Cap 4
Cap 4
Cap 4
c a p í t u lo 4
Capítulo 4
O quarto capítulo tem por objetivo apresentar a diversida-
de e aspectos biológicos dos principais grupos de organismos
eucariontes fotossintetizantes com cloroplastos envoltos por
duas membranas. Este está dividido em dois tópicos relativos
às algas verdes e vermelhas, grupos importantes na composi-
ção e funcionamento dos ambientes continentais e marinhos.
Capítulo 4 53
quencialmente para formar um eixo. Esse eixo, por sua vez, pode
formar ramos laterais. Muitas algas vermelhas são multiaxiais,
onde o talo é constituído por uma rede tridimensional de fila-
mentos, formados por várias células apicais, constituindo um talo
pseudoparenquimatoso (Figura 4.2). Na maioria das espécies, as
células adjacentes são conectadas por conexões celulares (pit con-
nections), ligações citoplasmáticas formadas no momento da divi-
são, responsáveis pela comunicação intercelular e manutenção da
estrutura do talo (Figura 4.3).
bram as cianobactérias, a partir das quais poderiam ter derivado, Releia o capítulo anterior
e pesquise na internet as
seguindo os princípios estabelecidos pela teoria da endossimbiose.
eventuais relações evo-
lutivas entre estes dois
Dentre as algas, as rodofíceas são os representantes mais atípi-
grupos.
cos, por não possuírem células flageladas nem centríolos. No lu-
gar desses últimos, possuem centros de microtúbulos organizados
denominados anéis polares. A principal substância de reserva é o
amido das florídeas, estocada no citoplasma. Apesar do nome, sua
estrutura molecular apresenta maior semelhança com o glicogênio
do que com o amido.
Camada Camada
externa interna
Centro
0,2 μm
Figura 4.4 (A) – Diversidade encontrada nos bancos de algas Figura 4.4 (B) – Exemplares de nódulos calcários.
calcárias (http://www.nectonsub.com.br/bblog/pictures/ (Laboratório de Ficologia CCB/UFSC).
bb16e0a7e3d423761e46e16feb015651.jpg).
Capítulo 4 57
Pironoide
Plasto
Núcleo
Espermatização
Carpósporos (2N)
Germinação de
conchósporos
Germinação do
carpósporos
Conchósporos Esporângio
R!
Esporófito (2N)
Espermatângios
Espermácio
(n)
Espermácios (n)
Porção basal do Tricogine
carpogônio com
núcleo (n) Fecundação
Gametófito
feminino
(n) Núcleo do zigoto (2n)
Célula
Ramo auxiliar
carpogonial (n)
Célula
axial Célula
Gametófito suporte
masculino
(n) Núcleo
zigótico
(2n)
Carposporófito
Germinação dos (pericarpo) Carposporângio
tetrásporos (2n)
Tetrasporângio
Tetrásporos Pericarpo
(n) (n)
Carpósporos
Meiose (2n)
Germinação do
carpósporo
Tetrasporófito
(2n)
A C
A B C
Chlamydomanas
A B C
Ficoplasto Fragmoplasto
A C
B D
Figura 4.14 – Esquema com informações sobre a divisão celular em clorofita, destacando
fico e fragmoplasto (http://www.biologie.uni-hamburg.de/b-online/d44/44c.htm).
66 Sistemática Vegetal I
Resumo
Filo Rhodophyta
As algas vermelhas habitam ambientes principalmente mari-
nhos. Possuem como pigmentos clorofila a e d, α e β carotenos, lu-
teína, zeaxantina e ficobiliproteinas, e como substância de reserva,
o amido das florídeas. Uma exclusividade do grupo é a presença
de anéis polares, em vez de centríolos, e polissacarídeos sulfata-
dos na sua parede celular (agar e carragenana), colóides ampla-
mente utilizados nas indústrias alimentícia, têxtil, farmacêutica e
de cosméticos, entre outras. Algumas espécies podem apresentar
depósito de carbonato de cálcio em sua parede, sendo chamadas
de algas coralinas. Possuem reprodução assexuada e sexuada oo-
gâmica. Seus representantes podem ser unicelulares, filamentosos
ou pseudoparenquimatosos, e não possuem flagelos. As rodofíceas
são agrupadas em uma única Classe Rhodophyceae, que é dividi-
da em duas subclasses: Bangiophycidae e Florideophycidae. Um
importante gênero é a Porphyra, conhecida popularmente como
“nori”. A reprodução sexuada é uma característica marcante de
boa parte das algas vermelhas, pois possui três fases: uma fase ga-
metofítica haplóide, uma fase carposporofítica diplóide e uma fase
tetrasporofítica diplóide.
Filo Chlorophyta
Os representantes desse filo habitam diversos ambientes, desde
ambientes aquáticos até terrestres úmidos. Possuem como pigmen-
tos clorofila a e b; β-caroteno; luteína e xantina, e como substân-
cias de reserva amido, óleos e gorduras. Podem se reproduzir asse-
xuada ou sexuadamente, e organismos flagelados são presentes em
alguma fase da vida. As clorofíceas podem ser ainda unicelulares,
coloniais, filamentosas e parenquimatosas, e constituem o maior e
mais diversificado grupo de algas. Algumas espécies possuem ain-
da talos cenocíticos. Representantes da Ordem Charales podem
apresentar células estéreis ao redor dos gametângios, semelhan-
te ao que ocorre nas plantas terrestres. A reprodução assexuada
pode ser por propagação vegetativa, por esporos ou simples divi-
são celular, enquanto a reprodução sexuada pode ser haplobionte
haplonte, haplobionte diplonte ou diplobionte.
Capítulo 4 67
Referências
Bell, P. R.; Hemsley A. R. Green plants: their origin and diver-
sity. 2. ed. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2000.
Bold, H. C.; Wynne, M. J. Introduction to the algae: Structure
and reproduction. New Jersey, USA: Prentice-Hall, 1978.
Cole, K. M.; Sheath, R. G. Biology of red algae. New York,
USA: Cambridge University Press, 1990. p. 147-170.
Graham, L. E.; Wilcox, L. W. Algae. New Jersey, USA: Pren-
tice-Hall, 2000.
Lee, R. E. Phycology. 2. ed. New York, USA: Cambridge University
Press, 1989.
Oliveira, E. C. Introdução à biologia vegetal. 2. ed. São Paulo:
Edusp, 2003.
Raven, P. H.; Evert, R. F.; Eichhorn, S. E. Biologia vegetal. 6.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
van den Hoek, C.; Mann, D. G.; Jahns, H. M. Algae: an in-
troduction to phycology. Cambridge, UK: Cambridge University
Press, 1995.