Relatorio de MCUV

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Experimento de Movimento de Rotação

Marlon Sardou – Turma 2024.1 – 2323070GEEL


GEEF3201NF – Física Experimental I – Engenharia Elétrica
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ
e-mail: msardou96@gmail.com

Resumo: Na cinemática temos como estudo o movimento dos corpos rígidos sem considerarmos o
atrito, resistência entre outros, é o estudo do movimento em geral, e, podemos estudar nela,
movimentos uniformes, movimentos variados, sejam eles circulares ou não. Com este experimento,
tem o objetivo de estudar o movimento circular uniformemente variado de um peso preso a um prato
rotativo sobre um colchão de ar sem atrito, onde esse peso vai sofrer a ação da gravidade, ou seja,
com uma aceleração diferente de 0. Para estudar esse movimento, utilizou fotossensores ligados a
um cronometro com uma precisão de 0,001s, polia milimetrada, prato rotativo e o equipamento
COBRA3. E possivelmente, foi concluído qual a equação do movimento circular uniformemente
variado, além de interpretar os resultados por meio de gráficos, em papeis milimetrados e avaliar
o experimento.

Palavras-chave: Aceleração Angular, Momento de Inércia, Movimento de Rotação e Tempo.

Introdução Exposição Teórica


A Física é uma ciência exata que estuda a A definição do movimento de rotação de corpos
natureza do universo tanto no macroscópico quanto rígidos é o movimento radial ou circular de um
no microscópico. Ela é dividida em várias partes objeto ao redor de um centro de massa ou eixo. Para
onde uma em especial, cujos estudos se preocupam entender melhor esse movimento também
em descrever o movimento dos corpos, é precisamos entender o seu momento de inércia.
denominada mecânica. Galileu Galilei que O momento de inércia I de uma partícula
primeiramente veio a estudar, com rigor, os desempenha, no movimento de rotação, o mesmo
movimentos da Terra, e este, conseguiu chegar a papel que a massa desempenha no movimento de
algumas relações aceitas até hoje. Entretanto, foi o translação; ele é definido, para uma partícula de
Físico e Matemático Isaac Newton que veio massa m, como: 𝐼 = 𝑚𝑟² em que r é a distância da
desenvolver os principais estudos acerca do partícula ao eixo de rotação. Para um sistema de N
movimento, da qual surgiu três leis de Newton: Lei partículas, tem-se:
da Inércia, Lei da Dinâmica e Lei da Ação-Reação.
Neste relatório, é o movimento de rotações e o 𝐼= 𝑚 𝑟²
momento de inércia que será tema do estudo, e a
partir de dados obtidos experimentalmente por meio Se a distribuição de massa for contínua, então:
do equipamento COBRA3, onde o experimento
realizado consiste em analisar a velocidade angular 𝐼= 𝑟 𝑑𝑚 = 𝜌 𝑟²𝑑𝑉
de um prato rotativo, sobre o colchão de ar, sendo e a integral é estendida ao corpo todo.
puxado por um peso específico que sofre a A segunda lei de Newton aplicada a um corpo
aceleração da gravidade. rígido em rotação, em torno de um eixo fixo, é dada
Este experimento teve como objetivo obter: a por:
medição da velocidade angular de acordo com o 𝜏 = 𝐼𝛼
tempo para um movimento de rotação uniforme; a em que τ é o torque resultante aplicado ao corpo e α
medição da velocidade angular de acordo com o é a aceleração angular, relativamente ao eixo fixo.
tempo para uma rotação uniformemente acelerada; e Considere o seguinte arranjo experimental:
o ângulo de rotação ser proporcional ao tempo
necessário para a rotação.
Assim formando uma equação geral que
descreva o movimento para que seja possível
caracterizar o movimento como movimento angular
uniforme acelerado, além de fazer uma interpretação
dos resultados da velocidade angular e aceleração
angular por meio de gráficos em papel milimetrado
e ser possível avaliar a teoria de erros novamente
durante o experimento
Aplicando a segunda lei de Newton para a massa Resultados e Discussão
pendente, obtém-se:
Após a realização do experimento, alcançamos
𝑚𝑔 − 𝑇 = 𝑚𝑎
os seguintes resultados apresentado na Tabela a
onde g é a aceleração da gravidade local,
seguir:
9,81m/s², T é a tensão no fio e a é a aceleração linear
t(s) 𝜃(rad.) 𝜔( ) 𝑟𝑎𝑑
do fio, da massa pendente e dos pontos da periferia 𝛼( )
da polia fixa no disco. 𝑠²
O torque, τ, aplicado no disco pela tensão, T, é 0,6 0,393 0,654 0,654
dado por: 0,8 0,537 0,785
𝜏 = 𝑟𝑇𝑠𝑒𝑛𝜃 1,0 0,707 0,916
Pois →=→ 𝑥 → e, como →⊥→, segue que 𝜋 = 1,2 0,903 1,047
𝑟𝑇. 1,4 1,139 1,309
Como o experimento foi realizado com um peso 1,6 1,427 1,571
específico sofrendo a ação da gravidade, logo temos
1,8 1,741 1,571
a tensão como uma constante.
Trazendo as relações fundamentais da cinética de 2,0 2,081 1,833
rotação, o deslocamento linear x vai se comportar 2,2 2,461 1,963
como 𝜃, ângulo de rotação, nossa velocidade linear 2,4 2,867 2,094
𝑉 = , será nossa velocidade angular 𝜔 = e por
Com os resultados em mãos, iremos construir os
fim nossa aceleração linear 𝛼 = , será nossa
seguintes gráficos: 𝜃 × 𝑡; 𝜔 × 𝑡; 𝜃 × 𝑡² e
aceleração angular 𝛼 = . analisaremos os seus comportamentos. Para a
Correlacionando nossas novas variáveis ao nosso construção desses gráficos só precisamos adicionar
conhecimento sobre movimento retilíneo uniforme os valores de t².
variado, temos as equações horarias para os Para alcançarmos o valor de t² simplesmente
movimentos circulares uniformemente variados. iremos multiplicar o t por ele mesmo:
𝜃 = 𝑡²; 𝜔 = 𝛼 𝑡; 𝛼 = 𝛼
t²(s²)
𝜔 = 𝜔 + 𝛼 (𝑡 − 𝑡 )
𝛼 0,36
𝜃 = 𝜃 + 𝜔 (𝑡 − 𝑡 ) + (𝑡 − 𝑡 )²
2 0,64
Procedimento Experimental 1
1,44
Nesse experimento utilizamos o COBRA3, com 1,96
as instruções LEP1313_11, que contia os seguintes
2,56
equipamentos:
3,24
 Um gerador de ar com um tubo
conectado em um eixo; 4
 Um prato rotativo; 4,84
 Um sensor fotoelétrico responsável pela 5,76
tomada das medidas;
 Um suporte para pesos acopláveis; Com os valores acima temos o ferramental para
 Uma linha não esticável; construir todos os gráficos. Sendo eles anexado no
 Uma Roldana/Polia. final do relatório como:
A prática do experimento dá-se por, após a  Gráfico 1: 𝜃 × 𝑡;
máquina ligada, a adição da corda enrolada no eixo  Gráfico 2: 𝜔 × 𝑡;
central do prato giratório que fica sobre um colchão  Gráfico 3: 𝜃 × 𝑡².
de ar para reduzir o atrito. Com o suporte do peso No primeiro gráfico, por se tratar de um
preso a corda, e essa mesma corda deslizando por movimento circular uniformemente acelerado,
uma roldana de massa desprezível, contendo observamos que a velocidade angular varia de forma
marcações para realizar as medições em radiano, que uniforme em relação ao tempo. Utilizando o conceito
funciona da seguinte forma, as marcações de nossa de análise no gráfico 𝜃 × 𝑡, a velocidade angular é
roldana é dada por um espaço escuro na roldana, que representada pela inclinação da reta que representa o
evita a passagem do sensor fotoelétrico, e assim movimento. Trazendo o conceito para o gráfico com
gerando as marcações de tempo no cronômetro. a representação de uma curva, observando que as
Sendo assim o deslocamento feito faz com que o velocidades instantâneas de cada ponto são
sensor fotoelétrico gere as marcações de tempo que equivalentes a inclinação da reta tangente ao ponto
será entregue na tela do cronômetro em questão. Essa ideia é representada através do
microcontrolado. conceito de derivação do ponto do gráfico.
Para a obtenção da reta tangente do gráfico Através dessa relação e do comportamento
podemos utilizar também a equação matemática: observado no gráfico 𝜃 × 𝑡, concluímos que a
𝑦 − 𝑦 = 𝑚(𝑥 − 𝑥 ) potência trata de n=2. Para que haja linearização do
Sabendo os valores de y e x da reta, basta isolar gráfico, toma-se novos valores para o eixo x onde o
o 𝑚. novo valor de x seja x². Para isso, utilizaremos os
𝑦−𝑦 dados experimentais referentes ao eixo x e elevando
𝑚=
𝑥−𝑥 ao quadrado de forma a obter uma nova coluna de
Através dos cálculos do coeficiente angular, dados referente a x², apresentado como tempo² de
alcançamos os valores de 𝜔 de nossa tabela nossa tabela.
colaborando com nossa teoria. Aplicando ao nosso Construído o nosso gráfico 𝜃 × 𝑡², temos a
gráfico, utilizaremos pontos fictícios contidos na linearização do mesmo, sendo realizado o ajuste da
curva para o esboço em vermelho no gráfico. reta para aplicação no gráfico, realizaremos o ajuste
Analisando o segundo gráfico, 𝜔 × 𝑡, dos dados onde os coeficientes encontrados
verificamos que a imagem gerada é uma reta conferem com a equação horária do espaço no
crescente, demostrando que a velocidade do móvel MCUV tem-se:
aumenta ao longo do trajeto, indicando uma 𝑎×𝑡
aceleração diferente de zero. 𝜃 =𝜃 +𝜔 ×𝑡+ ≡y=𝑎+𝑏×𝑥
2
𝑎≠0 Nosso y se torna o 𝜃, e nosso a se torna 𝜃 , nosso
Para a análise do gráfico 2: 𝜔 × 𝑡, utilizaremos a b é dado por e nosso x por t².
equação matemática para o coeficiente linear, dada
Terminando a análise gráfica, outra forma de
por:
obter a aceleração que age sobre o móvel estudado é
y=𝑎+𝑏×𝑥 relacionando a aceleração gravitacional gerada pela
Traremos os valores da equação do coeficiente força peso sobre o móvel. Para isso devemos levar
linear para a realidade dos dados, onde o ‘y’ em consideração a inclinação do plano por onde o
representa a nossa variável 𝜔, o ‘x’ representa a móvel desliza em relação a horizontal. Sabendo que
nossa variável t, o ‘a’ é um valor inicial de nossa essa inclinação tem a medida de 90°, com isso
variável y, sendo o ‘a’ a nossa velocidade angular aplicamos o valor a equação 𝐴 = 𝑔 × 𝑠𝑒𝑛𝜃 para
inicial 𝜔 e por último o nosso escalar ‘b’ que é a calcular a componente da aceleração gravitacional
aceleração angular: que rege o movimento do móvel paralelamente ao
𝜔 =𝜔 +𝑎× 𝑡 ≡y=𝑎+𝑏×𝑥 plano em que ele se encontra.
Logo, podemos alcançar o valor da aceleração 𝐴 = 9,81 × 𝑠𝑒𝑛 90° = 9.81𝑚/𝑠²
pela equação: Para encontrarmos a equação que rege o
𝜔
𝑎= movimento do móvel estudado, devemos levar em
𝑡
Realizando os cálculos e adquirimos os seguintes consideração os valores da aceleração angular
valores: calculados anteriormente. Observando que para
𝑟𝑎𝑑 diferentes formas de cálculo obteve diferentes
𝛼( ) valores para tal aceleração angular. Esses valores
𝑠² encontram-se expostos na tabela de acordo com o
0,654
método utilizado para sua obtenção.
0,981 Partindo do valor médio da aceleração obtida
0,916 anteriormente e dos gráficos construídos com base
0,872 nas medidas experimentais, constatou-se através da
0,935 derivação do gráfico 𝜃 × 𝑡 que as velocidades
0,982 variavam de forma linear com o tempo. Utilizando o
0,872 mesmo conceito em que verifica a taxa de variação
da velocidade angular, ou seja, derivação da
0,916
velocidade angular no gráfico 𝜃 × 𝑡², encontrou o
0,892 valor de uma aceleração constante. Com isso,
0,872 observamos que ao derivarmos o espaço por duas
vezes chegamos ao valor da aceleração, da mesma
Por último iremos estudar a linearização do forma, aplicando a operação inversa da derivada, a
gráfico 𝜃 × 𝑡, gerando o gráfico 𝜃 × 𝑡², no gráfico integral, por duas vezes sobre a aceleração angular,
𝜃 × 𝑡 observa-se que esse comportamento mais se chegaremos então à função horária que descreve a
aproxima do caso quadrático, onde o gráfico posição do móvel em relação ao tempo.
apresenta uma curva parabólica. A relação entre os Com isso, concluímos que a equação que
eixos x e y do gráfico é dada por: descreve o movimento realizado pelo prato giratório
estudado é dada pela função:
𝑦 =𝑐×𝑥 9,15 × 𝑡
𝜃=
2
Conclusão
Através da análise dos dados referentes ao
procedimento experimental, constata-se que o
experimento teve um resultado satisfatório. Mesmo
com certos contratempos relacionados a falta de
prática por parte dos experimentadores, incerteza
apresentada pelos instrumentos de medida e
aproximações feitas durante a análise, foi possível
inferir através dos gráficos que o corpo sofre uma
variação de velocidade com aceleração constante.
Dessa forma, concluiu que o movimento analisado
se trata de um Movimento Circular Uniformemente
Variado em que se relaciona a posição 𝜃 com o
tempo t de acordo com a seguinte equação:
𝑎×𝑡
𝜃 =𝜃 +𝜔 ×𝑡+
2
Pode-se através da construção do gráfico 1,
(𝜃 × 𝑡) relacionar o tipo de movimento descrevido
pelo corpo estudado como sendo de ordem
quadrática. Observando que o coeficiente angular de
cada ponto seria equivalente a velocidade angular do
ponto em questão, foi possível derivar as
coordenadas apresentadas de forma a construir os
gráficos 2: 𝜔 × 𝑡. No gráfico 3, após o ajuste da
curva para melhor apresentação dos dados, observou
que a velocidade angular variava segundo uma
função linear. Dessa forma, inferiu-se que o
movimento era regido por uma aceleração de
modulo constante e equivalente a inclinação da reta
apresentada no gráfico 3 Através da linearização do
movimento via papel milimetrado representado no
gráfico 2, (𝜃 × 𝑡 ), entendendo uma ampla análise
do movimento circular, relacionando de maneira
direta a posição do móvel em função do tempo.

Referências
[1] H. Moysés Nussenveig, “Curso de Física
Básica 1, Mecânica” 5ªedição (2013)
[2] David Halliday, Robert Resnick e
JearlWalker “Física 1 Mecânica 10 Edição”.
[3] Anotações realizadas durante as aulas
teóricas de Física Experimental 1, Doutor e
Professor Jefferson Morais.

t(s) 𝜽(rad.) 𝝎(
𝒓𝒂𝒅
) 𝒓𝒂𝒅 t²(s²)
𝒔 𝜶( )
𝒔²
0,6 0,393 0,654 0,654 0,36
0,8 0,537 0,785 0,981 0,64
1,0 0,707 0,916 0,916 1
1,2 0,903 1,047 0,872 1,44
1,4 1,139 1,309 0,935 1,96
1,6 1,427 1,571 0,982 2,56
1,8 1,741 1,571 0,872 3,24
2,0 2,081 1,833 0,916 4
2,2 2,461 1,963 0,892 4,84
2,4 2,867 2,094 0,872 5,76

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