Tema_8__22_de_maio
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setores de nossa sociedade, nos dias atuais, é a maioridade penal. Muitos se posicionam
a favor da redução da idade mínima para que o jovem assuma a responsabilidade pelos
seus atos perante a justiça, enquanto outros se mostram contrários, como você pode
perceber lendo os textos ilustrativos sobre o tema, presentes nesta prova.
A partir da leitura destes textos ilustrativos, de apoio, e com base em seus conhecimentos
prévios, produza uma dissertação-argumentativa, em prosa e norma padrão, acerca do
tema:
Texto 1
(Extraído de um dos comentários de Clever Mendes de Oliveira,
frequentador do blog de Luís Nassif.)
Luís Nassif,
Penso que a análise dessa questão (a maioridade penal) deve comportar três
visões. A visão política, concernente ao modo como a sociedade e o Estado, pelos seus
representantes, consideram que se deve trabalhar a maioridade penal. A visão social, que
é também uma visão política, analisada pelos representados e não pelos representantes
como no caso da visão política propriamente dita. Aqui o que se procura saber é como a
sociedade e o Estado querem tratar a questão do adolescente, criando para si, isto é,
Estado e sociedade, o máximo de responsabilidade pelo processo civilizatório do
adolescente, ou repassando para o adolescente o mais rápido possível esta
responsabilidade. A terceira visão a considerar diz respeito à análise das ciências
médicas. A partir de que idade um adolescente está consciente da sua responsabilidade
pelos atos que pratica?
É claro que a decisão médica é mais relevante e de certo modo ela deve influir na
postura da sociedade. Se as Ciências médicas dizem que a partir de 12 anos não há nada
que se possa fazer para civilizar um adolescente, não haverá como a sociedade insistir
em uma posição que irá contra as evidências.
De todo modo, a visão política é mais decorrente da visão social do que da visão
científica. Se a sociedade quer que a juventude se sinta protegida e pertencente à
sociedade, caberá à sociedade definir como o adolescente será tratado. Se a sociedade é
solidária, ela terá todo o interesse de se colocar do lado do adolescente tentando evitar
que ele siga pelo mau caminho. Se a sociedade for individualista, ela não terá nenhum
interesse em acompanhar os passos do adolescente.
A avaliação científica da idade para assumir responsabilidade é importante e
deveria ser o primeiro caminho a ser considerado.
(Texto adaptado.)
Texto 2
Crianças e adolescentes – Juventude e participação
(Nádia de Paula – Jornal O Povo – Opinião p.7- 09.06.2015)
Nunca houve em toda a história da humanidade tantas pessoas jovens com idade
entre 10 e 14 anos. Esse é um dado do Relatório sobre a Situação da População Mundial
realizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) em 2014. São 1,8 bilhão
de pessoas nessa faixa etária e, nos países em desenvolvimento que têm uma numerosa
população de jovens, esse número pode impulsionar positivamente a economia desde
que haja investimento para a juventude no que diz respeito aos direitos fundamentais
como saúde e educação, por exemplo. Investimento para a população jovem significa
investir também na participação dos adolescentes e jovens nos processos de
planejamento e avaliação das ações ou políticas públicas para a juventude. Pensar “Com”
ao invés de “Para” ou “Pelo” jovem gera autonomia, solidariedade e responsabilização. A
isso se dá o nome de Protagonismo.
A Tdh1 Brasil desenvolve nos espaços comunitários onde vivem crianças,
adolescentes e jovens, ações de protagonismo com atividades centrais para mobilizar
famílias, lideranças comunitárias, equipamentos comunitários (escolas, redes
socioassistenciais etc.) e políticas públicas através de articulações em rede, visitas
institucionais, campanhas de mobilizações sociais, com foco na prevenção da violência
juvenil, onde o adolescente/jovem é tanto vítima quanto autor. Essas atividades realizadas
conjuntamente garantindo a participação de adolescentes e jovens têm proporcionado
mudanças significativas tanto no contexto escolar quanto no contexto comunitário.
(Texto adaptado.)
1Terredes hommes Brasil é uma organização não governamental sem fins lucrativos, que
faz parte da Fondation Terre des hommes (Tdh), organização suíça com sede em
Lausanne. Tem como missão a promoção, garantia e defesa dos direitos de crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade. Criada em 1960 por Edmond Kaiser, Terre
des hommes atua em 34 países.
Texto 3
Redução da maioridade penal
(Fátima Vilanova. Doutora em Sociologia. Jornal O Povo.)
Texto 4
Cora Coralina: Menor abandonado