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Correntes diadinâmicas

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As correntes diadinâmicas são uma modalidade de eletroterapia amplamente utilizada em

fisioterapia, baseada em estímulos elétricos de baixa frequência (50 a 100 Hz). Criadas por
Pierre Bernard na década de 1940, essas correntes alternadas retificadas foram projetadas
para atender a diferentes condições clínicas, principalmente para analgesia, controle de
edema e estimulação muscular.

Existem cinco tipos principais de CD:

1. Monofásica fixa (DF): Indicada para analgesia inicial em quadros agudos.

2. Bifásica fixa (MF): Usada para estimular a circulação e relaxar tecidos.

3. Ritmo sincopado (RS): Alternância de DF e MF, utilizada para analgesia prolongada.

4. Ritmo sincopado longo (RSL): Ideal para áreas extensas, com efeitos analgésicos e
circulatórios.

5. Base de três períodos (CP): Combinação de diferentes modulações, indicada para


tratar dores persistentes.

Efeitos Biológicos

As Correntes diadinamicas promovem uma série de efeitos fisiológicos benéficos, baseados na


interação entre a corrente elétrica e os tecidos biológicos

 Analgesia: A corrente interfere na transmissão do estímulo doloroso, promovendo a


liberação de endorfinas e modulando a percepção da dor pelas fibras nervosas (teoria
das comportas).

 Melhora da circulação sanguínea e linfática: O estímulo elétrico provoca


vasodilatação, favorecendo o aporte de oxigênio e nutrientes e a remoção de resíduos
metabólicos.

 Redução do edema: Promove o retorno venoso e linfático, acelerando a drenagem de


líquidos.

 Estimulação muscular: Contribui para a manutenção do tônus muscular e evita a


atrofia em casos de imobilização ou fraqueza.

 Relaxamento muscular: Reduz espasmos, aliviando tensões em regiões afetadas.

Dosimetria

A aplicação das correntes diadinâmicas necessita de ajustes em seus parâmetros para otimizar
os efeitos terapêuticos:

 Frequência: Geralmente de 50 Hz (corrente monofásica) a 100 Hz (corrente bifásica).

 Intensidade: Deve ser ajustada para causar uma sensação de formigamento ou uma
leve contração muscular, sem desconforto.

 Duração: O tempo de aplicação varia de 10 a 20 minutos, dependendo da área tratada


e do objetivo terapêutico.

 Tipo de corrente: Escolha baseada na condição clínica, DF para dor aguda e RS para
dores crônicas
Técnicas de Aplicação

1. Preparação do paciente: Limpeza da pele para remover óleos e aumentar a


condutividade.

2. Colocação dos eletrodos: Os eletrodos adesivos ou de borracha são posicionados


diretamente sobre a área-alvo, fixados com auxílio de gel condutor

3. Modos de aplicação:

o Estático: Eletrodos permanecem fixos durante a aplicação.

o Dinâmico: Os eletrodos são movimentados lentamente sobre a área-alvo,


especialmente em regiões amplas.

4. Monitoramento: Durante a sessão, a intensidade pode ser ajustada para evitar


adaptação sensorial do paciente.

Indicações

As correntes diadinâmicas têm ampla aplicação clínica em condições como:

 Dores musculoesqueléticas: Lombalgia, cervicalgia, artrite, artrose.

 Lesões traumáticas: Entorses, contusões, distensões musculares.

 Pós-operatórios: Edema pós-cirúrgico e estímulo à cicatrização.

 Espasmos musculares: Redução da tensão muscular em regiões específicas.

 Paralisia flácida ou hipotonias: Para reeducação muscular e prevenção da atrofia.

Contraindicações

Embora seguras, as correntes diadinâmicas possuem restrições em alguns casos:

 Presença de dispositivos eletrônicos: Como marca-passos ou implantes eletrônicos.

 Gestação: Especialmente na região abdominal ou lombar.

 Lesões cutâneas abertas ou infecções: Podem agravar o quadro.

 Distúrbios de sensibilidade: Risco de queimaduras ou desconforto.

 Epilepsia: Podem desencadear crises em casos não controlados.

Resultados

Estudos mostram que as correntes diadinâmicas são eficazes no alívio rápido da dor, redução
do edema e melhora funcional. Pacientes relatam melhora significativa na amplitude de
movimento e na funcionalidade após algumas sessões. A utilização desse recurso em
protocolos de reabilitação pode acelerar o retorno às atividades diárias, melhorar a qualidade
de vida e reduzir o uso de medicamentos analgésicos.
Conclusão

As correntes diadinâmicas são uma abordagem eficaz e versátil em fisioterapia, com impacto
positivo em diversas condições musculoesqueléticas. Apesar de sua segurança e simplicidade,
o uso deve ser sempre baseado em avaliação clínica detalhada, respeitando contraindicações e
necessidades individuais do paciente. Quando aplicadas corretamente, as correntes
diadinâmicas oferecem alívio dos sintomas, melhora funcional e recuperação acelerada.

Referências

 Ribeiro, M. A., & Silva, J. C. (2020). Uso das correntes diadinâmicas na reabilitação
musculoesquelética. Revista Brasileira de Fisioterapia.

 Almeida, R. F., & Souza, P. A. (2018). Efeitos das correntes diadinâmicas no alívio da
dor lombar crônica. Journal of Physiotherapy Research.

 Costa, T. A., & Nascimento, L. S. (2021). Avanços no uso das correntes de baixa
frequência em fisioterapia. Fisioterapia em Movimento.

 Borges, R. F., & Silva, E. N. (2019). Eletroterapia na prática clínica: Uma revisão de
recursos e aplicações. Revista de Ciências da Saúde.

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