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br/rbta
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MATERIAL E MÉTODOS
LOCAL DE EXECUÇÃO
Página | 3454 de maracujá nas formulações, sendo codificadas como segue: Cookie Controle –
CC, Cookie Whey – CW (com adição de Whey Protein), Cookie Whey + Farinha –
R. bras. Tecnol. Agroindustr., Francisco Beltrão, v. 15, n. 1: p. 3452-3467, jan./jun. 2021.
CWF (com adição de Whey Protein e farinha de maracujá) e Cookie com a Farinha
– CF (com a adição da farinha de maracujá). Para elaboração das diferentes
formulações de cookies foram utilizados os ingredientes e matérias-primas
expostos na Tabela 1.
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ANÁLISE SENSORIAL
A análise sensorial foi realizada em cabines individuais para permitir a
adequada análise sensorial dos cookies, distante de ruídos, com iluminação
adequada e ausência de odores.
A análise sensorial dos cookies obedeceu aos aspectos éticos e foi aprovada
sob número do parecer: 2.982.102, Certificado de Apresentação de Apreciação
Ética (CAAE): 98167718.9.0000.5182 da Universidade Federal de Campina Grande.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para a análise dos dados, foi utilizado o programa Sigma Stat, empregando-
se a análise de variância (ANOVA) e o teste de médias de Tukey. Os resultados
serão analisados levando-se em consideração o nível de significância para rejeição
da hipótese nula de p <0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Vale destacar ainda, com base nos índices de lipídeos obtidos neste estudo,
que o cookie elaborado com a farinha de maracujá (CF) apresentou menores
valores (p < 0,05) quando comparados com o CC e o CW. O efeito potencializado
quando a farinha foi adicionada em conjunto com whey protein (CWF). Lupatini et
al. (2011) desenvolveram biscoitos com farinha de casca de maracujá-amarelo e
Okara. Todavia, analisaram a composição química das formulações que continham
resíduos de soja e encontraram valores variando entre 18,94-18,83 % de lipídeos,
sendo superiores aos deste estudo.
Quanto aos teores de cinzas, houve variação de 1,77 a 2,26 % (Tabela 2), sendo
que os valores de todas as formulações não diferiram significativamente entre si
Página | 3458 (p > 0,05), mostrando que a adição da farinha de casca de maracujá e de whey
protein não interferiram neste parâmetro. Ademais, encontram-se de acordo com
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a legislação brasileira, que estabelece o valor máximo de 3 %. Resultados similares
foram encontrados por Kiin-Kabari e Giami (2015), os quais desenvolveram
biscoitos sem trigo a partir da adição de farinha de banana e concentrado de
amendoim, encontrando variação de cinzas de 1,2 a 2,8 %, desta forma,
corroborando com os valores obtidos neste estudo.
A acidez observada nos cookies elaborados foi de 0,12 a 0,16 %, logo, estes
resultados estão de acordo com a legislação brasileira quanto às normas para
biscoitos e bolachas, que preconiza acidez máxima de 2,0 % (BRASIL, 1978). Pode-
se observar que todas as formulações diferiram significativamente entre si, sendo
a CW com maior teor de acidez e a CF a menor.
Resultados superiores aos deste estudo foram encontrados por Santos (2018),
que ao incorporar farinha de frutas nativas em biscoitos tipo cookies relatou acidez
titulável de 0,70%; 1,12% e 1,10% para os biscoitos com 10; 12,5 e 15 % de farinha
de araçá-amarelo. Santana et al. (2012) também encontraram resultados de acidez
titulável superior aos da presente pesquisa em biscoito formulado com
substituição parcial de farinha de trigo por farinha de casca do maracujá e fécula
de mandioca (5,23 %). Os autores destacam que a maior acidez observada no
biscoito pode ter ocorrido devido à utilização da farinha de maracujá,
diferentemente dos achados deste estudo. Ainda com relação à acidez, Aquino et
al. (2010) elaboraram um cookie com 10 % de substituição da farinha de trigo por
farinha do resíduo de acerola e encontraram 0,5 % de acidez, resultado superior
ao deste estudo.
Embora, os cookies deste estudo estejam nesta faixa, vale salientar que, o
intuito da sua elaboração é para um lanche prático e rápido. Portanto, seria
consumido logo após a sua elaboração, não necessitando de grandes períodos de
armazenamento.
ANÁLISE SENSORIAL
A análise sensorial é utilizada para medir, analisar e interpretar as reações do
avaliador ao provar os alimentos, sendo as características do produto percebidas
pelos sentidos humanos (TEIXEIRA, 2009). Assim, é possível desenvolver produtos
de acordo com a análise do consumidor e, dessa forma, buscar atender as suas
necessidades (FERREIRA; SILVA NETA, 2018). A análise sensorial permite que haja
o elo entre o avaliador e o produto desenvolvido, o que é de suma importância,
pois apenas as características microbiológicas, físicas e químicas dentro dos
padrões não são suficientes se o produto não for aceito sensorialmente (MINIM,
2010).
Com relação à aparência (Tabela 3), pode-se observar que as notas variaram
entre 7,1-7,8, o que representa “gostei moderadamente” na escala hedônica. O
cookie CW não diferiu estatisticamente (p > 0,05) dos cookies CWF e CF,
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apresentando diferença (p < 0,05) somente do cookie controle, o qual não
Tabela 3 - Média das notas obtidas para o teste de aceitabilidade e intenção de compra
dos cookies elaborados
Atributos CC CW CF CWF
Aparência 7,8±2,01a 7,7±1,54b 7,1±1,87ab 7,1±1,71ab
Cor 6,8±1,85b 8,0±1,14a 7,6±1,49a 7,3±1,67ab
Aroma 6,7±2,07b 7,8±1,34a 7,4±1,74ab 7,3±1,81ab
Sabor 5,1±1,76c 7,7±1,69a 7,0±1,92ab 6,3±2,00bc
Textura 5,3±1,81b 7,8±1,30a 7,2±1,62a 7,1±1,59a
Avaliação Global 5,7±1,74c 7,9±1,27a 7,3±1,64ab 6,8±1,70b
Nota: CC: Cookie controle; CW: Cookie adicionado de whey protein; CF: Cookie adicionado farinha
da casca de maracujá; CWF: Cookie adicionado de whey protein e farinha da casca de maracujá
Fonte: Elaborado pelo autor (2019).
Para o aroma dos cookies (Tabela 3), verificou-se que as formulações CW, CWF
e CF não diferiram significativamente entre si (p > 0,05). Da mesma maneira, os
cookies CWF e CF não apresentaram diferença estatística (p > 0,05) em relação ao
cookie controle (CC), que ao ser comparado com a formulação CW, demonstrou
diferença para este atributo (p < 0,05). Também pode ser observado que CW
obteve a maior avaliação em relação ao atributo em questão, demonstrando que
a adição do whey protein influenciou no aroma dos biscoitos elaborados.
Página | 3461 Com relação ao sabor (Tabela 3), verificou-se que os cookies CW e CWF não
diferiram estatisticamente (p > 0,05) entre si. Porém, CW diferiu de CF (p < 0,05),
R. bras. Tecnol. Agroindustr., Francisco Beltrão, v. 15, n. 1: p. 3452-3467, jan./jun. 2021.
mas este último não diferiu de CWF (p > 0,05), enquanto o cookie controle (CC)
apresentou a menor nota para este atributo diferindo das demais formulações (p
< 0,05), com exceção de CF. Logo, pode-se observar que a adição do whey protein
aprimorou o sabor do cookie desenvolvido. Resultados inferiores foram
apresentados por Ranoff et al. (2016) para os biscoitos com farinha de maracujá
(25, 50 e 75%), obtendo notas médias de 5, 4 e 5 respectivamente.
A textura dos cookies apresentou nota média situada entre 5,3-7,8 (Tabela 3).
Pode-se observar que os cookies CW, CWF e CF apresentaram as maiores notas,
não diferindo significativamente (p > 0,05) entre si e diferindo estatisticamente (p
< 0,05) do cookie controle (CC). Para a avaliação global (Tabela 3) as médias obtidas
variaram entre 5,7 (estando entre “nem gostei/nem desgostei” e “gostei
ligeiramente”) e 7,9 (ficando entre “gostei moderadamente” e “gostei muito”),
ambos na escala hedônica. Pode-se observar que os cookies CW, CWF e CF
diferiram significativamente (p < 0,05) do cookie controle, apresentando também
maiores notas. Os cookies CW e CWF não diferiam entre si (p > 0,05), assim como
CWF e CF também não apresentaram diferença estatística (p > 0,05), já CW e CF
diferiram quando foram comparados entre si (p < 0,05).
CONCLUSÃO
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de lipídeos. Esta diminuição ocorreu em virtude, possivelmente, da adição da
farinha da casca de maracujá, efeito potencializado quando adicionado
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ABSTRACT
With a nutritional transition, the lifestyle of the population has been changing, mainly in
relation to their eating habits and physical activity. Therefore, the importance of creating
innovative products that seek more practicality, sustainability, and nutritional value. As is
the case with using normally inedible parts of food, for example, passion fruit peel. Another
factor that drove this research, in addition to sustainability, was the intention to offer in a
common everyday food a greater nutritional increase through the addition of whey protein.
In this way, we aim to elaborate and characterize physicochemical and sensorial aspects of
biscuit type biscuit from the flour of passion fruit peel, from Whey Protein. For that, four
biscuit formulations were elaborated and, subsequently, their physical-chemical
characterization (lipids, ash, acidity, pH, water activity) and sensory analysis were
performed. You can check if the cookie added to whey protein and passion fruit peel flour
(CWF) has the lowest content of lipids related to other formulations. While for moisture,
pH, ash and acidity or cookie, the CWF does not differ statistically from the control (CC). In
the sensory analysis, all attributes were well accepted (grades in the range of 6.3-8.0). It is
possible to state that they are promising products on the market, as all formulations have
good purchase intentions (3,6 - 4,5). The CW, CWF and CF cookies were accepted, showing
the promising potential for commercialization.
KEYWORDS: Biscuit. Nutritional quality. Protein supplement.
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