Recursos Terapêuticos Ocupacionais
Recursos Terapêuticos Ocupacionais
Recursos Terapêuticos Ocupacionais
OCUPACIONAIS
PROF.A ELIANE SCHROEDER
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica:
Maria Albertina Ferreira do
Nascimento
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Diretoria EAD:
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá. Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não PRODUÇÃO DE MATERIAIS
vale a pena ser vivida.”
Diagramação:
Cada um de nós tem uma grande res- Alan Michel Bariani
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Thiago Bruno Peraro
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica
e profissional, refletindo diretamente em nossa Revisão Textual:
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Fernando Sachetti Bomfim
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente Marta Yumi Ando
e busca por tecnologia, informação e conheci- Simone Barbosa
mento advindos de profissionais que possuam
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Produção Audiovisual:
cia no mercado de trabalho. Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
De fato, a tecnologia e a comunicação Osmar da Conceição Calisto
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e Gestão de Produção:
nos proporcionando momentos inesquecíveis. Cristiane Alves
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
RECURSOS TERAPÊUTICOS OCUPACIONAIS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................................4
1. BASES CONCEITUAIS E MODELOS TEÓRICOS....................................................................................................5
2. RECAPITULANDO AS ORIGENS.............................................................................................................................5
3. OS METAMODELOS: VISÃO REDUCIONISTA E VISÃO HOLÍSTICA....................................................................7
4. MODELO: PRÁTICA BASEADA NO CLIENTE.........................................................................................................8
5. MEDIDA CANADENSE DE PERFORMANCE (DESEMPENHO) OCUPACIONAL (COPM)...................................9
6. BASES CONCEITUAIS E O CAMINHO DO PROCESSO TERAPÊUTICO............................................................. 11
6.1 MODELO DO PROCESSO DE TERAPIA OCUPACIONAL HUMANISTA.............................................................12
6.2 MODELO DO PROCESSO DE TERAPIA OCUPACIONAL POSITIVISTA............................................................13
6.3 MODELO DO PROCESSO DE TERAPIA OCUPACIONAL MATERIALISTA HISTÓRICO...................................15
7. MODELO FUNCIONAL OCUPACIONAL (MFO).....................................................................................................16
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................18
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A TO é uma profissão formada pelo decorrer da história, das ciências médicas e sociais
(HAGEDORN, 2003). A história vem mudando o conceito de que a TO é uma profissão tão
somente da área da saúde, ganhando importante espaço também no campo social e no contexto
escolar.
Por mais que busquemos abordagens, técnicas e modelos específicos para um determinado
grupo patológico, seremos sempre terapeutas ocupacionais, cujo foco principal é o fazer humano,
o engajar-se em ocupações, o papel ocupacional.
Hagedorn (1999) descreve o conceito de modelo como um apanhado de ideias oriundas
de diversos campos de estudo e organizadas para sintetizar e integrar os elementos teóricos e
práticos. Modelo seria uma ferramenta para representar, ordenar, categorizar e simplificar
fenômenos complexos. “Profissionais de terapia ocupacional usam princípios teóricos e modelos,
o conhecimento sobre os efeitos das condições na participação, e as evidências disponíveis sobre
a eficácia da intervenção para orientar seu raciocínio” (AOTA, 2015, p. 12).
Os conceitos anteriores são trazidos por terapeutas ocupacionais norte-americanos.
2. RECAPITULANDO AS ORIGENS
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Com a Revolução Industrial, o enfoque na ocupação e nas atividades foi sendo abandonado
à medida que os avanços na ciência, principalmente na Medicina, passaram a proporcionar
uma visão fragmentada do ser humano. Deu-se início, então, a uma linha de pensamento mais
cientificista – o que conferiu uma inclinação mais científica aos tratamentos da época e direcionou
a profissão para o domínio médico (LARSON; CLARK, 2001).
A profissão tem uma mudança de enfoque, da saúde mental para o campo do trabalho.
Assim, o movimento das artes e ofícios pode ser considerado como combativo a essa nova
tendência (LARSON; CLARK, 2001).
No início do século XX, a profissão se consolida nos Estados Unidos, tendo como
principais personagens as enfermeiras que atuavam com ex-combatentes de guerra. Tal fato pode
explicar o porquê de a profissão ser considerada feminina (DE CARLO; BARTALOTTI, 2001).
No período da Primeira e Segunda Guerras Mundiais, houve aumento da pressão para
o desenvolvimento científico na área da saúde. Além disso, veio o advento do positivismo na
forma de se fazer ciência e, consequentemente, saúde. As intervenções em saúde passaram a ser,
gradativamente, mais focadas nas partes em detrimento de se olhar o indivíduo como um ser
integral (DE CARLO; BARTALOTTI, 2001).
O foco da TO no pós-guerra (1950) acompanhou a tendência mundial (da especialização,
reducionismo/cientificismo), e o enfoque passou a ser no campo da reabilitação física (DE
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Segundo Reed (1984 apud HAGEDORN, 2003, pp. 15-16), as visões reducionistas (ou
atomista) e holística (ou organicista) são descritas como metamodelos, pois todos os demais
modelos e estruturas de referência em TO são enquadrados em um desses metamodelos.
O conceito reducionista:
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
HOLÍSTICO REDUCIONISTA
Vê a pessoa como um todo maior que a soma Vê o indivíduo como divisível em componen-
das partes. tes que podem ser estudados separadamen-
te.
Tende a pensar os sistemas como interativos e Tende a pensar em sistemas fechados e fi-
adaptativos. xos.
O controle é baseado em um indivíduo que tem Determinista: o controle é externo ao indiví-
A prática baseada no cliente é um modelo que, por si só, já define qual é o componente
mais importante no processo terapêutico em qualquer intervenção: o cliente.
A promoção da saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o “[...] processo
de habilitar pessoas a aumentarem seu autocontrole e melhorar sua saúde” (WHO, 1984 apud
SUMSION, 2003, p. 2). Reconhecer a importância desse conceito veio a facilitar a integralidade
de muitos programas de apoio ao consumidor. “Os direitos do consumidor, direitos humanos e
a revolução tecnológica também aceleraram o desenvolvimento da prática baseada no cliente”
(GAGE, 1994; LAW et al., 1995 apud SUMSION, 2003, p. 2).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Nesse processo, o foco é o cliente. Ele e o terapeuta formam uma forte parceria para
alcançar as metas determinadas pelo cliente. Segundo Sumsion (2003), há 5 estágios envolvidos:
• Orientação.
• Coleta de dados e avaliação.
• O cliente estabelece metas.
• Parceria para alcançar as metas.
• Avaliação.
Orientação: determina a direção sugerida da intervenção. No encontro inicial, buscam-
se a visão do cliente e a compreensão das razões para a orientação.
Avaliação: a visão do cliente será incluída de maneira oficial, e as metas são reclassificadas
de acordo com sua satisfação.
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A COPM é uma avaliação de entrevista semiestruturada, que pode ser utilizada como
ferramenta para determinar quando o cliente necessita de serviços de TO. Na avaliação inicial,
ela serve para ajudar o terapeuta e o cliente a compreenderem a natureza dos problemas de
performance (desempenho) ocupacional que o indivíduo está experimentando.
Após a avaliação e em posse dos resultados, a medida auxiliará no estabelecimento dos
objetivos para a terapia e servirá como medida de resultado para determinar o grau de mudança
na performance ocupacional em contínuas experiências do cliente como um resultado de
intervenção.
A COPM não tem especificação de idade e público-alvo (limite de idade ou diagnóstico);
portanto, pode ser empregada a uma ampla variedade de clientes (ao próprio cliente e a pessoas
do ambiente do cliente, como família e professores) e em situações nas quais o cliente não é um
indivíduo, mas uma organização, como empresas, escolas ou instituições de longa permanência.
A partir da entrevista, obtém-se a perspectiva do cliente e definem-se os problemas de
performance ocupacional. A COPM incorpora o papel do cliente e suas expectativas, considerando
o ambiente do indivíduo e assegurando que as questões identificadas lhe são relevantes.
De maneira muito clara e objetiva, Fasoli (2013) assim explana sobre a COPM:
Quadro 2 - Exemplo dos escores para a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional. Fonte: Fasoli (2013).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Tais posições foram encontradas quando investigamos como são vistos o homem e a
sociedade. A primeira posição toma como pressuposto a concepção humanista; a segunda, a
concepção positivista; e a terceira, a concepção dialética.
Vejamos como cada uma dessas posições se apresenta.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Francisco (2001) ensina que grupo de atividades é uma forma de trabalho grupal em que
várias pessoas são atendidas em um mesmo espaço, cada qual desenvolvendo seu próprio projeto,
compartilhando, entretanto, de uma mesma dinâmica interpessoal. O fazer, nessa situação, é
discutido em termos das relações acontecidas com cada um e com os outros participantes, como
nas relações de cooperação.
• Encaminhamento.
• Entrevista inicial.
• Avaliação (inicial e/ou completa).
• Planejamento de programa de tratamento.
• Tratamento propriamente dito.
• Reavaliações.
• Alta.
O tratamento, portanto, só acontece após a avaliação do paciente e após a elaboração
pelo terapeuta de um programa de tratamento. Vejamos, então, etapa por etapa, guiando-nos por
Francisco (2001).
O encaminhamento médico é a porta de entrada do paciente ao tratamento de TO.
Ele chega ao terapeuta com indicações feitas pelo médico, denominadas prescrição médica. A
prescrição explicita os objetivos que o médico e a equipe esperam obter com o tratamento. Os
objetivos aí apontados estão diretamente ligados à patologia apresentada no caso em pauta.
Após o recebimento do paciente, cabe ao profissional realizar uma entrevista inicial,
primeiro momento de uma série de coleta de dados. Conhecer a história do paciente desde o
início da doença é de fundamental importância ao profissional, porque lhe possibilita investigar
como o paciente vive seu cotidiano.
Os dados a respeito de nível de escolaridade, condições socioeconômicas e culturais,
religião, atividades de vida diária, trabalho e lazer são preferencialmente colhidos nessa etapa. A
entrevista é composta por uma série de perguntas feitas ao paciente com o respectivo registro das
respostas, sem que haja qualquer interferência por parte do terapeuta.
Muitas são as formas utilizadas para a efetivação de uma entrevista: estruturadas, não
estruturadas, verbais, escritas, abertas, fechadas etc. Dentre essas possibilidades, as entrevistas
abertas são pouco utilizadas, pois se caracterizam pela livre narrativa por parte do entrevistado.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1) Para se engajar satisfatoriamente a um papel ocupacional, uma pessoa deve ser capaz
de realizar tarefas que fazem parte desse papel.
No modelo MFO, a ocupação possui duas naturezas: ocupação como meio e como fim.
A ocupação como fim equivale aos níveis mais altos do MFO, nos quais a pessoa tenta
atingir uma meta funcional (uma atividade ou uma tarefa) utilizando quaisquer habilidades,
capacidades, hábitos e talentos que possua. A ocupação como meio, por outro lado, é a terapia
utilizada para proporcionar mudanças nos fatores do paciente deficiente e nas habilidades de
desempenho. Tanto a ocupação como fim quanto a ocupação como meio derivam seu impacto
terapêutico das condições de propósito e de significado.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
RECURSOS TERAPÊUTICOS OCUPACIONAIS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................21
1. DOMÍNIO ................................................................................................................................................................22
2. OCUPAÇÕES...........................................................................................................................................................23
2.1 ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA (AVD).....................................................................................................................23
2.2 ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA (AIVDS)...............................................................................25
2.3 DESCANSO E SONO.............................................................................................................................................27
2.4 EDUCAÇÃO............................................................................................................................................................28
2.5 TRABALHO............................................................................................................................................................29
2.6 BRINCAR.............................................................................................................................................................. 30
2.7 LAZER................................................................................................................................................................... 30
2.8 PARTICIPAÇÃO SOCIAL.......................................................................................................................................31
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3. FATORES DO CLIENTE...........................................................................................................................................32
4. HABILIDADES DE DESEMPENHO.........................................................................................................................33
5. PADRÕES DE DESEMPENHO................................................................................................................................34
6. CONTEXTO E AMBIENTE......................................................................................................................................35
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................37
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. DOMÍNIO
• Habilidades Motoras.
• Habilidades de Processo.
• Habilidades de Interação Social.
Padrões de desempenho:
• Hábitos.
• Rotinas.
• Rituais.
• Papéis.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Contextos e ambientes:
• Cultural.
• Pessoal.
• Físico.
• Social.
• Temporal.
• Virtual.
2. OCUPAÇÕES
- “O que as pessoas fazem que ocupam seu tempo e atenção; significativa, atividade com
propósito; as atividades pessoais que os indivíduos escolhem ou necessitam se envolver e as
maneiras pelas quais cada indivíduo realmente as experimenta” (SCHELL; GILLEN; SCAFFA,
2014 apud AOTA, 2015).
Na TO, a ocupação tanto está associada à saúde e ao bem-estar como pode ser insalubre,
perigosa, de má adaptação ou destrutiva para si ou para os outros, contribuindo para problemas
sociais e para a degradação ambiental (DICKIE, 2011).
São inúmeras as definições de ocupação. O que é importante para a TO é sempre levar
em consideração o grau de importância que dada ocupação tem para o seu cliente (pessoa, grupo
ou população).
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CATEGORIA DESCRIÇÃO
Banhar e tomar banho no chuveiro Obter e usar utensílios; ensaboar, enxaguar e se-
car as partes do corpo; manter-se na posição de
banho; transferência de e para posições de ba-
nho.
Usar vaso sanitário e realizar higiene íntima Obter e usar utensílios; cuidado com roupas; ma-
nutenção da posição no vaso; transferência de e
para o vaso sanitário; limpeza do corpo; cuidados
menstruais e necessidades com a continência
(incluindo cateter, colostomia e uso de supositó-
rio) bem como controle intencional do intestino
e urinário e, se necessário, utilizar equipamentos
ou agentes para o controle da bexiga.
Deglutir/comer Manter e manipular alimento ou líquido na boca
e engolir; engolir é mover o alimento da boca ao
estômago.
Alimentar Colocar, arranjar e trazer a comida (ou líquido) do
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Leia o artigo:
GALHEIGO, S. M. O cotidiano na terapia ocupacional: cultura, subjetividade e con-
texto histórico-social. Revista da Terapia Ocupacional da Universidade de São
Paulo, São Paulo, v. 14, n. 3, 2003.
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Cuidar de outros (incluindo seleção e supervisão Organizar, supervisionar ou fornecer cuidado
de cuidadores). para outros.
Cuidar de animais. Organizar, supervisionar ou prestar cuidados a
animais de estimação e animais de serviço.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Gerenciamento de comunicação. Enviar, receber e interpretar uma informação,
usando uma variedade de sistemas e equipa-
mentos, incluindo ferramentas para a escrita,
telefones (celulares ou smartphones), teclados,
gravador audiovisual, computadores ou tablets,
pranchas de comunicação, luzes de chamada,
sistemas de emergência, escrita em Braille, dis-
positivos de telecomunicação para surdos, sis-
tema de comunicação aumentativa e assistente
pessoal digital.
Dirigir e mobilidade na comunidade. Planejar-se e mover-se na comunidade e usar o
transporte público ou privado, como dirigir, cami-
nhar, andar de bicicleta ou acessar e locomover-
-se por meio de ônibus, táxis ou outros sistemas
de transporte.
Gerenciamento financeiro. Usar recursos fiscais, incluindo métodos alter-
nativos de transação financeira, planejar e usar
finanças com objetivos a curto e longo prazos.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Fazer compras. Preparar listas de compras (mercearias e ou-
tros); seleção, compra e transporte de itens; se-
lecionar formas de pagamento; e completar as
transações com dinheiro; estão aqui incluídas
as compras pela Internet e o uso de dispositivos
eletrônicos relacionados, como computadores,
telefones celulares e tablets.
DESCANSO E SONO
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Descansar Envolver-se em ações tranquilas e sem esfor-
ço, que interrompem a atividade física e mental,
resultando em um estado de relaxamento; está
aqui incluída a identificação da necessidade de
relaxar; redução do nível de envolvimento em ati-
vidades físicas, mentais ou sociais; envolver-se
em relaxamento ou outros esforços que restau-
rem a energia e a calma e renovem o interesse
nesse envolvimento.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Preparação para o sono (1) Envolvimento em prática de rotinas que pre-
param o indivíduo para um descanso confortável,
tais como grooming e despir-se; ler ou ouvir músi-
ca para adormecer, dar boa noite ao próximo e se
envolver em meditação ou orações; determinar
a hora do dia e o período desejado para dormir
e o tempo necessário para acordar; estabelecer
padrões de sono condizentes com o desenvolvi-
mento e saúde (padrões são muitas vezes pes-
soal e culturalmente determinados).
(2) A preparação do ambiente físico para pe-
ríodos de inconsciência, como fazer a cama ou
preparar espaço para dormir; garantir proteção
contra o calor ou frio; definir um despertador; ga-
rantir segurança da casa, como trancar portas ou
fechar as janelas ou cortinas; e desligar equipa-
mentos eletrônicos ou luzes.
Participação no sono Cuidar das necessidades pessoais para o sono,
como diminuir as atividades para garantir o iní-
2.4 Educação
Dentre as áreas de ocupação, a educação talvez ainda seja uma das mais desafiadoras,
principalmente, em virtude das barreiras atitudinais que nós (que trabalhamos com a educação
inclusiva) enfrentamos. A AOTA (2015) a descreve como sendo atividades necessárias à
aprendizagem e participação no ambiente educacional (Quadro 4).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
EDUCAÇÃO
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Participação na educação formal Participação em atividades educacionais no
meio acadêmico (por exemplo: matemática, lei-
tura e obtenção de grau), não acadêmico (por
exemplo: recreio, refeitório, corredor), extracur-
ricular (por exemplo: esportes, banda, animação
de torcida, danças) e atividades vocacionais
(pré-vocacional e vocacional).
Exploração das necessidades ou interesses pes- Identificação de temas e métodos para obter in-
soais em educação informal (além da educação formações ou habilidades relacionadas.
formal)
Participação na educação pessoal informal Participar de aulas informais, programas e ativi-
dades que proporcionem instrução ou formação
em áreas identificadas como de interesse.
TRABALHO
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Interesse e busca por emprego Identificação e seleção de oportunidades de tra-
balho com base em bens, limitações, gostos e
antipatias em relação ao trabalho.
Procura e aquisição de emprego Autoadvocacia; completar, submeter e rever os
materiais adequados de inscrição; preparar-se
para entrevistas; participar de entrevistas e man-
ter acompanhamento posterior; discutir benefí-
cios no trabalho e finalizar negociações.
Desempenho no trabalho Desempenhar as exigências do trabalho, o que
inclui padrões e habilidades no trabalho; geren-
ciamento do tempo; relacionamentos com cole-
gas de trabalho, gerentes e clientes; liderança e
supervisão; criação, produção e distribuição de
produtos e serviços; iniciação, manutenção e
conclusão dos trabalhos; conformidade com as
normas e procedimentos do trabalho
Adequação e preparação para a aposentadoria Determinar aptidões, desenvolver interesses e
habilidades, selecionar atividades não profissio-
nais adequadas e ajustar o estilo de vida na au-
sência do papel de trabalhador.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Explorar trabalho voluntário Determinar causas comunitárias, organizações
ou oportunidades de trabalho não remunerado
relacionadas a habilidades pessoais, interesses,
localização e tempo disponível.
Participação em voluntariado Desempenhar atividades de trabalho não remu-
neradas em benefício de causas, organizações
ou meios.
2.6 Brincar
O brincar é um recurso do qual muitos profissionais se utilizam; porém, para o TO,
ele é especial por se tratar de área de ocupação. Além da utilização do brincar como recurso
terapêutico (criança com deficiência, aprimoramento da motricidade, significar o brincar etc.), o
TO deve promover o brincar como garantia de direitos.
BRINCAR
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Brincar exploratório Identificar atividades lúdicas apropriadas, in-
cluindo o brincar exploratório, a prática de brin-
car, o brincar intencional, jogos com regras, brin-
car construtivo e o brincar simbólico.
Participação no brincar Participar do brincar; manter um equilíbrio entre
brincar e as outras ocupações; obter, utilizar e
manter brinquedos, equipamentos e utensílios
apropriadamente.
2.7 Lazer
Lazer é um direito social, garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos
(em seu artigo XXIV), pela Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (artigo 6º) e
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 4º). O TO atua no controle social e na garantia
de direitos.
Lazer é “[...] Atividade não obrigatória que é intrinsecamente motivada e realizada
durante o tempo livre, ou seja, o tempo não comprometido com ocupações obrigatórias, tais
como trabalho, autocuidado ou sono” (PARHAM; FAZIO, 1997 apud AOTA, 2015).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
LAZER
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Exploração do lazer Identificação de interesses, habilidades, oportu-
nidades e atividades de lazer
apropriadas.
Participação no lazer Planejar e participar de atividades de lazer apro-
priadas; manter um equilíbrio entre atividades de
lazer e outras ocupações; obter, utilizar e manter
equipamentos e acessórios de forma apropriada.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
CATEGORIA DESCRIÇÃO
Comunidade Envolver-se em atividades que resultam em inte-
ração bem-sucedida ao nível da
comunidade (por exemplo: vizinhança, organiza-
ção, local de trabalho, escola, grupo religioso ou
espiritual).
Família Envolver-se em atividades que resultam em inte-
ração bem-sucedida em papéis
familiares específicos, necessários e/ou deseja-
dos.
Pares, amigos Envolver-se em atividades com diferentes níveis
de interação e intimidade, incluindo envolver-se
em atividade sexual desejada.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Essas são as oito ocupações de que trata o documento da AOTA (2015), referentes ao
domínio da TO segundo a Associação Americana de Terapia Ocupacional.
3. FATORES DO CLIENTE
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4. HABILIDADES DE DESEMPENHO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Há uma tabela com outros exemplos das três habilidades abordadas, porém, os autores
afirmam que tal tabela não é conclusiva e pode não incluir todas as habilidades possíveis abordadas
durante as intervenções de TO.
5. PADRÕES DE DESEMPENHO
- Rituais são ações simbólicas com significado espiritual, cultural ou social. Rituais
contribuem para a identidade de um cliente e reforçam seus valores e crenças.
• Pessoa:
◉ Hábitos: colocam-se automaticamente as chaves do carro no mesmo lugar.
◉ Rotinas: segue-se uma sequência matinal para usar o banheiro, tomar banho, cuidar da
higiene e vestir-se.
◉ Rituais: utiliza-se uma escova de cabelo antiga, herdada, e escova-se o
cabelo 100 vezes por noite, como a mãe fazia.
◉ Papéis: aluno com dificuldade de aprendizagem estudando informática.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
• Grupo ou população:
◉ Rotinas: seguem-se práticas de saúde, como imunizações programadas para crianças e
exames de saúde anuais para adultos.
◉ Rituais: realizam-se desfiles ou manifestações.
◉ Papéis: organização humanitária que distribui doações de alimentos e roupas para
refugiados.
6. CONTEXTO E AMBIENTE
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ambiente:
- Físico: ambiente não humano, natural ou construído, além dos objetos nele presentes. O
ambiente natural inclui terreno geográfico, plantas e animais, bem como as informações
sensoriais a seu redor. O ambiente construído inclui edifícios, mobiliário, ferramentas e
dispositivos (AOTA, 2015).
- Pessoa: casa ou apartamento de pessoa física.
- Grupo: prédio de escritório ou fábrica.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para o acadêmico que está iniciando qualquer graduação e que precisa delinear
seu conhecimento para ir construindo o raciocínio conforme evolui nas disciplinas, ficam
questionamentos e um emaranhado de dúvidas e anseios. Dominar as competências terapêuticas
ocupacionais é alicerçar o conhecimento teórico na prática. “O domínio da terapia ocupacional
define seu propósito como ‘alcançar saúde, bem-estar e participação em situações de vida através
do envolvimento em ocupações’ incluindo tanto o domínio quanto o processo” (AOTA, 2015, p.
2).
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
RECURSOS TERAPÊUTICOS OCUPACIONAIS
PROCESSO
PROF.A ELIANE SCHROEDER
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................. 40
1. PROCESSO..............................................................................................................................................................41
2. PROCESSO DE TERAPIA OCUPACIONAL NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.......................................................41
2.1 MODELOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO...........................................................................................................43
3. RACIOCÍNIO CLÍNICO............................................................................................................................................43
4. USO TERAPÊUTICO DE SI.................................................................................................................................... 45
5. PROCESSO DE AVALIAÇÃO ................................................................................................................................. 45
5.1 PERFIL OCUPACIONAL....................................................................................................................................... 46
5.2 ANÁLISE DO DESEMPENHO OCUPACIONAL....................................................................................................47
6. PROCESSO DE INTERVENÇÃO............................................................................................................................ 48
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6.1 PLANO DE INTERVENÇÃO.................................................................................................................................. 48
6.2 IMPLEMENTAÇÃO DA INTERVENÇÃO.............................................................................................................. 49
6.3 REVISÃO DA INTERVENÇÃO.............................................................................................................................. 50
7. RESULTADOS-ALVO............................................................................................................................................... 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................53
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. PROCESSO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
• Intervenção
Plano de intervenção: é o plano que irá guiar as ações tomadas e que é desenvolvido em
colaboração com o cliente. Baseia-se em teorias selecionadas, quadros de referência e
evidências. Estabelecem-se os resultados-alvo a serem alcançados.
• Resultados-alvo
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3. RACIOCÍNIO CLÍNICO
Durante o processo de intervenção, estamos envolvidos continuamente com o que
chamamos de Raciocínio Clínico. Ele nos permite, de acordo com a AOTA (2015):
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4. USO TERAPÊUTICO DE SI
5. PROCESSO DE AVALIAÇÃO
O processo de avaliação serve para descobrir o que o cliente quer e precisa fazer;
determinar o que um cliente pode fazer e tem feito; e identificar facilitadores e barreiras para a
saúde, o bem-estar e a participação; e ocorre durante as interações iniciais e em todo o processo
de intervenção (AOTA, 2015).
A avaliação vai depender da configuração da prática, consistindo no perfil ocupacional
e na análise do desempenho ocupacional. O perfil ocupacional inclui informações sobre as
necessidades do cliente, problemas e preocupações relacionadas ao desempenho ocupacional
(AOTA, 2015).
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Muitas vezes, o maior desafio para o terapeuta ocupacional ou para qualquer ou-
tro profissional que realizará intervenções com seu cliente é sua família/cuidador.
Nestes casos, quem é realmente seu cliente? Procure saber a respeito, pesquise
se há regras, leis, especificidades em cada caso e como lidar nas situações que
se apresentarão. Exemplo: Você inicia uma avaliação com um cliente que está
em estágio inicial de Alzheimer, mas os familiares lhe pediram para que você não
• Por que o cliente solicita o serviço, e quais são as preocupações atuais do cliente em
relação ao seu envolvimento em ocupações e atividades da vida diária?
• Em quais ocupações o cliente se sente bem-sucedido e quais barreiras afetam o seu
sucesso?
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• Sintetizar informações do perfil ocupacional para então focar nas ocupações específicas e
nos contextos que precisam ser abordados.
• Observar o desempenho de um cliente durante as atividades relevantes às ocupações
desejadas, ressaltando a eficácia das habilidades de desempenho e padrões de desempenho.
• Selecionar e usar avaliações específicas para medir habilidades de desempenho e padrões
de desempenho de forma adequada.
• Selecionar e administrar informações, se necessário, para identificar e avaliar mais
especificamente os contextos e ambientes, demandas de atividades e fatores que
influenciam as habilidades de desempenho e os padrões de desempenho do cliente.
• Selecionar as medidas de resultados.
• Interpretar os dados de avaliação para identificar o que facilita e o que impede o
desempenho.
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1. Plano de intervenção;
2. Implementação da intervenção;
3. Avaliação da intervenção.
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7. RESULTADOS-ALVO
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1. Seleção dos tipos de resultados e medidas, incluindo, mas não limitando o desempenho
ocupacional, prevenção, saúde, qualidade de vida, participação, competência, papel,
bem-estar e justiça ocupacional.
AVALIAÇÃO
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTERVENÇÃO
1: Desenvolver o plano, que en- 1: Determinar e executar a(s) 1: Reavaliar o plano e a imple-
volve a seleção de: intervenção(ões) terapêutica(s) mentação em relação à obten-
• Metas e objetivos mensurá- ocupacional(is) a ser(em) utili- ção de resultados, serviços de
veis focados na ocupação, zada(s) que podem incluir: terapia ocupacional e de enca-
além de prazos estabeleci- • O uso terapêutico de ocu- minhamento.
dos; pações e atividades.
• Abordagem ou abordagens • Métodos e tarefas prepara-
de intervenção de terapia tórias.
ocupacional, tais como • Educação e treinamento.
criar ou promover, estabe- • Advocacia.
lecer ou restaurar, manter, • Intervenções em grupo.
modificar ou prevenir; e
• Métodos para a prestação
de serviços, incluindo quem
irá fornecer a intervenção,
os tipos de intervenções e
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O domínio e o processo da terapia ocupacional fazem parte de seu contexto desde 1917,
fundação da profissão. São conceitos centrais que fundamentam a prática do TO. O domínio e
o Processo são descritos separadamente, porém eles se complementam de maneira transacional.
É no processo que o profissional guiará seu cliente no engajamento e na participação
das atividades diárias e no processo terapêutico. Ele só ocorre quando centrado no cliente, por
isso o uso terapêutico de si, a necessidade do processo de intervenção e do domínio das áreas
anteriormente estudadas.
Valores, crença, espiritualidade, rituais, rotinas, nada pode ser esquecido por um
terapeuta ocupacional, ao avaliar seu cliente e traçar um plano de intervenção, focado nas áreas
de ocupação humana. Temos que lembrar que o objeto principal de trabalho do TO é a ocupação,
portanto seu objetivo é ocupação humana, áreas de ocupação.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
RECURSOS TERAPÊUTICOS OCUPACIONAIS
ANÁLISE DA ATIVIDADE
PROF.A ELIANE SCHROEDER
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................. 55
1. OCUPAÇÃO E ATIVIDADE...................................................................................................................................... 56
2. O SURGIMENTO DA ANÁLISE DA ATIVIDADE NA TERAPIA OCUPACIONAL....................................................57
3. CONCEITUANDO A ANÁLISE DA ATIVIDADE ..................................................................................................... 58
4. ANÁLISE DA ATIVIDADE VOLTADA PARA A TAREFA.......................................................................................... 59
4.1 ADAPTAÇÃO......................................................................................................................................................... 64
5. GRADUAÇÃO.......................................................................................................................................................... 66
6. ANÁLISE DA ATIVIDADE VOLTADA PARA A TEORIA E PARA O INDIVÍDUO.................................................... 68
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................................................70
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INTRODUÇÃO
Para o TO, a análise da atividade é um (senão) dos mais importantes recursos utilizados.
Em muitos contextos em que os clientes estão, o engajamento nas ocupações se dá por meio de
atividades, levando o TO à necessidade de uma análise minuciosa para que esse engajamento
aconteça da melhor forma possível, ou seja, com a maior autonomia e independência, dentro das
potencialidades apresentadas.
A análise da atividade envolve fragmentar a atividade em componentes (tarefas) com
sequenciamento, sendo observados seus componentes estáveis e situacionais, e avaliando seu
potencial terapêutico (HAGEDORN, 2003).
O TO caracteriza, qualifica uma atividade, isto é, analisa os componentes de desempenho
que serão exigidos, o significado cultural e pessoal da atividade, assim como o ambiente e as
condições em que a atividade será desenvolvida. Este é o conteúdo a ser discutido nesta última
unidade da disciplina.
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1. OCUPAÇÃO E ATIVIDADE
O termo “ocupação”, na terapia ocupacional, pode suscitar perguntas como: O que você
faz? Ocupa as pessoas? Se pararmos para pensar, será que, na verdade, não ocupamos de fato? A
ocupação humana e o uso da atividade são as principais ferramentas de trabalho do TO.
Segundo a AOTA (2015), envolver-se ativamente em ocupação promove, facilita, apoia e
mantém a saúde e a participação. Esses conceitos inter-relacionados incluem:
• Saúde - “[...] um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a
ausência de doença ou enfermidade” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE [OMS],
2006, p. 1 apud AOTA, 2015).
• Bem-estar - “[...] um termo geral que engloba o universo total de domínios da vida
humana, incluindo aspectos físicos, mentais e sociais” (OMS, 2006, p. 211 apud AOTA,
2015).
• Participação - “[...] envolvimento em uma situação de vida” (OMS, 2001, p. 10 apud
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
[...] uma ideia mantida na mente das pessoas e em sua linguagem cultural
compartilhada. Uma atividade é uma classe culturalmente definida e geral de
ações humanas [...] Uma atividade não é experimentada por uma única pessoa;
não é observável como uma ocorrência; e não está localizada em um contexto
temporal, espacial e sociocultural plenamente existente.
O cliente se envolve com atividades como parte de sua ocupação. Ocupação e atividade
são interligadas. Terapeuticamente, a atividade é usada para avaliar, facilitar, restaurar ou manter
as habilidades do cliente para serem envolvidas nas ocupações (SILVA, 2007).
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Nos anos 1950, a análise de atividade passou a ser central na TO, e integrou um “movimento
para torná-la uma ciência exata”. Buscava-se uma forma de medir a eficácia das intervenções em
Terapia Ocupacional, para dar legitimidade científica ao campo, nos termos de um modelo de
cientificidade médico-biológico (CASTIGLIONI et al., 2004).
A atividade, instrumento da TO, está incorporada na vida cotidiana do sujeito e, por isso,
difícil de definir. Especificar o fazer individual como ato único dificultava em muito a avaliação
da eficiência do uso desse instrumental na prática clínica (CASTIGLIONI et al., 2004).
Grande desafio era o de transformar as atividades utilizadas nas práticas terapêuticas
em um instrumental confiável, mensurável e generalizável. Para isso, era preciso encontrar um
modelo padrão que consistiria numa forma ideal (e normal) de realizá-las. Esse modelo padrão
forneceria elementos para adaptação das atividades a cada caso, bem como para a avaliação do
desempenho dos pacientes (CASTIGLIONI et al., 2004).
Outro ponto de vista era o de compreender uma atividade do ponto de vista científico,
nos moldes da ciência da época. Pressupunha-se que procedimentos gerais fossem seguidos
visando a obter sucesso no tratamento (CASTIGLIONI et al., 2004).
Com isso, é possível verificar que a análise de atividades é o primeiro procedimento a
ser adotado para legitimar-se cientificamente o uso de atividades na profissão, como condicional
para a implementação dos outros dois procedimentos: a adaptação e a seleção e graduação das
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• Etapa 2 - Descrever a Faixa etária típica das pessoas que realizam essa atividade:
Exemplo: jogos que são apropriados para determinada faixa etária e que exigem
também certo nível cognitivo, motor.
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Figura 1 - Formato de análise de atividades voltada para a tarefa. Fonte: Crepeau (2002).
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3. delimitar:
3.1 Higiene oral
4. especificar as tarefas:
4.1 Ir ao banheiro, selecionar os objetos, escovar os dentes, secar e guardar o material e
sair.
5. estabelecer os passos:
Tarefa 1: Ir até o banheiro pegar os objetos e materiais.
Passos:
1. Andar até o banheiro, abrir a porta e entrar;
2. Ir até a pia e abrir o armário;
3. Retirar a escova dental e a pasta de dentes;
4. Deixar a escova sobre a pia, abrir o tubo de pasta, colocar a tampa sobre a pia;
5. Pegar a escova e colocar a pasta sobre as cerdas;
6. Colocar o tubo de pastas sobre a pia;
7. Abrir a torneira e molhar a escova;
8. Pegar o copo e colocar água;
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Leia o artigo para saber mais sobre a prática dos terapeutas ocu-
pacionais a respeito do uso da análise da atividade no cotidiano.
Acessar:
RANGEL, B. R. et al. Conhecendo as concepções e as práticas de
análise da atividade dos terapeutas ocupacionais. Cadernos de
Terapia Ocupacional da UFsCar, São Carlos, v. 11, n. 1, p. 62-74,
2003. Disponível em: <http://www.cadernosdeterapiaocupacional.
ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/206/161>. Acesso em: 25 jun. 2020.
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4.1 Adaptação
Adaptar uma atividade é o processo de modificá-la para permitir seu desempenho.
Trombly (2013) propõe quatro razões para adaptar uma atividade no tratamento dos incapacitados
fisicamente:
1. Modificar a atividade para torná-la terapêutica quando normalmente ela não seria.
Muitos exemplos disso podem ser observados nas clínicas de terapia ocupacional. Por
exemplo, em murais, o quadro é montado na parede e possui percevejos para fixar os
recados (TROMBLY, 2013).
4. Prevenir a lesão por trauma cumulativo. Exemplos de tal adaptação seriam mudar a
altura da mesa para reduzir a tensão nas costas ou nos membros superiores ou realizar a
tarefa de trabalho enquanto estiver sentado para reduzir a tensão na porção inferior das
costas (TROMBLY, 2013).
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Para fechar o conceito de adaptação, Silva (2007) diz que a adaptação é o processo de
mudar a atividade e promover uma independência funcional. Uma graduação para menos, para
ser facilitada fisicamente, cognitivamente ou outros. Visa a auxiliar o cliente com disfunção de
qualquer ordem porque vai reduzir a demanda da atividade.
Figura 3 - A. O tabuleiro para marcação de pontos de tamanho padrão exige coordenação fina. B. O tabuleiro e os
marcadores com tamanho aumentado permitem que a pessoa com coordenação fina deficiente jogue (ocupação-co-
mo-fim) ou exige uma maior amplitude de movimento de alcance (ocupação-como-meio). Fonte: Trombly (2013).
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5. GRADUAÇÃO
A graduação de uma atividade envolverá o aumento ou a diminuição da sequência das
demandas da atividade com o passar do tempo, para estimular a melhora da função do cliente,
como responder à diminuição da capacidade funcional. Exemplo: uma determinada cliente com
perda da força e de amplitude de movimento de Membros superiores (MMSS), em vez de ela
fazer um pudim de leite condensado assado no forno, a atividade será graduada para um pudim
de creme, ou de gelatina sem sabor, que só vai à geladeira (CREPEAU, 2002; SILVA, 2007).
Graduar é facilitar a atividade por um curto período de tempo, podendo ser nivelada
conforme o cliente vai (re)adquirindo habilidades, se for o caso. Enquanto isso, o TO trabalha os
grupos musculares para ganho de força e resistência muscular para que o cliente retorne à sua
ocupação/atividade anterior sem a necessidade da graduação (CREPEAU, 2002; SILVA, 2007).
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Os TOs que trabalham com o modelo atividade = exercício preconizam que o objetivo
primordial de seleção e graduação da atividade é possibilitar a restauração das ações perdidas ou
prejudicadas, com a tolerância ao trabalho e as destrezas especiais (FRANCISCO, 2001).
Toda atividade selecionada com fim terapêutico precisa ser possível de ser graduada,
desde curtos a longos períodos de tempo, desde movimentos grosseiros a movimentos finos,
desde movimentos simples a movimentos complexos, desde a compreensão de instruções simples
à compreensão de instruções mais complexas e assim por diante (FRANCISCO, 2001).
Quando o terapeuta ocupacional gradua uma atividade, o faz para torná-la apropriada
para um cliente com alguma incapacidade. Dessa forma, proporciona oportunidades e meios
para o indivíduo adaptar e dominar a tarefa.
A atividade graduada é utilizada pelo terapeuta ocupacional para ajudar o seu cliente
a melhorar os níveis de desempenho. Refere-se a modificar a complexidade daquilo que será
desempenhado; significa selecionar categorias como: peso, grau de dificuldade, força, textura,
entre outras.
Graduamos quando estabelecemos um objetivo e precisamos revisá-lo para verificar
como completá-lo:
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Outro aspecto da graduação da atividade que devemos considerar é por onde começar.
Neste caso, podemos avaliar o desempenho utilizando atividades também graduadas (atividade
graduada = desempenho graduado), o que permitirá identificar com mais precisão uma
incapacidade específica.
Graduar uma atividade muitas vezes não é bem vista pelo cliente, eis os desafios
inerentes à profissão. Um paciente que amava cozinhar determinados alimentos,
por exemplo, utilizando-se de uma técnica mais elaborada, que exige mais esforço
e que, por algum motivo, o incapacitou de realizar temporariamente aquela ativi-
dade, precisará de adaptações e até mesmo graduações. Se esse paciente apre-
senta muita dificuldade de aceitação na mudança da sua rotina, como o terapeuta
ocupacional poderá dar conta da demanda? Pense na importância do olhar para o
todo e do trabalho inter e multidisciplinar. Faz toda a diferença.
• idade,
• escolaridade,
• sexo,
• ciclo de vida,
• estágio da incapacidade,
• interesses,
• capacidades e limitações para a realização de atividades,
• integridade de componentes de desempenho e motivação.
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Narrativo:
• Quais são as atividades mais importantes para essa pessoa?
• Como elas foram afetadas por seus problemas funcionais?
• Quais das atividades listadas anteriormente poderiam ser usadas na intervenção de
terapia ocupacional?
Científico:
• Que teoria seria apropriada para avaliar e tratar esse problema?
• Como essa teoria define função, disfunção, alteração?
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REFERÊNCIAS
AOTA - American Occupational Therapy Association. Síntese do processo na prestação de
serviço. Esquema do Processo. 2015a. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rto/article/
view/97496/96423. Acesso em: 20 jun. 2020.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Imprensa Oficial, 1988.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm.
Acesso em: 23 jul. 2020.
CASTIGLIONI, M. C. et al. Análise de atividades: apontamentos para uma reflexão atual. In:
CARLO, M. M. R. P.; LUZO, M. C. M. Terapia Ocupacional: reabilitação física e contextos
hospitalares. São Paulo: Roca, 2004. p. 47-73.
CREPEAU, E. B. Análise de atividades: uma forma de refletir sobre desempenho ocupacional. In:
NEISTATD, M. E.; CREPEAU, E. B. Willard & Spackman. Terapia Ocupacional. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002. p. 121-133. cap. 13.
CREPEAU, E. B.; COHN, E. S.; SCHELL, B. A. B. Terapia Ocupacional. 11. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2011.
CREPEAU, E. B.; SCHELL, B. A. B. (org.). Analisando ocupações e atividades. 11. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
DICKIE, V. O que é ocupação? In: CREPEAU, E. B.; COHN, E. S.; SCHELL, B. A. B. Terapia
Ocupacional. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
TROMBLY, C. A. L. Funcionalidade ocupacional: definição, processo e história. In: RADOMSKI,
M. V.; TROMBLY, C. A. L. Terapia Ocupacional para disfunções físicas. 6. ed. São Paulo: Santos
Editora, 2013b.
TROMBLY, C. A. L. Uma prateleira de puxar com orifícios que acomodam tigelas ou potes permite
que uma pessoa confinada a uma cadeira de rodas cozinhar eficientemente. In: FUNDAMENTOS
da prática em terapia ocupacional. Maringá: Acervo Biblioteca Virtual Uningá, 2013d. Atividade
adaptada.
TROMBLY, C. A. L. A tesoura foi estabilizada em um bloco de madeira para permitir que uma
pessoa que apresenta perda de destreza nos dedos consiga utilizá-la. In: FUNDAMENTOS da
prática em terapia ocupacional. Maringá: Acervo Biblioteca Virtual Uningá, 2013f. Atividade
adaptada.
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