Investimento 02

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Copyright © 2021 Curso Aprendiz Bancário - Módulo 1 – Curso Aprendiz Bancário Todos os direitos reservados

Uso do Crédito e Administração das Dívidas

Definição de crédito

O crédito é uma fonte adicional de recursos que não são seus, mas obtidos de
terceiros (bancos, financeiras, cooperativas de crédito e outros), que
possibilita a antecipação do consumo para a aquisição de bens ou contratação
de serviços. Existem várias modalidades de crédito. Por exemplo: limite do
cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, financiamentos imobiliários
ou de veículos, compra a prazo em lojas comerciais etc.
É muito importante para sua vida financeira saber escolher a modalidade de
crédito mais adequada para cada situação. Com a devida compreensão dos
custos envolvidos nas operações de crédito, é mais fácil o uso do crédito de
forma consciente.

Valor do dinheiro no tempo


Ao falar sobre crédito é preciso, inicialmente, fazermos algumas reflexões
sobre os juros. Para facilitar a nossa reflexão, vamos tratar os juros como
sendo o valor do aluguel do dinheiro no tempo. Na visão de quem paga, os
juros correspondem ao pagamento do “aluguel” pela utilização de recursos de

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terceiros, no caso, o dinheiro. Ao comprarmos um produto qualquer, uma
televisão, por exemplo, a prazo, recebemos um benefício antecipado (ter o
produto) para pagarmos depois.
Essa opção quase sempre implica o pagamento de juros, pois estamos
usufruindo de algo, pago com dinheiro que não temos. Pensando na visão de
quem recebe, os juros correspondem ao recebimento do aluguel pela cessão,
temporária, de recursos financeiros próprios a terceiros.

Atenção aos juros / Poder dos juros no tempo

Para estudar o poder dos juros no tempo, é preciso, primeiramente, conhecer


a diferença entre juros simples e juros compostos.
Juros simples são aqueles pagos somente sobre o capital principal. São o
mesmo que “juros não capitalizados”.

Exemplo: Ao tomarmos emprestados R$1.000,00, por 6 meses, com taxa


simples de 5% a.m. (ao mês), ao final do período, a nossa dívida será de
R$1.300,00, ou seja, R$1.000,00 do capital + R$50,00 (5% de R$1.000,00) por
mês x 6 meses = R$1.000,00+ R$300,00.

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Juros compostos são aqueles que, após cada período de capitalização –
normalmente um mês –, são incorporados ao capital principal e passam, por
sua vez, a também render juros. Tratam-se dos chamados “juros sobre juros”
ou “juros capitalizados”.

No mesmo exemplo anterior, caso fossem utilizados os juros compostos, a


dívida ao final do período seria de R$1.340,10, ou seja:

• 1º mês: R$1.000,00 (capital principal) + R$50,00 (5% de R$1.000,00) =


R$1.050,00;
• 2º mês: R$1.050,00 (capital principal + juros) + R$52,50 (5% de R$1.050,00)
= R$1.102,50;
• 3º mês: R$1.102,50 + R$55,13 (5% de R$1.102,50) = R$1.157,63;
• 4º mês: R$1.157,63 + R$57,88 (5% de R$1.157,63) = R$1.215,51;
• 5º mês: R$1.215,51 + R$60,77 (5% de R$1.215,51) = R$1.276,28;
• 6º mês: R$1.276,28 + R$63,82 (5% de R$1.276,28) = R$1.340,10.

Tendo entendido a diferença entre juros simples e


compostos, vamos agora avaliar o poder dos juros compostos
no tempo.

Para isso, considere o exemplo a seguir.


Um trabalhador de 20 anos de idade decide iniciar uma reserva financeira
para a própria aposentadoria, poupando R$150,00 todo mês, ao longo de dez
anos, e investindo em uma aplicação financeira que rende 0,5% a.m. (ao mês)
durante todo esse período.

Ao completar 30 anos, ele pára de efetuar os depósitos e deixa o dinheiro


aplicado à mesma taxa. Aos 60 anos de idade, esse trabalhador terá
acumulado R$148.786,58. Imagine agora uma situação diferente, em que
outro trabalhador só percebe a necessidade de ter uma reserva financeira

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para a aposentadoria aos 30 anos de idade. Para que esse trabalhador tenha,
aos 60 anos, um valor próximo ao do exemplo anterior, uma alternativa seria
fazer depósitos mensais de R$150,00 pelos 30 anos seguintes, quando ele
também terá 60 anos, acumulando, assim, R$150.677,26, considerada a
mesma rentabilidade de 0,5% ao a.m.

Qual das duas situações lhe parece mais adequada?


Os exemplos apresentados demonstram o poder dos juros compostos no tempo.
Para acumular valores semelhantes, o primeiro trabalhador antecipou a
poupança e se beneficiou dos juros compostos por um período maior. O
segundo trabalhador iniciou sua poupança dez anos depois do primeiro, e por
isso precisou poupar por 30 anos.

Vale ressaltar que, para elaboração desses cálculos, usamos a Calculadora do


Cidadão, disponível no endereço eletrônico do BCB: http://www.bcb.gov.br –
Perfil Cidadão – Taxas de juros, cálculos, índice e cotações – Calculadora do
Cidadão.

Uso do crédito
Antes de continuarmos, é importante que você saiba que o crédito pode ser
vantajoso ou problemático, tanto para o tomador como para o fornecedor do
crédito, quando não são tomados os devidos cuidados.
A instituição que concede crédito recebe juros como remuneração pelo capital
emprestado, porém deve atentar para a capacidade de pagamento do tomador,
do contrário corre um risco muito alto de não receber o montante emprestado
de volta e assim ter graves problemas financeiros.
Confira abaixo as vantagens e as desvantagens para o tomador do crédito.

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Vantagens

• Antecipar consumo – Muitas vezes, precisamos


comprar um produto ou contratar um serviço, porém
não dispomos de recursos sufi cientes. O crédito nos
possibilita resolver essa situação.

• Atender a emergências – Imprevistos acontecem com frequência:


acidente com o veículo, serviço emergencial na residência, alguém da família
com problema de saúde quando não estamos financeiramente preparados. O
uso do crédito pode ser a saída nesse momento.

• Aproveitar oportunidades – Boas oportunidades para fechar um


negócio ou fazer uma compra às vezes acontecem e nem sempre, naquele
momento, temos condições financeiras para aproveitá-las. Faça as contas,
levando em conta o custo do crédito. Se ainda assim for vantajoso, e você não
estiver endividado, por que não aproveitar a oportunidade?

Custo Efetivo Total

O Custo Efetivo Total (CET) é uma informação percentual que diz quanto
efetivamente custa um empréstimo, ou financiamento, incluindo não só os

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juros, mas também tarifas, impostos e outros encargos cobrados do cliente. A
vantagem do CET é a possibilidade de comparar o que duas ou mais
instituições financeiras estão oferecendo e saber qual cobra menos pelo
serviço.
Assim, dependendo dos encargos cobrados por um banco em um empréstimo,
seu CET pode acabar maior que o de outro banco, mesmo tendo uma taxa de
juros menor.
Muitas pessoas, ao adquirir um empréstimo, simplesmente avaliam se o valor
da prestação cabe no orçamento, o que nem sempre é o mais adequado. É
fundamental avaliar a real necessidade do crédito, comparar o CET das
propostas de crédito de duas ou mais instituições financeiras e estar ciente
das desvantagens descritas a seguir.

Desvantagens
• Custo da antecipação do consumo com o uso do
crédito implica

pagamento de juros – A primeira desvantagem em


relação ao uso do crédito é o pagamento de juros.
Ao anteciparmos a compra de um produto ou a
contratação de um serviço sem a devida disponibilidade financeira, usaremos
um dinheiro que não é nosso, portanto pagaremos juros por essa operação.
Esse é o
custo da antecipação.

• Risco de endividamento excessivo – O uso inadequado do crédito


pode levar ao endividamento excessivo e comprometer toda a sua
vida financeira, podendo acarretar descontrole emocional,
problemas de saúde e, até mesmo, desestruturação familiar. Assim,

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é importante refletir antes de tomar crédito e não o utilizar de
forma indiscriminada.

• Limite de consumo futuro – Outra desvantagem de tomar crédito


consiste em limitar o consumo futuro. Essa desvantagem é quase
automática, uma vez que o crédito tomado hoje tem de ser pago no
futuro, reduzindo, portanto, as disponibilidades financeiras
futuras para o consumo. Essa desvantagem traduz aquele ponto,
já discutido, sobre as trocas intertemporais.
Para entender melhor sobre as vantagens, as desvantagens e o custo do
crédito, acompanhe o exemplo a seguir, sobre a compra de um veículo, com
duas opções distintas de pagamento.

Opção 1
Carro adquirido hoje, parcialmente financiado:
• preço: R$40.000,00;
• entrada (já tinha esse dinheiro poupado): R$16.000,00(40%);
• valor financiado: R$24 mil (60%);
• prazo: 60 meses (5 anos);
• taxa do financiamento: 1,8% ao mês;
• prestação fixa: R$657,41.

Opção 2
O consumidor faz uma poupança para comprar o carro à vista após
determinado período (somente irá à loja comprar o carro quanto tiver dinheiro
suficiente para comprar à vista).
Considere a existência de uma poupança inicial dos mesmos R$16.000,00 e a
realização de uma poupança
mensal no mesmo valor da parcela do exemplo anterior, R$657,41, além da
rentabilidade de 0,5%

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ao mês. Neste cenário, após o 31º mês, o valor acumulado atingirá o preço do
carro. Assim, o consumidor poderá efetuar a compra do carro à vista. Nessa
opção, o consumidor continuará poupando até o 60º mês, quando ocorreria a
quitação do veículo da opção 1.
Ao final, teremos a seguinte situação:

Patrimônio final – Opção 1 – Financiamento Carro com


5 anos de uso (R$24.600,00)
Poupança: R$0,00
Gasto com financiamento: R$55.444,43
Patrimônio final: R$24.600,00

Patrimônio final – Opção 2 – Compra à vista


Carro com 2,5 anos de uso (R$29.500,00)

Poupança: R$21.224,24
Desembolso total: R$55.444,43
Patrimônio final: R$50.724,24

No exemplo acima, a diferença entre o patrimônio da opção 1 e da opção 2


totaliza R$26.124,24 e representa o custo da impaciência, ou seja, o custo da
antecipação do consumo.
Entre os exemplos apresentados, qual a melhor escolha? Cabe a você decidir
conforme sua própria realidade.
O mais importante é desconfiar e fugir do “crédito fácil”.
É comum ouvir na TV ou em outras mídias que “você tem um crédito
préaprovado” ou que “os limites do seu cheque especial e do cartão de crédito
podem ser aumentados e estão à sua disposição”.

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Dívidas
Dívidas são um assunto delicado. Muitos problemas podem surgir se não
soubermos lidar bem com elas.
Normalmente consideramos que estamos endividados apenas quando não
estamos dando conta de pagar os nossos compromissos. Isso não é verdade.

Origens das dívidas

Despesas sazonais – As despesas sazonais, aquelas que ocorrem em


determinada época do ano, como pagamento de IPTU, IPVA, Imposto de
Renda ou material escolar, nem sempre são
observadas ao se fazer um planejamento. É comum, no início do ano, as
famílias terem dificuldades em função dessas despesas. Existem ainda as
datas comemorativas, como Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças,
aniversários etc. A falta de planejamento e controle pode implicar
desembolsos “inesperados”, o que, às vezes, podem levar à necessidade de
contratar uma operação de crédito (tomar um empréstimo ou financiamento).

Se você deseja minimizar a possibilidade de se endividar, a dica é: planeje-se.

Marketing sedutor – As técnicas de vendas e a tecnologia colocada à


disposição dos profissionais de marketing, ao mesmo tempo em que
impulsionam as vendas, também impulsionam compras

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não planejadas ou realizadas por impulso, podendo provocar desequilíbrios
orçamentários e financeiros, ou até mesmo super endividamento. Convém,
então, estar atento aos atrativos do marketing sedutor e ao compromisso com
o cumprimento do planejamento financeiro pessoal ou familiar.

Orçamento deficitário – É comum encontramos pessoas desejando e


usufruindo um padrão de vida acima do padrão de renda que possuem. As
facilidades determinadas pelo crédito fácil propiciam um excesso de compras
a prazo que, muitas vezes, comprometem a situação financeira das famílias.
Cuidar do orçamento familiar de forma a estar sempre superavitário deve ser
uma constante busca de todos nós. Portanto, é fundamental colocarmos em
prática o que aprendemos sobre a elaboração do orçamento.

Redução de renda sem redução de despesas – Essa é outra questão importante


a ser avaliada, podendo ser a porta da entrada para o endividamento
excessivo. A perda de emprego ou de parte da renda familiar sem a devida
redução nas despesas pode, facilmente, levar uma família ao endividamento
excessivo. Portanto, ao deparar-se com uma redução de renda, é fundamental
fazer uma cuidadosa revisão do orçamento pessoal e familiar, adequando as
despesas à nova realidade.

Despesas emergenciais – Imprevistos acontecem. Um defeito ou uma batida


no veículo, ou problemas de saúde na família são exemplos corriqueiros.
Entretanto, nem sempre estamos preparados financeiramente para superar
esses obstáculos. Logo, fazer uma poupança para cobrir eventualidades é um
importante cuidado para você não cair no endividamento. Outra forma de
tratar as despesas emergenciais é por meio da prevenção, fazendo um seguro.
Separação de bens, mas não dos gastos (divórcio) – Muitos casais, ao
terminarem o relacionamento, separam-se e dividem os bens que possuíam.
Alguns gastos que eram únicos ao casal, como contas de água, luz,

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condomínio etc., agora têm de ser pagos de forma individual. Ou seja,
enquanto antes existia uma conta de condomínio, agora existem duas. Por
outro lado, a receita também mudou. Agora cada um tem a sua renda.
Eventualmente pode haver, inclusive, o pagamento de pensão alimentícia.
Obviamente, ambos têm de se ajustar a essa nova realidade financeira para
evitar o endividamento.

Pouco conhecimento financeiro – O fato de as pessoas desconhecerem


produtos financeiros é também determinante para que fiquem endividadas.
Não conhecer o impacto que o pagamento de juros pode causar no orçamento
pessoal e familiar e a não leitura dos contratos firmados são situações que
contribuem efetivamente para o processo de endividamento.

Consequências do endividamento excessivo

Como consequências financeiras do


endividamento excessivo, podemos
citar: perda de patrimônio,
comprometimento da renda com
pagamento de juros e multas
punitivas, redução do consumo futuro
etc.
Eventualmente, se a dívida virar
inadimplência, o indivíduo pode
passar a ter o seu nome inscrito em um
ou mais cadastros de restrição ao crédito, como Serasa ou Serviço Central de
Proteção ao Crédito (SCPC).
No caso de quem emitiu cheques sem a suficiente provisão de fundos, o nome
vai para o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF). Tomar os
cuidados para não cair no endividamento pode evitar esses dissabores

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financeiros e morais. Porém, se o super endividamento já é uma realidade, a
opção é buscar alternativas para sair dele.

Como sair das dívidas

Se já estivermos em uma situação de super endividamento, existem meios de


se livrar dessa situação? A boa notícia é que sim.
No entanto, isso exigirá de você algumas atitudes, que podem parecer um
pouco desagradáveis de se fazer, mas que têm o potencial de devolver a
tranquilidade financeira e psicológica perdida devido às preocupações com o
excesso de compromissos financeiros.

Vejamos os passos para sair de uma situação de super endividamento.

Tomar consciência da situação


Ter a consciência de que se encontra em uma condição de endividamento
excessivo e de que é preciso resolver essa situação é um passo fundamental
para a saída do endividamento. Nesse momento, não nos conformamos com a
situação incômoda das dívidas e sentimos a clara necessidade de buscar uma
saída.

Mapear as dívidas
Após tomar consciência do endividamento e de ter a certeza de que quer sair
dessa situação, é importante conhecer o real tamanho do problema. E
conhecer as dívidas é exatamente mapear detalhadamente as informações
importantes: os valores das dívidas, os prazos para pagamento, as taxas de
juros que está pagando etc. De posse de todas as informações, torna-se mais
fácil a busca de alternativas para a saída do endividamento.

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Compartilhar as dificuldades com pessoas que á passaram por situações
semelhantes
Compartilhar as dificuldades com pessoas que já tenham passado por
situações semelhantes ou que detenham conhecimentos que possam ajudar
nessa tarefa é um passo importante para a saída do endividamento.
Não fazer novas dívidas
Outro ponto fundamental para garantir a saída de tão incômoda situação é
não fazer novas dívidas. Esse é o momento de reorganização da vida
financeira e fazer dívidas nessa hora é realimentar um ciclo negativo,
dificultando a saída do endividamento. Não fazer novas dívidas é, então, uma
prioridade, um desafio a ser vencido por quem se encontra endividado e
realmente quer sair do endividamento.

Renegociar as dívidas

Negociar condições mais vantajosas para o pagamento das dívidas é outro


aspecto fundamental para a saída do endividamento. Essa é a hora de
procurar trocar dívidas que pagam juros elevados por dívidas com juros
menores. Negociar os prazos também pode ajudar na reorganização
financeira do endividado.

Reduzir gastos

Outra ação imprescindível para a saída do endividamento é o corte de gastos.

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Sobre o assunto, vale a pena refletir sobre os três tipos de gastos.
Supérfluo
1) Necessários: são os gastos considerados imprescindíveis. Estão ligados
às necessidades.
Exemplos: alimentação, moradia e vestuário.

2) Supérfluos: são os gastos que geram bem-estar e estão ligados mais aos
desejos que às necessidades.
Exemplos: restaurantes, TV a cabo e roupas de marca.

3) Desperdícios: são os gastos que não geram bem-estar nem estão ligados
às necessidades ou aos desejos.
Exemplos: multas, pagar por algo e não usar, esquecer luz acesa ou a torneira
aberta.

Uma vez definidas, com clareza, as despesas que se encaixam em cada uma
dessas áreas, chega o momento de decidir o que fazer.

Gerar renda extra

Muitas vezes nosso orçamento já está no limite suportável e, ainda assim,


encontra-se deficitário.
Adicionalmente à minimização dos nossos gastos, podemos avaliar uma
alternativa de ampliar a nossa renda. Procure identificar áreas e serviços em

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que tenha habilidades, para gerar renda extra e complementar o seu
orçamento. Além disso, muitas outras opções podem proporcionar uma boa
renda extra: colocar em prática dons artísticos ou dons culinários, fazer horas
extras etc. Tudo isso pode ser uma boa alternativa para a saída do
endividamento e, quem sabe, até se tornar uma nova opção de vida.

CHEQUE ESPECIAL

De acordo com o banco central do Brasil, o cheque especial é uma operação de


crédito, a exemplo do empréstimo, mas que é pré-aprovada e vinculada a uma
conta de depósitos à vista. Tem o objetivo de cobrir movimentações financeiras
quando não há mais saldo disponível na conta.

O banco disponibiliza ao cliente um limite de crédito rotativo que, embora


apareça no extrato da conta, não é um recurso do cliente. Quando utilizado
esse valor, o banco pode cobrar juros sobre o valor usado, ou seja, sobre o saldo
devedor.

Desde 06/01/2020 o Banco Central do Brasil fixou a cobrança máxima de 8%


de juros ao mês pela utilização do cheque especial pelo cliente.

A decisão de ter ou não ter o cheque especial disponível em conta cabe ao


cliente, o banco não pode obriga-lo a ter caso este não queira. O mesmo
acontece quanto ao valor disponível, o cliente pode usar o valor todo ou parte

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dele não havendo valor mínimo para uso. Cabe ao cliente ter a ciência e fazer
as contas se esta é a melhor opção naquele momento, pois 8% ao mês durante
um período de 1 ano soma-se mais de 90% anual.

CARTÃO DE CREDITO

O cartão de crédito é emitido por instituição financeira e por instituição de


pagamento e exerce dupla função: instrumento de pagamento e instrumento
de crédito pós-pago. Confira algumas dicas do Banco Central sobre o assunto
e lembre-se: use o cartão de crédito sempre de forma consciente!

Os serviços de pagamento vinculados a cartões de crédito, inclusive as tarifas,


são regulamentados e fiscalizados pelo Banco Central. O contrato com o

cliente é obrigatório e deve conter as regras e os procedimentos de uso.

Tipos de cartão de crédito - Básico e Diferenciado


O cartão de crédito básico é aquele utilizado apenas para pagamentos de bens
e serviços em estabelecimentos credenciados.

Já o diferenciado, além de permitir o pagamento de bens e serviços, oferece


benefícios adicionais, como programas de milhagem, seguro de viagem,

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desconto na compra de bens e serviços e atendimento personalizado no
exterior, entre outros.

As instituições não são obrigadas a oferecer cartão de crédito


As instituições financeiras não são obrigadas a conceder um cartão de crédito
a quem o solicitar. Cada uma pode estabelecer critérios próprios em
decorrência de sua política de crédito.

Extrato e fatura mensal


As instituições emissoras de cartão de crédito são obrigadas a fornecer extrato
ou fatura mensal a seus clientes, onde devem constar, no mínimo, informações
sobre:

1. Limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de operação


de crédito passível de contratação;
2. Gastos realizados com o cartão (discriminados por evento) e gastos
parcelados;
3. Identificação das operações de crédito contratadas e respectivos
valores;
4. Valores relativos aos encargos cobrados, informados separadamente de
acordo com os tipos de operações realizadas por meio do cartão;
5. Valor dos encargos a ser cobrado no mês seguinte caso o cliente opte
pelo pagamento mínimo da fatura (percentual deve ser acordo entre
este e a instituição financeira);
6. Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das operações de
crédito passíveis de contratação;
7. Taxas dos encargos de atraso no pagamento ou na liquidação de
obrigações.

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Opções de pagamento da fatura
Parcelamento da fatura – crédito rotativo

O total de parcelas pode já estar definido em contrato ou ser discutido caso a


caso. No parcelamento há cobrança de encargos financeiros, juros e IOF no
valor da fatura seguinte.

Pagamento do valor integral até o dia do vencimento

Neste caso não há cobrança de encargos financeiros, como os juros e o Imposto


sobre Operações Financeiras (IOF), imposto cobrado pelo governo em todas as
operações de crédito.

Pagamento mínimo da fatura

Não existe mais o pagamento mínimo obrigatório de 15% do valor da fatura,


mas, cada instituição financeira poder estabelecer com os clientes percentual
de pagamento mínimo mensal, em função do risco da operação, do perfil do
cliente ou do tipo de produto.

Pagamento parcial da fatura (mínimo ou outro valor distinto do total)

Quando não ocorre o pagamento integral da fatura, há três opções:

A. Cliente opta pelo parcelamento da fatura, situação em que contratará


uma operação de crédito.
B. Cliente paga apenas o mínimo e não parcela o restante: situação em
que adere ao crédito rotativo, que sujeita o titular do cartão ao
pagamento dos juros e dos encargos financeiros previstos em contrato,
sendo vedada a cobrança de juros adicionais punitivos (comissão de
permanência).
C. Pagamento de valor inferior ao mínimo, sem parcelamento: cliente fica
inadimplente, podendo ser aplicados os procedimentos previstos no

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contrato para situações de inadimplemento: juros do crédito rotativo
(por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não
liquidado); multa de 2% sobre o principal; e juros de mora de 1% ao
mês.

Fique atento

O eventual parcelamento automático do


saldo do crédito rotativo depende do
interesse tanto da instituição financeira
quanto do cliente. Caso a instituição
tenha interesse em oferecer
o parcelamento do saldo devedor da
fatura,
as condições oferecidas ao cliente devem ser mais vantajosas do que aquelas
do crédito rotativo, inclusive no que diz respeito à cobrança de encargos
financeiros.

Além disso, o não pagamento do rotativo ou do parcelamento também enseja


situação de inadimplência.

Período limite
O prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de 30 dias, até o vencimento
da fatura subsequente (Resolução 4.549).

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Como fica a situação de compras feitas no mês seguinte
Os valores relativos às novas compras de cada período poderão ser financiados
por meio de novo crédito rotativo até o vencimento da fatura subsequente, em
novo período de 30 dias, ou por meio de parcelamento da fatura.

Toda instituição emissora de cartão de crédito é obrigada a ofertar cartão de


crédito básico. O valor da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o
valor da anuidade do cartão diferenciado.

Tarifas
Confira as tarifas que podem ser cobradas dos detentores de cartão de crédito:

• anuidade
• emissão de segunda via do cartão
• uso do cartão para saque em espécie
• uso do cartão para pagamento de contas (como faturas e boletos de
cobranças de produtos e serviços)
• pedido de avaliação emergencial do limite de crédito
• envio de mensagem automática relativa à movimentação ou
lançamento na conta de pagamento vinculada ao cartão de crédito
• fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato personalizado
• fornecimento emergencial de 2ª via de cartão de crédito.

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