Renato Dissertação final
Renato Dissertação final
Renato Dissertação final
Nova Odessa
Junho – 2018
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-graduação do
Instituto de Zootecnia,
APTA/SAA,como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Produção Animal
Sustentável.
Nova Odessa
Junho – 2018
Ficha Catalográfica elaborada pelo
Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia
Bibliotecária: Flavia Helena Felizardo – CRB 8/8987
RESUMO .................................................................................................................................................. 9
ABSTRACT .............................................................................................................................................. 10
RESUMO ................................................................................................................................................ 11
ABSTRACT .............................................................................................................................................. 12
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 13
2.1 Monensina................................................................................................................................... 15
4. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 24
RESUMO ................................................................................................................................................ 29
ABSTRACT .............................................................................................................................................. 30
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 31
4. CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 44
CAPÍTULO 3 – A monensina no Mercado de rações: conhecimento e percepção de produtores ....... 49
RESUMO ................................................................................................................................................ 49
ABSTRACT .............................................................................................................................................. 50
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 51
4. CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 59
5. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 60
RESUMO
9
VALIDATION OF NA IMMUNOASSAY TO IDENTIFY MONENSIN IN
FEED AND PRODUCTS FROM ANIMAL ORIGIN
ABSTRACT
The correct identification of monensin residues in meat, milk, egg and animal feed is
important to stablish a quantitative method for its identification in biological matrix, as well
as for the certification of organic food. This experiment raised polyclonal antibodies in female
New Zealand rabbits to identify monensin by immunoassay. For the immunogenic activity,
commercial monensin (premix 20%) was bioconjugated to Bovine sera albumin (BSA) using
the carbodiimides methodology, and glutaraldehyde as carrier. Antibodies were produced for
60 days of immunization and tittered by PTA-ELISA (Plate trapped antigen- enzyme linked
immunosorbent assay) read at 565 nm, horseradish peroxidase, in microplate reader. Sera
were harvested each 15 days, diluted 1:800 and tittered. O.D. (Optical density) values were
0.17; 0.19; 0.22 and 0.23 for days 15, 30, 45 and 60, respectively. Antibodies raised were
able to identify monensin in commercial feed samples, meat and feathers meal, dried yeast
and milk based upon a standard curve built on monensin standard (quantitative data) at
sensibility of 10 ug per kg of sample. Optimization of the immunoassay stablished the
following parameters: one hour of incubation for each step, 37 °C. From 36 feed samples
meat and feathers meal, yeast and milk, 75% (27) presented monensin residues and 25 % (9)
were negative, including all milk samples and equine feed. Other parameters of validation
were the recovery of monensin using spiked egg white, with recovery of 93. 9%and precision
and repeatability of immunoassays with 5.24 of CV% (coefficient of variation) and standard
deviation of 0.056 in the way this sera produced attend the international standards for initial
screening with ELISA. Although this amount of monensin did not present health risks to
animals or humans, unfeasible the exportation of products as well as the organic certification
for feed free of antibiotics.
10
CAPÍTULO 1 - MONENSINA: USO, APLICAÇÕES E ESTADO DA
ARTE
RESUMO
Desde sua descoberta na década de 60, a monensina tem sido amplamente utilizada como
agente coccidiostático em avicultura e em ruminantes sendo muito viável pois ao atuar em
bactérias Gram positivas, consegue modular a produção de ácido propiônico e estabelecer
uma menor relação de acetato:propionato, pois ao aumentar os níveis de propionato melhora-
se o desempenho e produção animal (ácido graxo volátil importante para produção de
proteínas microbianas). Diante de uma grande variedade de coprodutos passiveis de uso na
alimentação animal, alguns ingredientes ricos em proteínas e vitaminas podem conter resíduos
de monensina como leveduras oriundas das usinas sucroalcooleiras e das farinhas de origem
animal, resultado do processamento dos resíduos e sobras dos abatedouros e frigoríficos. Os
produtos que podemos verificar a presença de monensina podem ser em sua maioria as aves e
subprodutos e ruminantes e seus subprodutos. Como a levedura é largamente usada como
fonte de MOS (mananoligossacarídos), podemos usar também para verificar a presença de
leveduras contaminadas com monensina em rações de ruminantes e nos cortes de carne, ovos,
leite e derivados etc. A grande maioria dos trabalhos e laboratórios utilizam cromatografia
para detecção já que os resíduos nos produtos de origem animal podem apresentar sérios
riscos a saúde humana. Objetivou-se fazer uma revisão de literatura sobre monensina, com
informações sobre seu uso, vantagens e desvantagens e aplicações diversas.
11
ABSTRACT
Since its discovery in the 60's, monensin has been widely used as a coccidiostatic agent in
poultry and ruminants production and it has proved very feasible because when acting on
Gram positive bacteria, it can modulate the production of propionic acid and establish a lower
ratio of acetate:propionate, The increase of propionate, increases the performance and animal
production (volatile fat acids important to microbial proteins production). Faced with a wide
variety of co-products that can be used in animal feed, some ingredients rich in proteins and
vitamins may contain monensin residues such as yeast from sugar-alcohol plants and animal
meal resulting from the processing of residues and leftovers from slaughterhouses and
slaughter houses. The products that we can verify the presence may be mostly poultry and by-
products and the ruminants with their by-products. As yeast is widely used as a source of
MOS (mano olygossacharides). We can also use yeast contaminated with monensin it to
check the presence in ruminant feed and cuts of meat, eggs, milk and derivatives etc. The vast
majority of the works and laboratories use chromatography for detection since the residues in
products of animal origin can present serious risks to human health. The objective of the study
was to review the monensin literature, bringing information about use, dosage, advantages
and disadvantages of its use.
12
1. INTRODUÇÃO
13
De acordo com Rigobello e Millen (2014) alguns países, principalmente os da União
Europeia baniram desde 2006 o uso dos ionóforos como promotores de crescimento, por
serem classificados como antibiótico, e por apresentar potencial de transferência de
resistência antimicrobiana dos animais para os seres humanos.
Segundo Gomes (2004) a presença de resíduos de antibióticos em produtos de origem
animal, como carne, leite e ovos, tem potencial para ocasionar diferentes reações na saúde
humana, dentre elas a hipersensibilidade, tumores e alterações na flora bacteriana normal.
O Objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre monensina, com
informações sobre seu uso, vantagens e desvantagens e aplicações diversas, visando a
segurança alimentar e sustentabilidade do processo, onde apesar da utilização de um resíduo
da usina sucroalcooleira, no caso, as leveduras, constituir-se rica fonte de proteína, vitaminas
e minerais, além da questão de utilização de coprodutos da indústria, o desconhecimento de
contaminantes pode trazer problemas a população sensível ou a animais de produção ou de
companhia que consomem ração com esses resíduos de monensina.
14
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Monensina
Segundo Sitta (2011) os ionóforos são altamente efetivos contra bactérias gram-
positivas, e exibem pouca ou nenhuma atividade contra bactérias gram-negativas.
Com o aumento da demanda de proteína animal e com o mercado cada vez mais
exigente, também há uma demanda do setor de qualidade onde as empresas necessitam de
técnicas laboratoriais para certificarem seus produtos.
Dessa forma, as análises por imunoensaios têm sido bastante procuradas, pois são
técnicas relativamente rápidas de se executar, bastante confiáveis e acessíveis, além da
precisão de detecção das moléculas que se deseja encontrar nas amostras.
De acordo com Rodrigues (2011), existe uma grande contaminação por leveduras
selvagens e por bactérias nas dornas de fermentação e antes do reuso em um novo ciclo
fermentativo é necessário combater esse fatores negativos com o uso de antibióticos (Figura
2).
15
Para manter o controle de bactérias contaminantes e deixá-las em níveis aceitáveis
utiliza-se, por exemplo, o ionóforo monensina sódica, de ação antibiótica, nas dornas de
fermentação e dessa forma melhorar o rendimento da fermentação alcoólica (Rodero et al.,
2016).
Ferri et al. (2014) realizaram uma pesquisa através de questionários, enviados
eletronicamente a 7 usinas sucroalcooleiras do estado do Mato Grosso do Sul e apontam que 6
delas utilizam antibiótico à base de monensina sódica cristalina para controle de bactérias
contaminantes na fermentação alcoólica.
O uso da monensina na fermentação por si só não acarreta problema algum, já que
consiste num “antibiótico” bastante eficiente para o controle de contaminantes na dorna.
Contudo, o excedente da massa de leveduras da fermentação, na produção de álcool, é seco e
vendido como suplementação para rações de origem animal, já que é uma fonte muito rica em
vitaminas, principalmente do complexo B e de outros nutrientes, além da proteína de elevado
valor agregado (Duarte et al., 2012). Neste contexto, resíduos de monensina podem vir
juntamente com a levedura em formulações pré e próbioticas e, dependendo da finalidade,
constituir em contaminação para produtos de exportação, como aves e suínos ou
contaminantes em rações para animais de companhia, com ingredientes orgânicos descritos
em sua composição.
O Codex Alimentarius (2015) estabelece valores máximos de contaminação para
monensina em produtos de origem animal, que podem ser consumidos de acordo com a
Figura 3.
16
Figura 3 – Tabela tirada do Codex Alimentarius (2015), página 25, com os limites máximos de monensina para
cada tecido animal e espécies de animais de produção, levando em conta o consumo mínimo por individuo
adulto.
17
Zeoula et al. (2008) avaliaram os efeitos da adição de monensina sódica em bovinos e
bubalinos concluíram que nessas espécies a monensina sódica foi eficiente em reduzir a
degradação ruminal da proteína bruta e aumentar o coeficiente de digestibilidade intestinal da
proteína bruta. Também mostrou que o ionóforo em ração 50% volumoso e 50% concentrado
foi capaz de aumentar os coeficientes da matéria seca, matéria orgânica e do extrato etéreo.
Resultado diferente encontrado por Laguna et al. (2013) que ao avaliarem a suplementação de
vacas leiteiras e adição de monensina em alguns tratamentos, o ionóforo não reduziu o
consumo de matéria seca nem a digestibilidade da matéria seca. Foi verificado que houve
melhora na produção de leite em dietas com adição de suplemento proteico mais monensina o
que possivelmente aumentou o fluxo de aminoácidos essenciais para o intestino.
Comparando o desempenho de novilhas à pasto ou suplementada com farelo de arroz
integral com ou sem ionóforo, Eloy et al. (2014) observaram que novilhas alimentadas com
farelo de arroz integral com ionóforo, não apresentaram diferença em relação ao consumo de
forragem, os autores ressaltam que a adição do ionóforo é uma opção para melhorar o ganho
de peso médio diário.
Ao determinar o efeito da monensina sobre a degradação da proteína de alguns
alimentos, em método in vitro, Lana et al. (2000) observaram que a monensina reduziu a
emissão de gazes os autores demonstraram que a monensina inibe a atividade degradativa das
bactérias, sendo que o ionóforo proporciona maior eficiência na utilização das proteínas.
Oliveira et al. (2006) realizaram um estudo in vitro para avaliar a fermentação ruminal
com a presença de monensina e concluiram que o ionóforo reduziu a produção de gazes pois
inibiu o crescimento de bactérias produtoras de amônia.
Em trabalho com ionóforos e outros aditivos para avaliar o efeito da suplementação
em dietas de bovinos, Rivera et al. (2010) observaram a redução do consumo de matéria seca
de bovinos quando suplementados com monensina e concluiram que o ionóforo altera a
concentração de acetato:propionato resultante da fermentação sendo possível poupar energia
com a inclusão da monensina na dieta em dosagem de 5 g/animal/dia.
Oliveira et al. (2005) observaram que houve aumento da proteína microbiana em
dietas com baixos níveis de PB (proteína bruta) mais monensina e a redução do consumo de
matéria seca quando animais foram alimentados com baixa PB e monensina.
Ao avaliar o efeito da suplementação de fontes de cálcio com ou sem monensina em
ovinos, Gastaldello Junior et al. (2010) observaram que a monensina melhorou a conversão de
cordeiros confinados e é uma opção para melhorar a rentabilidade do sistema de produção.
18
A monensina sódica também foi capaz de reduzir a degradação efetiva da FDN (fibra
em detergente neutro) de bovinos holandeses em silagem de milho em ambiente ruminal
(Katsuki et al., 2006).
O ionóforo monensina não alterou de forma significativa o balanço de nitrogênio dos
animais quando passam por período de restrição. (Costa et al., 2007).
Ao avaliar o desempenho de bezerras holandesas leiteiras de reposição em
crescimento, utilizando-se monensina, Salles et al. (2001) observaram maior crescimento e
maior ganho de peso das novilhas suplementadas nos 90 e 120 dias, sendo o ganho 3,4% e
7,4%, respectivamente, maior que as do grupo controle.
Em uma pesquisa de campo realizada por Millen et al. (2009) por meios eletrônicos
sendo 31 nutricionistas responsáveis por mais de 3.1 milhões de animais em sistema de
confinamento, e observaram que 100% dos que responderam ao questionário utilizavam os
ionóforos como principal aditivo alimentar.
Pereira et al. (2015) mostraram que somente resíduos de monensina puderam ser
detectados em amostras de leite, sendo que de 102 amostras analisadas, 14 apresentaram
resíduos de monensina.
19
Além dos efeitos tóxicos em equinos, espécie altamente sensível à monensina, o
aditivo também pode provocar intoxicações em bovinos quando em altas dosagens,
apresentando poucos relatos na literatura (Pereira, 2014).
Os sinais clínicos de intoxicação em equinos compreendem apatia, falta de
coordenação motora, relutância em andar e redução do apetite em sua fase inicial. Após
incapacidade de movimentar, apresentam decúbito esternal e lateral. Nos estágios finais
apresentaram sudorese, congestão das mucosas, taquicardia, respiração ofegante sons
abdominais diminuídos, gemidos, ranger de dentes e pedaleios (Bezerra Júnior et al., 2000).
Deljou et al. (2014) observaram os sinais clínicos de intoxicação por monensina em
caprinos e constataram taquicardia e diarreia. Monensina causou aumento no batimento
cardíaco e redução da contração ruminal. Houve aumento da temperatura nos 4 primeiros dias
e voltou ao normal após esse período. Também houve aumento nos níveis de parâmetros
sanguíneos quando comparados ao período prévio da administração da monensina. O estudo
sugere que a monensina causa danos no coração, nos músculos esqueléticos e nos rins.
Kouyoumdjian et al. (2001) descrevem que sinais clínicos em humanos são os mesmos
descritos na literatura para intoxicação em animais, sendo necrose muscular, insuficiência
renal e óbito, 13 vezes maior que a recomendação para bovinos que é entre 22,4 e 39,8 mg/kg
de peso vivo (PV).
Em 2008, o Codex Alimentarius, através do Comitê de Especialistas em Aditivos
Alimentares e Contaminantes (JECFA) avaliou alguns ionóforos poliéteres no que diz
respeito à toxicidade e segurança e Limite Médio Residual (LMR) de 2 μg/kg para a
substância monensina em leite para consumo humano, que posteriormente foi também
adotado pela Comissão Europeia (Pereira et al., 2015).
Não existindo antídoto para intoxicações por ionóforos, é possível fazer tratamentos
suporte com óleo mineral para evitar a absorção pelo intestino, soroterapia para combater a
desidratação e choque hipovolêmico (Nogueira et al., 2009).
21
De acordo com Crooks et al. (1997) um ELISA competitivo foi desenvolvido, baseado em
anticorpos policlonais para identificação de monensina em fígado de frangos. Nestes ensaios,
amostras positivas continham cerca de 2,91 g/kg (g de monensina por kg de fígado), mas com
amostras de até 102 g por kg. Os controles positivos foram obtidos utilizando o método de
fortificação de amostras (20 g/kg) para determinação da curva padrão e dos parâmetros de
validação do ensaio.
Em 1998, Crooks et al. (1998) desenvolveram um ensaio imunofluorimétrico para melhor
determinar monensina em amostras de soro de frango de corte. Os ensaios foram realizados
alimentando as aves com ração suplementada com monensina e depois comparações com o
imunoensaio e cromatografia tipo LC-MS foram realizadas. Hagren et al. (2006) desenvolveram
um ELISA para identificação de monensina em ovos de frangos de corte, baseados em anticorpos
policlonais e ensaio de competição. Neste trabalho foi determinado o limite de detecção de 2 g/kg
de amostra.
A cromatografia é uma metodologia também utilizada para análises de
monensina em amostras biológicas, como visto em Pereira et al. (2015) que utilizaram o
método HPLC para analisar amostras de leite contendo resíduo de monensina, por Pavarini et
al. (2011) que utilizaram a cromatografia do tipo HPLC para detecção em alimentos para
confirmar surtos de intoxicação e Lopes et al. (2008) que identificaram a monensina por
cromatografia massa/massa.
São vários os tipos de cromatografia utilizados para a detecção de poliéter em
amostras biológicas, como descrito por Pereira et al. (2015) que utilizaram cromatografia do
tipo LC-MS/MS (Liquid Chromatography Mass-Mass) para detectar resíduo de monensina
em amostras de aves, que utilizou HPLC para detectar resíduos de monensina em amostras de
leite, por Rokka et al. (2013) que validou uma metodologia LC-MS para detecção em
amostras de tecidos animal com a retirada do ionóforo em diferentes horas antes do abate.
A mesma análise LC-MS/MS foi utilizada pela comunidade europeia (EFSA, 2006)
para determinação dos limites de resíduos em tecidos animais e que é a base de estudo de
vários outros trabalhos.
22
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
23
4. REFERÊNCIAS
CROOKS, S. R. H.; FODEY, T. L.; GILMORE, G. R.; ELLIOTT, C. T. Rapid screening for
monensin residues in poultry plasma by a dry reagent dissociation enhanced lanthanide
fluoroimmunoassay. Analyst, v.123, p.2493-2496, 1998.
24
DOLLIVER, H.; KUMAR, K.; GUPTA, S.; SINGH, A. Application of enzyme-linked
immunosorbent assay analysis for determination of monensin in environmental samples.
Journal of Environmental Quality. v. 37, p.1220-1226, 2006. doi: 10.2134/jeq2007.0394
EFSA - European Food Safety Authority. Opinion of the Scientific Panel on Additives and
products or Substances Used in Animal Feed on the safety of Coxidin® (monensin sodium).
The EFSA Journal, v.381, p.1-10, 2006.
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GASTALDELLO JUNIOR., A. L.; PIRES, A. V.; SUSIN, I.; MENDES, C. Q., FERREIRA,
E. M.; MOURÃO, G. B. Desempenho e características de carcaça de cordeiros alimentados
com dietas contendo alta proporção de concentrado adicionados de agentes tamponantes.
Revista brasileira de Zootecnia, v.39, p.556-562, 2010.
26
NOGUEIRA, V. A.; FRANÇA, T. N.; PEIXOTO, P. V. Intoxicação por antibióticos
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OLIVEIRA, M. V. M.; LANA, R. P.; JHAM, G. N.; PEREIRA, J. C.; PÉREZ, J. R. O.;
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recebendo dietas com teores baixo e alto de proteína. Revista brasileira de zootecnia, v.34,
n.5, p.1763-1774, 2005.
PAVARINI, S. P.; WOUTERS, F.; BANDARRA, P. M.; SOUZA, F. S.; DALTO, A. G. C.;
GOMES, D. C.; CRUZ, C. E. F.; DRIEMEIER, D. Surto de intoxicação por monensina em
avestruzes e equinos no sul do Brasil. Pesquisa veterinária brasileira, v.31, n.10, p.844-850,
2011.
27
RIVERA, A. R.; BERCHIELLI T. T.; MESSANA, J. D.; VELÁSQUEZ, P. T.; FRANCO, A.
V.; FERNANDES, L. B. Fermentação ruminal e produção de metano em bovinos alimentados
com feno de capim-tifton 85 e concentrado com aditivos. Revista brasileira de zootecnia,
v.39, n.3, p.617-624, 2010.
ZEOULA, L. M.; BELEZE, J. R. F.; GERON, L. J. V.; MAEDA, E. M.; PRADO, I. N.;
PAULA, M. C. Digestibilidade parcial e total de rações com a inclusão de ionóforos ou
probióticos para bubalinos e bovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.3, p.563-571,
2008.
28
CAPITULO 2 - PRODUÇÃO E VALIDAÇÃO DE ANTICORPOS
POLICLONAIS PARA IDENTIFICAÇÃO DE MONENSINA
RESUMO
29
PRODUCTION AND VALIDATION OF POLYCLONAL ANTIBODIES
TO IDENTIFY MONENSIN
ABSTRACT
The correct identification of monensin residues in meat, milk, egg and animal feed is
important to stablish a quantitative method for its identification in biological matrix, as well
as for the certification of organic food. This experiment raised polyclonal antibodies in female
New Zealand rabbits to identify monensin by immunoassay. For the immunogenic activity,
commercial monensin (produto comercial 20%) was bioconjugated to Bovine sera albumin
(BSA) using the carbodiimides methodology, and glutaraldehyde as carrier. Antibodies were
produced for 60 days of immunization and tittered by PTA-ELISA (Plate trapped antigen-
enzyme linked immunosorbent assay) read at 565 nm, horseradish peroxidase, in microplate
reader. Sera were harvested each 15 days, diluted 1:800 and tittered. O.D. (Optical density)
values were 0.17; 0.19; 0.22 and 0.23 for days 15, 30, 45 and 60, respectively. Antibodies
raised were able to identify monensin in commercial feed samples, meat and feathers meal,
dried yeast and milk based upon a standard curve built on monensin standard (quantitative
data) at sensibility of 10 µg/kg of sample. Optimization of the immunoassay stablished the
following parameters: one hour of incubation for each step, 37 °C. From 36 feed samples
meat and feathers meal, yeast and milk, 75% (27) presented monensin residues and 25 % (9)
were negative, including all milk samples and equine feed. Other parameters of validation
were the recovery of monensin using spiked egg white, with recovery of 93. 9%and precision
and repeatability of immunoassays with 5.24 of CV% (coefficient of variation) and standard
deviation of 0.056 in the way this sera produced attend the international standards for initial
screening with ELISA. Although this amount of monensin did not present health risks to
animals or humans, unfeasible the exportation of products as well as the organic certification
for feed free of antibiotics.
30
1. INTRODUÇÃO
A monensina faz parte da classe dos ionóforos poliéteres (figura 1), que são
antibióticos largamente empregados na alimentação animal para prevenir e tratar a coccidiose,
enfermidade causada por protozoários dos gêneros Eimeria bovis e Eimeria suernii que
residem na mucosa intestinal. Além de serem agentes anticoccidianos, os ionóforos atuam
como promotores de crescimento em diversos animais de produção, como bovinos e suínos,
melhorando a eficiência alimentar e a taxa de ganho de peso. Em ruminantes são empregados
ainda para aumentar a produção de leite em vacas em lactação (Pereira et al., 2015). Seu uso
contudo, foi banido pela Comunidade Europeia desde 2006 (Rigobello e Millen, 2014)
31
O ELISA é bastante sensível, fácil de ser executado e passível de automação,
possibilitando o exame de grande número de amostras (Duarte et al, 2002; Oliveira et al.,
2010).
O teste do tipo ELISA também é considerado uma maneira adicional de se verificar a
presença de imunidade pela presença de um aumento no nível de anticorpos na titulação
(Bertolini, 2014).
Atualmente, a recomendação que se faz é de que os resultados positivos do teste de
ELISA devem ser acompanhados de técnicas cromatográficas instrumentais mais especificas
para devida confirmação (Motta e Duarte, 2010).
Segundo Pereira (2014) o uso da monensina pode ser tóxico para outras espécies,
principalmente os equinos. O aditivo pode causar intoxicações em bovinos quando em altas
dosagens, porém é pouco descrito na literatura. O autor relata que existe uma preocupação da
população com relação sobre a excreção da monensina e que uma parte pode ser acumulada
no tecido muscular e provocar uma possível resistência de certos microorganismos.
Na Instrução Normativa n°09, de 21 de abril de 2017 (BRASIL, 2017) referente ao
Plano Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Produtos de Origem Animal –
PNCRB, os limites de resíduos de monensina em 10µg por kg, para amostras de carne de
suínos e aves, sem referência a ração, leite ou outras matrizes biológicas, em contraposto com
as diretrizes europeias que proíbem o uso deste antibiótico na comunidade Europeia desde
2006 (Pereira et al, 2015).
Esse tipo de teste poderia ser utilizado pelos órgãos reguladores do governo, pois
possibilita manter controle de produtos exportados para países onde a monensina não é mais
permitida na produção animal, como países da União Europeia e até mesmo por empresas
certificadoras de produtos livres de antibióticos, nesse caso a monensina.
Objetivou-se com o trabalho produzir anticorpos contra monensina e validar uma
metodologia baseada em imunoensaios para verificar a presença ou a ausência de monensina
em amostras biológicas com baixo custo e de forma rápida para obtenção de resultados,
visando à saúde das pessoas e dos animais que são sensíveis ao ionóforo.
32
2. MATERIAL E MÉTODOS
33
Amostras de ração comercial destinadas a diversos animais de produção e de
companhia (Tabela 1) foram obtidas em estabelecimentos comerciais e em agropecuárias,
assim como amostras de farinha de carne e ossos e vísceras. As amostras de leveduras foram
obtidas de usinas de cana de açúcar, que destinam esse resíduo para indústrias de suplemento
vitamínico mineral de ração. No laboratório, 1 g de cada amostra foi pesada em frasco limpo,
ressuspendida em 9 mL de tampão PBS (Tampão fosfato) e agitadas até completa dissolução
de sólidos e congeladas a -20 0C em alíquotas de 1 mL para posterior uso nos ensaios de
ELISA. Embora exista uma carência de informações nas embalagens, a adição de leveduras
na formulação era informada pelos fabricantes nos rótulos de alguns produtos.
Assim, as amostras continham em suas embalagens a descrição dos componentes básicos
e em sua grande maioria apresentavam leveduras e/ou subprodutos como prébioticos. Uma
amostra das rações para cães continha os dizeres “orgânico” no rótulo (composição).
34
2.4 Validação do ELISA
35
Tabela 1 – Amostras biológicas (matriz) utilizadas nos imunoensaios, conforme animal, contendo ou não
leveduras adicionadas e características constantes nos rótulos.
Bovina e
Farinhas de origem
Bovina f
animal
Bovina g
Peixes
Frango
UHT h
Leite
UHT i
UHT j
Levedura
Usina1 k
Usina2 k
*Marca das rações, diferenciadas por letras, de dez marcas comerciais. O sinal “...” representa ausência de
informações.
36
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,25
0,20
D.O. a 565 nm
0,15
coelho 1
0,10
coelho 2
0,05
0,00
s1 s2 s3 s4
Titulação a cada 15 dias
Figura 2 – Titulação por PTA-ELISA de soros coletados a cada 15 dias ( S1= soro 1; S2= soro 2; S3= soro 3 e;
S4= soro 4) de coelhas imunizadas com monensina bioconjugada com BSA. Valores expressos em D.O a 565
nm.
A monensina foi aliquotada para obtenção de uma curva de calibração, pelo ELISA,
para validação do ensiao quantitativo (baseado na equação da curva de monensina sódica).
Resultados (Figura 3) podem ser visualizados, com R= 0,9986.
37
0,045
0,040
y = 0,0489x2 - 0,0458x + 0,0153
0,035 R² = 0,932
g de monensina / kg 0,030
0,025
0,020
0,015
0,010
0,005
0,000
0,00 0,50 1,00 1,50
D.O. a 420 nm
Figura 3: Titulação por PTA-ELISA da curva de monensina (g por kg de ração comercial) expressos em D.O. a
420 nm
A partir da curva de calibração de monensina, as amostras de ração foram tituladas por PTA-
ELISA para verificação de monensina em sua fórmula. As amostras foram consideradas
positivas quando o resultado superava a amostra negativa vezes dois (no caso, D.O. a 420 ɳm
de 0,172), procedimento adotado anteriormente para ensaios deste tipo (Sutula, 1986). Das 36
amostras testadas, 9 apresentaram-se negativas para monensina, sendo três as amostras de
leite e três as amostras de ração de equinos. Isto é muito positivo, uma vez que os equinos são
extremamente sensíveis a monensina (Pavarini et al., 2011) e o leite é alimento destinado a
alimentação humana.
38
1,40
1,20
1,00
D.O. 420 nm
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
6
34
1
2
3
4
5
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
35
36
lev1
lev2
monensina
Figura 4: Titulação da monensina presente em amostras de ração (1 a 20; 27; 30 a 32) e em duas amostras de
levedura seca; 7 amostras de farinha de vísceras (23 a 26 e 28) e amostras de leite (34 a 36): controles negativos
(29 e 33); controle positivo: monensina Comercial com concentração de 40 mg por kg no ensaio. Barras em
amarelo representam amostras negativas para monensina.
Conforme a Figura 4, foi construída uma tabela (Tabela 2) com os valores corrigidos
de mg de monensina po kg de amostra de ração, tituladas por ELISA e convertidas em mg/kg
(ppm). As demais amostras, de acordo com Sutula et al. (1986) foram consideradas positivas
para monensina. Estes resultados mostram que a contaminação deste ionóforo aparece em
pequenas quantidades em amostras de ração, sejam vindas da levedura adicionada seja por
outras fontes de contaminação (outros ingredientes das formulações).
No caso das rações, apesar das concentrações serem pequenas, abaixo do limite
estabelecido pelo MAPA (BRASIL, 2017) de 10 µg/kg, o fato do comerciante desconhecer tal
fato é que preocupa o consumidor final. Para o mercado de Pet, essa informação não tem
muita relevância, mas para o mercado de alimentação humana (carne suína, frangos e carne
bovina), o fato de rações serem comercializadas com resíduos de ionóforos, ou seja,
antibióticos pode se tornar fato preocupante devido a induzir resistência no indivíduo que
consome esses alimentos. Felizmente não houve resíduos nas amostras de leite analisadas
(Pereira et al., 2015).
39
Tabela 2- Quantificação de monensina das amostras de ração (1 a 20; 27; 30 a 32) e em duas amostras de
levedura seca; 7 amostras de farinha de vísceras (23 a 26 e 28) e amostras de leite; controle negativo (29);
Padrão: monensina comercial com concentração de 4 mg ajustado pela equação da curva .
40
Tabela 3 – Fortificação de amostras de clara de ovos, comparadas com curva padrão de monensina sódica,
diluída em tampão PBS. Clara fortificada com mesma curva de monensina sódica e % de recuperação de
monensina nas amostras de clara.
Tabela 4 – Parâmetros de avaliação de precisão dentre de ensaio. PTA-ELISA com sete repetições (n).Placa 1:
monensina comercial 20% e placa 2 e 3, leveduras de diferentes usinas.
Coef. variação
placa n min max media desvio padrão (C.V.) %
1 7 1,1403 1,338 1,215 0,086 7,0781893
2 7 1,048 1,157 1,121 0,045 4,014272971
3 7 0,782 0,894 0,821 0,038 4,628501827
Média do C.V 5,24%
41
durante 35 dias e em seguida foram abatidos após zero, um, dois e quatro dias da retirada da
ração medicada, para pesquisa de resíduos no fígado, rins, músculo, pele e gordura, por LC-
MS/MS. Na coleta do dia zero do período de retirada, resíduos de monensina foram
detectados em todos os tecidos e a concentração encontrada no músculo foi de 10 µg.kg-1 Nas
demais coletas, resíduos da droga foram encontrados apenas na pele e na gordura, sugerindo
que houve excreção da monensina.
Devido à presença de monensina em várias rações comerciais que não apresentam o
ionóforo em sua composição, um fator importante a se considerar também é a contaminação
cruzada em linhas de produção nas fábricas que produzem suplemento vitamínico mineral,
pois segundo Lima (2016) o uso de somente uma linha para a fabricação de rações para várias
espécies pode permitir que resíduos de anti-coccidiostáticos de uma ração passem para outra
que será produzida.
As observações de Rokka et al. (2013) com resíduos de monensina em amostras
obtidas nas fábricas de ração em concentrações variando entre 0,025 a 0.73 mg.kg-1 podem
explicar a presença da monensina nas amostras de ração pois, segundo o autor, após a
passagem de 3,2 toneladas de ração pela linha de mistura, foram encontradas concentrações
entre 0,025 a 0,27 mg.kg-1 de monensina, o que mostra a possibilidade de contaminação
durante a fabricação de ração, o que reforça a necessidade de um bom processo de limpeza e
desinfecção da linha e acompanhamento de controle de resíduos.
Em um estudo sobre processo de limpeza das linhas em fábricas de ração, Borges
(2010) relata métodos de limpeza para fábrica de Suplemento vitamínico mineral, onde alguns
tipos de limpeza seriam eficientes, porém devido ao tipo de equipamento usado na produção
não são totalmente aplicáveis. Nesse caso as práticas comuns de limpeza seriam a limpeza
manual, onde equipamentos precisam ser desmontados e devido ao tempo gasto com
paralisação da produção acarreta em custos para a fábrica. Outra prática descrita é a de
“flushing”, que consiste em passar uma quantidade de um ingrediente na linha para realizar
um arraste de resíduos e posterior descarte ou reprocesso em produtos que utilizam o ionóforo
em sua formulação. Martinez-Kawas (2008) recomenda que uma quantidade de material para
“flushing” entre 10 e 15% da capacidade do misturador seria capaz de promover um arraste de
90% do material contaminante.
Um ponto crítico para monitorar é a presença da monensina nos coprodutos da
indústria sucroalcooleira, pois a presença em duas amostras analisadas corroboram com os
dados de Ferri et al. (2014) onde a grande maioria das usinas utilizam o ionóforo para controle
42
de possíveis contaminações por bactérias não desejáveis ao processo fermentativo ou por
leveduras selvagens.
Os resíduos de monensina encontrados nas amostras também podem ser explicados
pela possível inclusão de coproduto de abatedouros de animais que foram abatidos sem o
devido tempo de suspensão do ionóforo, ou seja, o período de carência, como relata Okada et
al. (1980) que após horas de suspensão de retirada do ionóforo da dieta, encontrou-se 10ug/kg
monensina nos tecidos nos animais que foram abatidos sem a retirada do ionóforo da dieta
(Lima, 2016).
43
4. CONCLUSÕES
44
5. REFERÊNCIAS
CROOKS, S. R. H.; FODEY, T. L.; GILMORE, G. R.; ELLIOTT, C. T. Rapid screening for
monensin residues in poultry plasma by a dry reagent dissociation enhanced lanthanide
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Series Springer Protocols. Methods in Molecular Biology, v. 516)
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2008.
48
CAPÍTULO 3 – A monensina no Mercado de rações: conhecimento e
percepção de produtores
RESUMO
Diante da grande oferta de rações, suplemento vitamínico mineral e aditivos que são
constituintes das rações oferecidas aos animais de produção e de companhia, principalmente a
levedura que carrega resíduos de monensina do processo fermentativo da indústria
sucroalcooleira, é grande a falta de conhecimento é grande a falta de conhecimento sobre os
ingredientes que compõem as rações e alimentos dos animais. Com o objetivo de avaliar o
conhecimento sobre monensina e seu possível risco na alimentação, desenvolveu-se um
ensaio piloto através de questionários feitos a pequenos produtores pertencentes às regiões de
Limeira, Piracicaba, Mogi Mirim e Campinas. Para levantar tais informações foi realizado um
questionário com 14 perguntas que caracterizam a propriedade, o tipo de alimentação,
assistência de profissional qualificado e o conhecimento sobre adição de monensina e seus
possíveis riscos na alimentação dos animais. Nesse ensaio, 18 pessoas foram entrevistadas,
satisfazendo o conceito conhecido como critério de saturação já que as repostas se repetiam e
não mudariam o resultado final. Foi verificado que a predominância de criação é de bovinos
de corte com 43% dos entrevistados nessa atividade, seguida por criação de equinos com 39%
do total de por criadores de aves com 33%. Desse total 78% dos entrevistados possuem
assistência de zootecnistas ou de médico veterinário, sendo 22% e 56% respectivamente. Os
produtores em sua maioria, 78% desconhecem a adição de levedura, 72% não sabem se é
adicionado monensina no suplemento vitamínico mineral, 67% não conhecem sobre resíduo
de monensina e quando questionados sobre riscos do resíduo de monensina na ração, 72%
nunca ouviram falar, 28% somente conhecem a intoxicação em equinos e destes, 6% dizem
conhecer alergia e intoxicação em humanos e 6% relatam conhecer que é problema para
exportação. Foi observado que embora os produtores possuem assistência qualificada existe a
falta de conhecimentos sobre a composição das rações e os aditivos utilizados na sua
composição e sobre os riscos que a monensina pode trazer para saúde dos animais dos
humanos.
Palavras-chave: questionário, ionóforo, intoxicação, produtor rural
49
ABSTRACT
Facing the wide demand for animal feed, premix and additives that are constituents of feed
offered to livestock and pets, yeast is one of the most important ingredient added but it can
carries monensin residues, from the fermentative process from alcoholic-sugar industry and
the lack of information of the farmers related to the feed given to their animals or raised as
pets is huge. This study aimed to evaluated, by questionaries, the knowledge about monensin,
it risks for animal and human health among small farmers, from region of Limeira, Piracicaba,
Mogi Mirim and Campinas. In order to raise such information a quiz with 14 questions were
elaborated to characterize size of property, kind of feed obtained, species raised, presence of a
technician in the farm, knowledge about monensin addition on the feed and possible risks to
livestock. In total, 18 farmers were interviewed, satisfying the principle of saturation, where
answers repeated did not change the final results. It was verified that is a predominance of
beef cattle, with 43%, followed by equine 39% and poultry, 33%. From all interviewed
farmers, 78% had a technical assistance, being 56% from a veterinarian and 22% from a
Zootechnist. The majority of farmers does not know the yeast addition to feed (78%) and 72%
does not know about monensin addition to premix; 67% does not know about the risks of
monensin contamination. 72% never heard about; 28% know about equine intoxication and
from them, 6% have some knowledge about allergies and human intoxications and 6% show a
concern about exportations. It was observed that although farmers count on technical
assistance, there is a lack of knowledge about feed compositions, supplements and additives
used, as well as the risks of monensin to animal and human health.
50
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAL E MÉTODOS
53
agricultura familiar e de subsistência. Esse número foi considerado adequado e suficiente,
pois satisfaz o critério de saturação. Esse critério consiste em realizar entrevistas até o
momento que se percebe que não são coletadas informações novas (SÁ, 1998). Em Artur
Nogueira e Cosmópolis, os produtores foram entrevistados em casas agropecuárias e na
cidade de Mogi Mirim no balcão de vendas de uma fábrica de ração, onde foi possível
entrevistar pessoas de diferentes cidades da região (Figura 3 – Mapa da região).
Figura 3 – Mapa do Estado de São Paulo, delimitando a área onde foram aplicados os questionários.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
54
33% respectivamente. Para esse resultado, foi considerado que seis entrevistados responderam
criar mais de uma espécie na propriedade, sendo duas respostas bovinos de corte e bovinos de
leite, duas respostas bovinos de corte e equinos, duas respostas aves e equinos.
Espécies N % do total
Bovinos Corte 8 44
Bovinos Leite 2 11
Caprinos/Ovinos 1 6
Aves 6 33
Suínos 0 0
Equinos 7 39
Outros 0 0
Como é possível observar o consumo de ração por essas espécies (Figura 4), o
consumo de ração é relativamente baixo em ruminantes e aves, que pode ser justificado pela
criação de bovinos em pastagem e das aves a alimentação junto com milho grão. Já em
equinos, espécie mais sensível a alimentação ocorre principalmente via ração.
6%
Até 100 kg
17% 28%
100-500 kg
500-1000 kg
mais de 1000 kg
28%
22% Outros
55
outros Até 100
22% 28%
kg
23%
mais de
1000
11% 72%
Sim
500- 100-500 Não
1000 22%
22%
Figura 5. Consumo de ração, segundo questionário aplicado. Lado esquerdo apresenta o consumo de ração com
suplemento vitamínico mineral e do lado direito se o produtor sabe a composição do suplemento vitamínico
mineral.
60% 56%
50%
40%
30% 28%
22%
20%
10%
0% 0%
0%
Zootecnista Veterinário Agrônomo Técnico outro
agropec.
Figura 6. Classes profissionais que prestam assistência aos produtores, segundo questionário aplicado.
56
Pelo questionário, 78% dos produtores dizem não saber ou não têm conhecimento
sobre a adição de leveduras ou derivados no suplemento vitamínico mineral nem nas rações e
somente 22% conhecem sobre sua adição. Desta porcentagem, 17% acreditam que a as
leveduras são fontes de proteína, 22% fontes de vitaminas, 72% não sabem a finalidade da
adição de leveduras e ninguém citou fonte de fibra (Figura 7). Dois entrevistados disseram ser
fonte de fibra e de vitaminas na mesma pergunta.
Figura 7. Conhecimento dos produtores entrevistados sobre adição de leveduras e seus benefícios.
Tabela 2- Nível de conhecimento dos produtores entrevistados, quanto a adição de monensina nas rações e seus
possíveis riscos à saúde animal e humana.
57
33% 67%
Chagas (2000) reúne uma serie de fatores para se elaborar um bom questionário e nos
traz pontos que devemos observar para que a pesquisa seja bem conduzida. Entre eles estão
listados os componentes da elaboração, quais passos são interessantes para se obter ligação do
problema com a pesquisa e como as perguntas e respostas devem ser elaboradas.
De forma a obter informações sobre o uso de ionóforos em confinamentos, e qual
deles é usado, Millen et al. (2009) aplicaram questionários a nutricionistas que foram
enviados eletronicamente. Do total, 98,7% dos entrevistados disseram usar algum ionóforo
como principal aditivo alimentar. Mesmo de forma eletrônica e online, o questionário trouxe
informações da realidade de confinamentos e pode demonstrar a situação daquele momento
para aquele público alvo.
Em uma pesquisa de percepção ambiental, aplicado a donas de casa, sobre o uso de
produtos químicos, o questionário de Nóbrega et al. (2010), mostraram que a percepção por
donas de casa que utilizam produtos químicos não conhecem seu uso e a correta disposição.
Foi observado a falta de informações sobre os problemas que esses produtos podem provocar.
O questionário foi aplicado na região de Natal-RN e foi respondido justamente por quem usa
esses tipos de produtos químicos para limpeza.
No mesmo modelo de coletar informações, Ferri et al. (2014) também coletou
informações com usinas produtoras de etanol no estado do Mato Grosso do Sul e através das
perguntas foi possível observar que das 7 usinas que responderam ao questionário, 6
utilizavam monensina como principal forma para combater organismos contaminantes nas
dornas de fermentação.
58
De grande importância para obter informações reais sobre o conhecimento de
pequenos produtores, Veríssimo et al. (2016) realizaram pesquisa de campo com produtores
de leite na região oeste do estado de São Paulo para saber se produtores de leite realizavam
controle de carrapatos ou outros parasitas. De 40 entrevistados, sendo 20 produtores com
assistência da CATI Leite e outros 20 sem assistência, puderam observar diversos fatores
reais como a alta frequência de aplicação de carrapaticidas sem os critérios técnicos, meios de
aplicação e principal problema de saúde encontrado, no caso a tristeza parasitária. A pesquisa
trouxe informações sobre o nível educacional da propriedade e do grau de tecnificação que
elas possuem.
Dessa forma a aplicação de questionários se mostra uma importante ferramenta para
tomadas de decisões e orientação dos produtores com relação ao correto uso de produtos,
alimentos, ingredientes e coprodutos para otimizar a produção animal e tornar a atividade
sustentável.
4. CONCLUSÕES
59
5. REFERÊNCIAS
CHAGAS, A. T. R. O questionário na pesquisa científica. Administração On Line. v.1,
2000.
GASTALDELLO JUNIOR., A. L.; PIRES, A. V.; SUSIN, I.; MENDES, C. Q., FERREIRA,
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com dietas contendo alta proporção de concentrado adicionados de agentes tamponantes.
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PAVARINI, S. P.; WOUTERS, F.; BANDARRA, P. M.; SOUZA, F. S.; DALTO, A. G. C.;
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60
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bubalinos e bovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.3, p.563-571, 2008.
61
ANEXO I – QUESTIONÁRIO PRODUTORES DE CAMPO.
INSTITUTO DE ZOOTECNIA
Rua Heitor Penteado 56 – Cx.P. 60-Nova Odessa-São Paulo
Centro Pesquisa e Desenvolvimento em Genética e Reprodução Animal
Fone: (19) 34669400
62
7- Por que usa premix?
Vizinho usa e recomendou
Loja agropecuária recomendou
Vendedor me visitou e vendeu o premix
Técnico de campo (zootecnista/veterinário/agrônomo) recomendou
Outro: _____________
63
64