RESUMO P1 PSIQUIATRIA
RESUMO P1 PSIQUIATRIA
RESUMO P1 PSIQUIATRIA
FATORES IMPORTANTES
● segurança e confiança mútuas para o desenvolvimento de uma aliança terapêutica
CONDIÇÕES
● é importante um local adequado, com privacidade e segurança
● apresentação médica e ambiental adequada
● é preciso demonstração de empatia e interesse, sempre evitando julgamentos
● procurar fazer perguntas abertas e esclarecer e confrontar quando ficar em dúvida
ATENÇÃO
● é um aspecto da consciência empregado para focar partes de uma experiência a fim
de que elas se tornem mais nítidas. É o direcionamento da consciência.
● é um conjunto de processos que torna o ser humano capaz de selecionar, filtrar e
organizar as informações em unidades controláveis e significativas.
● propriedades da atenção:
○ tenacidade:consiste na capacidade de um indivíduo de fixar a sua atenção
sobre determinada área ou objeto.
○ vigilância: é definida como a qualidade da atenção que permite ao indivíduo
mudar o foco da atenção de um objeto para outro.
● tipos de atenção de acordo com a solicitação da experiência ou natureza:
○ primário ou passiva: presta a atenção em algo por conta/vontade própria.
○ secundária ou ativa: a atenção é solicitada por um terceiro objeto. Essa
atenção está aumentada em estados mentais em que o indivíduo tem pouco
controle voluntário sobre a sua atividade mental.
● tipos de acordo com o foco da experiência:
○ seletiva ou focal: foco em apenas um objeto
○ difusa: foco em multitarefas. Mulheres apresentam um pouco mais de
atenção difusa. Ocorre declínio dessa atenção com o decorrer do
envelhecimento.
CONSCIÊNCIA
● consciência é a capacidade para captar informações do meio, através dos órgãos
sensoriais, variando da vigilância máxima ao coma.
● é o estado vigil, de vigilância, de estar desperto, acordado, lúcido
● pode-se utilizar a escala de Glasgow em alguns casos para melhor caracterização
da queda no nível de consciência.
● níveis:
○ varia da vigilância máxima ao coma
○ estupor: reatividade bastante diminuída
○ estreitamento: pensamento pouco claro
○ euforia/paranóia/depressão
Alterações Patológicas Quantitativas do Nível de Consciência
● rebaixamento do nível de consciência: em quadros neurológicos e psicopatológicos,
o nível de consciência decai progressivamente, desde o estado normal, vigil, até o
estado de coma profundo. Esse rebaixamento apresenta diferentes graus:
○ Turvação da Consciência: rebaixamento em grau leve a moderado.
Normalmente, o paciente apresenta-se sonolento e com dificuldade para
integrar as informações sensoriais advindas do meio. O pensamento pode
estar ligeiramente confuso.
○ Sopor: é o estado de rebaixamento do nível da consciência em que o
paciente pode ser despertado apenas por estímulo energético, sobretudo de
natureza dolorosa.
○ Coma: é o grau mais profundo de rebaixamento do nível de consciência, não
sendo possível, por parte do paciente, qualquer atividade voluntária
consciente.
Síndromes psicopatológicas associadas ao rebaixamento do nível de Consciência
● Delirium: é o termo atual mais adequado para designar a maior parte das síndromes
confusionais agudas. É extremamente comum em pacientes com doenças
somáticas e em idosos. O Delirium diz respeito aos vários quadros com
rebaixamento leve a moderado do nível de consciência, acompanhados de
desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade,
ansiedade em graus variáveis, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico
e confuso e ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. Nesse caso,
preserva-se a memória recente.
● Estado Onírico: reflete uma alteração da consciência na qual, paralelamente ao
rebaixamento do nível da consciência, o indivíduo entra em estado semelhante a um
sonho muito vívido. Há predomínio da atividade alucinatória visual, com caráter
cênico e fantástico. Tal estado ocorre devido a psicoses tóxicas, síndromes de
abstinência a outras substâncias e quadros febris tóxicos infecciosos.
● Amência: designa quadros mais ou menos intensos de confusão mental por
rebaixamento do nível de consciência, com excitação psicomotora, marcada pela
incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas alucinatórios com aspecto de
sonho.
● Catatonia:
○ aparente estupor (é a perda de toda a atividade espontânea, que atinge o
indivíduo globalmente)
○ ecolalia (repetição mecânica de palavras ou frases), ecopraxia (repetição
mecânica de movimentos), flexibilidade cérea (corpo do paciente permanece
na posição em que é; por exemplo ergue-se um braço do paciente e ele
permanece elevado).
○ basicamente, o paciente está aparentemente acordado, com os olhos
abertos, porém irresponsivo, com abaixamento importante do nível de
consciência e alheio ao que está ocorrendo em seu entorno.
○ ocorre comumente em quadros de depressão grave e esquizofrenia, porém
pode manifestar-se sem causas subjacentes.
ORIENTAÇÃO
● orientação é o reconhecimento do espaço, relação de tempo e pessoas.
● a capacidade de orientar-se requer, de forma consistente, a integração das
capacidades de atenção, percepção e memória.
● além disso, a orientação é extremamente vulnerável aos efeitos da disfunção ou do
dano cerebral.
● classificação da orientação:
○ orientação autopsíquica: é a orientação do indivíduo em relação a si mesmo.
Revela se o sujeito sabe quem é: nome, idade, data de nascimento,
profissão, estado civil, entre outros.
○ orientação alopsíquica: diz respeito à capacidade de orientar-se em relação
ao mundo, isto é, quanto ao espaço e quanto ao tempo.
● elementos que influenciam:
○ demandas da realidade
○ disponibilidade para perceber o meio (consciência, atenção, percepção)
● alterações normais:
○ breve confusão após sono profundo
○ breve confusão após sonho vívido
○ pequena desorientação no tempo em pacientes hospitalizados
● alterações e transtornos: normalmente a primeira desorientação ocorre quanto ao
tempo, seguida, após agravamento do quadro, por desorientação quanto ao espaço
e, por último, quanto a si mesma.
○ desorientação por redução do nível de consciência: também conhecida como
desorientação torporosa ou confusa, é aquela na qual o indivíduo está
desorientado por turvação da consciência. É a forma mais comum de
desorientação.
○ desorientação por déficit de memória imediata e recente: também
denominada de desorientação amnésica, em que o indivíduo não consegue
reter as informações ambientais básicas em sua memória, perdendo a noção
do fluir do tempo e do deslocamento espacial.
○ desorientação apática ou abúlica: ocorre por apatia ou desinteresse
profundo, em que o indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante
alteração do humor, sendo comum em quadros depressivos.
○ desorientação delirante: ocorre em indivíduos em encontram-se imersos em
profundo estado de delírio.
○ desorientação por déficit intelectual: ocorre em indivíduos com deficiência ou
retardamento mental grave ou moderado.
○ desorientação por dissociação: ocorre em quadros de dissociação.
○ desorientação por desagregação: ocorre em pacientes psicóticos, geralmente
esquizofrênicos em estado crônico ou avançado da doença.
○ desorientação quanto a própria idade: é definida como uma discrepância de
cinco anos ou mais entre a idade real e aquela que o paciente diz ter.
○ doença de Alzheimer: é um transtorno orgânico, em que há desorientação
quanto ao tempo, seguido de lugar e, por último de pessoas.
● desorientação no tempo:
○ troca a cronologia dos fatos
○ no hospital: erro que transponha a hora da refeição
● desorientação no espaço:
○ não sabe que está no hospital
○ sabe o nome do hospital, mas não o identifica como tal
○ sabe que está no hospital, mas o localiza mal
● desorientação com pessoas:
○ médico é identificado como outra pessoa
MEMÓRIA
● é a capacidade de registrar, reter e evocar dados
● a capacidade de memorizar relaciona-se intimamente com o nível de consciência,
com a atenção e com o interesse afetivo.
● memória sensorial: órgãos dos sentidos
○ memória primária (imediata): o processamento ocorre logo após a
apresentação dos dados. É a capacidade de reter palavras, números,
imagens imediatamente após ser percebido (retenção de poucos segundos
até 1 a 3 minutos).
○ memória secundária (recente): o processamento ocorre algum tempo após a
apresentação dos dados. Refere-se a capacidade de reter a informação por
curto período (poucos minutos até 3 a 6 horas). Ocorre um declínio normal
dessa memória com o envelhecimento.
○ memória remota: são as lembranças antigas. É a capacidade de evocação
de informações e acontecimentos ocorridos no passado, geralmente após
muito tempo do evento, podendo durar uma vida toda. É um tipo de memória
de capacidade bem mais ampla que a imediata e a recente.
○ em quadros de demência e perda de memória, segundo a lei de Ribot,
primeiro perde-se a memória secundária ou recente e apenas em estágios
mais avançados há perda da memória remota.
● processos:
○ fixação
○ retenção
○ evocação
● fixação:
○ influenciado pelo grau de consciência e atenção
○ TCE: amnésia anterógrada (paciente não consegue mais fixar memórias
depois do fato ou acidente importante).
○ álcool: blackout
○ catatonia: falta de reatividade
● retenção:
○ alteração: encefalopatia de Wernicke-Korsakoff
● evocação:
○ declínio: ocorre em quadros de demência, como no Alzheimer
○ confabulação: preenchimento de lacunas de memória com fatos imaginários
○ amnésia dissociativa: ocorre em fatos traumáticos
INTELIGÊNCIA
● consiste na capacidade de assimilar conhecimentos factuais, compreender as
relações entre eles e integrá-los aos conhecimentos já adquiridos anteriormente
● é a capacidade de enfrentar uma situação nova pela improvisação de uma nova
resposta adaptativa
● está relacionada ao QI
Tipos de Inteligência:
● Inteligência abstrata: entender e lidar com ideias e símbolos abstratos.
● Inteligência mecânica: entender e lidar com mecanismos.
● Inteligência social: agir moderada e prudentemente nas relações humanas;
● a inteligência, ainda, pode ser subdividida em fluida e cristalizada. A inteligência
fluida consiste na capacidade de pensar e raciocinar de forma abstrata e resolver
problemas, enquanto a inteligência cristalizada envolve o conhecimento que vem de
aprendizagem anterior e experiências passadas. Com o envelhecimento, há uma
diminuição da inteligência fluida e um aumento da inteligência cristalizada.
● Wechsler Adult Inteligence Scale (WAIS): para avaliação do nível de inteligência
○ informação
○ compreensão
○ aritmética
○ semelhança
○ memória para os dígitos
○ vocabulário
SENSOPERCEPÇÃO
● reúne o conjunto de atributos psíquicos que nos permite receber, assimilar, integrar e
processar informações da realidade.
● é a capacidade de perceber e integrar estímulos que se apresentam aos órgãos dos
sentidos.
● para isso, é necessário integridade dos receptores sensoriais e a capacidade do
organismo de elaborar a síntese perceptiva, imagens sensoriais ou sensações
(visuais, auditivas, gustativas, táteis, térmicas, dolorosas, cinestésicas,
cenestésicas).
Patologia da sensopercepção:
● pode resultar de lesão/disfunção do receptor, da via de condução, do centro cortical
ou decorrer de alteração psíquica
Alterações quantitativas:
● Hipoestesia: diminuição da integridade das sensações, por exemplo, conversão,
depressão, ansiedade, epilepsia e outros quadros neurológicos. O paciente em
estado depressivo percebe que o mundo ao seu redor é mais escuro, os alimentos
não têm mais sabor, os odores quase não são mais percebidos.
● Anestesia: abolição da sensibilidade, como por exemplo, conversão, depressão,
catatonia, processos demenciais avançados e coma.
● Hiperestesia: exagero patológico da sensibilidade ou intensidade de qualquer
qualidade, como por exemplo, depressão, epilepsia, enxaqueca, intoxicações
agudas, manifestações histriônicas e estados maníacos.
Alterações qualitativas:
● Alucinose: a imagem que o paciente vê possui todas as características da imagem
alucinatória, menos a convicção da realidade. Ou seja, o paciente reconhece a
experiência perceptiva como algo estranho a si e entende que isso não é normal e
que pode ser um sintoma grave o suficiente para buscar ajuda. O paciente entende
que é patológico. É comum no uso de substâncias psicoativas, álcool, patologias
orgânicas, esquizofrenia crônica. É válido lembrar que o paciente sabe que a
imagem que vê não é real.
● Pseudo-alucinações: imagens dotadas de certa vivacidade projetadas para o espaço
interno que se assemelham às imagens percebidas na consciência. Na maioria das
vezes, o indivíduo tem noção da inadequação, porém não reconhece essa
inadequação como um quadro patológico e passível de buscar ajuda. Falta a
convicção de realidade, como em vozes dentro da cabeça e em quadros de TOC.
Essas imagens são reconhecidas, percebidas como irreais e existe a consciência de
sua formação intra-psíquica, porém não são identificadas pelo paciente como
patológicas.
Fenômenos hipnagógicos/hipnopônpicos (transição entre sono e vigília)
● Ilusão: imagem perceptiva deformada de um objeto real e presente no campo
sensoperceptivo. A imagem ilusória é uma deformação da imagem perceptiva. Como
uma sombra de um móvel sendo confundida com uma pessoa ou um monstro, por
exemplo. Podem ocorrer por alteração da consciência/vigília, desatenção, erro de
julgamento, depressão, mania, transtornos delirantes e ansiedade.
● Alucinação: aparecimento na consciência de uma sensação perceptiva, sem que lhe
corresponda a qualquer objeto e com convicção de que é real para o sujeito. Tipos
mais comuns: auditiva (esquizofrenias), visuais (orgânica, intoxicações agudas),
olfativas e gustativas (estados tóxicos, epilepsia, esquizofrenia, quadros orgânicos),
táteis (quadros orgânicos, conversivos, esquizofrenia), cenestésicas (depressão
grave, quadros cerebrais, orgânicos, esquizofrenia), liliputiana (micropsia).
PENSAMENTO
● é o recurso psíquico pelo qual a pessoa processa as ideias.
● o pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais que podem fornecer
substrato para o processo de pensar.
● elementos propriamente intelectivos: conceito, juízos e raciocínio
● elementos do processo de pensar: curso, forma e conteúdo do pensamento.
● o conceito consiste num elemento puramente cognitivo, formado nas
representações, sem necessidade de elementos sensoriais.
● o juízo, por sua vez, diz respeito ao processo que conduz ao estabelecimento de
relações significativas entres os conceitos.
● o raciocínio, por fim, é a função que relaciona os juízos.
● ou seja, os conceitos são palavras, os juízos são frases e o raciocínio é interrelação
dessas frases, os textos.
● o pensamento pode ser avaliado quanto à:
○ Produção:
■ Lógico: diz respeito ao pensamento normal, com sentido
■ Mágico: ocorre quando os princípios da lógica são prejudicados ou
transformados, como por exemplo em crianças, TOC, esquizofrenia.
○ Curso ou fluxo:
■ Aceleração, taquipsiquismo: estados maníacos, ansiosos, tóxicos ou
em agitações de esquizofrenia.
■ Lentificação, bradipsiquismo: depressões, quadros orgânicos,
sedação.
■ Bloqueio de pensamento: verifica-se um bloqueio do pensamento
quando o paciente, ao relatar algo, no meio de uma conversa,
interrompe seu pensamento bruscamente sem qualquer motivo
aparente. É comum em quadros de esquizofrenia.
■ Roubo de pensamento: é uma vivência frequentemente associada ao
bloqueio do pensamento, na qual o indivíduo tem a nítida sensação
de que seu pensamento foi roubado de sua memória, por uma força
ou um ente estranho, uma máquina, uma antena, entre outros
objetos. Essa é uma alteração típica de quadros de esquizofrenia.
○ Forma e estrutura:
■ Fuga de ideias: é uma alteração na qual uma ideia se segue a outra
de forma extremamente rápida, perturbando as associações. É uma
alteração secundária ao taquipsiquismo. É comum em quadros
maníacos. Por exemplo: “ a água do mar é gelada...gosto de
gelo...gelo é bom em refrigerante...refrigerante engorda...não quero
ficar gordo”.
■ Desagregação: pensamento desorganizado, incoerente e anárquico.
O paciente produz um pensamento que se manifesta como uma
mistura aleatória de palavras, que nada comunica ao interlocutor.
■ Pensamento prolixo: incapacidade de concluir o raciocínio por não
conseguir distinguir o que é essencial. O paciente dá longas voltas ao
redor do tema, mescla de forma imprecisa o essencial com o
supérfluo. Há dificuldade em obter construção direta, clara e acabada.
■ Pensamento obsessivo: nesse caso, predominam ideias ou
representações que, apesar de terem conteúdo absurdo ou repulsivo
para o indivíduo, se impõem à consciência de modo persistente e
incontrolável. É comum em quadros de TOC.
■ Pensamento deteriorado: empobrecimento racional que acomete uma
pessoa, depois do seu desenvolvimento mental ter atingido a
plenitude, como ocorre em quadros de demências e esquizofrenias
crônicas.
■ Divulgação do pensamento (Irradiação do pensamento): o
pensamento está sendo veiculado em meios de comunicação ou em
público. Associado a roubo de pensamento. Ocorre, por exemplo,
quando o paciente relata que houve personagens da TV falarem seus
pensamentos.
■ Inserção do pensamento: ideia de que o pensamento de outro está
sendo introduzido na mente do paciente.
■ Neologismos: invenção de novas palavras ou expressões que
passam a ser utilizadas pelo paciente como se fossem usuais.
■ Tangencialidade: ocorre quando o paciente responde as perguntas de
forma oblíqua e irrelevante, não sabendo discriminar o supérfluo do
essencial. As respostas nunca chegam ao objetivo central. É um
componente do pensamento prolixo.
■ Circunstancialidade: discurso indireto que demora a chegar à
questão. É quando o paciente roda em volta do tema. É um
componente do pensamento prolixo.
○ Conteúdo ou ideias:
■ Delírios: ideia com conteúdo irreal, mas convicção de realidade.
Desconfiança, grandiosidade, possessão diabólica, missão divina,
auto-referência, depressivos, somático, ciúmes, erótico, ruína,
influência, culpa.
LINGUAGEM VERBAL
● é uma atividade essencialmente humana e consiste na elaboração e expressão do
pensamento.
● é o principal instrumento de comunicação dos seres humanos.
Alterações na linguagem secundárias a lesões neurológicas:
● tais alterações ocorrem geralmente associadas a acidentes vasculares cerebrais,
tumores cerebrais, malformações arterio-venosas, entre outras. Há, portanto,
alterações neuronais identificáveis, evidentes, que produzem esses sintomas.
● na maioria dos casos, as lesões ocorrem no hemisfério esquerdo, nas regiões ditas
áreas cerebrais da linguagem. É comum, portanto, que os déficits orgânicos da
linguagem venham acompanhados de hemiparesias do hemicorpo direito.
● Afasia: é a perda da linguagem falada e escrita, por incapacidade de compreender
(Wernick) e utilizar símbolos verbais (Broca).
● Parafasia: são formas discretas de déficit de linguagem, nas quais o indivíduo
deforma determinadas palavras.
● Agrafia: é a perda, por lesão orgânica, da linguagem escrita, sem que haja qualquer
déficit motor ou perda cognitiva global.
● Alexia: é a perda da capacidade previamente adquirida para a leitura.
● Disartria: é a incapacidade de articular corretamente as palavras devido a alterações
neurológicas referentes ao aparelho fonador, alterações estas que produzem
paresias, paralisias ou ataxias da musculatura da fonação.
● Disfonia e Disfemia: a disfonia é a alteração da fala produzida pela mudança na
sonoridade das palavras, enquanto a disfemia é a alteração da linguagem falada
sem qualquer lesão ou disfunção orgânica, determinada por conflitos e fatores
psicogênicos.
● Dislalia: é a alteração da linguagem falada que resulta da deformação, da omissão
ou da substituição dos fonemas.
Alterações da linguagem relacionada a transtornos psiquiátricos
● Logorréia: consiste na produção aumentada e acelerada (taquifasia) da linguagem
verbal, um fluxo incessantre de palavras e frases, frequentemente associado ao
taquipsiquismo geral, podendo haver perda da lógica do discurso.
● Loquacidade: é o aumento da fluência verbal sem qualquer prejuízo lógico do
discurso.
● Taquifasia: consiste em uma aceleração da fala.
● Bradifasia: consiste em uma lentificação da fala.
● Mutismo: consiste na ausência de resposta verbal oral por parte do paciente.
● Perseveração e estereotipia verbal: nesse caso, há repetição automática de palavras
ou trechos de frases, de modo estereotipado, mecânico e sem sentido, o que indica
lesão orgânica.
● Ecolalia: é a repetição da última ou das últimas palavras que o entrevistador falou ou
dirigiu ao paciente. É um fenômeno involuntário, realizado sem planejamento ou
controle.
● Palilalia: é a repetição automática e estereotipada pelo paciente das últimas palavras
que ele mesmo emitiu em seu discurso.
● Logoclonia: é a repetição automática das últimas sílabas de palavras que o próprio
paciente emitiu.
● Coprolalia: é a missão involuntária e repetitiva de palavras obscenas, vulgares ou
relativas a excrementos. É extremamente característico do Transtorno de Tourette.
● Solilóquio: ocorre quando o paciente fala sozinho.
● Verbigeração: é a repetição, de forma monótona e sem sentido comunicativo
aparente, de palavras, sílabas ou trechos de frases.
● Mussitação (murmúrio): é a produção repetitiva de palavras, sílabas ou trechos de
frases, porém em tom de voz muito baixo, murmurado, como se o paciente falasse
para si mesmo.
● para-resposta: são respostas distintas das perguntas feita pelo entrevistador.
CONDUTA OU PSICOMOTRICIDADE
● é uma função composta, mais complexa. É o componente final do ato volitivo, de
modo que as alterações na psicomotricidade frequentemente são a expressão final
de alterações na vontade do próprio paciente.
Alterações da Psicomotricidade:
● agitação psicomotora: consiste na aceleração e exaltação de toda a atividade
motora do indivíduo, em geral, secundária a um taquipsiquismo acentuado.
● lentificação psicomotora: consiste na lentificação de toda a atividade psíquica.
● inibição psicomotora: é um estado acentuado e profundo de lentificação
psicomotora, com ausência de respostas motoras adequadas, sem que haja
paralisias ou déficit motor primário.
● estupor: é a perda de toda a atividade espontânea, que atinge o indivíduo
globalmente, na vigência de um nível de consciência aparentemente preservado e
de capacidade sensório-motora para reagir ao ambiente. Em geral, um indivíduo em
estupor fica restrito ao leito, acordado, porém sem reagir de modo algum ao
ambiente.
● catalepsia: é um acentuado exagero do tônus postural, com grande redução da
mobilidade passiva dos vários segmentos corporais e com hipertonia muscular
global do tipo plástico.
● cataplexia: é a perda abrupta do tônus muscular, geralmente acompanhada de
queda ao chão.
● estereotipias motoras: são repetições automáticas e uniformes de determinado ato
motor complexo, indicando geralmente marcante perda do controle voluntário sobre
a esfera motora.
● maneirismo: é um tipo de estereotipia motora caracterizada por movimento bizarros
e repetitivos, geralmente complexos, que buscam certo objetivo, mesmo que
esdrúxulo.
● tiques: são atos coordenados, repetitivos, resultantes de contrações súbitas, breves
e intermitentes, envolvendo geralmente um grupo de músculos que atua em suas
relações sinérgicas normais. Acentuam-se muito com a ansiedade. Múltiplos tiques
são característicos do Transtorno de Tourette.
● conversão: consiste no surgimento abrupto de sintomas físicos, como paralisias,
anestesias, parestesias, cegueira, entre outros. Ocorre em situações estressantes,
de ameaça ou conflito intrapsíquico ou interpessoal.