1- Direito Ambiental - Introdução

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INTRODUÇÃO

DIREITO AMBIENTAL
Prof. Paulo Reneu S. Santos
O QUE É SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL?

 O conceito de sustentabilidade ambiental define a maneira de que nós, seres


humanos, utilizamos os bens e recursos naturais, para suprir nossas
necessidades, sem que com isso exista o esgotamento e haja suprimento para as
próximas gerações.

 É simples: ser sustentável é utilizar e cuidar para que não falte ao próximo que vai
utilizar, formando assim uma cadeia solidária que busca preservar da melhor
maneira possível o meio ambiente, para essa e as gerações futuras.

 Pensando na perspectiva global, sustentabilidade é um conceito sistêmico que


se relaciona a questões econômicas, sociais, culturais e ambientais da sociedade.

 Literalmente, sustentabilidade é a atitude de permitir as condições para que algo


possa existir, seja isso uma tarefa ou um processo.
Tripé da Sustentabilidade
O chamado tripé da sustentabilidade é baseado
em três princípios: o social, o ambiental e o
econômico. Esses três fatores precisam ser
integrados para que a sustentabilidade de fato
aconteça. Sem eles, a sustentabilidade não se
sustenta.
SOCIAL: Engloba as pessoas e suas condições
de vida, como educação, saúde, violência, lazer,
dentre outros aspectos.
AMBIENTAL: Refere-se aos recursos naturais do
planeta e a forma como são utilizados pela
sociedade, comunidades ou empresas.
ECONÔMICO: Relacionado com a produção,
distribuição e consumo de bens e serviços. A
economia deve considerar a questão social e
ambiental.
AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
AS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
 A sustentabilidade não é estática, mas dinâmica, visto que leva em conta as
necessidades humanas.
 A partir disto, o conceito de sustentabilidade é apresentado a partir de cinco
perspectivas, cinco dimensões primordiais, sendo elas: sustentabilidade social;
sustentabilidade econômica; sustentabilidade ecológica; sustentabilidade espacial
(ou geográfica); sustentabilidade cultural.
 A sustentabilidade social é a adoção de um crescimento estável, distribuindo
melhor, as riquezas, com menos desigualdades. Ela visa diminuir as diferenças
sociais.
 A sustentabilidade econômica, “tornada possível graças ao fluxo constante de
inversões públicas e privadas, além da alocação e do manejo eficientes dos
recursos naturais”.
 As bases da sustentabilidade ecológica estão na utilização massificada do
potencial de recursos nos diferentes ecossistemas, produzindo o mínimo de
deterioração. Prevê ainda a diminuição do uso de combustíveis fósseis e a redução
do volume de substâncias poluentes.
 Quanto à sustentabilidade geográfica, podemos dizer que a ocupação espacial
desequilibrada causa problemas. Exemplo disso é a população dos grandes centros
(leia-se cidades, principalmente metrópoles) continua a crescer, junto com o
percentual de população residente nas áreas urbanas, bem como a diminuição
demográfica das áreas rurais. Resulta disso a destruição de ecossistemas
encontrados nas cidades devido à utilização de áreas não ideais para moradia. Visa o
equilíbrio nos usos espaciais, bem como a proteção de áreas que não deveriam ser
utilizadas (pela população que está à margem da sociedade), promovendo a melhoria
na qualidade de vida da população.
 Já a sustentabilidade cultural se configura como a mais complexa no sentido de
sua concretização. Intenta dar soluções locais, adaptadas a cada cultura e
ecossistema
 Uma nova consciência dos limites ecossistêmicos e de sua fragilidade, em face
destas dimensões do desenvolvimento sustentável, pode ajudar a nortear as ações
locais futuras, tendo em vista as mudanças globais de que tanto necessitamos para
viver melhor, no sentido mais amplo que este “viver melhor” pode vir a ter.
 A responsabilidade é de todos e de cada um. À coletividade, dá-se o papel de defesa
e proteção do meio ambiente.
BREVE HISTÓRICO DO DIREITO AMBIENTAL
 A Revolução Industrial ocorrida no Século XVIII, desencadeia e introduz uma nova forma de
produção e consumo que altera significativamente práticas comerciais desde então
consolidadas. A transformação no consumo foi seguida por uma explosão demográfica sem
precedentes.
 Como decorrência, o direito teve que passar por uma necessária adaptação e evolução para
regular e controlar os impactos nas relações sociais e, mais tarde potencializado pela
revolução tecnológica e da informação, nas relações com consumidores e com o meio
ambiente natural.
 O aumento da pressão sobre os recursos naturais, relacionado também com o acelerado
crescimento demográfico do último século, chamaram a atenção da comunidade
internacional. Países com avançado estágio de desenvolvimento econômico passaram a
testemunhar com frequência desastres ambientais em seus próprios territórios.
 Conjuntamente a este fator, o desenvolvimento científico, principalmente no último século,
começou a confirmar hipóteses desoladoras como o buraco na camada de ozônio e o efeito
estufa, por exemplo.
 É em decorrência desta sucessão de eventos e fatos resumidamente explorados no
presente tópico que, em 1972, sob a liderança dos países desenvolvidos e com a
resistência dos países em desenvolvimento, a comunidade internacional aceita os
termos da Declaração de Estocolmo sobre Meio Ambiente.

 Constituindo-se como uma declaração de princípios (soft law – na terminologia do


direito internacional), a Declaração de Estocolmo rapidamente se estabelece como o
documento marco em matéria de preservação e conservação ambiental.

 Apesar da resistência da delegação brasileira – que à época defendia irrestrito direito


ao desenvolvimento, alegando que a pobreza seria a maior causa de degradação
ambiental – os conceitos e princípios da Declaração de Estocolmo vão sendo
paulatinamente internalizados pelo ordenamento jurídico pátrio.

 Sensível às pressões internacionais, o Brasil cria a Secretaria Nacional do Meio


Ambiente (SEMA) em 1973 (Decreto n. 73.030, de 30 de outubro) e aprova a Lei da
Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81).
 A Declaração de Estocolmo passaria a orientar não apenas o desenvolvimento de
um direito ambiental brasileiro, mas muitos ao redor do mundo até que, em 1992,
naquele que foi considerado o maior evento das Nações Unidas de todos os tempos,
a comunidade internacional aprova a Declaração do Rio de Janeiro, durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

 Esta Declaração não apenas reitera vários princípios da Declaração de Estocolmo,


mas os aperfeiçoa, além de criar outros ainda não previstos.
 Nesta época já eram inúmeros os ordenamentos jurídicos domésticos contemplando
a tutela do meio ambiente e, portanto, contribuindo para a autonomia científica e
didática da área.

 A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, reunida em


Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, e, atenta à necessidade de um critério e de
princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para
preservar e melhorar o meio ambiente humano.
 Essa preocupação levou o governo brasileiro a sancionar, em 1981, a Lei nº que
estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente e cria o Sistema Nacional do Meio
Ambiente – SISNAMA. Com ela foram criadas:
 1) A Avaliação de Impacto Ambiental e o Licenciamento Ambiental como
instrumentos de execução da Política Nacional de Meio Ambiente, em nível federal;
 2) O SISNAMA – órgãos e entidades responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade do meio ambiente. Fazem parte do SISNAMA, por exemplo, o IBAMA, no
âmbito federal, o IEMA, no âmbito estadual e as secretarias municipais de meio
ambiente;
 3) O CONAMA (é órgão consultivo e deliberativo sobre normas e padrões para um
ambiente ecologicamente equilibrado).
 Esforço na internalização da dimensão ambiental no processo de desenvolvimento;
 1983 - foi instituída, no âmbito da ONU, a Comissão Mundial para Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD);
 1987 - publicou o relatório "Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland) – conceito de
desenvolvimento sustentável.
 O conceito de desenvolvimento sustentável é apresentado como aquele que satisfaz as
necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras
de satisfazer suas próprias necessidades.

 1988 – A CONSTITUIÇÃO FEDERAL tem o seu Capítulo VI inteiramente dedicado ao


meio ambiente. Neste capítulo, no Artigo 225, fica assegurado que:
 "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

CONFERÊNCIA DO RIO, 1992


 Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio de Janeiro;
 Discussão sobre cidades sustentáveis;
 Entendido como cidades sustentáveis aquelas cujo desenvolvimento busca o equilíbrio
entre crescimento econômico, equidade social e preservação ambiental;
 Documento intitulado Agenda 21: mudança de padrão de desenvolvimento para o
século XXI.
Agenda 21
 É um documento assinado por 179 Países, em 1992, durante a Rio 92, que firma
o compromisso de promover, em escala planetária, um novo modelo de
desenvolvimento, conciliando proteção ambiental, justiça social e crescimento
econômico.
O que é a Agenda 21 Brasileira?
 A Agenda 21 Brasileira é um documento elaborado sob a coordenação de uma
parceria governo/sociedade, e que expressa um amplo processo de consulta
realizado durante quatro anos. É constituída de dois documentos: Agenda 21-
Resultado da Consulta Nacional e Agenda 21 – Ações Prioritárias.

DÉCADA DE 90 NOVA GERAÇÃO DE POLÍTICAS


 Política de Recurso Hídricos – 1997.
 Lei de Crimes Ambientais – incorpora o conceito de cultura e meio ambiente
associado – tipifica ações e condutas lesivas ao meio ambiente construído,
combinando-lhes penas cabíveis. Regulamentação da previsão de aplicação de
pena a pessoa jurídica. – Política nacional de Educação Ambiental – 1999.
 Sistema Nacional de Unidades de Conservação – 2000.

POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS


 Foi sancionada em 2 de agosto, a Lei que cria a Política Nacional de Resíduos
Sólidos que tramitou durante 20 anos na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal. A lei altera a maneira como é tratado o lixo no País, atribui e define a
obrigação de cada esfera do governo e da sociedade no destino dos resíduos.

CONCEITO DE DIREITO AMBIENTAL


 O Direito ambiental é um dos ramos mais recentes do Direito, tendo sido
propagado em razão do aumento gradativo de leis que regulam questões
ambientais, bem como em razão de uma nova consciência mundial sobre o uso
dos recursos naturais.
QUAL A FUNÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL
 É organizar a forma pela qual o sociedade se utiliza dos recursos ambientais,
estabelecendo métodos, critérios, proibições e permissões, definindo o que pode e o
que não pode ser apropriado economicamente e ambientalmente.
 Exemplo: Declaração do Rio – ECO 92 – E a Cúpula da Terra, Cimeira do Verão, foi
uma conferência de chefes de estado organizada pelas Nações Unidas e realizada de
3 a 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, seu objetivo foi debater os
problemas ambientais mundiais.
O DIREITO AMBIENTAL ATUA SOBRE 3 ESFERAS:
 1 – Preventiva (administrativa).
 2 – Reparatória (cível).
 3 – Repressiva (penal).
BEM AMBIENTAL
 Definido constitucionalmente como sendo de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida das presentes e futuras gerações. (Art. 225, caput, CF/88).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 Modelo de desenvolvimento amplamente discutido na ECO 92, resultando no
documento conhecido como Agenda 21, onde se busca basicamente a harmonia
entre o desenvolvimento econômico e a utilização dos recursos naturais de forma
consciente, equilibrada ou sustentável.

DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL


 Alteração adversa das características do meio ambiente. (Conceito extraído da Lei
6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).

POLUIÇÃO
 Degradação da qualidade ambiental resultantes de atividades que indiretamente:
prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; criem condições
adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota;
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lacem matérias ou
energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. (Conceito
extraído da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente) Biota: são as diversas
espécies que vivem na mesma região.
POLUIDOR
 Pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. (Conceito extraído da
Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).

RECURSOS AMBIENTAIS
 A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
territorial, o solo, subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.(Conceito extraído
da Lei 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente).
 Entretanto, os efeitos indesejáveis, traduzidos por esses riscos, poderão ser mitigados ou
evitados a partir de uma consciência ecológica de todos os atores envolvidos nesse
drama, quando puderem modificar as ações causadoras desses efeitos, resultando num
processo que poderíamos chamar de gerenciamento ambiental, obtido principalmente
através do desenvolvimento sustentável.

FUNÇÃO AMBIENTAL DA PROPRIEDADE RURAL


 A função ambiental da propriedade obriga todos os proprietários, sejam eles públicos ou
particulares, a respeitarem as normas ambientais.
 Na análise da função ambiental, o que diferencia o regime específico a atuar sobre uma
propriedade não é o sujeito desse direito, mas o seu objeto, ou seja, os bens ambientais
existentes num certo espaço territorial submetido ao direito de propriedade.

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - SÍNTESE:


 Proibido: poluir, degradar;
 Obrigatório: licenciar, atender às condicionantes da licença obtida;
 Meio Ambiente: bem de interesse público, bem da coletividade;
 Consequências do descumprimento:
 – Processos administrativos: multas, suspensão de atividades;
 – Ação civil pública (pessoas jurídicas): multa, reparação dos danos;
 – Processo judicial por crime ambiental (penal).

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL


 Proporcionar para as presentes e futuras gerações, as garantias de preservação da
qualidade de vida, conciliando elementos econômicos e sociais, isto é, crescendo de
acordo com a ideias de desenvolvimento sustentável.
PRINCÍPIO DO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL
 O direito ao meio ambiente protegido é um direito difuso, já que pertence a
todos e é um direito humano fundamental, consagrado nos Princípios 1 e 2 da
Declaração de Estocolmo e reafirmado na Declaração do Rio.

PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICA AMBIENTAL


 Direito ambiental fundamenta-se em diversos princípios tais como: acesso
equitativo aos recursos naturais, prevenção, reparação, qualidade, participação
popular e publicidade.

O PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO OU PRECAUÇÃO


 Prescreve que as normas de direito ambiental devem sempre se orientar para
o fato de que é necessário que o meio ambiente seja preservado e protegido
como patrimônio público. A prevenção aplica-se tanto a situações onde há
certeza quanto aos riscos de danos ambientais, como às situações onde
existem dúvidas e incertezas.
O PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO
 Decorrente do princípio da prevenção, orienta que aquele que causar lesão a bens
ambientais deve ser responsabilizado por seus atos, reparando ou indenizando,
de forma adequada, os danos causados.

PRINCÍPIO DA QUALIDADE
 Prescreve que as normas de direito ambiental devem se orientar para o fato de
que o meio ambiente deve ter qualidade propícia a vida saudável e
ecologicamente equilibrada.
O PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR
 Decorre da necessidade de uma democracia participativa, bem como do fato de
que cuidar do meio ambiente não é tarefa apenas do Estado, mas de toda a
sociedade civil.
 Assim, é fundamental um espaço de diálogo e cooperação entre os diversos
atores sociais, seja para a formulação e execução de uma política e de ações
ambientais, seja para a solução de problemas.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE OU DA INFORMAÇÃO

 Visa garantir ao cidadão a possibilidade de tomar posições ou intervir em determinada


matéria, e refere-se tanto a documentos, como relatórios de impacto ambiental, até
estudos realizados sobre o meio ambiente.
 Mais especificamente estes princípios se especializam nos seguintes mandamentos I –
Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio
ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo;
 II – Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
 III – Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
 IV – Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
 V – Controle e zoneamento das atividades, potencial ou efetivamente, poluidoras;
 VI – Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologia orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais;
 VII – Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
 VIII – Recuperação de áreas degradadas;
 IX – Proteção de áreas ameaçadas de degradação;
 X – Educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da
comunidade, objetivando capacitá-la para a defesa ativa do meio ambiente.

COMPETÊNCIAS
 A Constituição, além de consagrar a preservação do meio ambiente, procurou
definir as competências dos entes da federação, inovando na técnica legislativa,
por incorporar ao seu texto diferentes artigos disciplinando a competência para
legislar e para administrar.
 Objetivo promover a descentralização da proteção ambiental. Assim, União,
Estados, Municípios e Distrito Federal possuem ampla competência para
legislarem sobre matéria ambiental, apesar de não raro surgem os conflitos de
competência.
LEI Nº 14.119, DE 13 DE JANEIRO DE 2021
 A Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais tem como foco medidas de
manutenção, recuperação ou melhoria da cobertura vegetal em áreas consideradas
prioritárias para a conservação. O pagamento por serviços ambientais depende da
verificação e comprovação das ações implementadas. Com a sanção, o programa
Floresta+, lançado em julho para incentivar a preservação ambiental, tornou-se lei.
 A lei prevê incentivos tributários, créditos com juros diferenciados, assistência técnica e
incentivos creditícios e medidas de incentivo a compras de produtos sustentáveis.

PAGAMENTO
 O texto cria uma política de pagamento por serviços ambientais, que determina objetivos
e diretrizes, e um programa federal de pagamento por esses serviços (PFPSA) com foco
em ações de manutenção, recuperação ou melhoria da cobertura vegetal em áreas
consideradas prioritárias para a conservação, nas ações de combate à fragmentação de
habitats e para a formação de corredores de biodiversidade e conservação dos recursos
hídricos
INCENTIVOS
 O pagamento pelos serviços ambientais poderá ser de várias formas: direto
(monetário ou não); prestação de melhorias sociais a comunidades rurais e urbanas;
compensação vinculada a certificado de redução de emissões por desmatamento e
degradação; comodato; títulos verdes (green bonds) e Cota de Reserva Ambiental
instituída pelo Código Florestal.
 Receitas obtidas com a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, de que trata a Lei
9.433/97, poderão ser usadas para o pagamento desses serviços ambientais, mas
dependerão de decisão do comitê da bacia hidrográfica.
 Outras modalidades de pagamento poderão ser estabelecidas por atos normativos do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
que será o órgão gestor da política nacional.

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