ABS 1 MONITORIA T134
ABS 1 MONITORIA T134
ABS 1 MONITORIA T134
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA
MONITORIA ASSISTÊNCIA BÁSICA À SAÚDE I - 2024.1
1. PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
O processo saúde-doença refere-se a uma ampla gama de acontecimentos que vão desde a
saúde, definida como, o completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a mera
ausência de doença (definição da OMS), até a doença, passando pela coexistência de ambos
em proporções diversas.
1. Período pré-patogênico
Nesse período, o indivíduo se encontra suscetível à doença, mas está saudável. É, portanto,
antes do aparecimento da enfermidade.
2. Período patogênico
Se trata do início biológico da doença. O indivíduo já interagiu com o agente causador da
doença e já se encontra “doente”, mas pode ou não ter apresentado os sintomas.
a) Fase pré-clínica: Trata-se das primeiras alterações causadas pela patologia. Em
grande parte das vezes, essas mudanças ocorrem a nível microscópico e não causam
sintomas. Se estende da exposição ao patógeno até o aparecimento de sintomas.
Obs.: Período de incubação (infecciosas) / Período de latência (outras doenças).
b) Fase clínica: Surgem os primeiros sintomas. O paciente começa a procurar ajuda
médica. Fatores como a própria patologia, o estado do paciente, a rapidez com a qual
se obteve o diagnóstico, entre outros, irão contribuir para o grau de eficácia do
tratamento. Nesse ponto, a patologia pode ser curada sem muitas consequências,
evoluir para a cronicidade, deixar sequelas, resultar em óbito etc.
Observação:
- Período de Latência: Desde a exposição até o início da infecção.
- Período de Incubação: Desde a exposição até o surgimento de
sintomas.
- Período de Transmissibilidade.
- Período de Manifestações Clínicas.
- Horizonte clínico: acima do horizonte clínico os sinais da doença, ainda
confusos, tornam-se nítidos. Período que divide fase pré-clinica e clínica
2.1. Prevenção primária: Busca evitar o surgimento da doença. Atua, portanto, no período
pré-patogênico.
a) Promoção de saúde
Medidas gerais de saúde que não estão direcionadas à prevenção de uma doença específica,
como moradia adequada, saneamento básico, políticas de educação, alimentação adequada,
conscientização.
b) Proteção Específica
Medidas mais específicas e voltadas para patologias, como imunização, saúde ocupacional,
higiene pessoal e do lar, proteção contra acidentes, aconselhamento genético, controle de
vetores.
LEMBRAR QUE:
- De maneira geral, não se diagnostica Hipertensão Arterial Sistêmica com apenas uma
aferição;
- Não se pode dar diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2 com glicemia capilar ("ponta de
dedo").
c) Exemplifique uma ação em saúde para cada nível de prevenção da HAS (Hipertensão
Arterial Sistêmica).
SUGESTÕES:
- Prevenção primária: incentivar a perda de peso, atividade física, dieta regular, higiene do
sono, cessação de tabagismo e alcoolismo;
- Prevenção secundária: aferição de pressão arterial (lembrar sempre de RASTREIO
quando se trata de prevenção secundária);
- Prevenção terciária: controle adequado da pressão arterial de paciente pós-AVC para
prevenir novos episódios;
- Prevenção quaternária: não hipermedicalizar paciente; solicitar exames apenas quando
estritamente necessários, não somente por vontade do paciente.
- Prevenção quinquenária: redução de jornadas de trabalho médico, melhoria da
infraestrutura dos ambientes de trabalho, dentre outras medidas com o intuito de melhorar a
qualidade de vida e de trabalho dos profissionais e, assim, aperfeiçoar os cuidados prestados
ao paciente.
d) Seu Igor falou o seguinte: "Doutora, espero que eu não esteja com nenhuma dessas
doenças, porque assim vou estar saudável". Embasando-se nos conceitos mais atuais
acerca do processo de saúde-doença, você concorda com esse conceito de saúde?
Justifique.
LEMBRAR QUE:
o conceito de saúde vem sofrendo mudanças, por ter sido definido antigamente como “estado
de ausência de doenças”; foi redefinido em 1948, pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), como “estado de completo bem-estar físico, mental e social”, passando de uma visão
mecânica da saúde para uma visão abrangente e não estática do processo saúde-doença. A
definição de saúde presente na Lei Orgânica de Saúde (LOS), n. 8.080, de 19 de setembro de
1990, procura ir além da apresentada pela OMS, ao se mostrar mais ampla, pela explicitação
dos fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença. Esta lei regulamenta o
Sistema Único de Saúde, e é complementada pela Lei n. 8142, de dezembro de 1990. O que
consta na LOS é que
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso
a bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e
econômica do país (Brasil, 1990, Art. 3).
ABS 1
Determinantes Sociais da Saúde (DSS)
São fatores sociais, culturais, econômicos, étnicos, psicológicos e comportamentais
que influenciam a ocorrência de problemas de saúde, seus fatores de risco na
população e o bem-estar da comunidade. São as condições de vida e trabalho dos
indivíduos. São fatores não médicos, vão além da intervenção médica tradicional.
Justificativa
Essa disparidade na mortalidade está diretamente ligada a uma série de determinantes sociais de saúde.
Usualmente, as áreas com taxas mais altas de mortalidade juvenil são caracterizadas por condições
socioeconômicas desfavoráveis, como desemprego generalizado, baixa renda familiar e falta de acesso a
educação de qualidade.
Além disso, o ambiente físico dessas regiões é frequentemente marcado por violência urbana, criminalidade e
falta de espaços seguros para recreação e atividades físicas.
Outro fator importante é o acesso limitado a serviços de saúde adequados e de qualidade nessas
comunidades, devido à falta de infraestrutura de saúde. Isso resulta em dificuldades para os jovens obterem
atendimento médico preventivo, diagnóstico precoce e tratamento oportuno para condições de saúde.
Ademais, a educação desempenha um papel crucial nessa relação, visto que a educação proporciona
conhecimentos e habilidades essenciais para tomar decisões informadas sobre saúde, está diretamente ligada
às oportunidades de emprego e renda, pode ajudar a reduzir comportamentos de risco, promove o
desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais, proporciona acesso a recursos e informações que
podem ser essenciais para a promoção da saúde.
Para abordar esse problema de forma eficaz, são necessárias intervenções que vão além do sistema de saúde,
incluindo políticas públicas que promovam equidade socioeconômica, segurança urbana, acesso igualitário à
educação e serviços de saúde, além de programas de prevenção e apoio específicos para os jovens em
situações de maior vulnerabilidade.