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PRÁTICA 05: INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE VAZÃO

Louseane Silva de Lima, Pâmela Eduarda de Oliveira, Pammela Geovana de Lima


Ferreira

Resumo: Dois instrumentos medidores de vazão, o tubo de Venturi e a placa de


orifício são utilizados nessa prática a fim de obter e comparar as vazões
mássicas experimentais e teóricas. Assim com os coeficientes de descarga de
ambos os instrumentos também são obtidos.

1. Introdução
Os medidores de vazão são equipamentos utilizados para obtenção do fluxo
de massa de uma tubulação, por exemplo, de substâncias líquidos e gasosas.
Essa medição se faz necessária para um melhor controle do processo, visto
que quando transportamos uma determinada substância de um local para o
outro temos que levar em consideração as peculiaridades de cada sistema,
tornando então o processo melhor controlado em tempo real.
No mercado há diversos tipos de medidores de vazão com diversos
princípios de funcionamento, tais como: medidor de vazão magnético, medidor
de vazão de turbina, medidor por efeito Coriolis, medidores ultrassônicos, entre
outros.
No experimento em questão, foram utilizados os medidores de vazão Tubo
Venturi e a Placa de orifício, ambos os medidores possuem como princípio de
funcionamento a conversão da energia de pressão do escoamento em energia
cinética, através de uma diminuição de área (maior para menor). A diferença de
altura no deslocamento da coluna de mercúrio utilizada como manômetro, é o
resultado entre a variação de pressão entre os pontos (a) e (b), conforme
ilustrados na figura 1:
Figura 1: Tubo Venturi e placa de orifício

Fonte: Material de aula, 2021.


No tubo Venturi o estrangulamento é dado pela diminuição da área de
escoamento, ocasionando um estrangulamento, enquanto o medidor placa de
orifício a diminuição da área de escoamento é dada por uma obstrução
(placas), este modelo possui fácil construção e baixo custo, porém acarreta em
uma perda de carga maior devido sua brusca mudança de área.

2. Objetivos
Os objetivos deste experimento consiste em obter o coeficiente de descarga
(Cd) para o tubo Venturi e para a placa de orifício para três vazões distintas e
comparar com: tubo Venturi: valor de Cd próximo de 1; placa de orifício:
comparar com a equação empírica (1):

(Eq.1)

3. Metodologia
Para realização do experimento, primeiro foi configurado as válvulas para
que o escoamento passasse pelo tubo Venturi ou pela placa de orifício, e
então foi acionado a bomba. Para controle de vazão foi utilizado a válvula
gaveta, e para cada posição da válvula gaveta (três para cada medidor), foi
medido a altura da coluna de mercúrio do manômetro que estava conectado ao
medidor de vazão. Com os valores das alturas foi calculado diferença de
pressão entre os pontos a e b e em seguida foi obtida a vazão usando as
seguintes equações:

∆𝑃 = ρ𝑔ℎ (Eq.2)
Onde:
⍴ = Densidade do mercúrio [Kg/m3]
g = Aceleração da gravidade [m/s 2]
h = Altura da coluna de mercúrio [m]

𝐴𝑏 2∆𝑃 (Eq.3)
𝑚𝑇𝑒𝑜𝑟𝑖𝑐𝑎 = 4
1− β

Onde:
m = Vazão mássica [Kg/s]
2
Ab = Área de estrangulamento [𝑚 ]
ΔP = Diferença de pressão entre os pontos a e b [Pa]
β = Parâmetro do medidor, definido como Db/Da

A vazão teórica calculada é diferente da vazão real, pois a equação 3,


obtida através da equação da continuidade, não considera as perdas de carga.
Por esse motivo, é necessário o cálculo do coeficiente de descarga, que é igual
a razão entre a vazão real e teórica:

𝑚𝑟𝑒𝑎𝑙 (Eq.4)
𝐶𝑑 = 𝑚𝑡𝑒𝑜𝑟𝑖𝑐𝑜

A vazão real é obtida com a coleta da quantidade de água que passa por
um intervalo de tempo:

𝑉 ρ𝑓𝑙𝑢𝑖𝑑𝑜 (Eq.5)
𝑚𝑟𝑒𝑎𝑙 = ∆𝑡

Além disso, também foi calculado o Cd empírico para a placa de orifício:

2,1 8 91,71β
2,5
(Eq.6)
𝐶𝑑, 𝑒𝑚𝑝í𝑟𝑖𝑐𝑜 = 0, 5959 + 0, 0312β − 0, 184β + 0,75
𝑅𝑒

Onde o número de Reynolds (Re) é obtido pela seguinte equação:

𝑅𝑒 =
ρ𝑣𝐷 (Eq.7)
µ

Onde:
⍴ = Densidade do fluido [Kg/m3]
v = Velocidade do fluxo [m/s]
D = Diâmetro do tubo [m]
𝜇 = Viscosidade dinâmica [Pa.s]
A velocidade é dada por:

2∆𝑃
𝑣= (Eq.8)
( ( ))
2
𝐴𝑏
ρ 1− 𝐴𝑎
Os valores de beta do venturi e da placa são fornecidos juntamente com
seus diâmetros. Já os valores de densidades (água e mercúrio) são,
3 3
respectivamente, 1000 𝐾𝑔/𝑚 , 13579 𝐾𝑔/𝑚 . A viscosidade dinâmica para a
água é de 0,01002 Pa.s.

4. Resultados
Os cálculos para a determinação das vazões mássicas teóricas e
experimentais, as variações de pressão e os coeficientes de descarga
presentes nessa prática utilizaram todas as equações explicitadas
anteriormente.
A princípio, a fim de efetuar os cálculos do tubo de Venturi e da placa de
orifício, os dados obtidos da literatura são utilizados, a densidade da água e do
mercúrio. Assim como os dados do β venturi de 0,6 e o diâmetro no ponto a, 𝐷𝑎
de 0,0405 m.
A Tabela 1 conterá os dados do tubo Venturi. Alguns valores são
necessários, como o diâmetro do local de maior estrangulamento do tubo,
obtida a partir do parâmetro medidor β, que é a razão entre os diâmetros, com
isso obtém-se o 𝐷𝑏 igual a 0,0243 m. Sendo assim, com a é calculada a área
3
no ponto B, 𝐴𝑏 = 0, 00046377 𝑚 , usando a mesma equação obtém-se a área
3
no ponto A, igual a 0, 001288249 𝑚 . Além da vazão experimental, obtida a
partir da razão entre a
Tabela 1 - Dados do tubo Venturi

Tempo Massa ℎ𝐻𝑔 𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑒𝑥𝑝 ∆𝑃 𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 Cd


(s) (Kg) (m) (𝐾𝑔/𝑠) (𝑃𝑎) (Kg/s)

5,03 16 0,162 3,1809 21580,02 3,2567 0,9740

6,63 17 0,114 2,5641 15185,94 2,7395 0,9359

8,94 16 0,065 1,7897 8658,64 2,0683 0,8652


FONTE: Os autores, 2021

O cálculo do coeficiente de descarga utilizou a Equação 4. Os valores


obtidos estão próximos do valor um, dentro do esperado teoricamente.
Para a placa de orifício são fornecidos alguns dados, o diâmetro do
orifício A, 𝐷𝐴 , que possui o valor de 0,0256 m e o β placa de 0,675. Com isso
2 2
obtém-se a área A, 0,000551546 𝑚 . a área B de 0,000251298 𝑚 e o diâmetro
do orifício, 𝐷𝐵, 0,0178875 m.

Além disso, para o cálculo do coeficiente de descarga desse medidor de


vazão necessita-se da viscosidade da água que segundo a literatura é tabelada
e, 0,01004 Pa.s a 20ºC.
Todos os dados obtidos estão na Tabela 2 abaixo:
Tabela 2 -Dados placa de orifício

Tempo Massa ℎ𝐻𝑔 𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑒𝑥𝑝 ∆𝑃 𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 Vb Cd Re


(s) (Kg) (m) (𝐾𝑔/𝑠) (𝑃𝑎) (Kg/s) (m/s)

14,3 15,9 0,164 1,1118 21846,43 1,8431 7,4256 0,6293 13229,62

18,21 16,5 0,111 0,90609 14789,302 1,5142 6,10901 0,633687 10883,96

23,57 16,2 0,063 0,90177 8392,22 1,0707 4,6026 0,64131 8199,65


FONTE: Os autores, 2021

Na tabela acima nós temos os dados das vazões experimentais e


teóricas, a velocidade do orifício, Vb, que foi obtida a partir da Equação 7. O
coeficiente de descarga foi obtido a partir da Equação 5, e o número de
Reynolds a partir da Equação 6.
Ademais, os desvios entre vazões experimentais e teóricas das vazões
para ambos os tubos foram determinadas a partir da equação abaixo:
| |
Desvio(%)= |(𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝑚) − 𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑒𝑥𝑝 )/𝑉𝑎𝑧ã𝑜𝑒𝑥𝑝|*100 (Eq.9)
| |

Os valores dos desvios estão na Tabela 3:


Tabela 3 - Desvio Padrão

Tubo Venturi Placa de orifício

4,24 (%) 67,82 (%)

2,54 (%) 69,42 (%)

4,37 (%) 68,27 (%)


FONTE: Autores, 2021.

Os desvios mostraram-se altos, um dos fatores para isso pode ser


devido a erros de leitura da altura manômetro de mercúrio, Além disso, o fato
da perda de carga não ter sido considerada também pode ocasionar algumas
imprecisões nos cálculos, podemos observar isso nos valores das vazões,
onde as vazões teóricas não consideram essa perda de energia devido a isso
possui valores maiores que os das vazões experimentais.
Ademais, o tubo de orifício é um medidor de vazão com uma geometria
mais favorável para que o fluido passe em relação a placa de orifício, devido a
isso a perda de carga no segundo é maior.

5. Conclusões
Com isso, concluímos que o coeficiente de descarga, Cd, da placa de
orifício é menor que o coeficiente do tubo de Venturi quando comparado a
vazões próximas. O que significa dizer que a perda de carga quando utilizado
a placa de orifício é maior do que quando usado o tubo de Venturi, isso ocorre
devido a geometria de cada material. Além disso o Cd empírico da placa de
orifício é próximo do valor de Cd calculado, então podemos concluir que o valor
de coeficiente de descarga, nas condições estudadas (Re<15000) pode ser
calculado por equações empíricas.

6. Referências Bibliográficas
Fox, R.W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J.;“ Introdução à Mecânica dos
Fluidos”, LTC, 6a ed. (2004).
Santana, C. A. Instrumentos de vazão. Acesso em 01/12/2021.
<http://professor.ufop.br/sites/default/files/adrielle/files/aula_8_1.pdf>.

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