Aula 5- Avaliação, educação e sociedade

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AVALIAÇÃO, EDUCAÇÃO E

SOCIEDADE
AULA 5

Profª Camila Casteliano Pereira dos Santos


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, pretende-se abordar os aspectos referentes às dinâmicas da


avaliação nas diferentes modalidades de aprendizado. A aula está dividida em
cinco tópicos relacionados às reflexões sobre a avalição nos contextos de
educação infantil, ensino médio e técnico, ensino superior e educação de jovens
e adultos. Ao fim, trataremos da avaliação como implicação prática dos temas
abordados.

TEMA 1 – AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Considerando que o centro das aprendizagens escolares é o aluno, a


avaliação deveria ter caráter includente, mas configura-se, em suas vertentes,
como uma ferramenta muitas vezes de exclusão. Interpretar e praticar a
avaliação erroneamente, ou seja, de forma a classificar meramente para obter
dados numéricos, vai de encontro com uma educação que deveria levar em
conta todo o desenvolvimento do aluno e suas aquisições, superações e
inteirações ao longo da trajetória escolar.

o termo avaliação é de utilização recente, já que a palavra “exame” era


mais frequentemente utilizada para designar provas de conhecimento.
Datam aos remotos 1200 a.C. as primeiras práticas de
avaliação/exame de que temos notícia. Esses exames eram realizados
pela burocracia chinesa com intuito de selecionar (somente junto aos
homens) aqueles que deveriam ocupar cargos públicos. Desde seus
primórdios, portanto, verificamos na avaliação a predominância de um
componente seletivo em detrimento a qualquer aspecto educativo
(Diligenti, 1998, p. 21).

Esse componente seletivo do qual o autor se refere, mais que classificar,


seleciona os “mais capacitados”. No entanto, na escola, ele pode resultar no
comprometimento do desenvolvimento escolar, na estigmatização e no
desenvolvimento de baixa estima, devido a suas características rígidas de
diagnosticar a aprendizagem de um aluno. A prova com caráter excludente,
segundo Luckesi (2010, p.21), é feita da seguinte forma: “Os professores
elaboram suas provas para provar os alunos e não para auxiliá-los na sua
aprendizagem”. Contudo, se a avaliação é voltada para levantar dados sobre as
aquisições dos alunos e, ainda, avaliar a participação do professor em sua
prática pedagógica, ela é instrumento de reconhecimento da aprendizagem e
das dificuldades dos alunos.

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Consultando a diversos autores da área que escrevem sobre avaliação,
buscou-se encontrar alguns significados apontados. Para Diligenti (2003), as
relações entre professor e aluno são essenciais para levantar dados sobre o
aproveitamento escolar. A resultante dessa interação é o aproveitamento do
aluno junto às suas dificuldades e não aquisições sobre o conhecimento escolar.
Segundo Hoffmann (2007, p. 13), a avaliação não deve ser somente
testes, provas ou exercícios, boletins, fichas, relatórios e dossiês dos alunos. É
preciso que a avaliação esteja compromissada com a formação dos sujeitos, sua
inserção social e participativa e sua interação com o mundo que o cerca, para
poder compreender as relações de poder presentes. No campo da avaliação, a
disputa e a competitividade do mercado favorecem a disputa e a concorrência,
mas, na escola, a aprendizagem vai além de inferir notas e médias nas
disciplinas cursadas. Para Silva (1992), avaliar é determinar o valor de alguma
coisa. Isso remete a avaliar a prática pedagógica do professor, a aprendizagem
do aluno e as possibilidades de desenvolvimento de novas práticas e
metodologias que enalteçam novas aprendizagens significativas para os alunos.
Por volta do século XVII, a avaliação, nascida com os colégios, tornou-se
indissociável do ensino escolar (Perrenoud, 1999). Porém, na história da
educação, o elemento mais importante do processo de ensino não deveria ter
sido resultado de desempenho. A avaliação, para o professor, é uma forma de
avaliar sua própria prática e o aproveitamento do aluno, que, por sua vez, pode
utilizar-se da avaliação para levantar quais conteúdos não foram apropriados e,
posteriormente, fazer retomadas com ou sem o auxílio do professor.
Dessa forma, a avaliação está presente em todas as modalidades da
educação básica brasileira, compreendendo a educação infantil, o ensino
fundamental I e II, e o ensino médio.

1.1 Avaliação na educação infantil: metodologias e práticas

A avaliação na educação infantil é “um conjunto de procedimentos


didáticos que se estendem por um longo tempo e em vários espaços escolares,
de caráter processual e visando, sempre, a melhoria do objeto avaliado”
(Hoffmann, 2012, p. 13). O caráter processual da avaliação nessa etapa da
educação emerge em campos de avaliação e desenvolvimento e de
procedimentos necessários para que a criança tenha condições e ambientes
favoráveis de aprendizagens.
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A criança quando é direcionada a desenvolver uma atividade lúdica, como
dançar com um companheiro, por exemplo, deve ser observada pelo professor
no sentido de avaliar sua atenção, sua desenvoltura em agir conforme o
comando, sua atenção, motricidade, capacidade de relacionar-se com o outro e
com o ambiente que a cerca, junto às respostas aos objetivos traçados na
intervenção pedagógica.

avaliar o desenvolvimento de uma criança é uma ação complexa e


exige da escola um olhar de extrema atenção, um conhecimento sobre
o aprender e o desenvolver do aluno, para que assim, através de
metodologias de avaliação ou de instrumentos variados seja possível
aferir de maneira mais sistematizada, contemplando o indivíduo e seus
avanços (Silva; Urt, 2014, p. 63).

A atenção do professor ao avaliar a criança determina seu trabalho


pedagógico e as práticas que serão desenvolvidas para que ela possa superar
suas dificuldades de desenvolvimento corporal, intelectual e cognitivo. Assim, ao
avaliar, o professor reflete sobre sua prática e busca o desenvolvimento de
práticas pedagógicas que contribuam com o aproveitamento da criança em
participar ativamente de seu processo de desenvolvimento escolar.
A mediação desenvolvida na educação infantil faz parte de um processo
de ensino-aprendizagem em que o professor encaminha a criança às
aprendizagens no desenvolvimento de diálogos, reflexão, planejamento e
replanejamento a partir da avaliação. Dessa forma, os diferentes olhares do
professor para o processo de ensino também são necessários na avaliação.
Portanto, de caráter colaborativo, avaliar é proporcionar novos métodos,
procedimentos e encaminhamentos para que a criança se desenvolva e
aprenda. Para isso, são necessárias atividades significativas, com objetivos
específicos voltados para sanar as dificuldades encontradas na avaliação.
A avaliação na educação infantil, segundo Hoffmann (2010, p. 20), é:

(a) uma proposta pedagógica que vise levar em conta a diversidade de


interesses e possibilidades de exploração do mundo pela criança,
respeitando sua própria identidade sociocultural, e proporcionando-lhe
um ambiente interativo, rico em materiais e situações a serem
experienciadas; (b) um professor curioso e investigador do mundo da
criança, agindo como mediador de suas conquistas, no sentido de
apoiá-la, acompanhá-la e favorecer-lhe novos desafios; (c) um
processo avaliativo permanente de observação, registro e reflexão
acerca da ação e do pensamento das crianças, de suas diferenças
culturais e de desenvolvimento, embasador do repensar do educador
sobre o seu fazer pedagógico.

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Todas essas ações feitas pelo professor em prol do desenvolvimento da
criança na escola remetem ao comprometimento docente em disponibilizar
meios para que ela aprenda. Nesse sentido, a partir da avaliação, é possível
desenvolver encaminhamentos que vislumbrem e sanem as dificuldades
encontradas. É a partir da avaliação que se pode analisar, repensar e organizar
a prática pedagógica com crianças da educação infantil.

TEMA 2 – AVALIAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

A avaliação como forma de diagnosticar as aprendizagens pode ser


praticada no ensino fundamental I, mas é preciso cautela quanto à sua aplicação
e desenvolvimento no decorrer do processo escolar. Atribuir notas ou menção
na avaliação de um aluno deve ser evitado para que ele não se sinta “acuado”
em suas aprendizagens. Isso quer dizer que, ao avaliar a aprendizagem, é
preciso ter a consciência de que essa ação faz parte de um processo e são
necessários dados referentes tanto das intervenções docentes e do trabalho do
professor quanto das aprendizagens e não aprendizagens dos alunos. Conforme
a especificidade do trabalho desenvolvido, a partir da avaliação, o professor
passa a pensar sobre sua prática junto a encaminhamentos que estejam a
serviço das aprendizagens dos alunos.
A partir de um processo amplo de aprendizagens, a avaliação no 1º, 2º,
3º, 4º e 5º ano de ensino fundamental I e 6º, 7º, 8º e 9º ano do ensino
fundamental II requer um trabalho docente com a responsabilidade de tornar
possíveis as aquisições e o desenvolvimento escolar. Se a avaliação é
meramente um diagnóstico de aprendizagens e não é utilizada para a reflexão e
análise do processo, ela se perde em seus objetivos, e a pedagogia escolar
reflexiva preocupa-se, sobretudo, com o desenvolvimento do aluno a partir de
levantamento de suas dificuldades para novas abordagens.
Tais abordagens são os encaminhamentos e procedimentos direcionados
a sanar as dificuldades encontradas. Utilizam-se, para isso, várias metodologias
com um mesmo conteúdo, afinal, os alunos são diferentes quanto ao modo de
aprender e, se forem utilizados seus conhecimentos, os conteúdos escolares
terão mais significado. É preciso, então, aproximar os conhecimentos científicos
dos conhecimentos empíricos dos alunos de forma a inferir sentido a eles.
A avaliação no ensino fundamental é constituinte e integradora.
Constituinte diz respeito ao pertencimento das ações de planejamento, da
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constituição do projeto-pedagógico, do ensino e da aprendizagem. Integradora
refere-se ao diálogo desenvolvido entre ensino, aprendizagem, planejamento e
o próprio processo avaliativo. Segundo Sacristán (1998, p. 297), “a avaliação
serve para pensar e planejar a prática didática”. Da mesma forma, a prática
didática, ao ser utilizada para atender às especificidades do aluno, é a resultante
de um processo diagnóstico de dados. De porte desses dados, o professor
desenvolve práticas que podem resultar em superações e inserções dos alunos
nos processos.
Segundo Hoffmann (1993, p. 23), “a avaliação contínua é vista como
acompanhamento da aprendizagem, identificando as conquistas, problemas e o
desenvolvimento dos alunos”. A apropriação do aluno, nesse processo, deriva
de práticas que podem ser desenvolvidas à luz dos resultados dos dois tipos de
avaliação: a avaliação diagnóstica e a avaliação formativa.
Na avaliação diagnóstica, o professor levanta dados sobre os conteúdos
não apropriados pelo aluno e sobre suas aprendizagens efetivadas no período
anterior ao que está inserido, junto às aquisições e conhecimentos não
assimilados, defasados e não apropriados. Dessa forma, a avaliação
diagnóstica, além de orientar o professor nas intervenções para que o aluno
avance nas aprendizagens, ainda enaltece um trabalho preocupado com o aluno
individualmente, para depois trabalhar os conteúdos curriculares com todos os
alunos em conjunto. Também, a partir dessa avaliação, pode-se levantar o nível
de domínio do aluno de conteúdos que ainda serão trabalhados no ciclo escolar
no qual se encontra. Por exemplo, se um aluno do 2º ano é avaliado no início do
ano, pode-se aplicar uma avaliação diagnóstica utilizando conteúdos já
trabalhados no ciclo anterior, assim como conteúdos que serão trabalhados no
ciclo presente, do 2º ano, o que serve para avaliar o desenvolvimento cognitivo
do aluno. Para Coelho Neto (1980, p. 39), a avaliação diagnóstica:

pretende definir o nível de aprendizado apresentado por cada aluno no


sentido de verificar pré-requisitos estabelecidos para o programa,
curso ou período que foram atendidos. De outro modo, a avaliação
diagnóstica analisa se o aluno apresenta os conhecimentos,
habilidades e atitudes necessárias para prosseguir as demais
atividades.

Prosseguir com os conhecimentos que são apresentados de forma linear


na escola representa para a aprendizagem do aluno uma concordância, ou seja,
um engajamento nos conteúdos de forma a progredir crescentemente, de
aprendizagens mais simples para as mais complexas. Isso quer dizer que
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primeiramente o aluno tem contato com as vogais e todas as suas possibilidades
de leituras; depois, sua utilização social, escrita e linguística; e por fim, a leitura
e contextualização com o mundo de possibilidades que o cerca.
A avaliação formativa, por sua vez, busca insuficiências apresentadas
durante o processo, de acordo com o início, o desenvolvimento e a dificuldade
apresentada. No entanto, é a partir dessa avaliação que se pode desenvolver
aprendizagens posteriores, ou seja, preparar o aluno para contextualizar novos
conhecimentos a partir de elementos menos complexos para os mais
elaborados. Com caráter cumulativo, a avaliação formativa é caracterizada por
sua relevância ao avaliar e diagnosticar o acúmulo de conhecimentos adquiridos
mediante um processo escolar de ensino e aprendizagem.
Segundo Sobrinho (2000), a avaliação pode ser também somática,
conhecida por classificatória ou tradicional.

TEMA 3 – AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO E TÉCNICO

A avaliação da aprendizagem é tratada nas Diretrizes Curriculares


Nacionais de forma contínua com o ensino, levando-se em conta o projeto
político-pedagógico da escola, para verificar as aprendizagens que precisam ser
enaltecidas na prática pedagógica e indicar os pontos positivos e negativos dos
procedimentos e encaminhamentos realizados.

o homem precisa averiguar permanentemente se o processo está de


acordo com os objetivos que pretende atingir. É nisso que consiste a
avaliação, que, assim se mostra ao mesmo tempo como algo
específico do ser humano e como processo imprescindível à realização
do projeto de existência histórico do mesmo (Paro, 2001, p. 34).

Os objetivos que se pretende atingir educacionalmente são relevantes


para a formação do sujeito social e intelectual, de forma a propiciar uma
educação voltada à formação política dos alunos em desenvolvimento.
O Exame Nacional de Ensino Médio, Enem, ao contrário do ensino
fundamental I e II, é feito a partir dos conhecimentos de todas as disciplinas do
currículo, e não somente língua portuguesa e matemática.
No “numeramento” e “letramento” presentes nas duas primeiras etapas do
ensino fundamental e ensino médio, é dada ênfase à formação para o mercado
de trabalho. Embora o ensino médio configure-se, atualmente, em formar o
jovem para inseri-lo no mercado de trabalho, ainda deixa a desejar, pois não
forma em área nenhuma.

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Nosso sistema caminhou para uma escola única de ensino médio não
vocacional, que deve ser cursada por todos. O ensino profissional de
nível médio agrega disciplinas de cunho profissional ao ensino
acadêmico comum a todos, o que pode ser feito concomitante ou
subsequentemente ao ensino médio regular. Assim, as disciplinas
profissionais associadas à formação técnica de nível médio são
complementares, ao invés de substitutas, à formação acadêmica
comum. Além de não possuirmos uma escola profissional alternativa
ao ensino acadêmico regular, a proporção de jovens que frequentam a
educação profissional é pequena. Menos de 10%, quando na Europa
essa proporção chega a 50%. Embora a maioria dos alunos de ensino
médio curse o ensino não profissionalizante, a maior parte não
ingressa no ensino superior. Dada a evasão escolar antes do final do
ensino médio, concluímos que a maioria dos brasileiros transita da
escola para o mercado de trabalho sem obter uma formação
profissional (Fernandes, 2011, p. 5).

Dessa forma, o ensino técnico ainda tem um percurso a percorrer a partir


da realização de uma nova organização curricular que atenda os jovens em sua
formação profissional.

TEMA 4 – AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

A avaliação a nível federal na educação superior se dá a partir do Enade,


Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, oriundo da Lei 9.131, de 24 de
novembro de 1995, que atribui ao Ministério da Educação a missão de formular
e avaliar a política nacional de educação. Tem como objetivo avaliar a formação
acadêmica e atribuir notas para as instituições de ensino superior de todo o Brasil
(Brasil, 1995).
Nos processos institucionais, a avaliação se dá a partir de diagnósticos
das aprendizagens no final de um período, a chamada avaliação somativa, que
implica o uso de avaliações e provas escritas. Repensar as práticas avaliativas
a partir de sua avaliação faz-se necessário nas instituições de ensino superior.

TEMA 5 – AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Sendo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) uma modalidade de ensino


que atende alunos que não tiveram a oportunidade de estudar em idade própria
ou que buscam formação escolar para melhorar suas condições de trabalho e
de vida, requer do professor um olhar voltado às suas especificidades, pois ele
está inserido em um contexto escolar que deve levar em consideração suas
experiências de vida e seus conhecimentos adquiridos historicamente. O artigo
37 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional diz que:

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§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e
aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante cursos e exames (Brasil, 1996).

Nesse contexto, a avaliação se dá a partir de interações entre professor e


aluno, sendo essencial, portanto, a avaliação diagnóstica no início de um
trabalho docente e, posteriormente, o desenvolvimento de atividades que
possam levar o aluno a se desenvolver cognitivamente.
Concomitantemente, a avaliação que pode ser desenvolvida na EJA difere
conforme o contexto em que está inserida, cabendo ao professor utilizar-se dos
diferentes tipos de avaliações para que o aluno possa concluir seus estudos e
progredir em seu trabalho, em sua vida e inserir-se politicamente na sociedade.
Na educação de jovens e adultos, a avaliação formativa pode desenvolver
nos alunos seu senso crítico para as aprendizagens. Ao permitir que o aluno
refaça uma prova, por exemplo, o professor estará possibilitando que ele se
autocorrija e perceba os pontos que precisa melhorar e se dedicar mais. Para o
professor, é um documento que o auxilia em suas intervenções e no
desenvolvimento de novas metodologias e práticas pedagógicas.

O feedback desempenha um papel crucial na aprendizagem porque,


através dele, os alunos são sistematicamente lembrados dos níveis de
aprendizagem, ou dos padrões, que é necessário alcançar e ficam
cientes dos seus próprios progressos, considerando a comparação
com seus desempenhos anteriores ou critérios previamente definidos
(Fernandes, 2011, p. 99).

As inferências ao processo de avaliação podem suscitar desenvolvimento


tanto do aluno quanto do professor facilitador das aprendizagens.
O “Provão da EJA”, realizado pelas secretarias estaduais de educação, é
uma forma de obter o grau de estudos referente à escolarização pretendida
(ensino fundamental e ensino médio). O aluno não precisa estar matriculado em
instituição de ensino, e, aos que frequentam, também é dada a oportunidade de
avançar no grau acadêmico na aprovação do exame.

NA PRÁTICA

Ao entrarmos em contato com as diferentes modalidades de ensino,


percebemos a importância da avaliação para entendermos a efetividade da
aprendizagem dos diferentes conteúdos, bem como a avaliação geral dos
processos envolvidos nos contextos pedagógicos.

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Uma das rotinas mais expressivas no ensino médio, por exemplo, pode
ser percebida no período de realização dos exames finais de períodos letivos.
Nessa época, toda a escola é mobilizada e professores concebem e aplicam
testes e provas, revisam conteúdos, corrigem exames e procedem com os
encaminhamentos dos resultados.

FINALIZANDO

Nesta aula, tratamos da presença dos processos avaliativos nas


diferentes modalidades de ensino, sendo empregados para medir os resultados
envolvidos nos contextos pedagógicos. Seja na educação infantil, ensino
fundamental, médio e técnico, seja no ensino superior e na educação de jovens
e adultos, a avaliação se faz presente como um importante instrumento para
assegurar os resultados esperados, visando a efetivação do direito à educação.

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REFERÊNCIAS

BRASIL/MEC. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e


Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 20 de dezembro de 1996.
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PARO, V. H. Reprovação escolar: renúncia à educação. São Paulo: Xamâ,


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PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens.


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