DCN
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INTRODUÇÃO
A partir daí, foram realizados 21 Fóruns nas seções estaduais, em atendimento à solicitação do
Centro de Educação em Enfermagem da ABEn Nacional, cujos resultados, através de uma síntese,
foram apresentados e discutidos na Reunião Ampliada do Conselho Consultivo Nacional de Escolas
e Cursos de Enfermagem realizada durante o 15º SENADEn. Dessa reunião foi recomendada a
ampliação da discussão sobre as DCN/ENF, incluindo marcos conceituais, teóricos e
metodológicos, eixos estruturantes e transversais, com vistas a elaboração de um projeto de
educação em enfermagem da ABEn Nacional, dando continuidade ao trabalho realizado até o
momento, em todos os Estados. Foi aprovada uma agenda de trabalho do Centro de Educação em
Enfermagem da ABEn Nacional até o 68º CBEn, a ocorrer em outubro de 2016 em Brasília-DF.
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SGA Norte - Quadra 603 - Conjunto B Av. L2 Norte CEP 70.830-030 – Brasília - DF - Fone/Fax: (61) 226-0653/225-4473 - E-mail:
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Como parte dessa agenda, foi proposta a elaboração de uma síntese dos Fóruns de Escolas e Cursos,
objeto deste texto.
Frente ao exposto, a educação em enfermagem deve ter como princípio teórico o cuidado:
Uma atividade humana universal, intrinsecamente valiosa responsável pela continuidade da vida
humana ao longo do tempo. Constitui-se de uma ação-sentimento que se realiza entre sujeitos
portadores de direitos e deveres. O cuidado de enfermagem refere-se a uma dimensão profissional
do cuidado humano no qual trabalhadores e trabalhadoras imprimem um processo de trabalho com a
finalidade de promover, prevenir, recuperar, tratar ou reabilitar a saúde das pessoas ou
coletividades. Neste processo, a enfermagem cuida, considerando o homem na sua totalidade como
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um ser histórico e social. Nesta perspectiva, o cuidado de enfermagem contempla uma dimensão
biológica, social, psicológica, interacional e comunicativa numa prática contínua e integrada
orientada pelos conceitos de saúde, sociedade e trabalho vigentes, numa perspectiva ética.
Ética
Interdisciplinaridade do conhecimento
Integralidade da formação
1) PERFIL E COMPETÊNCIAS
Enfermeiro, com formação generalista, humanista, crítica, reflexiva e ética, para atuar nos diferentes níveis
do cuidado na atenção à saúde com foco na promoção da saúde, prevenção de riscos e agravos, recuperação
e reabilitação, no âmbito individual e coletivo, com senso de responsabilidade social e compromisso com a
defesa da cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano, considerando a transversalidade e
integralidade do conhecimento na perspectiva da determinação social do processo saúde/doença.
Profissional qualificado para o exercício de Enfermagem, com base no rigor técnico, científico e
intelectual e pautado em princípios da ética e bioética. Capaz de conhecer e intervir em contextos de
incertezas e complexidade sobre as necessidades de saúde/doença mais prevalentes no perfil
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epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação, identificando as dimensões bio-psicosociais
dos seus determinantes; e
Parágrafo único. A formação do Enfermeiro deve estar voltada para o atendimento às necessidades
sociais de saúde da coletividade, pautada por marco e referencial teóricos fundamentados nos princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a integralidade da atenção e a qualidade e
humanização do atendimento.
II – Gestão do Cuidado de Enfermagem na Atenção à Saúde (ou gestão/gerência dos serviços de saúde e
do cuidado de enfermagem;
A área do Cuidado de Enfermagem na Atenção à Saúde deve estar direcionada para a formação do
enfermeiro na compreensão da condição humana em todas as suas dimensões, nos diversos ciclos da vida,
favorecendo o acesso universal à saúde, a equidade como direito à cidadania e o cuidado de enfermagem
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em atendimento aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, assim como aos princípios da ética
e bioética, através do exercício das competências e habilidades (ou dimensões), a seguir apresentadas.
1. Reconhecer a saúde como direito e condições dignas de vida, atuando de forma a garantir a
integralidade da assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso, em todos os níveis de
complexidade do sistema.
4. Assegurar que a prática do enfermeiro seja realizada de forma integrada e contínua com as demais
instâncias do sistema de saúde e com a amplitude da cidadania, sendo capaz de pensar criticamente, de
analisar os problemas de saúde da coletividade e de procurar soluções para os mesmos, atuando de acordo
com os padrões de qualidade e princípios da ética e bioética.
7. Cuidar da sua saúde física e mental e buscar seu bem-estar como cidadão e como enfermeiro.
Art 7º Área da Gestão do Cuidado de Enfermagem na Atenção à Saúde (ou gestão/gerência dos
serviços de saúde e do cuidado de enfermagem)
A área da Gestão do Cuidado de Enfermagem na Atenção à Saúde deve estar direcionada para a formação
do enfermeiro para o reconhecimento dos princípios, diretrizes e políticas de saúde, assim como para a
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coordenação das ações de gerenciamento do cuidado em enfermagem, através do exercício das
competências e habilidades (ou dimensões), a seguir apresentadas.
5. Gerenciar tanto da força de trabalho quanto dos recursos físicos, materiais e de informação e de
tecnologia do cuidado.
10. Assessorar órgãos, empresas e instituições, públicas e/ou privadas, em projetos que contribuam
para a saúde da coletividade.
11. Atuar no processo de luta pela valorização da profissão, participando ativamente das organizações
políticas, culturais e científicas da Enfermagem e demais setores da sociedade.
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Art 8º Área da Educação em Saúde/Enfermagem
2. Reconhecer-se como futuro profissional com responsabilidade e compromisso com a sua formação
e com o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, estimulando e desenvolvendo a
mobilidade acadêmico/profissional, a formação e a cooperação por meio de redes nacionais e
internacionais.
3. Reconhecer-se como sujeito do seu processo formativo, utilizando metodologias ativas de ensino-
aprendizagem utilizando abordagens inovadoras que estimulem a aprendizagem significativa, como o uso
das diversas tecnologias em favor da educação como estratégias pedagógicas.
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formação único e universal, e que será expresso e construído por meio do projeto pedagógico de cada
instituição.
7. Propor, desenvolver e aplicar pesquisas e/ou outras formas de produção de conhecimento que
objetivem a qualificação da prática profissional e o cuidado de enfermagem na atenção à saúde.
Áreas de Atuação
Licenciatura
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Saúde (SUS), com vistas à integralidade e continuidade das ações do cuidar em enfermagem. Os
conteúdos devem contemplar:
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d) Educação em saúde e Enfermagem: os conteúdos pertinentes à capacitação pedagógica
do enfermeiro, independente da Licenciatura em Enfermagem nos processos de formação
profissional, educação permanente e continuada, educação em saúde e preceptoria
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direta por docente da instituição de ensino superior a qual o acadêmico pertence). A carga horária
mínima do estágio curricular supervisionado deverá totalizar 20% (vinte por cento) da carga horária
total do Curso de Graduação em Enfermagem proposto, com base no Parecer/Resolução específico
da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, sendo 50% na rede básica e
50% na área hospitalar (ou média e alta complexidade).
§ 2º A carga horária do estágio curricular será de no mínimo 20% (vinte por cento) a no
máximo 30% (trinta por cento) da carga horária total do Curso de Graduação em
Enfermagem.
Ensino Clínico
3) Dimensões complementares
O PPC será centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como
facilitador e mediador do processo, com vistas à formação integral e adequada do estudante.
É importante construir PPC inovadores, que priorizem uma organização mais integral (menos
disciplinar).
Considerar a Resolução CNS nº 350 de 09/06/200510 como um dos documentos base dos Projetos
Pedagógicos dos Cursos.
O PPC deve ser construído coletivamente, tendo em vista o quadrilátero da formação – usuários,
instituições de saúde, instituições de ensino e gestores.
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requerimentos, demandas e expectativas de desenvolvimento do setor saúde na região.
Indicar que o PPC trará as modalidades de avaliação dos estudantes, que deverão basear-se nas
competências, habilidades e conteúdos curriculares desenvolvidos, tendo como referência as DCN.
Inserção antecipada e diversificada dos estudantes nos cenários de prática, de forma integrada com
a teoria.
Articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão, esta última com foco na assistência.
Como princípio norteador da extensão, para garantir a indissociabilidade com o ensino e a pesquisa,
recomenda-se a valorização do processo dialógico.
Reafirmar a necessidade de trabalhar com abordagens inovadoras e conectadas com a realidade que
estimulem a aprendizagem significativa, como o uso das diversas tecnologias como estratégias
pedagógicas.
Aplicar as tecnologias na formação e valorizar o uso da simulação realística, sem substituir a prática
(para a segurança do paciente e estudante).
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As metodologias de ensino deverão ter como princípio a formação de um enfermeiro proativo,
crítico-reflexivo, numa perspectiva plural e de respeito às diversidades, considerando o contexto
histórico, político, jurídico e ético, devendo-se ter em mente que não há um modelo de formação
único e universal, o que será expresso e construído por meio do projeto pedagógico de cada
instituição, conforme as DCNs. Considera-se essencial a retomada do debate sobre o pensamento da
teoria crítica da educação.
Sugere-se que a prática baseada em evidência e a teoria crítica sejam consideradas como
dispositivos importantes quando se busca a introdução da pesquisa na práxis do enfermeiro bem
como a ajuda ao aluno a sistematizar e saber avaliar o que faz.
Os processos de avaliação devem ser somativos e formativos, com ênfase na função cognitiva e,
sobretudo, atitudinal.
Adotar a EAD como tecnologia e utilizar seu potencial na formação, um processo ensino-
aprendizagem mediado pelas tecnologias da informação e comunicação.
Considerar nas DCN que apesar do ensino à distancia em saúde e enfermagem estar regulamentado
pela Decreto Ministerial nº 6.303 de 12 de dezembro de 2007, o que se percebe é uma grande
polêmica em torno do assunto.
Há que levar em conta ao formular as DCN a inexistência de uma resolução complementar para
regular o percentual de 20% de ensino à distância, bem como sanções para ofertas que ultrapassam
este percentual ou ofereçam o curso de graduação/técnico à distância ou em finais de semana.
Faz-se necessário o estímulo e o compromisso das IES em capacitar seus docentes bem como a
criação de programas permanentes de capacitação docente.
Há necessidade de uma política de formação permanente para o formador, já que este também se
insere no processo ensino-aprendizagem influenciando e sendo influenciado.
Há que incluir a necessidade de capacitação do corpo docente nas DCN, destacando a importância
do investimento na formação docente.
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Um dos desafios para desencadear as transformações necessárias no processo de ensino
aprendizagem é a qualificação dos docentes.
Da Oferta
Na formação do Enfermeiro, além dos conteúdos teóricos, práticos e prática clínica, desenvolvidos
ao longo de sua formação em diferentes cenários, ficam os cursos obrigados a incluir no currículo
o estágio supervisionado:
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Da participação do Docente e Enfermeiro Preceptor
Há que apontar as condições, requisitos e critérios para escolha dos cenários de prática.
Destacar nas DCN o papel do Preceptor bem como reforçar integração ensino-serviço-comunidade.
Oferta fora da UF
O total de estudantes autorizados a realizar estágio fora da Unidade da Federação em
que se localiza a IES não poderá ultrapassar o limite de 50% (cinquenta por cento) das
vagas do estágio curricular da IES para estudantes da mesma série ou período.
O Colegiado do Curso de Graduação em Enfermagem poderá autorizar a realização
de até 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária total estabelecida para o estágio
fora da Unidade da Federação em que se localiza a IES, preferencialmente nos
serviços do Sistema Único de Saúde, bem como em instituição conveniada que
mantenha programas de Residência, credenciados pela Comissão Nacional de
Residência em Enfermagem, ou em outros programas de qualidade equivalente em
nível internacional.
Poderá ainda este Colegiado deliberar, excepcionalmente, percentual superior ao previsto, desde
que devidamente motivado e justificado.
Da Carga Horária
A carga horária mínima do estágio curricular supervisionado deverá totalizar 20%
(vinte por cento) da carga horária total do Curso de Graduação em Enfermagem
proposto, sendo 50% na atenção básica e 50% na média e alta complexidade com
base no Parecer/Resolução específica da Câmara de Educação Superior do Conselho
Nacional de Educação (Parecer CNE/CES nº 33/2007).
A carga horária mínima do estágio curricular supervisionado deverá totalizar 30%
da carga horária total do Curso de Graduação em Enfermagem proposto, sendo 50%
serão na atenção básica e 50% na área hospitalar, com base no Parecer/Resolução
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específico da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação
(Parecer CNE/CES nº 33/2007).
A carga horária do estágio curricular será de no mínimo 20% (vinte por cento) e no
máximo 30% (trinta por cento) da carga horária total do Curso de Graduação em
Enfermagem.
As atividades complementares deverão totalizar até 200 horas ou 5% da carga horária total
do curso
Em relação ao Colegiado
Cabe destacar nas DCN que a partir da Resolução Nº 01, de 17 de junho de 2010, o Núcleo Docente
Estruturante – NDE deverá desempenhar as respectivas funções destacadas na Resolução, podendo
ficar como órgão assessor da Coordenação/Colegiado de Curso.
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O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) poderá ser acompanhado e/ou apresentado na forma de
artigo, trabalho artístico cultural, software, dentre outros trabalhos.
Há que se considerar na construção das novas DCN a contribuição da avaliação institucional interna
e extena periódica e da avaliação entre pares e contínua do PPC.
SUGESTÕES GERAIS
Incluir um Glossário
Levar em conta a dificuldade encontrada pelos estudantes ingressantes advindas da
educação básica, o que suscita pensar em atividades de nivelamento e/ou fortalecimento de
conhecimentos e habilidades básicas.
A carga horária total (teórica e prática) para assegurar distribuição entre teoria e prática ao
longo do curso. Discutir definição acerca das atividades teóricas, teórico-práticas, estágio
supervisionado e preceptoria.
Rever a proposta de Licenciatura em enfermagem;
Incluir no ensino novas terapias, terapias alternativas ou complementares
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Na formação do Enfermeiro, a inclusão do aluno na sociedade e com os profissionais de
saúde deverá ocorrer de forma transversal desde o início do processo de formação, a partir
do primeiro período do curso de graduação. Deverá ser proporcionado ao estudante o
desenvolvimento de competências e habilidades dos problemas reais e organizados em
níveis de complexidade crescente, por meio do ensino teórico-prática.
adequar os conteúdos curriculares em função dos três núcleos de competência: 1. Cuidado
de Enfermagem, 2. Coordenação e Gestão do cuidado de enfermagem e de serviços de saúde
e 3. Promoção e Educação em saúde.
Acrescentar o estudo da língua inglesa, considerando a amplitude do seu uso na
comunicação oral e na produção de informação e pesquisa na área da saúde.
Nas Ciências da Enfermagem (III) e Assistência de Enfermagem (III.b) sugere-se incorporar
as especificidades que caracterizam o aspecto técnico-científico do fazer em enfermagem e o
diferencie de outras profissões (núcleos de competência).
Introdução das Ciências Exatas, aplicados na formação do enfermeiro (ex. matemática
aplicada à enfermagem, estatística e informática, etc.), utilizados em cálculos, conversão de
medidas, planejamento de recursos humanos e materiais e dimensionamento, entre outros,
recomenda-se a de conteúdos.
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