ENFERMAGEM-EM-UNIDADES-DE-HEMODÍALISE

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ........................................................... 4

3 DIAGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) .................. 8

3.1 Sinais Clínico da Patologia ................................................................... 9

4 TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA .......................... 14

4.1 Diálise Peritoneal (DPA) ..................................................................... 15

4.2 Transplante Renal .............................................................................. 17

4.3 Hemodiálise (HD) ............................................................................... 19

5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HEMODIALÍTICO ... 24

6 CUIDANDO DO PACIENTE COM COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO


PROCEDIMENTO DE HEMODIÁLISE ...................................................................... 29

7 ASPECTOS GERAIS DO CUIDADO AO PACIENTE RENAL EM


HEMODIÁLISE .......................................................................................................... 33

8 REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 37

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

Basicamente, os rins são responsáveis por manter o balanço homeostático do


organismo em relação aos líquidos, eletrólitos e solutos orgânicos. Em um rim normal,
esta função é realizada em meio a uma ampla variedade de flutuações dietéticas de
sódio, água e vários solutos, através da infiltração contínua de sangue e por secreção
e reabsorção neste líquido alterado (GUYTON; HALL,2017).

Figura 01- Sistema renal

Fonte: shre.ink/Hqh2

O rim recebe 20% do débito cardíaco, e com isso ele filtra aproximadamente
1.600 litros/dia de sangue. Cerca de 180 litros de líquido (ultrafiltrado) são produzidos
durante a filtragem do sangue, e através de processos ativos de reabsorção de certos
componentes e secreção de outros, a composição deste líquido é transformada em
uma média de 1,5 litros de urina que é excretada. Cada rim é composto por cerca de
1 milhão de unidades funcionantes, que são chamadas de néfrons.

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O néfron, por sua vez, consiste em um glomérulo conectado a uma série de
túbulos, que são divididos em segmentos funcionalmente diferentes. Embora estejam
controlados de forma similar e atuem coordenadamente, cada néfron funciona
independentemente e contribui para a formação da urina final. Por isso, quando um
segmento desta unidade é destruído, ele deixa de ser completo e perde sua
funcionalidade. O glomérulo, cuja função é a produção de uma grande quantidade de
líquido ultrafiltrado, consiste em uma massa esférica de capilares, que ficam
circundados por uma membrana, esta é denominada cápsula de Bowman. (GUYTON;
HALL,2017).
O ultrafiltrado produzido pelo glomérulo é muito similar à composição do
sangue, e os túbulos são responsáveis por reabsorver a maioria dos componentes do
ultrafiltrado. É importante destacar que todo este processo requer um grande gasto
de energia.
As diferenças na permeabilidade entre os vários segmentos, e a resposta do
controle hormonal fazem com que o túbulo produza uma urina que pode variar muito
na concentração de sódio, potássio e outros eletrólitos, além da sua osmolalidade, pH
e volume. Depois de produzida, a urina final é afunilada nos túbulos coletores e na
pelve renal.
A pelve renal se estreita em um único ureter por rim, e cada ureter leva urina
para a bexiga, onde se acumula para ser então eliminada. Além disso, embora sua
função mais importante seja a excreção e regulação da água corporal, de minerais e
de compostos orgânicos, o rim também tem a capacidade de síntese e degradação
de vários hormônios, e tudo isso o torna responsável pela regulação da homeostase
corporal (GUYTON; HALL,2017).
Vale apontar que, sem a função excretória, um paciente raramente sobrevive
mais do que 4 a 5 semanas, e com frequência menos de 10 dias, ainda mais se na
presença de hipercatabolismo, a não ser que seja empregado algum procedimento
dialítico que substitua à função do rim. Destacam-se estas como as principais funções
do rim:
 excreção de produtos finais do metabolismo (ureia, creatinina, ácido úrico,
etc.);
 manutenção do volume extracelular (balanço de sódio e água);

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 manutenção da composição iônica do volume extracelular (sódio, cloro,
potássio, magnésio, cálcio, fósforo, etc.);
 regulação da pressão arterial sistêmica;
 manutenção do equilíbrio ácido-básico;
 produção de hormônios e enzimas;
 degradação e catabolismo de hormônios, e;
 regulação de processos metabólicos (gliconeogênese, metabolismo de
lipídios, etc.).
A doença renal é uma alteração na função renal que dura por períodos de
tempo variáveis. A insuficiência renal pode, portanto, ser definida como uma síndrome
caracterizada por taxa de filtração glomerular reduzida. Isso geralmente ocorre
quando os rins não conseguem mais remover água, eletrólitos e resíduos metabólicos
do corpo através da urina. Dependendo da progressão da doença, ela é dividida em
aguda e crônica.
Devido ao potencial de interações clínicas e à necessidade de cuidados
intensivos, há um interesse crescente em pesquisas sobre esse assunto. Infelizmente,
não há esperança de cura para a doença renal crônica, e o tratamento visa a
manutenção da condição crônica, com pacientes em terapia renal substitutiva.
A perda irreversível da função renal requer terapia de reposição como o único
requisito de suporte à vida. O objetivo é manter o equilíbrio controlando a retenção de
eletrólitos e líquidos no corpo e prevenindo a acidose. Este objetivo pode ser
alcançado tomando as seguintes precauções: nutrição com baixo teor de sódio,
restrição de líquidos. Administração de medicamentos como diuréticos e anti-
hipertensivos, diálise e transplante renal. As opções de tratamento para doença renal
considerada fatal são hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.
Ao escolher a terapia, a condição do paciente, sua complexidade, bem como
os riscos de intervenções individuais, várias opções e custos devem ser considerados.
A hemodiálise é o método de diálise mais comumente usado para o tratamento da
insuficiência renal crônica. Pode ser dividido em modalidades como tipo convencional,
tipo diário, tipo noturno e tipo domiciliar. Sua finalidade é extrair do sangue substâncias
tóxicas para o organismo e retirar o excesso de água.
Durante esse procedimento, o sangue, carregado de toxinas e resíduos
nitrogenados, é desviado do paciente para uma máquina, denominada dialisador, no

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qual é limpo e, em seguida, devolvido ao corpo do paciente. Para que isso ocorra é
necessário que se estabeleça um acesso vascular ideal para que o processo de diálise
possa ser realizado de maneira adequada. Embora o tratamento por hemodiálise não
cure o paciente com doença renal e não compense a perda das atividades endócrinas
ou metabólicas dos rins, o procedimento torna-se viável por permitir a sobrevida dos
pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). É usada tanto para pacientes agudos
como também para os crônicos.
Os pacientes que desejam tratamento de hemodiálise requerem acesso venoso
e recebem diálise pelo resto de suas vidas (geralmente três vezes por semana por um
período mínimo de 3-4 horas por tratamento) ou até o "tratamento bem-sucedido". Os
tipos de acesso disponíveis e usados na hemodiálise incluem fístulas arteriovenosas
(FAVs Figura 01), enxertos arteriovenosos e cateteres venosos centrais que podem
ser balonetados ou temporariamente tunelizados.

Figura 02 - Fístula arteriovenosa (FAVs)

Fonte: bit.ly/3MuTBew

Para os pacientes hospitalizados e em fase crítica, os cateteres temporários


aparecem como primeira escolha, pois estabelecem um acesso imediato e pronto para
utilização. Apesar das técnicas dialíticas serem eficientes e complexas, a taxa de

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mortalidade dos pacientes por insuficiência renal aguda permanece alta nos dias
atuais.
Acredita-se que a redução da sobrevida desses pacientes pode estar
relacionada ao aumento na frequência de sepses e/ou a associação com disfunção
de múltiplos órgãos. Dessa forma, entendemos que o paciente em hemodiálise requer
um cuidado especializado que não se reduz apenas ao serviço técnico em si, mas,
pautado na ética entre cuidador e cliente. Assim os profissionais de enfermagem
devem estar capacitados e cientes de sua responsabilidade e importância em relação
à manutenção da qualidade de vida do paciente.

3 DIAGNÓSTICO DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC)

A Insuficiência renal em sua forma crônica vem sendo uma patologia com alta
incidência e prevalência na população brasileira e mundial, o que a torna como uma
grande problemática para a saúde populacional, levando em conta sua alta
capacidade de provocar impactos na saúde do indivíduo acometido, assim como a
alta taxa de mortalidade oriundo desta, principalmente no que se diz respeito aos
estágios mais avançado da patologia.
Nesse sentido, um dos pontos fundamentais para a promoção de cuidados à
saúde e menor risco de mortalidade da população com IRC é o diagnóstico rápido e
eficaz, tendo em vista que a patologia em seus estágios iniciais se torna menos
agressiva a condição clínica do indivíduo, além de que, a adoção do tratamento o mais
precoce possível reduz os impactos, tanto como a progressão da enfermidade
(SOUSA, PEREIRA, MOTTA 2018).
No entanto, é de suma importância destacar que o diagnóstico da Insuficiência
renal aguda (IRA) se difere do reconhecimento da IRC, está última o diagnóstico é
desenvolvido através dos sinais clínicos da condição patológica, associado a
realização de exames laboratoriais, nas quais serão abordados posteriormente, que
devem indicar a presença da insuficiência renal em um período igual ou maior que
três meses, comprovando que o dano presente nos órgãos renais é irreversível.
O reconhecimento da patologia, geralmente se faz de forma tardia, levando em
conta que as alterações que tornam possível a identificação da IRC surge quando a

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lesão já estar elevado, propiciando o acúmulo de toxinas lesivas ao organismo
humano (RUBACK, MENEZES, ARAÚJO 2014).

3.1 Sinais Clínico da Patologia

Dentre um dos principais pontos que corroboram para o diagnóstico da IRC é


a sua sintomatologia, que identifica a condição lesiva do sistema renal. Entretanto, é
válido ressaltar que nas fases iniciais do comprometimento renal crônico, os sinais e
sintomas apresentados são em sua grande maioria mínimos, o que por sua vez,
dificulta a identificação da patologia.
Além disso, outro ponto importante é que, quando apresentado sinais e
sintomas no indivíduo, estes são inespecíficos, tais como, fadiga, prurido, náuseas,
emagrecimento, hipertensão e edema, dos quais, apesar de se correlacionarem com
a condição renal, pode também ser associado a outras patologias em outros sistemas,
corroborando também no atraso da identificação da lesão renal enquanto ela evolui
para um estado mais avançado (COSTA, COUTINHO, SANTANA 2014).
Já direcionado a sintomas do próprio sistema renal, uma das alterações que
são mais presentes na condição patológica é a poliúria, com um volume urinário maior
que 2,5 de litros por dia, havendo esse aumento da frequência de urinar pelo período
noturno, sendo presente também a hematúria, que é definida pela presença de
sangue no débito urinário, que já evidência a existência da lesão na região nefrológica.
Já com o avanço da IRC, os sinais se tornam mais direcionados com a
enfermidade, podendo-se destacar a uremia, na qual é proveniente do acúmulo de
substâncias na corrente sanguínea pela incapacidade de filtragem glomerular e
eliminação do organismo, ocorrendo já nessa fase mais elevada do prejuízo da função
renal, maiores danos a outros sistemas e impondo mais riscos à saúde de modo geral
(COSTA, COUTINHO, SANTANA 2014).
Outro ponto que deve ser destacado no que se refere aos sinais clínicos do
paciente renal, não necessariamente se refere a patologia renal, mas se correlaciona
como um fator causal para a IRC, nas quais são a diabetes melittus e hipertensão
arterial, essa por suas vezes ocasiona alterações cardiovasculares, comprometendo
o funcionamento dos órgãos renais.

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Nesse sentido é de suma importância para o diagnóstico da insuficiência do
sistema renal o reconhecimento dos fatores que expõe o paciente ao desenvolvimento
da lesão irreversível dos rins, dando uma maior atenção a este público acometido
pelas doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) citadas, com a realização da
avaliação por meio de exames laboratoriais dos quais serão retratados (ROCHA et al.,
2015).

Exames Laboratoriais

Considerando que para o diagnóstico da IRC deve ser presente o quadro de


perda da função renal por um período maior que três meses, é de grande valia a
realização dos exames laboratoriais, sendo por meio destes evidenciado a alteração
da função nefrológica, assim como o reconhecimento se a disfunção renal presente é
somente no estágio agudo ou o comprometimento é permanente.
O principal fator diagnóstico e de classificação para a enfermidade é a
avaliação da taxa de filtração glomerular (TFG), na qual é caracterizada pelo avanço
da enfermidade e o estágio da lesão, salientando que é por meio da definição da
evolução da IRC que são estabelecidos os métodos terapêuticos para a manutenção
de uma melhor qualidade de vida possível (PEIXOTO, LAMOUNIER 2014).
Frente a TFG, é de suma importância destacar que, o reconhecimento sobre a
fração de filtragem é baseado nos níveis de creatinina sérica, que é avaliado tanto na
circulação sanguínea, como também na urina. Dessa forma o exame bioquímico da
creatinina sérica tem a capacidade de definir possíveis alterações renais e assim
promover um diagnóstico sobre a lesão nos rins.
Ressaltando que a creatina participa do processo de contração muscular, e
uma parte não participa do processo, ficando livre no volume sanguíneo e assim no
processo fisiológico é excretada pelo sistema urinário, no entanto, de modo que há a
perda de função nefrológica a creatinina não é eliminada de modo eficaz, aumentando
por sua vez a concentração no sangue, portanto, a sua avaliação a partir do exame
laboratorial é capaz de determinar alterações renais (RAMOS, MARINI 2014).
Nesse sentido a partir da análise da TFG por meio da creatinina sérica, é
realizado o diagnóstico do agravo no que refere a filtragem na região dos glomérulos,

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assim como, o seu estágio lesivo, de modo que, segundo as diretrizes clínicas de
cuidado ao paciente renal, os níveis da IRC variam dentre os níveis 1 ao 5.
Seguindo esta ordem o estágio número 1 corresponde o paciente com os
fatores de riscos para o desenvolvimento da doença, além também de alterações
clínicas, tais como a hematúria e proteinúria, todavia, a TFG permanece em valores
mais elevados a 90ml/min/1,73m2. Nesse primeiro estágio da IRC deve ser
desenvolvido após o diagnóstico a mudança de hábitos de vida do paciente e o
acompanhamento mais rigoroso, buscando evitar a progressão da doença (BRASIL,
2014).
Já no estágio 2, este evidenciado pelos valores de TFG entre 89 a
60ml/min/1,73m2, de modo que, como já foi abordado nesta produção, o paciente
apresenta um nível de comprometimento maior, o que impõem a necessidade de
tratamento hemodialítico, ressaltando também a necessidade da realização de
acompanhamento do indivíduo pela Unidade Básica de Saúde para promoção do
controle dos fatores que corroboram para o progresso da doença.
No que se refere ao estágio 3 da doença, o mesmo é diagnosticado quando os
valores de filtração glomerular encontrados estejam entre 59 a 30ml/min/1,73m2,
valendo destacar que, o diagnóstico no nível 3 da IRC é subdivido entre o 3A e o 3B,
apresentando a TFG de 59 a 45ml/min/1,73m2 e 44 a 30ml/min/1,73m2
respetivamente, de modo que, como é possível identificar, o 3B aponta um grau maior
de disfunção renal (BRASIL, 2014).
Em seus estágios finais, ou seja, 4 e o 5, o nível de função na região nefrológica
estar bastante defasada, impactando seriamente na vida do portador. Seu diagnóstico
como os demais estágios é estabelecido por meio da filtragem glomerular, na qual a
quarta fase da DRC é presente quando os valores correspondem a 29 até
15ml/min/1,73m2, e no estágio 5, ou também nomeada de Insuficiência Renal Crônica
Terminal (IRCT), a filtragem glomerular é menor que 15ml/min/1,73m2.
Assim, quando realizado o diagnóstico dentre estas fases, é de suma
importância o acompanhamento do profissional nefrologista, no objetivo de oferecer o
suporte a vida, no enfrentamento da lesão renal terminal. Sendo assim, levando em
conta a importância do diagnóstico e do cuidado específico para cada estágio para
retardar a evolução da enfermidade, a realização de exames laboratoriais se destaca
sobre a identificação precoce (CASTRO 2018).

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Num contexto mais acessível à população que pode facilitar a indicação de
alterações renais como a IRC, o exame Elementos Anormais do Sedimento (EAS) é
o exame do sistema urinário mais comum, sendo também de baixo custo, o que facilita
a sua realização.
O EAS é realizado a partir de três etapas para a identificação de possíveis
alterações, dos quais são, o exame físico da urina, o químico, e o de sedimento.
Seguindo essas estas, inicialmente no exame físico é avaliado o pH, a densidade,
coloração, aspecto, que pode ser transparente ou turvo, indicando presença de
glóbulos vermelhos, brancos e leveduras, ou até a hematúria, que se interliga com
condições patológicas nos rins. Posteriormente na avaliação química é observado a
presença e quantidade de elementos como proteínas, glicose, bilirrubina, nitrito,
cetonas, urobilinogênio, e por fim nos sedimentos, é considerado a presença de
hemácias, flora microbiana, piócitos, cilindros, células epiteliais (PEIXOTO,
LAMOUNIER 2014).
Outro método laboratorial que corrobora no diagnóstico da função renal é a
coleta da urina por um período de 24 horas, o que identifica com uma maior precisão
dos componentes presentes no débito urinário em relação ao exame da urina coletada
de modo isolado.
Sobre o exame urina de 24 horas, um dos principais componentes analisados
é o valor presente de proteína, destacando a albumina, por estar diretamente
associada ao quadro de lesão nefrológica, quando apresentado valores maiores que
30mg, condição nomeada de albuminúria. Ressaltando essa importância sobre a
albuminúria, visto que, estudos identificam a ligação entre a elevação da proteína
albumina na urina com a IRC, portanto, para o diagnóstico da patologia crônica renal
a avaliação laboratorial da proteína abordada deve ser considerada (DUSSE et al.,
2017).
Abordando sobre outro componente relacionado com a IRC, a ureia participa
como um indicativo para a função renal comprometida, tendo em vista que, esta é
definida como um derivado da degradação proteica realizada no organismo humano,
sendo, portanto, um resultado metabólico.
Levando em conta que a ureia acaba sendo tóxica, ela é filtrada no órgão renal
e eliminada pela urina. Nesse contexto, a avaliação dos níveis de ureia no volume
sanguíneo se torna da mesma forma que a creatinina sérica, um biomarcador nos

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exames laboratoriais que participa no diagnóstico de alterações na função na região
dos néfrons (DUSSE et al., 2017).
Trazendo de modo mais detalhado acerca da ureia, mais especificamente a
uremia, está é caracterizada pela presença em alta concentrações da ureia, além de
outros componentes, como sódio, potássio, creatinina na corrente sanguínea, sendo
perceptível tal alteração clínica pela incapacidade da filtração glomerular dos rins, não
desempenhando a filtragem do plasma sanguíneo, e por consequência o acúmulo de
tais substâncias, desse modo se tornando umas das principais complicações que
pode ocasionar até o óbito do paciente.
A uremia acaba sendo por vez mais evidente quando a insuficiência já se
encontra em um grau mais elevado, sendo mais específico, no momento que a TFG
apresenta um valor menor que 60ml/min, ou seja, quando a DRC já estiver impactando
no controle hemodinâmico e eletrolítico do organismo (COHEN, 2020).
Nos estágios 1 a 4, o controle médico e nutricional pode retardar a progressão
ao estágio 5. No estágio 5, os pacientes necessitam de diálise ou transplante, pois o
rim não consegue mais excretar as altas concentrações dos produtos circulantes
(ureia, fósforo, potássio, sódio, fluidos, etc.).
No estágio não dialisado da IRC, o principal objetivo terapêutico é a
preservação da função renal pelo maior tempo possível. Isso ocorre porque a diálise
é caracterizada por um processo catabólico, causando a desnutrição. A diálise
consiste em uma filtração artificial do sangue, que é utilizada quando o rim não é mais
capaz de fazer esta filtração. Os dois tipos principais são a hemodiálise e a diálise
peritoneal.
Na hemodiálise (método mais comum), o sangue passa pela membrana
semipermeável do rim artificial e os produtos de excreção são removidos por difusão
e os líquidos por ultrafiltração. Para a hemodiálise, é necessário o acesso permanente
à corrente sanguínea por meio de uma fístula criada cirurgicamente para conectar
uma artéria a uma veia.
Frequentemente as fístulas são feitas próximas ao punho, o que aumenta o
calibre das veias do antebraço. A hemodiálise normalmente requer um tratamento de
3 a 5 horas, três vezes por semana. Na diálise peritoneal, é utilizado ama membrana
semipermeável do peritônio. Neste caso, um cateter é cirurgicamente implantado no
abdome e dentro da cavidade peritoneal.

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O dialisado contém uma alta concentração de dextrose e é infundido no
peritônio, onde a difusão leva os produtos de excreção pelo sangue através da
membrana peritoneal e para o dialisado, e a água se move por osmose. Este líquido
então é descartado e uma nova solução é adicionada.
Existem vários tipos de diálise peritoneal, sendo que na diálise peritoneal
padrão o tratamento dura mais que a hemodiálise, cerca de 10 a 12 horas por dia, três
vezes por semana. Já na diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD), o dialisado
é deixado no peritônio e trocado manualmente, sem a necessidade de nenhum
aparelho. As trocas de líquido de diálise, neste caso, são feitas quatro a cinco vezes
por dia, tornando-se um tratamento de 24 horas.

4 TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

A IRC é caracterizada como o resultado de diversas alterações, das quais


destacam-se as DCNTs, provocando lesões irreversíveis nos órgãos renais,
impactando no controle hemodinâmico e homeostático do organismo acometido pela
patologia em questão.
Nesse sentido, frente ao diagnóstico da insuficiência crônica do sistema renal,
descarta-se a mudanças que ocorrem na vivência do ser portador da enfermidade,
estas por sua vez ocorrem principalmente pelos sinais e sintomas apresentados
mediante ao estado patológico, assim como a necessidade da realização do
tratamento de modo contínuo, buscando manter a qualidade de vida de melhor forma
possível, que entretanto, mantém a sobrevida do paciente, provoca diversas
alterações no convívio do indivíduo, além de seus familiares, que devem se adaptar à
nova realidade (PREZOTTO, ABREL 2014).
Levando em consideração que a IRC vem sendo uma grande problemática na
saúde pública brasileira, a realização do tratamento se mostra como sendo uma
evolução na assistência ao público acometido pela DRC, promovendo a redução da
mortalidade dos pacientes renais, considerando principalmente a evolução
tecnológica que tornaram mais eficientes os métodos de tratamento, favorecendo uma
qualidade de vida melhor.
Todavia, mesmo com a melhora nos métodos de tratamentos, estes por sua
vez são permanentes, invasivos, e dispõem da necessidade de uma dedicação ao

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acompanhamento do tratamento, o que acaba sendo um fator estressante, pelas
mudanças na sua rotina, sendo necessário a criação de métodos no enfrentamento
da patologia, como a adoção de hábitos saudáveis, mantendo-se seu estado clínico
mais estável possível (PREZOTTO, ABREL 2014).
O tratamento de modo geral proporciona diversas situações tais como foram
supracitadas anteriormente, sendo válido ressaltar também o comprometimento não
somente no estado clínico do paciente, mas como também o desenvolvimento de
alterações psicológicas, físicas e sociais.
Portanto, se faz necessário compreender os métodos de tratamentos, visto que,
a adoção correta do tratamento e dos cuidados são fatores indispensáveis para
manutenção da vida, para isso, a participação integral dos profissionais de saúde,
destacando o profissional enfermeiro, que tem como papel a promoção de cuidados e
intervenções de enfermagem para facilitar a adaptação do paciente sobre a sua nova
realidade, vivendo com o menor impacto possível da doença e da realização do
tratamento (RIBEIRO 2016).
Considerando que a realização do tratamento na DRC é o principal meio de
reduzir os impactos e a mortalidade proveniente da patologia, tendo em vista que as
lesões a nível nefrológico são irreversíveis, assim os tratamentos presentes
atualmente desempenham de forma substituta as funções desenvolvidas pelo sistema
renal, dos quais são a diálise peritoneal, hemodiálise e o transplante renal.

4.1 Diálise Peritoneal (DPA)

A diálise peritoneal corresponde ao método de infusão na qual é desenvolvido


por um período e drenado posteriormente a partir de um cateter, na qual é implantado
no abdômen por meio cirúrgico, assim como o próprio nome sugere o procedimento
ocorre na região da cavidade peritoneal.

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Figura 03 - Diálise peritoneal

Fonte: shre.ink/HdYm

Tal procedimento tem como objetivo primordial a remoção de substâncias


toxicológicas ao organismo, assim como o volume excessivo de líquidos, processo
que fisiologicamente é desenvolvido através do sistema urinário. Sua técnica para
realização consiste em três formas, das quais são a Diálise Peritoneal Automatizada
(DPA), Diálise Peritoneal Intermitente (DPI) e a Diálise Peritoneal Ambulatorial
Contínua (DPAC) (CESAR et al., 2013).
Na DPA é desenvolvido através de uma máquina cicladora, na qual realiza a
infusão e drenagem do líquido peritoneal de modo automático, devendo salientar que
a máquina desenvolverá tal procedimento de acordo com a programação desta, sendo
está prescrita pelo profissional médico. Sua realização é predominantemente à noite,
quando o paciente está dormindo.
Enquanto a DPI é praticada no ambiente hospitalar, com um tempo de duração
em média entre 20 e 24 horas contínuas, com uma frequência de duas vezes
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semanais, ressaltando que, tal procedimento pode ser tanto automático ou manual,
exigindo a troca do componente infundido e drenado entre 1 a 2 horas (RANGEL et
al., 2017).
Já no que consiste na DPAC, este é realizado em ambiente domiciliar,
atendendo os mesmos princípios que as demais diálises peritoneais citadas
anteriormente, assim antes da infusão da solução, a mesma deve ser aquecida para
uma temperatura semelhante a corpórea, nisso a solução do procedimento é infundida
pelo cateter na região peritoneal, levando em consideração que a estrutura do
peritônio é altamente vascularizada, o que permite ser utilizado como membrana para
realização da troca.
Ressaltando que, para a realização deste procedimento, o indivíduo deve ser
capacitado pelo profissional enfermeiro, para ser realizada a troca da bolsa de modo
adequado, assim como, obter os cuidados necessários para minimização de risco
envolvendo a DPAC e a efetividade necessária (TAVARES, LISBOA 2015).

4.2 Transplante Renal

Outro método de tratamento no que se diz respeito a IRC é o transplante do


órgão renal, ele é mundialmente reconhecido como um avanço enorme na medicina
atual, tendo em vista sua capacidade resolutiva frente ao estágio terminal da
insuficiência do sistema renal, quando se compara aos demais meios terapêuticos.
Historicamente o transplante surgiu como um procedimento experimental, com
muitos riscos, mas que acabou sendo um dos principais meios resolutivos para
patologias como DRC, se tornando uma prática comum em vários países, incluindo o
Brasil. Todavia, o transplante renal acaba sendo um método ainda escasso,
restringindo o acesso populacional ao mesmo (GARCIA, HARDEN, CHAPMAN 2012).
O transplante renal, como o próprio nome sugere, é o implante do órgão renal,
realizado no paciente portador da IRC no estágio terminal, assim o rim transplantado,
irá desempenhar as funções de filtragem, não sendo mais necessário a realização do
tratamento dialítico.

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Figura 04 – Rim transplantado

Fonte: shre.ink/HdYu

O rim transplantado pode ser é oriundo de duas vias, o recebimento de um


doador vivo, podendo este ser parentesco de até quarto grau, cônjuge ou qualquer
outro indivíduo que seja compatível, ou o recebimento do órgão de um doador morto,
está por sua vez só pode ocorrer através da fila de espera única do SUS para o
recebimento do órgão.
Sobre a fila de espera para o recebimento é importante frisar que, apesar do
Brasil apresentar o maior banco de órgãos do mundo, com o aumento da prevalência
de pacientes no último estágio crônico da insuficiência, é atendido somente cerca de
30% dos pedidos de transplante, assim muitos dos pacientes falecem antes do
recebimento do órgão (BATISTA et al., 2017).
Outro fator a se considerar é que o transplante renal apesar devolver ao ser
humano a capacidade de manter novamente o controle hemodinâmico, não pode-se
considerar o recebimento do órgão como cura da condição, havendo a redução das
complicações propiciadas pela IRC, assim como uma melhor qualidade de vida ao
indivíduo, podendo executa suas atividades com menos restrições, todavia, o paciente
renal deve seguir alguns cuidados, dentre como o uso de medicações

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imunossupressoras, minimizando a rejeição do órgão transplantado, e uma maior
sobrevida e funcionalidade do órgão, mantendo-se o mais próximo possível da
realidade vivenciada antes da enfermidade, mas sem obter novamente o estado de
“saudável” (RUPPHENTHAL, SOARES, FERREIRA 2014).
No pós-operatório imediato, necessita-se um aporte proteico maior para
favorecer a cicatrização. Após este período, pode ser necessária a restrição de
líquidos, caso o paciente apresente sobrecarga significativa de líquidos, embora esta
situação não ocorra com frequência. Em alguns casos, a restrição de potássio pode
estar indicada. No entanto, no período de manutenção crônica pós-transplante, a
maioria dos pacientes deve seguir as mesmas recomendações dietéticas gerais para
qualquer indivíduo saudável.
Seguem na Tabela 1 algumas recomendações diárias de minerais e líquidos
para pacientes com IRC:

Tabela 1- Recomendações diárias de minerais e líquidos para pacientes com IRC

Nutriente Fase pré-dialítica Fase dialítica CAPD


Potássio (mEq) 40-70 40-70 40-70
Sódio (g) 1-3 1-1,5 2-3
Líquidos (mL) Sem restrição 500 + volume Frequentemente sem
urinário residual restrição
Cálcio (g) 1-2,0 1-1,4 0,8-1,0
Fósforo (mg/kg) 5-10 8-17 8-17
Ferro (mg) > 10-18 > 10-18 > 10-18
Zinco (mg) 15 15 15
Fonte: CUPPARI (2002, p. 185)

4.3 Hemodiálise (HD)

O tratamento hemodialítico dentre os métodos terapêuticos abordados


anteriormente é o de maior relevância no que se diz respeito à saúde pública
brasileira, considerando que a HD é maioritariamente de maior escolha para o
tratamento do paciente renal crônico em sua fase terminal.

19
De modo geral o método terapêutico é realizado no meio hospitalar, em local
especializado em nefrologia, através de uma máquina que desempenha a remoção
das substâncias tóxicas produzidas pelo corpo, tendo em vista que, o estado terminal
define a incapacidade de filtragem sanguínea pelos rins, assim a HD é um
procedimento contínuo buscando manter o controle eletrolítico e hemodinâmico,
propiciando uma maior sobrevida ao paciente.

Figura 05 - Hemodíalise

Fonte: shre.ink/Hd4J

A adesão desta ocorre após o diagnóstico da IRC, na qual permite identificar o


estado lesivo, como também a prescrição da frequência e tempo necessário de cada
sessão na busca de controle antes realizado pelo sistema renal (RIBEIRO, JORGE,
QUEIROZ, 2020).
O procedimento, tem como principais componentes o cateter hemodialítico, na
qual é instalado cirurgicamente em locais com vasos sanguíneos calibrosos, tais como
a região torácica, pescoço ou virilha, sendo presente também o dialisado, produto com
composição química específica, utilizado durante o procedimento, além do dialisador
ou rim artificial, instrumentos que realizam o bombeamento do volume sanguíneo e o
dialisado.
O conjunto de todos os componentes citados promoveram que o sangue seja
extraído, filtrado, com a eliminação de substâncias como a ureia e eletrólitos, e por fim

20
devolvido ao organismo do paciente, com a ausência dos solutos tóxicos (SANTOS et
al., 2017).
O que define a HD como destaque dentre todos os tratamentos possíveis para
o paciente renal é a possibilidade de uma maior sobrevida aos pacientes renais, bem
como uma maior eficácia, sendo evidenciado isso com o aumento dos gastos públicos
direcionados a este campo, sendo o fator primordial o aumento da expectativa de vida
aos pacientes renais crônicos, havendo desse modo uma maior necessidade no que
se refere ao atendimento hemodialítico no país.
Todavia, apesar da mortalidade ter sido reduzida pela expansão do tratamento,
como também o avanço científico e tecnológico, a taxa de morte ao paciente renal
ainda é elevada, o que pode relacionada com a gravidade da enfermidade, seja pelos
fatores causais da DRC, diagnóstico tardio ou idade mais elevada, que expõem ao
maior risco de morte, mesmo com a realização da HD (TEIXEIRA et al., 2015).
Outro ponto fundamental que deve ser citado é os impactos que o método
terapêutico trazido no indivíduo, levando em conta as alterações físicas, psicológicas
e sociais, com muitos estressores, em decorrência de fatores como complicações e
efeitos adversos do procedimento, dentre quais podem ser citados perdas de funções
bioquímicas e fisiológica de forma geral, modificações nos sistemas neurológico e
digestivo, patologias ósseas, anemia, além de alterações cognitivas, que resultam em
modificações também em sua inclusão social e familiar, que está diretamente
relacionado à grande demanda de tempo para os cuidados hemodialítico.
Dessa forma é de grande valia a formulação de métodos de enfrentamento
sobre a nova realidade do paciente, salientando principalmente o enfermeiro como
protagonista na promoção de ações para a uma melhor qualidade de vida na
realização da TRS (GRASSELLI et al., 2012).

Tratamento nutricional em pacientes IRC fase dilítica

A desnutrição energético-proteica (DEP) é um dos fatores mais importantes que


impactam sobre o risco de morbidade e mortalidade dos pacientes em diálise. Em
pacientes em hemodiálise, a DEP chega a atingir 23 a 76% destes, e de 18 a 50%
nos pacientes em CAPD. Sendo assim, combater a DEP é uma das principais metas
da dietoterapia para pacientes em tratamento dialítico. Em contrapartida, a dieta para

21
a fase dialítica é bem mais liberal, se comparada às restrições do tratamento
conservador. Recomendações de proteína no tratamento dialítico. Existe a teoria de
que indivíduos em hemodiálise devam receber 1,2 g/kg/dia de proteína para que seja
mantido o balanço nitrogenado neutro ou positivo para a maioria destes pacientes.
Pacientes em CAPD tem uma perda diária de proteínas ainda maior, sendo necessária
a prescrição de 1,3 g/kg/dia de proteína para diminuir a possibilidade de balanço
nitrogenado negativo. Em ambos os casos, 50% do fornecimento de proteínas deve
ser de alto valor biológico.
Pacientes em diálise que possuem quadros mais estáveis, com realização de
atividade física leve e ingestão proteica adequada têm uma recomendação energética
em torno de 35 kcal/kg/dia. Em pacientes com mais de 60 anos, uma ingestão de 30
kcal/kg/dia parece ser sufi ciente. No entanto, muitos pacientes não conseguem atingir
estas recomendações devido a fatores como anorexia, doenças intercorrentes,
gastroparesia, comorbidades, etc.
Nestes casos, a utilização de suplementos orais específicos com alta
densidade energética e boa palatabilidade pode ser indicada. Caso não seja
observada uma melhora no quadro, deve ser considerado o uso de nutrição enteral
ou parenteral intradialítica (para pacientes em hemodiálise), ou a utilização
intraperitoneal de aminoácidos para pacientes em CAPD. Na Tabela 1 você
encontrará as recomendações de outros macronutrientes para pacientes com IRC:

Tabela 2- Recomendações de outros macronutrientes para pacientes com IRC

Componentes da dieta Fase pré-dialítica Fase dialítica


Carboidratos 55 a 60% do VCT 55 a 60% do VCT
Lipídios 30 a 35% do VCT ÁGS < 30 a 35% do VCT ÁGS <
10% do VCT AGM 10- 10% do VCT AGM 10-
15% do VCT AGP 10% 15% do VCT AGP 10%
do VCT do VCT
Fibras alimentares 20-25 g/dia 20-25 g/dia
Fonte: ISOSAKI, M.; CARDOSO, E.; OLIVEIRA, A. (2009, p. 81)

22
VCT: Valor calórico total; AGS: ácido graxo saturado; AGM: ácido graxo
monoinsaturado; AGP: ácido graxo poli-insaturado.

Outros nutrientes de interesse na dietoterapia da IRC

Existem também, outros nutrientes que são de grande interesse na dietoterapia


da insuficiência renal crônica, tais como:
 Potássio: no tratamento conservador, o controle de potássio deve ocorrer
quando da elevação da concentração sérica deste, ou quando já houver uma
perda importante de função renal (TFG < 15 mL/min). Pacientes em
hemodiálise devem ter uma restrição mais rigorosa deste mineral, enquanto
que pacientes em CAPD raramente apresentam hiperpotassemia. É importante
considerar outras condições que possam agravar a hiperpotassemia, além da
alimentação.
 Sódio e líquidos: embora a manutenção do balanço de sódio com a sua
ingestão normal seja possível até nas fases mais avançadas da IRC, estes
pacientes normalmente apresentam hipertensão arterial, e por isso é indicada
a restrição deste mineral. Em pacientes em hemodiálise, a restrição de sódio é
indicada não somente em razão da hipertensão, mas também para o controle
da ingestão de líquidos, e consequentemente do ganho de peso interdialítico
que não deve ultrapassar 3 a 5% do peso “seco”. Já pacientes em CAPD tem
maior liberdade em relação à ingestão de sódio ou líquidos.
 Cálcio e fósforo: a prescrição destes minerais deve ser individualizada, uma
vez que depende de vários fatores, como: fase da IRC, uso de calcitriol (forma
ativa da vitamina D), tipo de doença óssea e concentração sérica de cálcio e
fósforo. Durante o tratamento conservador, é comum uma ingestão reduzida
de fósforo, uma vez que as principais fontes alimentares deste mineral também
são fonte de proteínas, que estão restritas nesta fase do tratamento. A ingestão
de cálcio também pode estar reduzida pelo mesmo motivo, sendo necessária
a sua suplementação para atingir a recomendação. Já no tratamento dialítico,
a hiperfosfatemia é bastante frequente, uma vez que os procedimentos são
pouco eficientes para remoção de fósforo, e a necessidade proteica está
elevada nestes pacientes. Nestes casos, é necessária a utilização de quelantes

23
de fósforo, reduzindo, assim, a sua absorção. A quantidade de quelante é
dependente da quantidade ingerida de fósforo na dieta e, para que o quelante
possa agir, ele deve ser ingerido com alimentos ricos em fósforo Ferro: as
recomendações são semelhantes às de indivíduos saudáveis, mas a
suplementação pode ser necessária quando a dieta é restrita em proteínas, já
que as carnes são as melhores fontes deste mineral.
 Vitaminas: quando a dieta está restrita em proteínas, potássio e fósforo, a
ingestão de algumas vitaminas pode estar insuficiente. Além disso, existe perda
de vitaminas, especialmente as hidrossolúveis, durante os procedimentos
dialíticos, tornando a suplementação dessas vitaminas necessária na maioria
das vezes. As vitaminas lipossolúveis A, E e K não devem ser suplementadas
a menos que haja deficiência, e a vitamina D deve ser prescrita individualmente
de acordo com a condição osteometabólica do paciente

5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE HEMODIALÍTICO

Ao paciente hemodialítico, as mudanças em sua rotina e as implicações, tais


como sinais, sintomas e complicações, oriunda do tratamento, impacta diretamente
na qualidade de vida do indivíduo, nesse sentido, destaca-se a importância sobre o
autocuidado para a promoção de uma melhor vivência no enfrentamento da patologia.
Assim, o papel da equipe multiprofissional que oferece assistência ao ser
submetido a HD é desenvolver um melhor enfrentamento da condição e menores risco
a sua saúde, sendo no mínimo composta a equipe multiprofissional pelo médico,
enfermeiro, psicólogo, assistente social e nutricionista, estes por sua vez irá
desempenhar o tratamento e o cuidado sobre os fatores de risco para a evolução da
IRC, destacandose a HAS, DM, obesidade e hábitos de vidas que favorecem no
avanço do comprometimento renal (DIAS, PEREIRA 2018).
As intervenções da equipe multiprofissional em saúde, promove a redução dos
impactos provenientes da IRC, realizando ações como o controle dos valores
pressóricos, concentração da glicose no sangue, restrição da ingestão hídrica, além
das modificações nos hábitos de vida do indivíduo acometido, promovendo a redução
dos fatores causais da patologia, tendo como consequência o retardo da evolução do
estágio da IRC.
24
Entretanto considerando que os impactos da doença renal crônica não se
restringem somente às modificações fisiológicas, mas também no contexto
psicológico, emocional e social, o profissional enfermeiro é o que mais se destacar na
assistência ao paciente crônico renal, pois estar envolvido de em todos os âmbitos
com indivíduo, assim podendo realizar os cuidados que atendam a suas variadas
necessidades, proporcionando um melhor enfrentamento da doença (BELZAREZ
2020).
Um dos principais pontos que destaca o enfermeiro na assistência ao paciente
hemodialítico é sua ativa participação diante ao tratamento, levando em conta que tal
profissional coordena toda a equipe de enfermagem e presta a assistência de forma
integral, nesse sentido, o enfermeiro tem a capacidade de identificar problemáticas
que compromete a qualidade da saúde do indivíduo acometido pela IRC,
desenvolvendo a partir disso uma olhar empático sobre a realidade do paciente, e
intervindo nas necessidades individuais deste, para um melhor enfrentamento da
doença, com implementações como a orientação ao próprio portador da enfermidade,
como também aos familiares, sendo fundamental para o cuidado não somente na
realização do tratamento, mas sim aos aspecto psicológicos (FRAZÃO et al., 2014).
Perante a isso o enfermeiro deve desenvolver um olhar atento aos vários
pontos, dentre quais pode-se destacar o enfrentamento do indivíduo perante a
doença, por meio dos sentimentos demonstrados por este, tais como: frustração,
negação, depressão, desistência. Como também deve ser considerado os
sentimentos e pontos apresentados pelos familiares sobre a condição patológica do
familiar.
Nessa perspectiva, o profissional de enfermagem ao reconhecer dentre
algumas das alterações citadas, tem como papel realizar o planejamento de ações e
a execução dessas, no intuito de favorecer na aceitação e no enfrentamento da DRC
com a adesão do tratamento (FREITAS, MENDONÇA 2016).
Uma das principais alterações que ocorre ao paciente hemodialítico é sua
mudança de rotina, o que por sua vez não modifica somente a sua vivência, mas sim
os aspectos emocionais, sociais, econômicos e trabalhista.
Nessa condição há uma série de modificações, como a frequência nas sessões
de HD, tempo gasto com locomoção, realização de exames laboratoriais, dietas para
manutenção da saúde, favorece para o desenvolvimento de alterações psicoafetivas

25
patológicas, como a depressão. Está por sua vez surge em associação ao sentimento
de perda, o que se relaciona diretamente com DRC, que além de provoca a perda
funcional do sistema renal, propicia a perda também de sua independência a vários
fatores na sua vida, tornando, portanto, a depressão uma doença bastante prevalente
aos indivíduos submetidos ao tratamento hemodialítico (COSTA, COUTINHO 2014).
Outro ponto importante a se considerar ao paciente hemodialítico é que,
mesmo sendo o método de tratamento que promove uma esperança para uma
sobrevida maior, ela acaba não sendo aderido dentre uma parcela dos pacientes
submetidos a está, na qual estar ligada com a não aceitação sobre a patologia, assim
como as restrições exigidas, as modificações físicas, a mudança entre sua interação
social e com familiares.
Dessa forma, a DRC acaba sendo mais lesiva e mortal a tal parcela de paciente.
Assim o enfermeiro como profissional mais presente na assistência à saúde do
paciente submetido ao tratamento abordado, efetiva-se a importância do uso de
metodologias no amparo ao ser, para a redução na não aceitação e mortalidade dessa
parcela da população (FRAZÃO, ARAÚJO, LIRA 2013).
Trazendo o enfermeiro no desempenhar de suas atribuições, um dos principais
instrumentos que viabiliza a resolutividade de problemáticas envolvo ao indivíduo
submetido a HD é a elaboração da Sistematização de Assistência de Enfermagem
(SAE), está por sua vez é constituída por várias etapas que visam a aplicação de
cuidados de modo individualizado, oferecendo um cuidado mais adequado e eficaz.
Seguindo essa perspectiva um dos primeiros pontos que deve ser considerado
pelo profissional de enfermagem, é o conhecimento acerca dos dados
biopsicossociais do ser, realizando a primeira etapa da SAE. Posteriormente o
profissional deve realizar a avaliação física do paciente, através da propedêutica da
inspeção, ausculta, palpação e finalmente a percussão (FREITAS et al., 2018).
A partir disso, é desenvolvido o levantamento dos dados colhidos e o
reconhecimento das condições de anormalidade, promovendo a através deste o
diagnóstico de enfermagem, na qual torna evidente as alterações presentes, tornando
possível a elaboração de ações de cuidados de enfermagem no objetivo de melhorar
o sanar as necessidades. Além disso é desenvolvido ainda o planejamento e as
implementações de enfermagem, de modo que é produzido tendo como base as
alterações visualizadas, estas por sua vez não se limitam somente a condição física,

26
mas sim também a percepção e resposta do paciente, familiares e todo envolvo social
perante a situação, considerando as condições já existentes e os potenciais agravos
(FREITAS et al., 2018).
Abordando sobre os Diagnósticos de Enfermagem (DE) ao público renal
crônico, os que mais se destacam são o risco de infecção, risco de desequilíbrio
eletrolítico e volume de líquidos excessivo, estes por sua vez são caracterizados pelas
características definidoras descritas conforme o NANDA, na qual é utilizado como
instrumento para a definição dos DE.
A elaboração deste se torna imprescindível na assistência da equipe de
enfermagem na aplicação dos cuidados necessários ao paciente, no entanto, no
processo de formulação do DE e da SAE como um todo, é importante destacar como
privativo do profissional enfermeiro de formação de nível superior, levando em
consideração que este é o único habilitado durante sua formação a unificar o uso do
conhecimento científico ao conhecimento prático, na busca de favorecer um cuidado
direcionado às necessidade de saúde de cada ser (DEBONE et al., 2017).
Portanto, torna-se evidente que a formulação do DE não só se define como
uma etapa da sistematização da assistência, mas sim favorece um direcionamento do
cuidado, tendo como base os critérios utilizados como parâmetros para a definição
destes.
Citando que diante aos DE realizados, estes devem ser ordenados e dado uma
maior atenção tendo em vista a importância da problemática evidenciada, em outras
palavras, os diagnósticos com maiores riscos à saúde devem ser resolvidos ou
minimizados primeiramente, posteriormente, com o controle dos agravantes à saúde
do paciente, devem ser prestados os cuidados as todas as necessidades presentes
(RUBACK, MENEZES, ARAUJO 2014).
Dentre os DE, o de risco de infecção é o que se maior destaca no que se refere
ao risco à saúde do indivíduo submetido à terapia hemodialítica, tendo em vista que,
a infecção ao paciente com IRC, impõe uma alta taxa de mortalidade a este público,
levando em consideração principalmente o cateter venoso central, tendo em vista que
este é uma porta de entrada para microrganismos, principalmente quando este não
recebe um cuidado especial.
Dessa forma, o enfermeiro se torna indispensável na prestação de prevenção,
controle e manutenção do cateter, salientando ações como o manejo adequado tanto

27
na realização da HD, e no pré e pós procedimento, além da demanda dos cuidados
do profissional de enfermagem, o próprio indivíduo, como seus familiares devem se
atentar sobre a importância do cuidado referente aos riscos de infecção, tendo como
principal intermediador o próprio enfermeiro na capacitação destes nas ações
necessárias para a redução dos riscos (RIBEIRO et al., 2018).
No que corresponde ao procedimento propriamente dito, o profissional de
enfermagem desempenha um papel fundamental na manutenção da saúde do
paciente submetido a HD, levando em consideração que, o tratamento implica em
complicações tais como, elevação ou diminuição da pressão arterial, náuseas,
vômitos, cefaleia, febre, cãibras, dores corporais.
Valendo destacar que algumas das complicações apresentadas durante a
realização do procedimento pode impor em riscos com potencialidade de levar o
indivíduo ao óbito. Portanto, se faz necessário a presença do enfermeiro sobre todo o
procedimento, para o acompanhamento contínuo do indivíduo, observando possíveis
alterações que correspondam a tais condições de risco à saúde, nesse sentido, em
suas atribuições o profissional de enfermagem exerce a detecção e atuação prévia
diante das condições apresentadas, evitando uma condição mais grave
(GONÇALVES et al., 2020).
Para isso, é de grande valia a promoção de vínculo entre profissional-paciente,
tendo em vista a execução de uma comunicação efetiva, além disso, o indivíduo que
é submetido ao tratamento hemodialítico se sente com uma maior segurança, que é
construída principalmente com a organização de assistência adequada ao quadro do
paciente, como o esclarecimento de todo o procedimento, demonstrando capacidade
técnica e científica sobre o procedimento.
Na atuação da enfermagem o cuidado carece acima de tudo uma assistência
humanizada, levando em conta as dificuldades enfrentadas pelo indivíduo, seus
sentimentos, para que no desempenhar do papel, o profissional realize um processo
de enfermagem direcionado ao paciente, promovendo uma maior qualidade de vida e
melhor adesão ao tratamento, aceitando a sua condição atual com o apoio emocional
e psicológico, visando bem estar em um contexto que não só se restringe a estrutura
física (GONCALVES et al., 2020).
Por fim, visando a promoção do cuidado continuado, o enfermeiro não deve
somente interagir com o paciente, mas sim também o capacitar sobre a importância

28
da adesão do tratamento como um todo, tendo em vista que, o que promove a eficácia
da HD é os cuidados realizados pelo próprio indivíduo, ou seja, o autocuidado.
Em meio a esse processo, a enfermagem tem o compromisso em meio a sua
atuação no esclarecimento de dúvidas, tanto do paciente, como dos familiares que o
acompanham diante do processo terapêutico.
Consequentemente, pode-se identificar que a atribuição do profissional
enfermeiro não se minimiza a somente promover a parte técnica, de modo que, diante
de sua formação este é capacitado com base no conhecimento científico, intervindo
em todos os momentos do tratamento, tornando-o essencial diante do tratamento
hemodialítico (LIMA, MACEDO, MONTE 2021).

6 CUIDANDO DO PACIENTE COM COMPLICAÇÕES EM PROCEDIMENTOS DE


HEMODIÁLISE

A comorbidade dos pacientes em tratamento dialítico é elevada e se relaciona


a doenças cardiovasculares, hipertensão arterial sistêmica, suscetibilidade à infecção,
anemia, elevada prevalência das hepatites b e c, desnutrição, doenças ósseas entre
outros.
Houve um grande avanço em relação à segurança e eficácia das máquinas
utilizadas no tratamento de hemodiálise, o que o tornou mais seguro. Embora as
máquinas possuam alarmes, que indicam qualquer tipo de alteração no sistema como
presença de bolhas, alterações de temperatura e fluxo de sangue, não garantem que
nenhuma complicação deixe de surgir durante esse procedimento.
A febre, quando de baixa intensidade durante o procedimento de hemodiálise,
pode ser relacionada a pirogênios presentes na solução dialítica e não a uma “infecção
verdadeira”.
Se ocorrer febre, deve-se verificar a temperatura do paciente e do
hemodialisador e coletar amostras de cultura do paciente e do dialisador. O uso de
antipiréticos e antibióticos para prevenir infecções graves não deve ser descartado e
deve ser feito a critério do médico assistente. Nesses casos, a remoção do cateter
também é recomendada, pois a remoção tardia do cateter pode levar a complicações
sépticas evitáveis.

29
A presença de cateteres para realizar procedimentos de hemodiálise contribui
para o desenvolvimento de bacteremia, que pode levar a complicações graves como
endocardite, choque séptico, osteomielite, artrite séptica, abscesso peridural e
embolia séptica. O risco de hospitalização e morte nesses pacientes é duas a três
vezes maior do que naqueles com fístulas arteriovenosas (FAVs) ou enxertos.
Um estudo realizado no ano de 2009 mostrou que as maiores taxas de infecção
em pacientes submetidos a procedimentos hemodialítico se relacionam aos cateteres
temporários quando comparados aos tunerizados ou fístulas e enxertos. Apontou,
ainda, como fatores de risco para a ocorrência da infecção o baixo nível sérico de
creatinina, a higiene inadequada do paciente, a inserção em veias jugulares e femoral
e tempo de permanência do cateter, diabetes melitos, número de tentativas de punção
intravenosa, falta de comprometimento com o número de sessões de hemodiálise e
hipoalbuminemia.
Outro estudo demostrou que 55,5% dos profissionais de enfermagem não
reconhecem todas as complicações da FAV, tais como: baixo fluxo, trombose,
infecções, aneurisma e isquemia na mão. Isso foi considerado preocupante pelos
autores, uma vez que consideram fundamental que os profissionais conheçam tais
complicações para prestar uma boa assistência aos pacientes.
De acordo com a literatura, pacientes com níveis elevados de creatinina, uréia
e potássio, falta de acesso vascular e hipovolemia necessária para realizar
hemodiálise tendem a ter maior morbidade e maior risco de mortalidade. Isso porque
é uma síndrome caracterizada por distúrbios ácidos e básicos, eletrólitos da água e
profunda redução da filtração glomerular com retenção de toxinas do metabolismo
endógeno.
As complicações mais comuns durante a hemodiálise são hipotensão,
convulsões, náuseas e vômitos, dor de cabeça, dor no peito, dor nas costas, coceira,
febre e calafrios. Complicações menos comuns, mas potencialmente fatais, incluem
síndrome de desequilíbrio, reações de hipersensibilidade, arritmias, hemorragia
intracraniana, convulsões, hemólise e embolia gasosa.
A hipovolemia e a hipotensão arterial ocorrem quando o ritmo de ultrafiltração
ultrapassar a capacidade de preenchimento vascular. Considerada pela literatura
como as complicações mais frequentes. Surgem pela disfunção cardíaca e pela

30
retirada em excesso de volume intravascular, principalmente no início da terapia
dialítica enquanto ocorre o preenchimento do circuito da máquina pelo sangue.
De maneira geral as causas mais comuns da hipotensão durante o
procedimento de hemodiálise se relacionam a flutuações na velocidade de
ultrafiltração, velocidade de ultrafiltração alta, peso seco almejado muito baixo,
superaquecimento da solução de diálise, anti-hipertensivos, ingesta de alimentos,
neuropatia automotora, disfunção diastólica, frequência cardíaca e contratilidade e
isquemia tecidual.
Os sintomas da hipotensão variam e podem surgir tontura, náuseas, calor e
sudorese, sensação de desfalecimento, bocejos frequentes, dor precordial,
taquicardia, dificuldades respiratórias, cãibras musculares, palidez cutânea, apatia e
confusão mental.
Em caso de hipotensão a literatura recomenda que o paciente seja colocado
em posição de Trende lemburg. Deve-se administrar bolus de 100 ml de soro
fisiológico a 0,9% ou mais, caso seja necessário, e reduzir a velocidade de
ultrafiltração para o mais próximo do zero possível. As cãibras musculares, outra
complicação, ocorrem quando os líquidos e eletrólitos deixam rapidamente o espaço
extracelular.
Estes são comumente associados com hipovolemia e hipotensão e podem
persistir após a medição da pressão arterial. Como medida preventiva contra
convulsões, os autores sugerem que a prevenção de episódios de hipotensão poderia
eliminar a maioria dos episódios de convulsão. Eles também apontam para a
administração de solução dextrose ou salina hipertônica e gluconato de cálcio para
tratamento agudo de convulsões e para aumentar a concentração de sódio no
dialisador como profilaxia pré e pós-tratamento.
Náuseas e vômitos também podem surgir, durante o tratamento hemodialítico,
de causa multifatorial, e normalmente em pacientes com hipotensão, portanto deve-
se tratar primeiro a hipotensão. Caso as náuseas e os vômitos persistam, pode-se
administrar um antiemético. A cefaleia severa em geral é induzida pelo processo de
diálise, como consequência do deslocamento de uma grande quantidade de água e
eletrólitos. O uso de analgésicos é indicado para esses casos tanto por via oral, como
por via parenteral.

31
Também nesses casos, a literatura recomenda diminuir o fluxo sanguíneo no
início da diálise. Como a causa da dor torácica que geralmente acompanha a dor
lombar é desconhecida, não há tratamentos ou estratégias específicas para prevenir
essas complicações. As membranas capilares podem ser substituídas por membranas
de celulose sintéticas ou substituídas, mas há controvérsias quanto a esse cuidado.
O diagnóstico diferencial da angina, que neste caso existe relação direta com
a volemia, leva a uma diminuição do débito cardíaco momentâneo. O prurido
conhecido como coceira é considerado como o sintoma de pele mais importante nos
pacientes urêmicos e é atribuído ao efeito tóxico da uremia na pele, podendo também
estar associado à alergia a heparina e resíduos de oxilato de etileno.
Recomenda-se como alternativa de tratamento o uso de emolientes tópicos à
base de cânfora, aplicação de ultravioleta, uso de carbonato de cálcio, anti-
histaminicos por via oral ou endovenosa e a paratíreoidectomia para os pacientes que
apresentam ostedistrofia e hiperparatieoidismo grave.
A hipertensão arterial é causada por ansiedade, excesso de sódio e excesso
de água. Se o excesso de líquido for a causa da hipertensão, a ultrafiltração
geralmente reduz a pressão sanguínea e a normaliza. Após a administração de anti-
hipertensivos, é importante que a equipe de enfermagem monitore a pressão arterial
em intervalos curtos (geralmente a cada 15 minutos).
O uso de sedativos também é recomendado quando a causa está relacionada
à ansiedade, mas estabelecer um vínculo de boa comunicação e confiança entre
paciente e equipe pode ser suficiente para diminuir a ansiedade.
As arritmias cardíacas, frequentes durante a hemodiálise, são geralmente
observadas em pacientes com doenças cardíacas, se desenvolvem devido ao
significativo volume de sangue extracorpóreo ou às trocas rápidas de líquidos,
eletrólitos ou osmolaridade. Além de complicações relacionadas ao estado fisiológico
do paciente, também podem surgir complicações mecânicas. As intercorrências
durante as sessões de hemodiálise são: ruptura de equipo, geralmente causada por
problemas de fabricação, a mal ajustamento da linha na bomba de sangue e a falta
de fluxo sanguíneo por “mastigamento” do seguimento na bomba.
Êmbolo de ar no circuito, outra complicação mecânica, ocorre em decorrência
da presença de ar na máquina. Esta ocorre com menor frequência, o que é explicado

32
pela literatura devido à presença de detectores de ar nas máquinas, o que tornou essa
complicação rara.
De modo geral as intervenções de enfermagem realizadas devem priorizar a
avaliação clínica e do nível de consciência do paciente, que se refere ao exame físico,
no qual a enfermeira avalia a presença de alterações hemodinâmicas, as condições
da pele, o padrão respiratório e a perfusão periférica.
Como enfermeiro auxiliar e próximo ao paciente, o enfermeiro deve ser capaz
de intervir de forma rápida e dinâmica diante das diversas complicações que podem
surgir durante a hemodiálise. Identificar com eficiência o aparecimento de
complicações capacita as equipes para fornecer assistência segura ao paciente.
Portanto, concordamos que organizar o cuidado pode contribuir para esse ideal. Um
bom histórico médico e um exame físico completo podem ajudar a identificar outros
problemas relacionados à insuficiência renal que podem levar a complicações.
Um exemplo é o diabetes, que interfere na cicatrização e maturação de fístulas
arteriovenosas e coagulopatias. Estes são muito importantes nos cuidados durante a
cirurgia e na alta do transplante. Como profissionais da saúde, sabemos que todos os
procedimentos realizados estão sujeitos a interações. Ser proativo diante dessas
interações faz diferença no cuidado.

7 ASPECTOS GERAIS DO CUIDADO AO PACIENTE RENAL EM HEMODIÁLISE

O primeiro atendimento caracteriza-se por um acolhimento e envolve a


comunicação da equipe acolhendo o paciente.
Cuidar como relação terapêutica significa responder prontamente às
necessidades do paciente por meios que promovam o seu bem-estar. O cuidado deve,
portanto, incluir a integridade física e emocional. Para possibilitar isso, a equipe
assistencial deve desenvolver habilidades observacionais e interativas para identificar
os problemas do paciente no contexto cultural e social. Uma terceira preocupação é a
própria tecnologia e envolve o layout dos equipamentos.
De acordo com a literatura, são cuidados de enfermagem durante o
procedimento de hemodiálise: explicar ao paciente o procedimento a ser realizado;
fazer assepsia do local de conexão da extensão entre máquina e paciente; verificar

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pressão arterial a cada 15 minutos, durante todo o procedimento; observar a
frequência cardíaca e estar atento a reações anormais tais como: cefaleia, febre,
cãibra, hipotensão ou hipertensão, prurido, náuseas, dor lombar, sinais de embolia
gasosa, hemorragias e convulsão .
Um estudo citou como cuidados de enfermagem relacionados ao procedimento
de hemodiálise a verificação do peso do paciente antes e após a sessão. Esse
procedimento visa encontrar ganhos cumulativos entre uma sessão e outra. Os
pesquisadores podem usar esses dados para avaliar a ingestão de água e comida
dos pacientes em casa para garantir que eles atendam aos padrões estabelecidos
para vida de risco minimizada.
A aferição da pressão arterial, outro cuidado citado na literatura, oferece dados
para comparação durante toda a hemodiálise, logo após é realizado o procedimento
de punção da fístula, observando sua exata localização e por fim se realiza a troca do
curativo e o desligamento da máquina.
Um estudo, mostrou que ao realizar o curativo da fístula arteriovenosa, 47,2%
dos profissionais de enfermagem o fazia de forma correta, por meio de leve
compressão com gaze por aproximadamente cinco minutos, seguido de curativo
levemente compressivo sem circulares com fita adesiva e gazes após a hemostasia
completa. O que é fundamental para se evitar a ocorrência de sangramento intenso
após o procedimento de hemodiálise.
Com relação à maturação da fístula arteriovenosa (FAV), o mesmo estudo
demonstrou que todos os profissionais esperavam quatro semanas ou mais para
puncionar a fístula pela primeira vez. Resultado considerado satisfatório pelos
pesquisadores, uma vez que o tempo de maturação influencia na sobrevida da FAV.
Como complemento a estes cuidados de enfermagem, conselhos sobre
cuidados com a fístula, necessidade de permanecer e comparecer às sessões durante
o tratamento e visitas a outras clínicas perto da residência para abordar habilidades
de 'falta de cuidado', etc.
Ao considerar as características pessoais de comportamento de cada paciente,
torna possível identificar vários problemas importantes que se manifestam por
alterações fisiológicas significativas, que podem contribuir para prevenir e/ou impedir
complicações futuras expressas na mudança no comportamento dos pacientes
assistidos pela equipe de enfermagem.

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O quinto cuidado requer o exame do paciente. Nesse momento, o paciente
precisa saber quais são suas opções e quando retornar à unidade para reavaliação,
para que os resultados obtidos sejam observados. Os cuidadores precisam planejar
intervenções para fornecer cuidados de qualidade. Isso inclui estabelecer metas para
a assistência, analisar suas consequências e dificuldades de aplicação, selecionar
alternativas e opções, definir metas a serem alcançadas e estratégias adequadas para
implementar os tratamentos propostos.
O processo de enfermagem dividido em cinco fases: coleta de dados,
diagnóstico, plano de ação, implementação e evolução é considerado uma maneira
organizada de sistematizar a assistência de enfermagem.
A coleta de dados é essencial para estabelecer metas e impor prescrições.
Além de informações específicas como nome, idade, endereço e número do
prontuário, é importante coletar informações gerais sobre padrões respiratórios,
circulação, eliminação, sono, repouso, atividade física, hidratação, alimentação e
higiene. O peso seco, a diurese residual e a ingestão de líquidos permitem que os
cuidadores monitorem a hidratação e avaliem a hidratação do paciente.
Ao avaliar a capacidade motora, os cuidadores identificam as limitações de
movimento do paciente. Isso permite planejar o transporte adequado e tomar
providências para proporcionar conforto durante a sessão de hemodiálise. O mesmo
vale para os pacientes com deficiência visual, auditiva e de fala, que necessitam de
atendimento diferenciado. Além das informações já citadas, é importante na entrevista
identificar reações alérgicas, acesso à diálise e examinar cuidadosamente a pele em
busca de alterações como hematomas e vermelhidão.
Após a coleta de dados, são feitos os diagnósticos de enfermagem e por fim,
uma política assistencial deve ser praticada diariamente e visa coordenar as ações da
equipe e atender às necessidades básicas e específicas de cada paciente. O sexto
cuidado inclui as rotinas terapêuticas. Os pacientes se sentem sobrecarregados e
sentem que suas vidas mudam junto com seus corpos enquanto tentam se "ajustar" à
nova realidade. O que o cliente precisa neste momento é "compreensão".
O cuidado do paciente renal crônico precisa ser renovado e inclui formas
alternativas, para quebra de “rotina”. Autores sugerem a inclusão da música, pois
acreditam que complementam o atendimento convencional além de ser agradável a
maioria dos pacientes, como forma de “ocupar o tempo durante o tratamento”. Ao

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entrar em um programa de hemodiálise o paciente com insuficiência renal crônica,
convive diariamente com o fato de ter uma doença crônica, que o obriga a realizar um
tratamento doloroso e longo e ainda provoca alterações de grande impacto, tanto na
sua vida como de seus familiares. O sétimo cuidado é caracterizado pelo seu
reencontro com a cidadania envolve a possibilidade de mudança e inserção do mesmo
ao convívio social, já que ele precisa resgatar sua autonomia.
Além de cuidados técnicos como intervenção de enfermagem, o apoio social, a
educação e as orientações. Deve, ainda, oferecer ao paciente a oportunidade de
conhecer mais sobre sua doença, tratamento e possibilidades, de maneira que os
auxiliem na adoção de mecanismos de adaptação a situação vivida por esses.

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