Cap 3.4

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

3.4.

CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA

3.4.1. Introdução

A titulo de orientação espacial do compartimento geomorfológico


que está inserido a região hidrográfica do Turvo, identifica-se que todo o
território da bacia localiza-se na porção noroeste da Formação Serra Geral,
parte sul da Bacia do Paraná. É composta por uma heterogeneidade
morfológica, visto o fato de verificarmos tanto relevos dissecados até locais
com relevo plano.

Como base bibliográfica para o raciocínio analítico do universo


que compõem a região, e, em especial, as denominações e critérios
específicos para os diferentes tipos de relevo existentes no Estado, utilizaram-
se as informações disponibilizadas no trabalho do IBGE com o projeto
RADAMBRASIL de 1986, onde se aponta uma série de dados relevantes
referentes aos recursos naturais do Brasil e do Estado do Rio Grande do Sul.

Toda a porção norte do Estado é definida como sendo o


compartimento morfológico do Planalto, sendo distinguidos nesses o Planalto
Centro-Oriental de SC; o Planalto da Campanha; o Planalto das Missões e o
Planalto das Araucárias. Como já citado, variam entre relevo muito acidentado
a relevo mais plano dependendo da região em análise. A região morfológica do
Planalto das Araucárias encontra uma seqüência de variação de relevo muito
relacionado ao nível de dissecação e do modelo de aplainamento, sendo
possível identificar sub-divisões definidas como Planalto dos Campos Gerais,
Planalto Dissecado Rio Iguaçu-Rio Uruguai, Serra Geral e Patamares da Serra
Geral.

Em nível de detalhe, identificam-se na região hidrográfica do


Turvo as conformações morfológicas definidas como Planalto Santo Ângelo e
Planalto Dissecado Rio Iguaçu-Rio Uruguai. Por fim, no ambiente de planície,
identificam-se Depósitos Sedimentares do tipo Planície Alúvio -Coluvionar
conformando amplas áreas planas geralmente agregando áreas de várzea nas
calhas dos principais traçados dos mananciais hídricos.

3.4.2. Aspectos Metodológicos

A formatação do capítulo em pauta foi desenvolvido


proeminentemente através da informação obtida pela visita técnica de campo
por grande parte do território da área do diagnóstico, e, posteriormente
somou-se os dados de nomenclatura e critérios de compartimentação
geomorfológica por bibliografia específica, no caso, como já citado, do projeto
RADAMBRASIL – IBGE de 1986.

A conjugação destes dois elementos propiciaram a informação


básica para o desenvolvimento do mapa geomorfológico, de caráter expedito,
do presente estudo.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 74


3.4.3. Caracterização Geomorfológica

O contexto geomorfológico avaliado engloba o limite superficial


definido pelos divisores de água da bacia, perfazendo uma área total de
10.757 km2 no setor noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Em específico
está inserido no compartimento morfológico do Planalto Santo Ângelo, Planalto
Rio Iguaçu-Rio Uruguai e Planície Alúvio -Coluvionar.

A característica do relevo em si está estreitamente relacionada


com a litologia do substrato local e a conformação estrutural existente na
região, os quais estão constituídos pelas rochas vulcânicas da Bacia do Paraná,
sendo esses basaltos de composição ácida e filiação toleítica, e , marcado por
uma série de fraturas de caráter regional tanto de orientação NE e NW,
tipicamente relacionados com movimentos tectônicos ocorridos durante e após
o processo de separação dos continentes Africano e Americano.

É dentro desse contexto que se observa algumas variações


geomorfológicas que retratam perfeitamente as variáveis citadas, tendo sido
possível configurar três compartimentos morfológicos na região da bacia
hidrográfica: a) unidade de relevo plano a suave, superfície de aplanamento –
Diss01; b) unidade de relevo suave/moderado a acentuado, superfície de
aplanamento e pediplanada- DissP02 e c) unidade de relevo acentuado
intercalado com planície alúvio-coluvionar, superfície pediplanad – DissP03;
gerando assim, uma proposta de mapa geomorfológico (Prancha 3.4.1).

a) unidade de relevo plano a suave, superfície de aplanamento –


Diss01 (Diss=dissecado): as porções leste, sudeste e sul do território da bacia
hidrográfica, estão configuradas por cotas topográficas que variam entre 350 e
600 metros. Basicamente verifica-se nesse bloco, um relevo com conformação
de coxilhas de declividade muito baixa a zero, formando extensas áreas com
relevo suave a plano, tendo ocorrido nessa, intenso processo de
peneplanização, e, gerando conseqüentemente, espessas camadas de solo de
coloração vermelha intensa (Foto 3.4.1; 3.4.2 e 3.4.3).

A variação de declividade do terreno atrela-se muito a existência


de drenagens do entorno, sendo mais declivosos quando da presença do
traçado de algum arroio de pequeno porte, e, tornando-se praticamente plano
quando da inexistência de qualquer manancial hídrico na região. Tal cenário
leva-nos o induzir pela presença de pontos de fraturas no substrato, visto o
fato que o alinhamento das drenagens da região são muito retilíneas por
longos trechos, conjugando-se posteriormente em uma linha de drenagem
maior, principal, dando uma conformação de drenagem do tipo espinha-de-
peixe. Em uma leitura de escala mais ampla, identifica-se que tal configuração
é típica de locais com existência de fraturas de abrangência regional, o que
por sinal, é muito comum na região da Bacia U 30.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 75


Existem algumas anomalias de relevo no geral, sendo observados
em pontos dispersos pequenos cumes ocasionais, definidos em literatura como
monadnocks, tendo como substrato testemunhos litológicos de uma rocha com
estrutura mais maciça e mais rica em minerais com menor nível de
suscetibilidade ao intemperismo geoquímico ou muito fraturado gerando
conseqüentemente, afloramento de cascalheiras. Geralmente nesses pontos é
possível identificar afloramentos “sãos” de rochas, o que facilita a análise
geológica de região.

Naturalmente, em decorrência dessa conformação de relevo, o


comportamento de uso antrópico move-se no intuito de ocupar o máximo
dessas áreas com a implantação de agricultura de grande escala, o que é mais
bem discutido no capítulo de uso e ocupação do solo do presente diagnóstico.

b) unidade de relevo suave/moderado a acentuado, superfície de


aplanamento e pediplanada – DissP02 (Diss=dissecado; P=pediplanado):
situa-se numa faixa central da bacia, ocupando uma região de centro que vai
da porção sul até a porção norte, próximo ao traçado do Rio Turvo.
Conformam uma região que ocupa cotas topográficas entre 150 e 350 metros,
sendo constituído por relevos com declividades que vão do suave ao
moderado-acentuado de maneira heterogênea e dispersa ao longo da faixa.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 76


800 00 100 000 120 000 140 000 160 000 180 000 200 000 220 000 240 000 260 000 280 000

Legenda:
Limite da Bacia

ai
Uru gu
Hidrografia

Rio Amandaú

Rio Buricá

Rio Comandaí

Rio
Rio Santa Rosa
Derrubadas #
6980000

6980000
Rio Santo Cristo

Rio Turvo
Lajeado Grande

Hidrografia Secundária

Sub-bacias Hidrográficas

Rio
Esperança do Sul
# Tenente Portela
Sistema Viário
#
Estradas principais e
secundárias

Tu
Tiradentes do Sul

rvo
Municípios #

Limites Municipais

Zona urbana atual


6960000

6960000
Mapa Geomorfológico #

Base de dado bibliográfica e


informação expedita de campo Três Passos
Miraguaí
#
Doutor Crissiumal

Ri
DissP01 Unidade de relevo Maurício Cardoso #

o
plano a suave, superfície #

de aplanamento.
Bom Progresso

La
DissP02 Unidade de relevo Novo Machado #

je a
suave/moderado a Humaitá

do
acentuado, superfície #
de aplanamento e
pediplanada. Porto Mauá DissP02
#
Gr
DissP03 Unidade de relevo Nova Candelária an Braga
acentuado intercalado # de #

c/ planície alúvio-coluvionar,
Horizontina Sede Nova
6940000

6940000
superfície pediplanada. # #

ai
gu Redentora
Tucunduva Boa Vista do Buricá Campo Novo
#
Alecrim #
# #
#
Uru
N
São Martinho Coronel Bicaco
#
#

São José do Inhacorá


#

10 0 10 Kilometers
Rio
#
Porto Vera Cruz Tuparendi
o

#
Três de Maio
Ri

# São Valério do Sul


Sa #

nt
o

Rio
6920000

6920000
Alegria
Santo Cristo #

# Santo Augusto

Cr is

Bu
#

ri c
DissP01

to

á
Porto Lucena Santa Rosa Independência Inhacorá
# # #

Ri
DissP03 o
Ri
o Sa Chiapeta
nt #
Am a
# an
da Ro
Porto Xavier ú sa
Cândido DissP02
Godói
#
6900000

6900000
Campina
das Missões
#

São Paulo Giruá


das Missões Senador Salgado Filho #
# #

Ubiretama
#

Rio Com
and

Sete de Setembro
#
Guarani das Missões
#
6880000

6880000
DissP01
6860000

6860000
LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS SECUNDÁRIOS RELATIVOS AOS MEIOS
FÍSICO, BIÓTICO E SÓCIOECONÔMICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS RIOS

Fundação Estadual de Proteção Ambiental


TURVO, SANTA ROSA E SANTO CRISTO

Engenheiro Luis Roessler - RS


PROJETO DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE ÁGUA - PNMA II/MMA

fepam
6840000

6840000
MAPA GEOMORFOLÓGICO

Data: Escala: Nº Prancha:


800 00 100 000 120 000 140 000 160 000 180 000 200 000 220 000 240 000 260 000 280 000
DEZEMBRO/2003 1 / 250.000 3.4.1
Foto 3.4.1 - Relevo plano ocupado por plantação de Trigo, região de Guarani das
Missões.

Foto 3.4.2 - Coxilhas suaves com elevada capa de solo, região de Crissiumal.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 78


Foto 3.4.3 - Relevo suave-plano com profunda camada de solo.

As porções de relevo mais suavizadas são encontradas nos limites


finais do grupo anterior e suas cotas mais elevadas. Diferenciam-se destas em
decorrência da alteração do traçado das drenagens, visto que começam a
ocorrer alterações no formato destas, já existindo drenagens com direções
variadas, com alteração de curso que chega a 90°, dando início a uma estética
de drenagem do tipo dente de serra. Estas já se encontram mais encaixadas,
fazendo com que o terreno do entorno tenha um corte mais abrupto quando
em proximidade do manancial hídrico.

É uma porção mais dissecada, mas ainda existindo as ações de


peneplanização. As coxilhas ocorrem com um aumento na declividade e
conseqüente diminuição da espessura da capa pedológica do entorno (Foto
3.4.4). Nessas coxilhas a preservação do substrato é mais significativa,
ocorrendo afloramentos com menor índice de intemperização e com a
conseqüente presença de rochas “sãs”.

A alteração na declividade do terreno propicia paralelamente uma


alteração na questão da existência de mata ciliar, a qual começa a ocorrer
com maior intensidade e exuberância, e, ainda um movimento de mudança de
comportamento de uso e ocupação do solo por parte do meio antrópico, visto
começar a se observar a existência de pequenas e médias propriedades
desenvolvendo atividades que não seja a agricultura de grande escala (Foto
3.4.5) .

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 79


Seguindo o caminho da análise do contexto geomorfológico,
quando baixamos para cotas topográficas próximas do limite deste
compartimento, por volta de 150 metros, verifica-se uma alteração
significativa da conformação do relevo, pois começa a aparecer coxilhas com
maior declividade, e morros de pequeno porte concentrados com maior
incidência nas proximidades das drenagens dos principais mananciais da
região.

Foto 3.4.4 - Relevo com coxilhas mais acentuadas e diminuição dos processos de
peneplanização, região de Santo Cristo.

O nível de dissecação aumenta significativamente nesta porção,


sendo comum identificar-se nos pequenos morros a presença de pequenos
matacões e lajeados expostos do substrato basáltico existente na região, de
certa forma bastante intemperizados. A dissecação nessa parte é considerada
como homogênea, sendo fortemente influenciado pelos canais fluviais. A capa
de solo nesta porção diminui significativamente nesta parte da bacia, sendo
possível identificar inclusive, restos de rocha distribuídas ao longo do perfil
pedológico.

As drenagens consolidam-se com orientação variada, atingindo a


90° com relação ao traçado original, formando uma estética toda quebrada e
muito encaixada, tendo o relevo configurações moderadas a abruptas nos
pontos de cota mais inferior, tendo nestes locais a exposição de rocha ao
longo do leito do manancial e exposição de rochas comumente nas paredes
dos morros imediatamente a margem do leito.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 80


Foto 3.4.5 - Relevo com coxilhas de declividade mais acentuada e o fortalecimento da
vegetação ciliar nas drenagens, região de Alecrim.

O substrato litológico da região encontra-se comumente com


baixo nível de alteração intempérica, formando bons afloramentos de rocha
que propiciam a auxiliar na análise do contexto geológico desta parte da bacia
hidrográfica. Ainda dentro deste enfoque, a presença constante de fraturas
regionais de grande porte, marcam significativamente o traçado das
drenagens locais, conformando a estética acima descrita.

Na questão de uso e ocupação do solo, ocorre nessa parte uma


alteração significativa de todo o comportamento antrópico, visto praticamente
desaparecerem as lavouras em grande escala, e intensificarem-se o uso por
pequenos e médios agricultores, fazendo uso inclusive de pecuária de médio
porte.

c) unidade de relevo acentuado intercalado com planície alúvio-


coluvionar, superfície pediplanada – DissP03 (Diss=dissecado;
P=pediplanado): está relacionado a porção mais ocidental da bacia
hidrográfica, ocupando cotas topográficas mais baixas que variam entre 100 e
150 metros.

É uma ambiente geomorfológico completamente distinto do


observado no primeiro grupo, o qual relacionava-se à cota mais alta da bacia.
É constituído por um relevo de conformação de moderado a acentuado,
gerando declividades que se aproximam a 80°. Praticamente dominam a
paisagem morros de cotas elevadas e declividades acentuadas, dispostas em
seqüência de morros intercalados com vales em U por uma vasta área que vai
do sul da bacia até a região do Parque do Turvo (Foto 3.4.6).

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 81


Entremeado a essa conformação, observa-se na porção ao
sudoeste da bacia, no entorno de Porto Xavier e Porto Lucena, para citar os
principais, uma seqüência de morros de porte médio e declividade alta que
configuram verdadeiros platôs em sua configuração clássica (Foto 3.4.7; e
Três Passos a Derrubadas Foto 3.4.8 e 3.4.9), sendo identificado nesses por
vezes, a presença de matacões dispersos ao longo da parede do morro, e,
tendo por base planícies alúvio -coluvionares típicos decorrente dos processos
de pedimentação. A disposição desses platôs é dispersa, não desenvolvendo
qualquer espécie de padronização posicional, apenas destacando-se que a
declividade acentua-se quando da existência de alguma drenagem encaixada,
decorrente principalmente da ruptura pretérita de blocos rochosos do morro
em direção ao sopé.

A conformação da drenagem mantém-se e consolida-se


definitivamente com orientação que gira a 90° do traçado original, ganhando
uma estética do tipo dente-de-serra típico, e, seguem um traçado
perfeitamente encaixado ao longo de paredões de rochas. Some-se a questão
do traçado, o fato de que estão completamente inseridos dentro da orientação
das fraturas regionais que tão claramente manifesta-se nessa porção.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 82


Foto 3.4.6 - Relevo de declividade acentuada com o vale em forma de U, próximo ao
Parque do Turvo, Derrubadas.

Foto 3.4.7 - Relevo de declividade acentuada, formando platôs entremeados com


depósitos aluvio-coluvionares, próximo a Porto Lucena.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 83


Foto 3.4.8: Relevo de declividade acentuada, com configuração de platô, região de
Três Passos a Derrubadas.

Foto 3.4.9- Relevo com declividade acentuada configurando morros com cota elevada
e ocupação antrópica para uso de pequena propriedade, região de Três Passos a
Derrubadas.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 84


3.4.4. Síntese Conclusiva

O cenário geomorfológico existente no território da Bacia U 30


apresenta-se na forma de uma homogeneidade de fácil leitura tanto na escala
de detalhe como em macro escala.

As variáveis que compõem o relevo estão intrinsecamente


relacionadas aos aspectos de geoquímica mineral da rocha do substrato e a
conformação estrutural reinante nessa litologia. Obviamente uma serie de
outros fatores naturais contribuem nos processos de conformação morfológica
como clima, ação da água, bio -intemperísmo e outros. No entanto, destacam-
se estes dois fatores tendo em vista que suas interferências resultam num
produto de configuração que dificilmente uma análise pormenorizada na região
descartará estes dois elementos. Tal asseveração orienta-se na identificação
de que estes dois fatores propiciam a formatação de três compartimentos
geomorfológicos na região; uma marcada por um relevo plano, o segundo
mais tendente ao moderado e por fim um relevo de caráter acentuado.

Essa divisão básica ganha reforço quando observa-se o


comportamento diferencial das cotas topográficas que tendem a diminuir em
direção ao leito do Rio Uruguai, e paralelamente a isto, as variações de relevo
conjugadas com a existência de lineamentos estruturais dispersos por todo o
espaço territorial da bacia.

Nas porções de alto topográfico da bacia, unidade Diss01; porção


leste, sudeste e sul, a morfologia ganha um caráter monótono, homogêneo,
com linhas de fraturas seguindo longos traçados. É uma porção que possui
uma espessa camada de solo, relacionado entre outros, à composição química
da rocha no substrato, onde se gera durante a ação intempérica o plano de
corrosão (Etchplains), o qual se desenvolve de maneira contínua e lenta.

Na porção intermediária, unidade DissP02, mais proximal ao


traçado do Rio Uruguai, a influência dos lineamentos estruturais ganha uma
maior influência na conformação do traçado das drenagens e na conformação
do relevo, agora já alcançando faixas mais declivosas, moderadas, formando
um mosaico em que se mesclam relevos de coxilhas com faixas mais abruptas
definidos por pequenos morros.

Por fim, a porção de base, unidade DissP03, constituída por uma


litologia de composição química menos ácida e recheada por estruturas
regionais que conformam claramente o traçado quebrado das drenagens.
Região conformada agora por camadas menos espessas de solo e o
surgimento, e consolidação de consideráveis áreas de depósitos alúvio -
coluvionares.

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 85


Essa composição cria uma conformação com grandes
compartimentos constituídos tanto por lineamentos estruturais negativos
como ainda positivos, dando uma característica de relevos muito dissecados
por interferência estrutural em contraponto com uma de composição mais
homogênea nos altos topográficos, menos influenciada pela ação tectônica
ocorrida na região (Prancha 3.4.1).

P-0106-Tx82-Cap 3.3 e 3.4 - Caracaterização Geológica e Geomorfológica.doc 86

Você também pode gostar