CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA

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CINESIOLOGIA E

CINESIOTERAPIA
PROF. ME. GUSTAVO HENRIQUE MARQUES MORENO
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR

Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Primeiramente, deixo uma frase de Novakowski
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios
não vale a pena ser vivida.” PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Cada um de nós tem uma grande Diagramação:
responsabilidade sobre as escolhas que Alan Michel Bariani
fazemos, e essas nos guiarão por toda a vida Thiago Bruno Peraro
acadêmica e profissional, refletindo diretamente
em nossa vida pessoal e em nossas relações Revisão Textual:
com a sociedade. Hoje em dia, essa sociedade
é exigente e busca por tecnologia, informação
Fernando Sachetti Bomfim
e conhecimento advindos de profissionais que Marta Yumi Ando
possuam novas habilidades para liderança e
sobrevivência no mercado de trabalho. Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
De fato, a tecnologia e a comunicação Márcio Alexandre Júnior Lara
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, Osmar da Conceição Calisto
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Gestão de Produção:
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino a
Distância, a proporcionar um ensino de qualidade, Cristiane Alves
capaz de formar cidadãos integrantes de uma
sociedade justa, preparados para o mercado de
trabalho, como planejadores e líderes atuantes.

Que esta nova caminhada lhes traga


muita experiência, conhecimento e sucesso.

© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

01
DISCIPLINA:
CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS À CINESIOLOGIA


E BIOMECÂNICA, FISIOLOGIA DO MOVIMENTO
PROF. ME. GUSTAVO HENRIQUE MARQUES MORENO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................5
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: HISTÓRICO, DEFINIÇÕES E CAMPO DE ATUAÇÃO................................................6
1.1 CINESIOLOGIA X BIOMECÂNICA............................................................................................................................6
1.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CINESIOLOGIA .......................................................................................................... 7
1.2.1 ANTIGUIDADE........................................................................................................................................................8
1.2.2 IDADE MÉDIA (200-1450 D.C.)...........................................................................................................................9
1.2.3 RENASCIMENTO .................................................................................................................................................9
1.2.4 REVOLUÇÃO CIENTÍFICA ................................................................................................................................... 10
1.2.5 SÉCULOS XIX E XX ............................................................................................................................................. 11
1.3 CAMPOS DA ATUAÇÃO DA CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA........................................................................... 11
2. PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO................................................................................................................ 11

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2.1 PLANO FRONTAL OU CORONAL............................................................................................................................ 11
2.2 PLANO SAGITAL OU MEDIANO............................................................................................................................. 11
2.3 PLANO TRANSVERSAL OU HORIZONTAL ........................................................................................................... 12
3. ALAVANCAS, TORQUE E LEIS DE NEWTON.......................................................................................................... 13
3.1 ALAVANCAS ............................................................................................................................................................ 13
3.1.1 TIPOS DE ALAVANCAS ......................................................................................................................................... 14
3.2. TORQUE................................................................................................................................................................. 16
3.3. LEIS DE NEWTON................................................................................................................................................. 16
3.3.1 PRIMEIRA LEI DE NEWTON: LEI DA INÉRCIA.................................................................................................. 17
3.3.2 SEGUNDA LEI DE NEWTON: LEI DA FORÇA .................................................................................................... 17
3.3.3 TERCEIRA LEI DE NEWTON: AÇÃO E REAÇÃO ............................................................................................... 18
4. INTRODUÇÃO À MIOLOGIA, TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR...................................................................... 18
5. MOVIMENTO ESQUELÉTICO, ELEMENTOS ATIVOS E PASSIVOS...................................................................... 21
6. ALTERAÇÕES DO CONTROLE MOTOR E LESÕES MUSCULARES ...................................................................... 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................24

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

Caro acadêmico, é com grande satisfação que apresentamos a você o conteúdo que fará
parte da disciplina de Cinesiologia e Cinesioterapia. Trata-se de uma abordagem didática que
contempla conteúdos essenciais para o processo de formação do curso de Fisioterapia.
É de suma importância a especificidade tratada neste material, que busca, através de
contextualizações, conceitos e abordagens teórico-práticas para demonstrar a fundamentação e
construção da história do movimento humano, tratada como ciência básica nas diversas áreas de
atuação da fisioterapia.
Trata-se de uma correlação anatômica, alinhada com a produção dos movimentos
funcionais desenvolvidos pelo sistema musculoesquelético; sendo assim, busca avaliar o sistema
motor, responsável pelas características de avaliação de ângulos de movimentos, bem como
as funções musculares responsáveis por construir atividades funcionais, que permitem um
desempenho satisfatório por parte dos pacientes que buscam pela fisioterapia.
Além disso, técnicas de tratamento posturais, treino de força, resistência à fadiga,

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equipamentos utilizados para a prática clínica, mobilizações e alongamentos são assuntos que
serão abordados ao longo de nossa jornada.
Esta primeira unidade apresenta conceitos introdutórios, definições, análise física
de movimento, realização de contrações musculares e controle motor de movimento. São
fundamentações essenciais para proporcionar ao acadêmico uma visão ampla de técnicas
de avaliação, a fim de torná-los aptos a desempenhar papéis práticos que culminem em uma
melhora cinético-funcional apresentada por um paciente potencial que busque pelo atendimento
fisioterápico.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: HISTÓRICO, DEFINIÇÕES E CAMPO DE


ATUAÇÃO

1.1 Cinesiologia X Biomecânica


A palavra cinesiologia é originária do grego Kinesis, que significa movimento, e logos, que
significa estudo, sendo definida como a ciência que estuda o movimento humano e animal. Já o
termo biomecânico refere-se às forças e seus efeitos aplicados a todo o corpo ou a um segmento
corporal, ou seja, a biomecânica procura medir, modelar, explicar, categorizar e catalogar os
padrões de movimento, baseando-se na física do movimento humano.
Neste contexto, insere-se também a cinemática, que é o ramo da mecânica que estuda
o movimento de corpos ou partículas, sem referência a massas ou a forças. Esta é subdividida
em dois subtópicos, de acordo com o foco específico do movimento: a osteocinemática e a
artrocinemática.
• Osteocinemática: Preocupa-se com os movimentos das partes ósseas ou segmentos que

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compõem uma articulação (Figura 1).

Figura 1 – Movimentos da Osteocinemática. Fonte: Cinesiologia em Fisioterapia (2011).

• Artrocinemática: Foca especificamente nos movimentos mínimos dentro de uma


articulação entre as superfícies articulares (Figura 2).

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Figura 2 – Movimentos da Artrocinemática. Fonte: Sabino (2018).

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Se considerarmos movimentos osteocinemáticos e artrocinemáticos, com qual
deles devemos iniciar a movimentação articular específica? Quando pensamos
em um bloqueio articular ou até mesmo em uma redução de movimentos, deve-se
promover um desbloqueio articular através dos pequenos movimentos para que,
posteriormente, os grandes movimentos articulares aconteçam sem restrições.

1.2 Evolução Histórica da Cinesiologia


A palavra cinesiologia foi usada pela primeira vez no final do século XIX e se tornou
popular no século XX, enquanto a palavra biomecânica somente se popularizou no fim dos anos
60.

Figura 3 – Cinesiologia X Biomecânica. Fonte: Liberali (2016).

Agora, conforme proposto neste tópico, apresentaremos os períodos importantes da


história da cinesiologia e da biomecânica.

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1.2.1 Antiguidade

Arquimedes e Aristóteles foram dois cientistas que tiveram influência nessa época.
Arquimedes (200 a. C) descreveu a respeito das leis das alavancas e do centro de gravidade e iniciou
com conceitos matemáticos, geométricos e princípios hidrostáticos que explicam a maneira pelo
qual os corpos flutuam. Aristóteles (384 - 322 a.C.) é considerado o pai da cinesiologia, pois foi
responsável por descrever a função e ação dos músculos e ossos, o processo de deambulação, bem
como as alavancas anatômicas que atuam no movimento humano.

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Figura 4 – Arquimedes. Fonte: Filosofia & Poesia (2012).

Figura 5 – Aristóteles. Fonte: Andina (2016).

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1.2.2 Idade média (200-1450 d.C.)

Este período da idade média ou idade das trevas ocorreu aproximadamente nos mil anos
subsequentes e foram relativamente poucos os avanços científicos.
Um outro nome importante na história da cinesiologia durante este período é o de Galeno
(131-201 d.C.), e dentre várias descobertas deste médico, podemos destacar seus estudos sobre
a contração muscular. Galeno destaca-se pelo detalhamento da anatomia do corpo humano, do
esqueleto, dos músculos e suas funções, no qual é considerado como uma descoberta para a
evolução da cinesiologia, e ainda, foi o primeiro médico dedicado ao esporte.

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Figura 6 – Galeano. Fonte: Bombilla Tapada (2015).

1.2.3 Renascimento

Após o período histórico da idade média, que estabilizou o processo de desenvolvimento


da cinesiologia, Leonardo da Vinci (1452-1519) acabou com essa estagnação ao realizar novos
estudos a respeito do corpo humano. Descreveu o movimento humano em diversas situações
locomotoras, notadamente sobre a marcha humana, além de estudos que relacionavam o centro de
gravidade com a capacidade de equilíbrio das pessoas. Este período se caracteriza pela liberdade
de pensamento, literatura, arte e filosofia.

Figura 7 – Leonardo da Vinci. Fonte: Aventuras na História (2020).

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1.2.4 Revolução Científica


Neste período (1600-1730), na cinesiologia e especialmente na biomecânica, houve o
surgimento do envolvimento da teoria e prática, por meio das experimentações e o desenvolvimento
das três leis de Newton, que serão explicadas individualmente mais à frente, a fim de desenvolver
o entendimento delas no movimento humano.

Figura 8 – Leis da física de Newton usadas pela biomecânica. Fonte: Liberali (2016).

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E ainda neste período, Giovanni Alfonso Borelli (1608-1679), fisiologista e matemático
napolitano, considerado o pai da biomecânica por seus estudos sobre a mecânica do movimento
humano, foi o primeiro a esclarecer que as alavancas do sistema musculoesquelético aumentam
o movimento muito mais do que a força e demonstrou que a inspiração resulta da atividade
muscular e a expiração depende da elasticidade dos tecidos.

Figura 9 – Giovanni Alfonso Borelli. Fonte: The Renaissance Mathematicus (2020).

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1.2.5 Séculos XIX e XX

Neste período, foram desenvolvidos métodos e instrumentos do tipo experimental


que permitiram o avanço de alguns aspectos para a biomecânica, como métodos de medição
da cinemática, da cinética e corrente elétrica; além disso, conseguiu quantificar as ações
musculares por meio da eletromiografia, bem como desenvolveu a técnica da fotografia usada
pela biomecânica.
Por fim, a partir do século XX, com os significativos avanços tecnológicos e metodológicos,
principalmente das técnicas de avaliação do movimento, a cinesiologia se consolidou como
ciência, sendo uma das principais disciplinas de formação em áreas que trabalham com o
movimento humano.
E assim, finalizamos a sucinta história da Cinesiologia e Biomecânica.

1.3 Campos da Atuação da Cinesiologia e Biomecânica


A cinesiologia é uma área que se dedica ao estudo do movimento humano e à melhora
da saúde, portanto, seu campo de atuação vai desde o esporte, terapia, até a atuação no ambiente
educacional. Na fisioterapia, podemos utilizá-la em áreas da ortopedia, geriatria, pediatria,

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reumatologia e neurologia.
Por sua vez, a biomecânica é indispensável à análise do movimento e da técnica esportiva,
uma vez que permite avaliar a evolução ou piora do atleta na modalidade e proporciona, ao
mesmo tempo, a compreensão para realizar determinada ação, gerando conhecimentos voltados
ao melhor rendimento técnico e em como realizar aquela técnica esportiva de forma mais eficiente
e com menor gasto energético.

2. PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO

Planos de ação são linhas fixas de referência ao longo das quais o corpo se divide. Há três
planos anatômicos: plano frontal ou coronal, plano sagital ou mediano e plano transversal ou
horizontal.

2.1 Plano Frontal ou Coronal


Paralelo ao osso frontal ao longo da sutura coronal do crânio, divide o corpo em duas
metades: anterior e posterior. Os movimentos realizados neste plano são as abduções e aduções
e, ainda, as flexões laterais de pescoço e tronco. Todo e qualquer movimento que for realizado em
direção a favor ou em direção oposta ao mediano acontece no plano frontal.

2.2 Plano Sagital ou Mediano


É paralelo à sutura sagital do crânio, divide o corpo em duas partes iguais: direita e
esquerda. São os planos verticais tendo como referência a sutura sagital da calota craniana. Os
movimentos realizados são flexão e extensão (pescoço, tronco, cotovelo e outros), flexão plantar
e flexão dorsal.

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2.3 Plano Transversal ou Horizontal


É paralelo ao solo, divide o corpo em metade superior e inferior. Os movimentos
realizados neste plano são as rotações mediana ou interna, lateral ou externa (quadril e ombro),
os movimentos de supinação e pronação do antebraço, bem como eversão e inversão do pé.

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Figura 10 – Planos e Eixos do corpo humano. Fonte: Mabret (2008).

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3. ALAVANCAS, TORQUE E LEIS DE NEWTON

3.1 Alavancas
Podemos conceituar a alavanca como uma peça ou barra rígida, a qual gira em torno de
um ponto de apoio. No caso do corpo humano, a citada peça ou barra rígida é representada pelos
ossos. De uma maneira geral, todo movimento do corpo humano é consequência da geração
de força dos músculos que estão inseridos em ossos e são movimentados por articulações,
constituindo as alavancas anatômicas ou bioalavancas.
Um movimento de alavanca ocorre quando os músculos geram tensão e tracionam os
ossos para sustentar ou mover resistências, deste modo acontece a ação da alavanca. É justamente
o que verificamos na movimentação do corpo, os ossos atuam como hastes rígidas, as articulações
são eixos, as cargas resistentes e os músculos aplicam as forças.

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Figura 11 – Sistema de alavancas. Fonte: Liberali (2016).

O sistema de alavancas é constituído por elementos que atuam na execução de


um movimento ou mesmo na manutenção de um estado de equilíbrio. Tais elementos são
denominados por: ponto (A), intitulado de ponto de apoio ou fulcro: no corpo humano este
elemento corresponde às articulações, ao redor das quais giram os segmentos corporais. A
resistência, chamada (R), é o peso a ser vencido ou mantido, ou seja, é representada pela carga a
ser movimentada pela alavanca. E ainda existe o (P), que é a potência ou força motriz, ponto no
qual o músculo se insere para executar a contração e manter o equilíbrio da alavanca. A distância
da potência ou força motriz até o ponto de apoio é denominado por braço da potência.

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Figura 12 – Demonstração de Alavancas. Fonte: Liberali (2016).

3.1.1 Tipos de alavancas

Dependendo da sua função ou movimento executado, as alavancas são divididas em

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três tipos e cada classe tem suas características próprias e vantagens em relação ao equilíbrio,
velocidade e força.

I. Alavancas de primeira classe ou interfixas (alavanca de equilíbrio)


São caracterizadas pelo fato de o apoio estar instalado entre a resistência e a potência.
No corpo humano, tais alavancas podem ser exemplificadas pela movimentação dos músculos
agonistas e antagonistas nas direções opostas em relação a uma articulação.

Figura 13 – Alavanca Interfixa. Fonte: Liberali (2016).

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II. Alavancas de segunda classe ou Inter-Resistentes (alavanca de força)


Neste tipo de alavanca a resistência está localizada entre o fulcro (ponto de apoio) e a
potência, que formam alavancas de força porque o braço de potência é maior que o braço de
resistência; seu benefício é que grandes pesos podem ser movidos por uma pequena força. No
corpo humano são bastante raros os movimentos contemplados por essa alavanca, um desses
poucos ocorre no tornozelo com o músculo flexor plantar e também nos movimentos de flexão
e extensão cervical.

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Figura 14 – Demonstração da Alavanca Inter-Resistente. Fonte: Liberali (2016).

III. Alavancas de terceira classe ou interpotente (alavanca de velocidade)


São caracterizadas pelo fato de a potência estar localizada entre a força resistente e o ponto
fixo de apoio. As alavancas de terceira classe são as mais comuns encontradas no corpo humano,
atuando na realização de muitos movimentos. Tendo como exemplo a flexão do antebraço sobre
o braço, flexão da perna sobre a coxa, bem como a flexão da coxa sobre a pelve. As alavancas
interpotentes foram projetadas para possibilitar um aumento da velocidade ao membro distal do
corpo e mover um pequeno peso a longa distância.

Figura 15 – Demonstração de alavanca interpotente no corpo. Fonte: Liberali (2016).

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3.2. Torque
Também estipulado como momento de força, ocorre quando acontece uma mudança na
velocidade de rotação do corpo. É uma grandeza de força responsável pela mudança de velocidade
de rotação. Sempre que um corpo precisa ser rotacionado é aplicado sobre ele um momento de
força, ou seja, um torque.
Torque é o produto de uma força vezes a distância perpendicular de sua linha de ação
até o eixo do movimento. Tem como característica agir na intensidade da força aplicada que
possibilita o movimento.

TORQUE = FORÇA X DISTÂNCIA T=Fxd

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Figura 16 – Demonstração de torque na articulação do cotovelo. Fonte: Liberali (2016).

3.3. Leis de Newton


As leis de Newton foram criadas por um cientista com inúmeras especialidades nas áreas
da química, física, matemática e mecânica, chamado Isaac Newton. Ele foi capaz de esclarecer o
que ocorre no movimento humano, quais as forças envolvidas e a forma como elas se comportam.
As leis de Newton, as quais levam o seu nome, são as mesmas leis que regem o movimento, sendo:
a Inércia, a Força e a Ação e Reação.

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3.3.1 Primeira lei de Newton: lei da inércia

Esta lei está pautada no estado de repouso ou movimento do corpo. Todo corpo em
repouso tende a permanecer em repouso e todo corpo em movimento tende a permanecer em
movimento. Podemos identificar a inércia, mantenedora dos movimentos cinéticos, juntamente
com a massa, peso (centro de gravidade), pressão, volume (largura, altura e profundidade),
densidade (peso=massa/volume), peso específico (% de gordura), torque (mantendo a força) e
impulso (força x tempo).

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Figura 17 – Demonstração da Lei da Inércia: Primeira lei de Newton. Fonte: Liberali (2016).

3.3.2 Segunda lei de Newton: lei da força

Esta lei ocorre quando uma aceleração de um corpo está diretamente equilibrada com
a força resultante que atua sobre ele. A teoria desta lei nos permite compreender que, se a força
sobre um corpo for maior que zero, isso acarretará uma alteração no estado de movimento
do corpo, efetuando um deslocamento gerado pela força. Ela é expressa por: Força = massa x
comprimento/tempo2.
A lei da força determina que quanto maior for a força, maior será a aceleração do corpo,
e quanto maior for a massa desse corpo, menor será a aceleração.

Figura 18 – Demonstração da Lei da Força: Segunda Lei de Newton. Fonte: Liberali (2016).

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3.3.3 Terceira lei de Newton: ação e reação

Esta lei diz que para toda ação há sempre uma reação com igual módulo e direção, porém,
de sentidos contrários. As forças de ação e reação de um corpo sobre o outro têm o mesmo
padrão, a mesma direção e sentidos diferentes. Esta última lei de Newton analisa o sistema de
trocas de forças entre os corpos: um corpo recebe uma força e vai devolvê-la da mesma forma que
recebeu, porém, em um sentido contrário.

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Figura 19 – Demonstração da Lei de ação e reação: Terceira Lei de Newton. Fonte: Liberali (2016).

4. INTRODUÇÃO À MIOLOGIA, TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

A miologia é a parte da anatomia que estuda os músculos e seus anexos e seu nome
tem origem do grego Mios, que significa contração, e logus, significando estudo. Os músculos
são definidos como uma estrutura anatômica constituída por células (fibras musculares) com
capacidade de contração e relaxamento. Apresentam formas alongadas, curtas e largas, suas fibras
podem ser retas, transversais, ou ainda oblíquas. Possuem funções de suma importância, como a
geração de todos os movimentos, aquecimento corporal, gerando calor, que faz a manutenção da
temperatura corporal e a estabilização das articulações, mantendo a postura ereta em ação com
a estrutura óssea.
Os músculos são preenchimentos para a arquitetura óssea, constituindo uma complexa
rede de fibras, feixes, fáscias, bainhas, bolsas sinoviais e tendões que formam um emaranhado de
estruturas que se entrelaçam entre si e fixam-se nas articulações e ossos, dando origem ao tecido
muscular e ao sistema muscular.
Com relação a classificação dos músculos quanto ao controle do sistema nervoso, eles são
divididos em voluntários e involuntários. Nos músculos voluntários o seu potencial de ação de
contração resulta de um ato de vontade própria, já nos músculos involuntários o seu impulso de
contração não resulta de um ato de vontade própria (sem controle consciente). Quanto aos seus
três tipos de tecido muscular, temos: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.

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O tecido muscular liso que está presente em diversos órgãos internos e movimenta a
parede das vísceras e as paredes dos vasos sanguíneos, apresenta contração involuntária e lenta.
A musculatura estriada cardíaca, que compõe a camada média da parede do miocárdio, tem
forma estriada, estrias transversais ou paralelas, formando as fibras filiformes, apresentando
contrações involuntárias e vigorosas. E a musculatura estriada esquelética, que movimenta os
ossos, articulações e pele, possui contração voluntária, ou seja, sua movimentação é consciente.

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Figura 20 – Demonstração dos tecidos musculares. Fonte: Só Biologia (2008).

Quadro 1 – Características dos três tipos de tecidos musculares. Fonte: Só Biologia (2008).

O tecido muscular é composto basicamente por dois tipos principais de fibras musculares,
estou me referindo às fibras vermelhas, de tipo I ou de contração lenta, e às fibras brancas, de tipo
II ou de contração rápida.

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Ademais, os músculos, durante a ação cinesiológica do movimento, são divididos em


grupos com funções diferentes e agem como em uma força tarefa em que cada grupo realiza sua
função. Diante disso, foram estabelecidos nomes a essas classes musculares, que são os músculos:
agonistas, antagonistas, estabilizadores, neutralizadores e sinergistas.

Figura 21 – Funções musculares: Agonistas, Antagonistas e Estabilizadores. Fonte: Liberali (2016).

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Figura 22 – Funções musculares: Neutralizadores e Sinergistas. Fonte: Liberali (2016).

A ação dos músculos gera forças musculares, as quais são classificadas em alguns tipos de
contrações musculares, que são:

I. Contração Isométrica: promove tensão dentro do músculo, sem interferir no ângulo


e no comprimento articular.
II. Contração Isotônica: promove tensão no músculo na ação de encurtamento e
alongamento. Contração dinâmica.
III. Contração Concêntrica: promove uma tensão no músculo do encurtamento e o
músculo gera força para resistir a ação.
IV. Contração Excêntrica: ocorre quando a tensão muscular é reduzida para controlar a
diminuição da resistência. Trata-se da contração mais sugestiva de lesões, pois há um
momento de desaceleração em que ocorre um afastamento entre origens e inserções
musculares.

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V. Contração Isocinética: promove uma sobrecarga muscular com velocidade. É menos


comum e necessita de aparelho específico.

5. MOVIMENTO ESQUELÉTICO, ELEMENTOS ATIVOS E PASSIVOS

A flexão é um movimento de inclinação em que um segmento ósseo se move em direção


a outro e ocorre uma diminuição no ângulo da articulação no plano sagital em torno de um eixo
medial-lateral. A extensão é o movimento de um segmento ósseo que se distancia do outro osso,
realizando um aumento no ângulo articular. Se a extensão for além da posição anatômica de
referência é então chamada de hiperextensão.
A abdução é o movimento ou posição de um segmento que se afasta da linha média.
Por sua vez, a adução é o movimento ou posição em direção a linha medial do corpo. Ambos
os movimentos ocorrem no plano frontal em torno do eixo anterior-posterior. A articulação
do punho possui termos para alguns movimentos de abdução e adução, na qual a abdução é
chamada de desvio radial por ser um movimento lateral que move o polegar em direção ao
rádio e a adução é chamada de desvio ulnar por ser um movimento lateral que move o quinto

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metacarpo em direção à ulna. O movimento lateral do tronco ou pescoço dentro do plano frontal
é chamado de flexão lateral e não de abdução e adução.
As rotações são movimentos de um segmento ósseo em torno de um eixo longitudinal ou
vertical no plano transverso. A rotação medial ou interna é um giro interno ou em direção à linha
média do corpo; já a rotação lateral ou externa é o giro em direção que se afasta da linha medial
do corpo. A supinação é descrita pela rotação do antebraço para uma posição com as palmas das
mãos para cima, enquanto a pronação é descrita pela rotação do antebraço com as palmas das
mãos para baixo. A eversão e inversão são tipos específicos de movimentos rotacionais no pé.
No movimento, os músculos e articulações são elementos ativos, pois são eles que recebem
estímulos e agem em relação a esse estímulo se contraindo, como também as articulações. Os
elementos passivos são os ossos, pois eles servem de suporte para que o músculo realize a ação
que gera movimento, bem como os tendões, ligamentos e cápsula articular, que agem como
estabilizadores estáticos.

6. ALTERAÇÕES DO CONTROLE MOTOR E LESÕES MUSCULARES

O controle motor de movimento refere-se à regulação dinâmica da postura e do


movimento. A sinergia muscular é um termo utilizado para descrever ativação muscular
coordenada funcional, como a que ocorre durante o movimento funcional quando os músculos
normalmente funcionam em grupo. Geralmente, as respostas ao movimento surgem através
da interação do ambiente externo e atividade executada por um indivíduo, produzindo um
movimento coordenado.
Condições patológicas frequentes podem ocorrer devido a sinergia não atuante,
produzindo movimentos desordenados e trazendo consequências funcionais para o movimento.
Sendo assim, há uma dificuldade de coordenação, equilíbrio, surgem movimentos involuntários,
lesões de nervos, doenças cerebrovasculares (acidente vascular encefálico – AVE) e até mesmo
alterações do tônus muscular.

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Os músculos estão entre as estruturas ortopédicas mais lesionadas do corpo, com início
gradativo ou agudo. Estima-se que 30 a 50% de todas as lesões associadas ao esporte são causadas
por lesões de tecidos moles, que geralmente ocorrem durante atividades excêntricas ou de
desaceleração.
As lesões musculares podem ser causadas por contusões, estiramentos e rupturas. Mais
de 90% de todas as lesões relacionadas ao esporte são contusões ou estiramento. Por sua vez,
as rupturas musculares são as lesões menos frequentes no esporte. A força de tensão exercida
sobre o músculo leva a um excessivo estiramento das miofibrilas e, consequentemente, a uma
laceração próxima à junção tendinosa. Os estiramentos musculares são tipicamente observados
nos músculos superficiais que trabalham cruzando duas articulações, tendo como exemplo os
músculos reto femoral, semitendinoso e gastrocnêmio.
As lesões podem ser classificadas em três modalidades: diretas e indiretas, traumáticas e
não traumáticas e parciais ou totais. As lesões diretas são decorrentes das situações de impacto,
geradas durante as quedas ou traumatismos de contato, e as lesões indiretas ocorrem na ausência
de contato e são observadas em modalidades esportivas que exigem grande potência na realização
dos movimentos. As lesões traumáticas são representadas pelas contusões que ocorrem em
esportes de contato, as rupturas caracterizadas por um estiramento severo e pelo estiramento
muscular, representado pelo alongamento excessivo das fibras musculares. Logo, as lesões não

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 1


traumáticas são as cãibras (contrações musculares involuntárias) e dores musculares tardias
após as atividades físicas. As lesões parciais acometem parte do músculo e as totais abrangem
a totalidade do músculo e acarretam deformidade aparente, causando assimetria e perda da
movimentação ativa.
A classificação das lesões musculares ainda separa as lesões entre leve, moderada e grave
e isso é feito a partir dos aspectos clínicos revelados. Estiramento e contusões leves ou de grau
I representam uma lesão com apenas algumas fibras musculares com pequeno desconforto e
edema, acompanhadas de nenhuma ou mínima redução de força e restrição da amplitude de
movimento. Os estiramentos e contusões moderadas ou de grau II provocam um dano maior ao
músculo, como uma evidente redução de função muscular, e a evolução para a cicatrização dura
em torno de 2 a 3 semanas e, por volta de 1 mês, o paciente pode retornar à atividade física de
forma gradativa e cuidadosa. Por sua vez, uma lesão por toda a sessão transversa do músculo,
com completa perda de função muscular e dor intensa, é definida como estiramento ou contusão
grave, ou lesão de grau III. O seu tempo de cicatrização varia de 4 a 6 semanas e este tipo de lesão
necessita de reabilitação intensa e por períodos longos, de até 3 a 4 meses.

Figura 23 – Classificação das lesões musculares. Fonte: Hollman e Hettinger (2005).


A dor é o sintoma mais comum da maioria das doenças musculoesqueléticas, variando de leve a grave, bem como de
aguda ou de curta duração à crônica ou de longa duração, podendo ser localizada ou generalizada (difusa).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Ao tentar estabelecer a causa da dor, determina-se quantas e quais articulações


estão envolvidas, se a parte central do esqueleto (como a coluna vertebral e
a pelve) estão envolvidas, se a dor articular é grave ou crônica e quais fatores
diminuem ou pioram a dor. Ela sempre acomete músculos, tendões, ligamentos,
ossos e articulações, lembrando que o quadro doloroso pode ser traumático ou
não traumático.

Para mais informações a respeito da cinesiologia, biomecânica, cinética e


cinemática de movimento, associadas ao aspecto físico envolvido no movimento,
fazer a leitura do livro:

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SMITH, L. K.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia clínica de Brunnstrom.
São Paulo: Manole, 1997.

Que tal ir além e compreender aspectos cinesiológicos da marcha?


Para isso, assista ao vídeo: Marcha Normal – Ciclos e Fases da
Marcha, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=Qjj84musSpk.
A importância desse vídeo compreende transitar por assuntos
complementares de movimento e mostrar ao aluno a importância
de uma marcha funcional, após compreender os conceitos básicos da unidade.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É imprescindível tomar conhecimento da construção do movimento a partir do seu


surgimento e de conceitos introdutórios sobre cinesiologia, biomecânica, alavancas, torque,
braço de força e resistência, leis de Newton e composição muscular baseada em tipos de fibras e
lesões construídas por uma sinergia não atuante. Com isso, a primeira unidade contempla uma
visualização teórica aplicada, com o intuito de providenciar visualizações básicas sobre o sistema
musculoesquelético.
Além disso, outro objetivo foi contribuir para estratégias futuras em relação a nossa
disciplina, de modo que a influência do conhecimento proposto caracteriza a compreensão do
movimento humano a partir de agora.
Vamos estudar ossos, articulações, músculos e todos os componentes necessários para
entender o corpo humano em sua totalidade, por meio dos principais movimentos e ações
musculares desenvolvidos, visualizando aspectos funcionais e restritivos, de modo que, como
profissional fisioterapeuta que será no futuro, o acadêmico seja capaz de construir pensamentos

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críticos no tratamento de várias patologias ortopédicas, neurológicas, reumatológicas, geriátricas,
pediátricas e outras.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

02
DISCIPLINA:
CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA

COMPREENSÃO DO MOVIMENTO HUMANO


PROF. ME. GUSTAVO HENRIQUE MARQUES MORENO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................28
1. GONIOMETRIA E SUAS GENERALIDADES.............................................................................................................29
1.1 AMPLITUDE DE MOVIMENTO ............................................................................................................................... 31
1.2 PRINCÍPIOS DA APLICAÇÃO DA GONIOMETRIA................................................................................................. 31
2. PROVAS E FUNÇÕES MUSCULARES.....................................................................................................................32
3. MEMBROS SUPERIORES........................................................................................................................................33
3.1 ÂNGULOS ARTICULARES FUNCIONAIS DO MEMBRO SUPERIOR....................................................................34
3.2 COMPLEXO DO OMBRO........................................................................................................................................34
3.2.1 MOVIMENTO DE FLEXÃO DO OMBRO (0 - 180°).............................................................................................35
3.2.2 MOVIMENTO DE EXTENSÃO DO OMBRO (0 - 45°).........................................................................................35

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3.2.3 MOVIMENTO DE ABDUÇÃO DO OMBRO (0 - 180°) ........................................................................................35
3.2.4 MOVIMENTO DE ADUÇÃO DO OMBRO (0 - 40°) ............................................................................................35
3.2.5 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO MEDIAL DO BRAÇO (0 – 90°) ...........................................................................36
3.2.6 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO LATERAL DO BRAÇO (0 – 90°) ..........................................................................36
3.3 COMPLEXO DO COTOVELO E ANTEBRAÇO ........................................................................................................36
3.3.1 MOVIMENTO DE FLEXÃO E EXTENSÃO DE COTOVELO (0 - 145°) ................................................................37
3.3.2 MOVIMENTO DE PRONAÇÃO DO ANTEBRAÇO (0 - 90°) ..............................................................................37
3.3.3 MOVIMENTO DE SUPINAÇÃO DO ANTEBRAÇO (0 - 90°) .............................................................................37
3.4 ARTICULAÇÃO DO PUNHO E MÃO ......................................................................................................................37
3.4.1 MOVIMENTO DE FLEXÃO DA MÃO (0 - 90°) ....................................................................................................38
3.4.2 MOVIMENTO DE EXTENSÃO DA MÃO (0 - 70°)...............................................................................................38
3.4.3 MOVIMENTO DE ABDUÇÃO DA MÃO OU DESVIO RADIAL (0 - 20°).............................................................38
3.4.4 MOVIMENTO DE ADUÇÃO DA MÃO OU DESVIO ULNAR (0 - 45°) ................................................................38
4. MEMBROS INFERIORES.........................................................................................................................................39
4.1 ÂNGULOS ARTICULARES FUNCIONAIS DOS MEMBROS INFERIORES............................................................39
4.2 QUADRIL.................................................................................................................................................................39
4.2.1 MOVIMENTO DE FLEXÃO DE COXA (0 - 125°) .................................................................................................40
4.2.2 MOVIMENTO DE EXTENSÃO DA COXA (0 - 10°) ............................................................................................40
4.2.3 MOVIMENTO DE ABDUÇÃO DA COXA (0 - 45°)..............................................................................................40
4.2.4 MOVIMENTO DE ADUÇÃO DA COXA (0 - 15°) .................................................................................................40
4.2.5 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO MEDIAL DA COXA (0 - 45°) ............................................................................... 41
4.2.6 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO LATERAL DA COXA (0 - 45°) ............................................................................. 41
4.3 JOELHO................................................................................................................................................................... 41
4.3.1 MOVIMENTO DE FLEXÃO DE JOELHO (0 - 140°) E DE EXTENSÃO DE JOELHO (0 - 10°) ........................... 41
4.4 TORNOZELO E PÉ ..................................................................................................................................................42
4.4.1 MOVIMENTO DE DORSIFLEXÃO OU FLEXÃO DORSAL DO PÉ (0 - 20°) ........................................................42
4.4.2 MOVIMENTO DE PLANTIFLEXÃO OU FLEXÃO PLANTAR DO PÉ (0 - 45°) ..................................................42
4.4.3 MOVIMENTO DE INVERSÃO DO PÉ (0 - 40°) .................................................................................................42
4.4.4 MOVIMENTO DE EVERSÃO DO PÉ (0 - 20°) ...................................................................................................43
5. ESQUELETO AXIAL...................................................................................................................................................43
5.1 ÂNGULOS ARTICULARES FUNCIONAIS DA COLUNA VERTEBRAL ...................................................................43

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5.2 COLUNA VERTEBRAL CERVICAL..........................................................................................................................43
5.2.1 MOVIMENTO DE FLEXÃO DA REGIÃO CERVICAL (0 - 65°) ............................................................................43
5.2.2 MOVIMENTO DE EXTENSÃO DA REGIÃO CERVICAL (0 - 50°) .....................................................................44
5.2.3 MOVIMENTO DE INCLINAÇÃO LATERAL DA REGIÃO CERVICAL (0 - 65°) ..................................................44
5.2.4 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO DA REGIÃO CERVICAL (0 - 65°) ........................................................................44
5.3 COLUNA VERTEBRAL LOMBAR............................................................................................................................44
5.3.1 MOVIMENTO DE FLEXÃO DA REGIÃO LOMBAR (0 - 95°) ..............................................................................44
5.3.2 MOVIMENTO DE EXTENSÃO DA REGIÃO LOMBAR (0 - 35°) ........................................................................45
5.3.3 MOVIMENTO DE FLEXÃO LATERAL DA REGIÃO LOMBAR (0 - 40°) ............................................................45
5.3.4 MOVIMENTO DE ROTAÇÃO DA REGIÃO LOMBAR (0 - 35°) ..........................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................46

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

Nesta unidade, iremos abordar os aspectos gerais do movimento humano. Grande parte
do estudo cinesiológico busca compreender a composição óssea, muscular e articular que fazem
parte dos elementos estáticos e dinâmicos, visando estabilizar e movimentar os componentes
necessários para produção de movimento. Sendo assim, destaca-se a viabilidade de uma análise
específica do esqueleto axial e apendicular que contextualiza abordagens fisioterapêuticas a fim
de estabelecer uma avaliação básica da concepção de movimentos, identificando a complexidade
em proporcionar tratamento adequado aos portadores de patologias associadas ao sistema
musculoesquelético.
Trata-se de um estudo fundamental para as especificidades terapêuticas, inspirando
um olhar crítico voltado para as características gerais da produção de cinesias. Sendo assim, o
objetivo principal para o aluno é fazê-lo estruturar avaliações do sistema motor, a fim de torná-
lo apto a verificar amplitudes de movimento (ADM) e força muscular através dos movimentos
osteocinemáticos produzidos por grupos musculares específicos, capazes de desempenhar

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2


funções fundamentais e fisiológicas dentro do sistema motor.
Neste contexto, a unidade irá fazer um apanhado geral sobre goniometria e força
muscular, a partir das generalidades, princípios goniométricos e de função muscular, através
do conhecimento prévio de membros superiores, inferiores e coluna vertebral. Os principais
componentes ósseos, musculares e articulares que fazem parte de ombro, cotovelo, punho, mãos,
quadril, joelho, tornozelo, pés e coluna vertebral serão explorados além da visão anatômica,
preteridos pela biomecânica e cinemática de movimento.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. GONIOMETRIA E SUAS GENERALIDADES

A goniometria é vinda de duas palavras gregas, são elas: gonia, que tem como significado
ângulo, e metron, que significa medida. Portanto, a goniometria nada mais é que a medida
dos ângulos do corpo humano em toda sua extensão, desde os membros superiores, membros
inferiores e a coluna. Para se fazer a goniometria, utilizamos como instrumento o goniômetro
universal, como destacado na Figura 1.

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Figura 1 – Goniômetro universal. Fonte: Marques (2003).

Os goniômetros, com o decorrer do tempo, foram passando por diversas mudanças, hoje
são encontrados em acrílico, plástico mais leve ou metal (Figura 2), podendo ser digital ou mais
simples, como descrito na Figura 1. Porém, todos seguindo um mesmo princípio, segundo o
qual devem conter braço fixo e braço móvel. O corpo do goniômetro contém as escalas, ou seja,
podem formar um círculo completo nos valores de 0 a 360° ou semicírculo de 0 a 180°.

Figura 2 – Goniômetro metálico. Fonte: Marques (2003).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O goniômetro, no dia a dia dos fisioterapeutas, só tem a agregar no melhor


direcionamento para as condutas a serem tomadas com base na disfunção
apresentada pelo paciente e servir de parâmetro para se fazer a comparação
do primeiro dia de tratamento para o último dia de atendimento. O goniômetro é
um instrumento de fácil manuseio e compreensão, tendo um custo baixo. Além
disso, auxilia na avaliação das articulações em seus planos e eixos de modo a
verificar se há algo limitando ou bloqueando o movimento. O tipo de goniômetro
influencia muito nesse aspecto, pois, para ossos longos e grandes articulações,
o goniômetro com o braço longo garante mais precisão das medidas ao ver o
movimento, e goniômetros pequenos garantem mais precisão para as falanges e
pequenas articulações, como na Figura 3.

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Figura 3 – Goniômetro pequeno para pequenas articulações. Fonte: Marques (2003).

Os valores encontrados na avaliação goniométrica nos fornecem informações como:


• Se há ou não a presença de disfunção de movimento;
• Direcionar para um possível diagnóstico fisioterapêutico apresentado (restrições ou
excesso de movimentos);
• Definir objetivos de tratamento baseados na amplitude restrita ou hipermóvel;
• Acompanhar a evolução do paciente nos aspectos de melhora e recuperação funcional;
• Adaptar o tratamento;
• Orientar a fabricação de órteses;
• Efetuar e direcionar pesquisas que abordem a recuperação das limitações funcionais;

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1.1 Amplitude de Movimento


A amplitude de movimento (ADM) é o modo quantitativo dos movimentos das
articulações. Para que seja feito a medida da ADM, precisa-se que as articulações estejam em
posição anatômica, com exceção apenas dos movimentos de rotações.
A ADM ativa é a quantidade de movimento que a articulação do paciente realiza sem
qualquer ajuda externa. Através dela é possível avaliar a articulação, coordenação motora e a
força muscular da ADM do indivíduo. Se o paciente realizá-la sem dor e sem esforço, é possível
se ter real noção da condição que o paciente apresenta, e o contrário se torna verdadeiro, se ao
realizar a ADM ativa e o paciente não realizar a amplitude toda ou sentir dor, temos um alerta de
que algo ali está diferente ou anormal, servindo, assim, de parâmetro para a avaliação.
Por sua vez, a ADM passiva é realizada pelo terapeuta sem auxílio do paciente e serve para
que se avalie a integridade da cápsula articular, tendões, músculos e das superfícies articulares de
modo mais preciso e exato.

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O que se diz quando há uma diminuição da amplitude de movimento? E quando
há um aumento dos movimentos angulares reproduzidos em uma articulação?
Quando se diz que as angulações de movimento estão funcionais, significa que as
articulações estão íntegras. Por outro lado, quando os movimentos são restritos
ou aumentados, considera-se que esta amplitude e movimento encontram-se
disfuncionais, ou seja, necessitam de intervenção fisioterapêutica. Diante disso,
pense comigo, como nomeamos a diminuição ou aumento da ADM? Deve-se
pensar em termos como hipomobilidade, caracterizado pela diminuição da ADM,
e hipermobilidade, considerada uma ADM excessiva.

1.2 Princípios da Aplicação da Goniometria


Para que seja realizada com mais precisão a goniometria, aconselha-se que o aplicador,
ao localizar a estrutura anatômica testada, faça um ponto com o lápis dermatográfico, sendo
necessário localizar e realizar as medidas das angulações.
Ao realizar a goniometria, é de extrema importância passar as orientações corretas para o
paciente, o modo como tem que ser realizado o movimento e, caso o indivíduo não compreenda
corretamente, faça o movimento de modo que ele observe e reproduza-o.
Quando for feita a palpação do local a ser avaliado e a vestimenta do paciente estiver
cobrindo a região, oriente o paciente a retirar, mas, antes, explique o porquê e o como será a
avaliação. O ideal é que a região a ser avaliada seja descoberta.
Na goniometria, o movimento que a literatura traz como movimento ideal é o movimento
passivo, de modo que o paciente o realize e, nos movimentos finais, o terapeuta o auxilie. Mas,
o movimento ativo também pode ser utilizado, isso variará de acordo com o tipo de avaliação e
limitação observada. Porém, deve ser escolhida apenas a execução passiva ou ativa, seja no início
ou ao final do tratamento imposto.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

É de grande importância que o alinhamento corporal do paciente esteja próximo do


posicionamento anatômico, evitando compensações, para evitar falsos resultados ou medidas
inapropriadas. Após fazer o alinhamento corporal do paciente, oriente-o como deve ser realizado
o movimento até a sua amplitude total. Se precisar, auxilie o paciente.
Quando o indivíduo tem um lado sadio e um lado comprometido, devemos utilizar o bom
como parâmetro e avaliar os dois lados. Quando os dois estão comprometidos, devemos seguir a
tabela de valores funcionais da região avaliada. Ao realizarmos a avaliação devemos sempre ser
precisos e coerentes no posicionamento do paciente, iniciar pelos membros superiores e depois
membros inferiores (se necessário, pois a goniometria deve ser específica das regiões acometidas).
De modo que não haja tanta manipulação do paciente, evitando mudanças de decúbito.

Para compreender melhor a forma de se realizar a goniometria,


segue um vídeo gravado pelo professor e seus estagiários na
compreensão da execução correta da técnica em membros
superiores, inferiores e coluna. Trata-se de uma visualização prática

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da técnica estudada na unidade. Para assistir ao vídeo, acesse o
Aula Prática de Goniometria, que está disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=PWr3RWWT6rU.

2. PROVAS E FUNÇÕES MUSCULARES

Como descrito acima, uma boa avaliação fisioterapêutica, com todos os seus parâmetros,
sendo fidedignos e precisos, propicia um melhor atendimento e avaliação para o paciente. Além da
goniometria, as provas e funções musculares têm grande importância nas respostas relacionadas
à fraqueza ou funcionalidade muscular.

Grau de Força Classificação dos graus de força muscular


0 O músculo não esboça contração, ou seja, sem atividade.
1 O músculo esboça contração, porém não produz movimento.
Contração com movimento sem ação da gravidade ou com ADM incom-
2
pleta contra a gravidade.
O músculo faz a contração com movimento contra a gravidade sem resis-
3
tência e ADM completa.
4 Contração com movimento vencendo resistência leve e ADM completa.
O músculo tem máxima capacidade contrátil, vence maiores resistências
5
em ADM completa.
Quadro 1 – Escala de Força muscular. Fonte: O autor.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Sabendo destes valores, dos movimentos que os músculos realizam em cada articulação
do nosso corpo e os valores normais da ADM, podemos objetivar o tratamento e descrever as
condutas a serem aplicadas de acordo com a necessidade que o paciente apresentou na goniometria
e na prova de função muscular.

Para compreender melhor a forma de se realizar as provas de função


muscular, segue vídeo gravado pelo professor e seus estagiários
na compreensão da execução correta da técnica em membros
superiores, inferiores e coluna. Trata-se de uma visualização prática
da técnica estudada na unidade. O vídeo se intitula Aula Prática de
Provas de Função Muscular e está disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=A_gddyB7MNM.

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3. MEMBROS SUPERIORES

São importantes no desempenho de inúmeras atividades da vida diária e proporcionam


uma variabilidade de funções que tornam o ser humano independente em suas atividades da vida
diária (AVDs). A produção de movimentos funcionais caracteriza um menor gasto energético e
possibilita uma maior harmonia entre os movimentos produzidos pelos músculos e articulações.
Porém, algumas alterações podem ser evidenciadas e prejudicar a qualidade de vida de um
paciente, sendo assim, há características físicas relacionadas aos movimentos funcionais ou
deficitários.
Existem movimentos osteocinemáticos reproduzidos por todo o trajeto proximal
(ombro), intermediário (cotovelo) ou distal (mãos) do membro superior, considerados essenciais
no desempenho de funções, por isso, faz-se necessário o conhecimento de estruturas, movimentos
funcionais, músculos estabilizadores e motores de todo complexo de membros superiores, para
que assim, o profissional possa tomar conhecimento de todas as disfunções apresentadas e traçar
um protocolo de tratamento adequado para seus pacientes.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

3.1 Ângulos Articulares Funcionais do Membro Superior


Articulação Movimento Graus de movimento
Flexão 0 - 180°
Extensão 0 - 45°
Adução 0 – 40°
Ombro
Abdução 0 – 180°
Rotação medial 0- 90°
Rotação lateral 0- 90°
Flexão 0 - 145°
Cotovelo
Extensão 145°- 0
Pronação 0 - 90°
Radioulnar
Supinação 0 - 90°
Flexão 0 - 90°
Extensão 0 - 70°
Punho
Desvio Radial 0 - 20°
Desvio Ulnar 0 - 45°

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Quadro 2 – Angulações fisiológicas para movimentos de membros superiores. Fonte: Marques (2003).

3.2 Complexo do Ombro

É um conjunto das principais articulações de membro superior e a que possui maior


mobilidade no corpo. É composta por ossos, ligamentos e músculos. Os ossos que fazem parte
deste complexo são: úmero, clavícula, escápula e o esterno. Já as articulações são: glenoumeral,
esternoclavicular, acromioclavicular e a escapulo torácica.
Os músculos presentes na estabilização e nos movimentos da escápula são: serrátil
anterior, trapézio, romboide maior e menor, peitoral menor e o levantador da escápula. Já os que
participam do manguito rotador (estabilizadores de ombro) são: supraespinhal, infraespinhal,
redondo menor, subescapular e bíceps braquial, que são os mais importantes. E, por fim, mas
não menos importantes, contribuindo para que sejam feitos os movimentos de flexão, extensão,
rotação interna e externa, abdução e adução, temos os músculos que são famosos por serem os
grandes motores do ombro, que são: deltoide, latíssimo do dorso, redondo maior, peitoral maior
e coracobraquial.
Os músculos citados acima possuem grande importância para o bom funcionamento da
articulação pelos seguintes fatores:
• Permite que aconteça os movimentos globais de membros superiores (flexão, extensão,
rotação interna e externa, abdução e adução);
• Se o fisioterapeuta tem o conhecimento dos movimentos que aquele músculo faz, ele
auxiliará na avaliação e vai traçar a conduta específica;
• Saberá quando estimular ou inibir os músculos agonistas, antagonistas e os sinergistas;
• Através dos músculos fazer corretamente a estabilização passiva e dinâmica do ombro;
• Saber quais dos músculos fará o posicionamento ou que terá que ser fortalecido,
melhorando o desempenho nas práticas de esportes, AVDs, marcha, atividades laborais
e outras.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

3.2.1 Movimento de flexão do ombro (0 - 180°)

A posição do paciente deve ser preferencialmente em sedestação, podendo ser em


decúbito dorsal ou em ortostatismo, mantendo sempre um bom alinhamento corporal. O braço
fixo do goniômetro deve estar ao longo da linha axilar média do tronco, apontando para o
trocanter maior do fêmur. Já o braço móvel deve estar posicionado na superfície lateral do corpo
do úmero voltada para a o epicôndilo lateral. O eixo deve estar posicionado no acrômio, seguido
da colocação correta dos braços do goniômetro. Os músculos importantes para a flexão são:
deltoide anterior, coracobraquial, cabeça longa do bíceps braquial e peitoral maior.

3.2.2 Movimento de extensão do ombro (0 - 45°)

A posição do paciente deve ser preferencialmente em sedestação, podendo ser em


decúbito ventral ou em ortostatismo, mantendo sempre um bom alinhamento corporal. Os
braços do goniômetro movem-se como na atividade da flexão descrita anteriormente. O eixo
deve estar posicionado no eixo látero-lateral da articulação glenoumeral, na região próxima ao
acrômio, seguido da colocação correta dos braços do goniômetro. Os músculos importantes para
o movimento de extensão são: grande dorsal, redondo maior, deltoide posterior, cabeça longa do

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tríceps braquial e peitoral maior (quando o ombro está fletido a 90°).

3.2.3 Movimento de abdução do ombro (0 - 180°)

O movimento de abdução do ombro deve ser realizado fazendo-se a elevação lateral do


braço em relação ao tronco. Neste momento, temos a presença do movimento da escápula a partir
do ângulo de 90°. A posição do paciente pode ser em sedestação ou ortostatismo, mantendo
sempre um bom alinhamento. Caso seja em ortostatismo, o braço fixo do goniômetro deve estar
ao longo da linha axilar posterior do tronco; por sua vez, o braço móvel deve estar posicionado na
superfície posterior do braço, voltado para a região dorsal da mão. O eixo deve estar posicionado
na região próxima ao acrômio, mas não sendo mudado para se posicionar sobre a superfície
anatômica do acrômio, apenas próximo, seguido da colocação correta dos braços do goniômetro.
Os músculos importantes para o movimento de abdução são: deltoide anterior associado com
deltoide posterior, deltoide médio, supraespinhal e bíceps braquial.

3.2.4 Movimento de adução do ombro (0 - 40°)

Muitas literaturas trazem esse movimento como o retorno do movimento de abdução,


porém, segundo alguns autores, ele traz a adução na horizontal na frente do corpo, com a palma
da mão voltada para o chão e com o ombro fazendo um ângulo de 90°. A posição ideal seria
em sedestação e o braço fixo do goniômetro fica paralelo à linha mediana anterior. Já o braço
móvel fica sobre a superfície lateral do úmero. E, por fim, o eixo do goniômetro fica sobre o
eixo anteroposterior da articulação da glenoumeral. É necessário, antes de começar a avaliação,
observar se o ombro está fazendo 90° de flexão. Os músculos importantes na adução são: grande
dorsal, redondo maior, peitoral maior, coracobraquial e cabeça longa do tríceps.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

3.2.5 Movimento de rotação medial do braço (0 – 90°)

No movimento de rotação medial do braço, a posição ideal da avaliação seria o paciente


em decúbito dorsal, com 90° de flexão de ombro, cotovelo também a 90° de flexão, associado a
supinação de antebraço. A palma da mão será paralela ao plano sagital (palma da mão voltada
para o corpo), o úmero será apoiado sobre a maca ou local onde o paciente se encontra deitado
e o cotovelo deve estar para fora desta superfície mantendo-se sem apoio. O braço fixo fica
paralelo ao solo e o braço móvel, após o término do movimento, fica sobre a região posterior do
antebraço, dirigindo-se para o terceiro dedo da mão. E, por fim, o eixo fica localizado na região
anatômica do olécrano. Um aspecto importante é deixar o goniômetro a 90° para, assim, iniciar o
movimento. Os músculos importantes para a rotação medial são: grande dorsal, redondo maior,
peitoral maior, deltoide anterior e subescapular.

3.2.6 Movimento de rotação lateral do braço (0 – 90°)

No movimento de rotação lateral do braço, a posição ideal para avaliação seria o paciente
em decúbito dorsal, com 90° de flexão de ombro, cotovelo também a 90° de flexão, associado a
supinação de antebraço. A palma da mão será paralela ao plano sagital (palma da mão voltada

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 2


para o corpo), o úmero será apoiado sobre a maca ou local onde o paciente se encontra deitado
e o cotovelo deve estar para fora desta superfície, mantendo-se sem apoio. O braço fixo fica
paralelo ao solo e o braço móvel, após o término do movimento, fica sobre a região posterior do
antebraço, dirigindo-se para o terceiro dedo da mão. E, por fim, o eixo fica localizado na região
anatômica do olécrano. Um aspecto importante é deixar o goniômetro a 90° para, assim, iniciar o
movimento. Os músculos importantes na rotação lateral são: deltoide posterior, redondo menor,
infra espinhal.

3.3 Complexo do Cotovelo e Antebraço


A articulação do cotovelo participa do complexo de articulações do membro superior,
que possui uma extrema importância, seja para realizar as atividades de vida diária, atividade
física, laboral, dentre outros. Como no ombro, o cotovelo possui suas particularidades, contendo
ossos, músculos e articulações principais.
Os ossos que compõem o cotovelo são: o úmero, o rádio e a ulna. E as articulações presentes
são: umeroulnar e umerorradial (pertencem ao plano sagital) – responsáveis pelo movimento de
flexão e extensão, formam o cotovelo, que é um tipo de articulação gínglimo/dobradiça, como o
termo mais utilizado. Já a articulação radioulnar proximal pertence ao plano transverso, faz os
movimentos de pronação e supinação e o tipo de articulação é a pivô trocoide.
Os músculos flexores de cotovelo são: braquial, bíceps braquial, braquiorradial e pronador
redondo (sinergista). Já os extensores de cotovelo são: ancôneo e tríceps braquial. E os supinadores
do antebraço são: supinador, bíceps braquial (sinergista) e o braquiorradial (sinergista). E, por
fim, os pronadores do antebraço são: pronador redondo e pronador quadrado. Todos os músculos
atuam de acordo com sua função para que assim ocorra o movimento.

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3.3.1 Movimento de flexão e extensão de cotovelo (0 - 145°)

Sabendo-se que o movimento de flexão vai de 0 - 145° e que a extensão nada mais é
que o retorno do movimento de flexão, o valor do movimento de extensão é 145° - 0°. Nestes
movimentos, a mão ficará na posição anatômica. A posição ideal para a avaliação é em sedestação,
mas podendo ser em ortostatismo e em decúbito dorsal, respeitando sempre a posição e
alinhamento anatômicos. O braço fixo do goniômetro ficará localizado na superfície lateral do
úmero, voltado para o acrômio e o braço móvel ficará na região lateral do rádio, apontado para
o seu processo estiloide. O eixo, por sua vez, ficará aproximadamente na região anatômica do
epicôndilo lateral do úmero.

3.3.2 Movimento de pronação do antebraço (0 - 90°)

No movimento de pronação do antebraço, a posição ideal para a avaliação é em


sedestação, mas podendo ser em ortostatismo e em decúbito dorsal, respeitando sempre a
posição e alinhamento anatômicos. O cotovelo deve estar em 90° fletido, os braços junto ao corpo
e o antebraço em posição neutra entre os movimentos de pronação e supinação. O braço fixo
do goniômetro ficará localizado na superfície dorsal das regiões metacarpais, paralelo ao eixo

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longitudinal do úmero, e o braço móvel ficará paralelo ao polegar, acompanhando o movimento.
O eixo, por sua vez, ficará na região anatômica metacarpofalangeana do dedo médio.

3.3.3 Movimento de supinação do antebraço (0 - 90°)

No movimento de supinação do antebraço, a posição ideal para a avaliação é em


sedestação, mas pode ser em ortostatismo e em decúbito dorsal, lembrando sempre de respeitar
a posição e alinhamento anatômico. O cotovelo deve estar em 90° fletido, os braços junto ao
corpo e o antebraço em posição neutra entre os movimentos de pronação e supinação. O braço
fixo do goniômetro ficará localizado na superfície dorsal das regiões metacarpais, paralelo ao
eixo longitudinal do úmero, e o braço móvel ficará paralelo ao polegar (também é utilizado um
lápis, solicitando ao paciente que segure para melhor precisão na medida), acompanhando o
movimento de supinação. O eixo ficará na região anatômica metacarpofalangeana do dedo médio.

3.4 Articulação do Punho e Mão


Tanto o punho quanto a mão possuem grande importância, semelhante ao cotovelo e ao
ombro, possuindo seus músculos, ossos e articulações, permitindo que o movimento e as funções
se mantenham íntegras. Contudo, é considerada uma parte do corpo mais versátil, fazendo
movimentos de pinça fina (polegar associado ao indicador) e manipulações amplas e fortes (dedo
médio associado ao anelar e dedo mínimo), considerado órgão preênsil, tendo grande impacto
no desempenho tátil, verbal e funcional.
Os ossos presentes no punho são: rádio (porção distal), ulna (porção distal) e os ossos do
carpo. Os ossos que constituem a mão são os metacarpos e as falanges. As articulações do punho
são: articulação radiocarpal e mediocarpal. A articulação da mão é a articulação carpometacarpal
e, por fim, a articulação dos dedos são as articulações metacarpofalângicas e a interfalângicas.

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A musculatura que compõe o punho e a mão são: o flexor radial do carpo, flexor ulnar
e o palmar longo fazem a flexão de punho e mão; e o extensor radial longo e curto do carpo e
o extensor ulnar do carpo fazem a extensão de punho e mão; além do flexor radial do carpo, o
abdutor e o extensor longo polegar, o extensor radial longo do carpo, o extensor radial curto do
carpo e o extensor curto do polegar, que fazem os movimentos de abdução do punho e da mão, e
flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo, que fazem a adução do punho e da mão.

3.4.1 Movimento de flexão da mão (0 - 90°)

No movimento de flexão da mão, o paciente poderá ficar em ortostatismo ou em


sedestação, mantendo a pronação do antebraço e cotovelo fletido a 90°. Neste movimento, os
dedos ficarão estendidos. O braço fixo do goniômetro ficará sobre a face medial da ulna e o braço
móvel do goniômetro ficará sobre a superfície medial do quinto metacarpo. E, por fim, o eixo
ficará sobre a região da superfície medial do punho.

3.4.2 Movimento de Extensão da mão (0 - 70°)

No movimento de extensão da mão, o paciente poderá ficar em ortostatismo ou em

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sedestação, mantendo a pronação do antebraço e cotovelo fletido a 90°. Neste movimento, os
dedos ficarão estendidos. O braço fixo do goniômetro ficará sobre a face medial da ulna e o braço
móvel do goniômetro ficará sobre a superfície medial do quinto metacarpo. E, por fim, o eixo
ficará sobre a região da superfície medial do punho.

3.4.3 Movimento de abdução da mão ou desvio radial (0 - 20°)

No movimento de abdução da mão, o paciente poderá ficar em ortostatismo ou em


sedestação, mantendo a posição anatômica da mão e o goniômetro ficará sobre o dorso da mão.
O braço pode ficar em pronação ou em posição neutra. O braço fixo do goniômetro ficará sobre
a região posterior do antebraço, com seu direcionamento para o epicôndilo lateral do úmero, e o
braço móvel do goniômetro ficará sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpo. E, por fim, o
eixo ficará sobre a região da articulação radiocarpal.

3.4.4 Movimento de adução da mão ou desvio ulnar (0 - 45°)

No movimento de adução da mão, o paciente poderá ficar em ortostatismo ou em


sedestação, mantendo a posição anatômica da mão e o goniômetro ficará sobre o dorso da mão.
O braço pode ficar em pronação ou em posição neutra. O braço fixo do goniômetro ficará sobre
a região posterior do antebraço, com seu direcionamento para o epicôndilo lateral do úmero, e o
braço móvel do goniômetro ficará sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpo. E, por fim, o
eixo ficará sobre a região da articulação radiocarpal.

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4. MEMBROS INFERIORES

Assim como a região do ombro, a região da pelve e quadril tem sua estrutura e função
completamente interligadas e formam a parte proximal dos membros inferiores. Além disso,
oferece uma grande produção de energia em cadeia cinética fechada através dos ossos pélvicos
interligados que formam a sínfise púbica anteriormente. Posteriormente, o sacro e a última vértebra
lombar formam a articulação sacrococcígea. Diante disso, é oferecida ao corpo uma estabilidade
associada à uma mobilidade efetiva para desempenhar grandes funções de deambulação.
O quadril proximal é responsável por transmitir forças entre o tronco e o solo, funcionando
como um dos principais agentes do sistema locomotor, contrabalanceando 85% do peso corporal
a cada passo. O joelho é a articulação intermediária do membro inferior, capaz de suportar o
peso corporal na posição totalmente ereta sem contração e gasto energético da musculatura
circundante, proporcionando grandes amplitudes de movimento e estabilidade. Por sua vez, o
tornozelo e pé são estruturas distais do membro inferior, capazes de absorver impactos contra o
solo e propiciar energia propulsora para caminhada, oferecendo suporte, equilíbrio e desempenho
de funções capazes de estimular grande independência funcional ao indivíduo.

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4.1 Ângulos Articulares Funcionais dos Membros Inferiores

Articulação Movimento Graus


Flexão 0 – 125 °
Extensão 0 – 10°
Adução 0 – 15°
Quadril
Abdução 0 – 45°
Rotação Medial (Interna) 0 – 45°
Rotação Lateral (Externa) 0 – 45°
Joelho Flexão 0 – 140°
Flexão dorsal 0 – 20°
Flexão plantar 0 – 45°
Tornozelo
Abdução 0 – 20°
Adução 0 – 40°
Quadro 3 – Angulações fisiológicas dos movimentos de membros superiores. Fonte: O autor.

4.2 Quadril
Também considerada uma articulação importante em nosso corpo, é responsável por
interligar o tronco ao membro inferior. O quadril é constituído pelos ossos acetábulo e fêmur, e
a articulação presente é a articulação acetábulo femoral. Todas elas possuem funções conjuntas
para atuar no movimento do fêmur sobre a pelve, estabilizar o membro inferior, permitir a
deambulação e a movimentação, a prática de esportes, AVDs, além de manter o equilíbrio e atuar
na nossa propriocepção.

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4.2.1 Movimento de flexão de coxa (0 - 125°)

Executada na porção lateral da coxa, sobreposta na articulação do quadril com o joelho


fletido. O posicionamento do indivíduo deve ser em decúbito dorsal. O braço fixo do goniômetro
será sobreposto na linha média axilar do tronco e o braço móvel paralelo e sobreposto a face
lateral da coxa em direção ao côndilo lateral do fêmur. O eixo irá se localizar no nível do trocanter
maior do fêmur. É possível ter dificuldade para realização, dependendo diretamente do volume
dos músculos da coxa e quadril. O músculo responsável pela flexão de quadril é o quadríceps e
o iliopsoas.

4.2.2 Movimento de extensão da coxa (0 - 10°)


O indivíduo deve ficar em decúbito ventral ou, de forma variável, em decúbito lateral.
O braço fixo do goniômetro fica sobreposto na linha axilar média do tronco e o braço móvel
sobreposto a face lateral da coxa, em direção ao côndilo lateral do fêmur. O eixo fica fixo à nível
de trocanter maior do fêmur. É necessário observar se o indivíduo mantém as espinhas ilíacas
ântero-superiores apoiadas no leito, garantindo o não movimento da coluna lombar. O músculo
responsável pela extensão de quadril é o glúteo máximo.

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4.2.3 Movimento de abdução da coxa (0 - 45°)
O indivíduo deve estar em decúbito dorsal, com observação referente ao alinhamento
corporal e a medição, que deve ser feita na região anterior da coxa (articulação da coxa). O
braço fixo do goniômetro fica sobreposto sobre a linha traçada entre as espinhas ilíacas ântero-
superiores ou nivelado com as espinhas ilíacas ântero-superiores, e o braço móvel fica sobreposto
na face anterior da coxa, ao longo da diáfise do fêmur. O eixo fixo anteroposterior à articulação do
quadril deve estar em nível do trocanter maior. Deve-se evitar que os membros inferiores adotem
posicionamento em rotação medial e/ou lateral, sendo fundamental manter a simetria do braço
fixo, mesmo havendo necessidades de deslocamento (pouco abaixo das espinhas ilíacas), para
que o braço móvel conformize com o eixo da diáfise do fêmur. Os músculos responsáveis são o
tensor da fáscia lata, glúteo médio e sartório.

4.2.4 Movimento de adução da coxa (0 - 15°)


O indivíduo deve estar em decúbito dorsal, a medida é feita na porção anterior da coxa,
sobreposta a articulação do quadril. O membro contralateral a ser medido afasta-se em abdução
para permitir a adução do membro que será medido. O braço fixo do goniômetro é sobreposto
sobre a linha traçada entre as espinhas ilíacas ântero-superiores ou nivelado às espinhas ilíacas
ântero-superiores e o braço móvel sobreposto na face anterior da coxa, ao longo da diáfise do
fêmur. O eixo fixo anteroposterior da articulação do quadril deve estar em nível de trocanter
maior do fêmur. É necessário salientar que a pelve terá um deslocamento, impedindo a colocação
correta do goniômetro e, ainda, que o corpo pode dar a direção correta do movimento e o quadril
tenderá a rotação lateral na abdução e rotação medial na adução, sendo orientado evitar ambas.
Os músculos responsáveis são o glúteo máximo, fibras inferiores, pectíneo, adutor magno, adutor
longo, adutor curto e grácil.

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4.2.5 Movimento de rotação medial da coxa (0 - 45°)

O indivíduo deve estar em sedestação, com joelho e quadril fletidos a 90°, em posição
neutra, tendo uma variação em decúbito dorsal, com joelho e quadril fletidos a 90°. O braço fixo
do goniômetro é sobreposto paralelo e sobre a linha média anterior da tíbia, o eixo fixo sobreposto
ao centro do joelho (face anterior da patela). O braço fixo deve se manter perpendicular ao
chão e o braço móvel sobreposto ao longo da tuberosidade da tíbia anteriormente. Os músculos
responsáveis são o tensor da fáscia lata, glúteo médio e mínimo.

4.2.6 Movimento de rotação lateral da coxa (0 - 45°)

O indivíduo deve estar em sedestação, com joelho e quadril fletidos a 90°, em posição
neutra, tendo uma variação em decúbito dorsal, com joelho e quadril fletidos a 90°. O braço fixo
do goniômetro é sobreposto perpendicular à margem anterior da tíbia e o braço móvel é colocado
sobre a margem anterior da tíbia. O eixo fixo fica sobre a linha articular do joelho (face anterior
da patela). Os músculos responsáveis são o piriforme, quadrado femoral, obturador interno,
obturador externo e gêmero.

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4.3 Joelho
O joelho é uma articulação intermediária, fica entre o quadril e o pé e apresenta apenas 1
grau de liberdade que seria a flexão e a extensão, porém, de forma mais acessória, apresenta um 2º
grau que seria as rotações, mas isso acontece apenas se o joelho estiver fletido. Ele é constituído pelo
fêmur, patela, tíbia e fíbula. Suas articulações presentes são: articulação femorotibial e articulação
femoro patelar. As funções do joelho são relacionadas a capacidade de suportar o peso corporal
na posição ereta sem contração muscular (atuando, assim, como bloqueio ósseo mecânico), atuar
em movimentos importantes, como abaixar e levantar o peso corporal, bem como acocorar ou
subir, além de possuir a capacidade de suportar grandes forças (de 4-6 vezes o peso corporal) e
trazer um aspecto importante para o corpo, como grandes amplitudes e estabilidades.

4.3.1 Movimento de flexão de joelho (0 - 140°) e de extensão de joelho (0 - 10°)

O indivíduo deve estar em decúbito dorsal, com joelho e quadril fletidos (tendo variação
em sedestação, em uma maca, com a coxa apoiada e o joelho fletido). O braço fixo do goniômetro
é sobreposto na face lateral do fêmur, em direção ao trocanter maior e o braço móvel paralelo
à face lateral da fíbula, em direção ao maléolo lateral. O eixo deve estar fixo sobre a linha
articular da articulação do joelho. Os músculos atuantes na flexão de joelho seriam: isquiotibiais,
semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral.
O movimento de extensão seria o retorno do movimento, os músculos que atuam seriam:
quadríceps femoral (formados pelos músculos vasto medial, vasto lateral, vasto intermédio e reto
femoral).

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4.4 Tornozelo e Pé
Os ossos que fazem parte do tornozelo são a tíbia, a fíbula e o tálus. Já os do pé são
o tálus, o calcâneo, o cuboide, o cuneiforme intermédio e lateral, os metatarsos e os falanges.
As articulações presentes são: articulação talofibular, talotibial e tibiofibular. As funções do
pé e do tornozelo têm grande importância e impacto em nosso corpo, pois eles permitem que
deambulamos, absorvem os impactos com o solo, liberam energia propulsora na caminhada e na
corrida e servem como base de suporte.
Seu complexo articular compreende o eixo látero lateral (abdução e adução), o eixo
longitudinal (inversão e eversão) e o eixo anteroposterior (dorsiflexão e flexão plantar). São
divididos em retropé (tálus, calcâneo e articulação subtalar), mediopé (ossos do tarso, articulação
tarso transversa e articulações intertársicas distais) e antepé (metatarsos e falanges).
Além disso, há uma funcionalidade gerada através da formação dos arcos plantares
de acordo com os pontos de apoio dos pés, importantes para a distribuição de peso da forma
adequada. Um pé considerado normal apresenta um arco plantar medial, lateral e transversal
que corresponde a movimentos corretos e funcionais. Quando há um desabamento desses arcos,
consideramos um pé plano (pronado), e, quando há uma curvatura excessiva dos arcos, dizemos
que o pé se torna cavo (supinado).

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4.4.1 Movimento de dorsiflexão ou flexão dorsal do pé (0 - 20°)

O indivíduo deve estar em sedestação ou decúbito (ventral ou dorsal), porém, com os


joelhos fletidos (25° à 30°) e em posição anatômica do pé (adotada na posição ereta). A realização
das medidas é promovida na superfície lateral da articulação. O braço fixo do goniômetro é
colocado paralelo à face lateral da fíbula e o braço móvel é sobreposto à porção lateral do quinto
metatarso. O eixo fixo fica na articulação do tornozelo, junto ao maléolo lateral. O principal
músculo dorsiflexor é o tibial anterior.

4.4.2 Movimento de plantiflexão ou flexão plantar do pé (0 - 45°)

O indivíduo deve estar em sedestação ou decúbito (ventral ou dorsal), com os joelhos


fletidos (25° à 30°), diminuindo, assim, a ação da coxa, e o pé deve estar em posição anatômica. O
braço fixo do goniômetro é colocado paralelo à face lateral da fíbula, o braço móvel é sobreposto
à superfície lateral do quinto metatarso e o eixo fixo sobre a articulação do tornozelo, junto ao
maléolo lateral. Os principais músculos plantiflexores são sóleo e gastrocnêmio (panturrilha).

4.4.3 Movimento de inversão do pé (0 - 40°)

O indivíduo deve estar em sedestação, com o joelho fletido a 90° e o pé em flexão plantar
(observar para que ele não realize a rotação do joelho ou quadril no momento de realizar a
inversão). O braço fixo do goniômetro é alinhado e paralelo sobre a margem anterior da tíbia,
o braço móvel sobre a superfície dorsal do segundo metatarso e o eixo fixo próximo, à nível da
articulação tibiotársica.

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4.4.4 Movimento de eversão do pé (0 - 20°)

O indivíduo deve estar em sedestação, com o joelho fletido a 90° e o pé em flexão plantar
(observar para que ele não realize rotação do joelho ou quadril no momento de realizar a eversão).
O braço fixo do goniômetro deve estar sobre a margem anterior da tíbia, o braço móvel sobreposto
à superfície dorsal do terceiro metatarso e o eixo fixo próximo, à nível da articulação tibiotársica.

5. ESQUELETO AXIAL
Participam do esqueleto axial a cabeça, a coluna vertebral, o esterno e as costelas e atuam
como intermediadores na transferência e absorção de forças entre os membros superiores e
inferiores. Os ossos da coluna são as vértebras da cervical (C1 à C7), torácica (T1 a T12), lombar
(L1 à L5) e sacral (4 fundidas). A função da coluna é manter o corpo ereto, dar estabilidade para
a cabeça e proteger a medula espinhal.

5.1 Ângulos Articulares Funcionais da Coluna Vertebral

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COLUNA VERTEBRAL COLUNA VERTEBRAL
MOVIMENTO
CERVICAL LOMBAR
FLEXÃO 0 – 65° 0 – 95°
EXTENSÃO 0 – 50° 0 – 35°
FLEXÃO LATERAL 0 – 40° 0 – 40°
ROTAÇÃO 0 – 55° 0 – 35°
Quadro 4 – Amplitude de movimento normal da coluna. Fonte: O autor.

5.2 Coluna Vertebral Cervical


Oferece a possibilidade de sustentação do crânio e consiste em uma das subdivisões da
coluna vertebral que, por sua vez, integra o sistema esquelético do corpo humano e desempenha
um papel crucial para que todos os membros do corpo se movimentem de forma adequada.
Composição da coluna cervical: c1, c2, c3, c4 c5, c6 e c7.

5.2.1 Movimento de flexão da região cervical (0 - 65°)

No movimento de flexão da região cervical, a posição ideal do paciente seria em


sedestação, com a coluna alinhada, de costas para o fisioterapeuta. O braço fixo do goniômetro
ficaria na posição a nível do acrômio perpendicular ao solo, paralelo ao plano transverso da
sétima vértebra cervical, e o braço móvel do goniômetro na região voltada para o lóbulo da orelha,
medindo sempre após finalizar o movimento. Os músculos importantes para a flexão cervical são
o escaleno anterior direito e esquerdo.

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5.2.2 Movimento de extensão da região cervical (0 - 50°)

No movimento de extensão da região cervical, a posição ideal do paciente seria em


sedestação, com a coluna alinhada, de costas para o fisioterapeuta. O braço fixo do goniômetro
ficaria na posição a nível do acrômio perpendicular ao solo, paralelo ao plano transverso da
sétima vértebra cervical, e o braço móvel do goniômetro na região voltada para o lóbulo da
orelha, medindo sempre após finalizar o movimento. Os músculos importantes para a extensão
cervical são: o trapézio, fibras superiores, esplênio da cabeça, esplênio do pescoço e semiespinhal
da região da cabeça.

5.2.3 Movimento de inclinação lateral da região cervical (0 - 65°)

No movimento de flexão lateral da região cervical, a posição ideal do paciente seria em


sedestação, com a coluna alinhada, de costas para o fisioterapeuta. O braço fixo do goniômetro
ficaria na posição paralela ao solo e o braço móvel do goniômetro na região da linha média da
coluna cervical, voltada para a protuberância occipital externa, medindo sempre após finalizar o
movimento. O músculo que atua na inclinação lateral da cervical é o esternocleidomastoideo do
lado do movimento.

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5.2.4 Movimento de rotação da região cervical (0 - 65°)

No movimento de rotação da região cervical, a posição ideal do paciente seria em


sedestação, com a cabeça e o pescoço em posição anatômica, fazendo a rotação para o lado a
ser avaliado. O braço fixo do goniômetro ficaria na posição central da cabeça, na sutura sagital,
e o braço móvel do goniômetro na região da sutura sagital, medindo sempre após finalizar o
movimento. O eixo ficaria localizado no centro da cabeça. Os músculos atuantes na rotação da
região cervical são: o esternocleidomastoideo do lado oposto ao movimento e os escalenos e
esplênios do lado do movimento.

5.3 Coluna Vertebral Lombar


Formada pelas vértebras L1, L2, L3, L4 e L5, que se conectam com as vértebras sacrais,
oferecendo grande estabilidade e mobilidade de tronco em flexão, extensão, inclinação e rotação.
Através da associação dos movimentos gerados e musculaturas presentes, o objetivo da coluna
lombar vai além da estabilidade e mobilidade. Ela também oferece um suporte posterior para a
ligação com os membros inferiores, a fim de desempenhar papéis importantes na funcionalidade
da marcha de um indivíduo. Além disso, quando apresenta algum desequilíbrio, sofre com
patologias específicas, como lombalgia, hérnia de disco e até mesmo processos degenerativos
ósseos.

5.3.1 Movimento de flexão da região lombar (0 - 95°)

No movimento de flexão da região lombar, a posição ideal do paciente seria em


ortostatismo, com os pés juntos. O braço fixo do goniômetro ficaria na posição perpendicular
ao solo, no nível da crista ilíaca, e o braço móvel do goniômetro na região da linha axilar média
do tronco, medindo sempre após finalizar o movimento. E, por fim, o eixo ficaria localizado
na espinha ilíaca anterossuperior. O músculo importante para a flexão da lombar é o quadrado
lombar.

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5.3.2 Movimento de extensão da região lombar (0 - 35°)

No movimento de extensão da região lombar, a posição ideal do paciente seria em


ortostatismo, com os pés juntos. O braço fixo do goniômetro ficaria na posição em direção ao
côndilo lateral do fêmur e o braço móvel do goniômetro na região da linha axilar média do tronco,
medindo sempre após finalizar o movimento. E, por fim, o eixo ficaria localizado na espinha ilíaca
anterossuperior. Os músculos que fazem a extensão da região lombar são os eretores da espinha
(o iliocostal torácico, o longuíssimo dorsal, o espinhal torácico e o iliocostal lombar).

5.3.3 Movimento de flexão lateral da região lombar (0 - 40°)

No movimento de flexão lateral da região lombar, a posição ideal do paciente seria em


ortostatismo, com os pés juntos, e de costas para o fisioterapeuta. O braço fixo do goniômetro
ficaria posicionado a nível das espinhas ilíacas póstero-superiores e o braço móvel do goniômetro
na região dirigida para o processo espinhoso da sétima vértebra cervical, medindo sempre após
finalizar o movimento. E, por fim, o eixo ficaria localizado entre as espinhas ilíacas póstero-
superiores, sobre a crista sacral mediana. Os músculos importantes para a flexão lateral são o
oblíquo externo e interno.

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5.3.4 Movimento de rotação da região lombar (0 - 35°)

No movimento de rotação da região lombar, a posição ideal do paciente seria em


sedestação, com a pelve fixa e fazendo a rotação para o lado que será avaliado. O braço fixo do
goniômetro ficaria posicionado no centro da cabeça, voltado para o acrômio, e o braço móvel do
goniômetro localizado na região central da cabeça, acompanhando o movimento em direção ao
acrômio. E, por fim, o eixo ficaria localizado no centro da cabeça. Uma observação importante
é que apenas o tronco seja rodado, mantendo fixa a cabeça e a pelve. Os principais músculos
atuantes neste movimento seriam os rotadores lombares.

Para aperfeiçoamento das técnicas goniométricas, leia:


MARQUES, A. P. Manual de Goniometria. 2. ed. São Paulo: Manole, 2003.
E para compreender melhor as provas de função muscular, leia:
KENDALL, F. P. Músculos, provas e funções. 4. ed. São Paulo: Manole, 1995.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da grande importância na compreensão do movimento humano, esta unidade


permitiu conceitos relevantes quanto à goniometria, ações musculares e análise dos componentes
musculoesqueléticos de todo o corpo. Este estudo é extremamente importante, pois permite ao
aluno considerar aspectos anatômicos, cinesiológicos e até mesmo fisioterapêuticos para visualizar
o movimento humano como essencial no tratamento referente ao sistema motor de um paciente.
Sendo assim, por meio do estudo da amplitude de movimento, funções musculares
específicas e mapeamento osteomioarticular, finaliza-se o conceito de cinesiologia, que busca
estudar o movimento humano em sua totalidade, para que assim construa-se um pensamento
crítico apurado, visando aprofundar o conteúdo e demonstrar variáveis essenciais para avaliação
do comportamento do corpo do indivíduo quanto à execução de cinesias.
Neste momento, vale ressaltar a importância da associação anatômica e cinesiológica,
para que o aluno tenha visões intrínsecas e extrínsecas dos componentes ativos e passivos que
resultam na especificidade da movimentação humana. Além disso, as noções obtidas nesta

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unidade devem instigar o aluno na busca por conhecimento, tornando essencial a busca por
literaturas gráficas e teóricas para o aperfeiçoamento do conhecimento.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

03
DISCIPLINA:
CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS À CINESIOTERAPIA


E EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS
PROF. ME. GUSTAVO HENRIQUE MARQUES MORENO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................50
1. POSICIONAMENTO E TRANSFERÊNCIA NO LEITO ............................................................................................. 51
1.1 POSICIONAMENTOS .............................................................................................................................................. 51
1.2 TRANSFERÊNCIAS ................................................................................................................................................54
2. MOBILIZAÇÃO ARTICULAR ....................................................................................................................................55
3. ALONGAMENTOS MUSCULARES...........................................................................................................................57
3.1 BASE NEUROFISIOLÓGICA DE INIBIÇÃO AUTOGÊNICA .......................................................................................58
3.2 BASE NEUROFISIOLÓGICA DE INIBIÇÃO RECÍPROCA .....................................................................................59
4. TREINO DE FORÇA E RESISTÊNCIA À FADIGA..................................................................................................... 61
4.1 EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS..................................................................................................................................63

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4.2 EXERCÍCIOS RESISTIDOS PROGRESSIVOS........................................................................................................63
4.3 EXERCÍCIOS ISOCINÉTICOS ................................................................................................................................63
4.4 EXERCÍCIOS PLIOMÉTRICOS ..............................................................................................................................63
4.5 EXERCÍCIOS DE CADEIA ABERTA E FECHADA ..................................................................................................64
5. CADEIAS DE MOVIMENTOS: ABERTA E FECHADA...............................................................................................65
6. MECANOTERAPIA....................................................................................................................................................66
6.1 BICICLETA ERGOMÉTRICA ..................................................................................................................................66
6.2 ESTEIRA..................................................................................................................................................................66
6.3 MESA DE QUADRÍCEPS OU MESA DE BONET ...................................................................................................66
6.4 EXERCITADOR DE TORNOZELO ...........................................................................................................................66
6.5 ESCADA E RAMPA PROGRESSIVA ......................................................................................................................66
6.6 TÁBUA DE ALONGAMENTO DE TRÍCEPS SURAL...............................................................................................67
6.7 BARRAS PARALELAS ............................................................................................................................................67
6.8 PLATAFORMA DE INVERSÃO E EVERSÃO ..........................................................................................................67
6.9 RODA DE OMBRO OU RODA NÁUTICA................................................................................................................67
6.10 ESCADA DE DEDOS OU ESCALA DIGITAL...........................................................................................................67
6.11 ROLO DE PUNHO...................................................................................................................................................67
6.12 POLIAS ..................................................................................................................................................................67
6.13 BASTÃO..................................................................................................................................................................68
6.14 TRAÇÃO CERVICAL MECÂNICA OU PNEUMÁTICA ..........................................................................................68
6.15 HALTERES..............................................................................................................................................................68
6.16 TORNOZELEIRAS .................................................................................................................................................68
6.17 THERA-BAND E THERA-TUBING ........................................................................................................................68
6.18 DIGIFLEX ...............................................................................................................................................................68
6.19 ESCALA DE LING (ESPALDAR)............................................................................................................................69
6.20 BOLA SUÍÇA ........................................................................................................................................................69
6.21 PRANCHA ORTOSTÁTICA ...................................................................................................................................69
6.22 DISCO (BOLHA) OU TÁBUA PROPRIOCEPTIVA................................................................................................69
6.23 BOSU ....................................................................................................................................................................69
6.24 PRANCHA DE EQUILÍBRIO ................................................................................................................................69
6.25 PRANCHA DE EQUILÍBRIO (BALANCIM)..........................................................................................................70

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6.26 ROLO, CUNHA E SEMI LUA.................................................................................................................................70
6.27 TABLADO E MACA ...............................................................................................................................................70
6.28 STEP E JUMP .....................................................................................................................................................70
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................74

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

Vimos até a unidade anterior aspectos cinesiológicos importantes que permitem ao aluno
conhecer, através do conjunto musculoesquelético, os movimentos angulares, as funções e grupos
musculares do corpo humano. Transitamos por conceitos, históricos, funcionamento e atividade
muscular que instigam o aluno a ter uma visão macroscópica sobre a funcionalidade e o papel do
corpo humano em seu desempenho de funções importantes, referentes aos membros superiores,
inferiores e a coluna.
Nesta unidade, após compreender o movimento humano e ter noções de avaliação do
sistema motor, no que se refere a amplitude de movimento e força muscular, iremos abordar a
cinesioterapia, que busca através de técnicas e metodologias variadas, proporcionar o conhecimento
de uma série de tratamentos fisioterápicos adequados, a fim de melhorar a qualidade de vida do
paciente, seu desempenho cinético funcional a partir de alterações evidenciadas em elementos
ativos ou passivos dos segmentos corporais.
A cinesioterapia é um conjunto de exercícios terapêuticos que ajudam na reabilitação de

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3


diversas situações, fortalecendo e alongando os músculos, e podem servir para otimizar o estado
de saúde geral e prevenir alterações motoras. Podem ser abordadas em patologias neurológicas,
pediátricas, geriátricas, reumáticas e ortopédicas.
Sendo assim, serão abordadas técnicas de posicionamentos e transferências de pacientes
no leito, mobilizações articulares que melhoram a integridade articular, alongamento muscular,
treinamento de força e resistência a fadiga em cadeias cinéticas abertas e fechadas e, por último,
a importância da utilização de alguns recursos denominados de mecanoterapia para aumentar a
variabilidade das técnicas aplicadas na fisioterapia.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. POSICIONAMENTO E TRANSFERÊNCIA NO LEITO

1.1 Posicionamentos
A cinesioterapia é o tratamento através de cinesias, como a prática de inúmeras atividades
de alongamentos, fortalecimentos, propriocepção, dentre outras atividades. Porém, ressalta-se
que há pacientes impossibilitados de executar essas práticas, pois são acamados, debilitados e
necessitam de cuidados especiais para que se evite ainda mais um agravamento de seu caso clínico,
tal como o aparecimento de úlceras de pressão. O posicionamento se dá em um leito, cadeira de
rodas e apresenta o intento principal de viabilizar ao paciente uma melhora de sua qualidade de
vida, das intervenções feitas para com ele e consequentemente beneficiar, até mesmo, o cuidador.
O indicado é que se faça as mudanças de posições a cada 2 horas.

Figura 1 – Mudança de decúbitos sugerida. Fonte: Pachá (2018). CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3

O posicionamento transcorre para pacientes acamados ou com complicações de


mobilidade, previne escaras, úlceras de pressão, deformidades e encurtamentos, aperfeiçoa a
qualidade de vida dos indivíduos e é preciso que a família e os cuidadores sejam orientados dos
posicionamentos, isso com o objetivo de eles executarem a mudança no tempo médio de 2 horas.
Frisa-se também que, com o posicionamento correto, pode-se evitar doenças fatais, tais como
pneumonia e trombose.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

As úlceras de pressão, também denominadas de escaras, são feridas que surgem oriundas
da falta de oxigenação na pele por compressão prolongada. Além do mais, há regiões/zonas no
corpo que sofrem maior pressão quando em sedestação ou em decúbito e isso, por um tempo
prolongado, pode promover o desenvolvimento das úlceras de pressão. São sinais de surgimento
de uma úlcera de pressão: temperatura elevada, vermelhidão e alteração de sensibilidade.
Outrossim, os pontos de maior surgimento das úlceras de pressão em decúbito ventral (DV)
são na localidade do queixo, joelho e pré tibial e, em decúbito dorsal (DV), na região occipital,
escapular, dorsal, cotovelo, sacro e calcâneo. Em sedestação, na área isquiática. No decúbito lateral
(DL), nas cristas ilíacas, trocânter e maléolo.

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Figura 2 – Frequência de úlceras por local. Fonte: Bryant (1992).

Figura 3 – Frequência de úlceras por local. Fonte: Bryant (1992).

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Siglas para os tipos de posicionamentos: decúbito dorsal (DS), decúbito semidorsal


D/E, decúbito lateral (DL) D/E, decúbito ventral (DV), decúbito semiventral D/E, Fowler e
Trendelemburg.

1 2

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3 4

5 6

Figura 4 – 1. decúbito dorsal (DS); 2. decúbito semidorsal D/E; 3. decúbito lateral (DL) D/E; 4. decúbito
ventral (DV); 5. decúbito semiventral D/E; 6. Fowler e 7. Trendelenburg. Fonte: Silva (2008).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

É necessário observar que se deve evitar posicionar o paciente/pessoa em contato direto


com dispositivos médicos, tais como tubos e sistemas de drenagem. Ademais, é preciso avaliar
regularmente a pele e sempre utilizar, se possível, de ajuda para transferências para evitar a fricção
e a torção.

1.2 Transferências
As transferências são as ações de tirar um indivíduo de um ponto e colocá-lo em outro.
Três coisas são importantes na transferência: a avaliação da condição e do preparo do paciente,
a preparação do ambiente e dos equipamentos e o preparo da equipe. Em outras palavras, para a
transferência é necessário avaliar as condições físicas da pessoa que será movimentada (analisar
se o paciente é dependente ou independente, se precisará de ajuda ou não – caso tenha uma
independência, estimular o paciente), a capacidade de colaborar, transporte ativo ou passivo,
e observar soros, sondas e outros equipamentos, quando em ambiente hospitalar. Também é
essencial examinar o local e remover os obstáculos, obter condições seguras com relação ao piso,
colocar, se necessário, o suporte de soro ao lado da cama, elevar ou abaixar a altura da cama, para
que se nivele com a maca (se possível) e fazer o travamento de rodas da maca, cadeiras de rodas

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e, se houver a susceptibilidade, acionar o auxílio de terceiros.
Em relação ao trabalho em equipe no instante das transferências, é primordial deixar os
pés afastados e totalmente apoiados no chão, trabalhar com segurança e calma, manter a coluna
sempre ereta, realizando a força com os membros inferiores, utilizar cinesias sincrônicas, trabalhar
o mais próximo possível do corpo do paciente que deverá ser movimentado e usar uniformes que
permitam liberdade de mobilidade e sapatos apropriados, realizando a manipulação do paciente
com a ajuda de pelo menos 1 ou 2 pessoas.
Normalmente, as transferências se dão entre os decúbitos, ou seja, maca para o chão,
maca para cadeira, cadeira para o chão, cadeira para o tablado e chão para cadeira.

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2. MOBILIZAÇÃO ARTICULAR

A mobilização articular é a competência de movimentar as articulações. Na fisioterapia,


o principal intento de se utilizar as mobilizações é restaurar a amplitude de movimento de um
indivíduo. A mesma pode ser utilizada em diversos casos, tal como em quadro de redução da
cinesia, decorrente de edema, dor, espasmos, defesa muscular, em situações de encurtamento
do tecido muscular e conectivo, além dos casos de perda do controle neuromuscular. De uma
maneira geral, a técnica de mobilizar é um método de ganho de ADM, que pode ser executada
de diferentes formas, alterando os ângulos articulares, a fim de se alcançar a amplitude máxima
fisiológica permitida pela articulação.
Exibe-se como objetivo da mobilização, atenuar as complicações subsequentes da
imobilização (contraturas, aderências e estagnação sanguínea), manter a mobilidade da
articulação e do tecido conjuntivo, auxiliar a circulação vascular, favorecer a produção e a cinesia
do líquido sinovial para a nutrição da cartilagem e reduzir ou inibir o quadro álgico.
Existe vários tipos de mobilização relacionadas a seguir:

Passiva - movimentos realizados dentro da amplitude

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de movimento livre, sem restrições para um segmento,
produzido inteiramente por uma força externa (gravidade,
terapeuta, mobilização passiva contínua, automobilização).
Não há contração muscular. Alguém realiza ou algo executa
a mobilização no paciente. A ação da gravidade também
pode fazer a mobilização, com isso denomina-se os exercícios
pendulares.

As mobilizações passivas são indicadas para pacientes com


incapacidades físicas, provindas de AVE, Lesão Medular
(LM), etc. Em casos de lesão aguda, de contraindicações de
contração muscular, pós cirúrgico com suturas em processo
de cicatrização, em localidades que exibem um tecido com
inflamação e outras.
Ativa - movimentos realizados dentro de uma ADM livre, sem
restrições para um segmento, produzidas por uma contração
ativa dos músculos que cruzam aquela articulação. Há co-
contração muscular.

As mobilizações ativas são indicadas sempre que o paciente


for capaz de contrair ativamente os músculos; quando a co-
contração muscular não for contra indicada; em programas de
condicionamento anaeróbico; quando houver um segmento
imobilizado, em que será indicado a mobilização de regiões
adjacentes para a preservação delas; para pacientes acamados,
a fim de evitar estase sanguínea e para condicionamento
cardiorrespiratório em pós-cirúrgico.

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Ativa assistida - movimentos realizados dentro de uma


ADM para um segmento, na qual uma força externa fornece
assistência manual ou mecânica, pois os músculos precisam
de ajuda para complementar sua mobilidade. Grau 1 e 2 de
força muscular.

Ativa livre - movimentos realizados dentro da amplitude


de movimento ativamente pelo próprio paciente, vencendo
apenas a resistência da estrutura corporal e da gravidade sem
auxílio externo. Grau 3 de força muscular.

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Ativa resistida - realizados ativamente pelo próprio paciente
vencendo uma resistência externa manual ou mecânica. Grau
4 e 5 de força muscular.

Figura 5 – Mobilizações passivas, ativas livres, resistidas e assistidas. Fonte: Kisner e Colby (2015).

Para a complementação prática e visualização de alguns tipos de


mobilizações e treinos de resistência e força muscular, segue vídeo:
Complementação Prática: Mobilizações/Treinamento de força e
resistência à fadiga, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=lXfvMo8x3Sw.

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3. ALONGAMENTOS MUSCULARES

O alongamento é uma técnica para ganhar flexibilidade. A flexibilidade define-se como


uma habilidade de se mover uma articulação ou uma série de articulações na ADM completa,
irrestrita e indolor. Ressalta-se que diversos fatores poderão influenciar na flexibilidade, tanto de
uma forma positiva, quando de maneira negativa, tal como:

EXTRÍNSECO Temperatura, idade, genética, sexo, identidade biológica, hora


do dia e outros.
INTRÍNSECOS Músculos e tendões, tecido conjuntivo, osso, gordura, pele,
tecido neural e outros.
Quadro 1 – Fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam na flexibilidade. Fonte: O autor.

Outrossim, todas as vezes que for avaliada a flexibilidade, terá que ser executada a medição
da ADM através da goniometria, a qual é um método quantitativo de análise, por meio de uma
padronização das técnicas.

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Há dois fenômenos neurofisiológicos que têm sido propostos para explicar o alongamento:
a base neurofisiológica de inibição autogênica e a base neurofisiológica de inibição recíproca.

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3.1 Base Neurofisiológica de Inibição Autogênica


Nessa o músculo se autoinibe. Relaxamento do músculo antagonista.
1. Primeiro sucede-se o estiramento do músculo, no qual estimulará o receptor sensorial
(fuso muscular), levando o estímulo pelas fibras Tipo I A à medula espinhal (ME).
2. No centro integrador esse estímulo excitará os neurônios motores α, que retornaram
ao músculo promovendo contração.
3. A tensão muscular ativa o órgão tendinoso de Golgi (OTG), cujo impulso é levado a
ME pelas fibras Tipo II B.
4. A informação retornará por fibras ɤ, viabilizando inibição dos impulsos motores,
levando o músculo ao relaxamento.

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Figura 6 – Base Neurofisiológica do alongamento baseado na inibição autogênica. Fonte: Andrews (2005).

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3.2 Base Neurofisiológica de Inibição Recíproca


Nessa base, um músculo inibe o outro e há o relaxamento do músculo antagonista,
conseguinte da contração do agonista.
1. Quando os neurônios motores dos músculos agonistas recebem a informação de
nervos aferentes, estes inibem, por impulsos eferentes, os músculos antagonistas.
2. Com a contração/estiramento “agonista”, é produzida a inibição ou relaxamento.

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Figura 7 – Base Neurofisiológica do alongamento baseado na inibição recíproca. Fonte: Andrews (2005).

Tais são as técnicas de alongamento: alongamento dinâmico, estático, facilitação


neuromuscular proprioceptiva (FNP), alongamento do tecido miofascial, do tecido neural
encurtado, terapia de liberação posicional (PRT) e massagem. Em outras palavras, o alongamento
pode ser dividido em estático, balístico, FNP, ativo e passivo.
O alongamento balístico/dinâmico é usado mediante contrações repetitivas do músculo
agonista, isso com o intento de produzir alongamentos rápidos do músculo antagonista, com
a tendência de ser menos dolorido. Já o alongamento estático, envolve o alongamento de um
determinado músculo antagonista, posicionando-o no máximo de ADM e mantendo-o assim
por um longo tempo (pode transcorrer ativa ou passivamente). É um tipo de alongamento em
repouso.
A FNP proporciona uma facilidade ao relaxamento, trabalha a parte neural, muscular e
compreende o quesito de contrair e relaxar, que gera ganho de ADM e aborda o manter e relaxar,
além de manter em reversão lenta e relaxar. O contrair e relaxar é subsequente do paciente na
posição de alongamento; em seguida, ele terá que empurrar fazendo uma contração do músculo
antagonista, de modo isotônico, contra a resistência do fisioterapeuta. Logo, ele poderá relaxar o
antagonista, enquanto o fisioterapeuta move o segmento passivamente ao máximo de amplitude.
O alongamento com liberação miofascial é com o intento de liberar a fáscia em relação ao músculo.
A fáscia é um tecido conjuntivo, no qual circunda os músculos, tendões, nervos, ossos e órgãos
e será liberada mediante a pressão suave e mantida, que poderá ser de forma passiva (manual,
instrumental, foam roller e outras) ou ativa (executada pelo terapeuta).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O alongamento do tecido neural é conseguido, primeiramente, pela identificação do


fisioterapeuta entre encurtamento muscular e tensão neural. Para isso, é preciso fazer o teste
de encurtamento neural e, posteriormente, executar a mobilização neural. Baseia-se na técnica
de tensão-contra-tensão, em que o fisioterapeuta encontrará o momento de maior relaxamento
muscular para cada articulação, depois localizará o ponto sensível e manterá uma pressão. Para
isso, o paciente é colocado de modo passivo em uma posição de atenue a tensão por um tempo
de 90 segundos. Por fim, a massagem é uma estimulação mecânica dos tecidos, isso se dá através
de uma pressão e alongamento muscular aplicado de forma rítmica.
De uma forma geral, todos os alongamentos e suas diversas formas viabilizarão ao
indivíduo benfeitorias, como analgesia, redução da estabilidade neuromuscular, estimulação
muscular, favorece a cicatrização, remove o ácido lático, positividade psicológica, liberação
de hormônios e outras, que consequentemente gerarão uma melhora na qualidade de vida
do paciente. Ademais, frisa-se que a flexibilidade é tão essencial ao homem quanto o próprio
movimento. Comumente, para o alongamento é indicado que ele seja mantido no mínimo de 15
a 30 segundos, que suceda uma repetição de 2 à 5 vezes cada alongamento (aumentando o nível
aos poucos) e que seja praticado no mínimo 2 vezes na semana. É importante respeitar o limite
de dor ao acrescer os alongamentos. Conforme a dor for diminuindo, a ADM irá aumentando.

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Exibe-se como indicação para a prática de alongamento: ADM limitada, decorrente
da perda de extensibilidade dos tecidos moles, isso por conta de aderências,
contraturas e formação de tecido cicatricial, o que, como consequência, acarreta
limitação funcional ou mesmo incapacidades; relaxamento muscular; fraqueza
muscular ou encurtamento do tecido oposto, no qual causa uma redução da
ADM; também corrobora para com o desenvolvimento de consciência corporal,
melhorando a postura; atenuar riscos de lesões e distensões; compreende uma
parte de um programa físico total ou de condicionamento esportivo, ou pós treino
de exercícios vigorosos, para possível redução da dor muscular pós-exercícios e
até mesmo coadjuva para o retorno das funções basais, nesse mesmo âmbito e
etc.

Segue uma complementação prática de alongamentos ativos,


baseados na facilitação neuromuscular proprioceptiva. VÍDEO:
Alongamentos ativos e FNP, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=rGZ6PcVTxko.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

4. TREINO DE FORÇA E RESISTÊNCIA À FADIGA

Conseguinte de uma lesão, após a reabilitação e o tratamento, a força e a resistência à


fadiga são fatores determinantes para a alta dos indivíduos, ou seja, eles necessitam apresentar
esses requisitos. A força caracteriza-se por ser a habilidade de um músculo de gerar resposta
contra alguma resistência. Quando sucede uma fraqueza, como consequência, também transcorre
movimento anormal, compensações e comprometimento funcional, o que leva a uma qualidade
de vida comprometida. Ademais, a resistência à fadiga é a habilidade de executar contrações
musculares repetitivas contra alguma carga, por um período extenso.
Há alguns tipos de contrações musculares que podem ocorrer, são elas:

CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA Contração sem movimento. O músculo se contrai


para produzir tensão, porém não gera cinesia.
Exibe como vantagem o desenvolvimento de
resistência estática no instante da mobilidade, ou
seja, a força de empurrar, puxar ou sustentar um
objeto. Já como desvantagem, existe o ganho de

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3


força muscular somente no ângulo em que se faz
a atividade.

CONTRAÇÃO ISOTÔNICA Contração com movimento. Co-contração


muscular, em que o músculo se contrai e
encurta ou alonga, isso para provocar tensão,
gerando mobilidade. Tem como vantagem o
fortalecimento do músculo em toda uma gama
de cinesia. Pode-se adequar o exercício isotônico
de modo a coincidir com as necessidades do
esporte desejado. Em contrapartida, há como
desvantagem dores musculares, decorrente de
stress. Os ângulos se movimentam de uma maneira
contínua. Ademais, a contração isotônica pode
ocorrer em uma forma concêntrica ou excêntrica.
Na contração concêntrica, o músculo se encurta
enquanto a tensão aumenta para vencer alguma
resistência ou movê-la. Já na contração excêntrica,
a resistência é maior que a força muscular que está
sendo produzida e o músculo se alonga enquanto
gera tensão.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONTRAÇÃO ISOCINÉTICA Contração na qual o músculo se contrai e encurta,


provocando movimento uniforme em toda sua
extensão. Há como vantagem o ganho de força
muscular em todos os músculos, uniformemente,
por toda a extensão de cinesia. É o caminho mais
rápido para aumentar a força muscular. Porém,
apresenta como desvantagem o custo-benefício,
sendo muito caro, dificultando a aquisição.

Figura 8 – Tipos de contrações musculares. Fonte: Smith (1997).

Ressalta-se que ainda existem alguns fatores que podem determinar o nível de força,
resistência à fadiga e potência muscular, bem como o tamanho do músculo, no qual a força
muscular é proporcional ao diâmetro da secção transversal das fibras musculares. Quanto maior o
diâmetro, mais forte é. Mais diâmetro equivale a hipertrofia e a atrofia equivale a menos diâmetro.
O número de fibras também é determinante, visto que a força é uma função do número de
diâmetros das fibras e essa quantidade é uma característica herdada. A eficiência neuromuscular

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3


está adjunta também, pois a força correlaciona-se à eficiência do sistema neuromuscular e a
função da unidade motora na produção de força muscular.
Nas 8-10 primeiras semanas de um treinamento resistido é atribuído um acréscimo
da eficiência em primeiro lugar. Frisa-se que a melhoria da eficiência neuromuscular poderá
transcorrer de 3 maneiras: pelo aumento do número de unidades motoras recrutadas, pela alta
da frequência de disparo de cada unidade motora e pela sincronização dos disparos das unidades
motoras. Outro fator é a consideração biomecânica, relacionada ao comprimento/tensão
do músculo. A idade também é um aspecto, isso decorrente de que os homens e as mulheres
aumentam sua força ao longo da puberdade, atingindo o pico por volta dos 20/25 anos. Após os
25 anos, atenua-se 1% a cada ano de força. Aos 65 anos, apresenta-se apenas 60% da força do que
se tinha aos 25 anos. Enfatiza-se que exercícios podem retardar a perda de massa muscular e a
resistência à fadiga.
O excesso de treinamento, “overtraining”, também é um fator determinante, que gera um
desequilíbrio entre o exercício e a recuperação, em que o programa de treino excede os limites
fisiológicos e psicológicos do corpo, produzindo lesões. Para evitar esses casos, é necessário um
treino correto e eficiente, com uma boa alimentação associada e um tempo de repouso adequado.
Por fim, as fibras de contração rápida e contração lenta também determinam o nível de força,
resistência à fadiga e potência muscular.
Para mais, algumas são as técnicas de treinamento resistido: exercícios isométricos,
resistido progressivo, treinamento isocinético, em circuito e exercícios pliométricos. Antes de
discorrer um pouco sobre elas, é indispensável entender sobre o princípio da sobrecarga, no qual,
independente da técnica a ser usada, é necessário esse princípio considerado como progressão,
pois, para que um músculo melhore sua força, ele deve ser obrigado a trabalhar em um nível
mais elevado do que está acostumado. No perpassar de uma reabilitação é preciso progredir com
o ganho de força, no qual no início aconteça uma manutenção da carga (resistência), para que,
com a evolução, aumente-se a carga (força). Salienta-se que a dor e o edema são fatores que
determinam a progressão agressiva.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

4.1 Exercícios Isométricos


Esses envolvem a contração, na qual o comprimento muscular permanece constante,
enquanto a tensão se desenvolve contra uma resistência que não pode ser movida. Suas vantagens
são: o acréscimo de força (20% a mais no ângulo), a força de estabilização articular e a reabilitação
precoce. E as desvantagens são que não há ganho de força correspondente em outros ângulos,
fora do que está sendo o exercício, e ele cria picos de pressão sistólica (valsalva).

4.2 Exercícios Resistidos Progressivos


São os mais comuns, sendo contrações isotônicas, nas quais a força é gerada enquanto o
músculo está modificando seu comprimento, sobrepujando uma resistência, tal como halteres,
barras, entre outros.
• Contração isotônica concêntrica: é uma contração positiva com encurtamento. Isso
requer um maior número de unidade motora para produzir força. Gera menos força.
Exibe um alto consumo de oxigênio e é menos resistente à fadiga.
• Contração isotônica excêntrica: contração negativa que acontece durante o alongamento.

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3


Isso requer um menor número de unidade motora para produzir força. Gera maior força.
Exibe um baixo consumo de oxigênio e é mais resistente à fadiga.
• Pesos livres (para contrações isotônicas): equipamento inseguro. Trabalhoso para elevar
cargas. Pode-se trabalhar em qualquer plano. Necessário obter controle neuromuscular e
coordenação. Ele dificulta a cinesia quando imposto com maior peso.
• Aparelho: equipamento seguro, de fácil manuseio para a elevação de cargas. Ele permite
apenas um plano de movimento, imposto pelo design do aparelho. Ressalta-se que é o
instrumento que controla a mobilidade e a cinesia é facilitada.
• Tubos e faixas elásticas: movimentos sucedem em múltiplos planos. Elas facilitam
mobilidades funcionais e podem ser usadas para pliometria e a FNP.

4.3 Exercícios Isocinéticos


Exercícios que envolvem uma contração muscular, em que o comprimento do músculo
se modifica enquanto a contração está sendo feita com uma velocidade constante. Há como
vantagens a formação de uma velocidade constante, independentemente da força aplicada e
favorece o ganho de força máxima em todas as angulações. Porém, existe como desvantagem o
elevado custo.

4.4 Exercícios Pliométricos


Esses apresentam como principal intento o alongamento e o encurtamento muscular, é
um método de treino criado para desenvolver e aprimorar a capacidade de exercer energia em um
ato de explosão. O treino consiste em contração excêntrica, seguidas de contração concêntrica
explosiva, as quais também requerem o controle da cinesia. Tem como vantagens: o recrutamento
maior de fibras musculares, em um curto período, o aumento da força muscular, potência e tônus;
auxilia na flexibilidade e intensifica as respostas do sistema neuromuscular. E como desvantagem
tem a impactação.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

4.5 Exercícios de cadeia aberta e fechada


Os exercícios de cadeia cinética aberta são os que ocorrem quando a extremidade dos
segmentos não está em contato com o solo ou outra superfície. Em contrapartida, os de cadeia
cinética fechada sucedem quando as extremidades dos segmentos estão em contato com o solo
ou outra superfície.
Destaca-se que existem alguns conceitos e definições para o treino resistido, em que
repetições são o número de vezes que uma mobilidade específica é repetida. Repetição máxima
(RM) caracteriza-se por ser o número de repetições com um determinado peso. Série é um
número particular de repetições. Intensidade é a quantidade de peso. Período de recuperação é o
intervalo entre as séries. Frequência é o número de vezes que o exercício específico será executado
em uma semana. Ademais, também se tem as técnicas de treinamento, as quais englobam a série
única, que compreende uma série de 8/12 repetições de um exercício específico, com velocidade
lenta. Série tripla são três exercícios diferentes para o mesmo grupo muscular, realizando de 2/4
séries de cada, sem repouso. Série múltipla são 2/3 séries de aquecimento com resistência, sendo
acrescidas progressivamente, depois várias séries com a mesma frequência. Por fim, super séries
são séries de 8/10 repetições de vários exercícios para o mesmo grupo muscular.
Pode-se usar para corroborar com o treinamento de força: resistência manual, anilhas,

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halter, thera band, thera tub, minibanda, bola suíça, slide board, kettlebell, corda náutica e outros
instrumentos. Com o exposto, sucede-se o assunto de força e resistência à fadiga.

Quais as principais diferenças entre um treinamento de força e de resistência à


fadiga? Em relação a sua utilização, quando aumentamos a carga e diminuímos
o número de repetições, falamos de qual tipo de treino? E quando se aumenta o
número de repetições e diminui a carga? Vamos pensar? Aumentando a carga
e diminuindo o número de repetições, trabalhamos o trofismo (força), e quando
se aumenta o número de repetições em repetição a carga imposta, trabalha-se a
resistência à fadiga.

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5. CADEIAS DE MOVIMENTOS: ABERTA E FECHADA

O termo de cadeia é oriundo da utilização para analisar sistemas articulados em


engenharia, porém, em 1955, ele foi designado para o corpo humano, visto que o organismo
nada mais é que uma série de segmentos rígidos, conectados por articulações que formam um
todo, o corpo humano. Frisa-se que, no final da década de 1980, os clínicos e pesquisadores em
reabilitação, que estavam buscando compreender e se familiarizar com a abordagem de cadeias
cinemáticas abertas e fechadas, correlacionaram esses aspectos as cinesias humanas, desta
maneira, começaram a descrever os exercícios nessa base/conceito.
As cadeias cinemáticas abertas definem-se por serem exercícios, nos quais a extremidade
distal esteja se movimentando livremente no espaço e o segmento distal movendo-se em torno
do proximal. Já as cadeias cinemáticas fechadas são atividades em que a extremidade distal está
fixa e o segmento proximal movendo-se em relação a extremidade fixa. Em outras palavras, as
cadeias abertas envolvem mobilidades nas quais o segmento distal está livre para movimentar-se
no espaço, sem necessariamente provocar uso simultâneo de articulações adjacentes, e as cadeias
fechadas envolvem movimentos nos quais o corpo se move sobre um segmento distal que está fixo
ou estabilizado sobre uma superfície de apoio, o movimento de uma articulação gera mobilidades

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simultâneas nas articulações distais e próximas de um modo relativamente previsível.
De uma maneira geral, na cadeia cinemática aberta o segmento articular distal (mais
longe do tronco) está livre no espaço. As outras articulações não necessariamente precisam se
movimentar juntamente. Há uma atenuação da compressão articular. O músculo agonista do
movimento é o mais ativado. Acresce-se às forças de aceleração e são reduzidas as forças de
resistência e usa-se carga rotatória externa.
Por sua vez, na cadeia cinemática fechada, o segmento articular distal está apoiado, as
outras articulações precisam se movimentar junto. Aumenta-se a compressão articular em que
os músculos agonistas e acessórios são ativados. São exercícios essenciais e específicos para
esportes e reabilitação baseados na utilização de carga axial. Acresce-se a força, a estabilidade
articular, estabilidade dinâmica e estimula os proprioceptores. Com o exposto, têm-se as cadeias
cinemáticas abertas e fechadas.

Figura 9 – Cadeia cinética aberta e fechada. Fonte: Kisner e Colby (2015).

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6. MECANOTERAPIA

A mecanoterapia é a utilização de aparelhos mecânicos no tratamento de patologias


diversas. Ademais, é uma atividade cujos exercícios são realizados buscando desenvolver, restaurar
e promover a manutenção da força muscular, aprimorando a mobilidade articular, flexibilidade e
a coordenação motora. Em outras palavras, a mecanoterapia melhora a condição física e viabiliza
resistência muscular localizada.
Há aparelhos clássicos dentro do âmbito da mecanoterapia, os quais veremos a seguir.

6.1 Bicicleta Ergométrica


Promove a tonificação dos músculos dos membros inferiores, aperfeiçoando o
condicionamento cardiovascular e físico. É um tipo de exercícios aeróbico e de baixo impacto
calórico.

6.2 Esteira

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Tonifica os músculos dos membros inferiores, condiciona o sistema cardiovascular e
físico do indivíduo. Outrossim, é um tipo de exercício aeróbio de impacto e apresenta um bom
gasto calórico. Ademais, ela gera melhora da capacidade cardiorrespiratória e ajusta o peso. Muito
utilizada na reabilitação e condicionamento cardiovascular.

6.3 Mesa de Quadríceps ou Mesa de Bonet


É um tipo de aparelho que trabalha com os músculos e articulações do membro inferior
de maneira unilateral. Ela acontece estando o paciente em sedestação ou em decúbito dorsal/DD,
com a finalidade do fortalecimento da musculatura extensora de joelho (quadríceps), a fim de
manter o joelho em um dado grau de flexão, evitando prejuízos articulares. Muito indicado para
pós-operatório de ligamento cruzado anterior (LCA).

6.4 Exercitador de Tornozelo


Atua na mobilidade da articulação talocrural, auxiliando na execução das cinesias de
dorsi e plantiflexão. O mesmo pode ser usado na forma simples, em um pé, ou na forma dupla,
em ambos os pés. No transcorrer do exercício, o paciente deverá estar em sedestação e evitar
a realização dos movimentos compensatórios. Esse é muito indicado para o tratamento do
encurtamento ou fraqueza dos músculos tibial anterior e tríceps sural.

6.5 Escada e Rampa Progressiva


É muito viável para treino funcional da fisioterapia, em que poderá ser treinada a marcha,
coordenação e equilíbrio, acrescendo a propriocepção e a flexibilidade. É muito indicado para as
afecções que acarretam sequelas como debilidade muscular, incoordenação motora, desequilíbrio
estático e dinâmico.

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6.6 Tábua de Alongamento de Tríceps Sural


É um dispositivo mecânico que proporciona movimento da articulação talocrural, com
o intento de alongar o tríceps sural. Exibe-se como indicação desse equipamento, indivíduos que
apresentam encurtamento de tríceps sural, tal como pessoas que utilizam sapatos de salto alto
frequentemente.

6.7 Barras Paralelas


São muito usadas para o treino funcional de fisioterapia, treinando coordenação, marcha,
equilíbrio, aumentando a propriocepção e a flexibilidade. Ela é indicada para pacientes acometidos
com debilidade muscular, incoordenação motora, desequilíbrio estático e dinâmico.

6.8 Plataforma de Inversão e Eversão


É composta por duas peças e cada uma apresenta uma forma de cunha. Quando unidas
pela parte mais alta, usa-se como inversora e ao contrário, quando unidas pela parte mais baixa,

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utiliza-se como eversora. Muito indicada para quadros de geno valgo ou geno varo de joelho.

6.9 Roda de Ombro ou Roda Náutica


Tem o intento de tonificar a musculatura de ombro e promover ganho de força de
amplitude, cinesia adjunto com propriocepção. Essa atividade é muito indicada para casos de
déficit de ADM de ombro, possibilitando todas as mobilidades desta articulação (circundução).

6.10 Escada de Dedos ou Escala Digital


Oferece ao paciente um reforço objetivo e motivação para realizar a ADM de ombro.
Muito indicada para acrescer a cinesia da articulação glenoumeral. O paciente pode executar a
atividade de frente ou de lado para a escada, isso será de acordo com o movimento a ser produzido
(flexão ou abdução).

6.11 Rolo de Punho


É um aparelho composto por 3 cilindros interligados, indicados para a melhora da
força muscular e a flexo-extensão da articulação de punho. Muito usado nos casos de lesões por
fraturas, artrites e artroses.

6.12 Polias
Sistema de polias presas à parede (com pesos ou molas), em que oferece resistência física
para o indivíduo. Muito indicada para fortalecimento e reorganização estrutural (lesões, desvios
posturais e outras ocorrências).

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6.13 Bastão
É um recurso simples e muito usado em todas as áreas da fisioterapia. Seu uso depende
muito da criatividade do terapeuta para com o caso clínico do paciente e pode ser utilizado para
ganho de ADM, propriocepção, fortalecimento, alterações posturais, déficits respiratórios e
outras situações.

6.14 Tração Cervical Mecânica ou Pneumática


É uma técnica que visa promover o alongamento muscular da cervical, bem como o
aumento dos espaços intervertebrais, os quais, quando tensionados e atenuados, respectivamente,
são etiologias dos processos álgicos e compressivos desta região. Tração manual x mecânica –
as trações manuais têm como vantagem o fácil posicionamento das mãos, o feedback sensorial
do toque, a especificidade da técnica e o conforto para o paciente. A tração mecânica é muito
cansativa e exibe uma tração muito limitada, desta maneira, a tração manual é mais viável.

6.15 Halteres

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Exibem um peso fixo utilizado para treino de força e resistência muscular. São muito
utilizados para comprometimentos osteomioarticulares dos membros superiores e para
fortalecimento, visto que viabilizam resistência à musculatura de ombro, cotovelo e punho.

6.16 Tornozeleiras
São umas faixas contendo pesos presos com velcro e podem ser aplicadas tanto para
fortalecimento de membros superiores, quanto para membros inferiores. Muito indicada para
treinos de resistência e para fortalecimento.

6.17 Thera-Band e Thera-Tubing


São faixas e tubos elásticos, de materiais elásticos para resistência. São leves, portáteis,
econômicas e versáteis, os quais possibilitam uma ampla gama de exercícios e exibem uma
resistência uniforme. Ressalta-se que há diversas cores, em várias graduações e espessuras,
impondo ao músculo uma maior resistência, quanto mais espesso e escuro for o equipamento.
Muito indicado para fortalecimento e treino de resistência.

6.18 Digiflex
É um material em acrílico, que possui 5 cores para cada dispositivo, estes são utilizados
gradualmente para acrescer a resistência. São muito usados para os músculos flexores e
adutores dos dedos e para ganho de ADM, das articulações metacarpo falangeanas (MTC) e
interfalangeanas (IF).

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6.19 Escala de Ling (Espaldar)


É um suporte, geralmente em madeira, fixo à parede, como uma escada vertical. Ela é
larga e possibilita o apoio ou a realização de exercícios para treino funcional, fortalecimento,
ganho de ADM, alongamento e para treinamento utilizando-a como apoio.

6.20 Bola Suíça


É feita de um material muito resistente, utilizada há 40 anos, muito usada na reabilitação
fisioterapêutica pela instabilidade que ela provoca/oferece. A bola é muito indicada para correções
posturais, fortalecimento, alongamento (tronco, membros superiores e inferiores), treino de
equilíbrio e outras situações, tudo requer muita criatividade conseguinte do quadro clínico
apresentado pelo paciente.

6.21 Prancha Ortostática


É uma espécie de maca com amarras, para prender o corpo do paciente e realizar

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o ortostatismo. Com o uso de manivelas ou controle elétrico para subir a prancha, a pessoa,
gradativamente, atingirá a posição vertical. Pode levar dias ou meses até chegar a esta posição, o
que será subsequente de cada indivíduo e de seu caso clínico. Com esta posição vertical, acarreta-
se benfeitoria no âmbito psicológico e físico (reduz espasticidade e regula a pressão arterial/PA).
A prancha é muito indicada para indivíduos cadeirantes ou acamados, os quais não ficam em
ortostatismo.

6.22 Disco (Bolha) ou Tábua Proprioceptiva


Atuam com o objetivo de propiciar ganho de propriocepção. Um é feito em borracha
(bolha) e o outro em madeira (disco). A bolha desenvolve mais instabilidade, visto que não
apresenta nenhuma parte rígida, diferente do disco, exigindo assim mais esforço do paciente. No
entanto, quando se almeja o início da reabilitação usa-se a tábua evoluindo para a bolha. Ambos
os aparelhos são indicados para ganho de propriocepção, trabalho de equilíbrio e fortalecimento.

6.23 Bosu
É uma semicircunferência, na qual se tem uma extremidade rígida, de plástico duro, e em
outra uma semibola suíça, de borracha (instável). Esse é um equipamento que pode ser utilizado
de diferentes formas e momentos da reabilitação, variando conforme o paciente, seu caso clínico
e a criatividade do terapeuta. Muito indicado para a propriocepção, equilíbrio, fortalecimento e
ganho de ADM.

6.24 Prancha de Equilíbrio


É um equipamento feito em madeira, largo, barato e de fácil aplicação. O paciente pode
executar mobilidades de deslocamento lateral, bem como planti e dorsiflexão. Muito indicado
para o trabalho de propriocepção, equilíbrio, coordenação motora, fortalecimento e ganho de
ADM.

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6.25 Prancha de Equilíbrio (Balancim)


É um equipamento utilizado para treino de equilíbrio unipodal, podendo iniciar de
forma estática e evoluir para mobilidades associadas (como chutar uma bola). A regulagem da
instabilidade é dada pelas correntes: quanto maior o comprimento, mais instável. Muito indicado
para o trabalho de propriocepção, equilíbrio, coordenação motora, fortalecimento e ganho de
ADM.

6.26 Rolo, Cunha e Semi Lua


São equipamentos feitos em espuma, com o intento de auxiliar nos movimentos e
posicionamentos do paciente, seja de membros superiores, tronco e membros inferiores. É
indicado quando favorecer um melhor posicionamento do paciente no transcorrer da terapia.

6.27 Tablado e Maca


A maca é um equipamento alto, utilizado para mobilizações de paciente, e o tablado é

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um instrumento parecido com uma maca, também utilizado para mobilizações de pacientes,
principalmente quando eles necessitam de espaços ou são dependentes na transferência, para
minimizar esforços do paciente. O tablado é mais baixo.

6.28 Step e Jump


O step é uma estrutura rígida, a qual simula um degrau para exercícios dos membros
inferiores. Já o jump é uma cama elástica, muito usada na reabilitação dos membros inferiores
e favorece treinos com saltos, reduzindo a impactação e sobrecargas articulares. Muito indicado
para tratamento de membros inferiores.
Estes são alguns equipamentos utilizados na mecanoterapia, no tratamento de pacientes.
Ressalta-se que todos, de uma maneira geral, viabilizam ao indivíduo ganho de ADM, alongamento,
fortalecimento, propriocepção, coordenação motora, equilíbrio e outras benfeitorias. Ademais,
a utilização deles requer muito conhecimento e entendimento do quadro clínico do paciente,
como também exige criatividade para explorar o uso dos equipamentos e utilizá-los de maneira a
promover melhora da qualidade de vida da pessoa que será reabilitada/tratada.

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Figura 10 – Recursos da mecanoterapia utilizados em ambientes clínicos. Fonte: Kisner e Colby (2015).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, abordamos conceitos introdutórios da cinesioterapia e alguns exercícios


importantes para o tratamento de inúmeras patologias. Pacientes acamados, institucionalizados,
ou que atravessam períodos prolongados em hospitais, devem sempre passar por mudanças de
posição no leito para prevenir escaras e outras complicações. Além disso, pacientes dependentes
precisam de auxílio para se locomover do leito para cadeiras de rodas, até mesmo para a prática
de fisioterapia. Isso mostra o início da cinesioterapia como ferramenta auxiliadora na melhora da
qualidade de vida dos pacientes.
Além disso, muitas progressões patológicas gerais necessitam da compreensão de
ferramentas básicas de tratamento para melhorar as disfunções apresentadas pelos pacientes.
As mobilizações, alongamentos, treinos de força e resistência à fadiga através de recursos
mecanoterapêuticos são fundamentais em diversas patologias apresentadas. Isso quer dizer
que o conhecimento das suas aplicabilidades é necessário para o início de um protocolo de
tratamento. Obviamente devemos respeitar as características peculiares dos acometimentos

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 3


osteomioarticulares para possibilitar tratamentos adequados e eficazes, porém, esses recursos
cinesioterapêuticos sempre devem ser explorados para que as alterações cinético funcionais
sejam restabelecidas.
A base estruturada de tratamento oferece inúmeras possibilidades de evolução do quadro
clínico de pacientes e, para que o tratamento seja completo, devemos considerar não apenas
os aspectos primários de tratamento, como também exigir a melhora proprioceptiva, que será
abordada a seguir. O estímulo da consciência corporal, orientação espacial e autoconhecimento
físico fundamentam ainda mais a orientação de tratamento, tornando-o eficaz com menor chance
de recidivas.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

04
DISCIPLINA:
CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA

TÉCNICAS PROPRIOCEPTIVAS E POSTURAIS


DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO.
PROF. ME. GUSTAVO HENRIQUE MARQUES MORENO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................77
1. PROPRIOCEPÇÃO.....................................................................................................................................................78
2. MÉTODO KLAPP.......................................................................................................................................................80
2.1 EXERCÍCIOS............................................................................................................................................................80
3. SÉRIE DE WILLIAMS...............................................................................................................................................82
3.1 EXERCÍCIOS............................................................................................................................................................82
4. REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL (RPG)............................................................................................................84
4.1 EXERCÍCIOS............................................................................................................................................................84
5. MÉTODO PILATES....................................................................................................................................................86
5.1 EXERCÍCIOS............................................................................................................................................................87

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6. ISOSTRETCHING......................................................................................................................................................88
6.1 EXERCÍCIOS ...........................................................................................................................................................89
7. BOLA SUÍÇA............................................................................................................................................................... 91
7.1 EXERCÍCIOS ............................................................................................................................................................ 91
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................93

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INTRODUÇÃO

Todas as técnicas cinesioterapêuticas estabelecem grandes chances de melhoras nos


quadros clínicos apresentados pelos pacientes, isso se deve ao que chamamos de controle
neuromuscular, que transforma o processo de reabilitação para além de flexibilidade, resistência
e força muscular. Esta concepção tradicional de tratamento resulta na restauração incompleta da
função, gerando altos riscos de recidiva. Com isso, a metodologia moderna de tratamento vai além
da estruturação básica de utilização técnica, oferecendo um treinamento neuromuscular reativo
(TNR), baseado no treinamento funcional associado às técnicas tradicionais de tratamento.
O significado que isso traz para os fisioterapeutas mostra que, para se obter melhora
em uma atividade específica, é preciso praticar especificamente aquela atividade. O sucesso no
desempenho com aptidão depende do quão efetivamente a pessoa detecta, percebe e usa as
informações sensoriais relevantes disponibilizadas pelos receptores periféricos. É através disso
que a propriocepção e parte dos exercícios posturais se mostram importantes, pois preconizam
essa neuroplasticidade importante para configurar a eficácia proposta pelos exercícios executados.
Chegamos na última unidade da disciplina, a fim de contextualizar algumas das mais

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4


importantes técnicas posturais e tem-se por objetivo instruir o aluno sobre seus conceitos,
princípios e utilizações dentro das alterações posturais. Além disso, permite uma visualização
abrangente sobre as formas de utilização a partir de uma abordagem teórica, formando um
pensamento crítico sobre as principais diferenças entre as técnicas e sua eficácia no tratamento
fisioterapêutico.
Além disso, esta unidade busca contribuir para a compreensão das fases finais de tratamento,
a fim de restabelecer a consciência corporal do paciente, evitar reincidências patológicas e, por
fim, permitir que, através da sua utilização, o fisioterapeuta possa dar alta ao paciente.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1. PROPRIOCEPÇÃO

A propriocepção é o termo que descreve a percepção do próprio corpo e inclui a


consciência da postura, do movimento, das partes do corpo e das mudanças no equilíbrio, além
de englobar as sensações de movimento e de posição articular.
Segundo sua fisiologia, os mecanorreceptores enviam a informação sensorial ao sistema
nervoso central que capta e traduz as informações enviadas por vias aferentes, buscando um
planejamento de ações que ocorrem de forma subsequente com a emissão de respostas através
das vias eferentes, realizando uma modificação do tônus muscular a nível de readequação e, por
fim, ocorre a execução motora que possibilita a melhora da consciência corporal e orientação
espacial.
Os mecanorreceptores são órgãos terminais especializados, presentes na cápsula,
ligamento, músculos, tendões e pele e funcionam como transdutores biológicos que podem
converter a energia mecânica de deformação física (alongamento, compressão e pressão)
em potenciais de ação, fornecendo informações proprioceptivas. Em sua forma de adaptação
rápida, desenvolve uma informação cinestésica e, em sua forma de adaptação lenta, possibilita a
informação de posicionamento articular.

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4


As informações proprioceptivas ajudam a proteger as articulações de danos causados pelos
movimentos que excedem a amplitude de movimento fisiológico normal e ajudam a determinar
o equilíbrio apropriado entre sinergistas e antagonistas. Suas atividades devem ser iniciadas logo
após uma cicatrização adequada, mas um parâmetro é o paciente completar, de modo satisfatório,
atividades que sejam consideradas pré-requisitos para seu melhor desempenho.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

As variáveis de progressão em um treino proprioceptivo são fundamentais para


sua eficácia. Neste contexto, os exercícios têm seu início em superfícies estáveis
e são finalizados em superfícies instáveis. Além disso, iniciam de forma lenta
e sequenciam de forma rápida, além de serem executadas de forma leve (sem
cargas) e fortes (com cargas) e, por fim, passam de movimentos controlados para
movimentos não controlados.

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4


Figura 1 – Fases da reabilitação proprioceptiva. Fonte: O autor.

Muitos equipamentos relacionados no tópico de Mecanoterapia, na Unidade 3, são


essenciais em trabalhos proprioceptivos, tais como: prancha de equilíbrio, balancinho, disco
proprioceptivo, bosu, jump, entre outros. Sua utilização ocorre durante o treinamento de força e
resistência à fadiga, permitindo que as execuções motoras desempenhem atividades funcionais que
estabeleçam sistemicamente a consciência corporal do indivíduo. Além disso, a empregabilidade
proprioceptiva é muito comum e intensa nos trabalhos posturais, pois organizam as estruturas e
oferecem uma qualidade funcional ainda maior para o desempenho das suas funções.

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2. MÉTODO KLAPP

O pediatra alemão Rudolph Klapp realizou um estudo dos animais e pôde averiguar
que os quadrúpedes não apresentavam escoliose, no entanto, os seres humanos, como adotam a
postura bípede, com a ação da gravidade acabam desenvolvendo essa patologia. Esse método é
composto por alongamentos e fortalecimentos de toda musculatura do tronco através de posições
que são adotadas em quatros apoios.
Tem-se como princípio a disposição da coluna vertebral estando paralela ao solo, onde
ocorre a distribuição desta ação gravitacional. Além disso, na posição quadrúpede há uma
facilitação da mobilidade lateral da coluna vertebral do indivíduo.

2.1 Exercícios
• 1. Engatinhar perto do chão: paciente estará apoiado sobre os cotovelos a 90º, onde
suas mãos e dedos estarão direcionados à frente, e deixará sua cabeça erguida, quadril
e joelhos posicionados a 90º. Em seguida, o paciente irá executar movimentos tanto de

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4


hipercifose torácica, quanto de hiperlordose lombar.
• 2. Deslizamento Horizontal: paciente em posição de gato, em que seu quadril e joelho
estarão a 90º de flexão; o terapeuta irá solicitar que o paciente estenda seu tronco e
membros superiores à frente, evitando tocar os cotovelos no chão, quando irá manter
tanto sua cabeça erguida, como a distância entre as mãos, a qual deve ser igual à largura
dos ombros.
• 3. Deslizamento lateral: O terapeuta irá solicitar que o paciente esteja posicionado em
gato, onde irá realizar o deslizamento do tronco e membros superiores em direção ao lado
convexo de sua escoliose.
• 4. Engatinhar lateral: o terapeuta irá solicitar que o paciente fique na posição quadrúpede,
onde suas mãos estarão direcionadas interiormente, levando seu membro superior para
frente, enquanto seu membro inferior ficará para trás do lado da concavidade e o paciente
irá manter sua cabeça para o lado da convexidade.
• 5. Arco grande: o terapeuta irá solicitar que o paciente fique na posição quadrúpede e
realize a extensão do membro superior e do membro inferior para o lado côncavo na
diagonal. Observa-se que os joelhos e o cotovelo contralateral irão se manter aproximados.
• 6. Virar o braço: o paciente fica posicionado em quatro apoios (posição de gato), em que
seu membro superior do lado côncavo estará em extensão e abdução a 90º, quando irá
executar uma rotação de tronco e a cabeça irá acompanhar a movimentação na direção
ao lado da concavidade.
• 7. Grande curva: o paciente ficará posicionado em gato e irá executar uma extensão tanto
do seu membro superior, quanto do inferior, do lado da concavidade.
Observa-se que, o Método Klapp é indicado em casos de escoliose, hipercifose e
hiperlordose, no entanto, em casos de limitação de movimento, hiperfrouxidão ligamentar,
quadro agudo de dor exacerbado e cervicalgia aguda há uma contraindicação da execução de
atividades abordados nesse método.

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CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4

Figura 2 – Exercícios do Método Klapp em suas progressões. Fonte: Iunes (2010).

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3. SÉRIE DE WILLIAMS

A série de Williams é composta por 10 exercícios ativos progressivos, que serão executados
baseados no progresso do tratamento. Observa-se que cada série tem a duração de 5 a 20 segundos,
o paciente não terá descanso e a dor do paciente deve ser respeitada.
O objetivo dessa série é a realização de alongamentos que estabilizará a região toracolombar
ao realizar movimentos voluntários de flexão dos membros inferiores sobre o abdome.
Os exercícios de flexão de Williams são bastante utilizados para o tratamento de grande
variedade de problemas lombares e, em geral, visam o fortalecimento dos músculos abdominais,
glúteos e o alongamento da cadeia posterior.
Suas indicações são para lombalgia idiopática, lombociatalgia, lombossacralgia, hérnia
de disco e artrose. As contraindicações são: gestantes, osteoporose, fraturas recentes, placas,
parafusos e fios utilizados em cirurgias da coluna.

3.1 Exercícios

CINESIOLOGIA E CINESIOTERAPIA | UNIDADE 4


• Posição 1: Paciente estará com sua coluna apoiada em uma superfície rígida, em que seus
joelhos ficarão dobrados, e o terapeuta irá solicitar que o paciente encolha sua barriga
e faça a contração das suas nádegas, permanecendo por 5 minutos e, em seguida, irá
relaxar. Esse exercício deverá ser repetido 10 vezes.
• Posição 2: O paciente estará deitado na posição inicial, irá realizar a contração dos
músculos abdominais, em seguida cruzará seus braços sobre o seu peito, irá levantar sua
cabeça e levará seu queixo em direção ao seu peito. Vale lembrar que essa posição precisa
ser mantida por 20 segundos e depois o paciente relaxará. Esse exercício deve ser repetido
10 vezes.
• Posição 3: o paciente estará em decúbito dorsal, o terapeuta irá solicitar que levante um
joelho em direção ao tórax de forma alternada, ou seja, primeiro joelho direito, depois
o esquerdo e assim sucessivamente. Observa-se que, ao mesmo tempo que é realizada
essa alternação de joelhos, o paciente também levantará sua cabeça e ombros do chão. A
posição deve ser mantida por 20 segundos e o exercício deve ser repetido 10 vezes.
• Posição 4: O paciente estará em decúbito dorsal, o terapeuta irá solicitar que puxe os dois
joelhos em direção ao tórax ao mesmo tempo, com isso também irá levantar sua cabeça
e o ombro do chão. Essa posição deve ser mantida por 20 segundos e o exercício deve ser
repetido 10 vezes.
• Posição 5: O paciente estará em decúbito dorsal, o terapeuta irá solicitar que flexione o
quadril a 90º, estenda o joelho, realize uma dorsiflexão e, por fim, retorne a sua posição
inicial.
• Posição 6: O paciente estará em decúbito dorsal, o terapeuta irá solicitar que flexione o
quadril a 90º, estenda o joelho, retorne à posição inicial e, por fim, repita com o outro
membro inferior sem fazer o uso das mãos.
• Posição 7: O paciente estará em decúbito dorsal, o terapeuta irá solicitar que flexione o
quadril a 90º, estenda o joelho e retorne a sua posição inicial e, por fim, que repita com o
outro membro inferior, trabalhando a lateralização.

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• Posição 8: O paciente estará em decúbito dorsal, o terapeuta irá solicitar que o paciente
faça um abdominal na diagonal, levando a mão em direção ao lado externo do joelho
contralateral, conforme vai realizando o abdominal; em seguida faz a alternância do lado.
• Posição 9: O paciente estará em ortostatismo, com seus calcanhares encostados na parede
e pés unidos, o terapeuta irá solicitar uma flexão de quadril e joelho, abdução e rotação
externa de quadril, e, por fim, irá retornar à posição inicial.
• Posição 10: O paciente estará em ortostatismo, irá flexionar o joelho até a coluna lombar
encostar na parede, onde irá ocorrer uma retificação da coluna lombar. No mesmo
momento em que realiza o exercício, o paciente irá exercer uma força contra a parede.

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Figura 3 – Exercícios da Série de Williams. Fonte: Kisner e Colby (2015).

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4. REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL (RPG)

A Reeducação Postural Global tem sua origem na França, com um trabalho desenvolvido
inicialmente por Madame Meziere. Em 1980, Phillippe Souchard começou a desenvolver
pesquisas no campo da anatomia, fisioterapia e biomecânica, juntamente com Leopold Busquet,
Marcel Bienfait, desenvolvendo os conceitos de cadeias musculares.
O RPG consiste em um método de terapia manual que é direcionado a abordar os
problemas que prejudicam o sistema musculoesquelético. É caracterizado por ser uma terapia
holística, na qual se faz o uso de posturas de tratamento de forma geral e progressiva. Tem-se como
finalidade fazer a correção de deformidades, controle de compensações e reduzir o quadro álgico.
Observa-se que a realização dos exercícios se dá de forma ativa, lenta e progressiva, respeitando o
limite de dor do paciente. A Reeducação Postural Global tem como princípios a individualidade,
globalidade e causalidade.
Durante cada sessão, o fisioterapeuta emprega micro ajustes em alongamento em uma
série de posturas suaves e progressivas (de pé, sentado ou deitado), respeitando os limites do
paciente devido ao quadro de lesões musculares, sendo que o paciente realiza as posturas sempre
com a assistência permanente do terapeuta.

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Sua fundamentação é baseada na simetria, através de uma respiração lenta, livre e solta,
evitando o bloqueio respiratório.

4.1 Exercícios
• Postura de ângulo aberto deitado: o paciente ficará em decúbito dorsal, onde sua cervical
e ombros estão alinhados, membros inferiores em rotação externa (RE) com pés apoiados
sola a sola e a lombar do paciente deve estar encostada na maca. O terapeuta irá estabilizar
a região cervical e irá realizar um trabalho de respiração relaxante, pressionando a mão
contra o tórax. Observa-se que o terapeuta busca a evolução do paciente caso não haja
relatos de algias e não ocorra compensações.
• Evolução da postura: o paciente ficará em decúbito dorsal, com a cabeça alinhada ao
centro, ombros alinhados, membros inferiores elevados, em rotação externa (RE) com os
calcanhares apoiados e sacro apoiado na maca. O terapeuta irá estabilizar a região cervical
e irá realizar um trabalho de respiração relaxante, pressionando a mão contra o tórax.
Quando o paciente estiver sem a presença de um quadro álgico e sem compensações, o
terapeuta busca a evolução da postura, onde realiza um trabalho até o paciente conseguir
estender seus membros inferiores, sem perder o apoio lombar e cervical.

Figura 4 – Postura de ângulo aberto em decúbito dorsal. Fonte: Souchard (2003).

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• Postura de ângulo aberto sentado: o paciente ficará com a coluna ereta, sentado sobre
os ísquios, ombros posicionados e pouco abduzidos, respeitando a posição anatômica,
posição de membros inferiores com RE, com pés apoiados – sola a sola – e sacro apoiado
na maca. O terapeuta apoia na região cervical, ajudando no crescimento e conduzindo-o
através de uma respiração relaxante. Com o paciente sem dor e sem compensações buscar
a evolução da postura.
• Evolução da postura sentada: conforme o paciente evolua para extensão de joelhos
acima de 90 graus, deve-se fazer a dorsiflexão, calcanhar-calcanhar, cabeça alinhada ao
centro, ombros posicionados, respeitando a posição anatômica, posição de MMII (RE,
dorsi e calcanhar-calcanhar), estabiliza a região cervical e trabalha respiração relaxante,
pressionando a mão contra o tórax. Cuidar do paciente para sempre apoiar sobre os
ísquios e, com o paciente sem dor e sem compensações, buscar a evolução da postura até
estender os membros inferiores.

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Figura 5 – Postura de ângulo aberto na posição sentada. Fonte: Souchard (2003).

• Postura de ângulo aberto em ortostatismo na parede: cabeça alinhada ao centro,


ombros posicionados, respeitando a posição anatômica, posição de membros inferiores
(aduzidos, flexão de joelho e afastados da parede), lombar apoiada na parede, a evolução
será estender os MMII, tentando aproximar os pés na parede sem compensações lombares
ou de cervical. Com o paciente sem dor e sem compensações buscar a evolução da postura.

Figura 6 – Postura de ângulo aberto em ortostatismo. Fonte: Souchard (2003).

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Para mostrar estudos científicos que comprovam a eficácia do


método RPG, segue leitura complementar de um artigo científico,
intitulado Reeducação postural global: uma revisão de literatura,
disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbfis/v15n3/03.pdf.

5. MÉTODO PILATES

O método Pilates foi criado por Joseph Hubertus Pilates, nascido na Alemanha no ano
de 1880. Na sua juventude, estudou anatomia, fisiologia humana e medicina oriental. Com
isso, desenvolveu aparelhos rústicos criados por ele. Fundou seu primeiro Estúdio em Nova

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York, denominando seu método de Contrologia, e começou a trabalhar com muitos bailarinos
importantes. Seu princípio era melhorar o equilíbrio com alongamentos e exercícios de
fortalecimento. Ele dizia: “Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma você é um
velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um jovem” (PILATES, 2010).
Alice Becker Denovaro foi a primeira brasileira a se certificar para instrução da Técnica
de Pilates e trouxe a técnica para Salvador, em 1991, abrindo seu próprio estúdio em sua casa,
sendo o primeiro estúdio no Brasil.
Seus princípios são a concentração para ajudar na imagem corporal; centralização,
centro de força onde se originam os movimentos (core ou power house); respiração, sendo ela
natural e rítmica para ajudar na capacidade pulmonar; precisão, trabalhando de forma precisa e
tendo uma dinâmica adequada em ângulos exatos para atingir o máximo de força, flexibilidade
e fluidez; e controle, realizando os exercícios controlando os movimentos com a mente para que
obtenha bons resultados.
As principais características do método são: realizar exercícios com poucas repetições,
onde a prática deve ser fluida e prazerosa. Existe um sistema hierárquico de aprendizagem para
que haja desenvolvimento neuropsicomotor do ser humano. É indicado para qualquer idade por
tratar-se de um sistema que inclui modificações específicas para diferentes problemas e limitações
físicas.
Em relação às suas práticas, muitos são os aparelhos e dispositivos utilizados, promovendo
uma variabilidade de exercícios que vão desde níveis iniciantes, a intermediários e avançados.
Grande parte do seu repertório originou-se de uma base de exercícios em solo, que foram lapidados
e transformados em exercícios específicos utilizados em bola e aparelhos como Cadillac, Chair,
Barrel, Wall Unit e Reformer.
Na graduação, estudamos os princípios e alguns exercícios em solo, pois existem cursos
de formação específica para ministrar aulas como instrutores de Pilates.

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5.1 Exercícios
• Exercício 1 – Roll up (Rolando para cima): o paciente fica em decúbito dorsal, realizando
abdominal com as pernas esticadas, com a ajuda dos braços para fortalecer o reto
abdominal e oblíquo externo, alongando a cadeia posterior e mobilizando a coluna.

Figura 7 – Rolando para cima. Fonte: Acervo pessoal do autor.

• Exercício 2 – One Leg Up-Down (Uma perna para cima e para baixo): o paciente fica
em decúbito dorsal, realiza flexão de quadril, levando a perna para cima e para baixo,

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fortalecendo o reto femoral, iliopsoas, sartório, tensor da fáscia lata e pectíneo.

Figura 8 – Uma perna para cima e para baixo. Fonte: Acervo pessoal do autor.

• Exercício 3 – Single Leg Stretch (Alongamento com uma perna): o paciente fica em
decúbito dorsal, realizando uma flexão de quadril e o joelho a 90°, tentando alcançar sua
perna com as mãos, alongando os glúteos e coluna lombar, fortalecendo a musculatura
abdominal.

Figura 9 – Alongamento com uma perna. Fonte: Acervo pessoal do autor.

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• Exercício 4 – Swan (Cisne): o paciente fica em decúbito ventral, com os cotovelos


flexionados, realizando a extensão dos membros superiores, mobilizando a coluna,
alongando a cadeia anterior do tronco e fortalecendo peitoral maior, tríceps, ancôneo e
deltoide anterior.

Figura 10 – Swan. Fonte: Acervo pessoal do autor.

Essa técnica apresenta inúmeros exercícios voltados para trabalhos posturais, melhora do
alongamento muscular, fortalecimento de grupos musculares diversos, melhora proprioceptiva e
equilíbrio do corpo com a mente.

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Segue um vídeo, realizado pelo professor, sobre os princípios
do Método Pilates, associados com alongamentos passivos e
execução de todos os exercícios em solo do pilates. VÍDEO: Método
Pilates – Aula Prática, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=UIjv1Tw_Kx8.

6. ISOSTRETCHING
O método Isostretching originou-se na França, em 1974, criado por Bernard Redondo. Este
método é adaptável para qualquer idade, sendo um tratamento global caracterizado por aspectos
corretivos, educativos, preventivos, flexibilizantes, tonificantes e não traumatizantes, além de ser
considerado um método postural, pois os exercícios são executados em uma posição vertebral
correta, sendo posturas deitadas, sentadas, em pé e em dupla; global, pois o corpo trabalha de
forma geral; e ereto, pois solicita um auto crescimento da coluna vertebral.
A palavra Isostretching deriva de Iso, que é uma abreviação de isometria, e stretching, que
significa estiramento ou alongamento. Também é considerada como cinesioterapia do equilíbrio,
ginástica postural ou de manutenção.
Os princípios do método isostretching são: fortalecimento, alongamento, auto crescimento,
respiração e propriocepção. Tem como benefícios a redução de quadros álgicos, aumento da
flexibilidade, melhoras nas alterações posturais, aumento da capacidade respiratória, melhora da
forma física e manutenção da massa muscular.

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Os exercícios realizados neste método podem ser simétricos com três, seis ou 9 repetições
e assimétricos com dois, quatro ou oito repetições, sendo sua sequência: uma vez para aprender
o movimento, duas vezes para corrigir o movimento e três vezes para executar o movimento da
melhor maneira. Sendo o tempo de permanência da postura de auto crescimento pelo tempo de
expiração do indivíduo, podendo ser de 6 a 10 segundos.
Como característica da execução, o posicionamento pélvico é considerado a chave para
o início das posturas e ele depende de qual posicionamento será escolhido para início da prática.
A pelve encontra-se em retroversão nas posições deitadas e em pé e em anteroversão na postura
sentada.

Figura 11 – Características do posicionamento pélvico em decúbito dorsal, ortostatismo e sedestação. Fonte:

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Redondo (2002).

6.1 Exercícios
• Exercício 1: Adução de escápula - o paciente ficará em ortostatismo e realizará uma
rotação externa de ombro e fará o encaixe do quadril.
• Exercício 2: Elevação de um membro ao mesmo nível do tronco - realizar uma extensão
de joelho, jogando o tronco anteriormente, elevando um membro superior no mesmo
nível do tronco, realizando uma contração de flexores do ombro e extensores de cotovelo
e punho.
• Exercício 3: Fortalecimento de psoas - o paciente fica em ortostatismo, com os dois
braços para frente e uma perna elevada com flexão de quadril e joelho a 90°, realizando
contração de peitoral e quadríceps.
• Exercício 4: Contração abdominal - o paciente fica em ortostatismo, realiza uma abdução
de ombro e extensão de punho, fazendo uma contração interescapular.
• Exercício 5: Autocrescimento - o paciente fica em ortostatismo, com uma perna na frente
em semiflexão e outra atrás totalmente estendida, realizando uma breve anteriorização
do tronco com os braços para cima, fazendo um alongamento de gastrocnêmio/sóleo e
contração do quadríceps.

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Figura 12 – Posturas básicas do Isostretching. Fonte: Acervo pessoal do autor.

É indicado para pessoas que obtêm algias musculares e vertebrais crônicas, alterações
posturais, tendinites crônicas, período pós-gestacional, estética corporal, retrações musculares
e melhora da propriocepção corporal e equilíbrio. É contraindicado para pessoas hipertensas
descontroladas, cardiopatas descompensados, algias musculares e vertebrais agudas, gestantes e
hiperalgias.

Diante de todas as técnicas posturais descritas na unidade, existe alguma mais


importante, que permite resultados mais satisfatórios? Se pensarmos em cada
técnica com princípios peculiares, desenvolvidos com estratégias diferentes para
uma mesma finalidade, existe alguma que se sobressaia? De um modo geral, essa
percepção varia de acordo com a necessidade e particularidade de cada caso.
Há pessoas que respondem de uma maneira mais satisfatória com uma técnica,
outras respondem melhor com uma técnica diferente e isso mostra apenas que as
possibilidades são ricas e servem não só para variar as sessões ou tratamentos,
como também para respeitar a individualidade de cada caso.

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7. BOLA SUÍÇA
Criada nos anos 60, na Suíça, era inicialmente usada por fisioterapeutas no tratamento
de problemas ortopédicos, em programas preventivos e corretivos posturais e na reabilitação
de lesões, para aumentar a consciência somática e encorajar o desenvolvimento neurológico e
pediátrico.
Os exercícios realizados na bola têm que ocorrer em um espaço firme e antiderrapante, o
paciente deve estar com calçado apropriado e a bola sendo higienizada após sua utilização.
Inúmeros são os benefícios da utilização da bola suíça, principalmente por tratar-se de
uma superfície instável que agrega consciência corporal e permite ao indivíduo uma série de
bons tratamentos, baseados na força, alongamento, dissociação de cinturas pélvica e escapular,
melhora proprioceptiva, postural, além de se tratar de atividades desafiadoras que instigam o
paciente a se desempenhar cada vez melhor.
Suas maiores contra indicações estão relacionadas a dor aguda, amputações, pacientes
pós cirúrgicos que fazem uso de medicação intravenosa. Exigem cuidados quando aplicadas em
pacientes pediátricos e geriátricos, que necessitam de uma supervisão individual para não correr
risco de acidentes.
Sua gama de exercícios é imensa e não há possibilidade de falar sobre todos eles, portanto,

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seguem alguns exercícios gerais para atingir alguns objetivos essenciais para tratamentos diversos.

7.1 Exercícios
• Exercício 1: Quicar na bola - o paciente ficará sentado na bola e o terapeuta irá solicitar
ao paciente para quicar na bola de forma leve inicialmente e depois evoluir até desencostar
o bumbum da bola, fazendo com que melhore sua propriocepção e equilíbrio.
• Exercício 2: Sentado no solo - o paciente fica sentado com a bola entre as pernas e
realiza adução comprimindo a bola, melhorando o seu fortalecimento de adutores e
propriocepção.
• Exercício 3: Deitado no solo - o paciente fica em decúbito dorsal no chão, com os
membros inferiores na bola, realizando a ponte com os braços estendidos ao longo do
corpo, melhorando sua propriocepção e fortalecimento de isquiotibiais e glúteos.
• Exercício 4: Ortostatismo no solo - o paciente fica em ortostatismo, com a bola encostada
na lombar, o terapeuta deve solicitar que ele faça agachamento isométrico ou isotônico,
melhorando a propriocepção, equilíbrio e fortalecimento de quadríceps.
• Exercício 5: Alongamento de rotadores internos - o paciente fica em decúbito dorsal
e o terapeuta solicita o cruzamento da perna a ser alongada sobre a outra (em rotação
externa), fazendo com que melhore sua flexibilidade de glúteos e piriforme.

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Figura 13 – Exercícios básicos na bola suíça. Fonte: Endacot (2015).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As técnicas cinesioterapêuticas se mostram muito importantes no tratamento de diversas


disfunções relacionadas à falta de alongamento, fraquezas musculares, má postura, falta de
consciência corporal, dentre outros fatores.
Neste contexto, a unidade buscou trazer os principais benefícios de cada técnica
estudada, demonstrando seus objetivos e utilizações por parte do fisioterapeuta para contemplar
o tratamento de seus pacientes. Vale lembrar que é o primeiro contato dos acadêmicos com as
atividades, sendo assim, as noções introdutórias obtidas até aqui permitem o contato inicial e
conhecimento a respeito delas.
É válido lembrar que grande parte dos recursos cinesioterapêuticos são recapitulados em
disciplinas específicas que tratam das patologias ortopédicas, a fim de aprofundar mais a respeito
e torná-los aptos a compreender, além dos aspectos de execução, também sua associação com
patologias, bem como a elaboração de planos de tratamentos precisos.
Durante as tutorias da disciplina, serão aplicadas de forma prática todas as atividades

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abordadas em todas as unidades.

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ENSINO A DISTÂNCIA

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protótipos de Da Vinci. São Paulo, 2020. Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/
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ENSINO A DISTÂNCIA

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