LABORATÓRIO NAS LEUCEMIAS AGUDAS E CRÔNICAS
LABORATÓRIO NAS LEUCEMIAS AGUDAS E CRÔNICAS
LABORATÓRIO NAS LEUCEMIAS AGUDAS E CRÔNICAS
(MEDICINA LABORATORIAL)
LABORATÓRIO NAS LEUCEMIAS
AGUDAS E CRÔNICAS
• NEOPLASIA
Proliferação celular que não obedece aos
controles de crescimento. Infiltrativa. Ocorre
perda ou modificação de função, ocasionada,
geralmente por estímulos desconhecidos, que
afetam determinada linhagem celular (clonal).
CLASSIFICAÇÕES
• FRANCO-AMERICO-BRITÂNICO (FAB)
.1976- CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS E CITOQUÍMICOS.
LLA- L1, L2, L3
LMA- M1 A M6
.1985- INICIO DOS CRITÉRIOS IMUNOFENOTÍPICOS
LLA- SUBTIPOS B e T.
LMA- INCLUSÃO DA M7
. 1988- CLASSIFICAÇÃO MIC. CITOGENÉTICA
. 1991- APRIMORAMENTO DAS SUBCLASSIFICAÇÕES
LLA- SUBTIPOS DE B e T
LMA- INCLUSÃO DE M0
• ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). 1997-
CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS, CITOQUÍMICOS,
IMUNOFENÓTIPICOS E CITOGENÉTICOS.PROGNÓSTICO
E TRATAMENTO
Graziele C. da Silva et al. Diagnóstico laboratorial das leucemias mielóides agudas. J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.42 no.2 Rio de Janeiro Apr. 2006.
Critérios da OMS versus Classificação FAB
Avaliação morfológica e contagem diferencial
OMS (2001)
• LMA ≥ 20% de blastos em SP ou MO (OMS / 2001)
FAB (1976)
LMA OU LLA- ≥ 30% das células nucleadas totais em MO são
blastos
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
LLA
DIAGNÓSTICO
1) CRITÉRIO CLÍNICO
2) CRITÉRIO LABORATORIAL
10) CRITÉRIO CLÍNICO
QUADRO CLÍNICO
• SÍNDROMES (ANÊMICA, FEBRIL, TUMORAL
E HEMORRÁGICA)
• FALÊNCIA MEDULAR (ANEMIAS,
HEMORRAGIAS E INFECÇÕES)
• INFILTRAÇÕES DE OUTROS ÓRGÃOS:
- SRE: Linfoadenomegalia.Hepatomegalia.
- SNC
- TESTÍCULOS
- OSSOS
- etc
2) CRITÉRIO LABORATORIAL
LLA – SÍNTESE DO QUADRO
LABORATORIAL
2.1) CRITÉRIO
MORFOLÓGICO
LLA- RESUMO DO LABORATÓRIO
2.1.1) HEMOGRAMA
-SÉRIE VERMELHA : ANEMIA NORMOCÍTICA
E NORMOCRÔMICA, PROGRESSIVA (EM
CERCA DE 90% DOS PACIENTES).
-SÉRIE PLAQUETÁRIA : COM
PLAQUETOPENIA PROGRESSIVA (< 50.000
POR mm3 EM CERCA DE 50% DOS
PACIENTES)
-SÉRIE BRANCA : DESDE LEUCOPENIA ATÉ
LEUCOCITOSES ELEVADÍSSIMAS (100-150
GIGAS/L), COM A PRESENÇA DE
LINFOBLASTOS NA CIRCULAÇÃO (RAROS
OU AUSENTES NAS LEUCOPENIAS E EM
GRANDE NÚMERO NAS LEUCOCITOSES)
LLA- RESUMO DO
LABORATÓRIO
2.1.2) MIELOGRAMA
- MEDULA HIPERCELULAR, COM
PROLIFERAÇÃO E INFILTRAÇÃO POR
LINFOBLASTOS (> 25% DAS CÉLULAS
NUCLEADAS SÃO LINFOBLASTOS):
L1 ou L2 ou L3
- Mais de 25% linfoblastos na medula óssea faz o
diagnóstico diferencial entre LLA e linfoma
linfoblástico leucemizado*
- Mais de 20% de Linfoblastos- National Cancer
Comprehensive Network Guidelines 2014
AVALIAR MORFOLOGICAMENTE:
A)CELULARIDADE
.Baixa
.Normal
.Elevada- HIPERCELULAR
B) TIPOS DE CÉLULAS PREDOMINANTES
.Mielóide (Blastos, com maturação ou sem
maturação)
.Linfóide (Blastos ou maduras), >25% DAS
CÉLULAS NUCLEADAS.
.Indiferenciada
USADO PARA ESTUDO CITOQUIMICO,
IMUNOFENOTIPICO E CITOGENÉTICO
AINDA NO
CRITÉRIO MORFOLÓGICO
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
(LLA) - FAB
• L1
• L2
• L3
Classificação da LLA (FAB)
Aspectos LLA L1 LLA L2 LLA L3
morfológicos
Diâmetro celular Predominância de Grandes, Grandes,
células pequenas, heterogêneas homogêneas
homogêneas
Cromatina nuclear Fina ou aglomerada Fina Fina
2.3) CITOQUÍMICA
PAS – GERALMENTE POSITIVA (pp B), COM
GRÂNULOS GOSSEIROS.
FOSFATASE ÁCIDA - PODE SER POSITIVA (pp
T, UNIPOLAR)
Mieloperoxidase – Negativa
Sudan Black- Negativa. Cerca de 1.6% das
LLA apresentam 5% ou mais de células
positivas
2.4 ) CRITÉRIO
IMUNOFENOTIPAGEM
LLA (Imunofenótipo)
• Linhagem B - 80%
– CD19+, CD20, CD22, Ig cito, CD79a e CD10
• Linhagem T – 10 a 15%
– Leucemia Linfoblástica aguda /linfoma
– Apresentação freqüente com massa mediastinal
em jovens do sexo masculino
– Risco aumentado de sítios extramedulares
– CD2, CD3, CD4/8 e CD7
• Células NK - CD56
• Marcadores células Imaturas - CD34, TdT,
HLA-DR
• PAN LEUCÓCITOS- CD45
2.5) CITOGENÉTICA
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA
AGUDA/ CITOGENÉTICA
2.5) CITOGENÉTICA
• LEUCOSES LINFÓIDES B
- LLA PRÉ B t (1;19)
- LLA B (Sig+) t (8;14), t (2;8), del (9;12)
- LINHAGEM B OU B COM MARCADOR
MIELÓIDE t (9;22), t(4;11)
- OUTRAS ALTERAÇÕES DA LINHAGEM B
HIPERPLOIDIAS (50 a 60 CROMOSSOMAS),
del (9p), del (12p)
LLA- RESUMO DO LABORATÓRIO
2.5) CITOGENÉTICA
• LEUCOSES LINFÓIDES T
- LLA T t (11;14), t (8;14), inv (14)
t (10;14), t(1;14), t (7;9), t (7;7), t (7;14),
t (14;14)
LLA- RESUMO DO LABORATÓRIO
2.6) DOSAGEM DE ÁCIDO ÚRICO
GERALMENTE AUMENTADA,
PRINCIPALMENTE DURANTE O
TRATAMENTO, QUANDO ALCANÇA
VALORES BEM ELEVADOS
• CLÍNICO
• MORFOLÓGICO
• CITOQUÍMICA
• IMUNOFENOTIPAGEM
• CITOGENÉTICA E BIOLOGIA
MOLECULAR
• OUTROS
1) CRITÉRIO CLÍNICO
QUADRO CLÍNICO
1) HEMOGRAMA
- SÉRIE VERMELHA COM ANEMIA
NORMOCÍTICA E NORMOCROMICA,
PROGRESSIVA (EM 90% dos casos anemia
em graus variáveis que é devida à falha na
produção)
- SÉRIE PLAQUETÁRIA COM
PLAQUETOPENIA PROGRESSIVA. A
TROMBOCITOPENIA ESTÁ PRESENTE NA
GRANDE MAIORIA DOS PACIENTES.
mieloblastos.
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
1) HEMOGRAMA
SÉRIE BRANCA APRESENTANDO DESDE
LEUCOPENIA ATÉ LEUCOCITOSES
ELEVADÍSSIMAS (> 150-200 GIGAS/L), COM
PRESENÇA DE MIELOBLASTOS
- Em todas estas situações pode haver neutropenia
e a presença de mieloblastos, exceto em alguns
pacientes leucopênicos, situação em que os
blastos podem não ser encontrados.
- Entretanto, há casos em que a pesquisa dirigida
utilizando a concentração de leucócitos por
centrifugação pode evidenciá-los.
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
2) MIELOGRAMA
Avaliação de esfregaço de aspirado de medula óssea:
- MEDULA HIPERCELULAR COM PROLIFERAÇÃO
DE BLASTOS MIELÓIDE :
* HIATO LEUCÊMICO DE NAGELI
* BASTÕES DE AUER
* M0, M1, M2, M3, M4, M5, M6 e M7
- NA DEFINIÇÃO DO DIAGNÓSTICO PELA
CLASSIFICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA
SAÚDE PARA LMA, SÃO NECESSÁRIOS, PELO
MENOS, 20% DE BLASTOS – EXCETO PARA OS
CASOS DE T(8;21) E INV(16) –, COM PECULIARIDADES
INERENTES A CADA SUBTIPO (Swerdlow et al, 2008;
Loureiro et al, 2014).
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
2) MIELOGRAMA
• Destacam-se ainda situações emergenciais
evidenciadas pela citomorfologia, como a observação
de promielócitos displásicos na leucemia
promielocítica aguda (LPA), que requer a prescrição
imediata de ácido transretinoico e o seguimento do
algoritmo diagnóstico desse subtipo com cariótipo,
FISH e reação em cadeia da polimerase por
transcriptase reversa em tempo real (qPCR) para a
confirmação da presença do rearranjo PML/RARA ou
suas variantes, com implicações clínicas relevantes
(Chauffaille et al, 2008; Rohr et al, 2012; Rego et al,
2013; Pagnano et al, 2014).
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
2) MIELOGRAMA
• Define-se como remissão completa, qual seja, o
desaparecimento dos blastos (<5%) na MO e no
sangue periférico após a recuperação deste último
(hemoglobina sustentada, neutrófilos >1.000/uL,
plaquetas >100.000/uL), ainda é conferida pela
citomorfologia (Cheson et al, 2003).
• Da mesma forma, o exame detecta a recaída
hematológica ao observar o ressurgimento dos
blastos acima de 5% na MO previamente em
remissão (Cheson, 2003).
www.fleury.com
CITOQUÍMICA
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
3) CITOQUÍMICA :
* MIELOPEROXIDASE GERALMENTE POSITIVA
(> 3 %, EXCETO M0)
* SBB GERALMENTE POSITIVA (EXCETO M0)
* ALFA NAFTIL ACETATO ESTERASE
(INESPECÍFICA), GERALMENTE POSITIVA PARA
M4 e M5
* GERALMENTE NEGATIVA PARA PAS E
FOSFATASE ÁCIDA LEUCOCITÁRIA
Silva, G. C. et al. Diagnóstico laboratorial das leucemias mielóides agudas
• J Bras Patol Med Lab • v. 42 • n. 2 • p. 77-84 • abril 2006
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
4) IMUNOFENOTIPAGEM
POSITIVA PARA:
CD 13, CD 14 (M4 e M5), CD 33 , ANTI
MIELOPEROXIDASE, GLICOFORINA A
(CD 235A), CD 41, CD 42 e CD 61 (M7)
e CD 117.
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
8) RXs DE OSSOS
APRESENTANDO ALARGAMENTO DO
ESPAÇO
MEDULAR E ESPESSAMENTO DO
PERIÓSTEO
9) CONTAGEM DE RETICULÓCITOS
GERALMENTE DIMINUÍDA
LMA- RESUMO DO LABORATÓRIO
10) VHS
BASTANTE ELEVADO, GERALMENTE > 100
mm/1ª HORA
BCR-ABL Mutação
JAK2 desconhecida
Leucemia eosinofílica
Leucemia neutrofílica
Mielofibrose
LMC TE / PV DMP inclassificável
Avançada
Diferenciação
Crônica Mutação
Instabilidade Apoptose
Proliferação
BCR-ABL
LMC : Evolução
• Mielóide :70%
• Linfóide : 20-30%
• 4- CITOGENÉTICA –
t (9;22)(q34;p11)(fusão BCR~ABL)
CITOGENÉTICA
CROMOSSOMO PHILADELPHIA
• t(9;22)(q34;q11)
Citogenética clássica:
• Ph (+) em 95% dos casos de LMC (análise de 20 a 30
células)
• Ph (–) em 5% dos casos de LMC. A translocação
críptica só é detectável por FISH ou PCR
• 6 - OUTROS EXAMES
• DHL sérica GERALMENTE ELEVADA
• ÁCIDO ÚRICO sérico ELEVADO.
• BIÓPSIA DE MEDULA ÓSSEA PARA
DETECTAR FIBROSE.
LEUCEMIA LINFÓIDE CRÔNICA
LLC
LLC – SÍNTESE
QUADRO LABORATORIAL
LLC - RESUMO
• 1- HEMOGRAMA
* SÉRIE VERMELHA - ANEMIA
NORMOCÍTICA E NORMOCRÔMICA
(LEVE A MODERADA)
* SÉRIE PLAQUETÁRIA PODE EVOLUIR
PARA PLAQUETOPENIA EM 40 % DOS
CASOS.
LLC - RESUMO
• 1- HEMOGRAMA
* SÉRIE BRANCA :
- LEUCOCITOSES PROGRESSIVAS :
* EM 10 % DOS CASOS LEUCÓCITOS NORMAIS,
* 45 % ENTRE 10.000 A 50.000/mm³
* CERCA DE 15 % ENTRE 50.000 E 100.000/mm³
* CERCA DE 35 % > 100.000/mm³.
- ACOMPANHADO DA PRESENÇA LINFOCITOSE
RELATIVA ( > 80 %) E ABSOLUTA, COM LEUCÓCITOS
DEGENERADOS (MANCHAS DE GUMPRETCH) E DE
POUCOS LINFOBLASTOS E PRÓLINFÓCITOS.
- MENOS DE 10% DE BLASTOS LINFÓIDES
• A morfologia das células neoplásicas é
semelhante à de linfócitos normais.
• Porém, geralmente se encontra até 2% de pró-
linfócitos ou blastos (células maiores com
nucléolos e citoplasma mais amplos).
• Na forma atípica, os pró-linfócitos podem
apresentar 10%-55%.
• É comum a ocorrência de restos celulares
(manchas de Gumprecht).
Letícia Cardoso Alves, Keila Correia de Alcântara, Angela Adamski e Danielle Leão Cordeiro de Farias. Caracterização clínico-
laboratorial de pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica em um hospital universitário do Centro-Oeste
• A presença de células linfóides clivadas sugere
o diagnóstico de linfoma folicular.
• Por outro lado, células com morfologia de
células linfoplasmocitárias indicam tratar-se de
um linfoma linfoplasmocítico.
• Por esta razão, o diagnóstico de LLC depende
da determinação do imunofenótipo dos
linfócitos circulantes.
Letícia Cardoso Alves, Keila Correia de Alcântara, Angela Adamski e Danielle Leão Cordeiro de Farias. Caracterização clínico-
laboratorial de pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica em um hospital universitário do Centro-Oeste
• Quanto à morfologia pode ser classificada
em Típicas e Atípicas.
• LLC típica foi definida como aquela com
predomínio de linfócitos de tamanho
pequeno a médio, com cromatina
condensada, citoplasma escasso, de
contorno irregular e com nucléolo
imperceptível e caracteristicamente
acompanhados de células de Gumprecth.
• A avaliação da medula óssea não é mais
necessária, ao invés da uma contagem ≥
30% de linfócitos seguida no passado.
Letícia Cardoso Alves, Keila Correia de Alcântara, Angela Adamski e Danielle Leão Cordeiro de Farias. Caracterização clínico-laboratorial de
pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica em um hospital universitário do Centro-Oeste
• Nas formas Atípicas, dois subtipos:
• o primeiro caracterizado por linfócitos com
tamanho intermediário a grande, com nucléolos
visíveis, núcleo irregular, cromatina frouxa e a
presença de 10% a 54% de prolinfócitos;
• O segundo grupo incluiu linfócitos de tamanho
pequeno, com cromatina condensada e núcleo
clivado (HERISHANU, et al. 2014, MATUTES e
POLLIACK, 2000).
Letícia Cardoso Alves, Keila Correia de Alcântara, Angela Adamski e Danielle Leão Cordeiro de Farias. Caracterização clínico-laboratorial de
pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica em um hospital universitário do Centro-Oeste
LLC PROLINFOCÍTICA:
• DIFERENCIAÇÃO:
> 50% PROLINFÓCITOS
CD22 +
CD5 -
LLC - RESUMO
• 2 - MIELOGRAMA
* HIPERCELULAR
* INFILTRAÇÃO DE LINFÓCITOS
MADUROS (> 30 %)
LLC - RESUMO
• 3 - FENOTIPAGEM
MARCADORES DE LINFÓCITOS B
MARCADORES DE LINFÓCITOS T
• 4 - BIÓPSIA DE LINFONODOS -
INFILTRAÇÃO DE LINFÓCITOS MADUROS
(DIFERENCIAR DE LINFOMA LINFOCÍTICO
BEM DIFERENCIADO) - 5 % DOS CASOS S.
RICHTER DESENVOLVEM LINFOMA NÃO
HODGKIN
LLC - RESUMO
• 5 - Coombs direto pode ser positivo (10 a
20 % dos casos, chegando a 35 % durante o
tratamento com fludarabina).
- Associação da LLC com doenças auto-imunes
(Anemia hemolítica auto-imune ,AHAI;Púrpura
trobocitopênica imune, PTI; Aplasia pura de
série vermelha,APSV; Neutropenia imune)
• 6 - Hipogamaglobulinemia é comum (chega
a 60 % dos casos)
• 7- Hipergamaglobulinemia monoclonal em
até 5 % dos casos.
L.C.R.
FATORES PROGNÓSTICOS
• O conceito antigo clássico de ser uma doença
indolente e curso prolongado tem sido substituído
por uma condição heterogênea, com curso clínico
variável segundo a identificação de alterações
genéticas e moleculares, assim como mecanismos
participantes da sobrevida do clone leucêmico.
• Embora o estadiamento clínico (Rai e Binet) ainda
tenha grande importância na avaliação
prognóstica destes pacientes, estudos atuais
demonstram o importante significado da
caracterização do risco desta doença também por
marcadores, que têm forte implicação na evolução
e no tipo de tratamento a ser escolhido.
FATORES PROGNÓSTICOS
• Entre os fatores principais para a definição deste risco
incluem-se:
- Alterações citogenéticas, o estado mutacional da
imunoglobulina IgVh
- Expressão aumentada da CD38
- Expressão aumentada da Zap70
- Aumento da beta-2 microglobulina
- Diminuição do tempo de duplicação linfocitária (menor
do que seis meses).
• Esses marcadores identificam indivíduos com doença
mais agressiva, rapidamente progressiva, curtos
períodos de remissão, resistência aos tratamentos
convencionais, resultando em menor sobrevida global
Outros factores de prognóstico têm sido estudados na
tentativa de identificar os doentes com baixo risco ou risco
intermédio que possam beneficiar de um seguimento mais
regular, como por exemplo:
• 1) O tempo de duplicação linfocitário (TDL): os doentes
com duplicação do valor de linfócitos num período de
tempo inferior a seis meses apresentam sobrevivência
mediana inferior áqueles com linfocitoses estáveis.
• 2) O status mutacional do gene da cadeia pesada das
imunoglobulinas: permite a separação em duas formas
distintas de apresentação e evolução. Os doentes com
gene não mutado apresentam-se com doença mais
agressiva e avançada, sendo associada a pior
prognóstico. Estes doentes apresentam maior
frequência de atipias celulares, maior percentagem de
pró-linfócitos e estão associados à presença de
alterações citogenéticas desfavoráveis. Apesar do seu
significado, o estudo do status mutacional não é
possível na maioria dos centros.
Outros factores de prognóstico têm sido estudados na
tentativa de identificar os doentes com baixo risco ou risco
intermédio que possam beneficiar de um seguimento mais
regular, como por exemplo:
• 3) A expressão de CD38, CD19,CD20 e ZAP 70: a marcação para
estes marcadores foi relacionada com o status mutacional do gene
da cadeia pesada das imunoglobulinas. Assim, a expressão positiva
está relacionada com ausência de mutação no gene e,
consequentemente, com pior prognóstico. Porém, o nível de
expressão de CD38 e ZAP70, a partir do qual se deve considerar
como positivo não está standartizado, pelo que a aplicabilidade
clínica não está estabelecida fora de ensaios clínicos.
• 4) As alterações citogenéticas: Cerca de 90 % dos doentes
apresentam alterações citogenéticas em estudos efectuados por
fluorescence in situ hybridization (FISH). Os doentes com delecção
isolada do 13q22,23,24 apresentam excelente prognóstico, sem
evolução para formas agressivas. Os doentes com deleção (del) 11q
ou del 17p25 apresentam uma progressão rápida e são resistentes
às terapêuticas convencionais.
Outros fatores de prognóstico têm sido estudados na
tentativa de identificar os doentes com baixo risco ou risco
intermédio que possam beneficiar de um seguimento mais
regular, como por exemplo:
• 5) Os marcadores serológicos: Os níveis
serológicos de β2-microglobulina, CD23
solúvel, CD27 solúvel ou Timidina Cinase estão
relacionados com o prognóstico.
• A Desidrogenase do lactato (LDH) está
aumentada na doença agressiva ou em
transformação (Síndrome de Richter).
ESTUDO GENÉTICO
PROGNÓSTICO
CITOMETRIA DE FLUXO
PROGNÓSTICO
• Cerca de 50% a 70% dos pacientes com LLC-B
apresentam hipermutação na região variável da
cadeia pesada de imunoglobulina (IgVH),
constituindo um subgrupo no qual as células
leucêmicas sofreram estímulo antigênico no
centro germinativo, o local em que ocorre a
hipermutação.
• É importante notar que o subgrupo que não
sofreu esse estímulo tem doença em estágio
mais avançado e achados citogenéticos
desfavoráveis, com menor sobrevida e
requerendo tratamento específico.
• A ZAP-70, uma proteína quinase da família
Syk-ZAP-70, é expressa normalmente em
células T e NK, mas não nos linfócitos B
normais (O percentual de células de linhagem
B maduras com elevada expressão de Zap-70
é de 1%).
• Essa proteína intracelular crítica para a
transdução de sinal nas células T.
• Estudos prévios demonstraram que um
subgrupo de células B da LLC exibe um
padrão de expressão gênica, que inclui o
gene da ZAP-70, o qual se associa ao estado
mutacional da IgVH e também serve como
fator prognóstico.
• Trabalhos recentes indicam que a
expressão da ZAP-70 acima de 20%
das células B neoplásicas na LLC-B
está associada ao estado não
mutado da IgVH e a uma menor
sobrevida global.
• Vale ressaltar que não se espera
uma mudança no padrão de
expressão da ZAP-70 com a
evolução da doença.
OUTRAS LLC
• Diferenciam-se da LLC através de marcadores
encontrados na imunofenotipagem ou
histologia de biópsia linfonodal.
– Leucemia de linfoma de células T do adulto
– Leucemia das células cabeludas, Hairy cell ou
leucemia de células pilosas – LB
– Síndrome de Sézary – LT (núcleo cerebelar)
– Leucemia de linfócitos granulares - LT
LEUCEMIA DE CÉLULAS T DO
ADULTO
• A leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL) foi
descoberta no Japão em 1977.
• Representa mais uma entidade dentre as leucemias
linfoides e não deve ser confundida com a leucemia
linfoide aguda da linhagem T (LLAT) que ocorre no
adulto e na criança.
• De acordo com a WHO, o HTLV-1 é reconhecido
como agente etiológico da ATL.
Leucemia de linfoma de células T do
adulto (Flower Cell - Relacionada ao
HTLV-1)
TRICOLEUCEMIA
TRICOLEUCEMIA
• Leucemia de células pilosas é uma doença
linfoproliferativa rara caracterizada pelo achado de
esplenomegalia, pancitopenia, associado à
linfocitose relativa e monocitopenia.
• Pode mimetizar ou coexistir com outras doenças
hematológicas clonais e tem sido associado a
desordens auto-imunes e, por isso, deve ser
considerado como alternativa no diagnóstico
diferencial de alguns processos patológicos.
TRICOLEUCEMIA
• Caracteriza-se clinicamente por citopenias,
esplenomegalia e infecções.
• As células expressam imunoglobulinas e
marcadores de células B (CD19, CD20).
• O diagnóstico quase sempre requer uma
biópsia de medula óssea, imunofenotipagem ou
imunohistoquímica e mielograma.
• Confirmação da origem da infiltração é obtida
por imunohistoquímica usando CD22 e/ou DBA
44 e um anticorpo para fosfatase ácida
tartarato resistente(TRAP).
TRICOLEUCEMIA
• Imunofenótipo típico requer a presença de
quatro antígenos: CD11c, CD25, CD103 e HC2.
• Quando três ou quatro destes marcadores
estão presentes, permite- se a distinção entre
TL e outras doenças de células B.
• Reticulina está, via de regra, aumentada e isto
explica a dificuldade de obter amostra de
aspirado da medula óssea, que frequentemente
é seco (“dry tap”)
HAIRY CELL LEUKEMIA
(TRICOLEUCEMIA)
• DIFERENCIAÇÃO MORFOLÓGICA.
• CITOQUIMICA:Prova da fosfatase ácida tartarato
resistente-TRAP(+)
• IMUNOFENOTIPAGEM:
CD19 +;CD 20 +; CD11 +; CD25 + e CD13 +
HLA-DR +
CD5 –
Marcadores TRAP e DBA44 +.
IDADE MÉDIA DE 60 ANOS
SEXO MASCULINO (5/1)
LINFOMAS CUTÂNEOS
MICOSE FUNGÓIDE
SÍNDROME DE SEZARY
LINFOMAS CUTÂNEOS: MICOSE FUNGÓIDE E
SÍNDROME DE SEZARY
• OMS, 2001
LEUCEMIA LINFÓIDE
AGUDA
LLA- FAB
LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA
(LLA) - FAB
• L1
• L2
• L3
LLA. FAB
- L1 - L2 - L3
LLA L1
• PREDOMÍNIO DE CÉLULAS PEQUENAS,
HOMOGÊNEAS
• BAIXA RELAÇÃO NÚCLEO/CITOPLASMA
• NÚCLEO REGULAR, SENDO FENDAS E
INDENTAÇÕES OCASIONAIS
• NUCLÉOLOS GERALMENTE NÃO
VISUALIZADOS, PEQUENOS OU
INSIGNIFICANTES
• CITOPLASMA COM BASOFILIA LEVE OU
MODERADA, RARAMENTE INTENSA E
VACUOLIZAÇÃO VARIÁVEL.
WHO
LLA L1
LLA L2
• PREDOMÍNIO DE CÉLULAS GRANDES,
HETEROGÊNEAS
• ALTA RELAÇÃO NÚCLEO/CITOPLASMA
• NÚCLEO IRREGULAR, SENDO FENDAS E
INDENTAÇÕES COMUNS
• NUCLÉOLOS FREQÜENTEMENTE GRANDES,
UM OU MAIS
• CITOPLASMA COM BASOFILIA VARIÁVEL E
VACUOLIZAÇÃO TAMBÉM VARIÁVEL.
WHO
LLA L2
LLA L3
• PREDOMÍNIO DE CÉLULAS GRANDES,
HOMOGÊNEAS
• ALTA RELAÇÃO NÚCLEO/CITOPLASMA
• NÚCLEO REGULAR, OVAL E REDONDO
• NUCLÉOLOS FREQÜENTEMENTE
PROEMINENTES, UM OU MAIS,
VESICULARES
• CITOPLASMA COM BASOFILIA INTENSA E
VACUOLIZAÇÃO PROEMINENTE
Apresenta pior prognóstico que a L1 e L2
LLA L3 WHO
LEUCOSE MIELÓIDE
AGUDA
LMA-FAB
LMA - FAB
• M0- Mieloblastos com diferenciação mínima.
• M1- Mieloblastos sem diferenciação
• M2- Mieloblastos com diferenciação
• M3- Promielocítica
• M4- Mielomonocítica
M4 Eo- rica em eosinófilos – i(16)
• M5- Monocítica : M5 a- Monoblastos
M5 b- Promonócitos e
monócitos
• M6- Eritroleucemia
• M7- Megacariocítica
French-American-British Classification
M3 LEUCEMIA PROMIELOCITICA
M4 LEUCEMIA MIELOMONOCITICA
M4Eo LEUCEMIA MIELOMONOCITICA, VARIANTE RICA EM
EOSINÓFILOS NA MEDULA ÓSSEA
M5 LEUCEMIA MONOCITICA
M6 ERITROLEUCEMIA
M7 LEUCEMIA MEGACARIOCITICA
CLASSIFICAÇÕES
• MORFOLOGIA, IMUNOLOGIA E
CITOGENÉTICA (MIC)
• OMS (WHO)
CLASSIFICAÇÕES
• OMS (WHO)
WHO
MANUAL MERCK.17ª ed.Seção 11 - Hematologia e Oncologia.Capítulo 138 - Leucemias
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ANORMALIDADES
CROMOSSÔMICAS
Estudo destas auxilia na classificação
mais precisa das leucemias, na
orientação terapêutica e no
prognóstico.
ANORMALIDADES CROMOSSÔMICAS.
• ANOMALIAS • ANOMALIAS
NUMÉRICAS ESTRUTURAIS
• Hiperdiploidia; • Pseudodiploidia;
• Hipodiploidia; • Translocações;
• Deleções;
Anomalias cromossômicas numéricas
• Hiperdiploidia: 47 a 50 cromossomos e
20% - crianças índice de DNA (ID) > 1,16
5%-12% adultos comum na LLA- pró-B.
t(9;22)(q34;q11) M1
Frequency and Clinical Significance of Recurrent Gene Mutations in Adults with AML. Döhner H et al. N Engl J Med 2015;373:1136-1152.
VARIANTES RARAS
Leucemia Aguda Bifenotípica
• QUANDO O HEMOGRAMA
MOSTRA LINFOCITOSE COM
ATIPIAS, FICANDO DIFÍCIL O
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
ENTRE VIROSES E LEUCOSE
LINFÓIDE.
Reações Leucemóides que
simulam Leucemias Linfóides
• O hemograma na coqueluche e linfocitose infecciosa
pode simular leucemia linfocítica crônica, mas, como os
aspectos clínicos e a faixa etária destas duas doenças
são totalmente diferentes, isso não constitui problema
na prática.
• Em pacientes com linfocitose pós-esplenectomia, já tem
sido feitos diagnósticos errados de LLC. Sabendo-se
dos altos níveis que podem atingir a contagem de
linfócitos em esplenectomizados, evita-se esse
problema realizando-se uma pesquisa cuidadosa na
distensão de sangue periférico para aspectos pós-
esplenectomia. A linfocitose pós-esplenectomia também
pode simular uma leucemia com linfócitos grandes e
granulares, pois, às vezes, predomina esse tipo de
célula
REAÇÕES LEUCEMÓIDES- SIMULANDO
LEUCOSES LINFÓIDES
3) CITOQUÍMICA
PAS - +
LLA- RESUMO DO LABORATÓRIO
4) IMUNOFENOTIPAGEM - POSITIVOS
PARA:
B - CD 10, CD 19, CD 20, CD 22
• CASO 2
• R.C, Masculino, 59 anos, moreno, realizando
um hemograma de rotina, em controle de
Hipertensão arterial e dislipidemia.
• Série Vermelha: Hm:5.05 Teras/L Ht:45%
Hb:15.0 g/dL VCM:89 fL HCM:29.7 pg
CHCM:33.3 g% RDW- 13.8 %
• Série Branca:Leucócitos:16.000/mm3
(Mieloblasto:00%,Prómielócito:0%, Mielóc.:0%,
Metamiel.:0%, Bast.: 1%, Seg.:16 %,
Neutr.Tot.:17%, Eos.:1%, Bas.:0%, Linf.: 78%,
Mon.:4 %, Plasm.:0%, Linf.atip.:0% ) OBS SB:
• Plaquetas:260.000/mm3 Obs.: n.d.n
• CASO 3
• S,N.N Feminina, 35 anos, branca, realizando um
hemograma após procurar 3 médicos (um clínico
geral, um ortopedista e um reumatologista) por
cansaço, fraqueza e dor em todo o corpo.
• Série Vermelha: Hm:2.80 Teras/L Ht:25%
Hb:8,1g/dL VCM:89,28 fL HCM:28.9 pg
CHCM:32.4 g% RDW- 13.2 %
• Série Branca:Leucócitos 40.000/mm3
(Mieloblasto:40%,Prómielócito:15%, Mielóc.:0%,
Metamiel.:0%, Bast.: 2%, Seg.:20%,
Neutr.Tot.:22%, Eos.:2%, Bas.:0%, Linf.: 15 %,
Mon.:6 %, Plasm.:0%, Linf.atip.:0% ) OBS SB:
• Plaquetas:21.000/mm3 Obs.: n.d.n
CASO 4
• Paciente de 54 anos, do sexo feminino, Gesta 4 Para
3 Ab 1, menopausada, procura o clínico com queixa
de fraqueza, febre e “manchas roxas” pelo corpo. Foi
solicitado um Hemograma.
• Série Vermelha: Hm:3.60 Teras/L Ht:30 % Hb: 9.9
g/dL VCM:83.33 fL HCM:27.50 pg CHCM:33.33 g%
RDW- 16 %
• Série Branca:Leucócitos 55.000/mm3 (Mieloblasto:3
%,Prómielócito:6 %, Mielóc.:7 %, Metamiel.:10, Bast.:
24 %, Seg.:30%, Neutr.Tot.:71 %, Eos.: 6 %, Bas.:5,
Linf.: 7 %, Mon.:2 %, Plasm.:0%, Linf.atip.:0% ) OBS
SB:
• Plaquetas:35.000/mm3 Obs.: n.d.n
ATENÇÃO MÁXIMA
• HEMOGRAMAS COM ALTERAÇÕES EM
DUAS OU TRÊS SÉRIES, SEM UMA CLARA
EXPLICAÇÃO CLÍNICA (POR EXEMPLO
DENGUE, MONONUCLEOSE INFECCIOSA,
ETC)