RESUMO P1 PSIQUIATRIA

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PSICOPATOLOGIA

HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA: AULA 01


Evolução histórica das doenças mentais
Antiguidade
● Inicialmente, na mesopotâmia, os médicos eram curandeiros, e o tratamento
comumente vinha da magia e de diferentes rituais. Mais tarde, com Hipócrates, o pai
da medicina, houve um avanço importante na área médica, sobretudo, na
psiquiatria, sendo descrito a melancolia, a psicose puerperal, o delirium tóxico e a
demência a partir de um desequilíbrio dos humores corporais.
Idade Média
● com a ascensão da igreja como órgão máximo da sociedade medieval, houve uma
perseguição de doentes mentais que passaram a ser acusados de bruxaria. O
tratamento, sem restrições, era punitivo.
Renascimento, Idade Moderna e Idade Contemporânea
● com o renascimento cultural do século XVI, as doenças psiquiátricas passaram
novamente a ser desmistificadas
● Paracelso, Agrippa e Weyer foram os precursores dessa desmistificação, afirmando
que doenças psiquiátricas não eram causadas por demônios como se acreditava até
então.
● Em 1409, surge, então, o primeiro hospital psiquiátrico, localizado na Espanha.
● Já no século XVIII, começam a surgir tentativas de se tratar doenças psíquicas com
métodos humanizados, sem crueldade. Mais tarde, no século XIX, os estudos
voltados a psiquiatria ampliam-se mais ainda, de modo que uma série de condições
psíquicas passam a ser descritas e estudadas, como sintomas neuróticos,
alucinações, entre outras.
● No século XX, surge um dos nomes mais importantes da psiquiatria até hoje: Freud.
Freud, médico neurologista da época, criou a psicanálise, descobrindo e
descrevendo as manifestações inconscientes da sexualidade infantil e o
determinismo psíquico. Nesse mesmo século, surgem avanços também nas
medicações, nascendo os Barbitúricos, fármacos depressores do SNC. No entanto,
ao mesmo passo que a medicina avançava biomedicamente, as formas de
tratamento, gradativamente, perdiam seu teor humanitário e retrocediam
medievalmente. Nessa perspectiva surgiu a lobotomia, os tratamentos de choque, o
uso abusivo de lítio, o choque insulínico e os manicômios.
● No século XXI, em vista de retrocessos mascarados de avanços, surge uma luta
pela reformulação da psiquiatria, com vistas ao fim dos manicômios e a ascensão da
neurociência embasando novamente a medicina psiquiátrica.

O EXAME PSIQUIÁTRICO: AULA 02


CARACTERÍSTICAS GERAIS
● o diagnóstico do paciente psiquiátrico difere do de pacientes com doenças físicas,
dependendo da habilidade e do conhecimento do clínico.
● utiliza-se o método fenomenológico descritivo, tendo o DSM e o CID 10 como
critérios diagnósticos.
OBJETIVOS
● coletar a história do paciente
● entender o funcionamento atual (ver como o paciente está funcionando)
● entender a personalidade do paciente
● realizar o exame do estado mental
● chegar a um diagnóstico com base em CID 10/DSM V

FATORES IMPORTANTES
● segurança e confiança mútuas para o desenvolvimento de uma aliança terapêutica

CONDIÇÕES
● é importante um local adequado, com privacidade e segurança
● apresentação médica e ambiental adequada
● é preciso demonstração de empatia e interesse, sempre evitando julgamentos
● procurar fazer perguntas abertas e esclarecer e confrontar quando ficar em dúvida

ANAMNESE PROPRIAMENTE DITA


● a identificação e a queixa principal seguem o mesmo padrão de uma anamnese
normal
● a HDA também segue o mesmo princípio, analisando-se a cronologia, o modo de
início, evolução, fatores precipitantes, tipos de ajuda ou tratamentos já realizados,
resultados, uso de álcool, drogas, expectativas do paciente e, sobretudo, o por que o
paciente procurou o médico apenas nesse momento. É importante, ainda, durante a
anamnese, questionar o fator gatilho da crise/sintoma/sinal.
● na HMP, deve-se questionar episódios de doenças psiquiátricas e médicas,
incluindo traumatismos, uso de drogas lícitas ou ilícitas, tratamentos realizados e
resultados ou complicações obtidos.
● na HMF, deve-se questionar acerca da presença de doenças psiquiátricas na família
ou não, consanguinidade, alcoolismo, uso de drogas, suicídio, síndromes e
tratamentos realizados.
● na HPS, no que tange à história pessoal, idealmente, deve-se questionar:
○ Pré-natal e perinatal: gravidez, parto, amamentação, doenças da mãe, uso
de álcool/drogas;
○ Infância: alimentação, DNPM, controle esfincteriano, comportamento,
transtornos do sono, socialização (ansiedade de separação, amizades,
escola), identificação de gênero, fobias, punições.
○ Adolescência: grupos sociais, ídolos, histórico escolar, interesses, uso de
drogas, namoro, atividade sexual, conduta, amizades.
○ Vida adulta: trabalho, histórico militar, socialização, casamentos, filhos, lazer,
religião, tabagismo, alcoolismo, drogas, histórico legal.
○ Sexualidade: desenvolvimento sexual (mudanças), menarca, sexarca,
masturbação, TPM, gestações, abortos, puerpério, menopausa, impotência,
ejaculação precoce, anorgasmia, DSTs, histórico de abuso, fantasias,
preferências, contracepção, promiscuidade.
● na HPS, no que tange à história familiar, deve-se questionar o ambiente familiar
(idade, ocupação, relações entre si, condição econômica, social e cultural,
costumes, cotidiano, problemas legais, habitação e condições sanitárias, valores
morais).
● No que tange aos aspectos e a impressão inicial, deve-se incluir a aparência do
paciente, impressão física geral, postura, roupas, maneira de se arrumar, gestos,
● comportamento, higiene, maneira de falar e impressões despertadas no
entrevistador.

PSICOPATOLOGIA: EXAME DO ESTADO MENTAL I: AULA 03


Professor Marcos Antônio Lopes
● a observação do paciente, em busca de traços que sugerem alguma psicopatologia
de base ou algum estado psicótico, deve começar ainda na sala de espera,
observando a apresentação geral do paciente, como vestimenta, ações,
verbalizações, entre outros.
● é válido lembrar que em psicopatologia e psiquiatria, trabalha-se muito mais com
síndromes (conjunto de sinais e sintomas sem necessariamente uma causa
conhecida) do que com doenças ou transtornos específicos, os quais são
fenômenos mórbidos nos quais pode se identificar certos fatores causais.
● o psicopatólogo jamais deve julgar moralmente seu objeto e sim observar, identificar
e compreender os diversos elementos da doença mental.
● a doença mental reflete vivências, estados mentais e padrões comportamentais que
apresentam uma especificidade psicológica própria do paciente e conexões
complexas com a psicologia normal.
Forma e Conteúdo dos Sintomas
● em geral, os sintomas psicopatológicos apresentam dois aspectos básicos: forma e
conteúdo.
● a forma dos sintomas é a sua estrutura básica, relativamente semelhante nos
diversos pacientes, como alucinação, delírio, ideia obsessiva, labilidade afetiva,
entre outros.
● o conteúdo dos sintomas, por sua vez, diz respeito ao que preenche a alteração
estrutural, como conteúdo de culpa, religioso, de perseguição, entre outros. O
conteúdo geralmente é mais pessoal, dependendo da história do paciente, do seu
universo cultural e da personalidade prévia ao adoecimento.
● de um modo geral, os conteúdos dos sintomas estão relacionados aos temas
centrais da existência humana, como sobrevivência e segurança, sexualidade,
morte, doença, miséria, religiosidade, entre outros.
Fenômenos Humanos para Psicopatologia
● Fenômenos semelhantes: é o que todo ser humano, de um modo geral, sente, como
fome, sede, sono, medo de algum animal perigoso, ansiedade perante uma prova
difícil, entre outros.
● Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes: são fenômenos que um
indivíduo comum experimenta, mas apenas em parte são semelhantes aos que o
doente mental experimenta, como é o caso da tristeza em um indivíduo sem
depressão e em um indivíduo com depressão.
● Fenômenos qualitativamente novos, diferentes: são praticamente próprios apenas a
certas doenças e estados mentais, como alucinações, delírios,turvação da
consciência, entre outros.
Diagóstico em psiquiatria
● discute-se muito em relação ao diagnóstico em psiquiatria, sobre a necessidade ou
não de se taxar uma pessoa com um diagnóstico
● o diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado
preponderantemente nos dados clínicos. Esse diagnóstico, ainda, é baseado no
perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no
momento da entrevista.
● de um modo geral não existem sinais e sintomas específicos de determinado
transtorno mental, de modo que é preciso duas linhas paralelas de raciocínio clínico:
uma linha diagnóstica, baseada na descrição evolutiva e atual dos sintomas, e uma
linha etiológica, que busca uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis
fatores etiológicos envolvidos no caso.
● em psiquiatria, ainda, existem diferentes abordagens, as quais, em geral, são
complementares. A abordagem descritivo/fenomenológica busca descrever os
sintomas, enquanto a abordagem psicodinâmica busca compreender a origem
deste, levando em conta conceitos psicanalíticos de funcionamento da mente.

EXAME DO ESTADO MENTAL I (ASMOCPLIAC)


● Atenção
● Sensopercepção
● Memória
● Orientação
● Consciência
● Pensamento
● Linguagem
● Inteligência
● Afeto/humor
● Conduta

ATENÇÃO
● é um aspecto da consciência empregado para focar partes de uma experiência a fim
de que elas se tornem mais nítidas. É o direcionamento da consciência.
● é um conjunto de processos que torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e
organizar as informações em unidades controláveis e significativas.
● propriedades da atenção:
○ tenacidade:consiste na capacidade de um indivíduo de fixar a sua atenção
sobre determinada área ou objeto.
○ vigilância: é definida como a qualidade da atenção que permite ao indivíduo
mudar o foco da atenção de um objeto para outro.
● tipos de atenção de acordo com a solicitação da experiência ou natureza:
○ primário ou passiva: presta a atenção em algo por conta/vontade própria.
○ secundária ou ativa: a atenção é solicitada por um terceiro objeto. Essa
atenção está aumentada em estados mentais em que o indivíduo tem pouco
controle voluntário sobre a sua atividade mental.
● tipos de acordo com o foco da experiência:
○ seletiva ou focal: foco em apenas um objeto
○ difusa: foco em multitarefas. Mulheres apresentam um pouco mais de
atenção difusa. Ocorre declínio dessa atenção com o decorrer do
envelhecimento.

● oscilações da atenção numa doença cerebral:


○ aprosexia: total abolição da capacidade de prestar a atenção, por mais fortes
e variados que sejam os estímulos.
○ depressão da atenção ou hipoprosexia: diminuição global da atenção. Ocorre
perda da capacidade de concentração, com fatigabilidade aumentada, o que
dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão. Há
dificuldade crescente em todas as atividades psíquicas complexas, como
pensamento, raciocínio, integração de informações, entre outras. É comum
em quadros depressivos.
○ hiperprosexia: consiste em um estado de atenção exacerbada, no qual há
uma tendência incoercível a deter-se indefinidamente sobre certos objetos
com surpreendente infatigabilidade. É comum nos quadros de TOC.
○ distração: é um sinal de superconcentração ativa da atenção sobre
determinados conteúdos ou objetos, com inibição de todo o resto. Há, nesse
caso, uma hipertenacidade e uma hipovigilância. Pacientes com ansiedade,
apresentam formas moderada de distração.
○ distrabilidade: diferente da distração, é um estado patológico, em que o
indivíduo apresenta uma dificuldade de deter-se em qualquer coisa que
implique esforço produtivo. Ou seja, a atenção do indivíduo é facilmente
desviada de um objeto para outro. É comum em pacientes com mania, os
quais, frequentemente, são pacientes hiperativos, com superanimação e
hipereuforia, e em pacientes com TDAH e esquizofrenia.
● semiotécnica: pode-se pedir para o paciente olhar rapidamente para os objetos que
estão na sala e em seguida lhe dizer o que viu. Pode-se solicitar ao paciente
também que faça 5 subtrações de 7 a partir de 100.

CONSCIÊNCIA
● consciência é a capacidade para captar informações do meio, através dos órgãos
sensoriais, variando da vigilância máxima ao coma.
● é o estado vigil, de vigilância, de estar desperto, acordado, lúcido
● pode-se utilizar a escala de Glasgow em alguns casos para melhor caracterização
da queda no nível de consciência.
● níveis:
○ varia da vigilância máxima ao coma
○ estupor: reatividade bastante diminuída
○ estreitamento: pensamento pouco claro
○ euforia/paranóia/depressão
Alterações Patológicas Quantitativas do Nível de Consciência
● rebaixamento do nível de consciência: em quadros neurológicos e psicopatológicos,
o nível de consciência decai progressivamente, desde o estado normal, vigil, até o
estado de coma profundo. Esse rebaixamento apresenta diferentes graus:
○ Turvação da Consciência: rebaixamento em grau leve a moderado.
Normalmente, o paciente apresenta-se sonolento e com dificuldade para
integrar as informações sensoriais advindas do meio. O pensamento pode
estar ligeiramente confuso.
○ Sopor: é o estado de rebaixamento do nível da consciência em que o
paciente pode ser despertado apenas por estímulo energético, sobretudo de
natureza dolorosa.
○ Coma: é o grau mais profundo de rebaixamento do nível de consciência, não
sendo possível, por parte do paciente, qualquer atividade voluntária
consciente.
Síndromes psicopatológicas associadas ao rebaixamento do nível de Consciência
● Delirium: é o termo atual mais adequado para designar a maior parte das síndromes
confusionais agudas. É extremamente comum em pacientes com doenças
somáticas e em idosos. O Delirium diz respeito aos vários quadros com
rebaixamento leve a moderado do nível de consciência, acompanhados de
desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade,
ansiedade em graus variáveis, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico
e confuso e ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. Nesse caso,
preserva-se a memória recente.
● Estado Onírico: reflete uma alteração da consciência na qual, paralelamente ao
rebaixamento do nível da consciência, o indivíduo entra em estado semelhante a um
sonho muito vívido. Há predomínio da atividade alucinatória visual, com caráter
cênico e fantástico. Tal estado ocorre devido a psicoses tóxicas, síndromes de
abstinência a outras substâncias e quadros febris tóxicos infecciosos.
● Amência: designa quadros mais ou menos intensos de confusão mental por
rebaixamento do nível de consciência, com excitação psicomotora, marcada pela
incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas alucinatórios com aspecto de
sonho.
● Catatonia:
○ aparente estupor (é a perda de toda a atividade espontânea, que atinge o
indivíduo globalmente)
○ ecolalia (repetição mecânica de palavras ou frases), ecopraxia (repetição
mecânica de movimentos), flexibilidade cérea (corpo do paciente permanece
na posição em que é; por exemplo ergue-se um braço do paciente e ele
permanece elevado).
○ basicamente, o paciente está aparentemente acordado, com os olhos
abertos, porém irresponsivo, com abaixamento importante do nível de
consciência e alheio ao que está ocorrendo em seu entorno.
○ ocorre comumente em quadros de depressão grave e esquizofrenia, porém
pode manifestar-se sem causas subjacentes.

ORIENTAÇÃO
● orientação é o reconhecimento do espaço, relação de tempo e pessoas.
● a capacidade de orientar-se requer, de forma consistente, a integração das
capacidades de atenção, percepção e memória.
● além disso, a orientação é extremamente vulnerável aos efeitos da disfunção ou do
dano cerebral.
● classificação da orientação:
○ orientação autopsíquica: é a orientação do indivíduo em relação a si mesmo.
Revela se o sujeito sabe quem é: nome, idade, data de nascimento,
profissão, estado civil, entre outros.
○ orientação alopsíquica: diz respeito à capacidade de orientar-se em relação
ao mundo, isto é, quanto ao espaço e quanto ao tempo.
● elementos que influenciam:
○ demandas da realidade
○ disponibilidade para perceber o meio (consciência, atenção, percepção)
● alterações normais:
○ breve confusão após sono profundo
○ breve confusão após sonho vívido
○ pequena desorientação no tempo em pacientes hospitalizados
● alterações e transtornos: normalmente a primeira desorientação ocorre quanto ao
tempo, seguida, após agravamento do quadro, por desorientação quanto ao espaço
e, por último, quanto a si mesma.
○ desorientação por redução do nível de consciência: também conhecida como
desorientação torporosa ou confusa, é aquela na qual o indivíduo está
desorientado por turvação da consciência. É a forma mais comum de
desorientação.
○ desorientação por déficit de memória imediata e recente: também
denominada de desorientação amnésica, em que o indivíduo não consegue
reter as informações ambientais básicas em sua memória, perdendo a noção
do fluir do tempo e do deslocamento espacial.
○ desorientação apática ou abúlica: ocorre por apatia ou desinteresse
profundo, em que o indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante
alteração do humor, sendo comum em quadros depressivos.
○ desorientação delirante: ocorre em indivíduos em encontram-se imersos em
profundo estado de delírio.
○ desorientação por déficit intelectual: ocorre em indivíduos com deficiência ou
retardamento mental grave ou moderado.
○ desorientação por dissociação: ocorre em quadros de dissociação.
○ desorientação por desagregação: ocorre em pacientes psicóticos, geralmente
esquizofrênicos em estado crônico ou avançado da doença.
○ desorientação quanto a própria idade: é definida como uma discrepância de
cinco anos ou mais entre a idade real e aquela que o paciente diz ter.
○ doença de Alzheimer: é um transtorno orgânico, em que há desorientação
quanto ao tempo, seguido de lugar e, por último de pessoas.
● desorientação no tempo:
○ troca a cronologia dos fatos
○ no hospital: erro que transponha a hora da refeição
● desorientação no espaço:
○ não sabe que está no hospital
○ sabe o nome do hospital, mas não o identifica como tal
○ sabe que está no hospital, mas o localiza mal
● desorientação com pessoas:
○ médico é identificado como outra pessoa

MEMÓRIA
● é a capacidade de registrar, reter e evocar dados
● a capacidade de memorizar relaciona-se intimamente com o nível de consciência,
com a atenção e com o interesse afetivo.
● memória sensorial: órgãos dos sentidos
○ memória primária (imediata): o processamento ocorre logo após a
apresentação dos dados. É a capacidade de reter palavras, números,
imagens imediatamente após ser percebido (retenção de poucos segundos
até 1 a 3 minutos).
○ memória secundária (recente): o processamento ocorre algum tempo após a
apresentação dos dados. Refere-se a capacidade de reter a informação por
curto período (poucos minutos até 3 a 6 horas). Ocorre um declínio normal
dessa memória com o envelhecimento.
○ memória remota: são as lembranças antigas. É a capacidade de evocação
de informações e acontecimentos ocorridos no passado, geralmente após
muito tempo do evento, podendo durar uma vida toda. É um tipo de memória
de capacidade bem mais ampla que a imediata e a recente.
○ em quadros de demência e perda de memória, segundo a lei de Ribot,
primeiro perde-se a memória secundária ou recente e apenas em estágios
mais avançados há perda da memória remota.
● processos:
○ fixação
○ retenção
○ evocação
● fixação:
○ influenciado pelo grau de consciência e atenção
○ TCE: amnésia anterógrada (paciente não consegue mais fixar memórias
depois do fato ou acidente importante).
○ álcool: blackout
○ catatonia: falta de reatividade
● retenção:
○ alteração: encefalopatia de Wernicke-Korsakoff
● evocação:
○ declínio: ocorre em quadros de demência, como no Alzheimer
○ confabulação: preenchimento de lacunas de memória com fatos imaginários
○ amnésia dissociativa: ocorre em fatos traumáticos

INTELIGÊNCIA
● consiste na capacidade de assimilar conhecimentos factuais, compreender as
relações entre eles e integrá-los aos conhecimentos já adquiridos anteriormente
● é a capacidade de enfrentar uma situação nova pela improvisação de uma nova
resposta adaptativa
● está relacionada ao QI
Tipos de Inteligência:
● Inteligência abstrata: entender e lidar com ideias e símbolos abstratos.
● Inteligência mecânica: entender e lidar com mecanismos.
● Inteligência social: agir moderada e prudentemente nas relações humanas;
● a inteligência, ainda, pode ser subdividida em fluida e cristalizada. A inteligência
fluida consiste na capacidade de pensar e raciocinar de forma abstrata e resolver
problemas, enquanto a inteligência cristalizada envolve o conhecimento que vem de
aprendizagem anterior e experiências passadas. Com o envelhecimento, há uma
diminuição da inteligência fluida e um aumento da inteligência cristalizada.
● Wechsler Adult Inteligence Scale (WAIS): para avaliação do nível de inteligência
○ informação
○ compreensão
○ aritmética
○ semelhança
○ memória para os dígitos
○ vocabulário

SENSOPERCEPÇÃO
● reúne o conjunto de atributos psíquicos que nos permite receber, assimilar, integrar e
processar informações da realidade.
● é a capacidade de perceber e integrar estímulos que se apresentam aos órgãos dos
sentidos.
● para isso, é necessário integridade dos receptores sensoriais e a capacidade do
organismo de elaborar a síntese perceptiva, imagens sensoriais ou sensações
(visuais, auditivas, gustativas, táteis, térmicas, dolorosas, cinestésicas,
cenestésicas).
Patologia da sensopercepção:
● pode resultar de lesão/disfunção do receptor, da via de condução, do centro cortical
ou decorrer de alteração psíquica
Alterações quantitativas:
● Hipoestesia: diminuição da integridade das sensações, por exemplo, conversão,
depressão, ansiedade, epilepsia e outros quadros neurológicos. O paciente em
estado depressivo percebe que o mundo ao seu redor é mais escuro, os alimentos
não têm mais sabor, os odores quase não são mais percebidos.
● Anestesia: abolição da sensibilidade, como por exemplo, conversão, depressão,
catatonia, processos demenciais avançados e coma.
● Hiperestesia: exagero patológico da sensibilidade ou intensidade de qualquer
qualidade, como por exemplo, depressão, epilepsia, enxaqueca, intoxicações
agudas, manifestações histriônicas e estados maníacos.
Alterações qualitativas:
● Alucinose: a imagem que o paciente vê possui todas as características da imagem
alucinatória, menos a convicção da realidade. Ou seja, o paciente reconhece a
experiência perceptiva como algo estranho a si e entende que isso não é normal e
que pode ser um sintoma grave o suficiente para buscar ajuda. O paciente entende
que é patológico. É comum no uso de substâncias psicoativas, álcool, patologias
orgânicas, esquizofrenia crônica. É válido lembrar que o paciente sabe que a
imagem que vê não é real.
● Pseudo-alucinações: imagens dotadas de certa vivacidade projetadas para o espaço
interno que se assemelham às imagens percebidas na consciência. Na maioria das
vezes, o indivíduo tem noção da inadequação, porém não reconhece essa
inadequação como um quadro patológico e passível de buscar ajuda. Falta a
convicção de realidade, como em vozes dentro da cabeça e em quadros de TOC.
Essas imagens são reconhecidas, percebidas como irreais e existe a consciência de
sua formação intra-psíquica, porém não são identificadas pelo paciente como
patológicas.
Fenômenos hipnagógicos/hipnopônpicos (transição entre sono e vigília)
● Ilusão: imagem perceptiva deformada de um objeto real e presente no campo
sensoperceptivo. A imagem ilusória é uma deformação da imagem perceptiva. Como
uma sombra de um móvel sendo confundida com uma pessoa ou um monstro, por
exemplo. Podem ocorrer por alteração da consciência/vigília, desatenção, erro de
julgamento, depressão, mania, transtornos delirantes e ansiedade.
● Alucinação: aparecimento na consciência de uma sensação perceptiva, sem que lhe
corresponda a qualquer objeto e com convicção de que é real para o sujeito. Tipos
mais comuns: auditiva (esquizofrenias), visuais (orgânica, intoxicações agudas),
olfativas e gustativas (estados tóxicos, epilepsia, esquizofrenia, quadros orgânicos),
táteis (quadros orgânicos, conversivos, esquizofrenia), cenestésicas (depressão
grave, quadros cerebrais, orgânicos, esquizofrenia), liliputiana (micropsia).

PENSAMENTO
● é o recurso psíquico pelo qual a pessoa processa as ideias.
● o pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais que podem fornecer
substrato para o processo de pensar.
● elementos propriamente intelectivos: conceito, juízos e raciocínio
● elementos do processo de pensar: curso, forma e conteúdo do pensamento.
● o conceito consiste num elemento puramente cognitivo, formado nas
representações, sem necessidade de elementos sensoriais.
● o juízo, por sua vez, diz respeito ao processo que conduz ao estabelecimento de
relações significativas entres os conceitos.
● o raciocínio, por fim, é a função que relaciona os juízos.
● ou seja, os conceitos são palavras, os juízos são frases e o raciocínio é interrelação
dessas frases, os textos.
● o pensamento pode ser avaliado quanto à:
○ Produção:
■ Lógico: diz respeito ao pensamento normal, com sentido
■ Mágico: ocorre quando os princípios da lógica são prejudicados ou
transformados, como por exemplo em crianças, TOC, esquizofrenia.
○ Curso ou fluxo:
■ Aceleração, taquipsiquismo: estados maníacos, ansiosos, tóxicos ou
em agitações de esquizofrenia.
■ Lentificação, bradipsiquismo: depressões, quadros orgânicos,
sedação.
■ Bloqueio de pensamento: verifica-se um bloqueio do pensamento
quando o paciente, ao relatar algo, no meio de uma conversa,
interrompe seu pensamento bruscamente sem qualquer motivo
aparente. É comum em quadros de esquizofrenia.
■ Roubo de pensamento: é uma vivência frequentemente associada ao
bloqueio do pensamento, na qual o indivíduo tem a nítida sensação
de que seu pensamento foi roubado de sua memória, por uma força
ou um ente estranho, uma máquina, uma antena, entre outros
objetos. Essa é uma alteração típica de quadros de esquizofrenia.
○ Forma e estrutura:
■ Fuga de ideias: é uma alteração na qual uma ideia se segue a outra
de forma extremamente rápida, perturbando as associações. É uma
alteração secundária ao taquipsiquismo. É comum em quadros
maníacos. Por exemplo: “ a água do mar é gelada...gosto de
gelo...gelo é bom em refrigerante...refrigerante engorda...não quero
ficar gordo”.
■ Desagregação: pensamento desorganizado, incoerente e anárquico.
O paciente produz um pensamento que se manifesta como uma
mistura aleatória de palavras, que nada comunica ao interlocutor.
■ Pensamento prolixo: incapacidade de concluir o raciocínio por não
conseguir distinguir o que é essencial. O paciente dá longas voltas ao
redor do tema, mescla de forma imprecisa o essencial com o
supérfluo. Há dificuldade em obter construção direta, clara e acabada.
■ Pensamento obsessivo: nesse caso, predominam ideias ou
representações que, apesar de terem conteúdo absurdo ou repulsivo
para o indivíduo, se impõem à consciência de modo persistente e
incontrolável. É comum em quadros de TOC.
■ Pensamento deteriorado: empobrecimento racional que acomete uma
pessoa, depois do seu desenvolvimento mental ter atingido a
plenitude, como ocorre em quadros de demências e esquizofrenias
crônicas.
■ Divulgação do pensamento (Irradiação do pensamento): o
pensamento está sendo veiculado em meios de comunicação ou em
público. Associado a roubo de pensamento. Ocorre, por exemplo,
quando o paciente relata que houve personagens da TV falarem seus
pensamentos.
■ Inserção do pensamento: ideia de que o pensamento de outro está
sendo introduzido na mente do paciente.
■ Neologismos: invenção de novas palavras ou expressões que
passam a ser utilizadas pelo paciente como se fossem usuais.
■ Tangencialidade: ocorre quando o paciente responde as perguntas de
forma oblíqua e irrelevante, não sabendo discriminar o supérfluo do
essencial. As respostas nunca chegam ao objetivo central. É um
componente do pensamento prolixo.
■ Circunstancialidade: discurso indireto que demora a chegar à
questão. É quando o paciente roda em volta do tema. É um
componente do pensamento prolixo.
○ Conteúdo ou ideias:
■ Delírios: ideia com conteúdo irreal, mas convicção de realidade.
Desconfiança, grandiosidade, possessão diabólica, missão divina,
auto-referência, depressivos, somático, ciúmes, erótico, ruína,
influência, culpa.

HUMOR E ESTADO DE ÂNIMO OU AFETO


● é um dos pontos centrais da vida psíquica e pode ser definido como o tônus afetivo
do indivíduo, o estado emocional basal e difuso em que se encontra a pessoa em
determinado momento.
● é uma emoção ampla, global e prolongada, que o paciente experimenta de forma
subjetiva.
Afeto/estado de ânimo:
● é a resposta emocional atual do paciente, inferida pela expressão facial. É mais
transitório do que do humor. É a qualidade e o tônus emocional que acompanha uma
ideia ou representação mental.
● pode-se dizer que o humor é a estação do ano, enquanto o afeto é o tempo/clima.
Ou seja, pode chover em uma estação comumente ensolarada.
Alterações de Humor mais comuns: DISTIMIAS
● humor eutímico: é o humor normal.
● distimia: consiste em qualquer alteração do humor.
● hipotimia (distimia hipotímica): depressão do humor
● hipertimia (distimia hipertímica): humor patologicamente acelerado no sentido da
exaltação e alegria.
● alexitimia: consiste na dificuldade para descrever o humor.
● disforia: distimia acompanhada de uma tonalidade afetiva desagradável,
mal-humorada, como irritação, amargura, desgosto.
● euforia: humor morbidamente exacerbado, no qual predomina um estado de alegria
intensa e desproporcional às circunstâncias.
● elação: humor morbidamente exacerbado somado a expansão do Eu, uma sensação
subjetiva de grandeza e de poder.
● puerilidade: alteração do humor caracterizada pelo aspecto infantil, simplório e
regredido. O paciente ri ou chora por motivos banais.
● irritabilidade: nesse caso, há uma hiper-reatividade desagradável hostil e agressiva a
estímulos do meio externo. Tudo é vivenciado com muita irritação pelo paciente, o
qual responde prontamente de forma disfórica.
● estado de êxtase: há uma experiência de completa satisfação, uma sensação de
dissolução do Eu no todo, de compartilhamento íntimo do estado afetivo com o
mundo exterior, muitas vezes colorido hipertímico e expansivo.
● ansiedade: é um estado de humor desconfortável, acompanhado de uma apreensão
negativa em relação ao futuro e uma inquietação interna desagradável. Inclui
manifestações somáticas e fisiológicas, como dispneia, taquicardia, vasoconstrição,
tensão muscular, entre outras.
● angústia: relaciona-se à sensação de aperto no peito e na garganta, de compressão
e sufocamento. Assemelha-se muito à ansiedade, porém tem conotação mais
corporal e mais relacionada ao passado.
● medo: caracteriza-se por referir-se a um objeto mais ou menos preciso e
diferencia-se da ansiedade e da angústia que não se referem a objetos precisos.
Alterações de Afeto
● apatia: é a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. Os pacientes queixam-se
de não poderem sentir nem alegria, nem tristeza, nem raiva, nem nada. Nesse caso,
apesar do paciente saber da importância afetiva de determinada experiência, não
consegue sentir nada.
● hipomodulação do afeto: incapacidade do paciente de modular a resposta afetiva de
acordo com a situação existencial, indicando rigidez na sua relação com o mundo.
● inadequação do afeto ou paratimia: reação completamente incongruente a situações
existenciais ou a determinados conteúdos ideativos, revelando desarmonia profunda
da vida psíquica.
● pobreza de sentimentos e distanciamento afetivo: perda progressiva e patológica
das vivências afetivas. Há, nesse caso, um empobrecimento relativo à possibilidade
de vivenciar alternâncias e variações sutis na esfera afetiva.
● embotamento afetivo e devastação afetiva: consiste na perda profunda de todo tipo
de vivência afetiva. Ao contrário da apatia, que é basicamente subjetiva, o
embotamento é observável e constatável por meio da mímica, da postura e da
atitude do paciente.
● sentimento de falta de sentimento: é a vivência da incapacidade para sentir
emoções. Ao contrário da apatia, nesse caso, o paciente se sente penoso por não
conseguir sentir nada, se sente vazio interiormente.
● anedonia: é a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com
determinadas atividades e experiências de vida. O paciente deixa de sentir prazer
sexual, de desfrutar de conversas com amigos, de um bom almoço com a família, de
bons filmes, entre outras atividades antes prazerosas.
● indiferença afetiva: trata-se de certa frieza afetiva incompreensível diante dos
sintomas que o paciente apresenta, como se paciente soubesse que os sintomas
são psicogênicos e reversíveis.
● labilidade afetiva e incontinência afetiva: são estados nos quais ocorrem mudanças
súbitas e imotivadas de humor, sentimentos ou emoções. O indivíduo oscila de
forma abrupta, rápida e inesperada de um estado afetivo para outro. São formas de
hiperestesia emocional.
● ambivalência afetiva: consiste em sentimentos opostos em relação a um mesmo
estímulo ou objeto. Nesse caso, o indivíduo sente, ao mesmo tempo, amor e ódio,
rancor e carinho por alguém.

LINGUAGEM VERBAL
● é uma atividade essencialmente humana e consiste na elaboração e expressão do
pensamento.
● é o principal instrumento de comunicação dos seres humanos.
Alterações na linguagem secundárias a lesões neurológicas:
● tais alterações ocorrem geralmente associadas a acidentes vasculares cerebrais,
tumores cerebrais, malformações arterio-venosas, entre outras. Há, portanto,
alterações neuronais identificáveis, evidentes, que produzem esses sintomas.
● na maioria dos casos, as lesões ocorrem no hemisfério esquerdo, nas regiões ditas
áreas cerebrais da linguagem. É comum, portanto, que os déficits orgânicos da
linguagem venham acompanhados de hemiparesias do hemicorpo direito.
● Afasia: é a perda da linguagem falada e escrita, por incapacidade de compreender
(Wernick) e utilizar símbolos verbais (Broca).
● Parafasia: são formas discretas de déficit de linguagem, nas quais o indivíduo
deforma determinadas palavras.
● Agrafia: é a perda, por lesão orgânica, da linguagem escrita, sem que haja qualquer
déficit motor ou perda cognitiva global.
● Alexia: é a perda da capacidade previamente adquirida para a leitura.
● Disartria: é a incapacidade de articular corretamente as palavras devido a alterações
neurológicas referentes ao aparelho fonador, alterações estas que produzem
paresias, paralisias ou ataxias da musculatura da fonação.
● Disfonia e Disfemia: a disfonia é a alteração da fala produzida pela mudança na
sonoridade das palavras, enquanto a disfemia é a alteração da linguagem falada
sem qualquer lesão ou disfunção orgânica, determinada por conflitos e fatores
psicogênicos.
● Dislalia: é a alteração da linguagem falada que resulta da deformação, da omissão
ou da substituição dos fonemas.
Alterações da linguagem relacionada a transtornos psiquiátricos
● Logorréia: consiste na produção aumentada e acelerada (taquifasia) da linguagem
verbal, um fluxo incessantre de palavras e frases, frequentemente associado ao
taquipsiquismo geral, podendo haver perda da lógica do discurso.
● Loquacidade: é o aumento da fluência verbal sem qualquer prejuízo lógico do
discurso.
● Taquifasia: consiste em uma aceleração da fala.
● Bradifasia: consiste em uma lentificação da fala.
● Mutismo: consiste na ausência de resposta verbal oral por parte do paciente.
● Perseveração e estereotipia verbal: nesse caso, há repetição automática de palavras
ou trechos de frases, de modo estereotipado, mecânico e sem sentido, o que indica
lesão orgânica.
● Ecolalia: é a repetição da última ou das últimas palavras que o entrevistador falou ou
dirigiu ao paciente. É um fenômeno involuntário, realizado sem planejamento ou
controle.
● Palilalia: é a repetição automática e estereotipada pelo paciente das últimas palavras
que ele mesmo emitiu em seu discurso.
● Logoclonia: é a repetição automática das últimas sílabas de palavras que o próprio
paciente emitiu.
● Coprolalia: é a missão involuntária e repetitiva de palavras obscenas, vulgares ou
relativas a excrementos. É extremamente característico do Transtorno de Tourette.
● Solilóquio: ocorre quando o paciente fala sozinho.
● Verbigeração: é a repetição, de forma monótona e sem sentido comunicativo
aparente, de palavras, sílabas ou trechos de frases.
● Mussitação (murmúrio): é a produção repetitiva de palavras, sílabas ou trechos de
frases, porém em tom de voz muito baixo, murmurado, como se o paciente falasse
para si mesmo.
● para-resposta: são respostas distintas das perguntas feita pelo entrevistador.

CONDUTA OU PSICOMOTRICIDADE
● é uma função composta, mais complexa. É o componente final do ato volitivo, de
modo que as alterações na psicomotricidade frequentemente são a expressão final
de alterações na vontade do próprio paciente.
Alterações da Psicomotricidade:
● agitação psicomotora: consiste na aceleração e exaltação de toda a atividade
motora do indivíduo, em geral, secundária a um taquipsiquismo acentuado.
● lentificação psicomotora: consiste na lentificação de toda a atividade psíquica.
● inibição psicomotora: é um estado acentuado e profundo de lentificação
psicomotora, com ausência de respostas motoras adequadas, sem que haja
paralisias ou déficit motor primário.
● estupor: é a perda de toda a atividade espontânea, que atinge o indivíduo
globalmente, na vigência de um nível de consciência aparentemente preservado e
de capacidade sensório-motora para reagir ao ambiente. Em geral, um indivíduo em
estupor fica restrito ao leito, acordado, porém sem reagir de modo algum ao
ambiente.
● catalepsia: é um acentuado exagero do tônus postural, com grande redução da
mobilidade passiva dos vários segmentos corporais e com hipertonia muscular
global do tipo plástico.
● cataplexia: é a perda abrupta do tônus muscular, geralmente acompanhada de
queda ao chão.
● estereotipias motoras: são repetições automáticas e uniformes de determinado ato
motor complexo, indicando geralmente marcante perda do controle voluntário sobre
a esfera motora.
● maneirismo: é um tipo de estereotipia motora caracterizada por movimento bizarros
e repetitivos, geralmente complexos, que buscam certo objetivo, mesmo que
esdrúxulo.
● tiques: são atos coordenados, repetitivos, resultantes de contrações súbitas, breves
e intermitentes, envolvendo geralmente um grupo de músculos que atua em suas
relações sinérgicas normais. Acentuam-se muito com a ansiedade. Múltiplos tiques
são característicos do Transtorno de Tourette.
● conversão: consiste no surgimento abrupto de sintomas físicos, como paralisias,
anestesias, parestesias, cegueira, entre outros. Ocorre em situações estressantes,
de ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal.

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