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1

ULTRASSOM:
A UTILIZAÇÃO DO ULTRASSOM EM LESÕES AGUDAS DE
TENDÕES

Elonir Biondo¹
Michael Jun Fernandez Obo¹
Marianne Regina Krul¹
Sara Jaqueline Leonhardt¹
Clarissa Vitoria Barbosa de Brito²

RESUMO

Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre as evidências científicas dos
efeitos e os parâmetros de aplicação do ultrassom terapêutico (UST) no reparo tecidual do sistema
musculoesquelético em lesões agudas de tendões. Foi realizado um levantamento de dados sobre
essa temática nas seguintes bases de dados: Scielo, Google Acadêmico e Periódicos Científicos, em
língua portuguesa e na língua inglesa. Visando a minimizar o período de tratamento cicatricial em
diversos tecidos, buscam-se alternativas à terapia convencional que colaborem com o processo
reparativo criando um microambiente ideal para sua ocorrência. Dentre os inúmeros benefícios das
técnicas aplicáveis à medicina regenerativa, o ultrassom terapêutico é prática adjuvante cada vez
mais frequente. O Ultrassom que se aplica sobre a pele para fins terapêuticos é considerado um dos
procedimentos físicos mais utilizados como meio de tratamento não invasivo. Os objetivos desta
revisão bibliográfica é apresentar informações sobre o UST, analisar os métodos utilizados na
terapia de ultrassom na aplicação em fisioterapia, verificando os níveis de evidências, grau de lesão,
efeitos e aplicação da terapia. Conclusão: Evidências demonstraram que os efeitos do Ultrassom na
cicatrização de lesões agudas podem reduzir o tempo de regeneração através deste recurso.

Palavras-chaves: cicatrização; lesões; tecidos; tendões; terapêutico; ultrassom.

1 Nome dos acadêmicos


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Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Bacharelado em Fisioterapia (FLC0290BFI) – Prática do
Módulo V – 21/11/2022
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ABSTRACT

This study aimed to review the literature on the scientific evidence of the effects and application
parameters of therapeutic ultrasound (TUS) in tissue repair of the musculoskeletal system in acute
tendon injuries. A survey of data on this topic was carried out in the following databases: Scielo,
Google Scholar and Scientific Periodicals, in Portuguese and English. In order to minimize the
period of scar treatment in different tissues, alternatives to conventional therapy are sought that
collaborate with the reparative process, creating an ideal microenvironment for its occurrence.
Among the numerous benefits of techniques applicable to regenerative medicine, therapeutic
ultrasound is an increasingly frequent adjuvant practice. Ultrasound that is applied to the skin for
therapeutic purposes is considered one of the most used physical procedures as a means of non-
invasive treatment. The objectives of this bibliographic review are to present information about
UST, analyze the methods used in ultrasound therapy in physiotherapy application, verifying the
levels of evidence, degree of injury, effects and application of the therapy. Conclusion: Evidence
has shown that the effects of ultrasound on the healing of acute injuries can reduce regeneration
time through this resource.

Keywords: fabrics; healing; injuries; tendons; therapeutic; ultrasound.

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1. INTRODUÇÃO

No tratamento fisioterapêutico, os recursos eletrofisioterápicos são frequentemente


utilizados para a reparação tecidual, entre eles o ultrassom terapêutico (UST) é um recurso
frequentemente utilizado para tratar lesões agudas e crônicas, sendo empregada na reabilitação de
variadas patologias. Segundo ECRI (1999), o ultrassom é uma forma de onda acústica, cujas
frequências são superiores a 20Khz. “As ondas ultrassônicas podem ser aplicadas por dois métodos
conhecidos como contínuo e pulsado, a diferença nos dois modos está na continuidade da emissão
da onda ultrassônica que resulta na geração de calor nos tecidos biológicos’’ (ALENCAR, 2008, p.
2). No modo contínuo há produção de calor produzido pela vibração mecânica, já no modo pulsado
isso não ocorre, pois a emissão é intercalada com pausas, fazendo com que o calor seja dissipado.
Desta forma para o tratamento de lesões agudas o UST modo contínuo não é indicado, pois
produz uma sobrecarga térmica local nos processos inflamatórios agudos e traumatismos recentes.
Diferentemente do UST modo pulsado que tem os efeitos térmicos minimizados, com isso segundo
Alencar (2008), no modo pulsado os efeitos não térmicos do ultrassom sobre os tecidos são
potencializados, permitindo a utilização nas fases agudas de uma lesão, tendo efeitos positivos em
processos inflamatórios que careçam de efeito térmico.
O processo de reparo tecidual acontece para restabelecer a funcionalidade e a integridade do
tecido lesado. Neste fenômeno ocorre uma série de eventos, envolvendo reações bioquímicas e
celulares, que é dividido em três etapas que se sobrepõem completando a anterior: a fase
inflamatória, a proliferativa e a remodelação. O ultrassom quando aplicado nos tecidos biológicos, é
capaz de produzir alterações celulares por efeitos mecânicos. É um resultado amplamente utilizado
na prática clínica, demonstrando resultados positivos no reparo tecidual. Entretanto, seus métodos
ainda vêm sendo estudados, pois seus diversos parâmetros influenciam diretamente no resultado do
tratamento, dentre eles, o modo de emissão, a frequência do transdutor, a intensidade e o tempo de
aplicação.
Para a elaboração desta pesquisa foi levantada a seguinte questão: Quais os métodos de
utilização e eficácia do ultrassom terapêutico no tratamento de lesões agudas?
Os objetivos principais do presente trabalho é apresentar informações sobre o UST, analisar
os métodos utilizados na terapia de ultrassom na aplicação em fisioterapia, verificando os níveis de
evidências, grau de lesão, efeitos e aplicação da terapia em lesões agudas de tendões.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ultrassom terapêutico (UST) é um recurso bastante usado em lesões do sistema


musculoesquelético, assim como na aceleração do reparo tecidual de lesões musculares. Hoje o
ultrassom terapêutico é muito utilizado nas clínicas de fisioterapia, com o intuito de melhorar a
qualidade dos tratamentos do paciente que procura esse profissional. Sua utilização para tratamento
é diversa, pois sua ação tem a finalidade de elevar o fluxo sanguíneo da região e, dessa forma age
diretamente sobre a cascata inflamatória, levando a melhora da cicatrização, remodelação do tecido
e redução das dores, edema e espasmos musculares.
“Alvo de diversos estudos sobre seus efeitos biológicos do tratamento de lesões musculares,
a terapia por ultrassom tem seus achados relacionados aos efeitos mecânicos em oposto ao térmico
como atuante no reparo do tecido” (BITTENCOURT, 2022). O tratamento de fisioterapia com
ultrassom pode ser feito para tratar inflamações das articulações e dor lombar, por exemplo, já que é
capaz de estimular a cascata inflamatória e diminuir a dor, o inchaço e os espasmos musculares.
A quantidade de sessões de fisioterapia varia de acordo com o tipo de grau de lesão, por isso
deve ser sempre avaliada pelo próprio fisioterapeuta antes de iniciar o procedimento: Os métodos
podem ser: contínuo - para lesões crônicas, onde o calor é indicado ou pulsátil: para lesões agudas,
onde o calor é contraindicado. Esse tipo de tratamento, porém, não deve ser utilizado em algumas
situações, como por exemplo, em caso de osteoporose avançada, presença de próteses, gravidez,
câncer ativo e áreas tratadas com radioterapia ou apresentam varizes (PINHEIRO, 2020).
Quando o ultrassom penetra no corpo, o efeito das vibrações move todas as partículas
internas e estimula a reabsorção do líquido inflamatório. A ultrassonografia transmite energia ao
tecido que atravessa produzindo calor. Outro efeito é o aumento da permeabilidade da membrana
celular que permite a entrada de nutrientes e a eliminação de resíduos.

Quando se refere de ultrassom terapêutico existem valores de frequências que se situam


entre 0,5 a 5 MHz, sendo que as mais utilizadas são as de 1 e 3 MHz. Na Fisioterapia o
controle da frequência de saída do ultrassom possibilita ao terapeuta o controle da
profundidade a ser atingida pela energia ultrassônica. Assim, quanto maior for à frequência,
maior será a sua absorção, sendo mais efetiva para o tratamento de tecidos superficiais, uma
vez que seu poder de penetração diminui. Frequências mais altas (3MHz) são absorvidas
mais intensamente, tornando-as mais específicas para o tratamento de tecidos superficiais,
enquanto que as frequências mais baixas (1MHz) penetram mais profundamente, devendo
ser usadas para os tecidos mais profundos (ALENCAR, 2008, p. 4).

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Pode ser usado em diferentes frequências entre 1 e 3 MHz, as frequências mais altas são
absorvidas em maior intensidade, tornando assim mais especifico para tratamento de tecidos
superficiais. Já as frequências mais baixas penetram mais profundamente, sendo assim, usadas para
tecidos mais profundos.
Segundo TER HAAR (1998), “para estimular a atividade celular, as vibrações acústicas do
UST induzem mudanças celulares, o que faz alterar o gradiente de concentração das moléculas e
íons de cálcio e potássio”. Aumentando a síntese proteica e secreção de mastócitos, modificações na
mobilidade dos fibroblastos, pelas alterações provocadas na permeabilidade da membrana das
células. O ultrassom produz modificações hemodinâmicas microvasculares, aumentando a perfusão,
o tecido de granulação, a reparação tecidual, a proliferação fibroblástica e o aumento de células
precursoras.
Conforme estudado em diversas pesquisas, em lesões agudas e traumas é mais indicado a
modalidade do ultrassom pulsátil, pois suas ondas emitidas com pequenas interrupções acabam não
gerando efeito térmico, mas consegue estimular a cicatrização e reduzir os sinais inflamatórios,
sendo mais benéfico para a situação, já que esse tipo de lesão não responde bem ao calor. O
aparelho de ultrassom gera calor para os tecidos como músculos, tendões e articulações, através de
vibrações ultrassônica de cristais. Com isso, minimiza os sintomas da inflamação, além de
promover a regeneração do tecido.
Rantanen (1999), realizou um estudo sobre os efeitos do UST na regeneração de fibras
musculoesqueléticas após lesão no gastrocnêmico de ratos. Foi utilizado técnicas de
imunoistoquímica e morfometria, onde evidenciaram uma proliferação de células satélites bastante
significativa (96%) usando UST em modo pulsátil com intensidade de 1,5W/ cm². Concluindo
assim, que o tratamento acelera a reparação tecidual e promove aumento na força de contração do
músculo comparado ao não tratado.
Ressaltando que, antes do procedimento, é importante examinar a condição do paciente, a
indicação clínica e os fatores relacionados à efetividade da onda ultrassônica. Para o fenômeno
relacionado à absorção, verifica-se que as proteínas do tecido nervoso e muscular, as hemoglobinas
e os compostos articulares (cápsulas e tendões) tendem a absorver melhor o ultrassom.
Considerando todos os aspectos físicos relacionados a essa terapia, os fundamentos clínicos dessa
aplicação e da técnica apropriada de manuseio, os resultados serão animadores e confortáveis se
comparados a outros tratamentos.

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Tabela 1: PARÂMETROS E DOSIMETRIAS DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS QUE UTILIZARAM O ULTRASSOM


TERAPÊUTICO NO REPARO TECIDUAL DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

FONTE: Potal Nepas. Autor, São Paulo, 2012.

Os estudos em lesão tendínea tiveram como casuística cabras, cachorros, coelhos e ratos.
Quanto aos parâmetros do UST no reparo tendíneo, foram observadas modalidade de emissão
pulsada e contínua frequência do transdutor de 1,0 e 3 MHz com intensidade de 0,3 0,5 1 e 2 W/cm
com duração de aplicação de 2 4, 5 e 10 minutos. SILVA et al. tiveram por objetivo verificar as
ações do UST em tendinite em ratos Wistar. O grupo tratado com o UST apresentou melhor
agregação, organização e maturação das fibras colágenas, proliferação de fibroblastos e menos
adesão do tendão, utilizando a modalidade de emissão pulsada, frequência de 1 MHz, duração de
aplicação de 2 minutos.
É necessário ressaltar a importância de controlar a intensidade conforme o grau de tolerância
do paciente, tendo em vista que intensidades mais elevadas que as recomendadas podem minimizar
os efeitos positivos do ultrassom, além de causar desconforto no paciente.

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2.1 EFEITOS DO ULTRASSOM NO TRATAMENTO DE LESÕES AGUDAS EM TENDÕES

Um tendão é uma fita ou cordão fibroso, formado por tecido conjuntivo, graças ao qual os
músculos se inserem nos ossos ou nos outros órgãos [...] são estruturas fibrosas, com a função de
manter o equilíbrio estático e dinâmico do corpo, através da transmissão do exercício muscular aos
ossos e articulações. Ele transmite a energia e força gerada no músculo até o osso (ANDRADE,
2012). Para Ramalho (2009), os tendões dos músculos podem ser longos, quer a origem dos
mesmos, assim como a inserção podem estar separadas/passar por muitas articulações. O conjunto
do esforço de diversos grupos de músculos produz movimentos de flexão, extensão, rotação,
abdução, adução e circundação. O tecido conectivo é constituído por três componentes: fibras,
proteoglicanos e glicoproteínas. Por sua vez, as fibras são constituídas por colágeno e elastina. A
característica mais importante do colágeno é a sua habilidade em resistir à tensão mecânica.
Determinados tendões ainda possuem alguns pequenos ossos associados, como por exemplo,
os ossos sesamóides, que servem como uma espécie de "roldana" para que o tendão deslize.
Estas estruturas possuem capacidade de regeneração, o que nos auxilia muito no tratamento
das afecções do mesmo.
Diversos pesquisadores sugeriram que uma elevação na temperatura altera o comportamento
do colágeno. Esse aquecimento em estruturas constituídas por tecido fibroso, como o tendão, pode
causar um aumento temporário na sua extensibilidade e, portanto, uma diminuição na rigidez
articular. O ultrassom terapêutico é frequentemente utilizado na prática clínica da fisioterapia com o
objetivo de diminuir os sintomas e as manifestações inflamatórias. Ele pode exercer um efeito sobre
as células e tecidos mediante dois mecanismos físicos: térmico e atérmico.

Imagem 1 – TRATAMENTO DO ULTRASSOM EM LESÕES TENDÍNEAS

FONTE: Clínica de reabilitação ortopédica. Autor, São Paulo, 2022.

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A inflamação do tendão é conhecida como tendinite, é um resultado de microtraumas, essas


acontecem quando a unidade músculo-tendínea está agudamente sobrecarregada com a força de
tração que é pesada ou repentina demais (SHIVAKUMAR, 2014). Ocorre assim uma degeneração
das fibras de colágeno do tendão em resposta ao uso excessivo crônico, onde não tem tempo
necessário para o tendão descansar e se curar, como em lesão por esforço repetitivo, que gera como
resultado uma tendinite.
O tratamento inicial, na grande maioria dos casos, tem a finalidade de controlar a dor com a
redução do quadro inflamatório e resolver os problemas mecânicos para que possa haver melhora.
Na fisioterapia está entre as terapias utilizadas, isso inclui exercícios terapêuticos, técnicas de
manipulação articular e mobilizações, acupuntura, laserterapia e claro, o ultrassom. A evolução do
processo de reparação envolve uma séria de terapias, na tentativa de reaver a estrutura anatômica
perdida. A possibilidade de acelerar a cicatrização através desses recursos tem sido muito estudado
nos últimos anos, o ultrassom terapêutico ganhou muito destaque entre as condutas fisioterapêuticas
utilizadas na cicatrização tecidual, ele é definido como vibrações mecânicas produzidas por um
transdutor vibratório (AGNE, JONES, 2005).
O ultrassom terapêutico induz o aquecimento tecidual através da absorção de energia
ultrassônica nos tecidos biológicos. Tem como principais efeitos a produção de hiperemia, o
aumento de leucócitos e anticorpos, aumento da extensibilidade dos tendões, ação espasmolítica e
analgesia, e também a reabsorção de edemas é facilitada. É uma forma de tratamento não invasiva
na reparação de lesões teciduais, o que faz minimizar os riscos de novas agressões tissulares.

2.2 MECANISMOS TÉRMICOS

O aumento da temperatura induzida pelo ultrassom terapêutico depende de diversos


fatores, como frequência, duração do pulso, intensidade e tempo de exposição. Através da absorção
das ondas ultrassônicas pelo tecido que se transforma em calor. “A vibração celular e suas
partículas provoca atrito entre elas, produzindo o efeito térmico” (FREITAS, 2011). Essa radiação
ultrassônica promove um aquecimento dos tecidos causando aumento no fluxo sanguíneo local,
aumento temporário das estruturas de colágeno, como nos tendões, ligamentos e articulações,
diminuindo assim a rigidez articular. Quando aumenta a temperatura dos tecidos moles, a terapia
ultrassônica promove maior extensibilidade, elevando o comprimento conseguido pela mesma força
de alongamento, reduzindo, assim, o risco de lesões.

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2.3 MECANISMOS NÃO-TÉRMICOS

Ao penetrar no tecido, as ondas ultrassônicas provocam vibrações sobre os mesmos gerando


uma micromassagem, assim gera mais velocidade de difusão de íons através da membrana celular e
o intercâmbio de fluidos favorecendo o processo de difusão e melhorando o metabolismo celular.
Ao alterar o potencial de membrana, produz a despolarização, também regula o desequilíbrio,
auxilia a liberação de aderências pela separação das fibras colágenas (FREITAS, 2011). “As ondas
ultrassônicas são geradas por transdutores ultrassônicos, ou simplesmente transdutores que
convertem a energia elétrica em energia mecânica e vice-versa” (AGNE, 2005).
Para a propagação de energia ultrassônica nos tecidos biológicos depende de dois fatores:
características de absorção dos tecidos e reflexão da energia ultrassônica nas interfaces teciduais de
diferentes impedâncias acústicas. A terapia ultrassônica vem sendo utilizada para promover a
cicatrização de feridas provocadas por pressão e também para preparar a pele para enxertos em
úlceras tróficas, tendo efeitos benéficos nos dois casos. Em feridas por pressão foi observada a
efetividade do Ultrassom no alívio da congestão limpando as áreas de necrose e promovendo a
cicatrização e recuperação da pele saudável o qual apresentou espessura normal sem aderências,
com evolução aproximadamente normal.

A principal contraindicação relacionada à irradiação de úlceras com a energia ultra sônica


está concentrada no fato de que a utilização do ultrassom em processos infecciosos devido à
sua ação térmica, pode acelerar a proliferação e a disseminação de bactérias patogênicas,
justificando um trabalho in vitro (GRIRRO, 2007).

Os estudos demonstram que a energia ultrassônica pode interferir nos processos de


reparação de estruturas profundas, o tecido ósseo, por exemplo. Silva (2010) afirma em seu estudo
que a aplicação de um campo acústico pode determinar a ação de um campo elétrico no nível da
membrana celular, o que leva a um afastamento da condição de equilíbrio eletroquímico, com o
surgimento de uma densidade de corrente iônica para o interior da célula. Silveira (2008) cita em
seu estudo que é possível, através da aplicação do Ultassom na fratura óssea, aumentar o influxo de
certos íons envolvidos com o próprio ciclo celular, esperando uma diminuição no tempo necessário
para a consolidação da fratura, em função da maior disponibilidade intracelular dos íons. A
elevação de cálcio intracelular contribui para melhoria da contração muscular, uma vez que esse íon
se liga à substância troponina e ajuda no deslizamento dos filamentos de atina e miosina.

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2.4 EFEITOS DO ULTRASSOM NA CICATRIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO TECIDUAL

A colocação de cargas elétricas na superfície celular, com a aplicação da energia


ultrassônica pulsada, mantém a polarização elétrica média durante um estímulo, fazendo com que
os osteoblastos tenham seus potenciais de membrana alterados permitindo um bombeamento de
íons e a captação de nutrientes. O estímulo elétrico produz uma maior atividade mitótica das
células, as quais se agrupam de acordo com as polaridades compatíveis com sua natureza [...]
promovendo, assim, o reparo ósseo sobre o processo de retroalimentação negativa (GUIRRO,
2007).
Na fase inflamatória aguda, quando o tecido precisa ser reparado, as plaquetas sanguíneas e
os mastócitos do conjuntivo tornam-se ativos, liberando substâncias para que iniciem o reparo, tais
substâncias incluem agentes quimiotáxicos que atraem leucócitos polimorfonucleares e os
monócitos para o local da lesão (OLSSOM, 2009). Os fibroblastos são células essenciais para a
produção de tecido de granulação saudável e tecido mole. Os fibroblastos expostos ao ultrassom
podem ser estimulados à maior síntese de colágeno, aumentando a força de tensão dos tecidos
moles. Já na fase de remodelamento, ocorre a promoção da reorientação das fibras, o colágeno do
tipo III é substituído por colágeno tipo I. O processo de remodelação continua até o momento em
que o tecido colágeno atinja as características semelhantes ao antecedente à lesão.

Imagem 2 – EFEITOS DO ULTRASSOM NA CICATRIZAÇÃO TECIDUAL

FONTE: Valore Fisioterapia. Autor, Minas Gerais, 2014.

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Estudos comprovam que o tempo de regeneração do tecido ósseo ou da pele ultrassom


terapêutico, pode ser reduzido, porém tal fato ocorre porque o ultrassom acelera a reparação
tecidual, mas não diretamente causando uma proliferação de células e sim estimulando outros tipos
celulares que estão envolvidos nesse processo.

3. METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado por meio de uma investigação de cunho bibliográfico, onde
periódicos científicos e livros relacionados à utilização do ultrassom em lesões agudas no
tratamento de tendões. Foram reunidos, revisados e selecionados para serem usados como as fontes
de pesquisa deste estudo. Sites especializados da Internet, em especial, a base eletrônica de dados
Scielo, Google Acadêmico, foram os meios utilizados para a localização das fontes de pesquisas
empregados na construção deste trabalho.
Foram incluídos nesta revisão os ensaios clínicos feitos em estudo de campo, que
abordassem o uso do UST no tratamento terapêutico em lesões agudas, publicados a partir de 2020
e pesquisas até 2022. Foi realizada uma coleta e análise de dados para a inclusão dos mesmos nesta
pesquisa de acordo com os critérios propostos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Muitos são os estudos encontrados envolvendo a terapia ultrassônica para reparo tecidual,
alguns sendo contraditórios na literatura, principalmente quando se trata da dosimetria empregada.
O tempo de tratamento é diretamente proporcional de energia fornecida aos tecidos tratados. Ou
seja, a duração do tratamento com UST dependerá da área a ser tratada, áreas com tamanho superior
a do tamanho do transdutor devem ser tratadas aos poucos, dividindo ela em partes iguais e fazendo
aplicação do mesmo tempo em cada uma delas. “A duração do tratamento é determinada pela
intensidade, pelas metas específicas do tratamento e pela área que vai ser tratada (STARKEY,
2001).
Nos artigos estudados, os autores não relatam a dimensão da área tratada, dificultando assim
para estabelecer o tempo de tratamento. Pesquisas com resultados satisfatórios tem de 2 a 20
minutos de aplicação. É comum de 4 a 6 minutos para aplicação de modo continuo e de 2 a 20
minutos para emissão pulsada, o tempo mais utilizado é de 5 minutos e demonstrou bons resultados.

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A partir dos dados coletados para esta pesquisa, foi possível encontrar inúmeros benefícios
que a terapia com ultrassom possui em relação ao tratamento de lesões agudas, com resultados
satisfatórios anti-inflamatórios, melhor organização, agregação e orientação das fibras de colágeno.
Sendo utilizado para o tratamento de lesão aguda a modalidade de emissão pulsada.
A pesquisa buscou demonstrar a efetividade do tratamento de lesões agudas com o
equipamento de ultrassom, com o objetivo de reparo tecidual musculoesquelético lesionado de
forma traumática ao organismo, diminuindo a reação inflamatória e promovendo a
cicatrização tecidual. Salientando, porém, que o fisioterapeuta deve estar atento a cada etapa da
cicatrização. Para que se obtenha uma melhor utilização dessa técnica fisioterapêutica, baseada no
uso adequado, pulsado ou contínuo do ultrassom terapêutico, é importante conhecer em
profundidade todas as fases do processo cicatricial pelas quais a lesão passa.

5. CONCLUSÃO

Muitas evidências demonstraram os efeitos do Ultrassom no processo de cicatrização do


sistema musculoesquelético para a formação de novas células ósseas e na modulação de processos
dolorosos, sendo um dos recursos físicos não invasivos mais utilizados entre os profissionais de
fisioterapia.
Através deste trabalho, verificou-se que o método de tratamento baseado na aplicação do
ultrassom terapêutico na área dos tendões é importante no aumento da extensibilidade do colágeno e
promove maior amplitude de movimentos, mesmo que temporários, podendo, no entanto, tornar-se
permanente se associado a outro tipo de tratamento fisioterápico, melhorando a qualidade dos
movimentos do paciente e lhe propiciando também melhor qualidade de vida.
Por meio desta pesquisa bibliográfica, foi possível concluir que a utilização do ultrassom
terapêutico no tratamento de lesões agudas de tendões é uma forma eficaz para a aceleração da
regeneração tecidual. Sendo que para este tratamento, é necessário regular a intensidade da radiação
ultrassônica, preferencialmente, utilizados nos primeiros dias após a lesão, na fase inflamatória, o
modo de emissão mais frequente e positivo nos estudos citados foi o modo pulsado, com frequência
de 1 e 3 MHz e com tempo de aplicação de 4 a 10 minutos.
Portanto, o tratamento destas lesões através da utilização do ultrassom é uma das opções que
os profissionais da Fisioterapia podem utilizar juntamente com outros métodos terapêuticos,
acelerando e potencializando a recuperação do paciente.

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6. REFERÊNCIAS

AGNE, J.E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Orium, 2005.

ALENCAR, I. Efeito do ultrassom terapêutico: Uma abordagem geral no aparelho e nas


principais contra indicações. Pós-graduação em traumato ortopedia com ênfase em terapias
manuais-Faculdade Ávila, 2008.

ANDRADE, Ronaldo P; FILHO, Mário R.C.C; QUEIROZ, Bruno C. Lesões do Manguito


Rotador. Disponível em: http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=989&idIdioma=1. Acesso em:
ago. 2022.

BITTENCOURT, Cíntia Albuquerque. O uso do ultrassom na fisioterapia. Disponível em:


https://meuartigo.brasilescola.oul.com.br/saude/o-uso-ultrassom-na-fisioterapia.htm. Acesso em: 12
ago. 2022.

CIRELL, Gisele. O uso do ultrassom terapêutico no tendão calcâneo visando o aumento da


amplitude de movimento. Fisioterapia Brasil - Volume 5 - Número 4 - julho /agosto, 2004.

FARCIC, Thiago Saikali; VILLICEV, Cassio Marcos et al. Aplicação do ultrassom terapêutico
no reparo tecidual do sistema musculoesquelético. São Paulo, 2012. Disponível em:
https://www.portalnepas.org.br. Acesso em: ago. 2022.

FREITAS, T.P. et al. Ultrassom terapêutico no mecanismo de cicatrização: uma revisão,


Arquivos Catarinenses de Medicina, AMB, V. 40, n. 1, 2011.

GUIRRO, E.C.O. Fisioterapia Dermatofuncional: fundamentos, recursos, patologias. 3° ed. São


Paulo: Manole, 2004.

INSTITUTO PRO. Clínica de Fisioterapia e Reabilitação Ortopédica em Alphaville. São Paulo.


Disponível em: http://institutopro.com.br/tratamentos/ultrassom-terapeutico/. Acesso em: set. 2022.

OLSSON, D.C. et al. Ultrassom terapêutico na cicatrização tecidual. Ciência Rural, Santa Maria,
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PINHEIRO, Marcelle. Ultrassom na fisioterapia: para que serve e como usar corretamente. 2020.
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1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Bacharelado em Fisioterapia (FLC0290BFI) – Prática do
Módulo V – 21/11/2022
14

STARKEY, C. Recursos Terapêuticos em Fisioterapia. 2ª ed. São Paulo: Manole, p. 277-313,


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1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Bacharelado em Fisioterapia (FLC0290BFI) – Prática do
Módulo V – 21/11/2022

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