podem explicar heterogeneidades no valor de Dd.

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Quancig u iëlevü c o substlaatJ g€cl:glct da lre? iln eshrrlo são homogéneos a Dd


depende essencialmente da capacidade erosiva da precipitação (Andrade e Gomes, 1987)

A existência dos dois domínios morfologicos da ilha do Pico, ocidental e oriental, é

confirmada pelo mapa de Dd total (Fig. 3.15). Com efeito, confirma-se que a Dd da região

ocidental da ilha e fraca existindo, inclusivamente, uma extensa área em que a drenagem é nula.
Por outro lado, so na região E da iiha é possível delimitar áreas cuja classe de Dd é superior a
6, o que equivale a valores da ordem de 3,89 a 4,67 Km-r.

Unicamente nas vertentes SE e NW da montanha do Pico existe uma rede hidrográfica

mais densa" salientando-se neste último grupo as linhas de água que drenam a zor,a entre São
Mateus e São João, na costa S. Estes cursos de áryua apresentam por vezes quedas de água
bastante pronunciadas, como o caso da Ribeira Grande, em resultado do ressalto topográfico

da falha da Lomba de S. Mateus.

A Dd na região oriental da ilha também apresenta um comportamento variável, fruto do


tipo de substracto geológico, da idade das formações vulcânicas e da morfologia do terreno.

Os valores mais elevados deste parâmetro morfometrico, atingindo em algumas áreas


dimensões que pertencem à classe com maiorDd (6,22 a 7 Km-r), ocoÍrem numa zona limitada

a N pela liúa de costa entre São Roque do Pico e a Ponta do Mistério e a S pela escarpa da
Falha do Capitão e pelo Cabeço do Corre Agua.Correspondem a um grupo de linhas de âgta

com um padrão paralelo, salientando-se Írs Ribeiras de Dentro, da Laje, Seca, dos Fetais e

Ribeirinha" que drenam uma área onde aflorÍIm as formações vulcânicas fissurais mais antigas

da ilha e onde a proporção de materiais piroclásticos é maior.

O efeito conjugado destes dois factores geológicos, por um lado a idade das formações,
e consequentemente o seu grau de alteração, e por outro lado a sua constituição, a que se tem

de adicionar a influência do maior declive, explicam o brusco aumento da Dd verificado quando

passamos dos materiais emitidos pelo estratovulcão do Pico para esta formações vulcânicas

mais antigas.

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Escala 1:250.00O

Fig. 3.15 - Mapa de Densidade de Drenagem da ilha do Pico ('valores em Km-t;.


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A conjunção dcsiçs factorçs gcolcgiccs tambem per:mte expiicar pa:-cialrnente c facte


de na extremidade E da ilha a Dd ser nula" o que se relaciona com o afloramento de escoadas

lávicas muito recentes, como a do Cabeço da Hera" o que confere a esta área uma maior
permeabilidade supeúcial.

O menor declive verificado nesta zona também é responsável por este facto e, o efeito
topográfico tambem pode ser aquilatado noutras áreas, como por exemplo ao longo do eixo do
Planalto da Achada. Nesta área, onde a aplanação é mais extensa, a Dd e negligenciável, e

atendendo à esperada uniformidade climática, a ausência de declive exerce uma real influência
na drenagem.

Da comparação do mapa de Dd total com o mapa de declives não se consegue retiÍar


uma conclusão clara acerca da real influência da topografia sobre a rede hidrográfica.
Observando, por exernplo, o sector NW da Montanha do Pico, onde a drenagem é nula, ressalta
o baixo declive mas, em oposição, existem outras áreas onde a drenagem tambem é inexistente
mas o declive é superior, pelo que concluir algo generalnado à ilha poderá ser pouco credível.

As vertentes N e S do Planalto da Achada são drenadas por uma rede hidrográfica de


padrão predominantemente paralelo, que por vezes e bastante densa" como pode ser observado

no mapa em análise.

Deste panorÍÌma geral da densidade de drenagem na ilha do Pico, traduzida poÍ uma
distribuição assimetrica da frequência das classes definidas? com uma cauda desenvolvida no
sentido dos valores mais elevados (Fig. 3.16-A), podemos extrair algumas ilações importantes
do ponto de vista hidrogeologico. Assim, nas zonas onde afloram as formações vulcânicas
emitidas pela Montanha do Pico, bem como em algumas áreas na metade oriental da ilha" onde
predominam escoadas lávicas muito recentes, a permeabilidade superficial e elevada, o que se

reflecte na baixa, e por vezes nula" densidade de drenagem-

As cartas de Dd que contemplam unicamente os segmentos de linha de água de uma


determinada ordem permitem comprovír que, no geral, a rede hidrografica do Pico e pouco

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E 200
ã,*1oo
50 50
o 0
234567 234567
No de Classe de Dd Total Classe de Dd de 1o Ordem

Fig. 3.16 - Distribuição de frequências dos valores de Dd total e Dd por segmentos de lu, 2" e 3u ordens.
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ramificad4 concentrando-se a drcnagern ,Je 2'ç 3o oiriein quase eicitrsivaiiìçrit€ ribr vçri.c'.ies N
e S do Planalto da Achada" especialmente na sua metade mais oriental. A drenagem de 3u
ordem verifica-se essencialmente na zona entre S.Roque do Pico e a Ponta do Misteri
o, pata a
qual já tiúamos salientado a ocorrência dos valores de Dd total mais elevados (Fig.
3 .17, 3.1g,

3. le).

Atendendo ao enunciado, e compaÍando as distribuições de frequência das classes de


Dd consideradas em cada caso, observa-se gradualmente o acentuar do carácter assimétrico
destas, em que a classe de menor densidade e cada vez mais significativa (Fig.
3.16-8, 3.16-C,
3.16-D).

Analisando a Dd ao nível elernentar da bacia hidrográfica verifica-se que o valor médio


e de 3,48 Km-r e o desvio padrão de 2,94 Km-r. A distribuição de frequência da Dd por bacia e
assimetricq correspondendo as classes mais frequentes, de 1,13 a2,25 Km-r e dos 2,25 a3,3g
Km-r, a cerca de28Yo e24%o respectivamente do total das bacias estudadas (Fig.3.20-A). O
valor máúmo registado e de 8,77 Km-r e a densidade de drenagem mínima e de 0,40 KÍn-r.

O maior rio medido em cada bacia hidrografica, bem como a area das mesmas, também
apresentam uma distribúção assimetrica, com as caudas desenvolüdas no senüdo das
classes
de maiores valores (Fig. 3.20-8,3.20-C). O comprimento medio do maior rio é de l,9g Km,
para um desvio padrão de 1,70 Krn, variando entre um mínimo e um máximo
de O.2l e l1-1g
Km respectivamente.

A árrea mínima das bacias é de apenas 0,02L<mz, enquanto o valor máximo e de 24,54
Km2. No entanto, o valor medio é baixo, igual a 1,28 Km2, com um desvio padrão de 2.5g
Km2.

A relação entre a Dd de uma bacia e o maior rio medido na mesma depende do grau de
hierarquização da drenagem. Na area onde ocorre a Dd máxima, que como v"imos corresponde

a uma zona entre São Roque do Pico e a Ponta do Misterio, a ramificação é maior e uma
relação positiva entre estas variáveis pode ser distinguida (r: 0.71), enquanto nas outras áreas

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Fig. 3.16 - Distribuição de frequências dos valores de Dd total e Dd por segmentos de lu, 2u e 3u ordens (continuação).
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3,22-3,87
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3,87 - 4,51
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4,51 - 5,16
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# # * + z'dd'.0 o o 0 o;+,: o o o o o,{iji-ïdi,a 0000 4#4444 4#444
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# # # # # # 0 0 0 0Wiffiffi,"i,ti:,2rffi0.{,f40.1 o o o oÍ 0 0 0 0 0 O:,V, 0 00 0 44444
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Escala 1:25O.000

Fig. 3.17 -Mapa de Densidade de Drenagen para segmentos de 1' ordem (r,alores em Krn-r).
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44
{ 4##
44444###44##
4 4## # # # ## ##
U 4{S{<
# # 4#
1,n - 1,73
1,73 - 2,17
2,17 -2,@
#

# # # o 0 0 o oi'íio o o o o o offi',i"0"ò'ï"ò"0 o ^
# 4 4 4 4 H 4 # # 4 4 U 4 # # 4 U 4 4 s'7
^
2,60 - 3,00
# # # 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Mffi0 0 0 0 0 0 0 ^
# 4 g # # 4 4 # # # # # { # 4 4 U + + 4 Ft
3,00 - 3,47
###0000000000000 0000 O':iï':::'# 0 # # # # # # # # # # # # # # # I
###0000000000000 000000 ffi-;ffi0 oo########## #### # 3*44

###o000000000000 0 0 0 0 0:r.2r1 0 2.,'2,ilrüfl1


I {y"H
20000## ##### ## ## ## # 44444

## # 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 O O O.;&0 6 ;:!,i'l;i.0 0 0 01,1 ;0 0 # # # # # # # # # # # # 4#44*

###0000000000000000 44444

####000000000000000 0 0ffi0 0 000 o oi.1,o 1''2 o o # # # # # # # #{tg4

# # # # o o o o o o o o oji,tìio o o o o o ,2'' 0 000 o o o oíiff0 o o o o o o # #


iiiïii ii:::::ffi::::
o o # 444{4

00000 000 o o o o o o o o o o offio o o {{{{4

00000 0 00###
######H####000#0000 00000 0 ,0ffi0 000##
#################00 00000 000##
444s444!##44#s4s44*
##hÉtÈ** H4#{4 ###0000 00###
t4N4*443#s4s444444# u4u44 #### 0 0 0 0#######000## 44444
##444444#{44#{4*44s 4#4r4 ####000 44#4#3###S4s44 44TH+
44*#*#{##fl44$fl44### ##{## 444!{#l ###{##444#4444* {{444
4444##44#444444*444 {#44# 4444##4 444444*3444444s 444U4
g**#{{44{{*t444{44t **44* ug44u4u 44#t#S{{444444! ##444

Escala 1:250.0@

Fig. 3.18 - Mapa de Densidade de Drenagem para os segmentos de 2u ordem (rralores em Km'').
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

##4948

0-0
Ìii] o _ 0,33
:iiil0,33-0,67
0,67 - 1,00
't,00 - 1,33
1,33 - 1,67
1,67 -z@
2,6-2,33
# # # # # # # # # # # # # # # # # # # I
# # # 0 0 0 0 0 o 0 0 o 0 0 o o 0 0 o 0 0 o 0 5I# M:;li:,] 2,33-2,67
# # # o 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0'ü ffl"l..l.i:,
ss44#s44{{440

# # # 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0mffi0
,
4s3{S{444444* 4#444

# #. # o o o o o o o o o o o o o o o o o oïi
# # # 0 0 0 0 0 0 o 0 0 o 0 0 o o o o 0 o o 5 5 0 0 o 0 o o 0 z llì- o # # # # # # # # # # # # ##gu4

# # # 0 o 0 o 0 o o o o o o 0 0 0 0 0 o o 0 0 0ffii#o o 0 o 0 0 0 0 # # # # # # # # # # # # 44444

# # # # 0 0 0 0 o o 0 0 o 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0ii1j,0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 # # # # # # # 44444

# # # # 0 o 0 o o 0 o 0 o o 0 o 0 o o 0 o 0 o o 0 0m0 0 o o 0 0 0 0 o o o 0 0 0 o o # # # 44444

# # # # # # o 0 0 o o o 0 o o o o 0 o o 0 o 0 0 offio o o o 0 0 o 0 o 0 0 o o o 0 o o 0 o 0 4444+

44 # # # # # # 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00###
# # # # # ++ # # # # # 0 0 0 0
0 # 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 000##
# # # # # # # # # # # # # o 0
# # # # o 0 0 0 o 0 o o;ïir 2'0 2 o 0 0 0 o 0 o 0 0 0 0 0 o o 0 000##
4 4# #
#*tEf#frtÈÈÉfr 4 ## # 4 4 # # H ##+í 4 #{+
0 0 #{í#{r {t#{d n ? n n 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ###
# # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # o 0 o o:,.iï, o * # # # # # # o 0 0 # # 44444

### # ## #### ####### ###### # ## # #0 0 0 0 # ## #### # # #### # 49494

s 4 * { { # # # # # # # # # # # 4 A # # 4 # # # 4 H # 1+ {+ # 1l ! 4 ! s 4 u 4 u 4 ! s 4 4 a 4 ##444
*frfrtr*ÈÈ#*##È**hëÈ*frÈ
!E*##*fr*frt###ÈÈ##È#Ë##+*È
3 4 4 4 4 * * 4 4 4 4 # # # # # # # q # # # # # # # {+ # d # # # # # # # +r # # # # # # # # 44444

A4s*444s#{4444#4#4#######4#####!44#####H## #4##{
9##HffhtrFFF#VÈ#*##é*##hhiË

Escala 1:250.000

Fig. 3.19 - Mapa de Densidade de Drenagem para os segrnentos de 3o orden (valores em Km-r;.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A I

30 60 60
!
.2s .50 .50
t,
Ë20 840 840
v, o
'3 15 '3 30
u,
.Ë 30
o
ô $,0
2s $ro ?20
=10 =10
0 0 0
234567 2345678 1234567
Classe de Dd Classe de Maior Rio Classe de Área de Bacia Hid.
(fntervalo de classe - 1,12Km-11 (lntervalo de classe - 1,5 Km) (lntervalo de classe - 3,12 Km2|

Fig. 3.20 - Distribuição de frequências dos valores de alguns atributos das bacias hidrográficas
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

consideradas a dispersão de valores e mutto maior, em resuitacio da rnerrur irierarquização (Frg


3.21). Nestas zonas, é a dimensão do maior rio e a ârea da bacia que, na ausência de afluentes.
controlam directamente a Dd.

E
=
.(J
E enn
v,vv
.g
to Ec",p;tl
o s Grupo E1
CL

E 3,00 6 Grupo E2

.9
Í!
=
0,00
4.00 6.00
DD por Bacia (Km-1)

Fig. 3.21- Relação entre a densidade de drenagem e o maior rio das bacias hidrogriíficas.

A írea das bacias e o maior no são vanáveis interdependentes (Fig. 3.22), o que

comprova o baixo grau de hierarquização da drenagem da ilha do Pico e indicia, novamente,


uma elevada permeabilidade superficial das formações geológicas aflorantes.

3.3.2.Paràmetros Morfometricos da Rede de Drenasem

A caracterização geomorfológica da rede de drenagem pode ser empreendida com base

em duas abordagens diversas, embora necessariamente complementares. Desta forma, podem


ser distinguidos os aspectos lineares do sistema de drenagem, recorrendo a medidas como a
ordem e comprimento dos canais, dos aspectos relacionados com a írea das bacias

97
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

hidrográficas. O trabalho de Horton (19+5) toi pioneiro ne$e campo, cnurrciantio as rrês ieis
fundamentais que tomaram o nome do seu autor.

12,O0

10,00
:íE
.g
(, I,O0
o.!
o 6,00
CL
o
tr-trr
ntrlln
&, 4,00 -tr
-ts ÊtE
.9
.g

=
2,OO b Etr
B
0,00
0,00 2,OO 4,00 6,00

Area da Bacia (Km2)


tl
Fig. 3.22 - Relação entre a área e o maior rio das bacias hidrográficas.

Em qualquer dos casos adoptado é necessário utilizar índices morfométricos, ou seja

efectuar medidas da dimensão ou da forma do relevo, cujo significado seja interpretável. Uma
lista extensa de parâmetros morfométricos aplicáveis à análise de redes de drenagem, bem como

aprofundadas considerações sobre a sua aplicabitidade, pode ser consultada nos trabalhos de
Strahler (1964), Doorkamp e King (1971), Gregory e Walling (1973), Goudie (1981) e Cooke
e Doorkamp (1990).

Neste contexto procedeu-se à determinação das razões de Bifurcação ou Confluência


(Re) e de Comprimentos Medios (R1), para aquilatar eventuais diferenças na rede de drenagem,
passíveis de fornecer informações com interesse hidrogeológico. Visando efeitos comparativos,

determinaram-se os índices atrás mencionados tendo previamente subdividido a rede de

drenagem da ilha em várias zonas, obedecendo a um critério morfologico e geologico. Neste


'W, que engloba as linhas de âgva da metade
contexto, doravante consideraremos o grupo
ocidental do Pico, e o Grupo E, correspondente ao remanescente. O grupo oriental será

98
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

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y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

subdiviclido ainda eni ,iois conjuntos, uni designado pcr E2 e situaCc lo exkcnio NF/ do
Planalto da Achad4 numa zona limitada a S pela Falha do Capitão e na costa
N por São Roque
do Pico e a Ponta do Mistério, e que como vimos apresenta a mais elevada
Dd, enquanto as
restantes liúas de água serão agrupadas sob a designação El

O índice de bifurcação é dado pela razão entre o número de segmentos de uma


dada
ordem OU e o número de segmentos de ordem imediatamente superior
Gìo*r).

No
R"=
No*t

O pendor da recta de regressão linear (b) entre o número de ordem dos canais e o
número de segmentos dessa classe permite calcular a razão de bifurcação pela
seguinte
expressão:

Rg = l0-o

O índice dos comprimentos médios pode ser definido como a razão entre o
comprimento medio dos segmentos de uma determinada ordem (I-") e o comprimento médio
dos segmentos de ordem imediatamente superior (I^*1).

R,=Lo
" Lo*t

A relação entre o número de ordem e o comprimento médio dos segmentos dessa classe
define uma rect4 cujo declive possibilita a determinação da razão dos comprimentos medios
pela relação seguinte (Almeida, 1985):

R" = Log-lb

99
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

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y
bu

bu
to

to
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k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

,\pcs classif;car a magituCe dcs :eg:nentos pertencerr,te: è rede ilr dienag:m Cc pico,
procedeu-se à determinação do respectivo comprimento, para o que se utilizou um curvímetro

(Quadro 3.1 e3.2).

Numa rárpida observação da rede de drenagem da ilha do Pico podemos concluir que
esta e pouco hierarquizada, so existindo um segmento de linha de água de 5u ordem, na ribeira

do Soldão (vertente SE da Montanha), e apenas mais uma bacia hidrográfica com linhas de
água de 4u ordem, na ribeira de Dentro (vertente NE da Montaúa).

As eventuais relações entre o substracto geologico e a hierarquaação da rede de


drenagem podern ser, desde logo, aferidas a partir da sua morfologia. No sector ocidental da
iiha as bacias hidrográficas são pouco hierarquizadas, em oposição às do sector oriental. Neste
último, no entanto, a hierarquização da rede de drenagem tambem é heterogéneq sendo
máxima no sector E2 e menor no sector El, que engloba as liúas de água que drenam as

vertentes N e S da metade oriental do Planalto da Achada.

O índice de bifurcação geral da ilha do Pico é 43A (Quadro 3.3), valor que está
compreendido na guÌrna observada em situações em que não se verifica influência da estrutura
geologica na morfologSa da rede de drenagern, que é da ordem de 3 a 5 (Strahler, 1964).

Considerando os domínios morfológicos ocidental e oriental verifica-se que os


respectivos Re são mais elevados (Fig. 3.23). Desta forma, a região W e caractenzada por um
Rs de 5,44, tnücativo de influência por parte da estrutura geológica mas, se considerarmos a
grande bacia hidrográfica da Ribeira do Soldão (n' 82) como fazendo parte deste grupo, o valor

de Rs desce para3,26, o que se insere na gama definida por Stralher (1964). No entanto, esta
bacia constitui um caso único na ilha do Pico, atendendo ao seu grande desenvolümento,
apesÍìÍ de morfiologicamente e geologicamente estar inserida na zona de influência da Montanha

do Pico

100
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

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w w
w

w
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k
c9qq1,!l- >Rlo
-
(l( nr) -ixliij
Í{2

_ iJ?__
__|Lr_
B,:Ì?
-_
8,.10
2.65
_ -r19._
ó.00

-,-:Lol-
?Jt_
l.i9

Qttadro 3.1 - l'lÍrrnero cìo segnrentos cic lirúas de águu e resl)eoti\()s oor-nprirnr:nlos porb{ìoiúr hidrográlica
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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PD
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er
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w w
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

0ô8
2J:_*
_13s
2.00

!iq_
.r.5J

.r t?_,
_2,:ll _...
,.-
3 ?.1
!.11_
_Ì.15
I. Ió

_.üz_
.t 5?
j.rl_
t.12

g__,.
-!-?
8.36

598
._,11.20__.-
-!')e
0.5?

_1J1 *
_.L4L_

,-_.- 1_*

-0 _
0

(lLratlro 3.2 - Nímero tJo scgnentos dc linhas tle Água e respectivos cotÌ\)ritììentos porbaoia ltidlográlioa,
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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PD
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er
!

!
W

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w
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m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

DOMINIO Rg R1

4.30 r.28
Pico
1.50
5.44 1.90
Grupo W
3.26 (2) r.62 (r\ (2)

Grupo E 5.46 r.27 (3)

Grupo El 4.r7 r.6s (4)

Grupo E2 3.92 1.78 (3)

(1) S/ linha de âgw de 5o ordem;


(2) Englobando a Bacia no 82,
(3) S/ linha de áryua de 4'ordem;
(4) S/linhas de âgpa de 3o ordem.

Quadro 3.3 - Parâmetros morfométricos da rede de drenagem'

1000
fi o llha do Pico
o
ç És r Grupo W
É 100 â A Grupo W + Bacia no 82
trì â
!t 3 e Grupo E
(n
0! c Grupo E1
ït
rr 10 r Grupo E2
=
=
1

24
u, No de Ordem

Fig.3.23 - Relação entre o número de ordem dos segmentos de drenagem e o logaritmo do número de
segmentos, para cálculo da razão de bifurcação.

103
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

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lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A zuÍla E apresenta um RB de 5,46, ilÌas se considerannos as suas ;ubzonas ü pauutârrib

é assaz diverso: o denominado grupo El e caracterizado por um Re de 4,I'l, enquanto a zena


EZ tem um Rs de 3,92.

Atendendo a estes dados observa-se que a Re é inversamente proporcional à

hierarquização da rede de drenagem. A caracteÁzação quaiitativa da permeabilidade do


substracto geológico, tambem pode ser realaada considerando que esta apresenta uma relação
directamente proporcional ao valor de Re.

A região V/ e El possuem um substracto essencialmente coberto por escoadas lávicas,

mais permeáveis que a cobertura da zona E2, onde a proporção de materiais piroclásticos e

maior, e o grau de alteração das rochas, atendendo ao facto de serem mais antigas, é

igualmente superior.

A diferença observada entre a regsão Wea zona 81, dever-se-á primordialmente ao


facto da primeira apresentar forrrações de cobertura que, no geral são mais recentes que na
segunda, o que thes induzirá maior permeabiiidade superficial. Factores topográficos poderão
igualmente influenciar este comportamento diversificado, enquanto eventuais diferenças
climáticas, mesmo que existarn" não devem ser preponderantes, pois seria de esperar em face
destas uma variação inversa dos valores de Rs.

Para calcular por regressão linear a razão dos comprimentos medios (Rr) não foram
consideradas as dimensões medias dos segrnentos de maior ordem em cada zona. Desta forma,

obüou-se ao facto destes apresentarem Ìrm comprimento médio muito inferior ao de número de
ordern inferior, o que afectava o cálculo de Rr- a partir do declive da recta de regressão (Fig.
3.24).

Os valores de Rr obtidos denotam menor variação do que os índices de bifurcação,


nomeadamente quando analisamos os dados em função do zonamento escolhido (Quadro 3.3).

As liúas de água da zona W apresentam um fu superior ao valor obtido para toda a ilha do

Pico. A metade oriental da ilha é caracterizada por um R1 menor que o valor global mas'

l0.t
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
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lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

observa-se que estas apresentam lnorccs uuJU vat()l


é
considerando as suas duas secções
próximo do obtido no conjunto W'

r -ÊJ-----l
llha do 1

Grupo
t: Grupo I * a-"iurno82l
n" ez
tl
'l
I i

Grupo 1l
l* Grupo E1 ll
lx
le Grupo E2 l
|

I I

e o logaritmo do comprimento médio


Fig.3.24- Relação entre o número de ordem dos segmentos de úenagem
dos segmentos, paÍa cálculo ürazão de comprimentos médios'

da
No grupo E as diferenças devem-se ao maior comprimento medio dos segmentos
da Achada, quando comparadas
rede de drenagem que se desenvolve nas vertentes do Planalto
o que poderá indiciar'
com as dimensões dos segmentos das bacias hidrográficas da zonaFj2,
neste caso, um efeito essencialmente do declive do curso
de ágUa'

primordialmente a razões de
Assim, as variações do valor de RL devem ser imputadas

ordem topográfica ou climática, independentemente do substracto geologico' Realça-se


impedindo' desta forma' uma
novamente que, no entanto, as diferenças são pouco acentuadas,

interpretação causa - efeito mais correcta'

Salienta-se, desta forma, que o carâcter eminentemente espacial da densidade de

que são o fornecimento de dados


drenagem confere a este parâmetro, pafa os fins em vista,
maior qualidade de
passíveis de serem traduzidos do ponto de vista das águas subterrâneas,

105
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
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C

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w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

irrforrnaçãc cüÍnparetivarnente à prcveniente rjos nutros" narâmetros, marfol-ogiccs e que

recoÍTemos.

3.4.Morfotogia da Faixa Litoral

A forma e tipologia litoral do Pico reflecte a assimetria morfoiogica entre os sectores


ocidental e oriental da ilha. Não obstante, o contorno da costa revela-se em toda a ilha pouco
recortado, em resultado dos inerentes efeitos construtivos no relevo da actividade vúcânica
recente. Desta formq o litoral e predominantemente primário, apresentando alguns troços

secundarizados na metade oriental da iiha. Estes troços são mais maturos e evoluídos, em
resultado da actividade dinâmica mariúa e, inclusivamente, o litoral nalguns locais está
linearizado, como observado entre aBua do Canto e a Ponta Gorda" na costa N, e entre a Baía
do Calhau Ìúúdo e aBaía dos Cavacos na costa S.

Ao largo da costa V/ da ilhq frente à vila da Madalena, os ilheus Em-Pé e Deitado


correspondem a um litoral secundário que, na classificação definida por Borges (1995) para as
costas de regiões insulares vulcânicas, pertence ao tipo de ütoral de cratera de explosão. Este

tipo de costa rezulta da invasão pelo mar das crateras de cones de hialoclastitos, resultantes de
erupções wlcânicas submarinas.

Na região ocidental da ilhg dominada pelas formações vulcânicas do estratovulcão da


Montanha do Pico, a costa e formada por arribas baixas, atingindo a altitude máxima de cerca
de 50 m numa curta faixa do litoral N situada entre a Bua do Gasparal e a Ponta da Baixa

(Queimada). No entanto, geralmente a costa não ultrapassa os 10 a 20 metros de altitude,


observando-se quer arribas mergulhantes, quer arribas de declive suave, sendo muito frequente

a ocorrência de uma blindagem efémera de materiais detríticos no sopé. Salienta-se ainda" no


âmbito da morfologia litoral desta região, a existência de uma arriba fóssil, cujo traçado

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deseontínuo se pode seguir junti; a cr;sta li do Pico cni.ic S.Roquc do Picu, S". Anrónio.
Ginsal e a Baía do Gasparal.

O litoral desta zona pode ser classificado, recorrendo novamente ao esquema de Borges
(1995), no tipo de costas de escoadas lávicas, podendo enunciar-se tendências morfologicas
consoante o tipo de escoada líwrca subaérea aflorante. Assun, nos locais onde o litoral é

unicamente formado por escoadas aa a costa apresenta um contorno local muito recortado,
originado pela formação de pontas de maior resistência devidas às características inerentes ao
fluxo destas escoadas. Por seu turno, quando o litoral é constituído por escoadas lávicas do
tipo pahoehoe, que se podem espraiar por uma grande área em resultado da zua maior fluiciez,

dois casos são observáveis: ou a costa é baixa, entrando com um declive suave pelo mar, como
por exemplo no Lajido (Criação Velha), ou originam-se arribas baixas com contorno regular,
frequentemente do tipo mergulhante, como observado em Santo Antonio ou no troço entre o

Lajido e o Cúrito, na costa N.

No ütoral N, junto à vila de São Roque do Pico, para E da desembocadura da Ribeira


de Dentro, e na costa S, para E do Misterio da Silveira, e patente que o litoral é formado por

arribas mais altas e escarpadÍIs, comparativarnente com o observado no sector ocidental da ilha.

Esta diferença fundamental permite sepÍrar tipologicamente a morfologia da costa da Montanha

do Pico das formas litorais observadas na metade E da ilha.

A altitude máxima das arribas do sector oriental e aproximadamente de 400 metros, o


que e observado na costa N, num troço da costa muito escarpado situado a E do lugar da Terra

Alta. Nesta faixa as arribas são proeminentes, com um perfil predominantemente rectilíneo (Fig.
3.2s).

Entre São Roque do Pico e a Ponta do Lajido, na costa \ a continuidade do troço


escarpado da costa" com uma altura geralmente zuperior a 100rq foi interrompida em alguns
locais, em resultado da actividade vulcânica posterior ao seu estabelecimento. Com efeito,
observa-se que as arribas foram galgadas nalguns pontos por escoadas lávicas, que originaram

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platafornias rochosas avançadas pclo ftar, designadas por iajãs lávicas, deixaldo
frequentemente na retaguarda arribas fósseis.

O exemplo mais notório corresponde à Ponta do Misterio (Fig. 3.25), que resultou da
erupção historica da Prainha em 1"562-64. A escorrência desta lava, predominantemente
pahoehoe, originou uma fajã láüca, com a forma característica de pe de pato e arribas baixas e

merguihantes, que avançou pelo mar dentro entre a Baía do Alto e a Baía de Canas. Neste local

é observável uma arriba fossil com cerca de 100 a 120 metros de altitude máxima.

Nos outros casos, estas fajãs lávicas foram edificadas por erupções pre-historicas, que
emitiram escoadas lávicas que atingirÍrm o mar. Podem seÍ apontados exemplos, como a Ponta
da Rocha, entre a Praiúa de Baixo e Santo Amaro, formada a partir de lava emitida no Chã do
Pelado, ou a Ponta da llha, na costa E, constituída por material emitido no Cabeço da Hera
(Fig. 3.2s)

No troço S do litoral da metade oriental da ilha, entre o Msterio da Silveira e o Pico


Ruivo, a costa e geralmente muito viva e alta, com arribas escarpadas (Fig. 3.25) que atingem a

altitude máxima de 150 metros, entre aB,úa do Calhau Múdo e a Baía dos Cavacos. Nesta
faixa observarn-se situações similares as resultantes da emissão de escoadas láücas
posteriormente à formação das arribas. A fajã lâvrça das Ribeiras, com uma arriba fossil com
cerca de 50 a 70 metros de altitude máxima (Fig. 3.25) é um exemplo desta morfologia.

Os tipos de litoral da metade oriental do Pico correspondem quer a costas de escoadas


láücas, primárias, nomeadarnente nas fajãs referidas, quer a costas compostas, secundárias,
resultantes da intercalação de escoadas lávicas com depósitos piroclásticos, como se observa
nalgumas das arribas mais altas. No entanto, ressalva-se que grande parte das arribas altas
tambem se integram no grupo das costas de escoadas lávicas, atendendo a que são
predominantemente formadas por sucessões de derrames láücos, estando os piroclastos
ausentes.

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500
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0 1000 m

Fig. 3.25 - Cortes topográficos da zona costeira.


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4. CLIÌVIAïÜLC'GIA

4.1. Caract'r.:rtzação Genérica do Clims dos Açores

A caracterização sucinta das condições climáticas vigentes nos Açores é uma tarefa
complexa, dificultada pela multipiicidade de ambientes insulares que constituem este
arquipelago.

Esta questão crucial, quando se tenta estabelecer um padrão geral para os Açores, foi
posta em eüdência desde o primeiro estudo aprofundado sobre o clima do arquipeiago e, desde

logo, recoúecida pelo seu autor, apesar da quantidade incipiente de dados à sua disposição que
implicou uma maior relevância dada à informação relativa à ilha de São Miguel (Agostinho,
19384 1938b, 1940, 7947, 1942, 1948).

Com efeito, apesar de neste trabalho postular a regularidade de algumas variáveis como
a temperatura do ar, a humidade, a pressão atmosférica e o regime de ventos, Agostinho
(193Sa) elencou uma série de condicionantes locais que influenciariam decisivamente o regime

climático de cada ilha: salientam-se assim a distância ao mÍÌr, a altitude e exposição dos relevos,
a natrsreza. do solo e da vegetação, factores cuja importância foi posteriormente sublinhada e

discutida por outros autores @ettencourt,1979, Ferreira, 1980, 1981a, 1981b).

O cüma dos Açores e dominado pelo posicionamento peculiar do arquipelago em pleno


Atlântico Norte (Agostinho, 1938a), o que se traduz pela marcada influência dessa bacia
oceânica circundante, aberta em direcção ao Polo Norte e aos tropicos (Ferreira" 198ia).

Apesar de submetidas às perfurbações atmosféricas dominantes no Oceano Atlântico


Norte, as ilhas açorianas, atendendo à sua localização marginal à corrente do Golfo (Gulí
Stream) e à Deriva Norte-Atlântica, ficam a recato do acarreio de águas frias supeúciais

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proveruentes do Oceant, Ailâr,tico noitc Sctentional (Ferrera, 1981a). Ilesit'JcrÌtcxto, ú

oceano envolvente dos Açores pode ser considerado um importante reservatorio de calor, cujas

trocas de energia com a atmosfera dependem da origem das massas de ar.

Da conjugação dos factores dinâmicos, condicionados pela circulação atmosférica


envolvente, com as condições fisiográficas recoúecidas por Agostiúo (1938a), resulta um dos
traços marcantes do clima do arquipelago dos Açores, e que se caracteriza pelo contraste bem
estabelecido entre uma estação fria e humida e outra quente e seca (Ferreira, i980, 1981a"

1e81b).

4.2. Caracterização Climática da rlha do Pico

A caracterização climática temporal e espacial e um dos elementos imprescindíveis num


estudo hidrogeologico regionaf em que se pretenda quantificar os recursos em águas
subterrâneas existentes numa dada fuea a investigar. A valoração de meteoros como a

precipitação e a tempeÍatura" bem como de fenomenos deles parcialmente resultantes, tal como

a evapotranspiração é, desta form4 necessária paÍa cumprir o objectivo acima delineado.

No caso vertente da ilha do Pico os dados básicos referidos são escassos, o que é
particularmente notório no caso da temperatura. Com efeito, funcionam actualmente sete
pontos de observação climatológicos, dos quais seis são postos udométricos. Assirn, existe
apenas uma e$ação meteorologica onde são mensuradas outras variáveis paÍa alem da
precipitação atmosférica (Quadro 4.1; Fig. a.1).

Acresce ainda que as series de dados apresentam numerosas lacunas, a sua distribuição
orográfica não cobre uma gama de altitudes desejável e os registos de temperatura, para além
de serem observados junto à costa- são relativos a um período posterior a 1983

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E.M. / P.U. Latitude Longitude Altitude


(m)

P.U. Bandeiras ?RO3?'N 2802.7'W 120

P.U. São Rosue 38"3 i'N 28"19',W ,+0

P.U. Madalena 38032ìI 28"32',W l5

P.U. Lae. Capitâo 38"29'Ì\i 28019',W 750

P.U. Las. Caiado 38"27TI 28015'W 805

P.U. Lae. Paul 38026'N 28"14'W 785

E.M. AeromÍo 38"33'I\ 28"27',W JJ


P.U. - Posto Udométrico
E.M. - Estaçâo Metereológica

Quadro 4.1 -Localuação da estação meteorológica e dos postos udométricos instalados na ilha do Pico.

A densidade dos postos de observação é igual a 0.016 P.U.^(m2, o que aresta o exposto
antes, distribuindo-se essencialmente na vertente N da Montaúa do Pico, bem como no
Planalto da Achada. Em face da influência que aquele imponente relevo exerce sobre as

condições climáticas da ilha, e à limitada distribuição dos pontos de observação, a informação


resultante do tratamento dos dados terá de ser tomada com as devidas precauções ao
efectuarem-se eventuais comparações e extrapolações regionais.

Os dados recolhidos sobre os elementos climáticos referidos foram obtidos a partir do


Anuário Climatologico de Portugal, que compila as observações realizadas pelo actual Instituto
de Meteorologia, entidade que tutela o funcionamento dos postos de observação de baixa
altitude e geriu até 7979 os postos de altitude. Neste últimos postos udometricos a recolha de
informação ficou a partir de 1980 a cargo da Secretaria Regional de Habitação e Obras
Pubücas, que gentilmente cedeu estes dados, de momento apenas parcialmente publicados.

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P. U. Lagoa ilo Cqriiiin


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P. U. I^egpa ilo.$siÊdro

P. U. I^ago*a í10 Feúü

n 5 tolsn
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Fig. 4. I - Ittlapa de localizafro dos postos udomÉtricos e da esta$o meteorolúgtca


instalados fiâ ilha do Pico.

4.2.7. Precipitação

A ocorrência de lacunas nas séries climatologicas comuns a quase todos os postos


udométricos inviabilizou que se estudassem períodos de informação de trinta anos, como
recomendado pela Organrzação Meteorológica Mundial, pelo que se limitou este trabalho à
análise de registos com a duração de 24 anos. No entanto, considera-se que o eÍïo introduzido
por esta simplificação não e significativo (Castany,1963).

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rrs senes pluvit-rurétticas aiiuais investigaiias são respeitantes ao per-íodo dc i974i7S a

1995196. Numa primeira fase procedeu-se à colmatação das lacunas de dados e à posterior

correcção de erros nas séries, apos o que se testou o carácter aleatorio destas.

4.2.1.1. Colmatação de Lacunas de Dados

As series pluüometricas, coligidas directamente a partir das fontes indicadas, estavam


eivadas de lacunas que, eüdentemente, houve necessidade de completar (Quadro 4.2). Estas

falhas de informação podem resultar de deficiências de funcionamento do aparelho registador,

que no caso dos postos udometricos consiste num totaluador, ou na ausência de leituras por

parte do funcionário responsável.

Visando completar as séries pluüometricas recoreu-se ao modelo de regressão linear,


em que os valores em falta na série com lacunas (yi) são estimados a partir dos dados
homólogos na série completa (x;), pela seguinte formula:

Yi: ã + bxi

Para infeú os parâmetros a e b da expressão anterior, aplicou-se o método dos mínimos

quadrados, que a seguir se descreve matematicamente:

b- I *,y, - Ex,lv,)/ n

I*l -(Z*,)'/n

a:Y-bX

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Ano P.U. P.U. P.U. P.U. r.u. r.u. P.U.
Eidrol. Madalena Bandeiras São Roque [,. Capitão L. Caiado L. Paúl Aeroporto
(mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano)

r974t75 r 161.0 1989.6 2790.1

1975t76 996.6 1767.2 2892.0 2388.2

r976t77 t193.2 1966.5 ;l100.3

1977/78 1044.0 1225.5 1728.3 2664.2

1978t79 1095.0 trt99.0 2293.9 2823.5

1979t8$ 1055.6 1506,6 203r.1

1980/81 tr87.7 t623.5 2408.0

1987/82 t051.7 1077.0 1595.0 4018.8 5175.1 3731.3

t982183 881. I I135.8 1541. I 3564.3 4148.5 3230.0

1983/84 816.9 I 180. I 1,108.0 3308.6 3324.4 3007.6 982.6

r984/85 1009.0 t445.3 1781.0 1024.1 4761.9 2949.0 1186.6

1985/86 tr97.5 1606.5 t767.1 3990. I 5118.9 3736.1 r2t4.7

1986t87 1494.9 1838.2 2302.5 5562.8 6598.2 4395.4 t515.7

1987/88 1023.5 1344.6 1633.0 452r.3 4963.9 3t36.6 1046.7

1988/89 761.7 970.2 1381.8 3344.4 34t6.1 2835.5 892.2

1989/90 t567.9 2308.7 5998.9 37t2.8 1307.2

1990/91 t286.6 1883.5 393t.4 461 1.3 3210.5 1101.3

r99u92 1409.9 1886.7 3536.2 3779.2 2817.5 95 1.8

1992/93 4718.8 5580.5 3500.6 r2r3.5

1993t94 3s23.6 3639.6 262t.2 695.2

1994/95 4,180.8 5180.6 3 828.8

t995t96 3961.1 4625.6 3572.8

Quadro 4.2 - Valores de precipitação atmosferica anual (1974/75 a 1995/96) por completar e corrigir

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em que. xi, valor existente na série completa

yi, valor coÍrespondente na série incompleta

Y:Iviln
X:Ixi/n
A opção pelo metodo da regressão linear derivou do facto deste se coadunar melhor às
condições existentes na ilha do Pico. Com efeito, a eventual aplicação do método da media
ponderada é inüabilizada pela inexistência de três estações meteorológicas com dados
completos, circundantes e a igual distância do ponto de observação com lacunas de informação,
condição necessária à sua utilizaç5o (Benitez, 1912).

O metodo da média simples não foi aplicado em resultado da maior margem de erro que
pode carrear. De qualquer formq o reduzido número de sequências de dados a que se podia

recoÍrer para calcular um valor medio simples implicaria desde logo, que este fosse pouco
significativo.

Visando seleccionar os postos udométricos com séries completas a utilizar no modelo


de regressão linear, calcularam-se os coeficientes de correlação entre as sequências mensuradas

em todos os pontos de observação. (Quadro 4.3). Com base na matr:z de correlações


apresentada escolheram-se os pares de postos udometricos que apresentam os coeficientes mais

elevados.

As equações de regressão linear utilizadas na colmatação de lacunas estão patentes no


Quadro 4.4, e com a sua aplicação determinaram-se todos os valores em falta.

Durante os cálculos supramencionados houve necessidade de introduzir uma


simplificação, no sentido de poder utilizar o período de observações mais lato possível.

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P.U./ E.M. Madalena Bandeiras São Roque Aeroporto L. Capitão L. Paúl L. Caiado

Madalena

Bandeiras 0.88

São Roque 0.78 0.84

Aerooorto 097 0.90 0.83 I

L. Canitão 0.82 0.76 0.67 0.84 I

L. Paúl 0.91 063 0.6.r 0.92 078 I

L. Caiado 0.53 0.67 0.81 0.91 0.95 0.86


Quadro 4'3 -Matilz de correlações enüe as series udométricas registadas no Pico no período
lg71l75 a lgg5/g6.

Série Completa Série Incompleta Eq. Regressão Linear


(x) Cv) (y:a+bx)
P.U. Madalena E.M. Aerornrto v = 267.55 + 0.83 x

P.U. Lae. Caiado P.U. Lae. Capitão y = 1250.18 + 0.60 x

P.U. Madalena P.U. Bandeiras y = 13-1.86 + l.18 x

E.M. Aeroporto P.U. Bandeiras y = 130.72 + 1.12 x

E.M. Aeroporto P.U. Madalena y : -236.02 + l. i2 x

P.U. Madalena P.U. Las. Paul y: 1210.07 + 2.08 x

E.M. Aeroporto P.U. São Rosue y = 285.08 + 1.35 x

P.U. Lae. Pard E.iVÍ. Aeroporto y = -2I1.06 + 0.-10 x

P.U. Lae. Paul P.U. ÌvÍadalena y: -328.87 + 0.-10 x

P.U. Las. Capirão P.iJ. Lag. Caiado y: -l+68 + 1.50 x

P.U. Las. Paul P.U. Lae. Caiado y : -966.51 + 1.70 r


Quadro -1.-1 - Eguações de regressâo linear utilizs6ur na colmatação de lacunas.

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Eii; p;::, i-n r.irrr;letrÍ e::ì ;lr:rllrr ltt:tt' l: d:dOS efn ã1tg ::Ut13
q'.:: :l::::t:i:
estação e, a partir destes, completar outras lacunas, foi utilizado em alguns anos hidrologicos
nomeadamente: valores de 1979180 e de 1980/8i no P.U. da Lagoa do Capitão, obtidos a partir

dos dados do P.U. da Lagoa do Caiado, por seu turno completados com base na informação do

P.U. da Lagoa do Paúl, e valores de 1994/95 e de 1995/96 nos P.U. das Bandeiras e de São
Roque. Em qualquer destes ultimos casos utilizaram-se os registos da E.M. do Aeroporto, por
sua vez calculados a partt das medidas do P.U. da Lagoa do Paul.

As séries de precipitação atmosférica anual completadas pelos métodos descritos estão


discriminadas no Quadro 4.5.

4.2.I.Z.Correcção de Erros

O registo do valor da pluviosidade num determinado ponto de observação está sujeito à


ocorrência de vários tipos de erro. Como a precipitação constitui a entrada na fase terrestre do
ciclo hidrologico, a precisão das medidas de piuviosidade e um alicerce básico das análises
hidrologicas de índole quantitativo (Dingman, 1994).

Neste contexto, a detecção de eÍTos e a sua inerente correcção é um passo

imprescindível em quaiquer tratamento das séries de valores de precipitação anual, visando


posteriormente a determinação de um valor médio representativo.

A consistência dos dados de precipitação foi testada com o metodo das curvas de dupla
acumulação. Esta metodologia consiste na projecção gríú,ca em papel aritmetico dos valores da
precipitação media anual acumulada de uma estação tipo contra a precipitação anual acumulada

do posto meteorológico a testar.

118
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

iiltu r.u. r. u. r.u. I . (J. r.u. r.u. r.u.


Hidrol. Madalena Bandeiras São Roque L. Capitão L. Caiado L. Paúl Aeroporto
(mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) ímm/ano)

1971/75 I l6Ì.0 l5Ojl.8 1989.6 2921.+ 2790.1 3655.0 123r.2

1975/76 996.6 t310.8 1767.2 2892.0 2388.2 3313.0 1094.7

1976t77 1193.2 i542.8 1966.5 + 100.3 .1681.5 372t.9 1257.9

1917/78 104+.0 1225.5 1728.3 2848.7 2661.2 i+ 1 1.6 r 134, I

1978/79 1095.0 1499.0 2293.9 2944.3 2823.5 35t7.7 r176.4

7979/80 I055.6 1506.6 203t.1 4t71.7 4871.2 3135.7 t143.7

1980/81 1187.7 1623.5 2.t08.0 ;1455.0 5341.3 37t0.5 1253.3

1987t82 t054.7 1077.0 1595.0 40 18.8 5175.1 3734 3 i 1.13.0

1982/83 88 t.1 1135.8 1541 . I 3s64.3 ;+148.5 3230.0 998.9

1983/84 816.9 I 180. I 1.108.0 3308.6 3324.1 3007.6 982.6

198{/85 r009.0 1415.3 1781.0 4024.1 176t.9 2949.0 r 186.6

1985/E6 rt97.5 1606.5 1767.1 3990. I s l 18.9 3736.+ 1214.7

1986/87 r494.9 1838.2 2302.5 5562.8 6598.2 1395.4 7545.7

1987/88 1023.5 t341.6 1633.0 452t.3 4963.9 3t36.6 1046.7

1988/89 761.7 970.2 1381.8 3344.4 3416.4 2835.5 892.2

1989/90 t228.0 1567.9 2308.7 48,t9.5 5998.9 37t2.8 t307.2

1990/9r 997.+ 1286.6 1883.5 3931.4 4611.3 32t0.5 1101.3

r991t92 830.0 1409.9 1886.7 3536.2 3779.2 2817.5 951.8

t992t93 It23.l t+89.8 t923.3 47:+8.8 5580.5 3500.6 1213.5

1993/94 542.6 909.i 1223.6 3523.6 3639.6 262t.2 695.2

1994/95 1202.6 t609.7 2067.8 ;1,180.8 5180.6 3 828.8 1320.5

1995196 I100.2 t+95.0 1929.5 3961.1 1625.6 3572.8 12 18.1

Quadro -1.5 - Séries de precipiução atmosférica anual completadas e por comgir

119
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

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!

!
W

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N

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

li.;jccta;iCc u; vai;ris iì.tü;;rÌl:Jc:,


=r::ér.e:'je :-!.::-':ç5e: can: C iiÌ3sr*.J p:íc.Cc de
registo, pode ser verificada a existência de proporcionalidade entre a informação medida na
estação a testar e os dados regionais, representados pela estação tipo. IJma alteração na relação

de proporcionalidade entre os dois conjuntos de dados implica uma mudança do declive da


recta que une os vários pontos projectados verificando-se, assim, a existência de erros.

A projecção das curvas de dupla acumulação permite detectar dois tipos de erros em
que incorrem as séries pluviométricas. eÍros sistemáticos, indicados por mudanças de
declive na
rectq e eÍros de tipo acidental, expressos graficamente pela ocorrência de duas rectas paralelas
entre si.

Um erro sistemático pode ser devido à colocação do udometro num local errado, como
por exemplo numa região onde ügore um microclim4 pela mudança do local de instalação do
aparelho registador ou, aindq deriva do seu mau funcionamento em virtude de uma deficiente
calibração.

Os erros acidentais resultam de observações mal efectuadas, o que implica o registo de


valores não consentâneos com o efectivamente mensurado pelo pluviometro (Silva, 19g4).

Importa ainda salientar, no âmbito da breve descrição desta metodologia que, para a

selecção das séries pluüometricas englobadas na estação tipo, num mínimo de três, concoÍTem

vários factores sistematizados por Heras (1972): os postos udometricos devem apresentar
homogeneidade pluviométrica" a sua implantação geográfica deve ser semelhante, não podem

ser considerados pontos distanciados mais de 50 Km e, por firn, a sua cota de implantação deve

ser aproximada" não variando fora de um intervalo de 300 m de altitude.

No presente trabalho trataram-se os dados respeitantes às estações litorais e de altitude


separadamente, de forma a observar os cânones atrás enunciados. Constituí-se no primeiro caso

uma estação tipo englobando os P.U. da Madalena, das Bandeiras e de São Roque e a E.M. do
Aeroporto e, no segundo caso, agregaram-se os dados dos P.U. das Lagoas do Capitão, do
Caiado e do Paúl.

120
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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!

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W

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

r.^r:ritir : -.{ar^^+i-,
r,-----:; -i!r!,--:::..3f 3 g=Stô:j:il ^C: ei:::
sistemáticos e acidentais nas séries pluviométricas do Pico, que foram subsequentemente
corrigidos (Fig. 4.2 eFig. 4.3).

Ìt{a correcção dos eÍTos assumiu-se que o período


de registos mais recente é o correcto.
A partir deste eliminaram-se os erros sistemáticos, utilizando
um factor de correcção igual à
razão entre o declive da recta do período padrão,
mais moderno, e o declive da recta a corrigir,
e os eÍÏos acidentais, pressupondo neste caso a existência
de proporcionalidade entre as duas
rectas paralelas.

As series pluviometricas corrigidas, respeitantes ao período


de t 974/75 a lgg5/g6.
estão patentes no quadro 4.6.

4.2.1 .3 .T estes Estatísticos

As series pluüométricas completadas e corrigidas foram testadas


estatisticamente, no
intuito de verificar a aleatoriedade e homogeneidade das
sequências de valores. Neste sentido
aplicaram-se os testes do coeficiente de autocorrel
ação, do número de extremos locais e
sequencial.

O teste do coeficiente de autocorrelação no cálculo do coeficiente de


consiste
autocorrelação de 1o ordenq Rx;, Xi*r, da serie pluviométrica de valores Xi: aplicando
posteriormente a transformação Z de Fisher dada pela
expressão (Lencastre e Franco, 19g4):

trlrr'''tsr''''-'
l+R
Zor\xixi+r -
2 1-R,,,.*.,

t21
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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!

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O

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w

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

TTITU

Hidrol. Madalena Bandeiras São Roque L. Capitão r. ãJ"0" r. Pï,ir Aeroporto


ímm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) (mm/ano) mm.iano) (mm/ano)

1974t75 t087.9 1556.0 2013.5 3029.7 3652.6 2580.+ 123r.2

1975176 933.8 1355.4 t788.4 2996.1 3126.2 2339.0 1094.7

1976t77 1118.0 1595.3 1990. I 4247.9 r1938.1 32t6.0 t257.9

1977/78 978.2 t267.2 t719.0 2951.2 3487.4 2108.6 i t3;1.1

t978/79 1026.0 1550.0 232t.4 3050.3 3696.0 2483.5 r176.1

1979t80 989. I 1557.8 205s.8 4325.0 4874.2 3277.7 1t43.7

1980/81 ttl2.9 1678.7 2436.9 4615.4 5341.3 3539.8 t253.3

l98r/82 988.2 t077.0 1701.9 4018.8 5175.1 3562.5 1143.0

1982/83 825.6 t 135.8 t614.4 3564.3 4 148.5 3081.4 998.9

1983/8.r 765.4 I 180. I t502.3 3308.6 3324.1 2869.2 982.6

1984/85 945.4 t445.3 1900.3 4024.r 4761.9 2949.0 I i86.6

1985/86 Lt22.l 1606.5 1885.5 3990. I 5118.9 3736.4 t214.7

1986t87 t400.7 1838.2 2456.8 5562.8 6598.2 4395.4 1545.7

1987/88 959.0 t344.6 1633.0 152t.3 4963.9 3136.6 t046.7

1988/89 761.7 970.2 1381.8 3344.4 3416.4 2835.5 892.2

1989/90 1228.0 1s67.9 2308.7 4849.5 5998.9 37t2.8 1307.2

1990/91 997.4 t286.6 1883.5 393t.4 46tt.3 3210.5 1101.3

199u92 830.0 1409.9 1886.7 3536.2 3779.2 28t7.5 951.8

1992193 rr23.l 1.189.8 t923.3 4748.8 5580.5 3500.6 t2t3.5

1993t94 542.6 909.3 1223.6 3523.6 3639.6 2621.2 695.2

1991/95 1202.6 1609.7 2067.8 ,1.+80.8 5 180.6 3828.8 t320.5

1995t96 t 100.2 1495.0 1929.5 396 1. I 4625.6 3572.8 t2 18. I


Quadro -1.6 - Séries de precipitação atmosférica anual após correcção.

t22
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

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!

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w

w
o

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

35000
25000
E 30000
E 20000 c 25000
:E 15000
E-!q$@
.ã zoom
I 15000
@!@
$t! room íJ

ro 5000
]U
0
0,00 10000,00 2m00,00 30000,00
Est. Tipo (mm)

t.J 300@
50000
F 25000
40000
f zmm
ctì 30000

20m0
o
E)
'E rsmo @@
C)
t! ! romo
vl
IJJ
10m0 ü sooo
LIJ
0

Fig. 4.2 - Curvas de dupla acumulação das series pluviométricas.


h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Ê. 100000

I rmmo € Boooo
;. 80000 :ã
t 6omo
.3 6oooo E PLrJ-c"i.d"-l
ts qmoo 91r@ 6 zloooo +tot
? 2moo :o 2omo *r,r.,,''"tt
lio llJ O
IJJ
O 200@ 40CPO m00O 60000 'lE+0 O 20000 400@ 60000 80000 1E+0
5 5
Est. Tipo (mm) Est. Tipo (mm)

N
è a 80000
F zomo
:'6oooo
'ó 50000
'E qomo
$c soom
200@
ü 10mo
ut0
0 200m 40000 60000 80000 10000
o
Est. Tipo (mm)

Fig. 4.3 - Curvas de dupla acumulação das séries pluviométricas (continuaçâo).


h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

3 :-:Clti :leltCne .lA lpne nhr.-'inrnétrieg r"|e..,e s.er- r-eigitrr-{a


F"ll ,Ìli ii_.re! di tCnf:nç:
de 95oÁ (cr : 0,05) se I Zxi,xi*tl t t.96, o que permite determinar a presença ou não de
persistência no tempo.

O teste do número de extremos locais implica a quantificação do número de extremos


locais que, se ocoÍrem em reduzido ou elevado número, indiciam a não homogeneidade da lista
de registos de pluviosidade (Lencastre e Franco, 1984).

Um registo, x;, de uma série pluviometrica ordenada cronologicamente é extremo local


se as seguintes condições forem váüdas: xt)x;-r € x;);,*,, se corresponde a um máximo local.
e
xi(xi-r ê X;(Xi*1, no caso de se tratar de um mínimo local.

Este teste pressupõe que o número de extremos locais, Ne, de uma série de valores de
dimensão N, segue uma distribuição que tende assimptoticamente para uma distribuição
normal, em que a media e o desvio padrão são obtidos respectivamente pelas seguintes
expressões matemáticas :

FN.: ? CN-2)
3

Considerando a transformação da variável reduzida da distribuição normal dada por:

N, - Lt.r-
LN":
oli'

A homogeneidade da serie deve ser rejeitada a um nível de confiança de 95% (u: 0.05)
se a condição | 2"" Ir t.qo.

t25
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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w

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o

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

l-lc't:stc srqueriial eltirne-se o nrirtrero de ríado-" sunenores e inÈnores a rne4i:n.a. herr.r


como o número de permanências correspondente,

o valor medio e o desüo padrão teorico das permanências são dados pelas
seguintes
equações (Miller et ql., 1965 in Silv4 19gg):

2n,n.
l-tu: + *l
nl +n2

ê
l2nrnr(Zn,n, - n, _ n, )
-r-
ï (n, * nr)'(n, + n, - t)
em que: nt,número de valores acima da mediana

n2, número de valores abaixo da mediana

u, número total de permanências

Posteriormente recorre-se novamente, como no caso


do teste anterior, à transformação
da variável reduzida da distribuição normar expressa
por:

-- u-Fo
,-__%

A aleatoriedade da serie pluüometrica para um nível de confiança


de 95% (a.: 0.05) é
rejeitadat"Izfrt.go.

Da aplicação dos testes estatísticos referidos às séries pluüometricas


estabelecidas para
os postos udometricos e estação meteorologica da
ilha do Pico resulta, em todos os casos, não
ser de rejeitar a hipotese de aleatoriedade e homogeneidade
dos valores elencados (euadro
4.7).

126
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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O
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w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

P.U./8.M.

Ne
Tcste rlo No de Extremos
Locais

(Ne-lrx")/orv. Resultado
Teste de Auúocorrelação

RI1;X1a1 Z Xr.Xr*r Resultado u Fu


Teste Sequencial

o íu-u..)/c
-t
_-.
Resnll
Result:ulo I

P.U. Bandeiras l2 -0.70 Aceita-se -0.0589 -0.0589 Aceita-se l3 T2 2.29 0.44


-_l
Aceita.se
Aceita

;-.l
I

P.U. Sâo Roque t6 l.4r Aceita-se -0.1272 -0.t279 Aceita-se l5 l2 2.29 l.3l Aceita
P.U. Madalena l5 0.88 Aceita-se
;;l
;;r
-0.186(r -0.1888 Aceita-se l5 I2 2.29 1.3 I Aceita
P.U. L, Capitâo t4 0.35

;;r
Aceita-se -0.0547 0.0548 Aceita-se l3 t2 2.29 0.44 Aceita
P.U. Lag. Caiado 1l t.23

;;r
N) Aceita-se -0.0282 -0.0282 Aceita-se l3
! 12 2.29 0.44 Aceita
P.U. Lag. Paúrl ll -r.23 Aceita-se 0.1983 0.2009 Aceita-se t2 t2 2.29 0.00 Aceita.
E.M. Aeroporto 0.35
4€*J
T4 Aceita-se -0.2071 -0.2101 Aceita-se l5 t2 2.29 L3l
Quadro 4'7 - Resultados dos testes estatísticos aplicados às séries pluviométricas completadas
e co*igidas.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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w w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

4.2.1.4.Precipitação Media Anual

Os valores medios de precipitação anual obtidos para o intervalo de tempo estudado


estão listados no Quadro 4 8. Como esperado observa-se que em altitude as pluviosidades
anuais medias são muito superiores aos estimados nos restantes postos de observação da ilha,

variando entre 4547.2 mm/ano, no P.IJ. da Lagoa do Caiado, e 3168.0 mm/ano no P.U. da
Lagoa do PaúI.

E.M. / P.U. Precipitação Média AnuaÌ


(mm/ano)

P Ii Benrieir:rs t105.7

P.U. São Roque t894,7

P.U. Madalena 100 1,7

P.U. Lae. Capitão 'ìa?s i

P.U. Lae. Caiado 151'7.2

P.U. Lae. Paü 3168,0

E.M. Aerooorto I i41.3

P.U. Piedade (a) 1632

P.U. Laìes (a) 1496


(a) Dados de DREPA (1988)

Quadro -1.8 - Valores médios de precipitação anual determinados na ilha do Pico no período de 1971175 a

r995/96.

128
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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y

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bu

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lic
C

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w w
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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Na extremrdade NW da riha e na costa N as precrprtaçóes anuals médias variam entre


1001.7 mm./ano, no P.U. da Madaiena, e 1894.7 mm/ano no P.{J. de São Roque. O resultado
mais baixo explica-se por aquele ponto estar ao abrigo da influência da Montanha do Pico
(Ferreira, 19S0), A gama variável observada nos outros postos meteorológicos poder-se-á

explicar pela maior ou menor distância ao relevo supracitado.

Os dados da costa Sul correspondem a precipitações medias anuais que se ajustam


perfeitamente na gama de valores da vertente oposta, embora não atingindo o máximo
observado nesta.

A determinaçáo da precipitação media anual no Pico é uma tarefa dificultada pelas


peculiares condições fisiográficas da ilha. Estas influenciam decisivamente a distribuição
pluviometric4 o que aliás já foi referenciado, inüabilizando por exemplo o traçado de isoietas
ou de polígonos de Thiessen, a que acresce o factor inerente ao reduzido número de pontos de
observação instalados.

Apesar destes contratempos, e unicamente com valor indicativo, testou-se um modelo


de regressão linear entre a altitude, como variável independente, e a precipitação anual media
como variável dependente. O referido modelo, eventualmente útil para efectuar a interpolação
de isoietas, traduz-se na expressão abaixo indicada @ig. a.q.

P: 1181.58 +3.46 (Alt )

O coeficiente de correlação e bastante aceitável (10.94), o que contrasta com a


ausência de qualquer relação entre aquelas variáveis indicada por Bettencourt (1979). Esta
acentuada diferença será explicável pelos valores de precipitação anual considerados
coÍresponderem a períodos de tempo diferentes, com vantagem para o presente trabalho,
conduzindo a estimativas de médias anuais diversas.

Em qualquer dos casos as diferenças entre os valores estimados pela equação anterior e

os reais são acentuadas, pelo que se optou por não se interpolar as isoietas com este método.

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(, 1000
o 5m
o-
U

Fig. 4.4 - Variação da pluviosidade anual em função da altitude.

A aplicação de um modelo de regressão multilinear permitiu melhorar na generalidade a


convergência entre os valores reais e estimados (Quadro 4.9), e expressa-se por.

P: ao * arxr * azxz

em que: x1, ÍMãe lat./long.

x2, altitude (m)

A razão entre a latitude e a longitude é inferi da utilizando um referencial ortonormado.


aproveitando as coordenadas UTM da carta topográfica da ilha do Pico à escala 1:25000,
editada pelos Serviços Carlogrâfrcos do Exército. O zero do referencial considerado localiza-se

no ponto de coordenadas M:365000 e P : 4254000.

130
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c u -tr a c k c u -tr a c k

u metocÍo oos mtrumos quaciradus é a1.rii.raúu uu sÈlliúu ús ,.içrçrrrular as consranres


numéricas da equação anterior, 8o, âr e a2, implicando a resolução duma equação matricial com

a sezuinte forma:

I r.i I*, F x, lt-u"l Zv


l;.
í-
'Ç/' ll "l
I*ï I
I

? x,x" "ll
ll a. l=
l
Ì
I t,v
F*l I I
I

LÍ,.; Z *,*, -
ll
J*'J
u, I
L
*,v

A aplicação da metodologia explanada anteriormente permitiu determinÍÌr a equação de

regressão multilinear dada por :

p : 1 159.49 _ g.Z4xr + 4.0lxr

Não obstante a aplicação dos dois modelos, considerou-se improcedente a eventual


projecção de isoietas por extrapolação. Tal facto inüabiliza a obtenção de um valor de
precipitação media anual nos locais onde seria possível aplicar esta metodologia.

De qualquer forma, e unicamente no sector oriental da ilha, determinou-se uma


estimativa da precipitação media anual caída no topo do Planalto da Achada, para o que se
individualizou uma area a altitude superior a 700 m envolvendo os três postos udométricos das
Lasoas.

O valor obtido por simples media aritmetica das precipitações anuais naqueles postos
udometricos é igual a 3883.6 mm/ano o que, naquelas peculiares condições morfologicas, se

considera uma razoável aproximação à realidade.

Ao considerar a área citada, com aproximadamente 47.6 KÍnz, o volume anual de


precipitação é bastante elevado, sendo igual a 184.86x10u m' .

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P.U./f.M. Regrcssão Linenr Regressão Multilinear

V.f,stimado V.Rcnl V.Estimarlo V.Renl


^ ^
P.U. Bandeiras 1596.8 r40s.7 +191.I 1634.8 1405.7 +229.1

P.U. São Roque 1320.0 t894.7 -574.7 t303.2 1894.7 -591.5

P.U. Madalena 1233.5 100t.7 +231.8 t2t8.7 I001.7 +zt1.o

Ì-.J P.U. Lag. Capitão 3716.6 3935.5 -158.9 4t42.5 3935.5 +207.0

P.U. Lae. Caiado 3966.9 4547.2 -580.3 4323.0 4s47.2 -224.2

P.U. Lae. Paúl 3897.7 3168.0 +729.7 3181.6 3168.0 +13.6

E.M. Aeroporto r295.8 I l4 1.3 +154.5 1286.6 I141.3 + 145.3

Quadro 4'9 - Diferenças entre os valores reais de precipitação anual média e os estimados por regressão linear e mulÍilinear.
h a n g e Vi h a n g e Vi
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c u -tr a c k c u -tr a c k

4.2. L .5. Analrse cla Precrprtacâo

O clima do arquipélago dos Açores é caracteruado pela grande variedade de


manifestações de humidade, em que a pluviosidade assume papel de relevo, marcando
incisivamente o ritmo climático (Ferreira- 1980).

O clima pluviometrico dos Açores apresenta particularidades bem definidas, que


contrastam decisivamente dos climas oceânicos típicos Neste contexto, salienta-se a forte
variabilidade anual da precipitação atmosférica, em que a um ano muito humido pode suceder
um ano extremamente seco.

A forte variabilidade anual da precipitação atmosférica anual na ilha do Pico pode ser
constatada pela observação da Fig. 4.5 e 4.6. Neste gráfico projectam-se as pluviosidades
medias anuais no período de 1974175 a 1995196, bem como as rectas representativas de 75Yo e

60Yo do valor médio anual. Desta forma facilmente se verifica o exposto acima, em que a anos

chuvosos se sucedem anos menos húmidos, o que é particularmente notorio nos pontos de

observação situados a menor altitude, onde as precipitações são mais baixas.

Considerando que um ano hidrologico é seco se a precipitação atmosférica e inferior a


75Yo da média anual, ou muito seco se menor que 60%o do valor citado @ates, 1954 in Silvao

1984), observa-se um panorama diferente consoante as altitudes dos postos udométricos. No


que concerne aos postos de altitude não ocorrem anos muito secos, enquanto nas estações a
cotas mais baixas o ano hidrologico de 1993194 é um período deste tipo no P.U. da Madalena.
Por seu turno, nas estações altas não se observam anos secos desde 1977178, o que contrasta
com o verificado a menor altitude, onde em alguns pontos o ano de i988/89 tambem pode ser
considerado como seco.

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c u -tr a c k c u -tr a c k

Tomando como ano humtdo aquele em que se observam as mars elevadas


precrpitações
no maior número de postos de medida (Silva, rg84), verifica-se que
o ano hidrologico de
1986/87 cumpre esta condição, demarcando-se nitidamente dos restantes.

Os coeficientes de variação da pluviosidade anual relativos aos postos


de observação de
baixa altitude, e calculados para o período considerado, variam entre
um mínimo d,e 14.g5yo, na
E'M. do Aeroporto? e um máximo de l8.0Yq no P.U. da Madaiena. Os valores
no p.IJ. das
Bandeiras e São Roque do Pico são iguais a l6.6Yo e 16.4oÁrespectivamente.

Nos postos udométricos de aititude os resultados do coeficiente de variação


anual
apresentam a mesma ordem de grandezE vanarrdo entre um mínimo
de 16.3%o, no p.U. da
Lagoa do Paúl e20-2Yo no P.U. daLagoa do Caiado. O coeficiente estimado para p.U.
o da
Lagoa do Capitão e igual a 17.3%o.

Outra característica que demarca o clima húmido açoriano do comportamento oceânico


medio prende-se com a alternância brusca de duas estações fortemente contrastantes,
uma
fresca e húmida e a outra quente e mais seca. O ritmo pluviometrico dos Açores é assim
original, denotando-se a ürtual ausência de estações intermédias (Ferreira, 19g0).

A estação invernosa, fresca e húmida" desenvolve-se geralmente desde o fim de


Setembro ao fim do mês de Março, período durante o qual ocoÍrem cerca de 2/3 dos
dias de
chuva anual e aproximadamente 75Yo do valor da pluviosidade anual. BettencouÍr (1g7g)
indica
para o mesmo semestre uma percentagem ügeiramente menor, da ordem de 65yo TOyo
a da
precipitação anual.

Nesta estação o clima e dominado pelo tempo ciclonico, que vigora em 2/3 dos dias.
Este regime climático está relacionado com a instalação de depressões polares, cujo número e
intensidade controlam a quantidade e intensidade da pluviosidade, e às passagens frequentes de

perturbações atmo sféricas.

136
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i'la vigëncla ua estaçáu seuir" uc velau, us r.iias auriciçiórúuus assumem uma grancie

relevância. A pluviosidade e nebulosidade observada neste período relaciona-se com actividade

polar de latitudes setentrionais, derivada de depressões que migram para S, atingindo os Açores
(Ferreira, 1980).

A caracteúação das curtas estações de transição não pode ser separada dos períodos
dominantes já sucintamente abordados. Com efeito, no outono, que se desenvolve geralmente
de Setembro ao mês de Outubro, a precipitação tem origem em processos tipicamente de verão.

A estação da primavera é ainda menos indiüdualizável que o outono, não sendo mais
que um mero prolongamento do lnverno, decorrendo pelo mês de Abril. Neste período a

pluviosidade resulta da instalação de anticiclones de alimentação fria (Ferreira, 1980).

A distribuição mensal da precipitação na ilha do Pico observa este comportamento


bipartido entre dois períodos bem diferenciados. Com efeito na estação humida, de Setembro a

Março, a pluüosidade corresponde a cerca de 74.4Yo do total anual no P.U. da Madalena"


75.7yo no P.U. das Bandeiras,74.4Yo na E,M. do Aeroporto e 79.0To no P.U. de São Roque.

Nos postos udométricos locali'ados a maiores altitudes o panorama é semelhante, registando-se


no período referido 74.9yo da pluüosidade total no P.U. da Lagoa do Capitão, 73.}yo no P.U.
da Lagoa do Caiado e 72.7o/o no P.U. daLagoa do Paul (Fig. 4.7, 4.8 e 4.9).

No posto de observação das Lajes, na costa S, obtem-se uma percentagem de 69.4Yo da


precipitação total nos meses de Setembro a Março e, no P.U. da Piedade, no extremo E da ilha,

o valor calculado e idêntico.

Os coeficientes de variação da precipitação atmosÍérica mensal nos períodos


considerados são bastante elevados. Na região costeira a baixa altitude os valores calculados
para esse índice são geralmente superiores a 40yo, variando entre 36.2Yo no P.U. da Madalena e

49.9yo no P.U. de São Roque. Nos restantes postos os coeficientes de variação são iguais a

40.3o/o na E.M. do Aeroporto e 40.8oÁ no P.U. das Bandeiras.

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Fig. 4.7 - Distribuição mensal da pluviosidade na ilha do pico.


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Fig. 4.8 - Distribuição mensal da pluviosidade na ilha do pico (continuação).


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Fig. 4.9 - Distribuição mensal da pluviosidade na ilha do pico (continuacão).


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ím aititucie esumaram-sc vaiures simiiares, ciistribuicios enrre um Írurumo oe r:.)y'o, Íro

P.U^ da Lagoa do Paúl, e um máximo de 43.07o no P.U. da Lagoa do Capitão. O resultado

obtido no P.U. da Laeoa do Caiado e izual a39.5Yo.

A anáüse da pluviosidade a uma escala temporal muito menor que as anteriores revela

igualmente uma forte variabilidade deste meteoro, o que pode ser inferido a partir do número
total de dias com precipitação superior a 0.1 Ínm e 10 mm. Bettencourr. (1979), sobre um
período de observações de 1935 a 1960, determinou o número de dias de precipitação superior

a 0.1 mm nas estações de baixa altitude, concluindo que este valor era igual a 210 d/ano no
P.U. da Madalen4 189 d/ano no P.IJ. das Bandeiras e 166 d/ano no P.U. de São Roque.
Observa-se, desta forma, um decréscimo de NW para SE que acompanha o aumento da

pluviosidade total no mesmo sentido.

O número de dias com pluüosidade maior que 10 mnL relacionados com a passagem de
sistemas frontais muito activos ou com depressões barotropicas estacionárias sobre a região dos

Açores, e evidentemente menor e denota um decréscimo no sentido oposto ao supracitado:


registam-se neste caso 25 d/ano no P.U. da Madalen4 50 d/ano no P.U. das Bandeiras e 58

d/ano no P.U. de São Roque.

A análise das precipitações não pode ser dissociada de factores geográficos, como a

altitude e grau de exposição dos relevos, que controlam decisivamente o quadro climático
vigente nas ilhas do arquipelago dos Açores opondo a sua massa aos fluxos pluviosos. Assirn, o
regime pluviométrico observado e o estilo da pluviosidade não pode ser expücado unicamente
pelos factores dinâmicos atmosféricos, já sucintamente explanados, havendo necessidade de

recorrer a considerandos sobre a precipitação orográfica (Ferreira, 1980).

A influência dos factores geográficos referidos implica" desde logo, que se observe uma
dissimetria pluviométrica, em que a precipitação é mais elevada na vertente N das ilhas,
relativamente às encostas viradas a S, e nas regiões ocidentais sobre as áreas orientais das
mesmas (Ferreirq 1980). Na ilha do Pico, e em virtude da exiguidade do número de postos de

1.+ I
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o-osewaçao, é <iifrcil constatar estas reiaçocs, alteRas sencio possrvei por em evldencla a

primeira.

Este comportamento deve-se ao facto da maior parte dos ventos pluviosos possuírem
uma componente direccional W, o que implica que a direcção SW, com correntes instáveis e

húmidas, seja dominante sobre a diametralmente oposta. Na segunda metade da estação húmida
a direcção NW adquire maior importância, dominando inclusivamente na estação seca.

Importa salientar que as correntes de SW apresentam uma elevada capacidade


pluviogenica" pelo que tambem provocam precipitação na vertente oposta. Em oposição, as

correntes de NW são menos instáveis e húmidas, não provocando pluviosidade a não ser na
vertente que se lhes opõem directamente, o que acentua a dissimetria pluviométrica entre ambas
(Ferreira, 1980).

A importância da altitude dos relevos permite, inclusivamente, diferenciar dois domínios


climáticos bem distintos nas ilhas dos Açores (Feneirq 1980): uma região de cotas baixas,
onde os contrastes derivados da exposição dos relevos são mais evidentes, e zonas a maior
altitude, onde se incluem as vertentes altas, os planaltos e as zonas cimeiras das caldeiras.

Esta diüsão e facilmente verificável, bastando observar as precipitações medias anuais,


calculadas com base nas séries pluüometricas completadas e corrigidas em fases anteriores
deste trabalho (Quadro 4.8). O valor da pluüosidade anual média nas estações instaladas em

altitude varia aproximadamente entre os 3000 mm/ano e os 4500 mm/ano, enquanto nos postos
de observação das zonas baixas não ultrapassa 1900mm/ano, medida no P.U. de São Roque do

Pico.

Como a influência da massividade dos relevos sobre a precipitação atmosférica e

particularmente relevante na ilha do Pico, mormente devido ao imponente estratovulcão que

domina o sector ocidental da i1h4 e determina a distribuição e quantidade da pluviosidade,


Ferreira (1980) postula inclusivamente que nesta ilha se deverá definir um terceiro domínio
pluviométrico, correspondente ao topo da Montaúa.

t12
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c u -tr a c k c u -tr a c k

A mesma autora aponta valores de precipitaçao atmosrénca na vertente Ì.rr cia oroem
dos 6000 mm/ano aos 1000 m de altitude e 8000 mm/ano aos 2000 m, embora ressalvando
a
eventual ocorrência de factores que ponham em causa esta extrapolação: massas de

desproüdas de humidade suficiente, por terem sofrido empobrecimento ao longo das vertente,
a fraca resistência aos ventos pluviosos imposta pela forma terminal da montaúa e> por firq a
possibilidade de ocorrência de um optimo pluviometrico a uma dada cota, acima do qual
a
precipitação decresce.

Utilizando o mesmo esquema de cálculo adoptado no trabalho referido, no presente


estudo determinariÌm-se no presente estudo valores de precipitação anual em altitude mais
baixos, da ordem dos 4653 mm/ano aos 1000 m e 7523 mm/ano aos 2000 m. A diferença nos
valores extrapolados explica-se pela obtenção, neste caso, de um gradiente pluviométrico entre

o P.U. de São Roque e o P.U. daLagoa do Capitão de 287 mm/100m. A discrepância entre os
resultados obtidos nos dois estudos poderá dever-se a diferenças de dados nos dois períodos de
observações utilizados, com vantagem para o presente trabalho que utiliza informação mais
recente e com maior probabiiidade de estar correcta.

Importa ainda referir dois fenomenos frequentes na ilha do Pico, e cujo significado é de
realçar no âmbito dum trabalho hidrogeologico como este, atendendo a que constituem uma
fonte de recarga das águas subterrâneas. Estes importantes processos referem-se à ocorrência
de neve na Montaúa do Pico e à precipitação oculta.

A existência de neve na Montanha é um fenomeno marcadamente sazonal, podendo ser


observado anualmente durante algumas semanas e, de um modo geral, esta é mais significativa
nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março. O período de ocorrência de precipitação de neve
varia sensivelmente com a altitude, o que pode ser verificado pelos números referidos por
Ferreira (1980) paÍa o intervalo de tempo entre 1950 a 1976. aos 1500 m a queda de neve
ocoÍreu de Dezembro a Março, enquanto no topo da Montanha este período alargou-se de
Novembro a Março.

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A persistência da neve apos a quecia e proiongacÍa no topo cia Montanha, variando em


função do rigor do inverno e da exposição do relevo. A cotas mais baixas, entre os 1500 m e os
2000 m de altitude, a neve é pouco persistente, reflectindo o facto da queda de neve ser menos
frequente e discreta no tempo (Ferreira, 19S0)

Este facto é demonstrado pela variação do numero de dias a nevaÍ em função da


altitude, registando-se 60 dias de queda de neve no topo daMontaúa, 14 dias aos 150 m de
altitude e apenas 13 dias aos 1000 m. Neste último patamar de aititude a queda de neve é

descontínua anualmente (Ferreira- I 980).

Ao nível do mar os dias de neve são excepcionais, e por vezes as descrições não são
credíveis. Não obstante, e à laia de exemplo, no ano de 1947 verificaram-se quatro dias de neve

consecutivos no Cais do Pico, localidade da costa N da ilha (Ferreira 1980).

A denominada precipitação oculta relaciona-se com a ocorrência de nevoeiros


(Inganham, i985), que são bastante frequentes nas ilhas dos Açores.

O nevoeiro no arqúpelago dos Açores pode ter origem em três fenómenos principais,
cuja importância relativa é diversa. Neste contexto podem ser considerados os nevoeiros
frontais, associados a frentes frias estacionárias ou quase estacionárias nesta região, os
nevoeiros orográficos, mais frequentes nas vefientes W e S das ilhas e, por fim, os nevoeiros
advectivos @ettencouÍt, 1979). Este último tipo e o mais importante, e o. seu mecanismo
geracional relaciona-se com a advecção de massas de ar tropical marítimo de SW, em
condições de temperatura do ar superior à temperatura do mar, quando o anticiclone está

centrado a SW do arquipelago.

O nevoeiro de advecção e geralmente mais frequente no Verão, nomeadamente no mês


de Junho. Na ilha do Pico. Ferreira (1980) propõe uma explicação baseada na colisão entre o
vento tropical ou marítimo polar, proveniente de N e com estrutura vertical semelhante aos
Alísios das Canáris, € a brisa muito húmida proveniente do mar. O comportamento da
coberfura nebulosa sobre o Pico indicia este confronto entre os ventos e as brisas, e é resultante

t4.r
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de um sistema de circulação do ar mais complexo do que em ourras iinas rjos rl.çores em vinucie

da influência do relevo maciço da Montanha.

A nebulosidade ao longo de um dia é muito variável, sendo virtualmente inexistente de


madrugada, enquanto pela maúã inicia-se a formação de um sistema compacto nas vertentes S

e SW. A dimensão deste sistema nebuloso aumenta com o decorrer do dia, gaúando altitude e
por vezes culminando com a ocorrência de tempestades localaadas (Fig. 4.10).

Fig. 4.10 - Esquema conceptual da evolução da nebulosidade na ilha do Pico (modificado de Ferreira, 1981b).

A informação produzida sobre o nevoeiro na ilha do Pico é nula, o que torna impossível
aquilatar a importância deste fenómeno. Não obstante, na E.M. da cidade da Horta, na fronteira

ilha do Faial e situada à cota de +60 m, ocorreram em média 13.8 d/ano de nevoeiro no período

t45
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nevoeiro no penodo de I9'21 a ry7v, sencio tnats trequenles em Jurúro (õcrienuoun, Í9791.
Este valor permite evidenciar novamente o significado deste fenómeno, especulando-se que nas

zonas altas do Pico o número de dias com nevoeiro será substancialmente suoerior.

A importância da precipitação ocuita e hoje genericamente recoúecida, o que permitiu


inclusivamente equacionar a construção de um sistema de captura de água das nebiinas do Pico
(Rodrigues, 1995).

O orvalho, resultante da condensação do vapor de água à superficie dos corpos cuja


temperatura é maior que 0"c e menor que o ponto de orvalho do ar adjacente, também pode dar
uma contribuição importante e dificil de estimar à recarga aquífera. No Pico não existem
quaisquer dados mas, novamente na cidade da Hort4 o número observado de dias de orvalho

era de 72.6 por ano, predominando no Verão quando a temperatura diuma e mais elevada, o
que permite constatar o significado deste processo.

4.2.2.Temoeratura

A temperatura do ar é essencialmente controlada pelos factores fisiográ"ficos,

salientando-se, entre estes, o vigor e exposição dos relevos, o tipo de solos existentes na região

e a distância ao mar (BettencouÍt, 1979). Este facto, bem como o reduzido número de locais
dos Açores onde esta é observad4 contribui para a dificuldade de quantificar e caracteizar o
comportamento desta variável.

A estação meteorológica do Aeroporto e o único local da ilha do Pico onde é registado


o valor da temperatura do ar. Por outro lado o intervalo de tempo relativo a estes registos é

escasso, pois apenas em 1983 foram iniciadas as observações deste meteoro.

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em vutudc dssla .ii,;ação liiiriia;t'"a i;p'l.c; Jc ilcr eitalisal cs


dados das temperaturas médias mensais relativos a um período de seis anos, de 1989 a 7994,
gentilmente cedidos pelo Instituto de Meteorologia.

Facilmente se constata que a janela de observaçáo utihzada, de seis anos, apresenta uma

duração muito curta mas, no entanto, considera-se que o erro eventualmente cometido e
desprezável, visto que os dados de temperatura não acusam usualmente grandes variações
(Silva, 1984). Como no espaço de tempo referido não ocorriam lacunas na série de passo
mensal não houve necessidade de efectuar qualquer tratamento estatístico.

A temperatura varia regularmente ao longo do ano, observando-se os valores mais


elevados nos meses de Agosto e Julho e os mais baixos nos meses de Fevereiro e Janeiro (Fig.

4.11). O pico de temperaturas registado no Verão é devido à intensa acção do anticiclone dos
Açores, quando este se localiza a SE do arquipélago e orientado na direcção NE-SW. Em
contraste a vigência das temperaturas mais baixas relaciona-se com depressões cavadas e

centradas entre o arquipelago dos Açores e a lrlanda, originando a inversão de massas de ar

polar frio marítimo (Bettencourt, 1979).

25

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915
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5

10 11 12

Fig. 4.11 - Distribuição mensal da temperatura na E.M. do Aeroporto do Pico

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A temperatura média anual no penoclo em anatise e qe r 7.+=c, imponancio salentar que


este valor foi obtido a uma altitude de 33 m e perto do mar. Por falta de registos não e viável

compará-lo com qualquer informação directa de altitude, o que constitui uma significativa
lacuna no coúecimento climático do Pico.

E possível extrapolar a temperatura do ar nas estações de altitude recorrendo ao


gradiente de variação da temperatura media anual em função da altitude, estabelecido por
BettencouÍt (1979). Esta taxa" igual a -0.6"c/100rrq é segundo este autor observada em todas as
iihas dos Açores, mas a extrapolação será sempre grosseira" em virtude de não tomar em liúa
de conta com o forte relevo da Montanha do Pico. Desta forma, considerando o gradiente
referido é possível infeú uma temperatura media anual de 12.8oc aos 800 m de aititude,
patamar à volta do qual se distribuem os postos udometricos instalados junto das principais
lagoas da ilha.

4.2.3 . Evapotranspiração

O fenomeno da evapotranspiração engloba dois processos distintos pelos quais a âgua


passa do estado líquido ao gasoso, libertando-se posteriormente paÍa a atmosfera. O estudo dos

dois processos envolvidos, evaporação directa e respiração das plantas, implica o coúecimento

de variáveis como a humidade e o desenvolümento vegetal cuja quantificação é laboriosa e

complexa (Custodio e Llamas, 1983).

O conceito de evapotranspiração potencial proposto por Thornthwaite (1948) veio de


certo modo obviar às dificuldades anteriormente citadas. Com efeito, este autor considera a

evapotranspiração potencial o valor máximo de água que passa do estado líquido ao gasoso por

efeito da evapotranspiração, na vigência de condições optimas ao desenvolvimento deste

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processo: existência de uma cobertura vegetal em crescimento activo, com as necessidades em

água sempre supridas, e cobrindo um solo com capacidade de campo totalmente preenchida.

E oposição a evapotranspiração real é o valor efectivamente observado nas condições


do meio fisico prevalecentes nos locais em estudo.

Variados métodos directos e indirectos podem seÍ utilizados para estimar a

evapotranspiração e, com a sua descrição não e relevante para o presente estudo, remetemos o

leitor para uma elaborada lista que pode ser consultada na obra de Custodio e Llamas (1983).

4.2.3 .l . Evapotranspiração Potencial

No intuito de estimar o valor da evapotranspiração potencial utiiizou-se a expressão


introduzida por Thornthwaite (1948), que a seguir se indica.

ETP : KË

em que: ETP, evapotranspiração potencial (mm/mês)

Para calcular o coeficiente ( pressupõe-se que ocorrem doze horas de insolação diária e

que os meses possuem uma duração teorica de trinta dias, apücando-se a equação a seguir
indicada:

T/.\ I\
a
Ll
,
'\v
c:Iol ..1
-l

em que: (, evapotranspiração média (mm/dia)

t, temperatura media mensal (oc)

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I. índice de calor anual

a : 67 5 .10'ï3 - 77 7. 10-712 + 7972.704r +0.q9239

O cálculo do índice de calor anual, I, é feito recorrendo à expressão seguinte:

r:Ii
z r lJ14
1t\
t-l
em que: I, índice de calor mensal, igual a t-l
\ f,/

t, média mensal das temperaturas diárias do mês

A variável K e um factor de correcção, para cujo cálculo concorrem a insolação mensal,


resultante do número máximo de horas de sol, e o número de dias do mês, o que permite obviar

eventuais imprecisões derivadas das simplificações assumidas na determinação do coeficiente (.


A formulaçáo a utilizar é dada por.

r: -Laa 12 30

em que: rq número máximo de horas de sol, função da latitude

d, número de dias do mês

O elevado número de coeficientes numéricos complexos patente nas expressões


anteriores constitui, para alguns autores, uma fraqueza do método de Thornthwaite,
questionando desta forma a sua relevância (Castany, 1963). Não obstante, o facto deste método

exigir unicamente à partida o valor das temperaturas medias mensais, encontrando-se tabelados
os outros coeficientes, constitui uma vantagem sensível sobre métodos empíricos, como o de
Blaney e Cridle (1950 lir Custodio e Llamas, 1983) ou semiempíricos, como o de Penman
(1948 in Custodio e Llamas, 1983), que exigem o coúecimento quantitativo preciso de uma
serie de variáveis dificilmente mensuráveis.

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Custodio e Llamas (1983) aconselham que os resultaoos ca aplrcaçao clo metodo de


Thornthwaite sejam aferidos contra medidas directas mas, no caso vertente, por dificuldades
materiais e de execução tal não foi possível de efectuar.

O cá,lculo da evapotranspiração potencial foi realizado para a E.M. do Aeroporto do


Pico, unico local onde se dispuúa das temperaturas médias mensais. O valor estimado e igual a
814 mm/ano, e em virrude da menor variabilidade da variável temperatura, deve ser semelhante

nos restantes pontos de observação de baixa altitude.

A determinação da evapotranspiração nos postos udométricos de altitude, considerando


válidas as temperaturas inferidas aplicando a taxa proposta por Bettencourt (i979) aos dados
observados no Aeroporto, conduziram a uma valor mais baixo, igual a 690.9 mm./ano, como
facilmente se previa atendendo ao comportamento da temperatura.

4.2.3 .2. Evapotranspiração Real

A evapotranspiração real foi estimada pelos métodos de Thornthwaite (1948),


Coutagne (1954) e Turc (1955).

A metodologia introduzida por Thornthwaite (1948) permite calcular a

evapotranspiração real com base no valor inferido para a evapotranspiração potencial. Uttliza'

se para o efeito a expressão do balanço hídrico sequencial, com um determinado passo

temporal, indicada em seguida (Custodio e Llamas, 1983).

P:EVR+R+As

em que: P, precipitação (mm)

EV& evapotranspiração (mm)

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R" excedentes em água (mm)

As, variação da reserya de água no solo (mm)

Coutagne (1954) desenvolveu uma formula que permite determinar a evapotranspiração

real anual, cuja forma matemática se segue:

EVR: P - XP,

em que: EV& evapotranspiração real (mm/ano)

P, precipitação media anual (mm/ano)

\z- I
0.8 - 147
T, temperatura média anual ("c)

Realça-se a necessidade de preüamente ser necessário verificar a vaiidade do método

descrito, testando a veracidade da relação seguinte:

'2 x
1x<p>-!
8
O metodo de Turc foi desenvolvido a partir de estudos realizados em mais de 200
bacias espalhadas pelo mundo. A relação empírica obtida, que permite caicular a

evapotranspiração real anual, é a seguinte:

EVR:
on*ílì'
\L/

em que: E\I& evapotranspiração real (mm/ano)

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P, precrprtação medra anual (ÍrÌrÌvanoJ

L:300 +25T +0.05T3

T, temperatura média anual (oc)

Os resultados obtidos utilizando as formulas descritas estão discriminados no Quadro


4.10. Os cálculos foram efectuados recorrendo ao programa de computador CEGEVAP
(Almeida" 1979) e, no caso do método de Thorthwaite (1948) realizaram-se balanços
sequenciais considerando capacidade de campo de 50 mm, 100 rrÌm e 150 mm.

E.M. / P.U. EVR (mm) EVR (mm) EVR (mm) EVR (mm) E\rR
Thornthwaite Thornthwaite Thornthwaite Turc (mm)
(CC:50mm) (CC=l00mm) (CC:150mm) Coutagne

P.U- Bandeiras 709 6 759 6 809.6 789.6 789.2

P.U. São Roque 7t9.9 769.9 8i9.9 821. I 802.2

P.U. Madalena 670.8 720.8 770.8 7t9.1 709.4

P.U. Lae. Caoitão 690.9 690.9 690.9 668.9

P.U. Lae. Caiado 690.9 690.9 690.9 673.1

P.U. Lae. Paul 690.9 690.9 690.9 676.5

E.M. Aeroporto 679.1 729.1 779.1 736.3 726.5

Quadro 4.10 - Estimativas de evapotranspiração potencial e real na ilha do Pico.

Como se dispuúa unicamente das temperaturas mensais observadas na E.M. do


Aeroporto, utilizaram-se estes dados nos cálculos efectuados nos postos de baixa altitude,
cientes de que o eÍro é desprezável nestas estações distribuídas perto da costa. A cotas altas os
valores da evapotranspiração real foram calculados afectando às temperaturas do Aeroporto a

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taxa de variação deste meteoro com a altitude, mas optou-se por este procedimento visando
definir, pelo menos, um valor aproximado de evapotranspiração real.

No que concerne às estações de baixa altitude, e analisando sucintamente os dados


constantes do quadro indicado, verifica-se que na E.M. do Aeroporto e no P.U. da Madalena

os resultados estimados pelos vários métodos empregues convergem para valores semelhantes
quando a capacidade de campo e igual a 100 mm. Para o P.U. das Bandeiras a melhor
concordância e registadapara uma capacidade de campo de 150 mrn, verificando-se o mesmo
no caso do P.U. de São Roque.

Em qualquer dos exemplos enunciados de baixa altitude importa salientar que, nos
locais de implantação destes postos meteorológicos, os solos são no geral muito finos, quando
não inexistentes, pelo que a sua capacidade interceptora será muito reduzida- aflorando a rocha

directamente em larsas áreas da Montanha do Pico.

Não obstante, ao analisar conjuntamente as estimativas, os valores de evapotranspiração


real determinados nestas estações são próximos, variando entre um mínimo de 670.8 mm/ano
no P.u. da Madalena e um máximo de 821.1 mm/ano no P.u. de são Roque.

Em altitude a evapotranspiração real é, como esperado atendendo à variação


considerada da temperatura mensal, mais baixa e, em qualquer dos casos deve ser unicamente

considerada uma razoâvel aproximação ao valor real em virtude das razões já explanadas.
Deüdo à elevada precipitação nesta área, e como se utilizaram os mesmos valores de
temperatura, a evapotranspiração real é sempre igual à evapotranspiração potencial nos três
pontos udometricos referidos, dando um resultado de 690.9 mm/ano.

A metodologia de Coutagne resultou inadequada nestes casos, pois a condição que testa
a sua validade não e verificada. As determinações com o método de Turc apontam para
resultados muito semelhantes, variando entre 668.9 mm/ano na P.LT. da Lasoa do Caiado e

676.5 mm/ano no P.U. daLasoa do Caiado.

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Comparando estas estimativas com aquelas obtidas usando directamente os dados de


temperatura da E.M. do Aeroporto, e desde logo uma insuficiente simulação dos valores
efectivamente vigentes a muito maior cotE constata-se que a diferença no cálculo da
evapotranspiração real pelo método de Thorthwaite conduz a um excesso de 150.4 mm/ano. A
diferença estimada e ainda maior recorrendo ao método de Turc, sendo igual a +240.9 mm/ano

no P.U. daLagoa do Capitão, +244.7 mm/ano no P.U. da Lagoa do Caiado e +239.0 mm/ano

no exemplo do P.U. da Lagoa do Paul.

Ressalta assim ser preferível optar pela primeira aproximação, em virtude da segunda,

calculada com as temperaturas observadas no Aeroporto, oferecer valores mais elevados, que
apenas poderão ser tomados em linha de conta como extrapolação de um limite máximo da

evapotranspiração real nas estações em altitude.

4.2.4. Análise Climática

Os períodos anuais húmidos e secos podem ser discriminados graficamente recorrendo


aos diagramas teÍno-pluüometricos de Gaussen (1954 ln Silva, 1984). As condições de
humidade prevalecem quando a precipitação média mensal e superior à temperatura media do
mesmo mês e, o período seco implica a ügência de pluviosidades mensais inferiores à
temperatura.

Esta classificação foi aplicada aos postos de observação metereologicos de baixa


altitude e, invariavelmente, verifica-se que em qualquer dos casos não ocorrem períodos secos
ao longo do ano hidrologico (Fig. 4.12). O mesmo panorama é constatado nos postos
udometricos situados a maior altitude (Fig. a.13).

Efectuou-se ainda a discriminação cümática recorrendo à classificação de Thornthwaite,


que engloba elementos meteorologicos complexos calculados a partir da simulação do balanço

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P.U. Madalena P.U. Bandeiras

1Q 2W
120
'150
100 Prec. Mensal
80 (mm)
60
100 - Mensal (oc)
4
zu
50 -Temp.
0 o
ONDJFMAMJJAS ONDJFMAMJJ AS
Mês Mês

E.M. Aeroporto P.U. S.Roque

160 2W
(ì 14
200
120
Prec. Mensal Prec. Mensal
1m 1E^
(mm) (mm)
80 -.--Temp. Mensal (oc) - Mensal (oc)
60 100
4 50 -ïemp.
20
o 0
ONDJFMAMJJAS
Mês

Fig. 4.12 - Diagramas termo-pluviométricos de Gaussen.


h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

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bu

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k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

P.U. L.Capitão P.U. L.Caiado

700
7@
600
600
500
500
40c)
400
3m 3m
2@
2@
100
1m
o 0
ONDJFMAMJJAS ONDJFMAMJJAS
Mês
Mês

P.U. L.Paúl

(rt 500

M
Mensal
300
(mm)
200
-Prec. Mensal (oc)

100 -Temp.
0
ONDJFMAMJJ AS
Mês

Fig. 4.13 - Diagramas termo-pluviométricos de Gaussen (continuacão).


h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
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bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

hídrico (Bettencoun, 1979). No caso vertente utiiizaram-se os resuitacios cio baianço hrcinco
realizado considerando a capacidade de campo igual a 100 mm.

Este esquema classificativo implica a quantificação de aiguns índices, que a seguir se

indicam:

Índice de Aridez, t" =


#-

Índice de Humidade. I.. = À


EVP

Índice Hídrico, fo = Io - 0.6I.

Eficiência Termica" C, razão entre a EVP do trimestre mais quenre e a EVP


anual

Em que; D, necessidade anual em água (mm/ano)

R, Excedente anual em água (mmiano)

EVP, evapotranspiração potencial anual (mmiano)

Os resultados da classificação climática dos postos meteorológicos das zonas de baixa e

alta altitude estão patentes no Quadro 4.11, e são apresentadas com as deüdas reservas já
discutidas anteriormente no que concerne à falta de dados de temperatura em todas as estações.

O significado dos coeficientes tabelados é o seguinte (Bettencourt, 7979).

d clima super-húmido, com índice hídrico maior ou igual a l00o,/o;

83, clima húmido, com índice hídrico compreendido entre 6A%o e 80%o;

Br, clima pouco humido, com índice hídrico compreendido entre 20%o e

400Á.

158
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

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bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

B'r, clima 1o mesotérmico, caracterizado por apresentar EVp anual


compreendida entre 570 e7l2 mm/ano.

B'2, clima 2o mesotérmico, caracterizado por apresentar EVp anual


compreendida entre 712 e 855 mm/ano:

r, índice de aridez variando entre ooÁ e 76.70Á, indiciando uma reduzida ou


nula necessidade anual em água;

à, eficiência térmica menor que 48yo.

Como facilmente se verifica" a grande diferença entre a classificação adoptada para os


locais da baixa altitude relaciona-se com o carácter húmido do clima. Efectivamente, é possível

destrinçar entre clima super-húmido, vigente no P.U. de São Roque, clima húmido, no p.U. das
Bandeiras, e cüma pouco humido no P.U. da Madalena e na E.M. do Aeroporto.

P.U./E.M. r, r, I5 c Clima
(Y"l ("/") ("/") (%)

P.U. Bandeiras 14.3 39.3 30.7 .10.0 BrB:'ra'

P.U. São Rosue 9.7 70.0 64.2 40.0 BrB:'ra

P.U. Madalena 13.3 41.4 36.4 40.0 81B2'ra

P.U. Lae. Caoitão 8.4 116.0 lll.0 40.0 AB.'ra'

P.U. Lae. Caiado 0.0 486.7 486.7 39.6 ABr'râ'

P.U. Las. Parìl 0.0 570.3 486.7 39.6 ABr'ra'

E.M. Aeroporto 0.0 370.8 370.8 39.6 AB,'ra'

Quadro 4.l l - Classrficação climrítica segundo o esquema de Thornthwaite

159
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

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bu

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to

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k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Nos postos udométricos de altrtude o ciima e sempre super-humroo, ciistinguincio-se cios


restantes pontos de observação por possuírem um clima 1o mesotérmico, indicativo da sua
menor evapotranspiração real.

4.2.5. Balanço Hídrico ao Nível do Solo

O metodo de Thornthwaite foi aplicado no intuito de efectuar os balanços hídricos


sequenciais ao nível do solo, O passo de tempo utiüzado foi mensal, pelo que as

evapotranspirações potencial e real, a reserya de âgtta no solo e a escoÍrência são caiculadas

sucessivamente, mês a mês.

A partir dos resultados obtidos facilmente se distinguem as quatro fases do balanço


hídrico, para o que basta projectar graficamente os valores mensais da pluüosidade e das
evapotranspirações potencial e real. Com efeito, no decorrer de um ano hidrologico
diflerenciam-se quatro etapas distintas e sucessivas, que correspondem à restituição da reserva

de água no solo, aos excedentes em itgua, ao consumo da reserya de água no solo e,


seguidamente, às necessidades em âgta.

Os resultados do balanço hídrico ao nível do solo, compreendendo simulações para


capacidade de campo igual a 50 mm, 100 mm e 150 mnr, estão discriminados nos Quadros 4.12

a 4.18. A representação grâfrca destes dados, que permite uma interpretação mais intuitiva da
distribuição anual daquelas variáveis, está patente na Fig. 4.14 a 4.20.

A posterior discussão dos resultados obtidos e efectuada com base nos valores
calculados para capacidade de campo igual a 100 mÍL como media dos considerados.

Nos pontos de observação situados a cotas baixas o período respeitante à restituição da


reserva de água no solo coÍresponde, geralmente, ao mês de Outubro. Neste intervalo de tempo

160
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
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N

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k

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C

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w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Mês Out Nov Dez Jan Fcv Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 104.4 I18.5 126.0 t23.9 124.2 96.9 75.6 57.2 48.4 33.6 54.5 88.0
(mm)
T 18.9 16.6 14.9 l4.l 13.7 t4.4 15.3 t6.2 19.2 21.8 22.1 2r.3
e)
f!? 73.6 19.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7r.5 94.2 t23.4 118.4 94.8
(mm)
EVR 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 73.5 54.5 88.0
(mm)
R 0.0 0.1 85. r 85.4 91.9 48.3 t9.7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
(mm)

(CC = l00mm)

Mês Out Nov Dez Jan tr'ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 104.4 18.5 t26.0 t23.9 r24.2 96.9 75.6 57.2 48.1 33.6 54.5 88.0
(mm)
T 18.9 t6.6 t4.9 r4.l t3.7 14.4 15.3 t6.2 t9.2 2l.8 22.1 2t.3
(")
EVP 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 s5.9 7t.5 94.2 123.4 I18.4 9.1.8
(mm)
[,VR 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 t23.4 s4.6 88.0
(mm)
R 0.0 0.0 35. I 85.4 91.9 48.3 L9.7 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
(mm)

(CC = l5Onrm)
Qrradro 4.12 - Resultados do balanço hídrico sequencial no p.u. da Madalena.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
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N

N
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bu

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k

k
lic

lic
C

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m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Môs Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 142.0 t74.1 182.3 166.0 138.7 I18.5 104.8 73.4 53.8 44.3 s6.2 I 15.0
(mm)
T 18.9 16.6 t4.9 14.I t3.7 t4.4 15.3 16.2 t9.2 21.8 22.r 21.3
f)
EVP 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 t23.4 I18.4 94.8
(mm)
EVR 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 t03.9 s6.2 94.8
(mm)
R 0.0 93.3 141.4 r27.5 106.4 69.9 48.9 1.9 0.0 0.0 0.0 0.0
(mm)
(CC = l00mm)

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
b.)

P t42.0 174.1 182.3 166.0 138.7 I18.5 104.8 73.4 53.8 44.3 56.2 I15.0
(mm)
T 18.9 t6.6 t4.9 14.I 13.7 t4.4 15.3 16.2 19.2 21.8 22.1 2t.3
(")
EVP 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 71.5 94.2 r23.4 118.4 94.8
(mm)
EVR 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 t23.4 86.7 94.8
(mm)
R 0.0 43.3 t41.4 r27.5 106.4 69.9 48.9 1.9 0.0 0.0 0.0 0.0
(mm)
(CC = l50ntm)
Quaúo 4.13 - Resultados do balanço hídrico sequencial no P.U. das Bandeiras.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
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O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

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m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Mês Out Nov Dez Jan tr'ev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P t24.3 152.8 l4l.8 109.0 I19.0 87.9 68.8 80.7 35.9 3t.2 65.4 86.0
(mm)
T 18.9 16.6 t4.9 14.I L3.7 14.4 15.3 t6.2 19.2 21.8 22.1 21.3
f)
EVP 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 123.4 I18.4 94.8
(mm)
EVR 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 72.9 65.4 8ír.0
(mm)
R 0.0 54. I 100.9 70.5 86.7 36.3 t2.9 9.2 0,0 0.0 0.0 0.0
(mm)
(CC = l00mm)

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
UJ

P t24.3 152.8 l4t.8 109.0 I19.0 87.9 68.8 80.7 35.9 3t.2 65.4 86.0
(mm)
T 18.9 16.6 14.9 14.l 13.7 t4.4 r5.3 t6.2 19.2 21.8 22.1 2t.3
(o)

EVP 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 71.5 94.2 123.4 I18.4 94.8
(mm)
EVR 73.6 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 t22.9 65.4 86.0
(mm)
R 0.0 4.1 100.9 70.5 86.7 36.3 t2.9 9.2 0.0 0.0 0.0 0.0
(mm)
(CC = l50mm)
Quaúo 4.14 - Resultados do balanço hídrico sequencial na E.Ìr{. do Aeroporto.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Môs Oul Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 158.4 22t.6 224.1 246.9 230.8 200. I t23.9 80.5 62.0 42.0 60.5 104.0
(mm)
T 18.9 16.6 t4.9 14. I t3.7 14.4 15.3 t6.2 t9.2 2t.8 22.1 2t.3
(o)
EVP 73.7 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 s5.9 r.5 94.2
7 123.4 I18.4 94.8
(mm)
EVR 73.7 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 109.8 60.5 94.8
(mm)
R 0.0 r57.2 t83.2 208.4 198.5 151.5 68.0 9.0 0.0 0.0 0.0 0.tì
(mm)

(CC = l00mm)

Mês Out Nov Dez Jan tr'ev Mnr Abr Mai Jun Jul Ago Set
è
P 158.4 22t.6 224.1 246.9 230.8 200. I r23.9 80.5 62.0 42.0 (r0.5 104.0
(mm)
T 18.9 16.6 t4.9 14.1 t3.7 t4.4 15.3 16.2 19.2 21.8 22.1 2t.3
(o)
EVP 73.7 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 7t.5 94.2 t23.4 I 18.4 94.8
(mm)
EVR 73.7 49.2 40.9 38.5 32.3 48.6 55.9 71.5 94.2 t23.4 96.9 94.8
(mm)
R 0.0 t07.2 183.2 208.4 198.5 151.5 68.0 9.0 0.0 0.0 0.0 0.0
(mm)

(CC = l50mm)
Quadro 4.15 - Resultados do balanço híúico sequencial no p.u. de são Roque.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

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m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Mês Oüt Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 399.6 481.9 628.6 486.6 491.5 379.4 286.4 27r.0 180.4 t42.2 t62.2 243.7
(mm)
T 18.9 t6.6 14.9 14. I 13.7 t4.4 15.3 t6.2 t9.2 21.8 22.1 zr.3
(")
EVP 60.9 40.9 33.8 3l.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96.1 77.4
(mm)
EVR 60.9 40.9 33.8 31.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96.1 77.4
(mm)
R 238.7 441.0 594.8 455.0 465.1 339.4 240.1 ztt.7 ttJz.7 41.8 66.0 166.3
(mm)
(CC = l00nm)

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mnr Abr Mai Jun Jul Ago Set
9l
P 399.6 481.9 628.6 486.6 491.5 379.4 286.4 271.0 180.4 142.2 162.2 243.7
(mm)
T 18.9 16.6 14.9 14.I 13.7 t4.4 15.3 t6.2 t9.2 21.8 22.1 21._1
(o)

EVP 60.9 40.9 33.8 3 1.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96.1 77.t
(mm)
EVR 60.9 40.9 33.8 31.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96. I 11
(mm)
R 188.7 44t.0 594.8 455.0 465.1 339.4 240.1 21t.7 t02.7 41.8 66.0 166.:
(mm)
(CC = l50mm)
Quadro 4.16 - Resultados do balanço hldrico sequencial no P.U. da L. do Capitão.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

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bu

bu
to

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k

k
lic

lic
C

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w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 420.0 505.4 674.s 600.0 570.2 392.0 321.8 327.7 248.7 174.4 204.4 292.3
(mm)
T 18.9 16.6 t4.9 14. I 13.7 t4.4 15.3 t6.2 t9.2 21.8 22.1 21.:
(o)

EVP 60.9 40.9 33.8 31.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 r00.4 96. I 77
(mm) "4

EVR 60.9 40.9 33.8 31.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 I00.4 96.1
(mm)
R 259.1 464.5 640.7 568.4 543.8 352.0 275.5 268.4 171.0 74.0 108.3 214.\l
(mm)

(CC = l00mm)

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar 'Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 420.0 505.4 674.5 600.0 570.2 392.0 321.8 327.7 248.7 t74.4 204.4 292..i
(mm)
T 18.9 t6.6 14.9 t4.l 13.7 t4.4 15.3 t6.2 t9.2 21.8 22.1 2t..\
(')
EVP 60.9 40.9 33.8 3l.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96. I
(mm)
EVR 60.9 40.9 33.8 3 1.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96. I 77.,1
(mm)
R 209.1 464.5 640.7 568.4 543.8 352.0 275.5 268.4 171.0 74.0 r08.3 214.'-'t
(mm)

(CC = l50mm)
Quadro 4.17 - Resultados do balanço hídrico sequencial no p,u. da L. do caiado.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
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Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

P 338. I 388.0 430. I 357.3 364.7 294.(t 226.r 242.2 183.0 ll8.l 165.8 244.t:
(mm)
T 18.9 16.6 t4.9 t4.l 13.7 14.4 15.3 16.2 19.2 2t.8 22.1 2t.l
(o)

EVP 60.9 40.9 33.8 31.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96. I 77.,:.
(mm)
OVR 60.9 40.9 33.8 3 1.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96.1 11 |

(mm)
R t77.2 347.1 396.3 325.7 338.3 254.6 179.8 182.9 105.3 t7.7 69.7 167
.,

(mm)

(CC = lOOmnr)

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mni Jun Jul Ago Set
{
P 338. I 388.0 430. I 357.3 364.7 294.6 226.1 242.2 t83.0 ll8.l 165,8 244.6
(mm)
T 18.9 16.6 14.9 14.I 13.7 14.4 15.3 t6.2 t9.2 2 1.8 22.1 2t3
f)
EVP 60.9 40.9 33.8 3l.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96.1 774
(mm)
EVR 60.9 40.9 33.8 3 1.6 26.4 40.0 46.3 59.3 77.7 100.4 96.1 774
(mm)
R t27.2 347.1 396.3 325.7 338.3 254.6 179.8 182.9 105.3 t7.7 69.7 t67 L
(mm)
(CC = l50mm)
Quadro 4.18 - Resultados do balanço hídrico sequencial no p.U. da L. do paúI.
h a n g e Vi h a n g e Vi
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P.U. Madalena (CC=í 50mm)

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120 120

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- EVP _- EVP
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ô Mês Mês

Fig. 4.14 - Representação gráfica do balanço hídrico mensal ao nível do solo (P.U. Madalena).
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P.U. Bandeiras (CC=1 00mm) P.U. Bandeiras (CC=í50mm)

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Fig. 4.15 - Representação gráfica do balanço hídrico mensal ao nível do solo (P.U. Bandeiras).
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E.M. Aeroporto (CC=1 50mm)

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Fig. 1 16 - Representação gráfica do balanço hídrico sequencial mensal ao nível do solo (E.M. Aeroporto)
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P.U. S.Roque (CC=1 00mm) P.U. S.Roque (CC=1 50mm)

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Fig. 4.17 - Representação grafica do balanço hidrico sequencial mensal ao nivel do solo (P.U. Sâo Roque).
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P.U. L.Capitão (GC=í00mm) P.U. L.Capitão (GC=í50mm)

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ONDJFMAMJJAS ONDJFMAMJJAS
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Fig. 4,18 - Representação griífica do balanço hídrico sequencial mensal ao nível do solo (P.U. L.Capitão).
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P.U. L.Caiado (CC=100mm) L.Caiado {CC=í50mm)

o#
ONDJFMAMJJAS

(r.)

Fig. 4.19 - Representação gráfica do balanço hídrico sequencial mensal ao nível do solo (P.U. L.Caiado).
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P.U. L.Paúl (GC=í50mm)

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s

Fíg. 4.20 - Representação griáfica do balanço hídrico sequencial mensal ao nível do solo @.U. L.Paúl).
h a n g e Vi h a n g e Vi
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a precipitação atmosférica é superior à evapotranspiração potencial e, desta forma, a


evapotranspiração real é máxima e igual ao valor anterior. Verifica-se a reposição das reseryas

de água no solo, exauridas pelo período anterior de estio.

O período seguinte do balanço coÍresponde aos excedentes de água no solo, fase em


que a capacidade de campo está completamente preenchida. A diferença positiva entre a

precipitação e a evapotranspiração potencial alimenta a escorrência superficial e a infiltração, e

a evapotranspiração real assume o valor da evapotranspiração potencial. Nos locais citados


verifica-se este periodo nos meses de Novembro a Abril no P.U. da Madalena e de Novembro
a Maio na E.M. do Aeroporto e nos P.U. das Bandeiras e São Roque.

A fase posterior do balanço caracterlza-se pela mudança da relação entre a pluviosidade


e a evapotranspiração potencial, passando a segunda variável a predominar sobre a segunda.
Neste caso as reservas de âgua no solo são consumidas de forma a garantir que a
evapotranspiração real seja igual à potencial e a reservade ëryua que passa ao mês seguinte e

dada pela expressão P + As - EVP.

O período de degradação da reserva de água no solo caracterua o mês de Juúo em


todos os postos meteorologicos de baixa altitude.

Finalmente o ano hidrologico culmina num período em que subsistem as necessidades


em água no solo, o que é denotado quando a pluüosidade acumulada com a reserya herdada do

mês anterior são menores que a evapotranspiração potencial. Assrrl a evapotranspiração real e

no início geralmente igual a esta soma, e posteriormente apenas à precipitação atmosférica


mensal, ocorrendo então um déficit hídrico.

A fase de necessidades em água decorre nos meses de Julho a Setembro, dominando o


ultimo trimestre do ano hidroloeico em todos os locais em estudo situados a baixa altitude.

Em altitude o quadro é assaz diverso, em resultado das condições climáticas mais


pluüosas e das menores evapotranspirações potenciais estimadas. Com efeito, nos postos

175
h a n g e Vi h a n g e Vi
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udométricos dessa zon4- a única fase do baianço hídrico ao nível do solo identificável
colTesponde aos excedentes em água, observando-se que a evapotranspiração real é sempre, em

qualquer dos exempios considerados, igual à evapotranspiração potencial.

A escorrência anual, bem como a sua distribuição sazonal, também apresenra aspectos

diversos quando se consideram os dois domínios morfológrcos estudados.

Nos locais em altitude verifica-se escorrência ao longo de todo o ano, concentrando-se


essencialmente nos meses de Novembro a Março, com um pico no mês de Dezembro (Fig.

4-21)- A p.U. da Lagoa do


escorrência anual varia entre um máximo de 3940.5 mm/ano no

Caiado e um mínimo de 2561.7 mm/ano no P.U. da Lagoa do PaúI, sendo o valor no p.U. da
Lagoa do Capitão iguai a 3362.6 mm/ano.

Por seu turno a escorrência não e contínua ao longo do ano nos locais a baixa altitude,
concentrando-se essencialmente nos meses de Novembro a Abril (Fig. a.22). No p.U. da
Madalena a escorrência é unicamente 0.1 mm/ano, quando se calcula o balanço hídrico com a
capacidade de campo igual a 100 Íïun e, no caso da simulação a 150 mm esta nem sequer
ocoÍTe.

O pico mensal da escorrência verifica-se em Dezembro, no P.U. das Bandeiras e na


E.M. do Aeroporto, em Janeiro no P.U. de São Roque e em Fevereiro no P.U. da Madalena.

A escorrência anual varia entre um máximo de 975.4 mm/ano no P.U. de São Roque e
330.4 mm/ano no P.U. da Madalena. Na E.M. do Aeroporto o valor tambem e muito baixo,
igual a 373.5 mm/ano, enquanto a escorrência anual no P.LJ. das Bandeiras é de 589.2 mm/ano.

t76
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Fig. 4.21- Distribuição mensal da escorrência nos postos udométricos de altitude


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Fig, 4.22 - Distribuição mensal da escorrência nos postos udométricos litorais.


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4.2.6. Estimativa da Recarga Aquífera

Em face das contrariedades impostas pela limitada informação de índole climatologica


existente sobre o Pico, tentou-se unicamente estimar a recarga aquífera no sector oriental
da
ilha, dominado pelo Planalto da Achada.

Para alcançar este objectivo considerou-se válida a precipitação média anual calculada
para a fracção desta zona acima dos 700 m de altitude, e optou-se por uma dupla
abordagem.

Em primeiro lugar aplicou-se a metodologia do balanço de cloretos, cuja expressão


geral e a seguinte (Custodio e Llamas, 1983):

r ^.= (p-Eì^ -r â'


looo "t ,õõ-uP - av + av

em que: I, infiltração (mm)

P, precipitação (mm)

Cp, teor médio em Cl- na âgua da chuva (ppm)

Ci, teor medio em Cl- na âgua subterrânea

Es, escorrência superficial (rrun)

a., Cl lixiviado do solo ou de origem artificial (g/Íf lano)

a,,, retenção de Cl- das plantas pela vegetação (g/m2lano)

a.,,', contribuição de Cl- das plantas que mortas (g/mzlano)

A formula que permite estimar o coeficiente de infiltração e dada por (Custodio e


Llamas, i983):

t79
h a n g e Vi h a n g e Vi
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c u -tr a c k c u -tr a c k

rnr =i= (' ï)ff+rooo ô.* PCt


av +au

A expressão matemática anterior pode ser simplificada, nomeadamente considerando


que o Cl- introduzido artificialmente ou lixiviado do solo (as) e nulo , e que os termos av e av' se

anulam mutuamente. Desta forma, considera-se simplesmente que (Custodio e Llamas, 19g3):

ICp
lnf.= -= '
PCi

Para uma cabal aplicação do balanço de cloretos concoÍrem uma serie de condições,
que podem influenciar o resultado finai. As amostras representativas do teor de Cl- da âgua
subterrânea devem proür da zona superior do aquífero e deve considerar-se o eventual acarreio

de sais lixiviados no horizonte A dos solos (Custodio e Llamas, l9g3).

As melhores estimativas da ta;<a de infiltração são obtidas em zonas áridas e/ou planas,
piorando quando esta metodologia é aplicada a zonas húmidas ou com acentuada escorrência
superficial (Custódio, 1973 in Custodio e Llamas, 1983).

Não obstante, no caso vertente da zona experimental considerada, todas as condições


são observadas assumindo-se, unicamente, o eÍro proveniente do facto de se tratar de uma
região humida.

O teor de Cl- da água da chuva é igual a 5.64 mgll, e corresponde à media de duas
amostras, uma colhida aos 680 m de altitude @.61 mgll) e a outra, junto àLagoa do Caiado,
aos 780 m de altitude (6.68 mg/l)

O conteúdo de Cl' nas águas subterrâneas é semelhante, variando entre 9.23 mg!,
determinado na amostragem de Outubro de 1994 na nascente da Prainha, e 12.42 mg|,
analisado na nascente de Santo Amaro E na amostragem de Março de 1996. Nesta última
recolha de amostras obteve-se também o teor de cloretos nas nascentes de Santo Amaro W
(1 1.36 mgll) e do Landroal de Baixo (12.07 mgn)

t80
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As taxas de infiltração obtidas com os valores relativos a estes pontos, cuja localização

se indica relativamente à área em análise (Fig. a.n\ são iguais a 61.IYo na nascente da Praiúa,
49.6yo na nascente de Santo Amar:o W, 46.7yo na nascente do Landroal de Baixo e 45.40Á na

nascente de Santo Amaro E.

Legend.e:

tl l. Narcenie do Inrulrod
I 1. Narcenúe ile heinÍ,t'
| 3. Narcenie dE Súo. Âmâro

Fig. 4.12 -Localaação das nascentes onde se efectuou o balanço de cloretos.

Considerando o volume da precipitação anual de 184.86x106 m3, a recaÍga pata a taxa

máxima será da ordem de 112.95x106 m3, e para ataxa, mínima de 83.95x106 m3. Adoptando

um coeficiente de infiltração médio igual a 50.7yo o volume de recarga é 93.76x106 rrf .

O valor medio dataxa de infiltração referido é proximo do calculado no planalto lávico

do Paúl da Serra (Nascimento, l99l), na ilha da Madeira, num enquadramento geologico


semelhante ao aborclado neste estudo. O coeficiente de infiltração naquele planalto e igual a

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60,6y0, a que corresponde, unicamente para 18 KÍn2, um volume infiltrado acima dos 1000 m

de altitude de 32x106 m'. Assirq verifica-se que quando afloram escoadas lávicas directamente

e as pluüosidades são muito elevadas as recargas são extremamente importantes.

A segunda abordagem ao problema do cálculo de uma taxa de infiltração na zona em

estudo resultou da modificação de dados publicados num relatório da firma Hidrotécnica


Porfuguesa (1986).

Com efeito no referido trabalho, que estudava a viabilidade da construção de um


aproveitamento hidroeléctrico na Lagoa do Paúl, estima-se o escoamento anual na bacia de
alimentação do plano de água. Esta bacia e constituída genericamente por dois tipos de
materiais wlcânicos, o que the confere condições de escorrência superficial, desde logo de
infiltração, bem contrastantes: por um lado, a N, basaltos vacuolares e fracturados com elevada
taxa de infiltração e, a S, formações piroclásticas finas pouco permeáveis.

Nos materiais finos a escorrência superficial correspondia a cerca de 76% da


precipitação média anual, o que se traduz numa taxa de infiltração de 24%o. As formações
basálticas, predominantes na bacia da Lagoa do Paul, apresentam um escoamento superficial

equivalente a 18Yo da precipitação anual, o que permite estimar um coeficiente de infiltração de

82%.

Os valores apresentados devem ser considerados apenas como uma aproximação bruta,

pois não se considerou na sua estimativa a capacidade de retenção dos solos, que nesta area da

ilha são mais espessos, especialmente sobre os piroclastos.

Sobre a carta geológica do Pico (Zbyszewshi et al., i963c) mediram-se, na regSão em

estudo do Planalto da Achada, as áreas respeitantes aos afloramentos de ambas as litologias


referidas, informação que serviu de base ao cálculo da infiltração.

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Atendendo ao valor medio anual de pluviosidade assumido


como representativo para
es'ta atea, estima-se o volume de precipitação sobre
a area ocupada pelos piroclastos
iz4.l
Km2) em 93.59x106 m3, a que corresponde um volume infiltrado
de 22.46xl0u m3/ano.

Na área dominada pelos afloramentos de escoadas lávicas (23 5


Km\ o vorume anual
de precipitação é igual a 91.26x106 m3, donde se deriva o volume infiltrado
no mesmo perÍodo,
igual a 74.83x106 m3.

Com esta metodologia o volume total infiltraão na área experimental é igual a


97 '29x106 m3, valor compatível com a estimativa media
determinada pelo balanço de cloretos.

A finaiizar, importa referir que a esta estimativa deve ser adicionado


o volume de água
infiltrado directamente a partir das lagoas existentes na área,
fracção da recarga que não
quantificámos mas que' comparativamente com os dados
anteriores, deve ser significativamente
menor.

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c u -tr a c k c u -tr a c k

5. HIDRODINA}IICA

5.1 Hidrogeologia de Ilhas Vulcânicas

5. 1. l. Considerações Gerais

A caracterização hidrogeologica de aquíferos constituídos por materiais de origem

wlcânica é uma materia de indubitável importância. Este significado e conferido pelo facto das
formações vulcânicas apresentarem grande interesse hidrogeologico e, por outro lado,
inversamente à fraca extensão que ocupírm na crosta terrestre serem em algumas regiões do

mundo as litologias predominantes.

Desta form4 nas regiões continentais onde os materiais vulcânicos definem grandes

manchas, como por exemplo nos planaltos do Decão 1Ínaia;, do Paraná @rasil, Paraguai,

Argentina, Uruguai), do Snake River (E U.A ) e do Columbia Plateau (E.U.A.), ou nas


numerosas ilhas de origem vulcânica" como as pertencentes ao arquipélago dos Açores, a

hidrogeologia de aquíferos vulcânicos é mesmo crucial, pois evidentemente a exploração dos


recursos hídricos subterrâneos implica o coúecimentos das suas características e do seu
comportamento perante estímulos exteriores.

Embora o número de publicações devotadas especificamente a este tema seja reduzida,

podem ser referenciados alguns trabalhos mais pormenorizados (Winograd, 1971, Custodio,
1975,19'78,1989, Davis e Wiest. 1966, Custodio e Llamas, 1983, Peterson, 1993).

Peterson (1993) propõe um esquema classificativo aplicado à hidrogeologia de ilhas de

naturezavulcânica, que considera dois grupos fundamentais destes ambientes insulares. Por um

lado considera as ilhas andesíticas, associadas ao l'ulcanismo de arcos insulares em regiões de

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subducção de placas litosféricas e, por outro, as ilhas basálticas oceânicas, geralmente


associadas a vulcanismo intraplacas.

A estrategia de desenvolvimento dos recursos hídricos subterrâneos em ilhas vulcânicas


varia confonne a proüncia a que estas pertencer4 o que depende, evidentemente, dos materiais

que as constituem. No primeiro caso ocoÍTem escoadas lávicas e piroclastos com composição

basáltica s.l. a traquítica s.1., observando-se um predomínio dos níveis de piroclastos


submarinos, e as sequências caracterizam-se geralmente pelas suas baixas permeabilidades. Nas

ilhas do segundo grupo referenciado existem dois tipos de situações: ou as lavas são antigas,

apresentando permeabiüdades baixas ou, ao invés, as ilhas são formadas por lavas recentes que

constituem aquíferos extremamente permeáveis, como por exemplo no Hawaii, na polinesia


Francesa ou na ilha da Reunião.

O Pico enquadra-se neste último conjunto'e, em resultado, limitam-se as considerações


gerais às características hidrogeologicas de ilhas deste tipo.

As condições hidrogeologicas observadas nas ilhas vulcânicas, ou nos aquíferos deste


tipo em geral, relacionam-se primariamente com o tipo de formações wlcânicas que constituem
o substracto regional. Uma súmula destas condicionantes, quer primárias quando são inerentes
há génese e tipos de materiais emitidos pelos vulcões, quer secundárias, como a alteração e a

fracturação, pode ser encontrada em trúatho recente (Cru2, 1992), em que se cnzÍrm dados de

índole vulcanologico e hidrogeologico.

Uma das peculiaridades mais marcantes da hidrogeologia de regiões vulcânicas é o


carácter heterogeneo e anisótropo do meio. Esta característica é observada a todas as escalas

de trabalho e dificulta a aplicação do conceito de Volume Elementar Representativo (VE&


Drogue, 1988). O VER corresponde ao volume limite de aquífero, a partir do qual qualquer
acréscimo do volume de observação não implica, na prática, a alteração das propriedades
hidrodinâmicas, pelo que a sua definição é extremamente importante na análise de meios
fissurados.

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Esta especificidade e demonstrada pela diversidade de valores relativos aos parâmetros

hidrodinâmicos, como por exemplo a permeabilidade. No Quadro 5.1 estão elencados alguns
resultados medios obtidos em aquíferos wlcânicos e, para efeitos comparativos, incluiram-se

valores referentes a condições geologicas similares às vigentes no Pico. Da análise do quadro


referido pode verificÍìr-se igualmente que as permeabilidades mais elevadas ocorrem nos
aquíferos constituídos por escoadas láücas basálticas s./. recentes, formações do mesmo tipo

daquelas que cobrem uma grande extensão da ilha do Pico.

Não obstante a importârcia hidrogeologica das escoadas lávicas como aquíferos,


nomeadamente das mais recentes, há ainda que realçar o significado dos níveis piroclásticos,
que no caso dos vulcões basálticos s./., como o Pico, correspondem essencialmente a escórias.

A porosidade de uma amostra de escórias da ilha da Reunião, igual a 60Yo (Massari, 1990 Ìn

Joirl 1991), não só comprova o exposto como e compatível com os valores indicados por

Davis (1974) e Custodio (1975) para estes materiais, da ordem dos 80%. A permeabiiidade da
mesma amostra era cerca de 1700 m/d (Massari, 1990 in loin,199l).

Considerando os depósitos destes materiais como um todo os resultados apurados


tambem são relevantes: os cones de escórias apresentam porosidade entre 15Yo e30yo, embora

ultrapassem por vezes estes limites.

5.1.2. Elementos pÍìra um modelo conceptual

Os vários elementos conceptuais de circulação das águas subterrâneas em ilhas

vulcânicas divergem em alguns aspectos fundamentais, pelo que caÍecem duma breve
apreciação. Estes esquemÍìs são relativos aos arquipelagos onde os estudos hidrogeologicos

estão mais avançados, como o Hawaii e as Canárias.

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Material K Fonte
(m/d)
E scoadas láücas fi ssurarlas 1a200 Custódio. 1989

Escoadrç lávicas porosas <0.t Custódio. 1989

Escoarlas láücas densas Ì0-' Custódio. 1989

Sequência de escoadas láücas rec€ntes e 0.2 a 1000 Custódio. 1989


frescas

Sequência de escoadas láücas anügas e < 0.05 a 0.5 Custódio. 1989


alterarles

Sequência de escoadas lávicas múto antigas l0r Custódio. i989

Formações basálticas rec€ntes (fenerife, 125 Custódio. 1975


Can:árias)

Formações basálticas modernas @earl t00 - 300 Custódio. 1975


tlarbour. IIawaü)
Formações bas:ilticas modernas (flonolulq 100 - 1000 Davis. 1974
Hawaü)
Basaltos quatern:lrios zuperfi ciais 1000 - 3000 Custódio, 1975
(Lanzarote, Canárias)
Basaltos quatemiíÍios zupeúciais 50 - 500 Custodio. 1975
(,anzarcte, Canárias)
Escmdas láücas basálticas rec€ntes 900 - 2000 Takasaki. 1993
(Kilauea Yolcano, llawaü)
Escoadas fthricas basiilticas do comple.xo 150 - 300 Takasaki e Mink 1982
basal (Oahq l{awaii)
Escoadas Lâvicas hsálticas do comolexo 150 Eyre, 1973
basal (Oahq Hawaii) (valor modelado)
Escoadas láúcas ìimitarlqs por fllões (Oaha 0-150 Takasaki e Mink 1982
Hawaü)
Basaltos - Furo Exocet (Atol de Mururoa 0.083 Henry et al..1996
Polinesia Francesa)
Trap freslcn (India) 0.05 - l0 Custódio. 1989

Trap alterado (India) 0.i - 50 Custódio. 1989

Quadro 5.1 - Valores de permeabilidade obtidos em diversos aquíferos basálticos. mostrando a diversidade do
meio vuicânico.

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O modelo Hawaiano postula a separação em três tipos de aquíferos principais: aquíferos

suspensos Qterched), aquíferos limitados por filões e aquíferos basais (Fig 5.1). Esta

classificação foi estabelecida inicialmente por Meinzer (Stearns e Clark, 1930 in lngebritsen e

Scholl, 1993) e os seus fundamentos estão bem explanados nos trabalhos de Peterson (1972 e

Igg3), Túasaki e Mnk (1982 e 1985), Macdonald et al. (1983), Hunt et al. (7988), Takasaki
(1993) e Lau e Mink (1995).

Fig. 5.1 - Esçema hidrogeotógico conceptual das ilhas do l{awaii (modificado de Macdonald et
al.' 1983).

Os dois primeiros tipos de aquíferos coexistem nas zonas altas das ilhas, e as nascentes

relacionadas com estas formações, resultantes da sua descarga natural, permitem identificá-los

(Peterson, 1972).

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Os aquíferos suspensos coÍïespondem a ocorrências de águas subterrâneas iimitadas por

descontinuidades predoninantemente horizontais, como por exemplo níveis de piroclastos


finos, paleosolos intercalados nas sequências de escoadas lávicas ou as zonas compactas das
escoadas aa.

Por seu turno, os aquíferos limitados por filões correspondem a formações

compartimentadas por filões, que funcionam como barreiras impermeáveis ao fluxo, e que estão

frequentemente saturados algumas centenas de metros acima do nível medio da âgua do mar. O

volume de água armazenado nestes aquíferos é superior ao existente nos outros aquíferos de
altitude, mas claramente inferior aos recursos inerentes aos aquíferos basais.

O aquífero basal corresponde ao meio saturado geral da ilha, com superficie livre,
flutuando sobre a âgua salgada mais densa" e cuja recarga resulta directamente da precipitação
efrcaz ou da transferência hídrica a partir dos níveis aquíferos de altitude. Em numerosas ilhas

wlcânicas, e o Pico não e excepção, a expioração dos recursos hídricos subterrâneos é feita a

partir desta formação aquífera basal, limitada superiormente pelo nível freático e inferiormente
pela interface.

Uma das características do aquífero basal no Hawaü é o gradiente piezométrico muito


baixo, que em média e igual a 0.0002 (Peterson, l98l in Ingebritsen e Scholl, 1993), explicada
pela elevada permeabilidade das escoadas lávicas, conformando um quadro similar ao

observado noutros locais, como as ilhas Canárias ou o Pico, como oportunamente será

apresentado.

O mecanismo de funcionamento admitido para as ilhas vulcânicas da Polinésia Francesa

é semelhante ao anterior (Fig.5.2; Pouchan et al., i988), embora estes autores considerem
mais um tipo de aquífero de altitude. Estes últimos correspondem a aquíferos aluvionares
(nappes de vallées), e as exsurgênciÍÌs com eles relacionadas surgem no contacto entre as

aluviões e as formacões wlcânicas.

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Fig. 5.2 - Esquema hiúogeológico concsptual dãs ifhas da Polinésia Francesa (modificado de Pouchan e/ al
1988).

Um modelo semelhante ao anterior foi apresentado de forma a explicar o funcionamento


hidrogeológico da ilha da Reunião, nomeadÍImente dos vulcões Piton des Neiges (Stieltjes et
al., 1986, Stieltjes et al.,1988) e Piton De La Fournaise (Gourgand e Stieltjes, 1988, Coudray
et a1.,1990 in Join, 1991). Aúnica diferença reside no facto destes autores não considerÍÌÍem

os aquíferos limitados por filões, apenas definindo aquíferos superiores de tipo suspenso,
distribuídos em função de descontinuidades locais e regionais, coÍrespondendo estas últimas à
série vulcânica mais antiga colmatada por acção hidrotermal.

Violette et al. (1997) modificÍÌram ligeiramente o esquema anterior do estratovulcão do


Piton de la Fournaise considerando que a alternância de escoadas lávicas basálticas s./.

permeáveis com níveis de escorias, de cirzas ou com zonas maciças de escoadaslâvicas aa,

menos transmissivas, tem um funcionamento hidráulico que metaforicamente, se assemelha à

escorrência num telhado (roof tíle flow). Este fluxo materializa-se por uma série de aquíferos

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suspensos drenando sucessivamente de uns para os outros até alimentar o aquífero


basal, e
este empilhamento que domina a parte central da estrutura vulcânica. Desta forma,
o aquífer
basal, como aliás nos outros modelos já apresentados, circunscreve-se à franja litoral da ill
(Fig 5 3)

Tnnz de Infilbaçno Profonda

:,-
L.
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i=-=
t?i
i : €Pfton
E : dela
; =
f rournir"
Çv =il
ll

E] Água doce S *Concha'impermeóvel

E águasalgada E câmüenrrgmdca
\i- Aquif"ro surpeÍuro ì Direcçio de lluro

Fig. 5.3 - Esquema hidrogeológico concepÊual do vulcão do Piton de la Fournaise (modificado de Violene et al..
1997\.

Os trabalhos desenvolvidos nas ilhas Canárias permitiram formular um modelo assaz


diferente dos anteriores. Com efeito verificou-se que, embora nalguns casos a divisão em
aquíferos de altitude limitados por filões e em aquíferos basais permitisse explicar
favoravelmente o funcionamento hidráulico de algumas formações, havia outros casos onde a

sua adaptabilidade era claramente inüável (Custodio, i983).

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Para obviar à contradição apontada foi elaborado um novo esquema conceptual,

pressupondo que os grandes desníveis piezcmétricos, antes passíveis de serem explicados


mediante compartimentação por filões, resultam da existência em numerosas ilhas de núcleos de

baixa permeabiüdade, relacionados com materiais vulcânicos antigos, alterados e intersectados

por numerosos filões.

AssgrU considera-se a existência dttm nível de saturação regional, com continuidade de

fluxo em toda a ilhq que apresenta nas zonas altas superficies equipotenciais pouco inclinadas
ou quase verticais e, ao invés, nas zonas baixas, onde predominam os materiais mais jovens e
permeáveis, o fluxo tende para a horizontaiidade (Fig. 5.4; Custodio, 1978, 1983, Custodio e

Llamas, 1983). Nas zonas ütorais os gradientes podem ser menores que 0.001 (Custodio,
1975), enquanto nas zonas de maior altitude podem alcançar os 0.15.

.{quiÍero susp€ruro
=
Z,ona com possíveis f-nrcurres de descompressão
Nrscente
e/ou tectónicas
ì,'=*'--
l'ulcão recent€
-\ivel do mar

.i_\.

de fluxo em meio não saurrado


j.inh! de Ílu-ro em meio saurrado
1# lirúa
-
Ë- rouu

" ìascente
uasaii- : =!-:lte

Fig- 5.4 - Esquema hidrogeológico simplificado do maciço basrilüco de na ilha de Lanzarote. Can"árias

(modihcado de Custódio e Llamas, 1983)-

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O nível de saturação regional pode ser real, se coincide com uma formação permeávei,
ou ürh:al, quando se relaciona com uma zona de baixa permeabilidade (Custodio, 1975).

Em função de algumas heterogeneidades pouco permeáveis podem existir alguns


aquíferos suspensos em altitude, claramente acima do nível de saturação regional, que são
drenadas ou por nascentes ou por fluxo para formações mais profundas (Custodio, 1975).

A importância dos aquíferos suspensos em altitude no funcionamento hidrogeologico de


maciços vulcânicos é acentuada por Nascimento (1991), num estudo realizado no Paul da Serra

(Madeira), onde o condicionamento horizontal do fluxo por intermedio de descontinuidades


impermeáveis se Í.adtsz pela ocorrência de nascentes a várias cotas.

O funcionamento hidráulico delineado pÍÌra as Canárias foi a base conceptual de


modelos matemáticos (Custodio et al., 1988, Rosa et al., 1992, Lopez Garcia eí al., lgg})
representativos da ilha de Tenerife, cujos resultados sugerem a aplicabilidade deste esquema.

Violette et al. (1997) tentaram modelar o funcionamento hidráulico do piton De La


Fournaise considerando a existência dum nível de saturação regional semelhante ao proposto

pÍIra as ilhas Canrírias, mas os resultados obtidos não foram satisfatorios. Nomeadamente, foi

impossível obter gradientes baixos na costa compatíveis com os declives fortes no interior da

ilha, de forma a estabelecer conexão hidráulica com a escorrência superficial.

Anaiisando a ilha de Tenerife (Canarias) Ecker (1976) elaborou um modelo conceptual

diverso dos anteriores, sobrepondo à divisão em sistemas hidrogeologicos a definição de células

portadoras de água ou, como também são designadas, compartimentos de águas subterrâneas
(Fig. 5 5).

A divisão em unidades engloba a zona vadosa superior, a zona vadosa inferior e a zor.la
saturada. A direcção de fluxo na zona vadosa e predominantemente vertical, alimentando a
zona saturada, que corresponde ao nível basal de outros modelos.

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/., Fracbrü Secmdárias

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Fig. 5.5 - Esquema hidrogeológico simplificado das ilhas Canárias (modificado de Ecker, 1976).

O fluxo da âgua nos complexos vulcânicos é feito de um compartimento para outro, se

conectados por ftacturas ou niveis de clincker de escoadas lávicas aa, constituindo uma cadeia

de células portadoras de agua sucessivas, independentemente se o fluxo é vertical (Ecker,


1976). Desta formE os compartimentos, que se podem encontrar secos ou saturados,

correspondem aos elementos portadores de âgua nas formações vulcânicas, e estão


relacionados com camadas de piroclastos permeáveis, tubos lávicos, vesículas de gás

conectadas, fracturas primárias e secundárias e níveis de clincker de escoadas lávicas ca.

A acumulação de água subterrânea nos compartimentos resulta da interposição duma

barreira, ate que o fluxo se restabeleça por qualquer outra trajectoria? e as suas formas e

distribuição são irregulares ao nível do maciço vulcânico. Este padrão distributivo é controlado
por factores de índole vulcanologica primários e secundários, e ainda pela recarga e pelas

complexas relações de permeabilidade nas estruturas vulcânicas.

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A elaboração do modelo conceptual de fluxo em algumas ilhas do arquipelago


dos
Açores não é diferente dos traços gerais apresentados. Mendonça (1992), para as
ilhas da
Terceira e do Pico, e Cruz et al. (1997), no caso da ilha de Santa Maria, postulam
modelos
semelhantes, assentes num aquífero lenticular na base e em altitude aquíferos suspensos
relacionados com descontinuidades de permeabilidade baixa a nula.

5.2. Caracteruação Hidrodinâmica da IIha do pico

O povoamento da ilha do Pico restringiu-se à área litoral e, desta formq é


essencialmente nesta zona que incidiu o esforço de captação de águas subterrâneas. Acresce
a
este facto a inexistência de um significativo número de nascentes em altitude, dotadas
invariavelmente de caudais fracos e tendentes a sofrer os drásticos efeitos do estio.

Em virtude do quadro restritivo enunciado, os dados sobre o funcionamento


hidrodinâmico dos aquíferos de altitude são muitos escassos, cingindo-se aos caudais de um
número muito limitado de nascentes.

No que concerne aos aquíferos costeiros o número de pontos de âgua é

substancialmente superior, correspondendo a furos de captação de água e poços, designados

localmente por poços de maré. Estes últimos são captações pouco profundas, construídas
predominantemente a muito pequenas distâncias da üúa de costa, diferindo deste modo das
captações tubuiares, de menor diâmetro, e cuja profundidade e distância ao mar é

sub stancialmente superior.

Atendendo ao exposto a maior parte das observações realizadas neste trabalho referem-

se ao domínio litoral, relacionadas com o compiexo aquífero de base, em detrimento da análise


do hidrodinamismo do domínio de altitude, numa diüsão similar à adoptada para outras ilhas
nilcânicas.

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5.2.1. Sistema Aquífero de Base

A caractenzação hidrogeológica do sistema aquífero de base pôde ser realizada


recorrendo à análise dos dados compilados sobre as captações tubulares çamarárias, em número

de 20, e nos poços de maré. Em resultado deste facto, e atendendo à cota máxima a que foram

efectuados os furos de captação, aproximadamente 200 rn, a nossa investigação do nível de

base limita-se à sua franja litoral, independentemente de qualquer extrapolação que se possa

formular para as zonas de maior cota.

A observação do mapa de localização das captações tubulares permite constatar a


vúdade das considerações anteriores (Fig. 5.6). Por outro lado, verifica-se igualmente que a
distribuição dos furos de captação na zorra ütoral da Montaúa do Pico e mais homogenea,
quando comparada com a localização descontínua dos pontos de água na metade Este da ilha.

Tal padrão distributivo tem repercussões, por exemplo, se quisermos estabelecer uma
piezometria aproximada do nível de base.

As primeiras captações tubulares na ilha do Pico, em número de quatro, foram


executadas entre 1951 e 1957. Em virtude das limitações impostas pela máquina English
Drillìng, utilaada nas obras, as profundidades a alcançar tiúam de ser menores que 120

metros, e o diâmetro inicial da perfuração era necessariamente reduzido a um máximo de 250


mm (Paradelç1974a).

Entre os anos de 1961 e 1966, realiz4l-46-se mais oito furos, üsando captar água no
sistema aquífero de base. A máquina então utilizada - sonda de rotação Wirth ED-63 - permitiu

executar perfurações com um diâmetro iniciai de 470 mm (Paradela, 1974ò. Não obstante, a

melhoria tecnológica subjacente a esta nova cÍtmpaúa de furações, traduzida na possibilidade

de atingir maiores profundidades e, desta formq poder trabalhar a maior distância da costa, não

foi totalmente aproveitada pois, evidentemente, existe sempre um limite de üabilidade


económica das captações a executar.

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Na década de noventa as edilidades procederam a novos investimentos na rede de


úastecimento de âguU que implicarÍrm a abertura de mais 7 captações tubulares, das quais 4
foram executadas no ano de 1996.

Nos quadros 5.2 e 5.3 estão patantes as características técnicas resumidas dos furos de
captação de agua, que constituem uma base de dados valios4 no contexto da caractenzacão

hidrodinâmica da ilha do Pico.

E possível anda definir uma piezometria aparente, recorrendo aos níveis hidrostáticos
dos furos e dos poços de maré, e à respectiva cota do local de implantação. Salienta-se que este

esboço piezometrico do sistema aquífero de base será necessariamente aproximado, em


resultado da assumpção da existência de continuidade hidráulica a nível regional, no seio de um

meio tão heterogéneo, bem como do efeito de outros factores, que serão oporfunamente
elencados.

Finalmente, determinaram-se alguns parâmetros hidrodinâmicos, nomeadamente pelo


estudo do efeito de maré verificado em furos e poços, e pela interpretação de ensaios de
bombeamento. O estudo destes ultimos enferma de algumas contrariedades, sistematizadas por

Mendonça (1992), e relacionadas com a execução destes ensaios, nomeadamente o facto dos
rebaixamentos, registados unicamente niÌs próprias captações, serem muito baixos, e

eventualmente da ordem de grandeza do erro inerente à medição.

Atendendo ainda ao facto de que todos os furos da ilha do Pico revelam flutuações do
nível de érguU em virtude da influência das marés oceânicas, a dificuldade de mediç com a
precisão requerida, os rebaixamentos verificados nas captações em ensaio é ainda incrementada.

A execução dos ensaios de bombeamento, por parte das empresas sondadoras, üsa
predominantemente determinar o maior caudal com o aquífero a funcionar em regime
permanente o que, adicionado à dificuldade de definìr no meio vulcânico heterogéneo a
-,
fbrmação aquífera e seus limites, rende muito complexa a interpretação daqueles testes.

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Rcf Dcsignação Local Concelho M P Dist. ao Mar Caudal Expl. Aquífero Formação Ano
(m) (m3/h)
F0t BSHI Cais do Pico S. Roque do Pico 384750 4264600 550 Abandonado Base Montauha t952
F02 JKI Stu Luzia S. Roque do Pico 375325 4267000 1750 16 Base Montanha t961
F03 JK2 Stu Luzia S. Roque do Pico 375875 426696s 1875 l6 Base Montanha I 964
F04 ITjl S. Roque do Pico S. Roque do Pico 384900 4263125 1550 Base Montanha I 996
F0s BSHI Mirateca Madalena 3ó8553 4257200 550 50 (a) Base Montanha l95l
F06 BSH2 Cabo Branco Madalena 367413 4265650 I 100 l0 0) Base Montanha I 953
F07 BSH2 São Mateus Madalena 37242s 4255125 410 (a) Base Montanha t957
F08 JKI Cabeço Châo Madalena 3708!10 4286500 t375 l8 Base Montanha t96 I
F09 JK2 Mirateca Madalena 368700 4257050 560 Base Montanha I 961
Fl0 ACI Ladeira Grande Madalena 368788 4261963 2425 *25 (c) Base Montanha t992
Fll tT2 Criação Velha Madalena 36823 8 4263300 2750 36 (d) Base Montanha I 993
Fl2 IT5 Mirateca Madalena 36927s 4257888 1550 Base Montanha l()()()
Fl3 ITír Gingeira Madalena 37157s 4255950 950 Base Montanha 1996
Fl;t tT7 Candelária Madalena 368538 4259050 t475 Base Montanha 1996
Fls JKI Silveira Lajes do Pico 3 88860 4252812 425 36 Base Sist. Fissural I 965
Fr6 JK2 fubeira do Meio Lajes do Pico 390350 4251750 300 40 Base Sist. Fissural I 965
Ft7 JK3 Ribeiras Lajes do Pico 395975 425 1600 325 32 Base Sisl. Fissural I 965
Fl8 JK4 Piedade Laies do Pico 408175 4253 100 t375 28 Base Sist. Fissural t966
Fl9 ITI Silveira Lajes do Pico 385575 4253050 700 Base Sist. Fissural I 993
F20 IT3 Ribeirinha Lajes do Pico 406375 42s4425 1450 Base Sis1, Fissural I 993

Quadro 5,2 - Caracteristicas técnicas dos furos de captação de água do Pico (a - Bombeamento ocasional; b - Até 1995;
c - Bombeamento descontínuo; d - Ern Março de 1996 bombeava 52 m3/h para compensar avaria no F10).
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ReÍ" Cota Profundidarle Ralos Diâmetro NHE NHD Caurlal Caudal Esp. Fonte
(m) (m) (m) í') (m) (m) (l/s) (l/s/m)
F0l -50 44
fl
{
o
T 1 1 ? (a)
F02 120 t3l 7 ? -l18.50 -l18.60 10.4 t04 (lt)
F03 120 128 7 ? -l 17. l0 -l 17. l0 10.4 ? (a)
F0+ 159.,15 165.8 -157.52 a -165.8 lOttz -t59.62 159.87 7.6 30.40 (b)
.t
F05 53 52 ( 6 -47.50 -17.50 4 ( (a)
F06 43 46 ? 9 -12.07 ? o
(a), autor
F07 ,|
45.s 49 ? -45.30 -45.30 2

(a)
F08 t21 130.4 -125.3 a -130.3 t2' -t22.63 -l 22.80 10.4 61.2 (a), (b)
F09 50 51.87 -30,87 a -50.87 12" -12.5 -12.5 ls.2 t (a)
Fl0 132.02 138.2 -133.2 a -136.2 t2 l3 1.5 -131.94 3.3 7.50 (b)
Fll 1s8.57 t70 -157,2 a 170 l0 -l -58,45 -159.00 5 9.09 (b)
t\) Fl2 t92.2 199.5 -188.2 a 199.5 LOtrz - l9l.9 -191.95 5. _5 ll0 (b)
Fr3 -líl I 150.03 138 a -150 I lyq -1,10.71 -t1t.22 t2.3 24.12 (b)
Fl+ -t79 ? ? ? -t77.1 -t77.t8 l0 t25 (b)
Fl5 109 106.2 -100.6 a -105.8 l0a8 -99.3 -99.3 t0.4 ? (a), (b)
Fl6 -tJ 40.95 -28,95 a -38.95 l3 -26.1 -26.20 16.9 t69 (a)
F-17 t7 25 -14.8 a -21,8 I3 -l 5.10 -ts.2 17.2 t72 (a)
Fl8 t27 l3 L28 -122.8 a -127.28 t2 -t22.00 -t22.10 9.1 9l (a)
Fl9 137.15 l.+3 (*) -137 a -143 l0:,tq -139.68 -t39.70 5 250 (b)
F20 169.8 183 -166.6 a -180 l0 -169.45 -t69.63 l0 55.6 (b)

Quadro 5.3 - Caracteristicas tecnicas dos ftrros de captação de água do Pico (continuação)
(a) Paradela (1980)
(b) Rel. Técnico Enpresa Sondadora (JK - J.Keller; AC - A.Cavaco; IT - InÍeÍec)
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5.2.1.1. Caracterizaçáo dos Pontos de Agua

A profundidade média dos furos de captação de água, instalados no sistema aquífero de


base, é igual a 109.8 m, e o valor do desvio padrão e de 54.3 m. A distribuição de frequências
absolutas revela um comportamento polimodal (Fig. 5.7), em que a classe mais importante
corresponde às captações com profundidades que variam entre os 120 e os 160 m (Z%). A
maioria dos furos apresentam profundidades menores que 160 m (75.9%), variando este
atributo entre um mínimo de 25 m e um valor máximo de 199.5 m

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o @ Freq. Abs.
l!=
5
z

z.
--{- Freq. Acum.

0-40 4a 8G 120- 160-


80 1n 160 2@
Profundidade do Furo (m)

Fig. 5.7 - Distribúção de frequências absolutas da profundidade dos furos de captação

A relação esperada entre a profundidade e a altitude a que se situam os furos pode ser

comprovada pelos valores estatísticos, bem como pela semelhança entre os padrões de

distribuição de frequências absolutas destas características. Esta similitude resulta do facto dos
furos captarem todos no sistema aquífero de base, pelo que são perfurados obedecendo à

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mesma estratégia, que visa atingir o nível medio da iryn do mar, doravante designado por
NMAM.

A altitude média dos furos e igual a 108.1 m, com um desvio padrão de 53.1 m, e a
medìana e de 722.5 m que, como pode ser facilmente verificado, são valores semelhantes aos

apontados anteriormente. A distribuição de frequências e tambem polimodal, predominando a

classe representativa dos furos situados entre os 120 m e os 160 m (45%), observando-se que

apenas L5Yo das captações estão localizadas acima da cota 160 m (Fig. 5.S). O valor máximo é

de 192.2 m e a altitude mínima é izual a lJ m.

10 20

8 tb

Uìv lz o
o o @l Freq. Abs.
l!= IL
2.4 gìz --l-- Freq. Acum.

2 4

0 n
0-40 4G 8G. 120- tou-
80 120 160 2@
Altitude (m)

Fig. 5.8 - Distribúção de frequências absolutas da altitude dos furos de captação

A distância das captações tubulares ao mar é outro atributo relacionado com o anterior
pois, evidentemente, atendendo à morfologia da ilha é de esperar que quanto maior for esta
mais elevada será a cota de boca dos furos e, consequentemente, a profundidade a perfurar para

alcançar o NMAM.

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A distância ao mar varia entre um valor mínimo de 300 m e um máximo de 2750


m
Contudo, importa salientar que a distribuição destes valores não é uniforme, como
se pode
constatar no mapa de localização dos furos (Fig. 5.6), o que resulta unicamente das ponderosas

condicionantes imposta.s pelo relevo da ilha, mais ou menos vigoroso consoante o local.

O valor medio da distância ao mar e de 1172.2 m, com um desvio padrão de 6gg.0 m, e

a mediana é igual a 1237 5 m. A distribuição de frequências é simetrica, indiciando uma


distribuição normal (fig. 5.9), sendo a classe modal respeitante aos furos situados entre os 1100

m e os 1650 m de distância (35%). Cerca de 80% dos furos estão situados a distâncias da liúa
de costa inferiores a 1650 m.

to
o r.çe-F,a Freq. Abs.

-.l- Freq. Acum.


z,

0-550 5s0- 1 100- 1650- 2no-


1100 1650 2nO 2750
Elst. ao Mar (m)

Fig. 5.9 - Distribúção de frequências absolutas da distância ao mar dos furos de captação.

A inter-relação entre estas duas variáveis está bem marcada nos gráficos onde se

projecta a profundidade dos furos contra a altitude e a distância ao mar dos mesmos (Fig.
5.10). A explicação para que a relação directamente proporcional entre a profundidade e a

distância ao mar dos furos ser menos clara, reside nas peculiaridades geomorfologicas. Com

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ProÍundidade do Furo (m) Profundidade do Furo (m)
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Fig.S.10 - Relação entre a profundidade e a altitude e distância ao mar dos furos de captação.
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efeito, a maior distância ao mar não implica um aumento linear da altitude do terreno e,
inerentemente, da cota de lroca dos furos.

Os poços de maré estão situados a uma curta distância da liúa de costa e, neste
trabalho, foram identificadas 36 captações deste tipo, cuja localização e características se

indicam seguidamente (Quadros 5.4 e 5.5, Fig. 5.11). Como se pode verificar nos quadros
referidos, são raros os poços de maré que captam a profundidades superiores a 10 m, o que
reflecte as dificuldades construtivas sentidas pelas populações que outrora recorriam amiúde a
estas obras, para zuprir as suas necessidades hídricas.

Actualmente, e com o incremento da qualidade de vida, as populações utilizam âgua da

rede de abastecimento público, pelo que numerosos poços de maré foram abandonados. No

entanto, é usual ao contactar os habitantes mais idosos, obter descrições orais da ut'li"ação
destas captações.

Esta metodologia de captação de água perto do litoral reflecte o coúecimento popular

da existência de nascentes de água doce na costa que, hidrogeologicamente, correspondem a


exzurgências do complexo aquífero de base. Igualmente, junto dos mais idosos, podem ser

escutadas referências à ocorrência destas nascentes, cuja existência foi alvo de uma curiosa
descrição de Gaspar Fructuoso, em 1583, no capítulo quadragésimo do liwo sexto da sua obra
Saudades de Terral (Fructuoso, lg78).

Exemplos de exsurgências ao nível do mar são as nascentes minerais de Santo Amaf,o,


hoje subterrada por um desmoronamento local da arriba litoral, e da Silveira" cujo fluxo em
direcção à costa é intersectado a alguns metros desta por um poço de mare (PM32).

' (...) Sai neste porto - Santa Cnrz- na freguesia de Sf Bárbara - uma grande ribeira de água doce. de que se úo
s€ryem senão com baira mar. porque com preia lnar se cobre toda de maré e não se descobre a âgaa doce pela
terra dentro. porque cadavez é mais bai-ro o lugr por onde vem pera dentro da mesma tera. e com mare vazia
torna a sair coada com alguma doçura. como pelas costas de cada uma destas ilha saem muitas destas fontes (...),
p. 288.

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RcÍ'." Designação Local Concelho M P Dist. ao Mtr Formação


ím)
PMOI Cais do Pico Cais do Pico S. Roque do Pico 384650 426s475 100 Moutanha
PMO2 Furna Sto António S. Roque do Pico 383375 4266200 100 Montanha
PMO3 Gingal Sto António S. Roque do Pico 382625 4266775 20 Montanha
PMO!t Baia do Santana S. Roque do Pico 380025 4265075 25 Montanha
PMO5 Cabrito I Cabrito S. Roque do Pico 378900 4268675 t5 Montanha
PMO6 Cabrito 2 Cabrito S. Roque do Pico 378875 4268550 12s Montanlra
PMOT Cabrito 3 Cabrito S. Roque do Pico 3787t2 4268175 300 Montanha
PMOS Lajido I Lajido S. Roque do Pico 375450 4268650 80 Montanha
PMO9 Lajido 2 Lajido S. Roque do Pico 375540 4268725 80 Montanhu
PMIO Lajido 3 Lajido S. Roque do Pico 375500 4268688 80 Montanha
PMI I Arcos Arcos S. Roque do Pico 377075 4268950 60 Montanlra
Ì..J
PMI2 Cachorro Porto Cachorro S. Roque do Pico 373825 4268500 50 Montanha
PMI3 C. Mourato I Cais Mourato Madalena 370900 4268950 50 Montanha
PMI4 C. Mourato 2 Cais Mourato Madalena 370925 4268925 75 Montanha
PMI5 C. Mourato 3 Cais Mourato Madalena 370850 4268875 90 Montanha
PMI6 O. Frades I Outeiro Frades Madalena 367375 42672s0 t2 Montanha
PMIT O. Frades 2 Outeiro Frades Madalena 367400 4267000 40 Moutanha
PMIS O. Frades 3 Outeiro Frades Madalena 367250 4266850 5 Montanha

Qrradro 5.4 - Localização e caracterização dos poços de maré da ilha do Pico.


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ReÍ'.' Dcsignação Local Concelho M P Dist. ao Mar Formação


(m)
PMI9 Madalena 2 Madalena Madalena 366712 4266537 50 Montanha
PM2O F. Cofaco Areia Larga Madalena 365975 4265800 75 Montanha
PM2I Ancoradouro I Areia Larga Madalena 366025 4265438 t25 Montanha
PM22 Ancoradouro 2 Areia Larga Madalena 365875 4265t25 90 Montanha
PM23 C. Saldanha Criação Velha Madalena 365900 4264875 125 Montanha
PM24 João Lima I Criação Velha Madalena 365875 4261700 200 Montanha
PM25 João Lima 2 Criaçâo Velha Madalena 365840 4264650 200 Montanha
PM26 C. Conceío Criação Velha Madalena 365925 4264650 275 Montanha
PM27 C. Dragoeiro Criação Velha Madalena 366025 4264175 400 Montanha
PM28 Aço Criação Velha Madalena 366375 4264000 825 Montanha
PM29 Calhau Poío Calhau Madalena 365650 4261 100
NJ 20 Montanha
{ PM3O Ana Clara Candelária Madalena 367250 4259562 38 Montanha
PM3I Guindaste Guinúste Madalena 3688 l2 425647s 60 Montanha
PM32 Silveira I Silveira Lajes do Pico 387200 4252500 20 Montanha
PM33 Silveira 2 Silveira Lajes do Pico 387525 4252500 50 Montanha
PM34 Ponta do Lajido Piedade Lpjes do Pico 407662 4255338 120 Sist. Fissural
PM35 Baía do Canto Terra Alta S. Roque do Pico 400200 4256962 50 Sist. Fissural
PM36 Prainha 2 Prainha S. Roque do Pico 395200 4258925 90 Sist. Fissural

Qtradro 5.5 - Localização e caraclerização dos poços de maré da ilha do Pico (continuação).
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5.2.1.2. Enquadramento Piezométrico

A caracterizaçã,o piezometrica do sistema aquífero de base assenta sobre as medições de

nível efectuadas nos poços de maré abrangidos no presente estudo, bem como nos níveis
hidrostáticos das captações tubulares, quando indicados pelas firmas sondadoras. Apenas nos

furos do Cúo Branco (ref F06) e de São Mateus (ref F07) foi possível ao autor medir o nível
piezometrico pois, nas restantes captações, é impraticável fisicamente proceder a tal operação.

Neste contexto, assÌrme-se que a caracteruação piezometrica reahzada apenas


estabelece um quadro aproximado, o que deriva de algumas causas, de pronta identificação.

Com efeito, existem fortes flutuações do nível de âgua nos poços de maré e nos furos,
resultantes da influência das marés oceânicas, para além do facto de ser impossível realizar as

medidas em todos os pontos de água, num intervalo de tempo curto, devido às distâncias a

percoÍrer. E assim tarefa muito complexa afeú os dados colhidos na rede de observação a um
mesmo momento de preia-mar ou baixa-mar.

No plano das captações tubulares de águao o recurso aos níveis hidrostáticos indicados
nos relatórios de execução dos furos, implica o descoúecimento das condições de maré de
referência.

Por outro lado, a elevação do nível piezométrico acima do NMAM medida nos furos, é

pequenq o que torna vital a determinação exacta da cota de boca do furo, paÍa que haja um

controle ideal do potencial hidráulico nesse ponto. Contudo, nem sempre tal parece ter sido
alcançado pelas firmas sondadoras, como será discutido posteriormente.

O valor máximo da elevação do nível piezométrico acima do NMAÌvt observado nas

captações tubulares é de 9.70 m, no ponto de água com a referência F15, e o valor mínimo
registado é igual a 0.12 m, no ponto de água Fl 1. A distribuição de frequências mostÍa uma
classe modal, com valores de elevação distribuídos entre os 0 m e os 2.0 m, coÍrespondendo a

209
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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O

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lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

cerca de 59% do total de dados (Fig 5 l2). Amédia das observações é igual a2.B2m. com um
desvio padrão de 2.90 nr, sendo a mediana da população igual a 1.90 m.

o q
o o
J
E!ffi Freq. Abs.
u- II
2 z,
-{- Freq. Acum.

o-2.o 2.0- 4.o- 6.0- 8.0-


4.0 6.0 8.0 10.0
Eevação Acima NMAM (m)

Fig. 5.I2 - Distribúção de frequências absolutas da elevação do nivel de água dos furos de captação acima do
NMAM.

Comprova-se, deste modo, que o nível piezometrico está pouco sobrelevado em relação

ao plano de referência do NMAM, o que indicia a existência dum fraco gradiente piezométrico
no sistema aquífero de base.

Uma estimativa dos gradientes piezometricos, existentes nos aquíferos da Montanha do


Pico, no sector W da ilha, onde o número de captações é maior, pode ser efectuada com base
na projecção da elevação do nível acima do NMAM contra a distância ao mar dos furos onde a
observação erealizada (Fig. 5.13). Neste grâfico, podemos observar que o gradiente mínimo é

igual a 0.044 m/I(m, matenalizado pelas captações Fl I e FlZ, o que coÍresponde a um declive

piezométrico muito fraco, compatível com a existência de aquíferos caractertzados por uma

elevada permeabilidade.

2r0
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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!

!
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c u -tr a c k c u -tr a c k

10
9
È a

z
=
lg
E 5
o
4
0
ro J
|}.
c,
2
g
lrl 1

0
1000 1500 2000 2500 3000
Dst. ao Mar (m)

Fig. 5.13 - Gradiente piezométrico aproximado da ilha do Pico.

O gradiente máximo para os furos perfurados nas formações da Montaúa do Pico e de


13.4 rnlKm. verificado na captação F09. Constata-se, igualmente, que a captação F05 também

corresponde a situações caracterizadas por um forte gradiente piezometrico.

Interpretando estes locais com um declive piezometrico muito acentuado, parece-nos


não existir uma explicação hidrogeologica plausível para o caso dos furos mais antigos da
Mirateca, F09 e F05, referidos acima. Atendendo a que as cotas de boca dessas captações, de
50 e 53 m respectivamente, indicadas pelos serviços tecnicos da câmara municipal da Madalena,

parecem ser concordantes com os valores aproximados extraídos da simples observação das

cartas topográficas, pensa-se que os valores dos níveis hidrostáticos indicados nos relatorios da

furação não serão dignos de grande crédito e, eventualmente, esta será a causa do erro

verificado na contabilização da elevação acima do NMAM.

De outra forma, na captação tubular construída recentemente no mesmo local (Ref


Flz), cerca de 1000 m a montante, a elevação do nível piezométrico acima do NMAM é de

2IL
h a n g e Vi h a n g e Vi
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w

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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

apenas 0.3 m. No terreno, não pÍrece existir neúuma razã;o geologica" como por exempio a

ocorrência de descontinuidades que expliquem uma compartimentação do meio em blocos de


menor e maior permeabilidade, que potenciasse a inversão do sentido do gradiente
piezométrico naquele local, pelo que se preferiu considerar os níveis hidrostáticos apontados
pÍìra os furos F09 e F05 um equívoco.

Da observação do gráfico anterior (Fig. 5.i3), podemos ainda concluir que a maioria
dos furos realizados na Montaúa conformam-se a um gradiente piezométrico máximo de 1.72

miKÍrì, cerca de dez vezes menor que o anterior, loi,vlsr'alizado pelos furos F08 e F03.

Com base no modelo analítico de Ghyben-Herzberg, Mendonça (1992) calculou a

profundidade teorica a que se encontra a interface na ilha do Pico A partir dos dados deste

trabalho, que pressupõe uma ilha de forma rectangular, edificada por formações vulcânicÍls com

uma penneabilidade de 2000 m/d, podemos inferir que o declive piezometrico considerado é

igual a 0.2 mlKm, valor substancialmente inferior ao declive máximo por nos estabelecido.

A projecção dos pontos correspondentes aos furos realizados nas formações wlcânicas
do Sistema Fissural, no sector E da ilha" apresenta um carácter mais aleatorio, que reflectLá a

maior compartimentação hidrogeológica deste sector da ilha, reflexo dos aliúamentos


estruturais aí existentes.

Tentou-se estabelecer uma relação entre os aliúamentos estruturais da Montanha do

Pico e a elevação do nível de água nos furos, de forma a aquilatar, apesar do diminuto número
de pontos de observação, da influência das estruturas tectonicas sobre a circulação das águas

subterrâneas (Fig. 5.14).

Da observaçáo da supramencionada figutq onde se marcaÍam apenas os principais


únhamentos existentes na metade W da Montanha do Pico, poÍ ser o local de implantação
preferencial dos furos de captação de água, lança-se a hipotese da maior elevação de nível
verificada nos furos do Cabeço Chão (Ref F08), de Santa Luzia (Ref F02 e Refl 03) e da

2t2
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Candelária (Ref Fla), relacionar-se decisivamente com a eventual existência destas estruturas

tectónicas.

t
I <lm
I I a5rn
a >5rn

L-.J-t-t-!
0 5]<rn

Fig 5.14 - Relação entre os elinhamentos estrutufitis e a elwaSo do nivel de água dos fiuos acima do NMAM.

Algumas destas estruturas são maÍcadas por aliúamentos de cones vulcânicos


estrombolianos, enquanto outras são interpretadas, pois estão cobertas por um grande volume

de escoadas láücas. Não obstante, em qualquer dos casos, a sua existência foi recoúecida por

métodos de prospecção geofisicq como a gravimetria e a geoeléctrica (Puvilland, 1982 e

Demande et a|.,1982a e 1982b).

Recorrendo às medidas de nível freático efectuadas nos poços de maré em Julho de


1996 (Quadro 5.6), e aos níveis hidrostáticos dos furos, esboçaram-se as liúas de igual
profundidade do tecto do aquífero basal nos locais onde a rede de observação era mais densa,

donde resultou o mapa apresentado em seguida (Fig. 5.15).

2t3
h a n g e Vi h a n g e Vi
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w w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Quadro 5.6 Medidas freiitico realizadas poços maré.

ìl I
h a n g e Vi h a n g e Vi
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c u -tr a c k c u -tr a c k
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c u -tr a c k c u -tr a c k

Numa anáüse crítica ao mapa referido, observa-se que na região W da ilha, dominada

pela Montaúa do Pico, as isoliúas de profundidade são paraieias à liúa de costa, indiciando
um fluxo subterrâneo radial e centrífugo em relação ao cone do estratowlcão, no sentido do
iitoral.

Observa-se, ainda, que o afastamento entre as isoliúas consideradas e menor no sector


SSW da Montanha (São ÌvÍateus a Mirateca), notando-se um aumento do afastamento para os

sectores W (Madalena) e NNW (Bandeiras a Santa Luzta), o que indicia" nestes ultimos casos,

um menor decüve do tecto do aquífero. Para E, ao longo da costa N da ilha ate à üla de São
Roque do Pico, verifica-se uma progressiva diminuição da distância entre as linhas de igual
profundidade.

A maior permeabiüdade do meio, compatível com uma transmissividade mais elevad4


poder-se-á dever queÍ a características intrínsecas às formações vulcânicas, já discutidas

anteriormente, especialmente no caso das escoadas láücas, quer aos aliúamentos estruturais já

apresentados.

Do mapa apresentado, ressalta ainda a existência de zonas onde as isoliúas de

profundidade apresentam um contorno côncavo no senüdo da linha de costa. Esta inflexão e

particularmente notad a na zona entre o lugar da Criação Velha e a vila da Madalena" podendo a

explicação para este facto residir na maior permeabilidade das formações atravessadas, no
funcionamento hidrodinâmico das liúas de fractura e, igualmente, da eventual existência de
condições que propiciem um maior volume de fluxo zubterrâneo de montante.

Na região E da iiha apenas foi possivel deseúar isopiezas em pequenos troços,

nomeadamente na extremidade mais oriental da ilha (Piedade), e na zona da Silveira, na costa S,

a NW da vila das Lajes do Pico (Fig. 5.15). Nestas áreas, observa-se o paralelismo das

isopiezas com a liúa de costa e, na segunda das zonas citadas, é patente a grande proximidade

das isoliúas, o que indica um maior gradiente no local.


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c u -tr a c k c u -tr a c k

5 .2.1 .3 . Parâmetros Hidrodinâmicos

No intuito de determinar os parâmetros hidrodinâmicos do sistema aquífero de base,


imprescindiveis à compreensão do seu funcionamento hidrogeologico, procedeu-se à

interpretação dos resultados de ensaios de bombeamento realizados em furos de captação,


quando foi possível coligir estes dados.

Contudo, esta abordagem padece das contrariedades já indicadas, que acrescem à

escassez da base de dados compilada, predominantemente a partir de consultas efectuadas nos


arquivos das câmaras municipais.

O acervo de dados obtido nas edilidades consistia em alguns relatorios de execução de


furos, insatisfatórios em número e em qualidade atendendo ao fim em vist4 que,
infrutiferarnente, foi impossível completar junto das empresas sondadoras. Com efeito,
unicamente no caso do furo das Bicadas @ef Fl0) foi possível, pela amável colaboração da
firma A.Cavaco, ter acesso às partes diárias do ensaio de bombeamento então realizado.

Os valores dos caudais específicos observados nalguns furos da ilha do Pico, indicados
por Paradela (1980a), foram tambem utilizados. Em face de algumas discrepâncias detectadas
entre os caudais específicos registados neste último trabalho, e os dados referentes aos mesmos

pontos de água publicados anteriormente pelo mesmo autor (Paradela, 1974a), optámos por
utilizal os resultados mais recentes, entendendo que os mesmos, reinterpretados, serão fruto de

maior reflexão e da inerente reüsão dos primeiros.

Atendendo ao contexto acima referido, em que os caudais específicos dos furos de


captação são os dados mais numerosos, trabalharam-se, numa primeira abordagem, estes
valores. Evidentemente que, esta opção não pode ser considerada de recurso, pois o interesse

deste parâmetro foi ponderado, üsto que pode fornecer uma primeira indicação das
propriedades transmissivas do meio aquífero.

111
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Recorrendo ao método delineado por Logan (1,964), estimou-se a transmissiüdade em


i3 captações tubulares do Pico, quer do sector ocidental, quer do sector oriental da iiha.

Segundo este método, a partiÍ da equação de Thiem, definida para aquiferos confinados

em regime de equilíbrio, e no caso das observações serem feitas na propria captação em


bombeamento, a transmissividade pode ser obtida pela seguinte expressão:

a^A
o\
s^
v

em que: Q, caudal na captação

sn, rebaixamento na captação

A validade desta observação assenta no facto da razão entre o raio de influência na

captação, & e o raio da mesma, rp, poder ser considerado suficientemente reduzido se tomado
na forma logarítmica, de forma a não afectar a estimativa da transmissividade AssinU ao
considerar que, em média, arazão R/.p é igual a 2000, o logaritmo terá o valor 3.3.

A apücação do método de Logan ao cÍrso de aquíferos livres, pressupõe que se faça a

correcção dos rebaixamentos observados, recoÍïendo à formulação de Jacob (1940), indicada


sezuidamente:

.,
5

"
5^ -)
2b

em que: s", rebaixamento corrigido

b. espessura saturada

.)ra
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

No caso vertente deste trabalho, e atendendo à incerteza na estimativa da espessura


saturada do aquífero, optou-se por calcular a transmissividade com e sem a correcção de
rebaixamento. A inferência da espessura saturada do aquífero foi tentada com base na utilização

da aproximação de Gyben-Herzberg, para cáJculo da profundidade da interface e, desta forma.

poder estimar a possança aproximada.

Em qualquer dos casos, o valor calculado de transmissividade pode frequentemente


corresponder a uma estimativa errónea, relativamente ao valor real característico do aquífero.

Com efeito, observa-se geralmente um rebaixamento adicional na captação, derivado de perdas


de carga causadas por vários factores, listados por Custodio e Llamas (1983). Rorabaugh
(1953) definiu a expressão que permite o cálculo do rebaixamento específico, que denota um

termo (CQ) correspondente ao rebaixamento adicional na captação.

so =B,Q+C.Q'

em que: B, constante característica do aquífero

C, constante caracteristica da captação

n=2 (ou próximo)

Ao usar o caudal específico, com o intuito de o relacionar com a transmissividade,


houve o cuidado de tentar determinar este valor a partir de caudais de bombeamento pequenos,

em detrimento de calculá-los com os resultados finais de ensaios escalonados, para o que seria

necessário proceder à resolução da equação de Rorabaugh (1953).

Esta opção baseou-se em dois alicerces fundamentais: por um lado, os caudais


específicos dos furos mais antigos são os publicados na literatura e, por outro lado, os poucos

ensaios escalonados de que se dispõe não oferecem, na maioria dos casos, condições para uma

interpretação completamente segura. Desta forma, e sempre que tal foi possível, calculou-se o

2t9
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

caudal específico das captações a partk do rebaixamento observado na fase final do patamar de

menor caudal utilizado num ensaio escalonado, quando o regime pode ser já considerado de

equilíbrio ou pseudo-perïnanente, segundo a recomendação de Mendonça (1990).

Os resultados obtidos com a aproximação de Logan estão patentes na tabela seguinte


(Quadro 5.7). Desde logo, pode ser concluído que a influência da correcção dos rebaixamentos

e negligenciável.

Numa primeira análise, e segundo a classificação de Krásny (1993), podemos concluir


que, na maioria dos casos, a transmissiüdade pode ser considerada como muito alta, categoria

em que estão agregados todos os valores superiores a 1000 m2ld.

Para tentar aferir a validade dos resultados apresentados, procedeu-se à determinação

da transmissiüdade pelo metodo de Ogden (1965). Esta metodologia propõe o cáÍculo da


transmissividade a partir de uma única observação de rebaixamento, coúecido o caudal
bombeado, ou recoÍrendo ao caudal específico, e baseia-se no desenvolvimento da equação de

Theis, formulada para aquíferos confinados em regime transitorio. Não obstante a solução pode

ser utilizada para aquíferos liwes, quando a duração do bombeamento é superior a algumas

horas emborq quando as observações são realizadas na propria captação, o eÍro possa ser
maior (Custodio e Llamas, 1983).

O método de Ogden (1965) implica que seja feita uma estimativa do valor do
coeficiente de armazenamento do aquífero que, mesmo sendo grosseira" não implica um
incremento da margem de erro na determinação da transmissividade.

Desenvolvendo as expressões formuladas por Theis, que nos dão o rebaixamento e o


argumento da função do poço, de forma a isolar em ambas a transmissiüdade, e igualando-as
de maneira a eliminar mutuamente esse parâmetro vem que:

Q w(u)
T_
4ns

22C
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

RcP Caudal sp Caudal Esp. 2b spc Caudal Esp. T (c/ sp) T'(c/ spc)
ílls) (m) ílls/m) ímì ím) (l/s/m) (m2ld) (m2ld)
F02 r0.4 0.l0 104 123.00 0.10 10962

F04 7.6 0.25 30.40 3201

F08 10.4 0.r7 61.2 19,+,34 0.t7 6:t5l


Fl0 3.3 0.44 7.50 45.92 0.43 7.67 791 808

Fll 5 0.55 9.09 9.84 0.49 958

Ft2 5,5 0.05 ll0 21.6 0.05 I 1595

Ft3 12.3 0.51 24.t2 23.78 0.49 25. l0 25+2 2646

Fl4 I0 0.08 125 155,80 0.08 t3t76


Fl6 16.9 0.10 169 565,80 0.10 178 l4
t.J
Ì.J Fl7 t7.2 0.l0 t72 155,80 0.10 18130

Ft8 9.1 0.l0 9l 410.00 0.10 9592

Fl9 5 0.02 250 26352

F20 l0 0. l8 55,ó 28.70 0.17 58.80 586 I 6198

Quadro 5.7 - Valores de transmissividade calculados pelo rnétodo de Logan.


h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

r- .5
J=
4.t.u

e desta forma:

7l.12.s.s
u.W(u) =
Ot

em que: W(u), função do poço

r, distância do piezometro à captação

S, coeficiente de armazenamento

Q, caudal de bombeamento

t, tempo de extracção

s, rebaixamento

Recorrendo às tabelas que expressam W(u) em função do argumento, u, podemos


projectar em papel logarítmico o produto W(u).u. Assim após calcular W(u).u com os nossos

dados, resta determinar o valor do argumento da função do poço, por mera consulta do gráfico

referido, apos o que se estima a transmissividade.

Os valores da transmissividade obtidos pelo metodo de Ogden foram calculados


assumindo um coeficiente de armazenamento igual a 10-l e, como as determinações foram
realizadas com rebaixamentos medidos na propria captação, substituiu-se o termo r pelo raio do

furo, rp (Quadro 5.8). Comparativamente com os valores calculados pela formula de Logan,
pode ser concluído que> em ambos os casos, as estimativas de transmissividade são bastante

semelhantes.

")
a)'l
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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PD

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w w
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w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

ReP Caudal 3 t rp w(u).u u T (c/ Sr10'


(us) (m) (h) (m) t)
(m2ldl
F04 7.6 0.25 16 0.12 2.628-06 1.70E-07 3176

F10 J.J 0..++ LZ 0.15 2.168-05 r.65E-06 682

Fn 7.5 0.72 22 0.12 5..188-06 3.80E-07 r033

F12 0.05 2 0.12 5.718-06 -1.00E-07 10800

f lJ tz.3 0.51 1.5 0. l5 5.+3E-05 .t.-10E-06 2046

F1.+ /.) 0.05 ll 0.12 7.628-07 ,+.80E-08 t6364

F19 ) 0.02 t2.5 0. l3 1.72F47 2.85E-08 28163

F20 ln 0. l8 43. I 0.13 6.t68-07 3.80E-08 6191

Quadro 5.8 - Valores de transmissividade calculados pelo método de Ogden.

A interpretação dos ensaios de bombeamento escalonados, efectuados unicamente nos


últimos furos construídos na ilha do Pico, na década de noventa" permitiram, nalguns exemplos,
estimar a transmissividade. Contudo, importa salientar que, na grande maioria dos casos, a
interpretação dos dados permite unicamente obter uma aproximação deste parâmetro, deüdo à

forte influência das marés sobre o nível de água nos furos, ou a um eventual menos cuidado na
execução das tarefas. Este último, reflecte-se na falta de dados, pois possui-se por vezes apenas

o caudal do escalão e o rebaixamento final, e na falta de qualidade, provocada artificialmente


pelo empolamento exagerado do intervalo de tempo entre medidas consecutivas de nível na
captação.

Apenas o ensaio escalonado reaiizado no furo das Bicadas (Ref F10) permite uma
interpretação mais segurq apesar da flutuação do nível hidrodinâmico, reflexo de um trabalho

criterioso e consistente da firma sondadora (Fig 5.16).

Em dois exemplos não foi de todo possível interpretar os resultados dos ensaios. Foram
estes os casos dos furos da Gingeira (Ref F13), devido à ertrema variação dos níveis com a

223
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

flutuação das marés, e da Criação Velha (Refl Fl1), onde se observa que a razão s/Q decrescia

concomitantemente com o aumento do caudal utilizado nos sucessivos escalões.

132,8

132,6

132,4

132,2

E 132
tt
131,8

14,4 A

131,4
.L
131,2
500 2000

Fig. 5.16 - Variação dos rebaixamentos durante o ensaio de bombeamento escalonado realizado no furo das
Bicadas (Ref FlO).

Em resultado deste contexto, houve necessidade de considerar na interpretação dos


ensaios escalonados apenas dois patamares sucessivos de caudal. Assinq considerou-se o valor

da constante n igual a 2, e resolveu-se analiticamente a equação de Rorabaugh (1953). Os


resultados desta aplicação estão patentes no Quadro 5.9, onde tambem se indicam os
rebaixamentos teoricos nas captações.

Os resultados da transmissividade, estimados pelo inverso do parâmetro B, são

superiores aos determinados pelas metodologias anteriores. Atendendo à tipologia das soluções

empregues, considera-se que os valofes calculados pelos ensaios escalonados constituem uma

aproximação mais credível, com excepção da obtida para o furo mais recente da Silveira (Ref

Fl9), que se afrgura sobreavaliado.

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h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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PD

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!

!
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lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A constante característica C permite infefir qualitativamente a magnitude do

desenvolvimento da captação. Walton (ln Custodio e Llamas, 1983) considera que quando C e

menor que 2.5x10'' d'lmt, para n igual a 2, as captações foram bem construidas. No caso
vertente. tal verifica-se unicamente no furo da Silveira (Ref F19), embora a interpretação deste

ensaio nos levante muitas duvidas.

ReÍ' B c T Obs.
(m2ld)
F04 1.94E-04 2.85847 5 r50 n:2
F10 t.22E-03 t.10E-06 816 n:2
F12 <0 259847 r2
F14 <0 2.918-07 n:2
Ft9 l.i6E-05 8.03E-08 86207 n:2
F20 <0 5.34F.47 tt=2

Quadro 5.9 - Valores de transmissividade calculados a partir de ensaios de bombeamento escalonados.

No entanto, estes resultados devem ser encarados com as devidas reservas, atendendo a

que, por um lado, em metade dos exemplos considerados, o valor da constante B é absurdo e,

por outro lado, Mogg (1963 ln Custodio e Llamas, 1983) questiona a validade da extrapolação

da qualidade construtiva da captação a pant do parâmetro C. Este autor postula que, em geral,

nos furos em que se bombeiam caudais elevados de furos muito transmissivos o valor de C e

menor, quando comparado com o caiculado em captações instaladas em aquíferos de

transmissividade reduzida e a caudais pequenos.

No caso vertente dos furos em que se possuía unicamente o valor da constante C, o que

permitiria avaliar o rebaixamento residual provocado pelas perdas de carga na captação, tentou-

se aferir o rebaixamento especifico desta. Tal cálculo visava corrigir posteriormente a

transmissividade aproximada obtida pelo método de Logan, mas os resultados não foram
consistentes, inüabilizandò a consecução do pretendido, e alicerçando o atrás exposto sobre a

validade dos valores do parâmetro C.

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XC e XC e
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!

!
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C

C
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m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

O estudo da recuperação do nível de água no furo da Criação Velha (Refl Fli),


verificada apos o fim do bombeamento, permitiu estimar a transmissividade nesta captação.

Com este objectivo, recorreu-se ao método de Theis (1935), para o que se projectou
graficamente os pares de valores log(t+t')/t'contra o rebaixamento residual (Fig 5.17).

158,6

158,58

158,s6

158,v
158,52
: ,ltrÊ t
'158,€

158,46

158,44

158,42

158,4

___l
(t+t')tt

Fig. 5.17 - Ensaio de recuperação no furo da Criação Velha (Ref Fl l).

O resultado obtido na captação Fl1 foi igual a 1882 t*ld, cerca de duas vezes superior

ao calculado pela aproximação de Logan. Neste caso, considerou-se a estimativa mais correcta

a determinada com o método da recuperação, considerando que a formulação de Logan padece

da margem de erro já discutida anteriormente.

Compilando os resultados obtidos com os vários métodos, analizaram-se


estatisticamente as estimativas da transmissividade. A media dos valores é igual a 10059 m'ld,

com um desvio padrão de 7142 r*ta e uma mediana igual a 9592 m'ld. O valor máximo
determinado é izual a26352 m'ld e o mínimo é 816 m2ld.

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w w
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A distribuição por classes de frequência mostra um padrão assimetrico, com uma cauda

desenvolvida no sentido dos valóres de transmissividade mais altos (Fig. 5 18) O gráfico
anterior sugere uma distribuição lognormal, com aproximadamente 62Yo dos valores menores
que 1 1280 rnzld.

q !o Freq. Abs.
tr- I:1 j!!'
o o 1r::trrr i

tl L

z Z 62.

800-6040 6040- 11280- 16520- 21670-


11280 16520 21670 27000
ïransm is sividade (m ?d)
I

Fig. 5.18 - Distribuição de frequências dos valores estimados de Transmissividade na ilha do Pico

Comparando os resultados obtidos para as captações perfi.rradas nas formações da


Montaúa do Pico e do Sistema Fissural, pode ser constatado que as estimativas no sector E da
ilha são as mais elevadas. Tal pode ser comprovado pelos valores estatísticos, embora seja de
realçar que o número de dados é claramente insuficiente, de forma a poder extrair conclusões

seguras sobre eventuais diferenças com significado hidrogeologico.

Não obstante, a média do primeiro gÍupo de dados referido e igual a 6585 mtld, com
um desvio padrão de 4482 m'ld e mediana de 5800 mtld, enquanto a média no segundo
conjunto e igual a 15617 m2ld. O desvio padrão e a mediana deste segundo grupo de valores
são superiores, sendo iguais a7097 m'ld e 17814 mtld respectivamente.

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w

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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Para tentar aquilatar da existência de um eventual padrão regional, projectaram-se os

valores de transmissividade sobre um mapa da ilha, subdividindo-os, previamente, em duas

classes. uma agrupando os dados menores que a mediana e os restantes na remanescente (Fig.
5 le)

,fr
V
Q.
05
Fig. 5. 19 - RepresentaSo espacial dos valores estirnados de transmissividade na ún do Pico.

Na figura supramencionada, pode ser observada uma maior variação deste parâmetro no
sector W da ilha, individualizando-se áreas onde o deseúo sugere a existência de um
comportamento mais ou menos homogeneo, de maior ou menor transmissividade, consoante as

duas classes consideradas. No deseúo sombrearam-se estas zonas, no intuito de salientar estas

tendências> mas tal não implica que, localmente, não ocoÍram valores de transmissividade
superiores ou inferiores, atendendo à heterogeneidade do meio vulcânico.

A independência verificada entre a transmissividade e a espessura captada nos furos,


comprova a heterogeneidade do meio à escala local das captações tubulares. Para demonstrar a

inexistência duma relação entre as variáveis anteriormente citadas, projectou-se a

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

transmissividade contra a espessura captada dos furos do Pico onde foi possível determinar
estes dados e, neste grâfr,co, pode-se validar o exposto (Fig. 5 20)

18

t3

E',z
;E
fi,
CLY
fit
O
ct
tô^
IJ.J

10000 15000 20000

Trans missividade (m 2/d)

Fig. 5.20 - Relação entre a transmissividade e a espessrua captada nos fruos

A uma escala mais vasta, a heterogeneidade dos aquíferos wlcânicos também pode ser
aferida. Com este objectivo, compilou-se uma população de 44 valores de transmissividade,
obtidos no arquipelago dos Açores. Evidentemente, integraram-se neste grupo os resultados da

ilha do Pico, apenas não sendo possível apresentar dados das ilhas do grupo ocidental, por
nestas não existirem furos de captação.

Com este conjunto de dados, elaborou-se um diagrama misto, contemplando a

projecção discreta dos valores por ilha, quando em número reduzido e> em caso contrário, a sua

representação em gráfico do tipo caixa (boxplot)

Na construção do grâfico de caixas adoptou-se uma projecção do tipo esquemático


(schematic plot), que permite distinguir os valores extremos do resto da populaçáo, tal como

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

proposto por Tuckey (1977 rre Helsel e Hirsch, 1995). Os limites das caixas são calculados de
forma a, conjuntamente com a median4 diüdirem a população em quatro partes.

Os limites inferior e superior da caka (hinges) con-espondem à mediana de todas as

observações menores ou iguais, ou maiores ou iguais respectivamente. à mediana da população

considerada. Quando o conjunto de dados é superior a 30, geralmente os limites da catxa


correspondem aos quartis da população. Em qualquer caso, e à laia de exemplo, 7596 dos

dados tem valores acima do limite inferior da caixa e abaixo do limite superior da mesma.

Os segmentos de rect4 ou eixos, que se projectam desde os limites superior e inferior

da caixa, prolongam-se até às observações situadas no intervalo entre *1.5 vezes a amplitude

da caixa. Por seu turno, observações situadas no intervalo entre +1.5 e t3.0 vezes a amplitude
da caixa representam-se, por nonna, com um asterisco, enquanto os valores para lâ deste
intervalo são indicados por um círculo.

A simetria dos dados de uma população tambem pode ser verificada por intermedio de
um diagrama deste tipo, atraves das dimensões equilibradas dos eixos, para um lado e outro da
caix4 bem como pela igual distância das extremidades desta à mediana da população.

Obteve-se no final um g$.fico que permite, mesmo numa observação genérica,


compaÍar populações e constatar a variabilidade dos valores em cada ilha e à escala regional
(Fis s.21).

A distribuição dos dados obtidos no Pico mostra uma ténue assimetria em relação à

mediana, o que configura um quadro diverso do resultante da projecção das populações


relativas às ilhas da Graciosa e do Faial, dos Açores no geral e, aindq dos aquíferos basáÍticos

em particular. Sahenta-se, tambén! a ocoÍrência nos dados do Pico de 3 valores extremos, dois

dos quais abaixo do limite inferior da caixa.

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c u -tr a c k c u -tr a c k

0 5000 100ü0 15000 20Ü00 25000 30000 35000 m? /it

* Fico

r São Jorge

rl r São Miguel

G * ïaiâl

I r Terceira

Í|
u
r Santa Maria

rtr
** * Açores

tlr
*?t ?ï Açores (Aquíferos hasáltitos)

-
arqúpelago dos Açores.
Fig. 5.?l - Gráfico comparativo da transmissividade rnaquíferos do
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Comparando a magnitude geral dos dados, pode ser conciuído que os valores mais

elevados ocoÍTem na ilha Graciosa que, no entanto, apresenta a variação de resultados mais

extensa, entre todas as consideradas, patente na grande ampiitude da caixa projectada.

Os resultados do Pico tambem são bastante elevados, so inferiores aos estimados na ilha

Graciosa" embora a mediana" na primeira das ilhas mencionadas, seja maior.

As transmissividades mais baixas observam-se na iiha de Santa Maria, com uma

variação muito reduzida" bastando observar a caixa representativa. Mesmo o seu valor extremo

e bastante menor que a generalidade dos dados do Pico e da Graciosa.

Os resultados das ilhas de São Jorge, São Miguel e Terceira, apesar de em número
reduzido, situam-se geralmente abaixo do limite inferior das caixas representativas das

populações das ilhas do Pico e da Graciosa.

O diagrama representativo do Faial também indicia uma distribuição assimétrica. No


entanto, nesta ilha" a distribuição apresenta uma cauda no sentido dos valores mais baixos,
como se pode observar pelo desenho da caixa respectiva. Como nesta ilha decorrem, no
momento, os trabalhos conducentes ao doutoramento de um colega, não prosseguiremos no
intuito de esclarecer este comportamento bizarro, ficando aqui apenas esta constatação.

A população de dados respeitantes aos Açores, no geral, é também fortemente


assimétrica, com uma cauda desenvolüda para os valores mais elevados. Os resultados
extremos superiores correspondem às observações mais elevadas do Pico e da Graciosa, ilhas
onde se podem encontrar os aquíferos mais permeáveis do arquipélago dos Açores.

No conjunto de dados dos aquíferos basálticos agregarÍìm-se todos os valores

registados em meios vulcâniços basálticos s./., excluindo-se todos os dados da Terceira e alguns

do Faial, por manifesta incertezano esclarecimento do seu enquadramento geologico, devido à

falta de dados. Existe uma grande semelhança com a distribuição obtida para os Açores, apenas

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

se podendo observar um aumento do valor do limite superior da caix4 indiciador de uma maior
assimetria.

Esta similitude, pode resultar unicamente do facto da maioria dos dados que se possuem

sobre os furos de captação de água reaiizados nos Açores, corresponderem a meios


basálticos
s./. e, desta form4 reflectir a ausência de observações feitas noutros ambientes vulcânicos.

Contudo, atendendo ao exposto, acentua-se a hipotese de, no geral, os valores de


transmissividade mais elevados, e desde logo de permeabilidade, se verificarem nas ilhas
da
Graciosa e do Pico, ao invés do observado nos aquíferos de Santa Mariq tambem basálticos,

mas colrespondentes a formações wlcânicas mais antigas. Realça-se, assinq a importância da

idade das formações vulcânicas, factor secundário de grande importância quando se considera
a
hidrogeologia de regiões wlcânicas.

5.2.1.4. Efeito de Mare

O estudo das variações sinusoidais dos níveis piezometricos, em resultado da influência


das marés oceânicas, possibilita a caracterização hidrodinâmica dos aquíferos, nomeadamente o

cá{culo da difusiüdade hidráúca.

Esta abordagem e importante na ilha do Pico em virtude da maior parte dos pontos de
água se situarem na zona litoral, bem como pelo facto da generalidade dos furos de produção

apresentarem efeito de maré.

A uma escala necessariamente global, Join et al. (198S) recoúecern, inclusivamente,


que a localizaç5e dos furos de captação de água nas areas litorais das ilhas wlcânicas, fruto

evidentemente das pecuüares condições morfologicas destas, fazem do estudo sistemático


destas variações cicücas de nívelum método parficularmente relevante.

z))
h a n g e Vi h a n g e Vi
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m
w w
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w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

O estgdo do efeito de maré, na medida em que este fenómeno afecta um maior volume
de aquífero que o interessado por outras técnicas, permite atenuaÍ as heterogeneidades dos
aquíferos (Almeida, 1985, Silva, 1988). Desta forma, o sinal de impulso das marés permite uma

abordagem homogénea ao nívei do aquífero (Join et al., 1988), o que é particularmente


relevante no caso de formações fracturadas como os aquíferos basálticos do Pico, e obvia ao

esperado acréscimo de heterogeneidade do meio que geralmente acompaúa o aumento da


escala de observação de um meio fracturado.

Comparativamente com os ensaios de bombeaÍnento, a determinação de parâmetros


hidrodinâmicos a partir do efeito de maré e tambem menos dispendiosE como salientado por
Silva (1988) e Join et al. (1988), podendo fornecer dados complementares à interpretação dos

reeistos obtidos com os primeiros.

Em contrapaftda, a caÍacteru;ação hidráúca pelo efeito de maré impossibilita a

detecção de fenomenss lsçalizados. Nomeadamente, eventuais valores de difusividade com


significado local poderão ficar camuflados (Silva' 1988).

O primeiro autor a estudar a propagação de ondas piezometricas sinusoidais em

resposta a gma variação harmonica do nível do mar foi Boussinesq (1877, in Silv4 1984), que

desenvolveu a representação matemática deste fenómeno com base numa analogia com a

condução de calor e a difusão hidráulica. No entanto, este investigador não sugeriu qualquer

aplicação prática.

Na bibliografia hidrogeologica portuguesa são escassos os estudos hidrodinâmicos em


que foi caracterizado o efeito de maré, correspondendo essencialmente a trabalhos realizados

nos aquíferos costeiros do Algarve. Razack et al. (1980) determinaram os parâmetros

hidrodinâmicos de um aquífero carbonatado semiconfinado, pondo em realce a heterogeneidade

do meio, tendo Almeida e Silva (1983), Almeida (i985) e Silva (1983) estendido esta

atrás
investigação a outras unidades hidrogeologicas aplicando, para o mesmo efeito, o modelo

citado.

a- I
/)+
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Silva (1984) estudou o efeito de maré no aquífero poroso de Vila Reai de Santo

Antonio, tambem no Algarve, e aplicando um modelo de aquífero confinado obteve resultados


comoatíveis com dados inferidos com outras técnicas.

Em ilhas vulcânicas saüenta-se o trabalho de Join et al. (1988), retomado em Join


(1991), inserido posteriormente no contexto mais alargado da hidrogeologia do wlcão Piton

des Neiges, na ilha da Reunião.

Estes autores determinaram o comportamento hidrodinâmico do aquífero basáltico

costeiro de Saint-Gilles, coberto poÍ depositos detríticos junto à linha de cost4 que bordeja do
lado insular uma lagoa recifal, definindo assim um enquadramento geologico complexo.
Analisando os valores estimados de difusividade hidráulica, loin et a/. (1988) distinguiram

troços do aquífero basáltico com comportamento liwe ou confinado.

5.2.1.4.1. Formulação do Problema

Variados autores derivaram equações que permitem determinar parâmetros


hidrodinâmicos a partir da anáüse do efeito de maré (Jacob, 1950, Ferris, 1951 in Todd, 1980,

Werner e Noren, 1951, Gregg, 1966 in Todd, 1980, De Cazenove,797I ln Silvq 1984, Van
Der Kamp,7973 m Almeida, 1985).

Resumidamente, considerando fluxo unidireccional num aquífero costeiro confinado,

podemos simplificar a equação da difusividade hidráuüca à seguinte expressão:

|
^)
o-n Sôh
+=

cx- Ta.

A resolução da expressão anterior é possível considerando as condições de fronteira

abaixo indicadas.

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h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

h: 0, para x : cc

h: iro sen o t, para x:0

em que: or é a velocidade angular paÍa o período de maré to (t = 3 )


L0

A solução da equação anterior con-esponde à equação de Boussinesq, vâlida para


aquíferos confinados semi-infinitos, homogéneos e de espessura constante, com um limite
rectilíneo entre o plano de água do oceano e o aquífero, sendo dada pela expressão seguinte:

h = ho..-=nffi.sen(ro.t - *.,/ns i t;r (1)

Sinteticamente, pode ser resumida à forma dada por:

-Y
h = ho. e-^ . sen(t - X)

X
em que:
xo

T. t"
v
^^" - n.S

2.x.t
to

A expressão anterior permite o cálculo da amplitude da flutuação do nível piezométrico,

h*, a uma da distância x da costa, condição em que o membro ,"n(t.t -..JtS / TtJ é igual a

+ 1. Neste caso, a equação toma a forma:

-x../n/ t"D
n_ = I1o. e (2)

em que: D. difusividade hidráulica

L)O
h a n g e Vi h a n g e Vi
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Reorganizando (2) em ordem à difusividade podemos obter a equação que nos permtte

calcular este parâmetro hidrodinâmico.

)
x- .Tc
D_ (3)
to.1n2.(trl trr)

O intervalo de tempo ts eütre a ocorrência de um máximo ou mínimo de maré oceânica


num instante t" e, subsequentemente do nível piezométrico no instante t* : t" * tl Que

doravante designaremos por atraso, pode ser obtido resolvendo o termo entre paÍêntesis na

equação (1). AssinL desenvolvendo a igualdade

sen(ro.t") = sen(co.t -..J"S I rt,)

obtemos a expressão que nos dá o atraso e que possui a seguinte formulação:

LL -
^'
to I 4nD (4)

A partir de (a) podemos então obter a formula que expressa a difusividade hidráulica a

parth do atraso:

x'.to
D_ *+2
(5)
T./l.LL
^

Estas expressões derivadas para aquíferos confinados (Fig. 5.22), são válidas para
estudar o efeito de mare em aquíferos liwes (Fig. 5.22), na condição das flutuações do nível

freático serem pequenas quando comparadas com a espessura saturada (Todd, 1980, Erskine,
1991 in Fetter- 1994)

Turner et al. (1996) consideram que a condição de Boussinesq não descreve idealmente

alguns aspectos que poderão influenciar o efeito de mare nalguns sistemas aquíferos, podendo

constituir uma simplificação exagerada. Os referidos autores referem, nomeadamente, os


seguintes fenomenos: o efeito das ondas, o facto de nalguns aquíferos livres o valor médio do

237
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

nÍvel freático poder estar substancialmente acima do nível medio dos oceanos, o que se deve a

variações assimétricas de nível, e, poÍ fifl\ o facto das flutuações cíclicas nos aquíferos
tenderem a atenuar-se com o tempo.

.L6plftude de m:rre- 2h,


.\mpiitude de lhruracio,2h -']
-L---'
'r--- 7 Lft.-r-:I.
Superúcie piezonétrica

AQUIFf,RO CONFINADO ocEA,\o

Amplitude de sraÉ.2ho

SupcrÍIcie freíüca
-I )i.]L\-\L

-{moütode de iÌuaEcio, 2h

OCEA-,.\O
AQUTFERO LrVRE

Fig. 5 .22 - Representação esquernáüca do fenómeno do efeito de maré (modiftcado de Tod{ l9S0).

Desta forma, Turner et al. (1996) põem em causa uma das assumpções básicas do
desenvolvimento da equação de Bousinesq, que admitia que a aitura de água no limite entre o

domínio subaéreo terrestre e o oceano fosse matenalizado pelo nível medio do mar. Para estes
autores, a sobrelevação do nível de água no aquifero resulta da transmissividade efectiva ser

superioÍ em águas altas, o que impiicaria que a subida do nível fosse mais râpida
comparativamente com o esvatiamento em águas baixas.

t38
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

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y
bu

bu
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k
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lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Nielsen (1990 ln Turner et al., 1996) exprimem esta sobrelevação pela equação indicada

em seguida:

r h-
'^O
lt-
"' 4b
-

em que: la, amplitude da maré oceânica

b, espessura do aquífero

A anáüse da formulação indicada acima permite concluir que h- será tanto mais elevado

quanto maior for a ampütude da maré oceânic4 relativamente à espessura do aquífero, o que

comprova o anteriormente exposto.

No vertente estudo do efeito da maré na ilha do Pico, verificou-se que a elevação do


nível freático, acima do plano médio de água oceânico, é reduzida" bem como as amplitudes de

maré são menores que a espessura do aquífero. Desta forma, não se investiu, pelo menos de

momento, na busca de soluções que considerassem os pressupostos de Turner et al. (1996),


acentuando-se, evidentemente, que se poderá estar a cometer algUm erro.

O efeito das ondas também não foi trabalhado, devido a não existir informação
disponível.

para proceder à determinação das difusividades hidráulicas, e na ausência de registos

directos das marés oceânicas, houve necessidade de recorrer a dados constantes nas tabelas de
mare publicadas pelo Instituto Hidrográfico, simplificação que pode afectar de eÍro a aferição

das variáveis imprescindíveis ao cá{culo. A inexistência de um marégrafo instalado na ilha do

pico obrigou a utilizar os dados obtidos no aparelho a funcionÍÌr no porto da Horta, na vizinha

ilha do Faial, o que poderá, igualmente, induzir o acréscimo da margem de erro referido.

239
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

N
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bu

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lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Outra contrariedade com que se deparou na análise do efeito de maré, reiaciona-se com

o descoúecimento da constante característica de cada ponto de água em estudo (T*, hasic


time lag).

I A importância desta constante reside no facto da resposta verifcada nos furos e poços,
peranteo estímulo da oscilação piezométrica no aquífero, apresentar uma eficiência variável,
consoante as características intrínsecas dos pontos de água onde se observa o fenómeno do

efeito de maré. Assinr. e necessário corrigir as osciiações de nívei observadas nos poços e furos,
visando obter a oscilação no aquífero.

para este efeito, e considerando que a flutuação sinusoidal no piezómetro é

caracteúada pela equação,

h* =A*.*t(t.t+d*)

pode ser determinada a oscilação no aquífero pela expressão seguinte:

hr=Ar'*{t't+dr)

em que: Ar: A* (1 + co T:)t"

dr: d* arctg (rrl T*)

h*, nível no ponto de âg'ta

h1, nível piezometrico

co, velocidade angular, a: 27c/tç

1líì
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
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lic
C

C
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w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Na caractenzação do efeito de maré na ilha do Pico, não se dispôs de dados cuja


interpretação fosse passível de fornecer a constante característica T*. No entanto, como os
pontos de observação correspondem a furos de pequeno diâmetro e a poços de maré, cujo

diâmetro também não pode ser considerado muito eievado, assume-se que o valor de T," é

pequeno, assim como o eÍro derivado desta aproximação simplificada.

Para além do modelo exposto, investigou-se ainda, no presente estudo, a solução para

os casos de aquíferos semi-confinados e semi-inÍinitos. Esta aproximação deve-se às

similaridades entre o funcionamento hidrodinâmico destes últimos e o de aquíferos fissurados

de dupla porosidade, em que as microfracturas e poÍos actuariam de modo semelhante a um


aquitardo (Barenblatt et al., D6A in Silva, 1988 e Streltsova, 1975 in Silva, i988).

A formulação para este caso resulta da resolução da equação de difusividade hidráulica


apropriad4 com as condições fronteira já indicadas

ô2h+ -----:-
h'-h Sôh
(6)
=
-Ax )\" Tôt

em que: l, = JKBB'/K , factor de drenância

Da resolução da equação (6) resulta:

h = ho.e-o*.sen(ro.t -xlp) (7)

emque: P-llP'=x3 lt

Da mesma forma que paÍa obter (2), a amplitude da flutuação no aquífero a uma
distância x da costa é dada por:

h = ho. e-o-* (8)

111
L+7
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

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C

C
w

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m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A resolução das equações (7) e (8), de maneira similar à efectuada sobre as expressões
(1) e (2), conduz respectivamente às formulas indicadas em seguida (Almeida, 1985):

)
D X- .TC
)
(e)
P to.ln2.(tr I tr,)

D p,
' = ++
4.n.ti
(to)

Desenvolvendo-se as expressões (9) e (10) obtem-se, por fim, as expressões

matemáticas que permitem o cálculo da difusividade hidráulica e o factor p do aquífero semi-

confinado:

.,
X-
D_ (1 1)
2 tL.lln(h/ h.)l

tolh(h tn,)lt zxt, (r2)

5.2.1.4.2. Aplicações

As primeiras referências ao efeito de maré nos furos de captação de água da ilha do


Pico devem-se a Paradela (1974a e i980a). Este autor, estabeleceu uma relação entre a

amplitude de oscilação dos níveis aquíferos e a amplitude das marés oceânicas em três furos do

concelho das Lajes do Pico, salientando a importância deste factor no condicionamento da


viabilidade de exploração dos recursos hídricos subterrâneos.

1 t')
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
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w

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m

m
w w
w

w
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Contudo, Paradela (I974a e 1980a) não calculou a difusividade hidráuiica dos


aquíferos, optando por uma abordagem eminentemente mais quaiitativa.

Analisando toda a documentação existente, nomeadamente os relatorios dos furos de


captação de água, verifica-se que em todas estas obras se observa efeito de maré. Da mesma

form4 nos poços de mare este efeito é notorio, variando os níveis periodicamente consoante a
flutuação da maré oceânica, e, por vezes, inclusivamente estes pontos de água ficam a seco

durante uma baixa-mar mais pronunciada.

No presente trabalho procurou-se analisar o efeito de maré nos aquíferos costeiros da


ilha do Pico, üsto este ser o metodo mais consistente de caractenzação hidrodinâmica,
atendendo às condicionantes locais.

Realizaram-se dezassete ensaios de maré, quer manuais, procedendo a leituras


espaçadas de 15 minutos, quer de registo contínuo o que requereu, neste último caso, a
instalação de um limnígrafo nalguns dos pontos de observação em estudo. Estas experiências

foram efectuadas em captações tubulares de água e em poços de maré, a distâncias variáveis da


linha de costa.

Complementaram-se os resultados obtidos calculando a difusividade hidráulica noutros

locais, por reinterpretação das amplitudes das marés oceânicas e das oscilações
correspondentes do nível de água nalguns furos indicadas por Paradela (1974a e 1980a), bem

como se utilizaranq noutras captações tubulares, os dados dos ensaios de bombeamento.

Neste último caso, seleccionaram-se alguns dos ensaios de caudais escalonados


efectuados nos furos mais recentes da ilha do Pico, em que se observava que, após a

estabilização do nível na fase final dos escalões considerados, a influência da maré era notoria,

traduzida pela propagação das ondas sinusoidais correspondentes, obtendo desta forma a

amplitude da variação. Assume-se, no caso vertente, que a amplitude da oscilação no furo é

independente do mesmo estar em repouso ou em bombeamento, o que foi verificado por

213
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
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m

m
w w
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

exemplo nas iihas Canárias (Custodio, 1978), onde o efeito de maré se verifica até 4 a 5 Km de

distância da linha de costa (Ecker, 1976).

A caracterização dos ensaios de maré realizados está patente na tabela seguinte (Quadro

5.10), enquanto alocalização dos pontos de água estudados com esta metodologia pode ser

observada no mapa junto (Fig. 5.23). Os resultados das observações efectuadas encontram-se

dispostos em anexo (Anexo 1).

Em face dos resultados experimentais observados, e considerando a formulação

aplicável ao caso de aquíferos costeiros con-finados, bem como a aquíferos livres na condição

indicada por Todd (1980), determinaram-se as difusiüdades hidráulicas a partir das arnplitudes

de variação e do atraso.

Esta última aproximação foi reaJizada independentemente do facto de, nalguns pontos

de água" a espessura saturada acima da interface ser reduzida, o que impossibilitaria a solução

da equação de Boussinesq (De Cazenove, 1971 in Siiva, 1984). No entanto, como estamos face

a um meio fracturado, o efeito derivado da espessura saturada ser extremamente pequena é

negiigenciável.

Igualmente, nas determinações de difirsividade em que se usaram os dados publicados

por Paradela(1974a e 1980a), ou as informações retiradas de ensaios de bombeamento, apenas

se considerou, para efeitos de cálculo, a atenuação do sinal da maré oceânica.

Da anáüse dos resultados obtidos, infere-se imediatamente a grande variação da

difusividade, distribuídos entre um valor mínimo de 1.25 m'lmin e um máximo de 259358,82


m'lmin (Quadro 5.11). Esta última determinação parece estar sobreavaliada atendendo, por um
lado, aos outros resultados e, por outro, às características da água extraída nessa captação, com

uma salinidade extremamente reduzida quando comparada com a generalidade dos furos.

all
Lal
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Rcl' Dcsignação Locirl M P Data Duração Dist. ao Mar Formação


(min) (m)
EMOI Furo BSH2 Cabo Branco 3674t3 4265650 23/08/95 885 I 100 Monlanha
EMO2 P.M. Aço Criação Velha 366375 1264000 27t08't9s 900 825 Montanha
EMO3 P.M. Ana Clara Candelária 367250 4259562 26t08/95 915 38 Montanha
EMO.I P.M. Furna Santo António 383375 4266200 l8/05/95 720 100 Mon(anha
EMO5 P.M. Gingal Santo António 382625 426677s l9l05/95 82s 20 Moutanha
EMO6 P.M. Arcos AÍcos 377075 42689s0 07103/95 a 08i03/95 1460 60 Montauha
EMOT P.M. Lajido Lajido 375450 4268650 O9lO3l95 a l0/03/95 1485 80 MonÍanha
EMO8 P.M. C. Mourato 3 Cais Mourato 370850 4268875 tvo3l95 720 90 Moutanha
EMO9 Furo BSH2 São Mateus 372425 4255t25 3rl0sl91 a 01106191 1455 410 Montanha
EMIO P.M. Café Conceío Criação Velha 365925 4264650 27105195 a28105195 t4ó0 275 Montauha
EMI I P.M. Guindaste Guindaste 368812 4256475 0l/09/95 a02109195 1420 60 Monlanha
EMI2 P.M. Cais do Pico Cais do Pico 384650 4265475 20/05/95 a 2l/05195 1382 100 Moutanha
EMI3 P.M. C. Dragoeiro Criação Velha 366025 4264475 21105195 a22loSl95 l4B0 Montauhit
'100
ì-)
+- EMI4 P.M. C. Saldanha Criação Velha 365900 426487s 30/08/95 a 3 l/08/95 t469 125 Monlanha
EMI5 P.M. Silveira 2 Silveira 387525 4252500 24/07/96 a 25/07196 1080 50 Montanha
EMI6 P.M.Cabrito 2 Cabrito 378875 4268550 231O7/96 855 t25 Montanha
EMIT P.M.Cachorro Poío Cachorro 373825 4268500 22/07/96 885 50 MonÍanlìa
EMIS Furo BSHI Mirateca 368553 4257200 (a) (a) 550 Montanha
EMI9 Furo JK2 Ribeira do Meio 390350 425t750 (a) (a) 300 Sist. Fissural
EM2O Furo JK3 Ribeiras 395975 425t600 (a) (a) 325 Sist. Fissural
EM21 Furo JK4 Piedade 408 175 4253 100 (a) (a) t375 Sist. Fissural
EM22 Furo JK I Slu Luzia 375325 4267000 (a) (a) I 750 Monlanha
EM23 Furo JK2 Sto Luzia 37587s 426696s (a) (a) I 87s Montaulra
EM24 Furo ITI Silveira 385575 4253050 (b) (b) 700 Moutanha
EM25 Furo IT2 Criação Velha 368238 4263300 (b) (b) 2750 Montanha

Quadro 5- l0 - CamcteÍísticas dos ensaios de mãÍé efectuados nâ ilha do Pico (a - Reint€lpÌEtação de dados de turadela ( 1974a, I 980a); b - ReintcrpÍetaçâo de
dâdos conlidos em ÌelatóÌio ú
emDrcsa sondadom).
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

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N

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bu

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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

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2
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246
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Ref h h0 D (amplitude) D (atraso)


(m) (m) (m2lmin) (rn2/minì
EMOl 0.2-+0 0.-+00 t9s40.80 8175.32
EMO2 0.390 0.600 t5466.23 6465.+7

EMO3 0.260 0.550 10.85 t2.73


EÌvíO4 0.472 0.600 735.00 t82.17
EMO5 0.+ l5 0.+50 255.76 t7.32
EMO6 0.245 0.350 119.33 75.98

EMOT 0.146 0.200 272.19 87.10

EMOS 0.181 0.200 3667.13 415.-t I

EMO9 0.268 0.350 9947.50 192t.1


EMlO 0.290 0..t50 165 r.98 914.99

EMII 0.180 0.350 34.33 17.6t


EM12 0.320 0.400 846.89 t49.37
EMI3 0.240 0..+00 2585.61 756.t9
EM1,1 0.430 0.{80 5145.29 176.2r
EMl5 0.015 0.275 1.25 4.1 I

EM16 0.256 0.275 t2854.78 7t4.76


EMIT 0.2t3 0.350 42.72 36. l8
EM18 0.265 0.350 168+ 1.00

EMI9 0.125 0.575 .+153.50

EM2O 0.075 0.505 t22.17


EM2I 0.170 0.420 9745.94

EM22 0.200 0.250 259358.82

EM23 0.100 0.205 28770.08

EÌvíz4 0.240 0.350 14515.4 t

EM25 0.050 0.500 t7376.11

Qua&o 5.ll - Resultados do ciílculo da difr$ividade hidnlutica usando o modelo de aquifero confinado.

Desta formg optou-se por calcular os valores estatísticos da difusividade hidráulica não

considerando o resultado obtido no ensaio de maré com a referência 8M22, que aliás

corresponde a observações não efectuadas pelo autor do presente trabalho.

217
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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O

O
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w w
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w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A difusividade media e de 6875.10 m2lmin, para um desvio padrão de 8012.95 m'lmin,


e a mediana da população e igtal a 3126.38 m'l*in. Considerando, unicamente, os pontos de
observação do sector W da ilha, que captam nas formações da Montaúa do Pico, verifica-se

que o valor médio eo desvio padrão são ligeiramente mais elevados, sendo iguais,
respectivamente, a 7189.55 mtlmin e 8388.35 mtlrrun, enquanto a mediana e inferior (2585.64

mtlmin;.

Basta atentar no valor da mediana, paÍa concluir que os valores estatísticos que
caracterizam a difusividade hidráulica sugerem uma distribuição assimétrica dos resultados.

Esta assimetria e evidenciada pelo grítfrco da distribuição de frequências absolutas das classes
de difusividade consideradas (Fig. 5.24). Neste gráfico observa-se o carâctet unimodal da

referida distribuição, correspondendo a classe modal aos valores de difusividade compreendidos

no intervalo de 0 a 5000 mtlmin (58.3%').

0-5000 5000- 10000- 15000- 20000- 25000-


10000 15000 20000 25000 30000
DÍusividade Hidráulica (m?min)
j

Fig. 5.24 - Distribúção de frequências absolutas dos valores estimados de difusMdade hidráulica.

248
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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O

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k
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C

C
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w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A aplicação do teste de Koigomorov - Smirnov permitiu comprovar que os valores de


difusiüdade hidráulica se ajustam a uma lei de distribuição lognormal. Com efeito, a hipotese
nuia que postula que a distribuição de frequências reiativas acumuladas do logaritmo da
difusividade segue uma distribuição teorica acumulada normal é aceite para um nível de

significância cr = 0.05. O ajuste da distribuição dos dados experimentais à distribuição normal é

rejeitada para idêntico nivel de significância.

Ensaios de maré levados a cabo noutras ilhas vulcânicas permitiram determinar valores

de difusividade geralmente mais baixos que os verificados na ilha do Pico Custodio (1978)
refere determinações efectuadas em basaltos modernos da ilha Tenerife (arquipelago das
Canárias, Espanha) que variam entre 0.90 a34.72 mtlmirq com um valor medio de 6.94 mtlmiry

substancialmente inferior ao por nos calculado nos aquíferos basálticos do Pico. Ioin et al.

(1988) indicam paÍaa ilha da Reunião (França) as difusividades inferidas com a realização de

ensaios de mare em dois furos perfi"rrados nas formações wlcânicas, respectivamente iguais a

2040 mzfu:rr. e 2460 mtlmin.

Pode-se constatar, aliás, que apenas alguns valores calculados no Pico se enquadram na

gama indicada no citado exemplo da ilha Tenerife. Correspondem a poços de maré escavados

em escoadas lávicas aa macíças. possantes e pouco fracturadas, o que explicará a reduzida


permeabilidade aquífera. Deste grupo fazem parte os poços de Ana Clara (Ref EM03), da

Silveira 2 (Ref EMls), do Guindaste (Ref EMl i) e do Porto Cachorro (Ref EM17).

A variabiüdade dos resultados obtidos explica-se assim inerentemente pela propria


definição da difusiüdade, que torna este parâmetro directamente proporcional à
transmissividade e, desde logo, à permeabilidade.

Parece existir uma relação linear positiva entre a semi-amplitude de oscilação do nível

de água no aquífero, em função da semi-amplitude de oscilação da maré oceânica (Fig. 5.25). O

coeficiente de correlação linear tem um valor mediano, sendo igual a 0.56, e a recta de

regtessão tem a expressão tro : 0.26 + 0 56 h.

a to
Lt7
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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er
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!
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lic
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C
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m
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w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Fig' 5'25 - Relação entre a semiamplitude de oscilaçâo


do nível de água no aquífero e a semiamplitude de
oscilação da maré oceânica.

verifica-se igualmente, QUe ocoÍre um aumento do valor da difusividade hidráulica à


medida que a distância dos pontos de observação à liúa de costa sofre incremento (Fig 5.26)
Tal facto, sugere uma coÍrelação linear positiva entre os logaritmos da difusividade
e da
distância ao litoral, dada pela equação log D : -0.52 + 1.56 log (dist. ao
mar). O coeficiente de
correlação entre as duas variáveis é igual a0.77,traduzindo umarazoâvel relação
entre ambas.

A explicação para o fenómeno referido anteriormente pode residir num aumento da


permeabilidade para o interior, resultante da influência crescente da rede de fracturas
sobre a
ptopagação das ondas sinusoidais, tal como sugerido por Silva (1938) para explicar relação

idêntica verificada num aquífero cársico do Algarve. Temos ainda de ponderar a

inadequabilidade do modelo proposto.

Os valores de difusividade calculados a partir da amplitude do sinal são, em alguns


casos, muito superiores aos determinados a partir dos atrasos embora, no geral, estejam dentro

2s0
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

da mesma ordem de grandeza, cuja magnitude não ultrppassa uma potência


de dez. Observam-
se muitos ensaios onde a diferença entre os valores homologos não
ultrapassam o dobro, e
unicamente nos ensaios com as referências EM14, EMl6 e EM05 esta margem de erro foi
ultrapassada.

I 00000

è*r; À
1 0000
c
E
ôl 1 000 E t tt{"ré-l l

g
o
100

10

10 100 1000 '10000

Dst. Mar (m)

Fig. 5.26 - Relação entÍe a difusividade hidráulica e a distância dos pontos de observação ao mar.

Importa ainda salientar que nos ensaios 8M03, EM06, EMll, EM15 e EMIT os
resultados calculados pelas duas formulas são semelhantes, o que permite concluir pela validade

da aproximação utilizada, pelo menos nestes casos específicos. Verifica-se que todos
correspondem a locais onde as difusividades são baixas, correspondendo, na maioria dos casos,

às condições acima discutidas.

Conjugando as difusividades hidráulicas calculadas a partir da amplitude com os valores

estimados de transmissividade, procurou-se calcular o coeficiente de armazenamento, quando

era possível ter ambos os dados num mesmo ponto de âgua. Tal foi possível em apenas seis
pontos de âgua, e os resultados obtidos estão patentes no Quadro 5.12. Os valores

25t
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

apresentados servem unicamente como aferição da ordem de grande za do coeficiente de


armazenamento.

Ref E.Maré Ref P.Água D (amplitutle) T S


(m2lmin) 1m2/min)
EMl9 Fi6 .l153.50 t2.37 2.98E-03
EM2O tt/ t22.17 t2.59 0.103
EM21 Ft8 9715.9+ 6.66 6.83E-0.1
EM22 F02 259358.82 7.61 2.9.tE-05
EM2+ FÌ9 l;t5l5..tl 18.30 i.26E-03
EN{z5 rIl 17376.t4 1.3 I 7.5-rE-0i

Quadro 5.12 - Coeficientes de anÌuze&tmento estimados a partir da difusiüdade hidniulica e da


transmissiüdade.

Da sua análise constata-se que apresentam ordens de magnitude compatíveis com a


gama de valores característicos dos aquíferos confinados, com excepção do resultado do furo

das Ribeiras (Ref F17), que aponta paÍa um armazenamento similar ao de um aquífero livre.

A validade destes resultados não pode ser testada contra outras determinações, feitas no
Pico ou noutras ilhas do arquipélago, por não constarem da escassa literatura existente sobre a
hidrogeologia dos Açores.

Informações qualitativas sobre o comportamento dos aquíferos captados na ilha do


Pico, podem tambem ser extraídos da evolução dos rebaixamentos, em função do tempo, no
decurso dos ensaios de bombeamento. Apesar das contrariedades existentes, já discutidas e que

limitam a interpretação dos mesmos, importa salientar que, após um curto espaço de tempo
posterior ao início do bombeamento, o nível rebaixado tende a estabilizar. Atinge-se, deste
modo, um estado de equiiíbrio ou quasi-equilíbrio.

O fenomeno referido, poderá indicar um comportamento similar ao dos aquíferos livres.

O eventual efeito de semi-confinamento poderá estar dissimulado pela má qualidade geral dos
dados, ou no caso do furo das Bicadas (Ref FlO) pela curta duração dos escalões, não

252
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

evidenciando a drenância, pelo que parece não ser de excluir desde já esta hipotese, carecendo

de investigação mais aprofundada a desenvolver futuramente.

Não obstante, os parâmetros apontados são compatíveis com os valores característicos

, d. meios fissurados, em que os coeficientes de aÍmazenamento dos blocos e das fracturas são
muito baixos. Como exemplo, referem-se os resultados determinados em aquíferos fissurados
de rochas granitoides da região do Miúo, em que o arÍn.ìzenamento das fracturas e dos blocos

apresentam ordens de grandeza de l0-6 e 10-5 respectivamente (Lima, 1995).

A correlação linear positiva entre o logaritmo da distância ao mar e o logaritmo da


difusividade hidráulica, é ainda mais acentuada quando se consideram os resultados obtidos
com o modelo de aquíferos semi-confinados (Quadro 5.13 e Fig.5.27), e as causas a ponderar
serão semelhantes.

100000

10000

F 1000
È
N
Ê
ã 1oo

10

ì' 1 10 100 1000 10000


I

I Elst. Mar (m)


I

Fig. 5.27 - Relação entre a difusMdade hidráulica calculada com o modelo de aquífero semiconfinado e a

distância dos pontos de observação ao mar.

253
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o
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c u -tr a c k c u -tr a c k

Ref D p
(mzlmin)
EMOI 12873.15 0.812
EMO2 9999.82 0.647
EMO3 rt.75 L083
EìvíO-t 365.57 0.-199

EMO5 66.76 0.260


EMO6 95.22 0.798
EMOT 154.06 0.565
EMOs 1193.32 0.3í+8

EMO9 6996.83 0.839


EMlO t229.15 0.744
EMIl 40.40 1.t77
EMl2 355.67 0.420
EM13 1398.30 0.541
EM1.+ 986.42 0. 18l
EM15 2.26 t.3 5

EM16 303 i. l9 0.49


EM17 39.33 0.96

Quadro 5.13 - Resultados do c:ilculo da difusividade hidníulica usando o modelo de aquífero semicon-finado.

O coeficiente de correlação é, no caso vertente, igual a 0.95, e a recta de regressão é


expressa por log D = -512.07 + 12.17 log ( Dist. ao mar). O valor medio destes valores e igual

a2284.69 m'lmiry com um desüo padrão de 3767 .46 mtlmin, e a mediana da população é igual

a ^-- -- m7Írun.
Jo).)) ),

Estes resultados são substancialmente mais baixos que os obtidos para o primeiro

modelo utilizado, o que é atestado pelos dados estatísticos apresentados para ambos os casos.
Será de supor, se fosse possível estimar neste caso os coeficientes de armazenamento
correspondentes, que os valores deste parâmetro hidrodinâmico fundamental seriam mais
elevado s, esp ecuiativamente co nsentâneo s com aquífero s livres.

aa t
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.d o .c .d o .c
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6. HTDROGEOQUÍIIIrCA

6.1. Considerações Gerais

Em virn:de do eÍguo número de pontos de água eistentes no Pico a caracterização

fisica e química das águas subterrâneas desta ilha baseou-se, unicamente, na recolha e
posterior análise de amostras representativas de 38 locais, nomeadamente de nascentes,
furos e poços de maré. Realizou-se ainda a coiheita de amostras representativas do
quimismo da água das lagoas do Capitão, Caiado e Paúl para efeitos comparativos.

Dificuldades inerentes ao acesso aos pontos de água implicaram a inexequibilidade


de amostrar alguns locais consecutivamente no decorrer das várias campaúas de

amo strasem efectuadas.

Na rede de amostragem, delineada no intuito de cobrir toda a ilha, o número de

poços de maré e de furos é substancialmente superior ao das nascentes, pelo que se optou

por não discriminar os resultados relativos aos sistemas aquíferos de base e de altitude.

Realizaram-se quatro amostragens, a primeira das quais em Outubro de 1994 e as

restantes em Agosto/Setembro de 1995, Março de 1996 e Setembro de 1996

respectivamente. As duas primeiras recolhas foram limitadas a um reduzido número de


pontos de itguq essencialmente relacionados com a rede de abastecimento publico,
enquanto as restantes abrangeram um número mais lato de furos, poços de maré e

nascentes.

Não obstante, os elementos coligidos permitem uma cabal caractenzação


hidrogeoquímica, bem como aquilatar da distribuição espacial e variação temporal dos
atributos fisicos e químicos das áeuas subterrâneas da ilha do Pico.

Os métodos analíticos utilizados nas determinações dos parâmetros fisicos e


químicos no campo e no laboratorio foram os seguintes:

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c u -tr a c k c u -tr a c k

o Condutividade, registada no momento da amostragem com condutivímetros


portáteis HANNA HI8733 e WTW LF96

' Temperatura e pr{, medidos no campo com registadores digitais portáteis


HANNA ÍIl90Z5 e WTW pH95.

o COz Livre, analisado no proprio dia da amostragem por titulação com NaOH até
atingir pH igual a 8.30.

o A-lcaünidade, determinada no proprio dia da recolha por titulação


com HzSO+ até
atingir pH igual a 4.45.

Resíduo Seco, determinado em laboratorio por pesagem do residuo resultante


' da
evaporação da amostra apos aquecimento a 11Ooc.

o Dureza Total, determinada em laboratorio por complexometria com comprimido


indicador.

' Sodio, Potássio, Magnésio, Cálcio, Sílica e Estrôncio, por espectrometria de


absorção atómica, com um aparelho de referência GBC 906.

. Cálcio, por complexometria com EDTA.

o Fluoreto, Cloreto, Sulfato, Brometo, por cromatografia ionica com um aparelho


DIONEX DXlOO

o cloreto, por titulação com nitrato de prata (metodo de Mohr).

o Sulfato, por titulação com perclorato de Bário.


o Bicarbonato, por cálculo a partir da alcalinidade.

As determinações laboratoriais das amostragens de 1994, 1995 e N1arço de 1996


foram exclusivamente executadas pelo autor no Laboratorio de Hidroquímica do
Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, tendo-se optado por reaiizar as

análises de catiões e aniões por absorção atomica e cromato grafra ionica respectivamente,

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mas aferindo os seus resultados por comparação com os obtidos por outros métodos- como

as titulações referidas.

As amostras recolhidas em Setembro de 1996 foram enviadas para o Activatíon


Laboratories, Ltd. (Canadá) onde foram anaiisados os elementos maiores. menores e em

traço por espectrometria de massa com fonte ionica de plasma (ICP/I\4S, Inductìvel1,
Coupled Plasma Mass Sptectrometry). Conndo, todos os resultados dos elementos maiores

foram aferidos, em virtude de, concomitantemente, se terem efectuado estas determinações


no Laboratorio de Hidroquímica do DG/UA pelas tócnicas já indicadas.

A recolha de amostras foi feita em garrafas de polietileno, variando o volume e o


manuseamento consoante os métodos analíticos a empregaÍ. Desta formE efectuou-se uma

recolha de 1000 ml sem qualquer tratamento pararealizar as titulações em laboratorio, uma

de 250 ml para determinação de COz dissolvido e da alcalinidade, que se conservou em frio,

uma de 250 ml filtrada a0.45 pm e acidificada com 2 ml de ácido nítrico pro-análise para

determinações por absorção atomica e, poÍ firn, 100 rnl filtrados a 0.45 pm para análises por

cromatografia ionica. As amostras submetidas a análise por ICP-MS foram acidificadas com

ácido nítrico ultrapuro apos filtragem no campo.

Previamente às amostragens todos os frascos foram lavados com água ultrapura e,

no caso dos utilizados nas recolhas para absorção atomica e ICP-MS houve necessidade de
lavar os vasilhames com água e ácido nítrico pro-análise e ultrapuro, respectivamente,
durante um dia.

Os resultados analiticos foram submetidos a um tratamento automático em

computador, através do programa de especiação e cálculo do estado de equilíbrio água-


rocha Hidspec (Carvalho, 1989)

A especiação corresponde à distribuição dos elementos e compostos analisados

pelos iões, pares de iões e complexos constituintes das espécies em soiução na água
(frlordstrom e lvlunoz, 1986 in Can'aiho, 1989) e é um passo imprescindível à

caracterização do equilíbno água-rocha. Com efeito, para este estudo concorrem os índices

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de saturação da âgua em relação aos minerais constituintes da rocha pelo que,


necessariamente, é necessário proceder à especiação numa primeira fase.

O referido programa utiliza uma base de dados actualizada, e procede à especiação


de 68 espécies dissolvidas e à determinação do estado de equilibrio em relação a 55
minerais.

6.2. C aracterização Hidrogeoquímica

6.2. 1 .P arãmetros Físicos

6 .2 .I .1 . Temperatura

A temperatura é uma característica muito importante das águas subterrâneas


influenciando, nomeadamente, a solubilidade dos gases e dos minerais e as constantes de
equilíbrio das reacções químicas. Usualmente a variação anual deste parâmetro é reduzida,
convergindo para valores proximos ou um pouco superiores da temperatura média anuai do
ar.

Segundo a classificação de Schoeller (1962), e tomando como valor de referência a


temperatura média anuai observada na E.M. do Aeroporto (17.4"c), pode-se concluir que as

águas amostradas apos os períodos invernosos são frias. Considerando unicamente as

temperaturas observadas nas nascentes de altitude relativamente à temperatura média anual

da E.M. do Aeroporto, afectada pela taxa de variação com a altitude indicada por
Bettencourt (1979), verifica-se, igualmente, que correspondem a exsurgências de á-quas

frias.

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As temperaturas da âgua registadas nas amostragens efectuadas no fim do período


de Verão são mais elevadas e, em alguns casos, devem ser designadas de ortotermais
segundo o esquema classificativo utilizado (Fig. 6.1). Estes exemplos podem ser
explicados
pelas peculiares condições de captação.

20
18
%
ça
to
14
t., #
12)
(,
F
10 F;'-16l
I ]
a set-96

o
4
a

^
0,00 5000,00 10000,00 15000,00
Cond. (MS/cm)

Fig.6'l - Representação gréfrca da temperatura em função da mineralüaçâo das águas (amostragens de

Março e Setembro de 1996).

Alguns valores estatísticos da temperatura da agua, bem como as medidas extremas


de cada amostragem, estão indicadas no Quadro 6.1. As medias das amostragens variam
entre 14.38oc e 17.44oc, demonstrando igualmente a flutuação sazonal desta característica
fisica, enquanto os desüos padrões são bastante baixos não ultrapassando os 2oc. por seu
turno, os coeficientes de variação são igualmente baixos, indiciando uma distribuição
estreita dos resultados em torno do valor medio.

A reduzida variabilidade da temperatura das águas subterrâneas impossibilita a

utilização deste atributo como marcador da circulação das águas subterrâneas. Contudo, é

de esperar que a variabilidade seja maior nas nascentes de altitude, pois correspondem as

águas com tempo de residência mais curto. As amostras colhidas nos pontos de âguajunto

ao litoral, na sua maioria poços de maré, tem a sua temperatura controlada pela proporção

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P. Físico Anrostragcm N" Amost. V.Médio D.Padrão Máx. Min. Medinnr C.V.rriação
(%l
Out-199,1 l5 17.20 2.00 22.00 13.70 16.70 I 1.80

Tcnrpcratura Sct-l 995 l9 t7.44 t.50 20.00 14.80 t7.50 8.60

("c) Mar-1996 3l 14.38 l.0l 16.50 I 1.90 14.40 7.05

Set- I 996 38 16.36 t.47 22.30 13. l0 16.45 8.99

Out-1994 l5 t784.4 159 I .00 6130.00 82.00 1269.00 89.20

Condutividade Set-1995 t9 3085.68 2t37.09 ó600.00 238.00 2190.00 69.26

(pS/cm) Mar-1996 3l 3295.53 3020.54 10260.00 t2.39 1995.00 9l.66


Set- 1996 38 32t2.17 2561.87 9790.00 82.00 3275.00 79.85

R. Seco Mar-1996 29 332.72 324.t9 1190.50 4.00 271.00 ()7.11

(mg/l) Set- 1996 38 366.23 296.21 I3 13.00 26.00 356.50 80,88

Quadro 6.1. - Valores extrenÌos e algumas estalislicas dos parâmetros fisicos das águas subterrâneas da ilha do Pico.
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de mistura com âgua do maÍ, cuja temperatura é também função da temperatura


atmosférica.

Na literatura podem ser encontradas algumas referências específicas à temperatura


da localmente denominada nascente minerai da Silveira, as primeiras das quais referindo um

valor de 35oc. Esta temperatura foi medida por Lepiene (1931 in Zbyszewsky et al., 1962)
e retomada por Machado (1953) como testemuúo da ocorrência de um elevado eradiente

térmico na ilha do Pico.

Posteriormente F. Machado registou no mesmo ponto de água em Abrii de i954


(Machado, 1956) uma temperatura de i4oc, valor semelhante ao determinado no decorrer
do presente estudo para o mesmo período do ano (14.3"c em Março de 1996). No Verão as

temperaturas são evidentemente mais elevadas, mas não ultrapassam os 17.3 oc (Agosto de

1995), pelo que se considera que a temperatura indicada originalmente por Lepierre
corresponde a um valor erróneo.

6.2.1.2. Condutividade

A condutividade é um parâmetro fisico que quantifica a capacidade da água de


conduzir corrente electrica, e é urna propriedade resultante do total das espécies iónicas
dissoiüda. Desta forma, a importância da condutividade reside no facto deste parâmetro ser
directamente proporcional à mineralização total da âgua, constituindo um efrcaz e expedito

meio de aferir esta última.

Os valores de algumas estatísticas, bem como os máximos e mínimos, relativos às

várias amostragens efectuadas estão patentes no Quadro 6.1. Numa primeira observação

dos dados elencados salienta-se, imediatamente, os elevados coeficientes de variação das


várias recolhas, que variam entre 69.26Yo e 91.66yo, resultantes do diferente srau de
influência dos fenomenos que contribuem paÍa a mineralização das águas.

261
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lic
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m
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w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

O gráfico relativo à distribuição de frequências absolutas da condutividade medida


na amostragem de Setembro de 1996 mostra um padrão unimodal, em que a classe de
valores entre 0 ;rS/cm e 1700 pS/cm é a mais importante (36 8%) A distribuição apresenta

uma cauda no sentido das maiores mineralizações e apenas l8.4yo das amostras possuem

condutividades superiores a 5130 pS/cm (Fig. 6.2).

40

35

?n

25 o
a!
tt, f F'eq-Ab"]
20 o

l3
c r-If1n:tl]
z.
10

0- 1710-3420-5130-6840-8550-
1710 3420 5130 6840 85s0 1026
0

Cond. (M Slcm)

_l
Fig. 6.2 - Distribuição dos valores de condutMdade (amostragem de Setembro de 1996).

A projecção gráfica sugere que os valores de condutividade seguem uma


distribuição lognormal, o que no entanto não é demonstrado mediante a aplicação do teste
de Kolgomorov-Smirnov (D:0.2349). Contudo, o valor calculado está próúmo do limite a

partir do qual se rejeita a hipotese nula para um nível de significância de cr:0.05.

As condutividades médias das amostragens de 1996 são bastante próximas,


explicando-se as diferenças para as restantes em virtude do menor número de poços de maré

contemplados, o que e particularmente notorio na recolha do ano de 1994 que só abrangeu

nascentes e furos. Não obstante, julga-se que as três últimas amostragens efectuadas

representam cabalmente a gama de condutividades das águas subterrâneas do Pico.

262
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A distribuição espacial deste parâmetro revela um notável incremento da


mineralização das águas nas regiões litorais, o que reflecte essencialmente a crescente
influência dos mecanismos mineralizadores das água, e especialmente da contaminação por

sais de origem mariúa, que serão posteriormente discutidos em porïnenor.

6.2.l.3.Residuo Seco

Este parâmetro fisico traduz o peso do resíduo remanescente da evaporação de 1l de

água (Custodio e Llamas, 1983), apresentando, iguaimente, uma relação directamente


proporcional com a mineralização das águas.

A determinação laboratorial do resíduo seco foi realizada unicamente para as


amostragens de 1996 (Quadro 6.i). Naúltima destas recolhas os resultados obtidos variam
entte 26 mdl e 1373 mg/|, apresentando a população um valor médio igual a 366.23 mg!
com um desvio padrão de 296.21mgll. Observa-se, desta formq uma grande variabilidade

deste parâmetro, o que é comprovado pelos coeficiente de variação entre 80.88yo e 97.440Á.

A distribuição de frequências absolutas dos resíduos secos apresenta um padrão


assimetrico bastante similar ao das condutividades, desviado no sentido das maiores
mineralizações, o que parece sugerir o ajuste a uma distribuição do tipo lognormal (Fig.
6.3). Aclassemodal corresponde aos valores de resíduo seco entre 0 e225 mgfi(395%) e

apenas 10.5% das amostras apresentam resultados superiores a 675 mg/1,.

A aplicação do teste de Kolgomorov-Smirnov permite verificar que os valores de


resíduo seco, ao contrario da condutividade, ajustam-se a uma lei de distribuição lognormal.

Neste caso a hipotese nula que pressupõe que a distribuição de frequências relativas
acumuladas do logaritmo do resíduo seco segue uma distribuição teorica acumulada normal

é aceite para um nível de significância de ct:O.05 (D:0 17lS).

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c u -tr a c k c u -tr a c k

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14 35

4') 30

IA
í\, 10 25 o
(! lr:-:::r Freo'l Abs. I

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c
I zu o
È ì-+= Freq. Acum..1

6 t3 z.
z,
4 10

a 5

0
0-225225- 450- 675- 900- 1125-
450 675 900 1í25 1350

RS. (mg/l)

Fig. 6.3 - Distribúção dos valores de resíduo seco (amostragem de Setembro de 1996)

Segundo a classificação adoptada por Freeze e Cherry Q979) todas as águas


analisadas correspondem a águas doces, com excepção das amostras dos poços de maré da

Baía do Canto (Ref Pix36) e da Ponta do Calhau (Ref Pix37) que podem ser designadas de

salobras ao apresentarem resíduos secos superiores a 1000 mgll mas inferiores a 10000

mgll. Importa salientar, contudo, que os resíduos relativos a estas duas últimas amostras,
1047 mgll e 1313 mg/l respectivamente, estão bastante proximas do valor limite entre a

classe das águas doces e das águas salobras.

A relação esperada entre a condutividade e o resíduo seco pode ser observada


graficamente (Fig. 6.4), e é atestada pelo elevado coeficiente de correlação linear entre

ambas as variáveis (r:0.945). Neste contexto, justifica-se a opção tomada de caractenzaÍ a

mineralização das águas a partir da leitura da condutividade no campo, método mais

expedito e de facil utiüzação.

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1400

12f,0

1000

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tr
600
"t
É,
400

zt)

n
2m0 4000 6000 8000

Cond. (Us/cm)

Fig. 6.4 - Relação entre as variáveis que tradrzem a mineralização das águas (amostragem de Setembro de

i996).

6.2 2.P aràmetros Químicos

6.2.2.1 pH

A actividade do hidrogenião F{- na água pode ser aferida pelo parâmetro pH, que

corresponde ao logaritmo negativo daquele valor (pH: -Log [H-])

Este parâmetro é particularmente relevante na caractenzação hidrogeoquímica das

águas subterrâneas devido ao controle que exerce sobre numerosas reacções,

nomeadamente nos seguintes processos: equilíbrio aquoso ácido-base, adsorção,


complexação de metais, oxidação-redução e a solubilidade e taxa de dissolução da maior
parte dos minerais (Langmuir, 1997).

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Os resultados estatísticos referentes ao pH estão discriminados no Quadro 6.2. Os

coeficientes de variação são bastante baixos, entre'7.30Yo e 7 .58oÁ, o que demonstra que os

valores apresentam uma pequena dispersão em volta do pH medio.

As medidas de pH efectuadas são geralmente superiores à neutralidade, indicando


águas de carácter alcalino, o que se reflecte na sama de resultados médios das sucessivas

amostragens entre 7.20 e 7 44. As amostras dos pontos de água na nascente da Silveira

(Ref Pix12), do furo das Ribeiras (Ref Pixl5), do furo JK1 de Santa Luzia (Ref Pix17) e

do poço de maré Silveira 2 (Ref Pixa0) são as únicas amostras que apresentam resultados
inferiores à neutralidade embor4 geralmente, possuam pH superior a 6. Em qualquer dos
casos agama de pH observada nas águas subterrâneas da ilha do Pico ajusta-se aos valores

mais frequentes registados nas águas naturais (Fig. 6.5).

Mincrais (sais de
.{ciCos crrbónico
úcidos fr:rcos e bases
e or:linicos ífracos)
fones)

.9 ícitios
fortes

<c,)

li

Fig. 6.5 - Representação esquemática da distribúção dos valores de pH nos sistemas nahrais e respectivos
mecanismos de controle.

A distribuição de frequências absolutas no Pico revela um comportamento unimodal,


em que a ciasse mais importante corresponde a águas com pH entre 7.40 e 7.70 (40.54%;

Fig. 6 6). A maioria das águas possuem pH menor que 7.70 (9L89%).

zoo
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P. Químico Amostragcm N" Amost. V.Médio D.Padrão Máx. Min. Medianir C.Varinção
(%')

Out-1994 t5 7.20 0.50 7.80 6.10 7.30 6.80


pH Set- I 995 I9 7.2s 0.41 7.85 6.23 7.36 5.66

Mar-1996 3l 7.44 0.52 8.44 5.88 7.58 7.05

Set- I 996 37 7.32 0.39 7.86 6.28 7.40 5.31

Out-199.1 l5 120.80 76.60 286.00 22.5 102.00 63.40

f.J
Alcalinidade Set-1995 l9 t60.92 90.71 361 .50 40.50 l_56.00 56.37
--J
(ndl) Mar-1996 3l 122.07 94.08 374.25 23.50 89.50 77.07
Set-1996 38 137.29 t02.48 388.50 26.50 105.38 71.65

D. Total Mar-1996 3l 456. l3 366.73 1290.00 19.00 342.00 80.40


(mg/l) Set-1996 38 596.55 450.88 2093.00 40.00 577.00 75.58

Quadro 6.2 - Valores extremos e algumas estatisÍicas dos parâmetros químicos das águas subterrâneas da ilha do pico.
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c u -tr a c k c u -tr a c k

Não se registam variações de pH signiÍicativas çntre as amostragens efectuadas em


diversos períodos do ano, pelo que este parâmetro não permite caracterizar a flutuação

sazonal da composição das águas.

1^
40

12 30
Q ,l t\
G' 25 a
a!
q
o o Freq Abs.
õ 20 o
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]F:-: Freq. Acum.
I

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l--3- l
z. t3 z.

10

z 5

o,z- 6,5- 6,8- 7,1- 7,4- 7,7-


6,8 7,1 7,4 7-7 8,0
pH

Fig. 6.6 - Distribüção dos valores de pH (amostragem de setembro de 1996).

Os valores de pH observados podem ser explicados balanceando os fenómenos que


implicam a produção de hidrogeniões }f, como a dissociação de ácidos fracos tais como
Hrco: e HoSio!, e os processos que promovem o consumo de lf, e logo de coz, como
as reacções de dissolução dos silicatos (Langmuir, 1997). A demonstrar o exposto
apresenta-se o gráfico que relaciona aPCOz e o pH das águas analisadas, onde se observa

uma relação inversamente proporcional entre ambas as variáveis projectadas (Fig. 6 7)

6.2.2 2. Alcalinidade

A alcalinidade mede a capacidade da áryua para neutralizar ácidos ou, de outra


forma, a de aceitar protões, resultando do efeito acumulado das bases em solução

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(Langmuir, 1997). Assim, e na generalidade das águas potáveis, este parâmetro químico
resulta da acção primordial do ião bicarbonato e, em menor escala, do ião carbonato.

5
CL
.+

n
-4 -3 -1

Log PCO2

Fig. 6.7 - Relação entre a PCOz e o pH das águas (amostragem de Setembro de 1996).

No presente estudo determina-se a alcalinidade TAC? que coÍïesponde à capacidade


neutralizadora da âgua ate atingir um valor de pH igual a 4.5 (Custodio e Llamas, 1983).

Os valores estatísticos, bem como o máximo e o mínimo, respeitantes às colheitas de

amostras efectuadas estão patentes no Quadro 6.2. Os resultados médios das amostragens

são proximos, variando entre 120.80 mü e 760.92 mglI, enquanto os desvios padrões
correspondentes se distribuem entre 76.6 mg/l e 102.48 mgll, o que indicia uma grande

variabilidade deste parâmetro em cada, amostragem. A significativa dispersão das

alcalinidades em relação ao valor medio é comprovada pelos elevados coeficientes de

variação inerentes a cada recolha, que variam entre 56.37o/o e 77 .07Yo.

A diversidade patente entre as alcalinidades determinadas em cada campaúa de


recolhas explica-se pelas diferenças na composição das redes de amostragem, o que por
exemplo pode ser aquilatado pelo valor máximo analisado em Outubro de 1994 em relação

às restantes. Com efeito, o número de pontos de água em 1994 é diminuto relativamente às

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outras amostragens, abrangendo apenas a rede de abastecimento público, pelo que

proporcionalmente nas restantes recolhas a influência das águas mais mineralizadas é muito

importante. Atendendo ainda a este facto e muito dificil estúelecer diferenças sazonais para

este parâmetro.

A projecção da distribuição de frequências absolutas das alcalinidades analisadas na

última amostragem e unimodal e assimétrica, com uma cauda no sentido dos valores mais
elevados deste parâmetro (Fig. 6.8). A classe modal corresponde a águas com alcalinidades

baixas, variando entre 0 e 65 mgll, e corresponde a 39 5% do total de amostras. Apenas

21Yo das águas analisadas têm alcalinidades superiores a 195 mgll, e o valor máximo
determinado e igual a 388.5 mg/l no ponto de água com a Ref Pix44.

40

12 30

o 10 o
23 G
cl
o
o x 20 0
o |r::Freqib' I
È rLl Iryl"*]
z, 6 z,

4 10

2 5

0 0
0-65 65 130- 195- zffi- 325-
130 19s 2@ 3ZJ JYU
I
Alc. (mg/l)
L
Fig. 6.8 - Distribuição dos valores de alcalinidade (amostragem de Setembro de 1996).

O teste de Kolgomorov-Smirnov permite atestar que os valores da alcalinidade se

distribuem segundo uma lei de distribuição lognormal, para um nível de significância de

cr:0.05 (D:0.1297), tal como é indiciado pelo padrão gráfico assimétrico referido.

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6.2.2.3. Dureza Total

A dureza totai é um parâmetro químico que quantifïca a capacidade da água

consumir sabões ou produzir incrustações, sendo equivalente à soma dos iões cálcio e

magnésio.

Este parâmetro apenas foi determinado nas amostragens de Ìvlarço e Setembro de


1996, e os valores estatísticos, máximos e mínimos, estão elencados no Quadro 6 2. As
diferenças entre as duas amostragens resultam unicamente do facto de na última recolha

efectuada o número de amostras ser maior, e particuiarmente no que concerne a pontos com

águas muito mineralizadas? o que provocou a subida da media e da mediana de 456.13 mgll

para 596.55 mg/l e de 324.0 mg/l para 577 .0 mg/l respectivamente.

Os coeficientes de variação são muito elevados, distribuindo-se entre 75.78Yo e

80.4AYo, o que denota uma grande dispersão dos resultados analíticos. Tal facto tambem e
comprovado pelos valores do desvio padrão e pelo grande diferencial entre os resuitados
mâtmos e mínimos de cada amostragem.

No que concerne à distribuição de frequências absolutas a classe modal corresponde


à gama de durezas totais entre 0 e 350 mg/l (39.5%o), enquanto apenas 10.53% das amostras
apresentam determinações deste parâmetro superiores a 1050 mg/l (Fig. 6.9)

O ajuste dos valores de dureza total a uma lei de distribuição lognormal é atestada
pelo teste de Kolgomorov-Smirnov aplicado a um nível de significância de cr:0.05
(D:0 1911).

Aplicando a classificação proposta por Custodio e Llamas (1983) aos resultados da


ultima amostragem efectuada verifica-se que a maior parte das águas analisadas são muito
duras, o que é expresso por valores de dureza total maiores que 250 mg/l. Das
remanescentes apenas três amostras correspondem a águas brandas, com durezas totais
menores que 50 mg/l, e representam as nascentes que drenam o sistema aquífero de altitude

(Refl Pix20, . Ref Pix40 e Refl Pix41).

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o
o I ü lr:- Freq. Abs.
20 9,'
--

È
È
<(_ --t-Freq.
Acum. ,

z.
4 tv

2 5

U-JCU JCU- 700- 1050-1400-1750-


700 1050 1400 1750 2100

D.T. (ms/l)

Fig. 6.9 - Distribúção dos valores de dureza total (amostragem de Setembro de 1996)

6.2 2.4 Catiões

Os resultados dos cálculos estatísticos referentes aos teores dos catiões maiores
determinados nas várias amostragens estão indicados no Quadro 6 3 Na mesma tabela estão
igualmente discriminados os valores máximos e mínimos analisados em cada recolha.

Os catiões maiores apresentam uma relação linear bem marcada com a


condutividade (Fig. 6.10), o que reflecte uma origem comum para todos eles, relacionada
com o principal fenómeno mineralizador das águas amostradas. A proporcionalidade directa

entre os catiões em solução na água e a mineralização traduz-se por coeficientes de


correlação linear muito elevados. Com efeito, este coeficiente e igual a 0.948 para o par

sódio-condutividade, 0.946 para o potássio-condutividade, 0.917 para a relação cálcio-


condutividade e, por fim, 0.949 para o caso do magnesio-condutividade.

O sodio e o catião mais importante, contribuindo com cerca de 42.2lYo a 78.73yo do


total de catiões maiores em solução na amostragem de Setembro de 1996 controlando.
desta forma, a mineralização total das águas. O teor máximo de sodio foi registado no ponto

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Catião Amostragem No Amost. V.Médio D.Padrão Máx. Min. Mediana C.Variaçiio


(mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mgil) (%)
Out-1994 l5 262.40 271.80 t099.70 5.40 187.60 104.70
Sódio Set-l 995 l9 537.09 407.40 I149.50 26.89 279.91 75.85
Mar-1996 3l 727.70 706. l3 2424.25 t.J I 363.79 97.30
Set-1996 38 9t4.62 834.92 3640.00 8.90 933.75 91.29
Out-1994 l5 t6.40 I l.l0 44.70 0.90 15. l0 68. l0
Potássio Set-1995 l9 28.1 16.56 s5.30
1 4.39 28.31 58.92
Mar-1996 3l 30.72 24.41 86.00 I.3 3 26.10 79.46
Set-1996 38 39.39 31.02 140.54 |.71 41.53 78.74
IJ
.-J
Out-199-l l5 27.5 19. l0 77.90 2.40 23.50 ír9.30
UJ
Cálcio Set-1995 l9 37.33 2l.30 72.t0 6. l9 29.s5 57.05
Mar-1996 3l 47.87 37.52 t29.53 6.07 32.91 78.38
Set-1996 38 14.9s 35.78 t68.29 4,8.1 40.45 79.60
Out-1994 l5 57.6A 46.40 164.50 l. l0 4s.80 80.60
Magnésio Set-1995 l9 89.33 47.91 168.20 t2.42 92.80 53.63
Mar-1996 3l 101.60 83.27 291.00 2.t9 75.00 81.96
Set- I 996 38 I18.23 92.61 402.07 2.97 117.31 78.33

Qrradro 6.3 - Valores extremos e alguntas estatísticas dos caliões nraiores presentes nas águas srúterrâneas da ilha do pico.
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Mg (ms/l)

Fig. 6 10 - Relâçâo elltre as concentmções em catiões maior€s e a miÍreÍalizaçâo das águas repÌesentâda pela condutividâde (amostragem de SetenúÌo de 1996)
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Pix37 (P M Ponta do Calhau), e a determinação mais baixa foi de 8 9 mg/I, efectuada no


ponto de água com a referência Pix20 (nascente de St. Amaro E).

O vaior medio mais elevado foi determinado na ultima amostragem, e o aumento


constante deste parâmetro estatístico com as várias amostragens resulta do crescente

número de amostras, que abrangeu proporcionalmente águas mais mineralizadas. Os


coeficientes de variação são invariavelmente muito elevados, o que indica uma banda de
resultados muito alarsada relativamente à media da população.

A distribuição por classes de frequência dos resultados da colheita de Setembro de

1996 mostra um padrão assimétrico, com a cauda desenvolvida no sentido dos valores mais

elevados, em que a classe modal corresponde a teores de sodio entre 7.0 e 612.5 mgn (Fig

6 11-A). Apenas 10.53"/o das amostras apresentam concentrações desta espécie superiores a

1823.5 mg/l, e a mediana da população é igual a933.7 mgt.

Como sugerido pela observação do gráfico anterior os resultados analíticos do sodio


seguem uma lei de distribuição lognormal, o que é verificado pelo teste de Kolgomorov-
Smirnov para um nível de significância de cr:0.05 (D:0'2099).

Os teores mais elevados de sodio ocolrem nas amostras recolhidas nos pontos de

âgua litorais, observando-se que nas nascentes de altitude foram determinados as

concentrações mais baixas. Esta distribuição espacial resulta da conjugação de duas

condicionantes fundamentais: a primeira deriva do facto das nascentes coresponderem à

exsurgência de águas subterrâneas com um tempo de residência muito curto, resultante

duma circulação curta em terrenos muito permeáveis, resultando o sodio quer da interacção

água-rocha, queÍ do acarreio de sais mariúos pela água da chuva. A segunda condicionante

deriva da contaminação por sais de origem mariúa muito acentuada na maioria dos pontos
de água litorais, que resulta da mistura com a água do mar e corresponde ao principal
processo responsável pelos teores de sodio em solução'

O incremento dos teores de sodio em resultado da mistura com água do mar pode
ser comprovado pela relação linear eústente entre este catião e o cloreto, O coeficiente de

correlação entre ambas as espécies é muito elevado (r:0.998), o que traduz o exposto.

275
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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141.5 68 135 202 2@ 336 Q3
Mg (mg/l)

Fig' 6. I I - Distribuição da concentração dos catiões principais nas águas subterrâneas do Pico (amostragem de Setelúro de 1996).
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c u -tr a c k c u -tr a c k

O segundo processo responsável peios teores de sodio na água corresponde à

dissolução dos minerais silicatados presentes nas rochas. Neste contexto importa referir que

a mobilidade dos elementos durante a meteorização de basaitos depende da susceptibilidade

dos minerais presentes à meteorização embora. contudo, seja possível estabelecer uma
ordem relativa: Ca>Na>Mg>Si>N>K>FÈTi (lVhite e Hochella, 1992).

Gísiason et al. (1996) num estudo desenvoivido nos basaltos do SW da Islândia


definiram uma sequência diferente, que atesta a inJÌuência de factores como a mineralogia, a

idade das rochas e a coberh:ra vegetal e de eelo:

S>F>Na>K>>Ca>Si>Mg>P>Sr>>>Mn>Al>Ti>Fe. Esta ordenação parece mais de acordo


com a libertação preferencial de Na e K relativamente à Si estabelecida de acordo com as

taxas de dissolução determinadas experimentalmente em basaltos (Gslason e Eugster,


1987a).

A interacção âgua meteórica-basaltos tem sido alvo de numerosos estudos, entre os

quais se salientam os trabalhos de Gíslason e Eugster (1987a e i987b), Gíslason e

Arnórsson (1993) e Gslason et al. (1993). Algumas das conclusões mais importantes destes
estudos prendem-se com o facto da taxa de dissolução da rocha obedecer a uma lei linear e

com o comportamento diferenciai entre basaltos cristalinos e vidros basálticos.

Com efeito, estudos experimentais mostraram que a dissolução da fracção cristalina


da rocha é uma ordem de magnitude mais lenta que a fracção ütrea. Por outro lado,
concluí-se que a 25oc a dissolução de basaltos cristalinos não é estequiométrica, enquanto a

dissolução de üdros basálticos se pode considerar quase estequiométrica.

O magnésio é o segundo catião mais importante entre os elementos maiores em


solução presentes nas águas subterrâneas da ilha do Pico. A sua contribuição relativa para a

mineralização das águas varia entre 16.20% e 39.230Á do total de catiões analisados na
última amostragem efectuada.

A distribuição por classes de frequência revela uma classe modal correspondente a

teores desta especie entre 1 e 68 mg/I, obedecendo a um padrão gráfico assimétrico

semelhante ao do sodio (Fig. 6.11-D). O valor da mediana em Setembro de 1996 é igual a

271
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117.34 mg/I, e em apenas f3.16% das amostras recolhidas foram determinados valores
superiores a 202 mg/\.

A aplicação do teste de Kolgomorov-Smirnov a um nível de significância de cr:O.05

permite comprovar o ajuste da distribuição de teores de magnésio a uma lei lognormal


(D=0 2158), embora o vaior obtido esteja proximo do limite que possibilita passar a rejeitar

esta hipotese nula.

Tomando como referência esta amostragem conclui-se que o valor máximo


corresponde ao ponto de água com a referência Pix37 (P.M. Ponta do Calhau), com 402 7

mgll, e o mínimo é observado no ponto Pix20 (nascente de St. Amaro E), com um teor de
magnésio igual a 2.97 mg/|.

Os coeficientes de variação são muito elevados, distribuindo-se entre 53 630Á e

8l.960Á. Da mesma forma que paÍa o sodio e os restantes catiões maiores verifica-se que os

coeficientes relativos à colheita de Setembro de 1995 são menores que os restantes. Tal

facto resulta dum conjunto de amostras com características mais homogéneas? por não se

terem anaiisado ázuas recolhidas nas nascentes de altitude.

Analisando sucintamente os resultados obtidos constata-se que unicamente nos


pontos de água relativos às nascentes de altitude (Ref Pix20, Pix39 e Pix4l) os teores de

magnésio em solução são suplantados pelos valores de cálcio.

A distribuição espacial dos teores de magnésio é semelhante à verificada com o


sodio, observando-se as concentrações mais elevadas nos pontos de água litorais. A relação

linear bem vincada entre estas espécies comprova que o processo hidroquímico de origem e

comum, o que se reflecte no elevado coeficiente de correlação entre ambas (r:0.986), que
corresponde essencialmente à salinização das águas por contaminação a partir de sais

mariúos.

A influência da contaminação por sais de origem mariúa pode ser comprovada pelo
facto dos pontos referentes à projecção dos teores de sodio e magnésio se ajustarem à recta

da mistura entre a água do mar e as águas das nascentes de altitude (Fig. 6 l2).Em todas

278
h a n g e Vi h a n g e Vi
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amostras é patente uma deficiência de magnesio relativamente ao sódio, pois os pontos

representativos das amostras caem no campo abaixo da recta de igualdade entre ambos os

catiões (Fig 6.12).

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Na (meq/l)

Fig. 6.12 - Relação entre as concentrações em sódio e magnésio (amostragem de Setembro de 1996).

A eventual origem do magnesio por dissolução dos minerais silicatados das rochas
será o segundo processo hidroquímico que coloca este elemento em solução. Contudo, os

seus efeitos são dificilmente ponderados em virtude dos elevados teores de magnesio
resultantes da mistura com a água do mar, pelo que apenas nos pontos de âguade altitude o

teor desta espécie resultará da interacção água-rocha, do acarreio de sais mariúos pela
chuva e de eventuais efeitos de trocas ionicas.

Atendendo à sua importância percentual na composição cationica das águas


amostradas o cálcio pode ser considerado como o terceiro catião mais importante, variando

a sua contribuição entre2.8lYo e 24.52% na amostragem de Setembro de 1996.

A distribuição por classes de frequência dos teores de cálcio é bimodal e assimétrica

(Fig. 6.11-C). As classes modais correspondem a valores entre 4 e 59 mgll, e agregam cerca

279
h a n g e Vi h a n g e Vi
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c u -tr a c k c u -tr a c k

de 78 95% do total das amostras analisadas na refenda recolha. inciuindo desta forma a

mediana que é igual a 40.45 mg/\.

As concentrações desta espécie sesuem uma lei de distnbuição lognormai, o que é

aferido pelo teste de Kolgomorov-Smirnov a um nível de significância de ct:O.05.

Os coeficientes de variação são elevados, variando entre um mínimo de 57.05%o,

verificada em Setembro de 1995, e um máximo de 79.600Á observada na recolha de


Setembro de 1996.

Analisando os resultados analíticos relativos a esta espécie na última amostragem

realizad4 verifica-se que o teor mínimo ocoÍre no ponto de água PiúO (nascente de St.
Amaro E), com 4.84 mg/, e o valor máximo ocoÍre no ponto com a referência Pix 37 (P M.
Ponta do Calhau), com 168.29 mg/\.

A distribuição espacial deste elemento é semelhante ao comportamento dos catiões

anteriormente explanados, ocorrendo os maiores teores junto ao litoral. Nos pontos de água

de altitude o cálcio é o segundo catião mais importante, suplantando o magnésio, o que


resulta do processo principal da mineralização dessas águas subterrâneas corresponder à

dissolução dos minerais silicatados constituintes das rochas.

A relação linear existente entre as concentrações de cálcio e sodio é muito

significativa (=0977), o que sugere um processo mineralizador comum devido à

contaminação por sais de origem mariú4 fenomeno comprovado pela projecção gráfica
sobre a recta de mistura com a água do mar. Relativamente à recta de igualdade entre ambas

as espécies verifica-se que todos os pontos representativos das amostras caem no campo em

que o sodio está em excesso relativamente ao outro catião (Fig. 6 13)

A projecção do cálcio contra o catião magnésio mostra iguaimente uma relação

linear muito bem marcada (10.972), indicativa da mesma origem, primordialmente


relacionada com o processo atrás indicado (Fig 6.14). Todas as amostras apresentam uma

deficiência de cálcio relativamente ao magnésio, o que é indicado pelo facto de todos os


pontos projectados caírem acima da recta de igualdade entre ambos os catiões.

280
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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Fig. 6.13 - Relação enlre as concentrações em sódio e cálcio (amostragem de Setembro de 1996).

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0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

Ca (meq/l)

Fig. 6.14 - Relação entre âs concentrações em cálcio e magnésio (amostragem de Setembro de 1996).

A dependência do cálcio em solução relativamente à dissolução de minerais

silicatados pode ser aquilatada pela projecção das concentrações desta espécie em função do

conteúdo em bicarbonato. Neste gráfico verifica-se que um conjunto de amostras apresenta

2E1
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

um teor de bicarbonato reduzido e os seus pontos representativos aliúam-se segundo a

recta de mistura com água do mar. Um segundo grupo de amostras caracte riza-se por
teores de bicarbonato mais elevados e pelo concomitante aumento dos teores de cálcio o

que reflecte uma origem comum a estas espécies resultante da hidrolise (Fig. 6 l5).

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Ca (mg/l)

Fig. 6.15 - Relação entre o teor em cálcio e bicarbonato (amostragem de Setembro de 1996).

Desta forma e possível definir duas liúas de evolução hidrogeoquímica distintas:


por um lado âguas que evoluem essencialmente por contaminação de sais mariúos,
resultante da mistura com água do mar e representada pelo primeiro grupo referido e, por

outro lado, o segundo grupo compreende águas que reflectem diversos graus de interacção
água-rocha, ou seja maior ou menor dissolução de minerais. Ao resultados deste último
fenómeno devem adicionar-se, nalguns casos, os efeitos relativos à contaminação por sais

mariúos, que podem provocar o incremento da mineralização das águas.

A projecção dos teores de sódio e de magnesio contra a concentração em


bicarbonato revela a mesma tendência, podendo definir-se os mesmos grupos de amostras
(Fig. 6 16 e 6.17). Os conteúdos em sodio e magnésio das amostras com teores mais

elevados de bicarbonato podem ser explicados com base nos efeitos cumulativos da

dissolução de minerais silicatados e da mistura com água do mar, embora seja de excluir

282
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

este último processo nas águas das nascentes de altitudp e no furo de captação da Siiveira

(Ref Pixl3)

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Fig. 6.16 - Relação entre o teor em sódio e bicarbonato (amostragem de Setembro de 1996).

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Mg (mg/l)

Fig. 6.17 - Relação entre o teor em magnésio e bicarbonato (amostragem de Setembro de 1996).

283
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c u -tr a c k c u -tr a c k

A saliruzação por sais mariúos impossibiiita avaliar a importância absoluta do


fenomeno de interacção água-rocha, mascarando o seu efèito sobre os teores relativos dos
vários catiões nalguns pontos de água litorais, em que as concentrações elevadas de
bicarbonato indicam a actuaÇão deste processo.

O potássio é o catião maior menos importante na composição quínuca das á,gas


subterrâneas da ilha do Pico, o que se pode explicar pela fraca mobilidade desta espécie,
facilmente fixada pelo terreno. Com efeito, e por exemplo na amostragem de Setembro de

1996, a contribuição deste elemento paÍa a composição cationica variava entre 1.7lyo e

6 22ya.

O teor mínimo foi observado na nascente de St. Amaro E (Ref PiúO), com cerca de

1.71 mgll, e a concentração mais elevada, igual a 140.54 mg/I, no ponto de água pix37
(P.M Ponta do Calhau).

A distribuição espacial dos valores analisados obedece à mesma tendência verificada


com os restantes catiões, o que e devido a uma origem comum. O principal processo
responsável pelos teores de potássio em solução corresponde à contaminação por sais

mariúos, em resultado da mistura com água do mar. A demonstrar esta explicação podem
ser invocados o elevado coeficiente de correlação com o sódio (r:0.996), e o facto da
projecção dos valores relativos a estas espécies caírem sobre a recta de mistura com a áqua

do mar (Fig. 6 18).

Em todas as amostras e patente um excesso de sodio relativamente ao teor em


potássio, o que é mostrado pela projecção dos pontos abaixo da recta de igualdade entre

ambos os catiões (Fig. 6.18).

A distribuição por classes de frequência do teor em potássio revela um padrão


assimétrico semelhante aos anteriores, com uma classe modal entre 0 e 23 5 mgl deste
catião (Fi*e. 6.i1-B). A mediana é igual a 41.53 mg/I, e apenas 10.53yo das amostras
apresentam concentrações superiores a 70 5 mg/L O eráfico indicia que os teores de
potássio se ajustam a uma distribuição lognormal, o que é confirmado através da aplicação

do teste de Kolgomorov-Smirnov a uma nivel de significância de cr:0.05 (D:0 2055)

28+
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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Fig. 6.18 - Relação entre as concentrações em sódio e poüissio (amostragem de Setembro de 1996).

Os coeficientes de variação são elevados, variando entre 58.92% e7g.74yo, o que


indica grande dispersão em torno do valor médio, que na última amostragem era igual a

39.39 múl

A extensão e sentido dos processos de troca ionica que afectam a composição


química das águas analisadas pode ser aferida pelo índice de troca de bases (ITB), dado pela

seguinte expressão (Custodio e Llamas, 1983):

ITB: rCl-r(Na+K)
rCl

O ITB é particularmente relevante quando é estudada a evolução espacial destes


valores, o que permite caractenzar processos hidroquímicos ao nível regional em detrimento

de uma análise incidindo sobre o valor absoluto deste índice (Perez e Evangelista, 1988).

Contudo, quando as concentrações de sodio nas águas são muito elevadas os


resultados obtidos pela formula anterior podem ser afectados. Neste caso deve proceder-se

285
h a n g e Vi h a n g e Vi
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c u -tr a c k c u -tr a c k

à sua correcção, especialmente dos vaiores muito negativos, pela expressão seguinte
(Custodio e Llamas, 1983):

rCl-r(Na+K)
ITB =
r(SO* + HCO. + NO. )

O programa de especiação empregado caicula directamente o índice ITB e

empreende a sua coÍTecção se necessário, recaiculando o valor pela equação atrás indicada.

A ausência de dados relativos à concentração de nitratos não terá qualquer influência


significativa sobre as estimativas efectuadas, em virrude das concentrações desta espécie nas

águas do Pico serem desprezáveis (Lobo, 1991).

Valores de ITB negativos indiciam um processo de troca de bases Ca+Mg por


Na+ç processo que, atendendo aos resultados obtidos no presente estudo, parece ocoÍTer

nos pontos de água com as referências Pix13, 22, 39, 40 e 4l relativamente à ultima
amostragem.

Estas águas evoluem essencialmente a partir da hidrolise de minerais silicatados e os

teores dos catiões dependem não só deste processo, como da maior ou menor extensão das

trocas ionicas. Como em qualquer caso a concentração de magnésio suplanta sempre a de


calcio, parece que a troca favorecerá o enriquecimento na primeira destas espécies, embora

se teúa que consideraÍ a contribuição de sais mariúos (Fig. 6 la).

Nos restantes pontos de água os ITB são positivos, o que sugere a ocorrência de um
fenomeno de troca ionica inverso ao anterior. Neste casos Na+K em solução seriam
trocados por Ca+Ìvlg, o que é particularmente notório, atendendo ao valor do índice de
troca, nos pontos com a referência Pix7,2, 14, 15, 76, 26,28,29,30,32,36,37,38 e 48.

Estas águas são na generalidade muito mineralizadas> em resultado dos efeitos da

mistura com a água do maÍ, a que acrescem, em alguns casos, os derivados da hidrolise de
minerais silicatados.

286
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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w

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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Em resultado do primeiro processo referido o catião sodio, como mostram


os vários
gráficos em que se projecta esta espécie contra os outros catiões,
está sempre presente em
excesso nas soluções, o que acafieta maiores dificuldades na
caractenzação dos efeitos
modificadores da troca de Na por Ca, Mg ou mesmo K.

Comparativamente com a razão rNa/rcl no mar (0.747) constata-se igualmente que


todas as amostras apresentam maiores valores deste índice A media
nas águas do pico e
igual a 0.90, com um desvio padrão de 0.i4, e o valor máximo e I.44
na amostra com a
referência Pix40, o que se poderia explicar pelo efeito moditjcador
da troca ionica já
referida, bem como resultar da dissolução de minerais ricos naquele
catião. Com efeito, Join
et al. (1997) explicam o enriquecimento deste índice ao longo
do trajecto de percolação das
águas subterrâneas da ilha da Reunião como derivado da hidrolise
destes minerais.

O ponto de água Pix15 e a única excepção, carcctenzada por umarazão rNa/rCl


ligeiramente mais baixa que a água do mar.

Neste contexto, a utilaação deste índice é pouco elucidativa, embora geralmente


seja muito útil para aquilatar os processos de troca ionica (Perez e Evangelista, 19gg). Este
facto resulta do sodio em excesso poder também ser parcialmente originado pela
dissolução
de minerais silicatados, sendo extremamente complexo destrinçar os casos em que
o sodio
em excesso é proveniente da troca ionica. Desta forma, e em face da complexidade dos
fenómenos em causa, discutiremos os processos evolutivos destas ázuas com maior
acuidade mais à frente.

Não obstante, é importante salientar que o mecanismo de troca ionica e limitado pela
rápida circulação das águas subterrâneas, expressa na elevada transmissividade que
caractenza a generalidade dos aquíferos basálticos. A rápida formação do estratovulcão
do
Pico terá ainda inviabilizado a formação de grandes espessuras de paleosolos, o que limita
a
capacidade de troca do terreno.

Esta última pode ser aferida pelo cálculo das fracções equivalentes de cada catião
nos solos, efectuada a partir da seguinte expressão (Appelo e postma, 1993):

287
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

n _ m€g I - X, 7'100g. se dim ento


rr . -
rïì€Q r_.r,
= \--
CTC
H
) meq, -
^r--\i
i.l,K,_.

Aimportância da determinação das fracções equivalentes resulta do facto


destas
integrarem as equações que expressam as reacções de troca.
Como exemplo, e segundo a
convenção de Gaines-Thomas, podemos escrever a reacção
de troca de Ca2* por Na* por:

Na* + !Cu-x, +Na-X+'Cu'*


2

Esta reacção de troca apresenta uma constante de equilíbrio dada por (Appelo
e
Postma, 1993).

- xl[cu,'J" p*"
--' p..0,lcu,.lo'
l--
[Nu ttL J
^^/"" _
lcu x, ]'r[Na- ] tt.t;l
O cálculo das fracções equivalentes pode ser efectuado a partir de duas análises de
solos da região oriental da ilha, que foram publicadas por Madruga (19g6).
Desde logo se
conclui que a capacidade de troca cationica é baixa, e que o cálcio é o catião mais propenso
à troca em qualquer destes solos.

No andossolo do Camiúo de Cima (Ribeiras) o Fc" é igual a 0.73 meq/100g, o pNÍ" é


0.09meq/l00g,oÊrurgé0.15meq/leoÊ*éiguala0.03meq/lO0g.Aamostradeandossolo
recolhida na Ribeira da Burra (Lajes do Pico) apresenta valores de fracções equivalentes

menor no caso do Ê.", igual a 0.53 meq/l00g, e maiores para os restantes catiões: igual
Brurg

a 0.10 meq/l00g, py" igual a 0.10 meq/l00g e pç igual a 0.05 meq/l00g

A variação sazonal e temporal dos catiões maiores é muito dificil de estabelecer,


para o que contribuem alguns mecanismos.

A influência mais importante prende-se com a variação periodica da mineralização


total em resultado da flutuação da maré oceânica, o que pode ser constatado, por exemplo,

288
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

se compararmos as análises do ponto de água com a referência Piy26 (P M C. Concerto)


referentes às recolhas efectuadas em Março e Setembro de 1996 Em resultado
, a utilização
dos pontos de água litorais, onde se verifique mistura com a água do mar, para proceder
à
caractenzação da variação sazonal da composição química das águas é inviável.

Desta forma a anáúise de resultados deverá incidir sobre as nascentes de altitude e o

furo de captação da Silveira (Ref Pixl3) A variação dos conteúdos de sodio, cálcio,
magnésio e potássio está patente nos gráficos relativos a alguns destes pontos,
seleccionados com base na existência de uma informação mais extensa: os dados referentes

ao período de 1982 a 1987 foram recolhidos da bibliografia (Lobo, 1993) e os restantes


resultam dos trabalhos efectuados pelo autor (Fig. 6.19,6 20 e 6.21).

Da observação dos gráficos suprÍrmencionados ressalta a inexistência dum padrão de


variação sazonal bem marcado. As razões para tal indefinição resultam do facto da elevada

recatga aquífera em altitude, em condições de excedentes hídricos ao longo de todo o ano,

mascarar os efeitos sazonais do estio sobre a composição química das águas. No caso das

nascentes e importante salientar que o caudal das exsurgências e muito fraco, igual a 0.44|/s

no ponto Pix39 e o.2l Vs no ponto Pix4l em Março de 1996, o que dificulta ainda mais a
percepção de eventuais variações.

Em qualquer dos casos as variações dos teores entre as sucessivas amostragens são
muito pequenas, e frequentemente estão abrangidas pela margem de erro analítico, o que é

especialmente notorio no caso dos catiões menos importantes. Por outro lado, o espaço de

tempo entre colheitas é lato, o que dificulta ainda mais inferir flutuações sazonais.

Na nascente do Landroal de Baixo constata-se que de Julho de 1982 a Setembro de


1987 os teores de sodio e magnésio decrescem, observando-se paralelamente um aumento

das concentrações de cálcio e potássio. Entre Setembro de 1987 e Março de 1996 o


decréscimo em sodio prossegue, concomitantemente com o potássio, e posteriormente
todos os teores aumentam com excepção do cálcio. A mineralização total mantêm-se
praticamente constante até Março de 1996, e em seguida aumenta bruscamente, reflectindo

essencialmente o aumento do teor do catião principal sodio (Fig. 6. i9).

289
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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c u -tr a c k c u -tr a c k

Nasc. Landroal Baixo


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Íev€2 nov84 ago-87 mai-90 jan-93 out-95
I

Fig. 6'19 - Variação temporal da concentração dos aniões e catiões principais e da condutividade na nascente do Landroal
de Baixo
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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c u -tr a c k c u -tr a c k

Nasc. St.Amaro E
Nasc. St.Amaro E
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fev-82 nov-84 ago-87 maÍ-9O jan_93 out_S)S jul_9g

Nasc. St.Amaro E
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tev-82 nov-84 ago-87

Fig' 6'20 - variação temporal da concentração dos aniões e catiões principais e da


cond'tividade na nascente de st. Amaro E.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Furo da Silveira Furo da Silveira

a5 I 120
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,---,1 100
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o mat- out- abr- out- mar- set- mar-
ago-87 mai-9O jan-93 out-95
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fev-82 nov-84 jul-98 64 ov 75 BO 86 9'1 97

Furo da Silveira
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N) 350
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E 2so
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d 150

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o
Íev-82 nov€4 ago-87 mai-9o jan-93 out-95

Fig. 6.21 - Variação temporal da concentração dos aniões e catiões principais e da condutividade no ftiro de captação da SiÌveira
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A flutuação do cálcio, maenésio e potássio na nascente de St. Amaro E de


Fevereiro de 1983 a Outubro de 1994 é praticamente nula- enquanto a concentração de
sodio decresce ao longo deste período. Posteiormente observa-se um aumento contínuo
dos conteudos em todos os catiões. com excepção do sodio e do cá{cio que decrescem na

última observação. A condutiüdade no período mais antigo mantêm-se praticamente


constante, aumentando bruscamente em Março de 1996 acompanhando os teores de sodio e

cálcio mais elevados nessa recolha (Fie. 6.20).

O padrão de flutuação da composição quimica da água captada no furo da Silveira e

grosseiramente semelhante ao anterior O sodio decresce continuamente ate à colheita de

Outubro de 1994 e, posteriormente, de Setembro de 1995 em diante, atingindo um pico


positivo nesta última amostragem (Fig. 6.21).

A única tendência generalizada prende-se com o facto da variação dos catiões mais
importantes ser mais acentuada relativamente à flutuação das especies cationicas menos
sienificativas.

6.2.2.5. Aniões

Os valores extremos e os principais resultados estatísticos dos aniões maiores em


solução, obtidos nas várias amostragens realizadas no decurso da presente investi-eação,
estão discriminados no Quadro 6.4.

O cloreto ó o anião mais importante, contribuindo com cerca de 34.590Á a 90.03Yo


do conteudo anionico total das amostras das águas subterrâneas colectadas na ultima
recolha efectuada.

O teor deste eiemento controla a mineralização das águas, o que é demonstrado pela

forte relação linear que exibe quando projectada contra a condutividade (Fig. 6.22-A) A
correlação linear entre estas duas variáveis é extremamente elevada (r=0.9a6). A expiicação

293
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

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!

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w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Anirlo Amostragcm No Amost. V.Métlio D.PadrÍo Máx. Min. Mediana C.VariaçÃo


(mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (%)

Out-1994 l5 3 91.00 349.70 1263.80 2.90 309.40 89.40

Clorelo Set- I 995 l9 944.80 734.77 2023.s0 26.62 651.65 77.77

Mar-1996 3l 124{.04 1245.95 4270.65 I 1.36 6.12.55 t00.15

Sct- 199ír 38 1638.40 l52l.ll 6693.25 15.26 1655.55 92 ÍÌ.1

Out-1994 l5 146.90 93.20 348.90 27.50 t24..10 63.40

Bicarbonato Set- I 995 l9 t96.32 I10.66 441 .03 r19.41 190.32 56.37
tJ
{- Mar-1996 3I t48.93 I14.78 456.59 28.67 69. l9 77.07

Set-l 996 38 I 65.88 t23.34 473.97 32.33 t28.56 71.35

Out-199,1 l5 67.30 70.80 277.00 t.80 43.10 105.20

Sulfato Set- I 995 l9 138.75 l0l.l7 93.7(t s.4l 95.3.1 72.92

Mar-1996 3l 167.02 r 54.33 548. I 8 3.t7 I l0.l I 92.1(\

Set- I 996 38 229.5r 2r4.26 948.59 2.88 2t6.09 93.3 5

Quadro 6,4 - Valores extremos e algurnas estatísticas dos aniões maiores presentes nas águas subterrâneas da ilha do Pico.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

12cm
1zcm
10000
10000
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6000
3 6000 i:rii' E
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aom tli iiuÌllil
1;1 l*ì{i.t'ii*l}!# C)
2000
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1000 2000 3000 4000 5000
Cl(mg/l)

N}

''
il,l "'
r :i" i,:rr :
,. i
-. -'.j',, l' '

.ili'
400 6m
So4 (mg/l)

(amostÍagem de setembro de 1996)


Fig. 6.22 - Relação enÍe as coícentÍações rclâúras aos aniões
pÍincipais e a mineÌaüzâçâo dâs águas ÌepÍesenta'la p€lâ coldutividade
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

para este fenomeno prende-se com a contaminação a partir de sais de origem mariúa por

mistura com a água do mar, que corresponde ao principal mecanismo mineralizador das
águas e à origem primordial do cloreto em solução.

A concentração em cloreto apresenta um índice de correlação muito forte com o

teor em sodio (r:0.998), o que acentua a ocorrência de uma forte relação linear entre
ambas, resultante dos efeitos do fenomeno atrás descrito (Fig. 6.23). Todas as amostras

apresentam excesso de cloreto relativamente ao sodio, com excepção das águas com as

referências Pixl3. 22 e 40.

at
9
È
300

(J
2@

100

Fig. 6.23 - Relaçâo entÍe as concentrações em sódio e cloreto (amostragem de Setembro de 1996).

A distribuição por classes de frequência das concentrações desta espócie analisada

em Setembro de 1996 é assimétrica, com uma cauda no sentido dos valores mais elevados, e

apenas 10.53% das amostras têm teores superiores a 3354 mg/l (Fig. 6.24-^). Neste

contexto importa referir que a classe modal corresponde a concentrações entte 12 e 1126
mg/l de cloreto, e a mediana da população e igual a 1655'55 mg/I.

Recorrendo ao teste de Kolgomorov-Smirnov podemos concluir que as

concentrações desta espécie aniónica se distribuem segundo uma lei lognormal pata um

296
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

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!

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

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12- 1126- 224c'- 335+ w- 5582- 17A- 252- 326- 400-
1126 224 3354 W 5582 6@6 252 326 4m 474
Cl(ms/l) Hco3 (mq/l)

c
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Fig. 6.24 - Distribuição da concentração dos aniões principais nas águas subterrâneas do Pico (amoslragem de Setembro de 1996).
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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PD
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

nívei de significância de a:0.05 (D:0.2i9i) Constata-se iguaimente que o valor calculado


pelo teste estatístico é proximo do limite a panir do quai se deve reieitar a hipotese nula que

postula aquele ajuste.

Os coeficientes de variação são muito eievados, variando entre um máximo de

100.159á e um mínimo de 77 77o,/o. o que revela uma gama alargada de concentrações de

cloreto em torno do valor medio.

Os teores médios aumentam com as sucessivas amostragens, o que é derivado do


crescente numero de amostras relativas a pontos de á_2a mais mineralizadas. Esta

constatação é semelhante no que concerne às medias do anião sulfato mas, o mesmo não se

verifica com o bicarbonato, indiciando que este anião não é controlado pela contaminação
por sais mariúos.

O valor máximo de cloreto foi determinado no ponto de água com a referência


Prx37 (P.M. Ponta do Calhau) e o valor mínimo reporta-se às amostras das nascentes de St.

Amaro (ReP Pix20 e Pix41), com I 5.26 mg/l desta espécie.

Os teores de cloreto mais elevados são observados nos pontos de água litorais, no,
nomeadamente nos pontos Pix37,36 e 38, onde as percentagens de mistura são mais
eievadas.

Por seu turno os valores analisados mais baixos foram obtidos nas nascentes de
altitude e no furo da de captação da Silveira (Ref Pixl3), o que se explica por uma

influência mariúa praticamente nula. Nestes casos o cloreto é predominantemente carreado

pela água das chuvas.

O bicarbonato é o segundo anião mais importante na composição química das águas


subterrâneas do Pico. a sua contribuição relativamente aos outros aniões maiores é

denotada pela percentagem no conteúdo anionico total, que se situa entre 0.689'o e 64.17Yo.

Em alguns pontos de água o bicarbonato suplanta o cloreto, corespondendo nestes


casos ao anião mais importante em solução. As nascentes de altitude (Refl Pix19. PiúO.

298
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Pix39 e Pix41), os furos de captação da Silveira (Pix13) e da Criação Veiha (Piú2) e o


poço de maré da Silveira 2 (Pixa0) materializam esta tendência

Contudo, noutras amostras, verifica-se que a concentração de bicarbonato é menor


que a do anião sulfato, que se constitui, assim, como o segundo anião mais importante.
Exempios desta composição quínuca são as amostras com as referências Pix29,30,3I,32,
33,34.35,36.3'/- 38,43, 44.41 e 48. Nos casos em que os conteúdos em suifato e

bicarbonato são muito proximos a propoÍção relativa de ambos pode variar com as

amostragens.

A reiação entre a concentração em bicarbonato e a mineralização das águas revela


dois grupos de amostras distintos, seguindo o atrás exposto. que definem duas tendências
lineares bem marcadas: amostras com condutividades elevadas e baixos conteúdos desta

espécie, e exemplares com teores mais elevados mas de menor condutividade, que neste

grupo não ultrapassa ceÍca de 4000 prS/cm (Fig.6.22-8)

A distribuição por classes de frequência absoluta dos valores de bicarbonato revela

um padrão assimétrico (Fig. 6.2a-B), com uma classe modal correspondente a valores de 30

a 104 mg/l, $7.37%) As concentrações de bicarbonato obedecem a uma lei de distribuição


lognormal, o que é comprovado pelo teste de ajuste Kolgomorov-Smirnov (D:0.1560).

O sulfato é o terceiro anião mais importante, contribuindo com cerca de 6.610Á a

19.680/0 do conteúdo anionico total determinado na amostragem de Setembro de 1996. O


padrão gráfico obtido na projecção dos teores de sulfato contra a mineralização das águas,

semelhante ao registado com o cloreto, demonstra a acção dos mesmos processos


hidroquímicos para ambas as espécies (Fig. 6.22.C).

Tomando como referência esta última recolha podemos concluir que a distribuição

de teores de sulfato por ciasses de frequência mostra um padrão assimótrico semelhante ao

definido por outras variáveis (Fig. 6.2a-C). No caso vertente. a classe rnodal corresponde a

valoresentre2e 160mg/leamedianadapopulaçãoeigual a216.09 me/l Ahipotesenula


que sustenta o ajuste dos valores de sulfato à distribuição lognormal é confirmada pelo teste

de Kolgomorov-Smirnov a um nível de significância de ct:0.05.

2.99
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Existem apenas 10.53% com teores maiores que 476 mg/l nesta amostragem e,

observando todas as recolhas efectuadas, constata-se que os coeficientes de variação são

muito elevados. distribuindo-se entre 72.92% e 105 20Yo.

A concentração mais elevada desta especie é observado no ponto de água com a

Ref Pix37 (P M Ponta do Calhau), e o teor mais baixo foi determinado na amostra
referente à nascente de St. Amaro E (Ref PiúO), com 2 88 mg/l.

A elevada variabilidade dos teores de sulfato, bem como de cloreto, reflectem o

diferente grau de contaminação por sais de origem mariúa, principal factor de


mineralização da maioria das amostras analisadas. Com efeito, este anião depende

essencialmente da contaminação por sais de origem mariúa, por mìstura com água do mar,

e apresenta uma coÍrelação muito elevada com o cloreto (r:0.998). A projecção destes dois

aniões permite concluir que os pontos representativos das amostras caem praticamente
todos sobre a recta de mistura com a água do mar (Fig. 6.25).

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1000 l.:: l/ar ì

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5000 10000 15000 20000
cl(mg/l)

Fig. 6.25 - Relação entre as espécies aniónicas cloreto e sulfato (amostragem de Setembro de 1996)

O coeficiente de correlação linear entre o bicarbonato e o sulfato não e significativo


(r-0.144), o que traduz a inexistência de relação entre estas variáveis (Fig. 6.26). Da

300
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

observação figura referida pode-se constatar a existência


de dois grupos de águas com
características bem distintas: uma série de amostras cujos pontos
representativos caem na
recta de mistura com a âgua do mar, e que apresentam baixos conteúdos em bicarbonato e
teores variáveis, mas no geral elevados, de sulfato. Um
segundo grupo corresponde a águas
com concentrações elevadas de bicarbonato e teores mais
baixos de sulfato.

2000
l.i ruros
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100 2ú 3@
HCo3 (mg/lf

Fìg' 6'26 - Relaçâo entre as concentrações em bicarbonato e sulfato (amostragem


de Setembro de 1996)

No mesmo gráfico pode observar-se que o segundo grupo é essencialmente


representado pelos furos de captação e pelas nascentes de altitude,
e relaciona-se com águas
que evoluem principalmente por interacção água-rocha, enquanto o primeiro
conjunto
referido agrega as amostras relativas aos poços de maré, com uma elevada contribuição
de
sais de origem mariúa. Com teores de bicarbonato mais elevados que o primeiro grupo,
mas com concentrações de sulfato superiores às verificadas nas nascentes
e na maioria dos
furos, projectam-se alguns poços de maré, que evoluirão pela acção cumulativa dos
dois
processos.

Esta dicotomia entre os dois processos referidos tambem pode ser demonstrada
pela
relação entre as concentrações em cloreto e em bicarbonato, definindo-se
exactamente as
mesmas tendências evolutivas indicadas anteriormente (Fig. 6.27).

301
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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I cl(m9/r)
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l

Fíg. 6.27 - Relaçâo entre as especies aniónicas cloreto e bicarbonato (amostragem de Setembro de 1996).

A caracterizaçáo da variação sazonal e temporal dos teores dos aniões é, tal como
foi discutido relativamente aos catiões, extremamente complicad a. Da observação dos
gráficos referentes à flutuação das concentrações em cloreto, bicarbonato e sulfato conclui-

se que este último apresenta a menor variação inter-amostragens.

A evolução do conteúdo em cloreto tambem é semelhante nos pontos de âgua


estudados. O anião bicarbonato é aquele que apresenta a maior variação, sendo inviável o

estabelecimento de uma tendência generalizada. Como exemplo, verifica-se que entre as

últimas amostragens o teor de bicarbonato sobe nas águas das nascentes e decresce no furo

da Silveira.

Apenas na nascente do Landroal de Baixo parece existir uma relação entre o


aumento do teor de bicarbonato e de cloreto e as determinações mais elevadas da
condutividade.

302
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

6 2 2.6. Sílica

Os dados estatísticos e os valores máximo e minimo de SiOz determinados nas várias

amostragens efectuadas estão patentes no Quadro 6.5. Os teores médios analisacios nas

sucessivas colheitas são semelhantes, da ordem dos 40 mg4 de SiO2, e observa-se um desüo

padrão mais elevado que os restantes na última recolha realizada. A maior dispersão dos
resultados obtidos nesta colheita em relação à media e indicada pelo coeficiente de vanação,

igual a 5015% e maior que o estimado noutras amostragens.

A distribuição dos conteúdos em SiOz por classes de frequência mostra um padrão


unimodal (Fig. 6.28). A classe modal corresponde a teores entre 16.0 a21.5 mg/l, e 55.27o/o

das amostras apresentam concentrações menores que 39 mg/l.

A mediana da população é igual a 50.15 mg/I, em resultado da existência de uma


classe de valores, coÍrespondente à gama de concentrações entre 62.0 e 73.5 mg/I, cuja

frequência relativa é elevada (18.42%). A distribuição de frequências dos teores de SiOz


ajusta-se a uma distribuição lognormal, o que e aferido pela aplicação do teste estatístico de

Kolgomorov-Smirnov a um nível de significância de cr:O.05 (D:0.1643).

Em ürtude da determinação da Sílica por espectrometria de absorção atómica com


chama ser pouco precisa comparativamente com outros metodos- e em face dos teores
existentes nas águas do Pico, optou-se por consideÍar como valores de referência os
relativos à ultima amostragem, que passarão a ser discutidos.

Analisando os resultados da especiação efectuada sobre as determinações da última

colheita verifica-se que o complexo neutro H+SiO: é a espécie mais comum em solução,

seguida pelas espécies resultantes da sua ionização, H"SiO* e H,SiO]- , sendo esta ultima
muito pouco importante na composição química das águas.

Para valores de pH entre I e 70 a 12 a segunda reacção de ionização do complexo


neutro é neglieençiável e, desta forma, a solubilidade da sílica e controlada por esta espécie

J T-,J
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Amostragem No Amost. V.Métlio D.Padrão Máx. Min. Mcdinnit C.Variação


(mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (%)

Out-1994 l5 41.60 t3. t 65.30 16.00 .15.40 3 r..10

sio) Set-l 995 l9 43.51 7.53 58.s2 25.(r9 43.32 17.30

Mar-1996 3l 38.59 10.87 61.80 2t.23 38.20 28.18


{- Set-l 996 38 40.34 20.48 8,1.43 16.22 3t.79 50.75

Quadro 6.5 - Valores extrernos e algumas estatísticas da concentração em SiO2 nas águas subterrâneas da ilha do Pico
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

e pelo complexo H3SiO;, o que é de esperar na maioria das águas analisadas (Knauss e/

al.,1987 in Cawalho, 1989).

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C.lc.)tr)(oF-
Sio2 (msll)
1

Fig. 6.28 - Distribüção da concentração em SiOz nas águas zubterrâneas do Pico (amostragem de Setembro
de 1996).

As concentrações em SiO2 mais baixas foram avaliadas por um lado nas nascentes
de altitude e, por outro, nos furos de captação e poços de maré onde a influência mariúa
predomina significativamente sobre outros processos minerúizadores. Este fenomeno pode

ser verificado pela projecção da condutividade e do teor em cloretos contra o complexo


neutro H4SiO:: nestes gráficos observa-se o decréscimo da ordenada com o aumento do

teor em cloretos (r:-0.507) e da condutividade (r:-0.a50), o que comprova o controle do


conteúdo em sílica na solução pela mistura com a âgua do mar, principal responsável pelas

elevadas mineralizações e concentrações de cloreto, e que promove a diluição dos teores

originais desta especie (Fig. 6.29-A e 6.29-B). Este efeito de diluição e particularmente

efectivo para valores da abcissa superiores a 50 mgll de cloreto e 2000 pSicm.

Para valores de abcissas mais baixos verifica-se uma tendência oposta, relacionada

com o processo de hidrolise dos minerais silicatados, origem principal da sílica em solução,

305
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

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7

pH HCO3 (mmol/l)

Fig. 6.29 - Relação entre a espécie neutra H4SiO4 em solução e alguns parânìe1ros Íïsicos e quínicos das ágras (amostragem de Setembro de 1996).
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

que se traduz por um aumento do valor da ordenada concomitantemente com o das


variáveis projectadas em abcissas.

A demonstrar o mecanismo de hidrolise pode utilizar-se o gráfico que relaciona o

pH das águas com a concentração da espécie H*SiO:, onde se pode observar que a

concentração daquele complexo diminui com a subida do pH (Fig. 6.29-C). Esta relação

inversamente proporcional deriva do facto da reacção de ionização do complexo neutro

permitir o restabelecimento do equilíbrio com o pH ao fornecer protões F{- à solução.

A dependência da concentração em HISiO: do fenomeno de dissolução de minerais


silicatados também pode ser aquilatada pela projecção da concentração em bicarbonato
contra a relativa aquela especie neutra em solução (Fig. 6.29-D).

O aumento conjunto destas duas variáveis, indicador de uma origem comunl é

denotado pelo coeficiente de correlação (10.529). Este valor pode ser considerado baixo,

em resultado da influência de outros processos hidroquímicos que çontrolam o teor

daquelas espécies, nomeadamente a mistura com água do mar que dilui as concentrações de

ambas. A alicerçar esta conclusão pode afirmar-se que se verifica um aumento do


coeficiente de correlação linear ao considerÍÌr-se, unicamente paÍa efeitos de cá{culo, as

análises dos quatorze pontos de água com condutividades menores que 2000 pS/cm
(r0.6s6).

A concentração mais elevada em SiOz foi determinada no ponto de água com a

referência Prx72, wlgarmente designada por nascente mineral da Silveira. Uma aná{ise
realizada em 1982 por uma equipa francesa aponta para valores da mesma ordem de
grandeza, embora ligeiramente superiores (94.97 mf; Demande et al., I982a).

Na vertente N do Planaito da Achada" junto à localidade de St. Amaro, os mesmos


autores referidos anteriormente amostraram uma água semelhante à anterior, iã
popularmente designada nascente mineral de St. Amaro. Como a exsurgência se situa junto

ao mar foi impossível no decorrer do pÍesente estudo amostrar esta nascente pois,

entretanto, a arriba litoral desmoronou-se no local. Numa análise sucinta dos resultados
publicados verifica-se imediatamente que esta água tem uma maior percentagem de mistura

307
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com a água do maÍ, o que se traduz por uma condutividade mais eievada e um teor em

cloretos superiores aos dados obtidos na Silveira. As concentrações em sílica e em

bicarbonato são mais baixas, e a admitir o mesmo processo evolutivo há a considerar a

posterior diluição do teor destas espécies por mistura com a âgua do mar.

6.2.2.7 . Razões Entre Esoécies Dissolvidas

As razões entre espécies em solução constituem eficazes marcadores de processos


hidroquímicos, permitindo caractenzar a evolução temporal e espacial das águas
subterrâneas. Entre estes processos saiientam-se a interacção água-rocha, posta em
eüdência desde logo pelas razões que expressam a relação existente entre a composição
química da âgua e das rochas, e os fenómenos modificadores (Custodio e Llamas, 1983).

No Quadro 6.6 estão indicados os valores extremos e alguns cá{culos estatísticos

referentes as razões entre as concentrações de algumas espécies em solução, calculadas para

as várias amostragens realizadas. Anúsando sucintamente os resultados patentes na referida


tabela salientam-se os elevados coeficientes de variação, que reflectem a grande
variabilidade dos conteúdos das especies dissolüdas a partir dos quais são calculados os
índices.

Com o objectivo de proceder a comparações elucidativas entre o quimismo das

águas subterrâneas e das rochas foi necessário estimar as razões entre os elementos
presentes nestas ultimas. Para esse efeito recalcularam-se os resultados de 23 análises

químicas de rochas do Pico, pubücadas por Chovelon (1982), e todas referentes a termos

alcalinos sódicos.

Petrologicamente Chovelon (1982) divide as rochas do Pico em dois grandes


grupos, basaltos e havaítos. Contudo, este autor considera que não existem variações
químicas significativas para os elementos maiores dos basaltos das unidades vulcanologicas

308
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IÌazfro Anrostragcm Nu Amost. V.Métlio D.Pudrão Múx. Min. Mcdiana C.Vitriuçilo


(%)

Sel-l 995 l9 4.02 2.02 12.26 2.09 3.52 50.26

rMg/rCa Mar-1996 ll 3.3 5 1.58 8. l0 0.56 3,48 47.21

Set-1996 38 4.30 2.08 13.82 t.0l -t.lB +8.47

Set-1995 I9 0.12 0.06 0.31 0.07 0.09 50.66

rSO.1/rCl Mar-1996 3l 0.l0 0.04 0.25 0.06 0.09 '1'1.5


3

Set-1996 38 0.10 0.08 0.55 0.07 0.08 76.95

Set- 1995 l9 13.59 18.04 74.94 0.12 7.s9 t32.78

rCl/rHCOr Mar-1996 3l 25.22 32.91 12s.40 0.í14 I Ì.85 130.49

Set-1996 38 32.24 40.1,1 r47.39 0.48 14. l7 l2+.51

Set-l 995 l9 0.06 0.08 0.42 0.01 0.0:l t39.t2


rK/rNa Mar-1996 3l 0.04 0.03 0.l3 0.02 0.03 72.11

Set- I 996 38 0.04 0.03 0.16 0.02 0.03 78.42

Set- I 995 l9 10.99 4.97 20.05 0.87 tt.74 ,15. l9


rNa/rCa Mar- 1996 3l I 1.63 6.01 22.t9 0.88 t2.t9 5l .9rt

Set-1 996 38 15.38 7.09 28.03 I.61 17.95 4(t.07

Set-1 995 l9 2.26 1.00 J.t-t 0.23 2.31 ,14.31

rNa/r(Ca+Mg) Mar-1996 3l 2.51 1,00 3.94 0.57 2.86 39.83

Set- I 996 38 3.14 2.05 l3.89 o.'14 3.24 65,38

Quadro 6.6 - Valores extremos e algunras estatísticas de razões entre especies presentes nas águas subterrâneas da ilha do Pico
h a n g e Vi h a n g e Vi
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individualizadas no seu neste trabalho. Esta homogeneidade e extensível aos havaítos, com

excepção das concentrações mais baixas em cálcio e magnésio.

Não obstante, estas diferenças são pouco significativas no contexto deste estudo, em
que se pretende comparar razões em águas e rochas, atendendo à pequena variabilidade e à

maior importância dos basaltos.

6.2.2.7.1. rMglrCa

Arazão rMglrCa apresenta um gama de resultados muito variável, embora em média


seja igual a 5 na água do mar e apresente valores entre 0.3 e i.5 nas águas continentais
(Custodio e Llamas, 1983).

O índice rMg/rCa nas águas estudadas apÍesenta valores medios distribuídos entre
3.35 e 4.30, com desvios padrões de 1.58 e 2.08 respectivamente. Tomando como
referência a amostragem de Setembro de 1996 verifica-se que o valor máximo, igual a

13.82, é observado no ponto de água Pixl6 (Furo da Piedade), enquanto o valor mínimo foi
registado na nascente de St Amaro E (Pix20).

De um modo geral, e em qualquer dos casos, constata-se que os resultados são

geralmente superiores à unidade, com excepção das estimativas que concernem às nascentes

de altitude no decorrer da amostragem de Março de 1996 (Pix20, 39, 4l). Estes resultados

obtidos enquadram-se bem na gama de valores característicos das águas circulantes em


basaltos, especialmente os olivínicos, em que este índice é sempre superior à unidade

(Custodio e Llamas, 1983), embora tal facto não se explique unicamente pela interacção
água-rocha como será discutido adiante.

Arazão rMglrCa permite, desta forma, diferenciar as águas dos aquíferos basálticos
das que circulam em meios fonolíticos, riolíticos e piroclásticos, em que a concentração de

310
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c u -tr a c k c u -tr a c k

cáicio suplanta geralmente a de magnésio, e em aquíferos traquíticos, onde este índice


apresenta valores intermedios aos casos extremos indicados (Custodio e Llamas, 1983).

Na ilha do Pico a relação rM/rCa apresenta um valor medio de 0.89, com um


desvio padrão de 0.18. Das 23 amostras estudadas apenas 7 exemplares se caracterizam por

resultados maiores que a unidade, e o máximo e mínimo são ieuais a 1.40 e 0.62

respectivamente.

Comparando os índices rMglrCa das águas com os dados homologos das rochas

conclui-se que os primeiros são substancialmente superiores aos verificados no meio


ütologico. A explicação para este facto reside primordialmente na contaminação por sais de
origem mariú4 que implica um aumento da concentração de magnésio em solução
relativamente ao cálcio.

Nos pontos de água onde as razões nas águas e nas rochas são semelhantes o
processo mineralizador principal corresponde à dissolução de minerais silicatados das

rochas, sem influência da contaminação marinha poÍ mistura com água do mar, o que se

verifica nas nascentes de altitude e no furo de captação da Silveira (Pixl3).

A projecção da condutividade contra esta razão elementar mostra a acção da


contaminação por sais mariúos: geralmente o valor do índice aumenta até aos 2000 pS/cm

de condutividade e, a partir deste limite, verifica-se uma establluação deste razão, flutuando

à volta da razão media do mar o que indica o controle por parte da mistura com a água
salgada (Fig. 6.30).

A saturação verificada em algumas amostras relativamente aos minerais


carbonatados pode acarretar igualmente modificações na razão rMglrCa das águas

subterrâneas, pelo que importa tomar em consideração" Embora algumas águas mostrem

sobressaturação relativamente aos principais minerais carbonatados, o que será


caracteüado adiante, este factor no caso vertente não parece exercer qualquer efeito sobre
os resultados.

3n
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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O

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

14,00

12 00

10,00

IE Rôô
o
ctt
Ânn
=
4,00

2,00

0,00

Fig. 6.30 - Relação entre a condutiüdade das águas e o valor da razão elementar rMg/rCa (amostragem de
Setembro de 1996).

Outro fenómeno modificador que pode exercer influência sobre a razão elementar
tMglrCa corresponde o processo de troca iónica, que geralmente acompaúa a mistura com
a âsta do mar.

6.2.2.7 2. rK/rNa

A relação rÍírNa apresenta um valor na âgua do mar que varia entre 0.02 e 0.025.
Por seu turno nas águas doces os resultadosmais frequentes estão nagama de 0.004 a0.3,
embora eventualmente esta banda possa ser alargadapara 0001 a I (Schoeller, 1956 in
Custodio e Llamas, 1983).

Esta razão nas águas subterrâneas da ilha do Pico e extremamente baixa, o que é

patenteado pelo valor medio calculado para as amostragens de Março e Setembro de 1996,

312
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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PD

PD
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!

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C

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m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

em qualquer destes exemplos iguai a 0 04 Nesta última colheita de amostras o índice em


estudo varia entre um mínimo de 0.02, observado em 31 58% das amostÍas, e um máximo

de 0.12. determinado no furo da Silveira e na nascente de St. Amaro W (Pix41).

O valor deste índice nas rochas e igual em media a 0.25, flutuando entre um máximo

de 0.33 e um mínimo de 0.18. Assim podemos concluir que, comparativamente, os

resultados das águas subterrâneas são muito mais baixos.

A explicação para esta diferença reside na facilidade com que o potássio é fixado
pelo terreno, o que implica que as razões calculadas para o meio ütologico sejam superiores

aos valores observados nas águas. A composição química das rochas circundantes e da água

da chuva tambem podem influenciar este índice.

Não obstante poder recoffer-se a este mecanismo para expiicar os índices dos

pontos de água Pix13, 20,39 e 41, torna-se imprescindível aventar outra origem no caso

dos restantes locais de amostragem.

Este segundo processo deriva do fenomeno de intrusão mariúa, que provoca um


substancial aumento da concentração em sodio relativamente ao teor em potássio, embora

este último tambem sofra um incremento, pÍovocando o decrescimo acentuado desta razáo.

Os coeficientes de correlação negativos entre este índice e a condutividade (r:-0.594) e o


teor em cloretos (r:-0.550) demonstram este facto, sendo patente um decréscimo da razão
rlírNa concomitantemente com a maior mineralização das águas e concentrações mais

elevadas desta última especie (Fig. 6.31).

Uma relação deste tipo entre a razão rlVrNa e a mineralização da âgua tambem foi
constatada nas ilhas Canárias (Custodio, 1974 in Custodio e Llamas, 1983). A ocorrência
de uma eventual contribuição em potássio no decurso da circulação das águas subterrâneas

é desde logo posto de parte, pois implicaria o aumento conjunto de ambas as variáveis.

313
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

0,16

o 1Á.

0J2

0,10
G
z.
0,08
Y
0,06

0,04

0,02

0,00

ì_

Fig. 6.31 - Relação entre a razão rK/rNa e a concentração em cloreto (amostragem de Setembro de 1996)

6 2.2.7.3. rNa/rCa e RNa/r(Ca+Mg)

Segundo Custodio e Llamas (1983) estas razões cationicas são de grande relevância

para caracterizar os fenomenos modificadores de troca ionica, bem como para efectuar
comparações com os valores homologos intrínsecos às rochas aquíferas.

Nas águas analisadas, e assumindo como referência a última amostragem efectuada,

o valor medio da razáo rNa/rMg e igual a 15.38, com um desvio padrão de 7.09. Estes
resultados são ligeiramente mais elevados que os estimados para as outras colheitas, em
resultado da composição diversificada das redes de colecção de amostras.

O máximo observado nesta amostragem é igual a 28.A3, determinado no ponto de

ágtaPix27, e o mínimo, igual a 1.61, corresponde à água amostrada na nascente de St.

Amaro E (Pix20)

314
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!

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C

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m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Estes resultados são substancialmente superiores aos verificados nas rochas, cuja
razão media e iguai a 0.29, com um desvio padrão de 0.06 Os índices característicos do

meio rochoso distribuem-se entre 0.20 e 0.4'1.

A explicação para as diferenças enunciadas prende-se com o fenomeno da

contaminação por mistura com a água do mar. Este processo provoca o aumento relativo do

ião sodio sobre o ião cálcio, com o inerente aumento do quociente entre ambas as espécies.

Os resultados mais baixos patentes nas nascentes de altitude denotam a inexistência da


contaminação por sais marinhos e o controle da mineralnação pela hidrolise dos minerais
silicatados.

Com o índice rNa/r(Ca+Mg) observa-se um quadro em tudo idêntico ao anterior: as

razões calculadas paÍa as ág.ras são muito superiores aos valores caracteristicos das rochas.

O valor medio desta razáo nas águas na amostragem de Setembro de 1996 é igual a

3.14, com um desvio padrão de 2.05, variando os índices calculados entre 0.74, na nascente

do Landroal de Baixo (Pix39), e 13.89, no poço de maré do Cabrito 2 (Pix31).

Para efeitos comparativos importa referir que nas rochas este índice varia entre 0.09

e0.27, e a média e o desüo padrão são respectivamente iguais a 0.15 e 0.04.

A mesma explicação pode ser aventada neste caso, e como a concentração em

magnésio aumenta mais que a de cá{cio em resultado da contaminação por sais marinhos o

índice rNa/r(Ca+Mg) e geralmente maior que a razáo rNa/rCa.

Nos gráficos que relacionam estas duas razões com a condutividades das águas
analisadas podem ser observados dois comportamentos distintos, embora englobados na

mesma tendência evolutiva: inicialmente, em águas com baixa minerulização, expressa por

condutividades menores que 2000 pS/cm, os índices crescem acompaúando o aumento do

vaior representado na abcissa" o que indica no caso vertente uma percentagem de mistura
com a água do mar cada vez maior Qig. 6.32-A e Fig. 6.32-B). Quando as mineralizações
ainda são mais elevadas os índices flutuam à volta de uma liúa de base, cujo vaior
corresponde às razões calculadas para a âgua do mar. Neste último caso é a extensão da

315
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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

30,00 14,m
i.iii
25,0O
!i': 12,ffi
,i;: ro,m
,! 20,00 ir,ï$Ìil
".iI r.rii, $
o trÌii'ì tii È
o
8,oo
È
z
15,00
!ïii iì, ; r,.:i ; b,LIJ
- 10,00
è 4,00
5,00 I ;;;r.r 2,m
0,00 0,00
4@0 6000 ,..'. 4000 6000

Cond. (US/cm) Cond. (USlcm)

-]
D

(}J
14,00 14,00
12,@ 12,00

P ro,m P ro,m
Ê 8,00 Ë 8,00
Ë 6,m I 6,m
Ë 4,oo ë 4,oo
2,00 2,@
0,00 0,00
1000 20m 100 150

Na (mg/l) Ca (mgíl)

Fig. 6.32 - Relaçâo dâs râzõ€s ÌNtÍCa e ÌNâ/(Ca+Mg) com a minerâlizâção das águas e a conc€ntração das esÉcies sódio e ú1cio (ânÌostÍâgem de SetedbÍo de 1996)
h a n g e Vi h a n g e Vi
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w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

mistura que controla o teor das especies intervenientes, mas sempre segundo as proporções

observadas na água do mar.

As projecções dos catiões sodio e cá{cio contra o índice rNa/r(Ca+Mg) obedece ao


mesmo padrão gráfico , em resposta ao mesmo processo (Fig. 6.32-C e 632-D).

Atendendo à influência determinante da mistura com a água do mar, que faz


aumentar drasticamente o teor em sodio relativamente aos outros catiões em solução, é

extremamente dificil aquilatar a partir do comportamento destes índices eventuais processos

de troca iónica.

Importa salientar, tal como no caso da relação rMglrCa, que se devem tomar em
liúa de conta o controle da solubilidade dos iões cálcio e magnésio por sobressaturação em

minerais carbonatados. Contudo, e como veremos mais à frente, este constrangimento não

influencia em eÍande escala os resultados em discussão.

6.2.2.7.4. TCVTHCOT

Relativamente às amostras colectadas na ultima amostragem o valor medio desta


razão era extremamente elevado, cingindo-se à gama observada na água do mar. Com

efeito, a media é igual a 32.24, com um desüo padrão de 40. 14, e o valor máximo igual a
147.39, calculado a partt da composição química do ponto com a referência Pix37 (P.M.
Ponta do Caihau).

Os valores mais balxos, menores que a unidade, correspondem ao furo da Silveira,

às nascentes de altitude e ao poço de maré da Silveira 2.

O índice entre as concentÍações de cloreto e bicarbonato é muito importante, na


medida que expressa os dois fenomenos mineralizadores mais importantes que controlam a

mineralização das águas subterrâneas do Pico.

)tt
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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Por um lado a dissolução incongruente de minerais siiicatados das rochas provoca


um aumento do pH e da concentração em bicarbonato e, consequentemente, promove uma
descida da razão em estudo. Desta forma, se for observado um acréscimo do teor duma

determinada espécie em solução acompaúando um aumento do valor do índice TCVTHCO:

conclui-se que a sua origem não se faz unicamente a partir da dissolução das rochas.

O segundo processo que se pode identificar é a contaminação por sais de origem


mariúa, que como vimos acaÍreta uma subida do valor deste índice. O potencial indicador
desta razão relativamente ao processo de mistura com a água do mar advém do facto de na

generalidade das águas continentais variar entre 0.1 e 5, enquanto na água do mar

observam-se em media razões entre 20 a S},largamente ultrapassadas no caso vertente.

Como elemento elucidativo deste significado pode ser apresentado o gráfico que
relaciona a condutiüdade e a nzÁo TCVTHCO: (Fig. 6.33-A). Nesta figura observa-se que

nas águas pouco mineralizadas, com condutividades menores que 2000 pS/cm, o valor da

razáo e baixo devido ao contributo predominante da dissolução de minerais silicatados.

Para mineralizações mais elevadas os índices são significativamente maiores,


constatando-se uma grande flutuação dos resultados, especialmente nos pontos

representativos de águas com condutividades entre 2000 pS/cm e 4000 pS/cm. A


explicação para este facto resulta da existência de dois tipos de águas neste grupo: um
conjunto com teores de bicarbonato muito baixos, que evoluem essencialmente por mistura

com água do mar, o que se reflecte em elevados valores da razão rCVrHCOl, e um segundo
conjunto cujos processos hidroquímicos consistem na contaminação por sais mariúos e na

hidrólise de minerais silicatados, em proporções variáveis e cujos efeitos se traduzem por


índices mais baixos que os anteriores.

As projecções da razão TCVTHCO: contra as relações catiónicas rlírNa, rNa/rCa e

rNa/r(Ca+Mg) revelam uma tendência semelhante, que resulta do predomínio do processo


de mistura com a água do mar (fig. 6.33-8, 6.33-C e 6.33-D). No primeiro dos gráficos
observa-se o decréscimo acentuado da razão IVrNa com o aumento do valor das abcissas

em resultado da mistura com a água do mar. A partir dos valores do Índice TCVTHCO3 mais

elevados ocorre uma estabilização do valor da razão rIírNa, que expressa o grande

318
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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

160,00 0,16 í
140,m 0,14
1a
120,00 ^
(q
o 100,m 0,10
o
E 80,00 o,08
=
ÍJ 60,m 0,06
40,m 0,04
20,m o,o2
0,00 0,00
o,00

30,00 14,00

12,@
25,m
10,00
o
20,00 z+
o tú 8,OO
Ë 15,00 o
6,OO
1
10,00 z 4,@
5,OO 2,ú
0,m 0,00
150,00 0,00

Fig. 6.33 - Relaçâo ú ÍEzão rCLIRHCO3 com a mineralizãção das águas e os Ìâlores dos índicês rK./rNa, ÍNââCa e rNtÍ(Ca+Mg) (âmostrâgeÍn de SetembÍo de 1996)
h a n g e Vi h a n g e Vi
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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

controle da mineralizaçáo pela mistura referida, encontrando-se as especies em solução


distribuídas segundo as proporções relativas observadas na água do mar.

Os gráficos que representam a variação das razões rNa/rCa e rNa/r(Ca+Mg)


mostram um padrão semelhante: para baixos valores das abcissas estes índices aumentam

até estabilizar em torno de um resultado medio que obedece às proporções relativas das
mesmas especies na agua do mar. A maior flutuação da razão rNa/rCa resulta desta ser mais
sensível aos efeitos do processo de hidrolise, pois no denominador apenas está presente o

cálcio. Por seu turno, na razão rNa/r(Ca+Mg) a presença do magnésio no denominador


torna-o mais sensível à mistura, pois a concentração desta espécie aumenta muito no
decorrer deste processo relativamente ao crescimento do teor em cálcio.

A variação da razáo rCllrHCOr em função da razão rM{rCa permite verificar que


para valores elevados da variável em abcissas a segunda destas razões estabiliza em torno

do valor medio da íryta do mar (Fig. 6.3a). Este comportamento é controlado pelo aumento

da percentagem de mistura com a âgoa do mar, e como excepções temos os pontos de âgua

Pixl6, 22 e27, com valores elevados de magnésio relativamente ao cálcio em solução.

14,00

12,O0

10,00

(l 8,00
o
crt

= 6,00

4,00

2,00

0,00

i 0,00 50,00 100,00 '150,00


I
rCl/rHCO3
I

Fig.6.34 - Relação entre as razões TCVTHCO: e rMg/rCa (amostragem de Setembro de 1996).

320
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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m
w w
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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

O comportamento do índice TCVTHCOT em função das espécies cationicas maiores

em solução também é revelador da evolução hrdrogeoquímica das águas. Para este efeito
projectaram-se as concentrações em sodio, magnésio, potássio e cá:lcio contra a razão

TCVTHCOT (Fig. 6.35).Nos grá6cos representados e possível verificar a existência de duas


tendências diversas, marcadas por duas rectas com declives diferentes.

A primeira tendência corresponde às amostras com TCVTHCOT menor que 40, e em


que as concentrações dos referidos catiões aumentam lentamente acompanhando o gradual

crescimento do valor daquele índice. Este grupo de amostras corresponde às águas


subterrâneas em que o processo mineralizador principal e a hidrolise de minerais silicatados

ou Ìrm mecanismo misto em que intervenha este fenómeno a que se devem adicionar os
efeitos da mistura com áeua do mar.

O segundo conjunto de amostras define uma recta evolutiva com maior declive, em
que o aumento da concentração dos catiões acompaúando o crescimento da razão
TCVTHCOT é mais acentuado do que no gÍupo anterior. Este conjunto é bem distinto quando
os valores do índice TCVTHCOT são superiores a 40, e resulta essencialmente da mistura com

água do mar.

Em ambos os grupos os fenomenos modificadores de troca ionica de Ca+Mg por


Na+Iç e üce-versE podem ocoÍrer, não alterando, de qualquer formq as tendências
absolutas delineadas.

Custódio e Llamas (1983) referem que a razão TCVTHCOT funciona como indicador
da concentração de sais ao longo do trajecto de circulação das águas. Neste contexto é

particularmente dificil interpretar esta evolução, atendendo à distribuição dos pontos de

água. Contudo, e em traços gerais, conclui-se que esta concentração aumentará do centro

para a periferia da iÌha, e notoriamente no litoral.

)Ll
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w w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

160,00
160,00
140,00
140,00
120,00
120,00 (9
ao
í00,00 o 100,00
o o
o T 80,00
E 80,00
=
O 60,m
o 60,m
40,m
40,m
20,m I l,:i1.,.,
20,00 ] I

o,oo r,l:r,'i'Ì'i:
o,ml''
0,00 1,00 2,ffi
0,00 50,00 100,00
K (meq/l)
Na (meq/l)

160,00
160,00
140,00
140,00
UJ 120,00
l..J 120,m
Ì.J
a.) 100,00
'100,00
o
o 80,00
Í 80,m
= 60,m
o 60,00
40,00
40m
20,00
20,00
O,0O ,i.'
11 r Ì Ì -'
0,00
o.m 10,00 15,m 20,00 25.00 30,00 35,00
o,00 4,m 6,00
5,OO
Mg (meq/l)
ca (meqll)

(amostragem de setenrbro de 1996)


Fig. 6.35 - Relação entre a razão rclh{Co3 e a concentração dos catiões naiores em solução
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

6.2.2.7 .5. rSO,'/rCl

A razáo rSO./rCl permite, tal como o índice apresentado anteriormente, caractenzar

a evolução da composição química no decurso da circulação das águas subterrâneas. Esta

possibilidade deriva do facto de, geraimente em águas muito mineraiizadas> a concentração

em sulfato tender a ser constante (Custódio e Llamas, 1983)

Em águas menos mineralizadas ao índice rSOy'rCl assume valores semelhantes aos

determinados paÍa as rochas, embora se saliente, novamente, que é necessário analisar o

estado de saturação relativamente às fases minerais que incluem o anião sulfato, üsto que

podem modificar a solubiiidade desta espécie.

Nas águas subterrâneas do Pico os valores estimados da razão rSO,/rCl podem ser
considerados baixos. Com efeito, o resultado medio na amostragem de Setembro de 1996 é

igual a 0.10, com um desvio padrão de 0.08, não diferindo muito dos valores apurados
noutras colheitas.

O ponto de água com a referência Pix4l (nascente de St. Amaro W) apresenta o


valor máximo obtido, igual a 0.55. A estimativa mais baixa e igual aA.Q7 e foi calculada em
cerca de 21Yo das amostras.

Os resultados estimados com esta razão são controlados pelo processo de mistura
com a água do mar. A variação do índice rSO./rCl em função da condutividade e da razáo
TCVTHCOT demonstra este comportamento (Fig. 6.36).

Em ambos os gráficos verifica-se um decréscimo acentuado da razão rSO./rCl há


medida que a magnitude da contaminação por sais de origem mariúa aumenta, com o

consequente acréscimo da mnerahzação das águas e da concentração em cloretos


relativamente ao sulfato e ao bicarbonato. Observa-se igualmente que para valores das

abcissas superiores respectivamente a 2000 pS/cm e a 2.87 o índice rSO+/rCl estabiliza, em

resultado da diluição provocada pela água do mar, o que confere às águas subterrâneas

conteúdos em sulfato e cloreto proporcionaimente semelhantes ao das águas mariúas.

323
h a n g e Vi h a n g e Vi
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0,00 o,m l-
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+r
4000 6000 0,00 150,00

Cond. ( S/cm)

1996)
Fìg.6.36 - Relação darazão rSO.t/rCl corn a mineralização das ágras e o valor darazão rCl/rHCO3 (amostragem de Setembro de
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

No intuito de caracterizaÍ as fácies hidrogeoquímicas das águas subterrâneas da ilha

do Pico utilizaram-se os diaeramas triangulares de Piper (Piper, 1944).

Utilizando como referência a amostragem de Setembro de 1996 verifica-se que a

maioria das amostras corresponde a águas do tipo cloretadas sódicas. Este grupo
compreende 86.80/o dos exemplares estudados (Fig. 6.37). Ao tipo cloretada sodica
pertencem ainda as amostras do furo do Cabo Branco (Ref Pix6), cuja ultima recolha no
âmbito do presente trabalho ocoÍïeu em Outubro de 1994, e do furo da Mirateca (ReP
Piú), relativo à amostragem de Março de 1996.

Fig. 6.37 - Diagnma de Piper reiativo à projecção da composição guimica das águas subterrâneas ú ilha do
Pico.

325
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

As análises do furo de São Roque, publicadas por Lobo (1993), e da nascente


mineral de St. Amaro (Demande et al., 1982a) também correspondem a águas cloretadas

sodicas.

O processo mineralizador comum a todas estas á_zuas subterrâneas, e que permite


explicar a sua tipologia hidroquímic4 é a contaminação por sais de origem mariúa em
resultado de mistura com água do mar. A intrusão salina é, desta forma, um processo de
grande impacto na ilha do Pico.

As restantes águas analisadas são menos mineralizadas e o processo hidroquímico


principal corresponde à hidrolise de minerais silicatados, traduzida pelo aumento da
concentração de bicarbonato na solução. Este mecanismo faz com que todas as águas deste
grupo sejam do tipo bicarbonatado diferindo, contudo, no catião principal.

Os pontos de água com as referências Pix13 (furo da Silveira), Pix20 (nascente de


St. Amaro E) e Pix39 (nascente do Landroal E) podem classificar-se como águas
bicarbonatadas sodicas magnesianas. A nascente da Praiúa (Ref Pixig), colectada pela
última vez em Outubro de 1994, corresponde a uma água do tipo bicarbonatada sódica.

A írniç4 eventual influência mariúa a que estas nascentes estão sujeitas relaciona-se

com o acarreio de sais mariúos pela água da chuvq o que poderá expücar o tipo de água
bicarbonatada cloretada sodica magnesiana da nascente de St. Amaro W (Pix41) e cloretada

bicarbonatada sodica da nascente do Landroal de Cima (analise de Lobo, 1993). Esta


hipotese deriva do facto da âgoa das chuva nas ilhas, ou nas regiões costeiras no geral,
constituir um eficaz mecanismo de transporte de sais em solução. A concentração de
cloretos das chuvas depende de vários factores, saiientando-se pela sua importância a

distância ao mar, o volume da precipitação, as condições orográficas e a direcção do vento

(Custodio, 1975).

Um peúl da concentração em cloretos da água das chuvas realizado na costa N da


ilha permitiu constatar o decréscimo do teor daquela espécie com o aumento da altitude,
variando entre 39.57 mg\, à cota 5m, e 6 68 mgil aos 780 m (Fig. 6 38). O gradiente

326
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

diminui ao longo da vertente, o que é demonstrado pelo teor de 4.05 mgll de cloretos
observados no topo do Piquinho aos 2351 m da altitude.

40,00
I

35,00

l
30,00

l=
I

25,00
lol
IE 20,00

lo 15,00
1

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I

5,00
I

0,00
I

I
i_

Fig. 6.38 - Variação da concentração em cloretos na água da chuva segundo um perfil executado na costa N
da ilha do Piço.

Este grupo de águas bicarbonatadas inclui ainda a amostra do poço de maré Silveira

2 (Ref Pix40), que e do tipo bicarbonatada cloretada sodica em resultado da acção conjunta

da hidrolise de minerais silicatados e da contaminação por sais de origem mariúa.

A distribuição espacial dos tipos hidroquímicos e evidenciada no mapa em que se

procedeu à representaçáo da composição química das águas mediante a projecção em

diagramas de Stiff(Stifl 1951; Anexo 3).

A observação do referido mapa de diagramas de Stiff permite verificar o aumento

brusco da mineralizaçáo das águas na zofla litoral da ilha, especialmente bem marcada nos
poços de maré, onde o predomínio das fácies cloretadas sodicas e absoluta. A única

excepção a esta tendência corresponde aos pontos de água com as referências Pix40 (P.M.

Silveira 2), que consiste numa água bicarbonatada-cloretada sódica, e Pix13 (Furo da

Silveira), que e uma água bicarbonatada sodica-magnesiana.

327
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XC e XC e
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c u -tr a c k c u -tr a c k

Os diagramas referentes às nascentes de altitude salientam-se pela sua menor


ffislalização, bem patente neste mapa peia menor dimensão dos diagramas respectivos
quando comparados com os pontos de água litorais, e por corresponderem essencialmente a

fácies bicarbonatadas ou bicarbonatadas-cloretadas, em que o catião predominante é o


sodio.

A concentração das espécies em solução nas águas, assim como a respectiva


mobiüdade, são controladas pelo equiiíbrio químico estabelecido entre a âgoa e as espécies

solidas das rochas constituintes dos aquíferos.

Um sistema água-rocha tende naturalmente para o estabelecimento do equiübrio


químico, para o que contribuem processos estabilizadores como a precipitação ou a
dissolução de espécies minerais. Não obstante, e por acção de condicionantes externas,
verifica-se frequentemente a ocorrência de águas subsaturadas ou sobressaturadas
relativamente a alguns minerais.

Para aquilatar o estado de equilíbrio de uma água relativamente às fases minerais


pode-se recorrer a medidas de desequilíbrio, nomeadamente o índice de saturação (IS)
referente às reacções de dissolução.

Neste estudo caractenzaram-se os estados de equiübrio das águas analisadas em


relação à silicq aos minerais carbonatados e a alguns siiicatos. No que concerne a estes
últimos estudou-se o índice de saturação em alguns minerais presentes em basaltos, como a

anortite, as piroxenas e as olivinas, comparativamente com o de alguns outros minerais

como a albite e a microclina.

328
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Os resultados obtidos através do programa de especiação Hidspec, que calcula o IS


para 55 espécies minerais, estão discriminados nos Quadros 6.7 e 6.8.

Relativamente aos minerais de sílica constata-se que as águas subterrâneas da ilha do

Pico estão geralmente sobressaturadas em calcedonia, cristobalite e quartzo. Quanto à sílica


gel verifica-se que a maioria das águas revelam insaturação relativamente a esta espécie,
com excepção das amostras Pifl.,3, 4, 5, 12, 15, 16, 7, 18,22,23,24 e 25.

No que concerne aos principais minerais carbonatados, calcite e dolomite, observa-


se que a maioria das amostras coÍrespondem a águas não safuradas. As unicas águas
sobressaturadas em relação à calcite correspondem aos exemplares Pix14 e 15, enquanto em

relação à dolomite se constata que as águas Plx6,74,26,27,34,37,44,45 e 46 são


sobressaturadas.

A projecção dos índices de saturação relativos aos principais carbonatos contra a

condutividade e o pH permite verificar que o estado de equilíbrio se aproxima da saturação


há medida que a mineralização aumenta, estabilizando em torno do valor Log(IS) igual a

zero, indicativo do equilíbrio, embora na maioria dos casos não ultrapasse este limiar (Fig.
6.39). Uma relação positiva também pode ser observada entre o Log(IS) e o pH, embora a

sua definição não seja a melhor.

As águas do Pico são todas subsaturadas em relação aos termos finais da solução
solida das olivinas, faialite e forsterite. O índice de saturação relativamente a este último
mineral e mais elevado que o registado para a faialite, e a sua representação grâfrca contra o

pH revela uma dependência do estado de equilíbrio em função deste parâmetro químico,


reflectida numa relação linear bem marcada entre ambas as variáveis projectadas (Fig. 6.40).
Há medida que a condutividade da água aumenta observa-se a subida do IS, até ocorrer a

estabilização deste índice, o que se explica pelo controle da mineralização das águas pela

composição química da água do mar com que se misturam em proporções elevadas (Fig.
6 40).

As águas subterrâneas frias da Islândia, ao contrário do exposto, estão mais


saturadas em faialite do que em forsterite (Gslason e Arnósson, 1993). Tal facto poder-se-á

329
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Mineral
Albíe SS NS SS IìS SS ss SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS ss

AnortÍte ns ns ns ns NS ns NS NS ns NS NS ns NS NS NS ns n5 ns ns

Caulinite SS SS ns SS 1ÌS SS SS ss SS SS SS SS SS ss SS

Cloúe tls NS ns ns NS ns NS ns ns ss ns ns NS NS NS ns ns ns ss NS

ilite ss ns SS SS ns SS ss ss ss SS SS ss SS ss ss SS ss

ns ss SS SS SS SS SS SS SS SS ss ss SS
Mc'ntmorilonit+Ca SS NS ss SS SS

\Ír:ntmoriionite-K SS IÌS SS SS Íls ss SS ss SS SS SS SS SS SS SS SS

\íoscovite SS ns ss ÍÌs SS ss SS SS SS SS SS ss SS SS SS

ns ss ss SS SS SS SS SS SS ss SS SS
Prenite ss ss ss SS

Ternrolite ns ns ns NS SS ns ns SS NS SS NS ns ns ns ns NS ns ss SS

Brucite ns ns ns ns ns Its ns tls ns ns ns ns ns ns ns ns NS ns NS NS

ns ns ns NS ss ns ns NS ns ns ns ns ns ns NS ns
Clinoenststite ns NS ns ns

Crisó1ito ns Íls Íìs ns ns ns ns SS ns ns ns ns ns ns ns NS NS NS NS

ns ns IÌS Íls n5 ns ns ns ns ns ns
Dimsido ns ns ns Its ns NS NS

ns ns IìS ns ns ns os ns ns Íts ns ns ns NS ns ns
For*erite ns ns ns

ss ss ss SS ss ss ss
l:umontite SS ss ns SS SS ns ss SS SS SS SS SS

SS SS
Microclina SS SS TÌS 33 SS ns SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS

ns ss ss ss ss ss SS SS ss ss SS SS
lvÍqtmorilonit+lv{e ss SS ÌÌs ss ss SS SS SS

Íìs ss ss SS ss SS ss SS ss ss SS ss SS
Níontmorilonite-Na SS SS ns ss SS SS

tÌs ss ss ss SS ss SS SS SS ss SS SS
Pirofilite ss SS NS SS SS SS

lìs ns ss ns ns ns NS ns NS ss ss
Talco SS IÌS ns SS ns ss SS SS SS

ss ss ss ss ss ss SS SS ss ss ss SS ss SS SS SS
Calcedcrria ss SS SS SS

ss SS SS SS ss SS SS ss ss SS ss SS ss
Cris.obalite SS ss ss ss ss SS SS

ns SS tìs ss ss SS ss ns ss ss ss ss ns ss
Sílica eel IìS SS ss ss SS

ss ss ss ss SS ss ss SS ss SS ss SS ss SS
Quartzo SS ss SS ss ss SS

ns ss ns ns IÌS ru! ns NS ÌÌs ns ns ns ns ss ss


Dolomite lìs ns ns TÌS SS

ÍÌs rls ns ns ns ss ss SS ss
Dolomile-ord SS SS SS ns IÌS SS ns IìS ss IìS SS

ns ns ns ns NS ns ns tìs ns OS NS ns ns ns
Gesso Í1S ns ns ns Íìs NS

ns NS ns ns ns ns ns NS Í1S ns ns ns ns ns NS
Mamesite tÌs ns ns ns NS

ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns NS
Anidrite ns ns ns Íls ns SS

ns ns ns ns ns ns ns ns ns NS ns ns
AraeoÍìite ns TÌS ns ns ns ns ss NS

ns lls ns n5 NS NS ns ns ns ss ns
Calúe ns ns ns ns ns ns ns SS

ns ns ns ns ss ns NS ns NS NS ns ns ns NS SS NS
Dolomite'desor ns ns NS NS

ns ns ns NS ÌÌs NS ns ns ns NS ns ns ns
Halite ns ns ns NS ns ns NS

ns ns ns ns IÌS ns ns ns ns ns ns NS ns ns NS
Hidromamesite ns NS NS ns NS

ns SS SS SS ss SS SS SS ns SS
Boernite SS ss NS SS SS

ns SS SS ss SS SS ss ss ss SS SS
Gibsit+çris. ss ss NS SS SS

minerais investigadas pelo progama de especlação


euadro o.z - Índices de saturação relativos às fases
Hidspec.

330
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c u -tr a c k c u -tr a c k
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Mineral 2E tq 30 31 32 33 34 36 JI 38 39 JO {l .13 .t{ J5 f6 t1 {8

Albite SS SS ss SS ss SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS

ÁnoÍtÍte ns NS ns ns NS ns ns ns ns NS ns ns NS ns NS NS NS NS ns ns

Caulinite SS SS ss SS SS SS ss SS SS SS SS SS ss ss ss

Cloúe ns NS ns ns ns ns rÌs ÍÌs ns ns ns NS NS ns ns ns NS NS NS

Ilite SS ss ss SS SS ss ss SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS

\{ontmorilonit+Ca ss ss SS ss SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS

MontmorilsniteK ss ss SS ss SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS SS

lvÍoscovite ss ss ss ss SS ss ss ss SS ss SS SS ss ss ss

Prenite SS SS SS SS ss SS SS SS SS SS SS ss SS ss ss SS

Termolite SS NS SS SS ns ss ss SS ss ns ns NS ns ns SS SS ss SS SS

Brucite ns ns ns ns ns ns ns ns ns NS NS ns NS ns ns ns ns NS ns

Clinoo$.atite ns os NS ns ns ns ns ns ns ns NS ns ns NS ns NS NS ns ns NS

Crisólito ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns NS NS ns ns ns ns ns ns ns ns

Dicpsido ÍÌs ns ns os ns ns ns ns ns ns ns ns Íts ns ns ns ns ns ns ns

For$erite Íìs nq ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns

12rrm6raúe SS SS ss ss SS ss ss ss ss ss ss ss ss ss SS ss ss SS

lvficroclina ss SS SS ss SS ss ss ss ss ss ss SS SS ss ss ss SS SS ss

ìvÍontrnorilonit+Me SS SS ss ss ss SS SS ss ss ss SS SS ss SS SS ss

MontmoriloniteNa ss ss SS ss ss ss SS SS ss ss ss SS ss ss ss SS ss SS ss ss

Pirofilite SS SS SS SS ss ss ss SS ss ss ss SS ss ss SS SS

Talco 5S ns SS Írs ss SS ss ss ss ss ns ns ns NS TìS ss ss ss SS ns

ss ss ss ss ss SS ss SS SS ss SS
Calcedonia ss SS SS ss SS SS SS SS

ss ss ss ss ss ss SS ss
Cris.obalíe ss ss ss ss SS ss ss SS SS SS SS SS

Sílica eel IIs ns ns ns ns ns Íts ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns NS ns

ss ss ss ss SS ss ss ss ss ss SS SS SS
Ouartzo ss ss ss ss SS SS SS

ns tls ns ns ns ns ns ns ns ss ss SS ns NS
Dolomite ÍÌs NS NS ns SS SS

ns ns ns ss ss SS ss SS
Dolomiteord ss ns SS SS ss ss SS SS SS SS SS

ns ns ns ns ns ns NS ns ns ns ns ns ns ns ns
Gesso IÌS ns ns ns NS

ns ns ns ns ns ns ns NS ns ns ns ns ns ns ns
Magresite NS ns ns ns NS

Ììs ns ÍÌs ns ns ns ns Íts ns ns ns tìs ns ns ns


Anidrite tìs ns ns ns

ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns ns NS
Araeonúe NS ns ns ns

ns ns ns ns NS NS ns NS ns ns ns NS
Calúe ns ns ns NS ns ns NS NS

ns ns ns NS ns ns ns ns NS ns ns ss ns ns
Dolomitedesor ns NS ns NS

ns ns ns ns NS ns NS ns ns ns ns NS ns ns NS
Halíe ns ns ns NS

ns ns ns NS ns ns ns NS ns NS NS ns ns ns ns
Hidromasresite NS ns ns NS

SS SS ns SS SS SS SS SS SS SS SS NS NS
Boernite ss SS ss NS SS SS

ss ss SS SS SS SS SS SS SS SS SS
Gibsite-cris. ss ss SS SS SS

minerais investigadas p€lo progama de especiação


euadro 6.g - Índices de saturação relativos às fases
Hidspec (continuação).

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1

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e à dolomite em função da condutividade e pH das águas'


Fig. 6.39 - Representação gráfica da variação do Log(IS) relativo à calcite
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Forsterite
Forsterite

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-11
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e pH das águas
relativo à forsterite em função da condutividade
Fig, 6.40 - Representação gráfica da variação do Log(lS)
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

explicar pela introdução de magnésìo nas águas do Pico em resultado da mistura com a á2a

do mar.

O comportamento das águas relativamente a algumas piroxenas é semelhante ao

anterior, estando todas as amostras subsaturadas no que concerne ao diopsido eà


clinoenstatite. Unicamente a amostra com a referência Pixi4 denota uma tendência oposta,

encontrando-se sobressaturada naqueles minerais. Os padrões gráficos do Log(IS) versus a

condutividade e o pH são semelhantes aos anteriores, o que se explica pelas causas


oporfunamente indicadas (Fig. 6.41).

Todas as amostras são sobressaturadas em relação à microclin4 verificando-se que


em função da condutividade o Log(IS) tem um comportamento similar ao anterior (Fig.
6.42). Esta variável quando projectada contra o pH mostra um comportamento traduzido
por uma relação linear negativa" que indica valores de pH menores para log(IS) mais
elevados.

O estado de equilíbrio para as fases minerais extremas da solução solida das

plagioclases (albite e anortite) é diverso, pois as águas estão sobressaturadas relativamente à

albite mas subsaturadas em anortite. O grafico que relaciona o Log(IS) com a condutividade

sugere um controle deste índice pela mineralização das águas, reflectido peia estabilização

daquela variável nas águas com maior quantidade de sais (Fig.6.a3). Idêntica observação foi

realizaía no estudo de Gslason e Arnósson" 1993.

Em ambos os casos verifica-se uma relação linear negativa entre o Log(IS) e o pH,
indicativa de valores deste último parâmetro mais baixos nas amostras com sobressaturação
mais evidente (Fig.6,43).

3 3-+
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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Cond. (US/cm)

em flrr,ção da condutividade e pH das águas'


Fig. 6.41 - Representação gráfica da variação do Log(IS) relativo ao diópsido e à clinoenstatitr:
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I

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J

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4000 6000
Cond. ( Slcm)

e pH das águas'
Fig. 6.42 - Representa ção gráficada variação do Log(IS) relativo á microclina em função da condutividade
h a n g e Vi h a n g e Vi
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c u -tr a c k c u -tr a c k

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1

o
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I
I

Anortite Anortite

u
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i..l

em função da condutividade e pH das águas'


Fig. 6.43 - Representação gráfica da variação do Log(IS) relativo à albite e à anortite
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

6.2.3.2. Diaeramas de Estabilidade Mineral

A dissolução incongruente dos minerais silicatados, promovida pelas águas


infiltradas e agressivas em resultado do COz dissolüdo, coloca em solução catiões e sílica.

O resíduo aluminosilicatado remanescente e constituído essenciaimente por minerais


argilosos, e caracteúa-se por um valor da razão AVSi superior à verificada na rocha
originai (Freeze e Cherry, 1979).

A análise da solubilidade dos silicatos aluminosos implica o recurso a diagramas


tridimensionais, em que são projectados nos eixos a concentração desta espécie, a

actividade da sílica e o pH. Contudo, e atendendo à concentração muito reduzida de

alumínio em solução, é usual optar-se por uma aproximação, assumindo que o alumínio é

totalmente retido nas fases minerais. Esta simplificação permite reescrever as reacções
químicas considerando o AlzO3 inerte, ou seja que o potencial químico desta especie é

controlado pelas reacções no sistema água-mineral (Drever,1997).

Obüamente que, embora muitos minerais não atinjam o equilíbrio termodinâmico


nos solos ou nas rochas, as respectivas constantes de equiiíbrio permitem obter informações

no que concerne ao seu comportamento e ocorrência (Langmuir,l99l).

Este comportamento é convenientemente estudado a partir dos diagramas de

estabilidade mineral, que são projectados a partir das equações que expressam as reacções

químicas água-rocha e dos respectivos paÍâmetros termodinâmicos das constantes de


equilíbrio. Em virtgde da aproximação já apresentada" as reacções consideradas ocolrem
entre minerais, não sendo tomadas em conta as reacções de precipitação-dissolução de uma

so fase mineral, mas com a vantagem de se poderem utilizar diagramas bidimensionais


(Drever, 1997).

Existem numerosas referências à aplicação de gráficos deste tipo, em que se projecta

o Log(ptn-liffn contra o Log[H+SiO:] com o objectivo de descrever e interpretar a

composição química de sistemas de águas naturais, e uma selecção destes trabalhos está

338
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

indicada em Langmuir (1997). Genericamente, um diagrama de estabilidade deste tipo

apresenta o aspecto patente na Fig 6.44, em que se podem definir dois dominios principais,
relativos a sistemas dominados pelas rochas (rockdominated) e pelas fases aquosas (water-
dominated) (Langmuir, 1997).

Domínio Rochoso

Aluminosilicatos
(Feldspatos, micas, ete)

Montmorilonites
yermiculites
ilites
Gibsite Caulinite

Domínio Aquoso

Ioe IH.SiOj]

Fig. 6.44 - Representação esquenática dum diagama de estabiüdade mineral tipo entre o Log(tMn?Ffl")

e o Log[ H"SiO: ] . mostrando as relações entre as principais fases minerais (modificado de

Lanemúr. 199n.

Com efeito, os siiicatos primários, incluindo os feldspatos e as micas, são estáveis


nas condições vigentes em sistemas dominados pelas rochas, que se caracterizam poÍ um

valor de pH alto e elevadas concentrações de sílica e catiões. No outro extremo deste


gráfico, em sistemas dominados pelas águas, que se caracteúam poÍ serem ligeiramente

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c u -tr a c k c u -tr a c k

ácidos pela ocorrência duma extensa iixiviação das fases sólidas, as espécies estáveis
correspondem à caulinite e, por firrr' à gibsite.

A zona intermedia definida no gráfico anterior corresponde a sistemas caracterizados

por pH alcalino e teores em síiica e catiões elevados, mas mais baixos que os observados em

sistemas dominados pelas rochas. Estas condições são usuais em solos parcialmente
lixiüados e as montmorilonites- as ilites e as vermiculites dominam.

Não obstante todas as vantagens decorrentes da projecção de diagramas de


estabilidade mineral algumas contrariedades podem ser identificadas. A primeira destas
vicissitudes result4 desde logo, da possibilidade do alumínio ser solúvel em águas com pH

menor que 5 e superior a 9, o que contraria a assunção de que esta espécie é insolúvel e

conservativa entre as fases reagentes e as fases solidas resultantes (Langmuir,1997).

Por outro lado, considera-se a existência de equilíbrio químico entre todas as fases
do diagramE o que implica taxas de reacção muito rápidas entre as espécies aquosas e as

rochas de forma a attnglr aquele estado. Não obstante, em sistemas pouco profundos e de

baixa temperatura, em que as águas apresentem tempos de residência curtos e taxas de


reacção mineral-mineral e mineral-solução lentas, como é característico de meios muito
permeáveis, este pressuposto é múto questionável (Langmuir,1997).

O último problema com que se depara resulta da extrema sensibiüdade das fronteiras

definidas entre os vários domínios do diagrama, relativamente aos valores exactos das
constantes termodinâmicas consideradas para as espécies aquosas e solidas consideradas

@rever, 1997). As incertezas resultam das medidas experimentais efectuadas, da

extrapolação das energias livres de formação a partiÍ dos resultados experimentais e, ainda,

das diferenças reais verificadas nas propriedades das fases minerais (Drever, 1997).

Esta última questão prende-se tambem com o facto de se assumir que as fases
projectadas apresentam uma composição fixa e determinada, colTespondente a um estado de

pureza, o que numeÍosas vezes não tem paralelismo com os sistemas naturais. Este facto e

particularmente notorio no caso das micas e dos feidspatos, bem como de algumas soluções

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c u -tr a c k c u -tr a c k

solidas complexas e muito variáveis, que apresentam na naturezamais espécies quimicas que

aquelas efectivamente representadas num dia-rrama bidimensional (Langmuir, 1 g9i


).

No caso vertente da ilha do Pico os gráficos de estabilidade foram elaborados


recorrendo às actiüdades das espécies calculadas pelo modelo de especiação Hidspec.

6.2.3.2.1. Aluminosilicatos de Na

A projecção dos resultados anúticos no gráfico LogH.SiOl contra

Log(a-"- / u",) mostra que as amostras são projectadas nos cÍÌmpos de estabilidade da

montmoriionite-Na e da albite fFie. 6.45-A).

Discriminando os dois grupos de águas constata-se que as amostras com as

referênciás Pix12, 13, 15, 18,20,39, 40 e 41 conforrnam-se ao campo de estabilidade da

montmorilonite-Na. Os traços comuns a todas estas amostras são a sua baixa mineralização,
como e notório no caso das nascentes de altitude, e uma evolução hidroquímica
predominantemente controlada pela hidroüse de minerais siücatados.

Os restantes pontos de água, que englobam as amostras mais mineralaadas e onde a

mistura com a água do mar é mais extensa, caem no campo de estabilidade da albite.

A trajectoria hidroquímica das águas subterrâneas que contactem com rochas ricas
em minerais de sodio pode ser seguida num diagrama deste tipo. Desta forma, quando a

dissolução incongruente se inicia o catião FI- e H*SiO! são dissolvidos e ocoÍre a formação

de um resíduo sólido, no caso a gibsite (Freeze e Cherry, 1979).

Se a dissolução se torna mais extensa as concentrações de If HISiO: nas águas

aumentarrq observando-se que os pontos representativos das amostras são sucessivamente

projectados nos campos de estabilidade da caulinite e da montmorilonite-Na, o que indica a

formação desses resíduos soiidos.

3-t I
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC XC
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A reacção de transformação da albite em montmorilonite-Na é dada pela equação


química seguinte (Freeze e Cherry, 1979).

NaAtsi,o , *1r- iNuorrar.,,Si,.uro,o(oH), *9Nu* *]9H*siol


ïtpo
Como se pode observar a reacção anterior acarreta o consumo de protões lf, o que
implica a subida do valor de pH quando o sistema e fechado até alcançar o equiiíbrio
químico. Em sistemas naturais abertos ocoÍre o constante fornecimento de fi+, pelo que o
equilíbrio não é atingido @âces, 1972).

Quando, por fir4 o campo de estabilidade da albite é atingido a dissolução do

feldspato potássico cessa. E de realçaÍ que tal facto implica geralmente um grande tempo de

residência das águas subterrâneas (Freeze e Cherry, 1979) embor4 no caso do Pico, a

estabiüdade relativamente à albite da maioria das amostras se possa explicar essencialmente

pela subida dos teores do sodio em resultado da mistura com a água do mar.

2.3.2.2. Aluminosilicatos de K

O diagrama de estabilidade dos aluminosilicatos de K*, que relaciona o LogHlSiO:

com o Log(a*. t ur-) revela que os pontos relativos às análises efectuadas são projectados

no campo de estabilidade da microclina (Fig. 6.a5-B).

6.2.3.2.3. Aluminosiiicatos de Ca

Os pontos representativos das amostras no diagrama de estabilidade dos minerais de

cálcio (LogHoSiO! vs Log(a.",. t u^-t) caem todos, sem excepção, no campo de

estabilidade da montmorilonite-Ca (Fig 6.46-A).

312
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Log tl4Sl04 -4
Loo Ìldsl04

Fig. 6.45 - Diagramas de estabilidade mineral dos aluminosilicatos de Na* e K*.


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c u -tr a c k c u -tr a c k

A reacção química que expressa a transformação da anortite em montmorilonite-Ca


é dada por (Carvalho, 1989):

TCaAi,SirO, * 8H4SiO: +lzlH- c> 6Cao.rrAI*.urSir.rrO"r(OH). +6Ca2* + 16H,O

A equação química anterior implica o consumo de protões lf, com as consequências


já discutidas, e de sílica aquosa, o que faz com que a concentração desta ultima na solução
sofra uma reducão.

6.2.3.2.4. Aluminosiiicatos de Ms

A projecção dos resútados anaiíticos no gráfico LogHoSiO! contra o

- / r\
Log(a*,, I ar.') permite observar que a maioria das amostras se distribuem no campo de

estabilidade do talco (Fig. 6.46-8). Contudo, verifica-se que o grupo de amostras


representativo das nascentes de altitude (Ref Pix20, 39 e 47), bem como o furo das
Ribeiras (Pix15) e o poço de maré da Silveira 2 (Pix40), são projectadas no campo de
estabilidade do quartzo.

6.2.4. Síntese dos Processos Mineralizadores

Um dos traços marcantes da hidrogeoquímica da ilha do Pico relaciona-se com as

mineralizações bastante elevadas que podem ser observadas em muitos pontos de água,

invariavelmente situadas na zona litoral.

A tendência evolutiva regional é caracterizada por um aumento da mineralização e

da concentração do catião e anião principais, sodio e cloreto respectivamente, desde o


interior da ilha até à costa. Um padrão evolutivo semeihante para a mineralização das águas
subterrâneas foi também identificado no maciço vulcânico das Sete Cidades, em São Miguel

(Coutiúo, 1990, Coutiúo et al., 1991a e 1991b) e na ilha de Santa Maria (Cru2, 1992,
Cruz et al ,1992)

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Log H4St04 Loo lJ45l04

Fig. 6.46 - Diagramas de estabilidade mineral dos alunrinosilicatos de Ca2* e Mgt'


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c u -tr a c k c u -tr a c k

Custodio (1975) explicou idêntica tendência observada na ilha Canâna como


resultante de alguns factores: concentração no solo de sais carreados pelas chuvas,
contaminação a partir de sais mariúos transportados pelas chuvas e lixiviação das rochas.

Analisando sucintamente os pÍocessos elencados no referido trabalho imediatamente

se conclui que, no cÍIso vertente, alguns destes fenomenos não têm significado no âmbito da

evolução geoquímica das águas subterrâneas da iiha do Pico

A precipitação atmosferica e muito elevada, e em muitos sectores da iiha ocoÍrem


excedentes em água ao longo de todo o ano, o que inüabiiiza a lixiüação de eventuais sais
concentrados nos solos a partk da âgua da chuva. Por outro lado a lixiviação das rochas

implicaria tempos de residência longos ou retenção parcial da água pelos aquíferos, o que é

inüável atendendo àrâpida circulação em meio muito permeável como o considerado para a
ilha do Pico

Com efeito, as propriedades hidrodinâmicas dos aquíferos exercem um controle


sobre a extensão do processo de interacção água-rocha, sendo de esperar que velocidades

de circulação râpida impüquem a ocorrência de águas pouco mineralizadas, em resultado do

curto tempo de contacto entÍe o meio aquoso e o rochoso (Langmur,1997).

O excesso de cloreto nas águas relativamente ao valor esperado por simples

dissolução dos minerais das rochas também comprova que este processo não pode explicar

sobremaneira as concentrações atingidas por aquela especie. Com efeito a razão CWr
calculada a partir de uma anáüse amostra de rocha da ilha do Pico (Schilling et a1.,1980) é

igual a 437.23, enquanto nas soluções o valor medio deste índice é igual a 498.41, com um
desvio padrão de 78.21. A razão máxima calculada nas águas e igual a 562.44, e foi
determinada a partir da amostra Pix48.

Unicamente no caso do ponto de água Pix20 o índice rCl/rBr é menor que o


verificado no meio litologico o que reflecte, neste caso, a inexistência de mistura com a

água do mar e a pouca extensão do fenomeno de hidrolise dos minerais silicatados.

Torna-se, assim, necessário formular outra hipotese, que como já foi apresentado
prende-se com a existência de mistura das águas subterrâneas com a âgua do mar, em

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c u -tr a c k c u -tr a c k

resultado do fenomeno de intrusão mariúa, que por si so permite explicar as concentrações

muito elevadas de alzuns catiões e aniões maiores.

O processo de mistura com a água do mar também pode ser demonstrado através da

análise de elementos menores (Lloyd e Heathcost, 1985 inLloyd e Tellam, 1988) Neste

contexto os elementos menores mais interessantes são aqueles que denotam concentrações
muito diferentes na água do mar e na água doce, como por exemplo o estrôncio, o brometo,
o boro, o lítio, o iodeto e o manganês (Perez e Evangelista, 1988, Lloyd e Teilanr, 1988,
Richter e Kreitler, 1993).

A projecção da concentração em cloretos contra os teores de estrôncio, brometo,


boro e iodeto mostram relações lineares entre os pares de variáveis consideradas nos
grá6cos, o que reflecte a origem comum no processo de mistura com a âgua do mar (Fig.

6.47). Os coeficientes de correlação extremamente significativos obtidos para os pares de


elementos Cl-Sr (r:0.956), Cl-Br (r:0.999), Cl-B (r:0.995) e Cl-I (r:0.952) comprovÍLm o

exposto.

Apesar do comportamento do lítio ser pouco estudado na bibliogrúa apresenta uma


grande dependência do teor em cloretos (Perez e Evangeüst4 1988), o que comprova a

influência da mistura com a ërgua do mÍÌr quando a concentração daquela espécie


conservativa tiver origem neste processo.

A demonstração da dependência do teor em lítio relativamente à percentagem de

mistura pode ser feita igualmente em função de outro elemento menor que caracterize este
processo. Neste caso, o gráfico que relaciona a concentração em lítio com a concentração

em boro revela a existência de dois grupos de amostras (Fig. 6.48) Um grupo com
conteúdo em boro menor que 0.2 mg{ e teores em lítio crescentes, que agregará águas que

evoluem por interacção água-rocha. O segundo conjunto mostra os teores naquelas espécies

a aumentar conjuntamente, com uma relação linear bem marcada, o que se explicará pela
proporção cÍescente de mistura com a água do mar.

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'
1 000 5000
Cl(mg/l) Ct(mg/l)

Fig. 6.4? - Relâçâo e re a concentração em cloÍetos e os leoles nos elementos menoÍe6 esÍôncio, brometo, boro e iodeto (âmostÍagem de Setemb'ro de 1996)
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o,4

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o,02 0,04 0,06 0,08


Li(mg/l)
il
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Fig. 6.48 - Relação entre os teores em boro e lítio (amostragem de Setembro de 1996).

A proporção da mistura com a âgua do mar pode ser calculada assumindo um


modelo de mistura conservativa. O parâmetro conservativo geralmente utilizado ea
concentração em cloreto, especie que se caracteriza por uma grande constância.

A invariabilidade do cloreto é demonstrada pelo longo intervalo de tempo necessário


para a substituição deste anião nos oceanos, relativamente à alimentação actual destes a

paftir dos rios, e que e igual a 87 milhões de anos (Berner e Berner, 1987).

A percentagem de mistura conservativa pode ser calculada pela expressão seguinte

(Appelo e Postma, 1993):

fficl-,u-.t - fla,-,".0*"
f-
tmat
-
m^,_
Lt ,maÍ -
m^._
Ll ,a.ome

em que: fficl-,...,, concentração em Cl- (mmol/l) na âgua resultante da mistura

fl",-.-u,, concentração em Cl- (mmoVl) na âgua do mar

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c u -tr a c k c u -tr a c k

ü.,-.,.0*", concentração de cl- (mmovl) na á9ua que representa o início

da mistura (f.-:0)

Um metodo eficiente para caÍactenzar os processos hidroquímicos relacionados com


este processo consiste na determinação da composição química teorica da água resultante

da mistur4 segundo a proporção calculada pela formula anterior. Posteriormenre, promove-

se à comparação com as concentrações reais na amostra efectivamente misturada, o que


inciusivamente pode ser realizado através da projecção em diagrama de piper.

Para este efeito as concentrações teoricas de um qualquer ião (I), num modelo de
mistura conservativa podem ser determinadas pela equação (Appelo e postm4 1993):

Di,-;,. = f*,.ffii,-., +(1 -f-,,).4,.".u*"

A aplicação desta metodologia permitiu calcular as percentagens de mistura


conservativa referentes às iíguas estudadas em que o teor de cloretos era superio r a 280

mg/l (Quadros 6.9,6.10 e 6.11). Aszumiu-se como termo inicial a composição média das
águas das nascentes de altitude.

Verificou-se, assirn, que as percentagens de mistura calculadas variam entre um


máximo de 35.17%o e um mínimo de 1.420Á. Os valores mais baixos coÍrespondem à maioria
dos furos de captação, nomeadamente os pontos com as referências Pix2, 4, 5, 14 e à
nascente da Silveira (Ref Pix12).

As proporções de mistura mais elevadas foram determinadas nos poços de maré


salientando-se, com valores superiores a 15Yo, os pontos de água Ptx32, 34,36,37 , 38 e 47 .

A percentagem máxima corresponde ao poço da Ponta do Calhau (Ref Pix37), que como já
foi apresentado apresenta as maiores concentrações em sodio e cloreto.

Os efeitos das reacções químicas que acompaúam o processo de mistura podem ser
caracteruados pelas diferenças entre a concentração efectiva e a relativa à composição

teorica calculada.

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Ref so.l HCO3


P.Água 70 Mis"t V.Real (1) V.Calc. (2) Dif. (1-2) V.Reat (1) V.Catc. (2) Dif. (1-2)
(mgit) (mgn) (mgn) (mg/l) (mg/l) (mg/I)
PD(-01 8.96 213.03 245.12 -2.09 63.+.1 .t4.93 +18.51
PD(-02 1
L.'Lt'ì +16.69
58.40 11.71 l.+3.96 36.89 +107.07
PD(-03 7.10 225.05 203.16 +2 1.89 92.11 43.27 +48.8.1
PD(-0.Í 1.80 J-Í.18 52.20 -8.02 2t9.60 37.30 +182.30
PD(-0s I ta -3.00
L.AL 38.81 41.81 230.58 36.89 +193.69
PD(-06 3.68 109.26 102.84 +6.42 298.29 39.31 +258.98
PD(-12 2.21 6.1.31 63.01 +t.27 317.70 37.73 +309.97
FD(-1.Í t.71 39.14 50.39 -tl.25 44.53 37.23 +7.30
PD(-16 3.50 76.80 97.88 -21.08 88.45 39.i1 +49.31
PV-22 2.07 7 5.21 59.16 +t5.75 +25-17 37.59 +387.58
PD(-23 7.89 2r0.37 216,23 -5.86 I 3 8.-17 13.79 +94.68
PD(-2.Í 9.78 260.32 267.11 -7.09 226.62 .+5.81 +180.81
PD(-25 I1.50 299.71 313.69 -13.98 269.62 47.61 +221.98
PD(-26 7.r8 186.36 197.22 -10.86 331.8:t 43.0,t +288.80
PX-27 8.32 2t6.01 227.82 -11.78 155.67 14.25 +4tt.42
PD(-28 5.34 137.51 t47.65 -10. i4 /.JO.U / 41.08 +194.99
PD(-29 9.36 252.64 255.91 -3.27 59.78 45.36 +14.12
PD(-30 10.35 286.26 282.53 +3.73 62.83 46.41 +16.42
PD(-31 t2.72 3.10.05 346.62 4.) / 7t.37 48.94 Ìzz-+J
PV-32 15. 13 ,+11.14 4t1.66 4.52 70.15 51.52 +18.63
PD(-33 9.12 250.72 249.56 +1.16 68.93 45.1 1 +23.82
PD(-34 18.77 512.72 509.80 +2.92 220.21 55.40 +164.8t
PD(-35 14.08 381.24 383. l8 +1.06 60.39 50.39 +10.00
PD(-36 26.25 720.+5 7rt.38 +9.07 65.27 63.37 +1.90
PD(-37 35.r7 9.r8.59 952.00 -3.4 I 100.65 72.88 +27.77
PD(-38 21.19 6.13.80 664.03 -20.23 71.37 61.50 +9.87
PD(-.t3 t2 83 315.82 349.65 -3.83 t68.97 49.06 +119.91
PD(-.í4 tL.92 307.39 324.91 -17.55 173.97 48.09 +425.88
PD(-.Í5 9.36 216.t3 255.96 -39.83 232.23 .15.36 +186.87
PD(-.Í6 t0.67 252,64 29t.26 -38.62 331.23 16.76 +284 17
PD(-47 t7.49 -r71.89 175.30 -34."1I 64.66 54.03 +10.63
PD(-í8 10.01 267.0s 273.61 -6.56 16.97 .16.06 +0.91

Quadro 6.9 - Diferenps entre a composiçio química real e a calculada teoricamente assumindo um modeio
de mistura conservativa.

351
Ì
7'F-XChange View
PD
F-
XC
h a n g e Vi
e w

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
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N
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bu

bu
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C

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m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Ref Na K
P.Água % Miú V.Real (1) V.Calc. (2) Dn (1-2) V.Reaì (1) V.CaIc" (2) Dif. (1-2)
(mgll) (mgn) (mg/|) (mgn) (ngn) (mgn)
PD(41 8.96 932.50 949.63 -17.13 42.58 36.90 +5.67
PD(-02 r.12 140.00 158.31 -18.31 10.l6 /.b) +2.52
PD(-O3 7.10 815.7.+ 786.38 +29.36 35.9 30.87 +5.03
PD(44 1.80 236.00 i99. I 1 +36.89 15.14 9. l6 +5.98
PD(-0s I tì +16.31
L.AL 175.00 158.69 n.a5 7.66 +-1.39
PD(-06 3.68 +69.00 396. i I +72.89 25.68 16.,+4 +9.21
PD(-12 2.21 275.00 241.28 T))- IZ 19.58 r0.72 +8.87
PD(-1{ r.74 179.00 t92.05 -t3.7s 9.98 8.90 +1.09
PD(-16 3.50 348.00 376.83 -28.83 16.94 t5.73 +t.21
PX-22 2.07 302.00 227.36 +74.64 18.56 t0.20 +8.36
PD(-z3 7.89 812.s0 837.22 +5.28 37.99 32.75 +5.21
PD(-24 9.78 t047.50 1036.33 +tt.L7 44.51 .10.1I +4.40
PD(-2s t i.50 1215.00 t216.40 -1.40 53.27 16.77 +6.50
PD(-z6 7. 18 674.7r0 763.27 -88.56 36.64 30.01 +6.63
PU-27 8.32 957.500 882.3.+ +75.16 12.10 34.12 +7.68
PD(-28 5.34 542.50 570.14 -27.94 28.58 22.89 +5.69
PD(-29 9.36 935.00 991.60 -56.60 45.91 38..+6 +7.15
PD(-30 10.35 1030.00 1095. l8 ó5.18 45.61 12.29 +3.33
PD(-31 12.72 1390.00 13.14.50 +45.50 53.12 51.50 +1.91
PD(-32 15. l3 t530.00 1597.55 47.50 65,58 60.86 +4.72
PD(-33 9.t2 995.00 966.88 +28.t2 42.24 37.54 +4.69
PD(-34 18.77 2090.00 t979.33 +110.67 82.08 74.97 +7.11
PD(-3s r4.08 1545.00 t186.72 +58.28 61.14 56.76 +4.38
PD(-36 26.25 2750.00 2763.53 -13.53 106.92 103.97 +2.95
PD(-37 35.17 3640.00 3699.66 -59.66 140.54 138.58 +1.96

PD(-38 24.49 2530.00 2579.34 .49.34 99.50 97.16 +2.35


PD({3 12.83 1530.00 t356.27 +t73.73 58.23 51.94 +6.29
PD({4 T1.92 1330.00 1260. l5 +69.85 53.30 48.39 +.t.91

PD({5 9.36 1030.00 991.80 +38.20 .15.58 38.46 +7.12

PD({6 r0.67 t 190.00 ll29.l1 +60.89 .16.06 43.54 +2.51

PD({7 17.19 l7+0.00 t8+5.10 -105. l0 67.99 70.01 -2.02


PD({8 10.01 1090.00 1060.'+5 +29.55 .10.95 .t1.00 -0.05

Quadro 6.10 - Diferenças entre a composição química real e a calculada teoricamente aszumindo um modelo
de misfura consen'ativa (continuaçâo).

:
:
352
ç
PD
F-
XC
h a n g e Vi
e w F-
XC
h a n g e Vi
e w

PD
er

er
!

!
W

W
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O
N

N
y

y
bu

bu
to

to
k

k
lic

lic
C

C
w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

ReP Cr Mg
P.Água % MisL V.Real (1) V.CaIc. (2) Dif. (1-2) V.Reat (1) V.CaIc. (2) Dif. (1-2)
(mgil) (mgn) (mgn) (mgn) (mgn) (mg/l)
PD(-01 8.96 53.5 i +1.36 +12.11 i04.13 r24.09 -t9.96
PD(-02 t.42 30.62 10.82 +19.80 48.65 22.51 +26.13
PD(-03 7.10 52.87 35.06 +17.81 115.90 103. Ì3 +t2.77
PD(-04 1.80 13.64 t2.39 +1.21 +J.O / 27.75 +15.92
PD(-0s t ít
13.02 10.83 +2.77 12.36 22.56 +19.80
PD(-06 3.68 ++.JU 20.00 +21.30 108.20 53.0.1 +55. l6
PD(-12 2.21 18..19 I.t.02 +4.17 60.15 33. 16 +26.98
PD(-1"1 t.74 13.78 12.12 +1.66 2-1.08 26.81 -2.76
PD(-16 3.50 23.13 19.25 +4.17 51.91 50.56 +,1.38
PD{-22 2.07 15.35 13.48 +i.87 61.06 31.38 +29.68
PUX-23 7.89 38.22 37.03 +1.20 103.04 109.66 4.63
PD(-2J 9.78 +1.71 +4.67 t32 35 135.22 -2.87
PD(-2s 11.50 58.67 sl.66 +7.01 150.4 ì 158.33 -7.92
PD(-26 7.18 34.59 34.17 +0.42 1t7.64 100.17 +t7.48
PD(-27 8.32 3t.62 38.77 -/.1) t42.94 I15.45 +27.48
PD(-28 5.34 37.99 26.73 +t|.26 122.24 75.12 +46.82
PD(-29 9.36 14.07 12.98 +1.09 119.80 129.;18 -9.67
PD(-30 10.35 50.19 .16.98 +3.21 127.32 t42.77 -t5.46
PD(-31 12.72 64.04 56.61 +7.14 158.69 174.78 -16.09
PD(-32 15.13 8 1.53 66.37 +15.16 r88.77 207.26 -18.49
PD(-33 9.12 15.49 12.03 +3.46 r16.77 126.30 -9.53
PD(-3{ 18.77 93.23 81.11 +12.t2 211.33 2s6.27 -14.93
PD(-3s 1.1.08 67.24 62.t0 +5.14 171.99 193.03 -18.04
PD(-36 26.2s rr9.37 11 1.38 +7.99 315.28 356.93 11.61
PD(-37 35.17 168,29 t17.51 +10.78 402.t0 477.09 -75.02
PD(-38 21.49 t29.r3 r01.27 +2+.86 313.30 333.28 -19.98
PD(-r3 12.83 56.1 1 57.06 -0.95 171.02 t76.29 ', '11t
-L-:

PD(-44 tt,92 61.84 53.35 +8.49 205.12 163.95 +41.17


PD(-{s 9.36 56.63 12.99 +13.64 lla11 129.50 +13.27
PD(-.t6 10.67 51 17 -18.29 +2.88 164.54 t17.13 +17.11
PD({7 17.19 58.22 7 5.93 -t7.71 r99.37 239.0+ -39.67
PD(-48 10.01 .t2.68 -t5.6.t -2.96 n7.04 138 32 -21.27

Quadro 6.1 I - Diferenças entre a composição qúmica real e a calculada teoricamente assumindo um modelo
de misfura conservativa (continuacão).

353
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
O

O
N

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bu

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k
lic

lic
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w

w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Contudo, e por ser mais intuitivo, projectaram-se estes resultados num diagrama de

Piper, onde é mais fácil caractenzu os principais pÍocessos pois representa-se a composição

relativa anionica e cationica. Em face do exposto definiram-se cinco grupos da águas


subterrâneas na ilha do Pico (Fis. 6.49).

co3

Fig. 6..19 - Representação gráfica em Diagrama de Piper da composição qúmica de uma amostra
representativa dos grupos I a IV (A - composição da água doce antes da mistura).

O grupo 1 (Ref PLx4, 5. 6, 12, 16, 22, 26, 27, 28, 44, 45) é constituído por águas
cuja evolução hidrogeoquímica resulta da mistura com água do mar e da dissolução de
minerais silicatados. O fenomeno modificador de troca ionica de Ca+Mg por Na+K actua

nesta águas, mas é dificil destrinçar os seus efeitos do acréscimo da concentração de catiões

por hidrolise e por mistura.

35+
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

W
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k
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C

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w w
w

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o

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

O aumento do teor de magnésio relativamente ao cálcio acompaúando a mistura


com a água do mar poder-se-á expiicar por este fenomeno.

A mineralização e a concentração em cloretos nestes pontos de água é variávei,

expressando diferentes graus de mistura com a água do mar, o que pode ser verificado
atendendo aos valores medios e ao intervaio de variação destes parâmetros (euadro 6 lZ).
O catião predominante é o sodio e o anião principal o cloreto.

Neste conjunto a dissolução de minerais silicatados é comprovada pela elevada


concentração de bicarbonato, cuja media e igual a275.05 mgll, com um desvio padrão de

123.30 mgll, e de SiOz. O valor médio desta última espécie e igual a 54.04 mg/I, para um

desüo padrão igual a 16.27 mgll. Os teores em solução destas espécies variam entre um
máximo e mínimo de 473.97 m97 e 88.45 mg/l de bicarbonat o e 84.43 mgl e 29.54 mg/l de
SiOz.

Neste grupo a provável contribuição de COz de origem profunda não deve ser
ignorada, o que pode ser analisado a partir da pressão parcial daquela espécie gasosa.

Se as águas circularem em sistema fechado a PCOz esperada deve ser da ordem das

10-5 a 10-3 atm.. Neste caso apenas há a considerar a dissolução de COz no solo na área de
recarga. Por seu turno, em sistema aberto a COz de origem profunda a pressão parcial deste

gás e substancialmente mais elevada" podendo ser observados valores na ordem de gandeza

de 104 a 10t (Paces,1972).

Considerando como referência a amostragem de Março de 1996 observou-se que a


PCOz media é igual a l0a'7e, variando entre um máximo de 1Or'ra e um mínimo de 10-3'13. As

elevadas pressões parciais caiculadas nos pontos de âgua Ptxl? e Ptx22, iguais
respectivamente a 101'031 e 100078 a 15oc e a 101'061 e 100'108 considerando uma temperatura
de referência de 20oc, permitem ponderar a hipotese de nestes casos se verificar a
contribuição de COz de origem profunda.

Este facto é compatível com o COz total na água da nascente da Silveira (Pixi2),
cuja explicação so poderá residir numa origem profunda. Ì{o local pode ser observada uma
rampa lateral duma possante escoada láüca ae, çom clincker alterado, que foi confundida

355
PD
F-
XC
h a n g e Vi
e w F-
XC
h a n g e Vi
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hììhlffiqh"

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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

(ìrupr>s sto2 (l
Dados Dstlrtlstlcos Conduct. Na K Cr Mg so{ IICO3

()l IVÍDDIA 2547.38 54.04 561.1 33.41 97.36 13 5.03 974.01 275.05
DI]SVIO PADRÃO t249.00 16.21 359.62 13.33 16.01 48.06 81.03 613.50 123.10
Ì\,ÍÁXIMO 5290,00 84.4t 1330.0( 53.30 6l.84 205.t2 307.39 2278.39 173.97
MiNIÌ\,1O 9',19.00 29.54 140.0( 10. 1? 13.00 42.36 38.81 284.36 88..t5

G2 rdpre 5647.50 20.4! 1760.31 69.47 7't.35 198.54 45f .25 tlgl.24 67.71
DIìSVIO PADRÃO 2366.4s 3.59 895.ó I 33.65 4l .03 99.65 238.i7 1668.3 5 14.22
t\,ÍÁxtÌ\4() 9590,00 28.69 3640.00 140.54 168.29 402.07 948.59 669t.25 100.65
Ì\{iNIMo 3330.00 17.00 932,50 40.95 42.68 104.13 241.$f l 7l 6.41 46.97

G3 ÌVÍIiDIA I8 13.4C 27.3f 1240.80 53.32 63.74 154,ó6 326.60 2334.48 61.73
DIìSVIO PADRÃO t t I l.ot 9.30 776,02 29.24 39.t4 95.2f 198.74 1422.56 9.64
o\ IVIAXIMO 7760.0C 4t.67 2530.00 99.50 1 29.1 3 3 l3,3C 643.80 4665.76 71.31
lvliNIìvÍo I I17.0(] l9,15 t79,00 9.98 13,78 24.O9 39.14 345.42 44.5 3

G{ ÌVÍEDIA 465 5.00 47.69 rf t9.1'1 53.69 5 7.80 160.95 313.60 2276.51 225.85
DDSVIO PADRÃO 2306.13 18.87 40t.49 14.24 t7.tl 42.68 98.40 650.20 63.1 5
Ì\,ÍL\lMO 9790.00 68.33 2090.00 82.08 93.23 241.i3 512.72 3579.92 33 t.2l
N,IÍNIÌVIO 3250.00 26.1 842,5( 37.99 38.22 | 03.04 210.f't l5l3.0l I I8.47

G5 ìVÍIiDIA 4t7,44 41.88 67,94 o./l I 0.83 15.49 t9.91 t 08.9c Ìl.t.ll
DESVIO PADRÃO 299,15 19.ó I 58.42 6.04 10.98 14.65 97.t2 77.s',?
ÌvÍÁXIìVIO 804.00 71.75 151.50 t2.36 t9.52 30.65 4l .59 253.47 266.57
N,IÍNIMO 82.00 16.22 8.90 t.7 | 4.84 aa1 2.88 t5.26 32.33

Quadro 6.12 - Valores eslatlsticos e môximos o mínimos dos principais aniões e crtiões em solução nas águas subleÍrânss da ilhÀ dÒ pico discriminndos
por gnlpos.
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pot zbyszewski et al. (1962) como uma fractura preenchida por


um fìlão basáltico. Não
obstante a inexistência de evidências no terreno, de
é admitir que exista uma fractura que
possibilita a circulação do gás.

A quantidade de Coz total da âgua da nascente da Silveira tem-se mantido


praticamente constante ao longo do tempo (Fig.
6.50) e, no intuito de utilizar o quimismo
das águas subterrâneas na monitorização da actividade
vulcânica recomenda-se que este
ponto de água constitua um dos locais de observação
de maior interesse na ilhado pico.

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nel-94 set-94 abr-95 or.rt-9S npr96 dez-96
Data de Análise

Fig' 6'50 - Variaçâo temporal da concentração de CO2 total


ü âguada nascente mineral da Silveira.

o grupo 2 (Ref pixl, 3r,33,3s,36,37,47 e 4g) corresponde a águas


cuja
evolução é controlada por dois processos distintos: o primeiro
é a mistura com a âsua do
mar e o segundo o fenómeno de troca ionica.

A principal diferença para o grupo I consiste na pouca importância da hidrolise de


minerais silicatados e pelo sentido geral oposto de evolução no triângulo
cationico, em
resultado provável da maior importânci a relativa da mistura ou
da maior extensão do
processo de troca iónica. Neste caso este fenómeno pressupõe
igualmente a troca de
Ca+N4* por Na+K, embora seja dificil, tal como no grupo l, diferenciar os efeitos deste

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processo do aumento da concentração em sodio relativamente às outras espécies por

mistura com água salgada.

A mineralização das águas deste grupo é mais eievada que no grupo anterior, o que
reflecte maiores percentagens de mistura. O catião predominante é o sodio e o anião
principal o cloreto.

A pouca importância da hidrolise é confirmada pelos baixos teores de SiOz, em que


o valor médio e igual a 20,43 mg/l com um desüo padrão de 3,59 mg/I, bem como de
bicarbonato. A concentração média desta uitima especie e igual a 67,71 mg/I, para um
desvio padrão igual a 14,22 mg/\.

O gntpo 3 (Ref Pix14, 29,3A,32 e 38) compreende águas que praticamente só

evoluem por mistura com rígua do mÍLr segundo proporções diversas. A variabilidade
referida controla a mineralização apresentada, o que se traduz num resíduo seco entre 413
mg/l e 896 mg/I.

O sodio e o catião principal eo cloreto o anião predominante. As baixas


concentrações em SiOz e de bicarbonato atestam o pequeno significado da dissolução dos

minerais silicatados

O grupo 4 corresponde a mostrÍIs de águas que sofreram mistura com água do mar,
bem como hidroüse de minerais silicatados. Estas amostras (Ref Pix23,24,25,34, 43 e 46)
apresentam, como nos outros gnrpos, mineralizações variadas, devido a diferentes
percentagens de mistura. Não obstante, a concentração em bicarbonato mais elevada que a

existente nos grupos que so evoluem por mistura, com ou sem toca iónica subsequente,

comprova a ocorrência de hidrolise.

O facto de praticamente as proporções relativas dos catiões serem constantes

comparando a composição real e teorica, indicia que os processos de troca balanceiam em

sentido oposto o aumento de alguns catiões que resulta da dissolução das rochas.

O último grupo que pode ser discriminado engloba as amostras que evoluem
essencialmente por hidrolise de minerais siiicatados (Refl Pix13, I5, 17,78,20,39,40 e

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c u -tr a c k c u -tr a c k

4i). São as águas menos mineralizadas do Pico, com resíduos secos entre 26 mg/l e 100
mü, e a única contribuição mariúa que é observada corresponde ao acaÍïeio de sais

mariúos pela água da chuva ou alguma mistura incipiente nos furos das Ribeiras (0.79%) e
de Santa Luna (1.19% e 1.25%).

A hidrolise resulta principalmente da dissolução de COz edstente no solo, com


excepção das amostras Pix15,17 e 40. Nestes pontos de água as pressões parciais de COz

são respectivamente iguais a 100'36e,lOt'ttt e 100'3e7, para uma temperatura de referência de

15oc, e 100'3ee, 1Ot'to'e 100'427 a20oc, o que sugere uma contribuição de origem profunda.
A proximidade do ponto Pix40 à nascente da Silveira parece confirmar este facto, pelo

menos neste local.

As baixas concentrações em SiOz e bicarbonato relativas às nascentes de altitude


reflectem uma rápida circulação das águas subterrâneas, num trajecto curto, o que implica

que a dissoÌução dos minerais das rochas seja pouco extensa.

As amostras do furo das Ribeiras e da Silveira colrespondem a graus crescentes de


interacção água-rocha. O teor mais elevado em bicarbonato e observado no poço de maré

da Silveira 2 (Ref Pix40), o que se explica pela hidrolise e pela entrada em solução de COz

de origem profunda.

Uma abordagem muito interessante consiste em comparaÍ a composição química em


termos de elementos maiores das águas subterrâneas do Pico com a composição media de
águas não termais resultantes de circulação em meio basáltico, noutras ilhas dos Açores e

em diversas regiões insulares e continentais do mundo.

No triângulo anionico verifica-se que as amostras mais mineraliznf,a5 do Pico, com


maiores teores em cloreto, definem um campo próximo dos pontos projectados relativos ás

ilhas de Santa Maria , São Jorge e São Miguel Qrlordeste), nos Açores, e à ilha do Hawaü,

demonstrando a influência dos sais mariúos nestes ambientes insulares (Fig 6.51).

Constata-se igualmente que estas amostras do Pico são as que se encontram mais
deslocadas no sentido do vérti^e dos cioretos.

359
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fu restantes amostras do Pico definem um campo proximo da composição das águas

subterrâneas da Madeira e das Canárias, implicando menor influência do acarreio de sais

mariúos e, proporcionalmente, maior importância do processos de interacção água-rocha.

Por firn, na outÍa extremidade do triângulo anionico observam-se os pontos


indicativos da Islândia, da ilha da Reunião e das regiões continentais do Columbia River
Plateau e do Snake River Plateau. Neste caso a influência mariúa será praticamente nula, o

que aliás é eüdente nas regiões continentais, e as águas evoluirão fundamentalmente por

hidrolise dos minerais silicatados das rochas.

Observa-se, assim, toda uma gama de mineralizações, em que o cloreto vai perdendo

importância há medida que o bicarbonato ganha relevância.

O triângulo cationico mostra relações semelhantes, embora o facto dos catiões


sodio, cálcio e magnésio terem origem na dissolução dos minerais dificulte a interpret ação,
na medida que as proporções relativas dos elementos em solução são controladas tambem

pela composição química da rocha. As águas do Pico, do Hawaii e de São Miguel são as

mais ricas em Ìrla+K relativamente às outras regiões. O grupo de amostras do Pico em que a

hidrolise e mais significativa tem composições química próximas das observadas nas
Canárias (zonas hidrologicas I e III), na Islândia" e nos Açores (Santa Maria e São Jorge).

No outro extremo, mais ricas em cálcio e magnésio, observam-se as amostras da ilha


da Madeira" da ilha da Reunião e das regiões continentais consideradas.

6.2.6.Intrusão Salina

6.2.6.1. Estado Actual

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No intuito de caracteÍaaÍ a situação resultante da salinização das águas captadas


nos furos de abastecimento público compilaram-se os dados respeitantes à concentração em

cioretos, visto que este elemento é conservativo. Obtiveram-se informações relativas ao teor

desta espécie a partir dos relatorios de execução dos furos, assim como das análise
pubiicadas (Lobo, 1993) ou efectuadas no decurso deste trabalho.

A projecção gráfica das concentrações de cloreto em função da data de anáüse


revela uma tendência generalizada para um aumento gradual destes teores embora,
evidentemente, não com o mesmo gradiente (Fig. 6 52)

Independentemente da concentração de cloretos nos pontos de água considerados,

verifica-se que os aumentos mais acentuados ocorrem nos furos da Criação Velha, da
Mirateca 2, do Cabeço Chão e de São Mateus. Contudo, nesta ultima captação observa-se
um decréscimo na última amostragenr, possivelmente relacionado com o abandono da

exploração daquele furo para abastecimento público.

Nas restantes captações ocoÍrem igualmente variações positivas, mas sem grandes
aumentos de concentração de cloretos relativamente às primeiras amostragens. Um exemplo

deste comportamento corresponde ao furo da Piedade, em que o teor daquela espécie,

apesar de elevado, apenas sofreu um ligeiro acréscimo nos últimos anos.

Em qualquer dos casos as concentrações são sempre superiores ao valor máximo


recomendável (25 myl) proposto no Decreto-Lei 74190, que fixa as norÍnas de qualidade

das águas doces subterrâneas destinadas à produção para consumo humano. Neste
articulado legal não é estipulado qualquer ümite máximo aceitável.

Uma forma de ultrapassar esta indefinição da lei nacional é o recurso às normas


definidas em 1963 pela O.M.S. (ln Custodio e Llamas, 1983). De acordo com estas regras a

concentração máxima aceitável de cloreto em solução é igual a 200 mgn e,


consequentemente apenas os furos das Ribeiras e da Silveira apÍesentam teores abaixo deste

limite.

O valor de concentração máxima permitida foi fixado em 600 mg/l de cloreto,


verificando-se que os furos de São Mateus, do Cabo Branco e da Piedade estão para além
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62 68 73 79 84 90 95 73 79 84 90 95

Fig. 6.52 - Evolução temporal das concentrações em cloreto nas águas subterrâneas captadas nos furos de abastecimento
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deste limite, correspondendo desta forma a águas inaceitáveis para abastecimento publico.

Em qualquer dos casos a captação a parti,r do dois primeiros furos referidos foi iá
abandonada.

Os restantes furos da captação caem no campo limitado peia concentrações máximas

aceitável e permitida correspondendo, assim, a águas de utilização tolerável.

Com base nos dados disponíveis dos furos e poços de maré elaborou-se um mapa de
linhas de igual concentração em cloretos do sistema aquífero de base. Em face da maior
densidade de pontos no litoral da Montanha do Pico este mapa de isocloretos apenas foi

elaborado na ârea de domínio deste estratovulcão (Fig. 6 53).

Esta figura revela, numa primeira observação, os eievados teores de cloreto em


solução nas águas amostradas junto ao litoral. e permite constatar igualmente que as

isoliúas representadas estão bem no interior da ilha, a uma razoavel distância da liúa de

costa. Como exemplo pode ser verificado que a üúa de isoconcentração de cloretos de 500

mgll está aproximadamente a2Km paÍa o interior na costa N.

As inflexões côncavas observadas nas liúas de isovalores de cloretos na costa N


(cais do Pico), na costa W (Madalena, Criação Velha ao Porto Calhau) e na costa S (São

Mateus) sugerem áreas onde a intrusão salina está mais desenvolüda.

6.2.6.2. Proposta de Metodologia de Vigilância

O recurso a um parâmetro indicativo do desenvolvimento do processo de intrusão


salina nos furos de captação da iiha do Pico constitui uma eficaz e universal abordagem,

eventualmente a aplicar por parte das edilidades como entidades gestoras dessas obras, no

âmbito de amostragens regulares a efectuar para monitorização.

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MAPADE LII\HAS DE IGUAL


COÌ'.{TEUDO EM CLORETOS
- srsrEMA aeuÍrnRo DE BASE -

Legenda: a de igual conteúdo em Cl-(mgll)

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Um índice de cálculo simples e cujos resultados sejam interpretáveis por uma vasta
gama de técnicos, que não so os hidrogeologos, é fundamental em todos os níveis de
decisão política e economica, no intuito de efectuar uma melhor gestão e planificação dos

recursos hídricos (Diaz et a1.,1992)

Neste âmbito, e como proposta de trabalho, adoptou-se o Índice Particulaúado de


Intrusão (PI), proposto por Diaz et al.(I992), que possibilita apenas com um número
caractenzar o fenómeno de intrusão em determinados pontos do aquífero.

Este parâmetro é dado pela seguinte expressão:

r."s([cr- ],) - t"r([cr-])'-*"


+
IPI, = i6
ros([cr - ])-"*-" - rog([cr -
]),* *"

Fixando como [Ct- I . um valor de 10 mg/l e como valor máximo o analisado na


L l-in im

água do maÍ, que no Pico e igual a 20838 mglI, podemos modificaÍ a expressão anterior

numa formula mais simolificada:

FI, - *
3 03 1 (r-os[cr-], -ì

Atendendo ao exposto, a gaÍna de valores que o índice IPI pode assumir varia entre

0 e 10, respectivamente para uma concentração de cloretos igual a 10 mg/l e 20838 mgll.

Por comparação com os parâmetros IPI relativos às normas de qualidade da água

pode facilmente depreender-se o estado actual da intrusão de uma forma legível por
técnicos de várias especialidades, pois o resultado é expresso numa escala numérica decimal

adimensional em que e mais fácil perceber as tendências evolutivas.

No caso vertente do Pico verificou-se que o valor de IPI mais elevado foi calculado
para o furo de São Mateus (6.73), que juntamente com os furos da Piedade e do Cabo
Branco estão acima do valor característico de uma água com 600 mgll de cloretos (5.36),

que limita inferiormente as águas inutilizáveis.

366
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O IPI mais baixo observa-se no furo da Silveira,(1.26), que com o furo das Ribeiras
apresentam IPI menores que uma água com 200 mg/l de cloretos (3.94), correspondendo

desta forma a águas utiiizáveis.

As restantes amostras distribuem-se entre os valores limites de IPI atrás definidos, o


que indica águas de utilização tolerável do ponto de vista de utiiização humana.

6.2.7. Qualidade da Agua Para Uso Agrícola

A classificação das águas atendendo à sua qualidade visando o uso agrícola foi
reahzada graficamente, utilizando o diagrama delineado o efeito pelo U.^t Salinity
Laboratory Staff (norma Riverside).

O referido diagrama permite observar que apenas três dos pontos representados

@ef Pixl3 ,39 4l) pertencem à classe C1S1, a que corresponde baixo perigo de saiinização

e alcalinização (Fig. 6.54). A amostra Pix2O, não representada em resultado da sua

condutiüdade ser menor que 100 pS/cnl tambem pertence a esta classe.

As amostras Pixl5 e 18 já mostram um médio perigo de salinização, embora ainda


impüquem baixo perigo de alcalinização. Desta forma, englobam-se no grupo C2S1.

Do total de pontos projectados nove águas apresentam perigo de salinização alto: as

amostras Pixz, 5, 17 e 40 pertencem ao grupo C3S1, revelando baixo perigo de


alcalinização, e as águas com as referências Pix4, 12, 14, 16 e 22 ao grupo C352, de medio

perigo de alcalinização.

A maioria das águas analisadas apresenta um perigo de salinização muito alto e

perigo de alcalinização vanâvel entre medio e muito alto.

Neste conjunto de amostras às águas Pix28 (classe C4S2) e Pix6 (classe (C4S3)
correspondenL respectivamente, perigos de alcalinização medio e alto. Consequentemente, a

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utilização de águas dos restantes pontos acaneta um perigo de alcalinização


muito alto
(classe C4S4), incluindo as amostras que por possuirem condutiüdades maiores
que 5000
prS/cm não estão representadas graficamente (Ref Pix31, 34,36,37,3g, 44 e 47\.

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CCNDUTIVIDADE, Microsiemens / cÍl

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Perigo de Salin i:açâo

Fig. 6.5-l - Diagrama representativo da qualidade oa água para uso agrícola (norma fuverside).

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6.2.8. Análise lvÍultivariada

6.2.8.1. Análise Grupal

A análise grupal corresponde a um conjunto de tecnicas que permitem efectuar a


classificação de uma população de observações distribuindo-os por grupos mais ou menos

homogéneos e distintos mutuamente (Daüs, 1986). Uma descrição exaustiva dos vários

métodos empregues em anáúise grupal pode ser consultada em Daüs (1936), incluindo uma

discussão das vantagens e inconvenientes da aplicação desta metodologia.

Neste trabaiho submeteu-se a matra correspondente aos resultados anúticos


obtidos na amostragem de Setembro de 1996 a uma análise gupal do tipo hierárquico. esta
técnica éa metodologia de aná{ise grLlpal mais utilizada, e pressupõe a ügação das
observações com grau de similaridade mais elevado @avis, 1986).

A matriz investigada e constituída por 38 indiúduos e l0 atributos. O número de

atributosfoi limitado pois eütaram-se redundâncias entre estes, tendo-se eliminado o


resíduo seco, a alcalinidade e a dureza total, representados indirectamente pela
condutividade, e pelas concentrações de bicarbonato, magnesio e cálcio respectivamente.

O primeiro passo desta tarefa implica o cálculo de uma matÍ12 de similaridades de

dimensão rum, e a medida desta relação utilizada foi o coeficiente de correlação. O


dendograma resultante da aplicação deste método está patente na Fig. 6.55, onde e patente

a constituição de três grupos principais de amostras.

Na secção inferior do dendograma indiüdualiza-se um grupo de amostras,

constituído por dois subconjuntos de pontos de água. O primeiro subgrupo engloba as

águas menos mineralizadas do Pico, que evoluem predominantemente por hidrolise de

minerais silicatados (Ref Pixl3,20,39,41) e liga-se, com uma similaridade de 0.972, a


outro subgrupo constituído pelas amostras Pix2, 4,5, 12, 15, 17,22 e 40. A evolução

369
h a n g e Vi h a n g e Vi
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0.8803 0,9424 0,9631


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0.9838

er

er
0,9010 o,9217

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c u -tr a c k c u -tr a c k

33
24
25
45
46
29
30
36
38
48
32
35
37

14
16

:
28
I

23
!
47
3'l
34
26
44
27
18
2
17

15
4
5
12

22
40
13
39
41
20

Fig. 6.55 - Dendograma resultante da aplicação da análise gupal.

370
Y
PD
F-
XC
h a n g e Vi
e w F-
XC
h a n g e Vi
e w

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er
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C

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w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

destas águas e feita a partir da hidroiise e em alguns casos por uma pequena proporção de

mistura com a água do mar, o que thes confere uma mineralizaç/s baixa no conte,\to geraj
da composição quimica das águas da ilha. Pelo menos nas amostras Pixi2, 15,I7,22 e 40

há ainda a considerar a contribuição de COz de origem profunda.

Os dois outros grupos principais (Pix14, 16,28,23, 47,31,34,26, 44,27 ePixl,


33,24,25,45,46,29,30,36,38,48, 32,37,43) dominam os dois terços superiores do

dendograma e coÍrespondem a @uas que evoluem por mistura com a água do mar, a que

acrescem em alguns casos os efeitos da hidrolise de minerais silicatados das rochas.

No entanto, e considerando que as concentrações elevadas de bicarbonato sugerem


que o pÍocesso de hidrolise é extenso, verifica-se que esta metodologia e tncapaz de

discriminar conjuntos de amostras onde so ocoÍra mistura e/ou hidrolise. Com efeito, o
conjunto principal do topo do dendrogrÍÌma agrega amostras com teores de bicarbonato
baixos (P'1x29,30,36,38,48, 1,31) mas liga-as com elevada similaridade a águas com
concentrações mais altas daquela especie (Prx24,25, 45 e 46), com as consequências atrás

indicadas. Idêntica indefinição ocorre no grupo definido no centro do dendograma.

Estes dois grupos formados por amostras cuja composição química é

fundamentalmente controlada pelo processo de mistura com água do mar podem ser
separados com base nas percentagens de mistura calculadas assumindo o cloreto como
especie conservativa. No grupo superior a proporção de mistura media é igual a 9,45Yo,

com um desüo padrão de 5.38o/o, e este conjunto engloba as amostras mais mineralizadas
(Pix36, 37 e 38). O segundo grupo referido tem uma percentagem de mistura média de
14.50yo, para um desvio padrão de 7 .85Yo, pelo que tal facto sugere que a mineralização é o

factor principal que sustenta a divisão efectuada em três grupos.

Não obstante, e em conclusão, pode ser realçado que a classificação por análise

grupal não permite diferenciar os processos hidroquímicos secundários que explicam


parcialmente a mineralização das águas subterrâneas da ilha do Pico.

)tl
Ë!F-
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w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

6.2.8.2. Análise Factorial Modo-R

A é uma metodologia muito interessante em estudos


análise factorial
hidrogeoquímicos, nomeadamente quando a sua aplicação e feita sobre conjuntos
constituídos por grande número de observações e atributos. O seu objectivo é caracterizar

as relações entre variáveis, num espaço de indivíduos (análise modo-R) ou as relações entre
indivíduos num espaço de variáveis (análise modo-Q).

Uma descrição exaustiva desta metodologia pode ser encontrada em Klovan (1975),
Joreskorg et al. (1976) e Daüs (1986), e os resultados de algumas aplicações a estudos
hidroquímicos nacionais estão explanados nos trabaihos de Almeida (1985), Marques da

Silva (1990) e Carvalho et al. (1990), onde são evidentes as vantagens de utilizar esta
técnica de anáüse multivariada.

A análise factorial modo-R foi aplicada à mesma matnz de dados alvo de


classificação pela análise grupal, pelo que os mesmos cuidados na preparação da informação

foram observados.

A matú de correlações obtida põem em evidência as principais relações entre os

atributos estudados, pelo que importa salientar as mais significativas, muitas das quais já
demonstradas ao longo do texto (Quadro 6.13).

A mineralização das águas, representada pela condutividade, apresenta uma elevada


correlaçãopositivacomosodio,opotássio,ocálcio,omagnésio,osulfatoeocloreto,que
se explica como resultado do processo de mistura com a âgua do mar. Estas espécies

elencadas também apresentam correlações mútuas bastante significativas, o que indicia um

pÍocesso comum de entrada em solução, predominantemente controlado pela extensão da

intrusão salina nos furos e poços de maré.

A correlação negativa entre a condutividade e a silica e o bicarbonato mostÍa que

estas variáveis devem a sua entrada em solução essencialmente ao mecanismo de hidrolise

dos minerais silicatados. O pH apresenta uma coÍrelação negativa com a sílica e o

372
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

pH Cond SiO2 :Na K

pHl

Cond (\.223 I

sio2 -0.529 -0.4s4 I

Na 0.217 0.943 -0.506 I

K 0.197 0.9.16 -0.471 0.996 I


=J

Ca 0.170 0.917 -0.471 O.giT 0.s7g I

Mg 0. 187 0.949 -0.452 0,986 0.989 0.()72 I

sol 0.220 0.944 -0.513 0.996 0.995 0.978 0:)7g r


'

cl 0 231 0.94s -0.512 0.998 0.s96 0,980 0.984 0.998 I

Bic -0.345 -0.028 0.524 -0.104 -0.075 -0.13 t 0.012 -0. 144 -0.131 I

C)rradro 6.13 - Malriz de cnrrel:rcÂêq enÍrê nc:rÍrihrrÍnq nnnciÁetrrlnc ,r,r ln{lice f.rninri,rl
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C

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m

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w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

bicarbonato, contrária ao que seria de esperar por efeito da dissoiução de minerais das

rochas, o que se poderá explicar também pela mistura com a âgua do mar que controla o pH

das soluções e as baixas concentrações das espécies referidas.

Os três primeiros factores contribuem com 95.420Á para a variância total. O seu

significado pode ser investigado a partir dos pesos (loadings) apos rotação Varimm
(Quadro 6.14 e Fig. 6.56).

O primeiro factor, F1, mostra que a variação da composição das amostras analisadas

prende-se essencialmente com a mineralização das águas e as espécies com ela fortemente

reiacionadas,comoosódio,opotássio,ocalcio,omagnesio,osulfatoeocloreto.O
fenómeno mineralizadoÍ que está zubjacente a este factor resulta da mistura com a água do

mar, por intrusão salina, que como vimos é o processo que controla predominantemente a

entrada em solução daquelas espécies.

A projecção da concentração em cloretos contra os pesos do factor Fl nas amostras


consideradas permite comprovÍtÍ que este vector representa essencialmente o fenómeno

atrás mencionado (Fig. 6.57).

Os efeitos da hidrolise e dos fenómenos modificadores de troca ionica não

conseguem ser discriminados a partfu dos pesos das variáveis neste factor, atendendo ao

extenso controle exercido pela composição da água do mar.

O segundo factor, F2, indica que a variação composicional das águas está associado
negativamente ao conteúdo em bicarbonato e em sílica, e positivamente ao pH. Esta

observação sugeÍe igualmente que os processos que conduzem à diferenciação hidroquímica

das águas estudadas está relacionada com a mistura com a água salgada. O facto do catião

magnesio apresentar um peso li-eeiramente negativo poderá ser explicado pelo efeito de

eventuais trocas ionicas.

O significado do factor F2 é importante, na medida que permite diferenciar

indirectamente as amostras em que o processo de hidrolise e significativo. A projecção de

FZ contra o teor em bicarbonato revela que os valores mais elevados deste factor
correspondem a concentrações desta espécie baixas e sem grandes flutuações, observando-

) t+
#
PD
F-
XC
h a n g e Vi
e w F-
XC
h a n g e Vi
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.d o . c .d o .c
c u -tr ack c u -tr a c k
P. áeua F1 FZ F3 F4

Pir-0 I -0-040 0.740 0.5 41 4.197

Pix42 4.616 0.194 -4.241 L./OZ

Pix{4 4.537 4-016 4.247 t.973

Pigl5 4-737 {.33I {.I08 0.881

Pi.x-12 1r.329 -o923 -i-914 L) 1+

PLr- 13 0.486 o n5t {.559

Px-14 -1.029 0.690 3.829 1.414

Pix-l 5 0.710 -2-108 0.331

PLr-l6 4.616 v.ooz 0.614 0.710

Pi..<-17 4.794 0-591 {.039 r-098

PLt- I E {-63E 0269 4.972 1.J 19

Pr-r-20 -1.301 0.990 4.233 -0.856

PL\-22 4_642 -2-070 {.004 0.145

Pl\-23 0_131 0.558 4-514 t-385

Plx-24 0.414 1.128 -0.331 1.6 t3

PLx-25 0.626 4.494 I, l)t r^otz

PLx-Z6 4-204 -1.594 1.35( -0.041

PÃ-2'l 0-130 -2,361 0,429 0,545

Pix-28 4282 4.684 0.161 4-189

Pl\-29 4.002 0.843 4.105 4,211

Pix-30 0.000 0.633 Íì <<t 4.679

Pi\-3 I 0.440 n 5dt 0.143 4.77(.

Ph-12 0.639 0.68t 0-218 4.57(

Pix-13 4.O75 0.624 0.149 4.7t(


Pix-34 l-5 t9 4,62C 0284 4,OTì

Pix-35 0.495 0.728 0216 {.628

Pi-x-36 2.14{l o.771 0.035 4.082

Pir-37 J.216 0.604 0-252 4.291

PLr-38 2.036 0.868 -1.238 4.423

PLx-39 1.409 0.755 4.028 -t.625

Pir-40 4.941 4.679 -/)tt -1.33 l


Plx-{l -1-430 0-743 0-.1o4 -1-543

0.437 4.125 n st5 4.892


Pi<--I3

Pir-{4 0,160 -2-862 o lql -1.345

PLx-{5 0.028 -7.714 0.1 55 4.822

Pir-16 u.ILJ - 1.654 0.65f 4.95'1

PLsJT 0.852 0.5 16 0-763 {-492

PirJS -0. I 02 0.744 0-781 -0.935

Quadro 6.l-t - Pesos das nriáveis nos factores considerados na análise factorial.

J t)
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w

'l
PD

PD
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

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o,00
0,80
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o -o,4
0,40 {,
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o,20 -o,60

ã Ël,ffil : 'l 3 s H o
0,00
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-o,20 #
-0,40 -1,00

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^ 0,80

0,60

o,40

o,20
l"rd
o,m
-o,20
ã E|liËil sY3s H õ

-0,40

Fig. 6.56 - Representação gráfica dos pesos dos vários atributos em cada factor.
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

!
W

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N

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C

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w
m

m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

se um decréscimo quando os conteúdos em solução aumentam indicando maior extensão da

hidrolise Saliente-se que as amostras das nascentes de altitude e do furo da Silveira que
evoluem por hidrolise apresentam valores de F2 elevados, o que se explica pelo facto do

tempo de residência reduzido inibir o desenvolvimento da hidrolise e, tal como foi


observado na Islândia, a elevada reactividade dos minerais dos basaltos e o limitada entrada

de COz orgânico implicar o estabelecimento de altos pH (Gslason e funórsson, 1993).

3,00
)F

2,00

1,50

lJ- l,uu
0,50

000
-0,50

-1,00

-1,50

Fiç.6.57 - Relação entre a concentração em cloretos e o peso de Fl nas várias amostrâs.

O gráfico que relaciona o F2 e o teor de cloretos mostra que os maiores valores


deste factor definem uma liúa de mistura com a agua do maÍ, acompaúando as
concentrações cada vez mais elevadas daquela espécie, enquanto os restantes coÍTespondem

às amostras de furos e poços de maré onde a hidrolise é mais extensa (Fig 6 58)

A projecção dos pesos dos factores Fl e F2 nas várias amostras apresenta um


padrão semelhante, podendo definir-se três tipos de águas, o primeiro dos quais é

constituído por amostras com valores de Fl muito baixos e elevados pesos do factor F2,
cuja mineralização muito baixa depende da hidrolise (Fig. 6.59). O segundo grupo e

formado por águas com pesos de F2 altos e praticamente constantes, e valores de Fl


crescentes, definindo uma liúa de mistura com a água do mar, processo cujo expoente

)t I
PD =F-
XC
h a n g e Vi
e w F-
XC
h a n g e Vi
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w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

máximo é representado pelas amostras Pix36, 37 e 38 que apresentam os maiores pesos de

F1

1,20

o,20

-0,80

-1,80

-2,80
(\
t!
-3,80

-4,80

-5,80

-6,80

-7,80
4000

Cl(mg/l)

Fig. 6.58 - Relação entre a concentração em cloretos e o p€so de F2 nas várias amostras.

1,20
,ii;
o,20 '1."
t;
-0,80

-1,80

-2,80
(!
t!
-3,80

-4,80

-5,80

-6,80

_7 Rn
z,uu 3,00 4,00

Fig. 6.59 - Representação grâfrca dos pesos dos vários factores no plano factorial FllF2.

O terceiro grupo e constituído por amostras que evoluem geoquimicamente por


mistura e hidrolise, embora nalguns casos seja de considerar a eventual contribuição

378
a
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w
PD

PD
er

er
!

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m
w w
w

w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

profunda de Coz. Este conjunto engloba as amostras Pix4, 5, 28, 40, 12, 24,22,26, 46,27,

44 e no extremo da tendência a âsua Pix45.

Comparativamente com a análise grupal, verifica-se que os processos principais


evidenciados pelos dois metodos são os mesmos. O primeiro grupo definido corresponde ao

conjunto de amostras menos mineralizadas individualizado no extremo inferior do


dendograma. O segundo grupo e constituído por águas pertencentes aos dois conjuntos que

dominam os dois terços superiores do dendograma.

Por fim refira-se que o terceiro grupo engloba amostras de todos os conjuntos
discriminados na análise classificativa.

O factor F3 apresenta um significado idêntico ao factor F2. A principal tendência


demonstrada relaciona-se coma mistura com água do mar, reflectida por um peso de F3

crescente. Contudo, é possível discriminar no plano factorial FllF3 a amostra Pixl4, com o
peso mais elevado de F3, e no outro extremo o grupo de águas com as referências Pixl2, l5
e 40, com os valores mais baixos de F3 (Fig 6.60). Estas últimas tem um processo comum
de contribuição de CO2 profundo, como já foi demonstrado noutra secção deste trabalho.

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Fig. 6.60 - Representação gráfrca dos pesos dos vários factores no plano factorial FllF3.

379
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XC
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e w F-
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w
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

6.2.9 . Isotopos Ambientais

A aná{ise e interpretação das concentrações de isótopos ambientais em águas


subterrâneas é uma metodologia empregue em estudos hidrogeologicos desde a década de

50 (Freeze e Cherry, 1979).

Atendendo à necessidade de quantificar a abundância relativa dos isotopos com um


grau de incerteza, inerente aos processos analíticos, menor que a variância natural, recoÍTe-

se geralmente ao estudo dos isotopos relativos de elementos mais leves que participem na

maior parte das reacções químicas (Fritr e Fontes, 1980). Uma lista dos principais isotopos
ambientais utilizados em hidrologia está patente no Quadro 6. 15.

Eiemento Isótopos Ab. ì!Íédia Comcnt:irios

(%)

hDROC:\'iO ti 99.98,1

õ 0.01 :
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Quadro 6.15 - Principais isótopos ambientais utilizados em hidrologia (modificado de Fritz e Fontes. 1980).

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i
PD
F-
XC
h a n g e Vi
e w F-
XC
h a n g e Vi
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w
o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Os isotopos ambientais anaiisados agregam-se em dois grupos principais. isotopos

estáveis não radioactivos, como o ttO e o Deutério (2H;, e isotopos radioactivos> que

decaem com o tempo em função do seu período de semi-vida, como o trítio ('H) . o toc.

Sumariamente, as aplicações no âmbito da hidrogeologia isotopica permitem

descortinar as origens das águas e indicar a sua idade, caractenzar eventuais processos de

mistura e determinar as suas proporções, a localização e importância da recarga, bem como

estimar a velocidade de circulação das águas subterrâneas. Os principais domínios de


aplicação estão indicados no Quadro 6.16.

Neste contexto, e visando completar o estudo hidroquímico efectuado sobre as


tto e Deutério
águas subterrâneas da ilha do Pico, determinaram-se as concentrações em de

21 amostras recolhidas em Setembro de 1996. As análises foram efectuadas no Laboratorio


de Isotopos Ambientais do Departamento de Química do Instituto Tecnologico e Nuclear.

A escolha deste par de isotopos prende-se com a capacidade de a partir da sua

concentração comprovaÍ a origem meteórica das águas subterrâneas e da sua utilidade na

caractertzação dos processos de salinização dos aquíferos.

ttO o., deutério é expressa em função do


A composição isotopica duma água em

dewio que apresentam relativamente ao padrão SMOW (Snndard Mean Ocean Water),
segundo a formula seguinte:

A"-,.-A'*o*
.r-
ç
Ar"ro*

e muito negativo. As amostras


euando a composição isotopica é ligeira o valor de ô
com vaiores de ô pouco negativos ou positivos correspondem a águas pesadas, mais
enriquecidas em
tto ou deuterio do que as primeiras'

A abundância natural destes isotopos é essencialmente controlada pelo numero de

fasesde condensação que oriEnam a precipitação, e pelas subsequentes condições


ambientais de evaporação (Fontes, 1980). A variação natural é da ordem dos
i400yo
18o
relativamente ao deutério e+4}oÁpara o (custodio e Llamas, 1983).

I
it
381
I
I
v
PD
F-
XC
h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

Domínio Contribuição

Precipitação e . origem e modo de formação da precipitação

águas superficiais r balanço hidrico de lagos e rlinâmiÉ sedimentar lacustre

. fenómenos de misnua

decomposição do hidrograma

Meio não saturado o inf,iffiÇâo

. dispersão

. EVT

Meio saturado estudo da recarga (quaÌitativo e quantrtativo)

localização de zonas de recarga

relaSo entre águas de superficie e águas zubterrâneas

fenómenos de dreúncia

mecanisnos de salinizacão

mecanismos de mishrra

tempos de trânsito e datações

hidrogeologia de rocha s ftacntradas

geotermia

Quaúo 6.16 - Principais dominios de aplicação dos isótopos ambientais em hidrogeologia (modificado de
Fontes- 1989).

Desta formq as concentrações isotopicas das águas subterrâneas dependem


predominantemente dos termos iniciais, relacionando-se assim decisivamente com a

assinatura isotopica das águas de recarga (Fontes, 1989). Contudo, factores como a

interacção fuua-rocha, a evaporação ou a mistura de fluidos podem influenciar os teores em

isotopos estáveis.

382
v
PD
F-
XC
h a n g e Vi
e w F-
XC
h a n g e Vi
e w

PD
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w

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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A diferenciação pode ser realízada essencialmente com base na profundidade de


circulação das águas, ou seja dos sistemas aquíferos. Em sistemas pouco profundos a

composição isotopica das águas é constante durante a permanência no aquífero (Custodio e

Llamas, 1983), pelo que a sua inércia perante os processos químicos os permitem considerar

como não reactivos (Freeze e Cherry, 1979).

tto ou deuterio pode


Em sistemas muito profundos o conteúdo isotopico em ser

alterado por efeito da interacção água-rocha" o que é resultado do intercâmbio isotopico


ttO.
com as rochas favorecer o enriquecimento em

Neste contexto, a posição dos pontos representativos da composição isotopica das


águas em
ItO ou deuterio relativamente à recta representativa das águas meteoricas a nível

mundial permite aferir a origem das águas subterrâneas. Esta recta é dada pela seguinte
expressão (Craig, 196l)'.

6:3xgr8e + i0

Atendendo ao descoúecimento da recta de águas meteóricas a nível regional e

necessário recoÍïer à equação anterior, embora Rodrigues (1995) defina uma recta regional

pela expressão seguinte.

5 :g*5*r8g + 15

Outra utilidade do estudo da composição isotopica das águas zubterrâneas relaciona-


se com a carcctenzação dos processos de súnização. Neste aspecto as variações do

conteúdo em isotopos estáveis de H e O podem fornecer relevantes informações no que

concerne à identificação e estudo da origem da salinização das águas subterrâneas, e


correspondem aos isotopos ambientais usualmente utilizados em resultado do seu
comportamento conservativo nas águas (Gonfiantini e fuagUas, 1988).

As virrr.ralidades desta aproximação prende-se com o facto das origens dos sais'
como a água do mar ou salmouras, apresentarem composições isotopicas características'
dos
cujas assinaturas são facilmente identificáveis nas águas dos aquíferos. Tal facto resulta

isotopos de não sofrerem os efeitos dos processos que usualmente influenciam as espécies

383

i:*r
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h a n g e Vi
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o

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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

químicas relacionadas com a salinização, como as trocas ionicas e a precipitação (Gat.


1981).

Desta forma, o estudo de processos de saiinização, como os derivados da intrusão

salina, com base na composição isotopica e relativamente simplificada considerando a


mistura entre a água do mar e a âgua dos aquiferos costeiros, que à escala locai se pode

considerar uniforme e contrastante com aâgva do mar (Gonfiantini e Araguas, 1988) No

caso mais simples a recta de mistura é linear, enquanto em exemplos mais complexos estas

relações podem ser mais complexas.

O processo de mistura entre as águas doces e salinas é representado numa projecção


tto -D por Ìrma iiúa recta" onde os pontos relativos às várias amostras de água são
projectados de acordo com a percentagem de mistura (Fig. 6.61), Neste diagrama são ainda

evidentes as trajectorias representativas ao desenvolvimento de outros processos de

salinização passíveis de modificaÍ a composição isotopica original das águas analisadas,


como a evaporação, o intercâmbio isotopico derivado da interacção água-rocha, a mistura
com salmouras e a ultrafiltração por membranas argilosas.

:U

.*ü t*l*
-/
an misarra
,í/ (águadoce-á1 salgada)

o
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/-<t ï::"ï-
3\i 1E "vaporaeio i

íslrorv
I
Linha de
7) -Le
Água ulh:afiltracào
_10
if
Linha de intercâmbio

-:t

-a0

Oxigénie'18 (o/o")

Fig. 6.61 - Relações gerais entre o õr8O e o õD nas ágpas naturais. elidenciando os processo de salinização
(modificado de Gonfiatini e Araguas, 1988)'

38.1
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o

o
.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

O estudo da relação entre a salinidade e a composição isotopica das águas deve ser
estabelecido relativamente às espécies conserv'ativas, não sujeitas a outros processos

químicos, como o cloreto quando as saünidades são baixas e o lítio quando estas são mais

elevadas (Gat, 1981). De saiientar que as linhas de mistura são curvas quando a salinidacie é

expressa em unidades de concentração de gA, o que reflecte a percentagem decrescente do

solvente nas soluções mais concentradas.

A representação gráfica da concentração em tto contra a salinidade mostra que os

padrões gráficos relativos aos vários processos que promovem a variação da composição

isotopica e da salinidade das ágrras (Fig. 6.62).

+
/ Evrporação

â I Água ÌÍarinÌra
s

I

'g)
èl
vl -1
-5
-6

-3
-0

ItO e a salinidade das águas. mostrando os processo de


Fig.6.62 - Relação entre a composição isotópica em
salinização (modificado de Gonfiatini e Araguas. 1988).

Uma contrariedade que dificulta o estabelecimento de uma relação clara entre o


tto

ou deutério com o cloreto, especie importante como marcadora do processo de salinização


por mistura com a âgua do mar, deriva da sua fraca sensibilidade. Esta implica a necessidade

de utilizar amostras com percentagens de mistura superior a 5o/o ou, quando a composição

isotopica é heterogénea, maior que 10% (Gonfiantini e fuaguas, 1988). Gat (1981)

385
+F
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

considerarn, no entanto, que para uma água com õlEO igual a -), e necessano que a
percentagem de mistura seia de 2Yo a 3%o de forma a garantir o acréscimo de 500 me de

cloreto por litro.

6.2 9 1 Composição Isotopica das Aguas da Ilha do Pico

As águas analisadas correspondem a furos de captação e poços de maré com


salinidades diversas, e a uma nascente de altitude (Ref Pix20). DeterminariÌm-se ainda a
composição isotopica das amostras do mar e das três lagoas mais importantes do Pico
(Quadro 6.11).

Recorreu-se ainda aos resultados obtidos por Demande et al. (1982a) e relativos às

nascentes minerais da Silveira e de St. Amaro, à nascente do Landroal e a uma amostra de

água superficial da Ribeira Grande.

A composição isotopica dos furos de captação varia entre -3.60 e -4.77 para o ôrtO
e -18.3 e -29.0 para o õD. No que concerne aos poços de maré verifica-se que a gama de

valores de ôrEO está situada entre -3.16 e -4.46, e os resultados de õD distribuem-se de -

18.4 a -24.2.

Os conteúdos isotopicos das nascentes são iguaimente diversos, variando entre -3.20

a 4.60 pÍua o ô18O e -17 .2 a -22.3 relativamente ao õD. Os teores em õ18O e õD das lagoas

analisadas variam entre -3 .72 a 4.50 e -ll .2 a -18.2 respectivamente.

Comparando o conjunto total de resultados das águas subterrâneas observa-se que

as águas mais pesadas coÍrespondem aos poços de maré com as referências Pix38 e 30
enquanto, por seu turno, as amostras mais leves foram colhidas nos furos de captação Pix4,

2 e 78. Assim, imediatamente, verifica-se que as amostras mais pesadas apresentam maiores
mineralizações, em resultado essencialmente da mistura com a água do mar como já foi
discutido.

i86
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c u -tr a c k c u -tr a c k

Referência Tipo õ1Eo ô2H Observações


P. ásua
Pix-13 Furo +_ tt,

Plx-22 +_++ - l+.6

Pix-04 -25.6

Pix-03 -25.3

Pix-01 -1.95 -/t-o


Pix- l5 -1.80 l8.l
flx- t t) -3.60 -18.3

Pix-18 -+.50 _?a ô

Pix-02 -+.53
D;.- t^ Nascente -3.90 /l-J

Pix-12 -+.60 at I
Dern:nde et al.. 1982a

bndroal -3.90 -18.8 Demonde et al.. I982a

Sto. Amaro ìrn 17.2 Dernnde et al.- 1982a


Pix-28 Poço de maré I tlÁ

Pix-27

Pix-23 -4.05

PLx-35 -3.80

Pix-30 -3.38 18.9

rrx-lb 4.46 18.4

PLx-38 -3.16 I 8.8

Ribeira Grande fubeira -.+.60 -/v.) Deownde et al.- 1982a

l,aeoa do Caiado I-agoa -1.06 t8.2

l-agoa do Capitão -1.50 t7.l


l:eoa do Paúl l1)
Mar Mar 4.r7 0..+

Quadro 6.L7 - Resultados das aúlises isotópicas efectuadas em algumas amostras de água subterrânea da
ilha do Pico.

A projecção dos Íesultados de õr8O contra o teor em ôD mostra que a maioria dos

pontos se conforma à recta das águas meteóricas mundial, o que atesta a origem meteorica

dos fluidos. veri.fica-se, contudo, que os pontos representativos das lagoas e da Ribeira
Grande se projectam distintamente acima da referida recta, o que sugere que esta última não

se adapta idealmente às águas meteoricas regionais (Fig. 6.63).

387
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tr Furos
ê Ì\hscentes
s A Foços de tt/aré
o 1tr'
]1H"".
tr Lagoas
a Ribeira

-25

18O
Fig. 6.63 - Relação entre o conteúdo em ô e ôD nas águas subterrâneas da ilha do Pico.

Os pontos representativos de outras águas (Pix38, 30 e l8) caem abaixo da recta das
águas meteóricas o que indicia os efeitos de evaporação das águas ou da mistura com águas
salinas.

Para aquilataÍ a influência deste processo delineou-se no diagrama anterior ainda a

recta de mistura entre a água infiltrada, representada pela amostra da Ribeira Grande, e a

água do mar. Apos efectuar este procedimento constata-se que a maioria das amostras são

projectadas abaixo da recta da mistura. Como pelos métodos hidroquímicos convencionais

foi comprovado que o processo de mistura e a principal origem dos sais dissolvidos nas
águas do Pico, conclui-se que o processo de mistura e complexo, não obedecendo, neste

caso, a uma lei linear pois os seus efeitos são acrescidos dos derivados a partir de outros

fenómenos.

O processo de mistura pode ser verificado no gráfico onde se projecta o ôt8O contra

a condutividade, observando-se que a maioria das águas se aliúam segundo uma recta de
mistura com a água do mar (Fig. 6.64).

388
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
F- w F- w

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OA
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Fl:n":" l
I

-4

-Á5
I
-A

A
I

5000 10000 15000 I

Cond. (US/cm)
i

18O
Fig. 6.64 - Relação entre o conteúdo em ô e a mineralização das águas expressa pela condutividade

Não obstante o exposto o melhor meio de aferir a influência do processo de intrusão

resulta do gráfico que relaciona a concentração em cloreto e o conteúdo isotopico em ôr8O

(fig 6 65)

1
i-; -
-44 I
tr Furos ]

e l,lascentes
-z
s -2,5 la
Poeos de Ívlaré
o
rO + Naar
|
e Lagoas
-3,5
tr 6 Ribeira
-4 8o
^E E

10000 1000000

Cl{mg/l)

r8O
Fig. 6.65 - Relação entre o conteúdo em ô e a concentração em cloretos,

389
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

A referida projecção revela que a maioria das amostras se adapta ao trajecto de


mistura com as excepções, facilmente explicáveis por tudo o que foi anteriormente
explanado, das águas com as referências Pixi3, 15, 20 e das lagoas. Os pontos
representativos das amostras Pix 16 e 30 e da nascente mineral de St. Amaro caem

ligeiramente acima da liúa de mistura, mas por tudo o que foi apresentado pode concluir-se

que estas águas evoluem essencialmente por este processo.

Esta incongruência pode eventualmente ser explicada por se trabalhar com águas ern

que as percentagens de mistura são muito pequenas piÌra se sobreporem aos efeitos da falta

de sensibilidade deste método.

390
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XC
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O presente estudo possìbilitou a aquisição de novos coúecimentos no âmbito da


wlcanologia, geomorfologia, climatologia, hidrodinâmica e hidrogeoquímica. Apesar das

dificuldades encontradas durante a execução dos trabalhos, julga-se que este conjunto de
dados constitui uma contribuição importante para o coúecimento hidrogeologico da ilha do

Pico.

Não obstante, entende-se que os coúecimentos obtidos não esgotam de qualquer


forma a matéria abordada" pelo que os novos dados adquiridos devem ser tomados como
uma base solida de sustentação de eventuais esfudos de pormenor, a escalas de maior
ponnenor, a efectuar futuramente.

Contudo, salienta-se que a exequibiüdade de tais trabalhe5 depende,


necessariamente, em face do exposto ao longo de alguns pontos deste estudo, do acesso a

informação de base de melhor qualidade.

Embora a vertente comparativa com a hidrogeologia de São Jorge, que inicialmente


tinha sido equacionada, não teúa sido desenvolvida" em resultado das dificuldades já
enunciadas, o paralelismo entre observações realizadas no Pico e as suas homólogas
relativas a outras ilhas do arquipélago dos Açores ou a variadas regiões wlcânicas insulares

e continentais do mundo foi conseguida em alguns capítulos.

A validade do trabalho efectuado na ilha do Pico é reforçada no âmbito do

coúecimento hidrogeologico dos Açores, e das ilhas vulcânicas em gerd., atendendo ao


reduzido número de referências encontradas na literatura especializada sobre esta região
autónoma.

Para efeitos duma maior sistematização apresentam-se as conclusões deste trabalho

segundo uma sequência similar à dos sucessivos capítulos deste estudo.

391
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PD
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

7.1. Geolosia

O Pico e a ilha mais recente do arquipélago dos Açores, e a exlrema juventude


geologica e eüdenciada pelas datações absolutas e pelo metodo de lac efectuadas em
amostras recolhidas no local. Assim, e abstraindo do vulcanismo histórico, as idades
determinadas até ao momento variam srosseiramente entre 1000 a 2000 anos e 300000
anos.

A escala vulcanoestratigráfica proposta, embora sujeita a eventuais reüsões futuras

pelas razões expostas, considera quatro diüsões principais, que da mais antiga à mais

recente, estão relacionadas com o Vulcão do Topo, o Vulcanismo Fissural, o Vulcanismo

da Montaúa do Pico e o Vulcanismo Histórico.

O vulcão do Topo localiza-se nas regiões das Lajes e do Topo, na costa S da ilha, e

corresponde ao apaÍelho vulcânico mais antigo do Pico. A edificação deste antigo wlcão

central foi condicionada por um sistema de falhas de orientação NNE-SSV/, e a estrutura


encontra-se parcialmente colapsada no sector E. Para alem desta subsidência principal, que

ocoÍreu ao longo do plano de falha do Arrife, ocorreram colapsos secundários no topo


deste vulcão, originando as depressões da Terra Chã e de Santa Bárbara.

Os materiais emitidos por esta estrutura constituem uma sequência subaérea com
cerca de 600m de espessura, divisível em duas sequências. a de base corresponde a um
possante conjunto de espessas escoadas lávicas, predominantemente ankaramíticas, e a de

topo forma uma fina cobertura, com 20 a 50 m de espessura, constituida por escoadas

láücas de basaltos afiricos e oorfiricos.

O sector colapsado do wlcão do Topo está coberto por escoadas lávicas mais

recentes, relacionadas com o wlcanismo fissural. Com efeito, este vulcanismo domina o

sector E da ilha e, independentemente da idade dos materiais emitidos, agregam-se com esta

designação todas as formações geneticamente relacionadas com as erupções fissurais.

392
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c u -tr a c k c u -tr a c k

O sistema fissural desenvolve-se ao longo de cerca de 27 Km, entre os Cabeços do


Piquiúo, a W, e da Hera, aE, e é controlado por fracturas cuja orientação geral é WÌ\\V-
ESE e W-8. Ao longo desta fi.ssuras instaiaram-se mais de cem cones de escorias de idades
diversas. A comprovar a ocoÍïência de erupções de idade variada podem ser indicadas, por

um lado, a actividade wlcânica histórica, na Praiúa (1562164), e pré-historica, como por

exemplo no Chã do Pelado e nos Cabeços das Cabras e da Hera e, por outro lado, as

datações muito mais antigas efectuadas noutros locais desta zona por alguns autores, e que

deram idades entre 30000 anos e 250000 anos.

As formações vulcânicas fissurais mais antigas definem uma mancha, grosseiramente


desenvolvida entre São Roque do Pico e a Praiúa de Baixo, na costa N, e o eixo da ilha a

S, e caÍacterrzam-se essencialmente pela emissão de basaltos alcalinos porfiricos. O

vulcanismo fissural mais recente ocoÍre principalmente entre os Cabeços dos Grotões, a W,

e da Hera, na extremidade oriental da ilha, e distingue-se pela erupção de escoadas lávicas


basálticas picríticas, porfiricas feldspáticas e hawaíticas.

A Montaúa do Pico corresponde ao estratovulcão que domina a metade ocidental


da ilha. Com 2351 m de altitude e 16 Km de largura máxima ao nível do mar, o imponente

cone compósito apresenta um volume aproximado de 83 Km3 acima do NMAM.

A estimativa de 75000 anos paÍa a idade máxima do troço subaéreo deste vulcão

central comprova a extrema juventude deste aparelho, instalado provavelmente sobre as

formações mais antigas da ilha datadas de sensivelmente 300000 anos. O resultado daquele

cálculo é compatível com todas as datações efectuadas e com as eüdências recolhidas no


terreno.

A edificação da Montaúa foi faseadq podendo distinguir-se três etapas principais.


A lu fase caractenza-se pela emissão de escoadas lávicas porfiricas, com fenocristais de
plagioclase de grande dimensão definindo rosetas. Importantes níveis piroclásticos também

podem ser observados, especialmente em relação com erupções secundárias.

As formações da fase inicial afloram essencialmente nas vertentes S e SE da


Montaúa, e o aparelho vulcânico edificado atingiu cerca de 2050m de altitude. A esta cota

393
,+
h a n g e Vi h a n g e Vi
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

distingue-se um ressalto na morfologia do cone, que evidencia a cratera terminal desta

estrutura.

A fase subsequente traduz-se pela instalação dum cone no bordo N da cratera


referida anteriormente, e caracteriza-se pela emissão de escoadas láücas basálticas
porfiricas e feldspáticas, com plagioclases frequentemente dispostas em rosetas, de menor
dimensão que as observadas nas lavas da 1u fase. Os materiais da 2u fase ocupam extensas

áreas nas vertentes do quadrante NW do cone e nas paredes da cratera terminal desta elapa,

ceÍca dos 2250 m.

A 3u e ultima fase engloba dois episodios sucessivos, o primeiro dos quais


corresponde às erupções responsáveis pela instalação do cone do Piquiúo, com cerca de 90

m de altura" no bordo NE da cratera principal do cone (Pico 2). F;Xe cone foi responsável
pela emissão de escoadas láücas que originaram um lago de lava no interior daquela
depressão, extravasando-se pelas vertentes do cone da Montanha apos galgarem as paredes

SE e NE da cratera. Datações efectuadas nestas escoadas deram uma idade aproximada de

1400 8.P..

O último episodio corresponde a uma erupção ocorrida ao longo de uma fissura, de


orientação W-E, que intersecta a cratera principal e o cone do Piquiúo. As escoadas lávicas

emitidas correspondem a lavas porfiricas feldspâticas semelhantes às do Piqúúo mas, ao

invés destas, as plagioclases não definem rosetas.

Além das erupções no troço terminal da Montaúa há ainda que refeú a importância

da actiüdade vulcânica relacionada com os cones estromboüanos disseminados pelas


vertentes do estratovulcão" Estes aparelhos advetícios encontram-se frequentemente

dispostos ao longo de fissuras radiais à Montanha.

Um excelente exemplo do exposto acima prende-se com a actividade vulcânica


historica referenciada na área do estratovulcão que, da mais antiga à mais recente,
corresponde às erupções de Santa Luna (1718), São João (1718) e Silveira (1720).

Contudo, importa realçar que a erupção historica mais antiga da ilha ocoÍïeu na Praiúa

394
h a n g e Vi h a n g e Vi
XC e XC e
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.d o .c .d o .c
c u -tr a c k c u -tr a c k

(1562164), tendo-se prolongado por cerca de ciois anos, o que a coloca como o mais longo

de entre todos os episodios r,'ulcânicos historicos dos Açores.

Um estudo de poÍnenor dos produtos emitidos nestas erupções historicas,


completado pelas informações exlraídas dos relatos historicos, possibiütou a caractertzação

fisica e química dos materiais e processos envolvidos.

Os coeficientes de aspectos das escoadas láücas historicas são todos muito baixos, e

compatíveis com os valores típicos de lavas basálticas, muito fluidas.

7.2. Geomorfologia

A morfologia do Pico reflecte decisivamente os aspectos de índole geologico já


referenciados, sendo patente o caractér assimétrico da ilh4 diüsível em dois sectores
distintos. Esta dicotomia e pontuada pela Montaúa do Pico, que domina o sector W da
ilha, e pela aplanação da Achad4 que domina o sector E da ilha e está relacionada com o

sistema fissural aí desenvolüdo.

O cone da Montanha apresenta vertentes côncavas, de declive suave até

aproximadamente os 1050 m de altitude, cota a partir da qual se verifica um aumento

sienificativo da declMdade.

Cerca dos 2250 m de altitude o estratovulcão e encimado por uma cratera de forma

grosseiramente circular, a partiÍ da qual emerge o cone do Piquiúo. O vestígio da

existência de uma cratera mais antigq aos 2050 rq traduz-se por um evidente ressalto na

morfologia do cone desta estrutura vulcânica.

A morfologSa da metade E da ilha é caractenzada por uma aplanação de altitude


media igual a 800 m, descendo por patamares até à extremidade oriental da ilha, e que é

marcada pela instalação à superficie de numerosos cones de escorias distribuídos ao longo

de fissuras. Contudo, a altitude máxima no sector oriental da ilha e atingida no Topo (1007

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m), e relaciona-se com o wlcão central do Topo que. como já foi referido, conesponde ao

aparelho r.ulcânico mais antigo da ilha.

Os mapas expeditos de altimetria e de declives apresentados demonstram


graficamente a existência dos dois domínios morfologicos apresentados

Outra evidência da diversidade morfologica entre as duas metades da ilha do Pico


prende-se com o desenvolümento dos solos, maior no sector oriental, e com a rede de
drenagenr, substancialmente mais densa para E. Contudo, importa referir gu€,
invariavelmente, as linhas de iryJa existentes na ilha apresentam um funcionamento

torrencial.

A caracterização da rede hidrográfrca acentua a separação enunciada" verificando-se


que a densidade de drenagem e muito menor na região W da ilha. Nesta área ocorreng

inclusivamente, extensas zonas em que este índice é nulo, ao invés da metade E da ilha"
onde são individualizáveis manchas atribuídas à classe 6 (3.39 a 4.67 tcm-t;. A Densidade de

drenagem media das bacias hidrogrrâficas e igual a 3.48 Km-r , piÌra uma área média de 1.28

Kmz.

O mapa de Dd apresentado permite ainda subdiüdir a região E em duas zonas,


atendendo a que os valores máximos daqueles índices (6.27 a 7.00 Km-t) estão relacionados

com a mancha de materiais mais antigos do vulcanismo fissural que aflora entre São Roque

do Pico e a Praiúa de Baixo, o que justifica a sua indiüdualização cartográÍca. Não


obstante, nos locais da região E em que afloram escoadas lávicas muito recentes, como as

referentes à erupção historica de 1562164 e às várias erupções pré-historicas, a densidade de

drenagem e igualmente nula" como por exemplo na extremidade oriental da ilha. Neste caso,

existe uma semelhança com uma grande área das vertentes da Montaúa onde a rede de

escorrência supeúcial é inexistente.

A baixa hierarquização da rede de drenagem reflecte-se na distribuição da rede de


drenagem de 2u e 3" orderry que ocoÍre quase exclusivamente nas vertentes do Planalto da

Achada. A reduzida ramificação, indiciadora de uma maior permeabilidade superficial do

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terreno, tambem é demonstrada pela relação existente entre as áreas e os maiores rios das

bacias hidrográficas.

O valor apurado para o índice de bifurcação da ilha (a.30) é compatível com as

redes de drenagem cujo desenvolvimento é independente de qualquer influência exercida


pela estrutura geologica. A relação directamente proporcional com a permeabilidade do
terreno permite observar que a mancha de vulcanismo fissural mais antigo, acima referida, é

a area onde este parâmetro assume valores mais reduzidos.

A interpretação dos resultados relativos ao índice de comprimentos medios é mais


complexa, o que resulta da menor variabilidade dos valores desta razão. Em qualquer caso
constata-se que estes são independentes da influência exercida pelo substracto geologico,

sendo controlados por factores de ordem topográfica e climática.

7.3. Climatologia

A caracteruação climática da ilha do Pico foi efectuada com base nos dados
recolhidos em apenas sete pontos de observação. Desta formg a baixa densidade de postos
udométricos (0.016 P.U./Ifu2), bem como a sua deficiente distribuição no terreno, limitam a
qualidade das conclusões.

A precipitação média anual nos postos udometricos situados a baixa altitude varia
entre 1001 mm/ano e 1895 mm,/ano, enquanto nas zonas altas do Planalto da Achada estes
valores situam-se na gama de 3168 mm/ano a4547 mm/ano. Uma extrapolação realizada
para os 2000 m de altitude permite apontar uma precipitação de 7523 mm/ano.

A projecção de isoietas por extrapolação de valores apartir de modelos de regressão


linear e multiiinear revelou-se improcedente, tendo inüabilizado o cálculo da precipitação
media anual ao nível regional. Contudo, para a zona do topo do Planalto da Achad4 cerca

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dos 800m de altitude, a precipitação média anual e igual a 3883.6 mmr'ano, o que permite

estimar um volume izual a 185x106 mt/ano.

A forte variabilidade anual e mensal da precipitação e atestada pelos coeficientes de

vanação, situados respectivamente entre 15%o e 20%o nos postos costeiros e 16%o a 20oÁ no

Planalto da Achada. Nas estações de altitude, a partiÍ de 1977178, não ocoÍrem anos
hidrologicos muito secos. Pelo contrário, nas estações situadas a cotas mais baixas, o ano

hidrologico de 1988/89 pode ser considerado seco e o de 1993194 muito seco.

A distribuição mensal revela a existência de dois períodos contrastantes, e na estação

humida, que ocorre entre Setembro e Março, observa-se cerca de 750Á da pluüosidade total

anual.

A temperatura média anual apenas foi calculada na estação metereologica do


Aeroporto, único local da ilha onde esta variável e registada. O valor estimado e ìgual a

l7.4oc, importando realçar que a série de dados é muito curta, atendendo a que apenas
desde 1983/84 a temperatura é mensurada.

A determinaçáo da EVR media, recorrendo aos métodos de Thornthwaite, de


Coutagne e de Turc, permitiu estimar valores entre 716.5 mm/ano e 814.4 mm/ano nas
estações costeiras. Nos postos udometricos de altitude o valor medio distribui-se entre

679.9 e 683.7 mm/ano.

O diagrama climático de Gaussen permite verificar que, em qualquer dos locais de


observação de baixa altitude, não ocorrem períodos secos ao longo do ano hidrologico.

Efectuou-se o balanço hídrico sequencial mensal ao nível do solo, o que permitiu


verificar que nos P.U. de altitude os excedentes em água são constantes ao longo do ano
hidrologico. Nestes pontos estimou-se que a escorrência anual varia entre 2562 e 3940
mm/ano. Em oposição, nos postos a cotas baixas, os excedentes em fuua verificam-se entre

os meses de Novembro e Abril, variando a escorrência total entre um mínimo de 330.4


mm/ano e um máximo de 975 mm/ano.

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Foi ainda possível calcular a reçatga aquífera relativa a uma área do Planalto da
Achada. O primeiro dos métodos aplicados consistiu no balanço de cloretos e indicou uma
taxa de recarga de 50.7Yo, o que equivale a um volume de água infiltrado de 93.8xi06
mt/ano.

A segunda metodologia assentou na determinação da área aflorante de escoadas

láücas e piroclastos e na posterior atribuição de um coeficiente de infiltração a cada uma


destas litologias, no caso respectivamente iguais a 82o/o e 240Á. O valor de água recarregada

calculado e igual a 97 .3x106 m3/ano, proximo do estimado pelo balanço de cloretos.

7.4. Hidrodinâmica

A caracterização hidrodinâmica das formações vulcânicas da ilha do Pico incidiu

especialmente sobre o sistema aquífero de base, o que resultou do número muito limitado de

pontos de água em altitude, reduzidos a algumas nascentes dotadas invariavelmente de


caudais muito fracos. Os constrangimentos relacionados com a perfuração de furos de
captação circunscreverÍrm ainda mais este trabalho à franja iitoral do sistema de base, a uma

curta distância da linha de costa.

A análise das características técnicas dos furos permitiu verificar que a profundidade
media e igual a 109.8 rrì, para uma altitude media de 108.1 rn, constatando-se que existe
uma boa relação entre estes atributos. Por seu turno a distância ao mar varia entre 300 m e

2754 m, com um valor medio igual a 1172 m.

Outra característica analisada relaciona-se com a elevação do nível de água dos


aquíferos relativamente ao nível medio da âgua do mar OIMAM), tendo-se concluído que o

gradiente piezométrico é muito fraco. Com efeito , a elevação varia entre 0.72 e 9.70 m, com

um valor medio de 2.82 m e, considerando a distribuição dos valores em classes de


frequência observa-se que a classe modal corresponde a valores entre 0 e 2 m (59% dos

dados).

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Os valores de transmissiüdade foram estimados mediante a utlluaçáo de vários


métodos, e eüdenciarÍrm a grande heterogeneidade dos aquíferos vulcânicos do Pico, o que

é compatível com as observações realizadas noutros regiões do mesmo tipo. A


transmissividade media e igual a 10059 m'ld, paÍa um desvio padrão de 7142 mzld,
oscilando as determinações entre um máximo de 26352 mtld e um mínimo de 816 m2ld.

Os valores deste parâmetro têm uma distribuição de frequências com um padrão


assimétrico, observando-se que 620Á dos resultados apresentam transmissiüdades menores
que 11280 m2ld.

Observa-se, igualmente, que a maior variação dos valores de transmissividade


relaciona-se com a metade V/ da ilha, o que eventuaimente se explica por um maior número

de pontos de água neste sector da ilha.

A existência de uma relação entre a transmissiüdade e a espessura saturada nos


furos permite salientar, novamente, a heterogeneidade dos aquíferos estudados.

Este caractér heterogéneo da hidrogeologia de aquíferos vulcânicos, logo do Pico, é

comprovada tambem pela comparação dos valores das transmissividades obtidas nesta ilha

com os relativos a aquíferos basálticos dos Açores. Por esta análise conjunta concluíu-se
que a ilha Graciosa é aquela que apresenta resultados mais elevados, seguida dos referentes

ao Pico. Este comportamento similar, bern como a diferença paÍa os outros ambientes
insulares, deve-se essenciaimente ao tipo de aquíferos, relacionadas nestas ilhas com
escoadas láücas basálticas s./. recentes.

No intuito de complementar os resultados obtidos investigou-se a variação

sinusoidal dos níveis de água dos aquíferos resultante da influência exercida pela flutuação

das marés oceânicas. Esta metodologia" além de proporcionar um bom manancial


informativo, reveste-se de especial interesse na ilha do Pico pois o efeito de maré é
observado nos poços e em quase todos os furos de captação.

A realização de 17 ensaios de maré, bem como a reinterpretação de dados

publicados, permitiu calcular valores de difusividade hidráulica que variam entre 1.25

mtlmin. e 259359 m'lmin., embora este ultimo valor pareça sobreavaliado.

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A difusividade média e igual a 6875 m'lmin., com um desvio padrão de 8013


m2lmin., o que indicia, novamente, a heterogeneidade dos aquíferos. Estes resultados são
geralmente superiores aos observados noutras ilhas vulcânicas, como o caso de Tenerife
(Canárias) e da Reunião.

A distribuição dos resultados por classes de frequência segue uma lei de distribuição
lognormal, em que a classe modal corresponde a valores entre o e 5000 mtlmin. (58.3%). A

mediana da população é igual a3126 m'lmin.

O aumento do valor da difusiüdade hidráulica à medida que a distância dos pontos


de observação à linha de costa e maior sugere a influência crescente da rede de fracturas
sobre a propagação das ondas sinusoidais. Outra hipótese, no entanto, prende-se com a
inadequabilidade do modelo apücado.

A conjugação dos valores de transmissiüdade e de difusiüdade permitiu estimar o

coeficiente de armazenamento em alguns pontos de tryua. Os valores obtidos são

compatíveis com os resultados característicos de meios fissurados, ou de meios confinados,

embora a primeira hipotese pareça mais viável.

Os resultados obtidos a partir da aplicação de um modelo de aquífero semiconfinado

mostram difusMdades mais baixas. Especulativamente, pois e impossível confirmar, os


valores do coeficiente de armazenamento seriam então mais elevados, possivelmente
compatíveis com os relativos a aquíferos üwes.

7.5. Hidrogeoquímica

As águas subterrâneas da ilha do Pico são frias, apresentando frequentemente


mineraiizações elevadas, o que se reflecte na condutividade media, que é igual a 3212

pS/cm na amostragem de Setembro de 1996. Cerca óe l8%o das amostras apresentam

condutiüdades superiores a 5130 pS/cm e dois dos pontos amostrados correspondem

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inclusivamente a águas salobras, denominação que thes e conferida por possuírem resíduos

secos superiores a i000 mg/l mas inferiores a 10000 mg,{.

As águas amostradas podem ser consideradas muito duras, e os pH indiciam águas


predominantemente alcalinas. As alcalinidades medias determinadas nas várias amostragens

variam entre 120 e i60 me/I.

O sodio é o catião predominante, contribuindo com cerca de 42Yo a 79Yo da

composição cationica total. Por seu turno o cloreto é a espécie anionica principal,
contribuíndo com cerca de 35Yo a 90o/o do total de aniões em solução.

O predomínio destas espécies, que apresentam uma relação ünear bem marcada,
traduzida por um coeficiente de correlação elevado (r:0.998), explica ainda o tipo de águas
observado no Pico. Com efeito, a maioria das Írmostras corresponde a águas cloretadas
sódicas, e apenas nos pontos de água de altitude e no furo da Silveira ocolrem águas
bicarbonatadas.

O processs mlnslalizador que permite compreender este quimismo corresponde à

influência de sais de origem mariúa" quer em resultado do acarreio por acção das águas das

chuvas, quer por mistura com a água do mar, em resultado da intrusão salina. Este último

mecanismo ocorre em quase todos os pontos de água litorais, segundo percentagens de

mistura diversas. O facto do conteúdo em cloreto, bem como de outros aniões e catiões
com que apresenta boas correlações lineares, como por exemplo o sulfato, o potássio e o
magnésio, ter esta origem externa pode ser comprovado pelo índice Cl/B.t, cujos valores nas

ríguas são superiores aos verificados nas rochas.

A influência dos sais de origem marinha e ainda demonstrado pela relação linear
entre o cloreto e a concentração em estrôncio, brometo, boro, iodeto e lítio-

Os efeitos deste fenómeno controlam decisivamente a mineralização das águas

subterrâneas, observando-se um notorio incremento da mesma junto ao litoral e2

inerentemente a sua quúdade. Neste âmbito, salienta-se que as aguas captadas em alguns

furos apresentam teores de cloreto geralmente acima dos valores recomendáveis, quando
não dos aceitáveis e, por outro lado, a utilizaçáo da âgua na agricultura e limitada pois a

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maioria das amostras apresenta perigo de salinização muito alto e perigo de alcaliruzação
médio a muito alto

Em resultado desta notável influência na qualidade das águas propõe-se a utilização


dum índice - Índice Particularizado de Intrusão - cuja aplicação poderá ser o cerne de uma

política de monitonzaçáo deste fenomeno, respondendo, desta forma, à necessidade e

preocupação sentida no local.

O mapa de isocloretos apresentado revela áreas onde o processo de intrusão salina


está avançado, como na zona da Madalena ao Porto Calhau, na costa W, e na costa S, em

São Mateus. De qualquer modo a sua mera observação e elucidativa" verificando-se, por

exemplo, que na costa N do estratovulcão do Pico a liúa de igual conteúdo em cloretos de

500 mg/l está cerca de 2 Km pÍra o interior.

Os teores de SiOz são baixos, com valores médios da ordem dos 40 mgfi
apresentando cerca de 55oÁ das amostras teores menores que 39 mdl. O efeito de diiuição
provocada pela mistura com a âgua do mar pode explicar, pelo menos parcialmente, estas

baixas concentrações.

O segundo mecanismo mineralizador principal corresponde há hidrolise de minerais


silicatados das rochas. Os seus efeitos predominam nas águas das nascentes de altitude, o

que é demonstrado pelos grá.ficos que relacionam os elementos maiores, as razões entre

espécies dissolvidas e ainda os teores de lítio e boro. Em qualquer caso, supõe-se que

devido às características hidráulicas dos aquíferos, com circulações rápidas, a extensão do


fenomeno de hidroüse não será grande, o que permite tambem compreender os baixos

teores de sílica" já referenciados, bem como os de bicarbonato.

Do jogo destes dois factores de condicionamento hidroquímico resultam, desde


logo, três grupos cle amostras, um evoluindo essencialmente por hidrolise, outro por mistura

com a água do miÌr e o terceiro por conjugação dos dois mecanismos mineralizadores
principais,

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Esta divisão em grupos foi aprofundada pela compração das composições reais e

teóricas das águas subterrâneas com mistura. Esta última foi calculad,a a partir dum modelo

conservativo, usando o cloreto como traçador.

Consideram-se assim cinco grupos de amostras, consoante os processos evolutivos

predominantes: o primeiro resulta da mistura e hidrolise, o segundo de mistura mais troca

ionica, o terceiro so de mistura, o quarto de fenomenos idênticos ao primeiro, mas em que


as proporções relativas dos catiões são constantes entre as concentrações reais e calculadas,

eo último relativo às amostras que evoluem unicamente por hidroüse.

Algumas amostras reflectem a influência de COz de origem profund4 o que é


traduzido por pressões parciais mais elevadas desse gás, o que no caso da zona da Silveira e

compatível com o teor de COz total determinado na água mineral da Silveira.

Os conteúdos em t*O . deutério demonstram igualmente a existência de amostras


salinizadas por mistura com a íryua do mar, bem como de outras onde este processo tem
pouco significado.

As águas do Pico estão sobresaturadas em calcedoni4 cristobalite, quartzo, sílica


gel, microclina e albite. Por outro lado a subsaturação impera quando se analisa o caso dos

minerais carbonatados ou de alguns minerais característicos dos basaltos, como é o caso das

olivinas, da anortite e das piroxenas.

O efeito da minslalização das águas, e desde logo da mistura com a água do mar
com que esta se relaciona directamente, é notório. Com efeito, verifica-se, na maioria dos
casos, que os valores do Log(IS) tendem a estabilizar à medida que a mineralização

aumenta" independentemente das amostras estarem subsaturadas ou sobre saturadas.

Por fim refira-se que no d\agran:,a de estabilidade dos aluminosilicatos de sodio a

maioria dos pontos representativos e projectada nos campos de estabilidade da

montmorilonite-Na e albite. Nos diagramas dos aluminosilicatos de potássio, cálcio e

magnésio os pontos caem respectivamente nos campos dos minerais microclina,


i montmorilonite-Ca e talco.
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7.6. Modelo Hidrogeológico

O modelo conceptual de funcionamento hidrogeologico proposto para a ilha do Pico


assenta sobre os dados hidrodinâmicos e hidroquímicos recolhidos, acentuando-se as
diferenças entre o estratowlcão do Pico, a'W, e o sistema fissural, a E.

Na área de domínio do estratovulcão pressupõe-se a existência dum modelo


simplificado de2 camadas, a superior correspondente às formações emitidas na Montaúa, e

a subjacente relacionada com as formações mais antigas, sobre as quais se instalou o vúcão

compósito.

Embora se considere que o comportamento hidrogeologico das 2 camadas seja

aproximado, presume-se que efectivamente se verifica uma diferença de permeabilidade das


formações suficiente para expiicar algumas observações realizadas:

o a idade relativa à edificação do troço zubaéreo da Montanha (75000 anos) sugere


a existência dum intervalo de tempo lato, relativamente às formações mais
antigas, suficiente para explicar a diferença de petmeabilidade por efeito de
alteração e compatação.

o a direcção de fluxo na ârea daMontanha será predominantemente divergente, do

centro para a periferia da ilha.

o a ocorrência de águas muito saiinizadas na zona litoral, bem como o notório


efeito das marés oceânicas sobre os níveis de âgva dos aquíferos, podem ser
explicadas pela elevada permeabiüdade das escoadas lávicas recentes do
estrotovulcão. Estes condicionam um aquíferos basal na franja litoral,
caracteraado por uma baixa elevação da altura de água relativamente ao NMAM'

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. A elevada recarga esperada, especialmente nas zonas altas, seria suficiente para

limitar naturalmente os efeitos dos fenomenos referidos anteriormente.

Desta forma, é necessário considerar que no conte)fto geral da Montaúa há uma


importante componente de fluxo vertical, não captado evidentemente nos poços e furos do

litoral, aiimentando a unidade inferior. A descarga natural desta camada far-se-á abaixo do
NMAM por intermedio de exsurgências submarinas.

A conformar inferiormente este modelo admite-se que existe um substracto


impermeável, possivelmente relacionado com a colmatação dos elementos permeáveis das

rochas por alteração, facilitada pela actiúdade hidrotermal.

A zona de vulcanismo fissural mais antigo, que contacta com as formações mais
recentes da Montaúa na area de São Roque, na costa N, iiustra a menoÍ permeabilidade
destas unidades antigas, originando uma área com elevada escorrência superficial, embora

com funcionamento torrencial.

Na vertente S da Montanha do Pico observa-se o mesmo comportamento. Apesar da


influência do ressalto morfologico da falha de São Mateus, realça-se que nesta vertente
ocolrem os afloramentos mais significativos relacionados com a 1' fase de instalação da
Montanha, e tal parece dernonstrar a menor permeabilidade comparativamente às fases mais
Íecentes.

A inexistência de nascentes de altitude na Montaú4 em função de aquíferos de


altitude, acentua a importância da componente de fluxo vertical.

Os cones estromboüanos funcionam como elementos drenantes do sistema,

favorecendo a infiltração. Como, frequentemente, se dispõe segundo fissuras radiais à

Montaúa tendem a homogeneizar localmente o comportamento hidráulico das camadas


aquíferas e, como constituem linhas de fluxo preferenciais, favorecem a drenagem profunda

segundo a sua direcção.

A situação no sector E da ilha pode ser considerada diferente da observada na area

de influência do estratovulcão, atendendo a que corresponderá a um sistema mais

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compartimentado por acção da propria natureza geologica desta área. Com efeito, a
fracturação primária e secundária associada ao eixo fissural possibilita a homogeneização
do
funcionamento hidráulico das camadas aquíferas a considerar, aumentando a permeabilidade

vertical e favorecendo a recarsa.

O fluxo longitudinal ao longo das fissuras e facilitado, embora a acção dos filões que

intersectam as formações antigas tenda a compartimentar o sistema. Tal facto implica fluxo

profundo para os bordos N e S do sistema fissural, bem como a eventual existência de


gradientes piezometricos mais elevados.

Considerando o comportamento hidrogeologico similar entre as formações do


sistema fissural e do wlcão do Topo, bem como a influência das fracturas, carece de
fundamento considerar um modelo em duas camadas. Na zona litoral, e relacionados com as

formações mais recentes e perÍneáveis do sistema fissural há a considerar a existência de

aquíferos basais.

7.7. Recomendações

Por finq não se pretende enceÍrÍÌr este trabalho sem apontar algumas sugestões de
trabalhos a desenvolver futuramente. Assirn, entende-se como necessário realizar ensaios de

bombeamento e ensaios de mare com o objectivo de completar o estudo hidrodinâmico


efectuado. Desta forma é ainda possível aferir as estimativas do valor do coeficente de

Írmazenamento, entretanto realizadas.

Atendendo a que na ilha do Pico se observa um cortejo de águas subterrâneas com


percentagens de mistura com água do mar crescentes, julga-se que este panorama constitui

uma oportunidade de estudar pormenorizadamente os efeitos hidroquímicos decorrentes


deste fenómeno. A realuação de perfis de saünidade e de análises isotopicas de carbono e
enxofre podem constituir as pontes para a continuidade do presente estudo nesta vertente.

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Com base nos dados obtidos, e ainda naqueles provenientes dos novos trabalhos,
poderá ser estabelecido um modelo matemático do aquífero basal, com aplicação no estudo

da intrusão salina. Para este efeito propõe-se a utilizaçáo de modelos de transporte (Sutra,

HST3D), com a evidente vantagem de facilmente se extraírem conclusões no âmbito da

qualidade da águq em função de cenários de exploração de recursos.

Por fim, julga-se necessário investigar a ocorrência de exsurgências submarinas, para


o qual se poderão realuar trabalhos no mar, junto à costa, para realTzar medidas de
parâmetros fisicos e químicos indicadoras da sua existência.

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