TCC FINAL JONATAS EUCALIPTO

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CURSO DE AGRONOMIA

JONATÁS BATISTA DE FARIAS

SOBREVIVÊNCIA E DESEMPENHO DO EUCALIPTO EM FUNÇÃO DA


UTILIZAÇÃO DOS POLÍMEROS HIDRORETENTORES EM VILHENA-RO

Vilhena
2018
JONATÁS BATISTA DE FARIAS

SOBREVIVÊNCIA E DESEMPENHO DO EUCALIPTO EM FUNÇÃO DA


UTILIZAÇÃO DOS POLÍMEROS HIDRORETENTORES EM VILHENA-RO

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como parte dos requisitos para obtenção do grau
de Bacharel em Agronomia da Faculdade da
Amazônia.

Orientador:
Me. Weslei Ortiz Ribeiro.

Vilhena
2018
Aos meus pais, irmãos, minha esposa Fabricia C.
Santana de Farias, meu filho Jose Samuel, meu
cunhado Dr. Luiz Carlos Ufei Hassegawa е a toda
minha família que, com muito carinho е apoio, não
mediram esforços para qυе еυ chegasse até esta
etapa de minha vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço imensamente à Deus, por ter me concedido saúde, força e


disposição para fazer a faculdade e o trabalho de final de curso. Sem ele, nada disso
seria possível. Também sou grato ao senhor por ter dado saúde aos meus familiares
e tranquilizado o meu espírito nos momentos mais difíceis da minha trajetória
acadêmica até então.
Agradeço à minha mãe Maria das Graças de Farias que sempre esteve ao
meu lado e foi a minha maior incentivadora. Ao meu pai Samuel Batista de Farias
que batalhou por anos para proporcionar a melhor educação para seus filhos. Aos
meus irmãos Salmom, Ester e Débora e a toda a família que acreditaram no meu
sonho e me deram forças todos os dias. Ao meu cunhado Dr. Luiz Carlos Ufei
Hassegawa, nunca vou conseguir expressar por palavras a minha eterna gratidão
por tudo àquilo que você fez por mim. Eu sei que você tem um coração de ouro e
por isso nunca ajuda ninguém porque um dia espera retribuição.
Ao professor Me. Weslei O. Ribeiro que, com muita paciência e atenção,
dedicou do seu valioso tempo para me orientar em cada passo deste trabalho.
Agradeço a todos os professores da Faculdade da Amazônia que compartilharam
seus conhecimentos em sala de aula e acompanharam a minha jornada enquanto
universitário, em especial aos professores, Esp. Willian Pereira da Silva, Dr. Fabricio
Alves, Dra. Elonha R. dos Santos, Ma. Gleice F. Bento, Me. Jhonatan M. de Oliveira,
Me. Leonardo dos S. F. Shockness, Esp. José Ozana da Silva e Dra. Érica de O.
Araújo. Também aos meus colegas de classe, por todo o companheirismo e
dedicação pelo tempo que estivemos juntos nesses anos todos.
Agradeço a minha esposa Fabricia C. Santana de Farias, que ao longo
desses anos me deu não só força, mas apoio para vencer essa etapa da vida
acadêmica. Obrigada, meu amor, por suportar as crises de estresse e minha
ausência em diversos momentos. Ao meu filho Jose Samuel Santana de Farias por
ser um filho maravilhoso e ser a razão da minha vida.
"Alguns homens vêem as coisas como são, e
dizem ‘Por quê? ’ Eu sonho com as coisas que
nunca foram e digo ‘Por que não? ’" (Geroge
Bernard Shaw)
RESUMO

Atualmente existe preocupação com o uso racional de água na produção florestal,


com isso tem surgidos novas tecnologia no mercado para auxiliar nesse problema.
Uma nova tecnologia é o plantio com o polímero hidroretentor, que tem a
capacidade de retenção de água, quando incorporado no solo ou substrato, ele
absorve aproximadamente 200 a 400 vezes seu peso em água e fertilizantes. O
objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento, desenvolvimento e a umidade no
solo (na cova) no Eucalyptus urograndis var. I - 144 em função da utilização de
diferentes tipos de gel Hidroretentor Hydroplan-EB. O delineamento experimental
utilizado foi de blocos casualizados com três tratamentos (testemunha, gel
Hidroplan-EB HyB e gel Hidroplan-EB HyC), cinco repetições e cada repetição
possui quatro plantas. As variáveis analisadas foram: altura da planta, números de
ramificação, diâmetro do caule, umidade na cova e sobrevivência das mudas a
campo. Os dados foram submetidos ao teste de Tuckey 0,05 de probabilidade. Os
resultados obtidos evidenciam que houve diferença de significativa somente para a
variável evaporação (retenção de água) para os tratamentos que possuíam o
hidrogel e para as demais variáveis não ocorreram diferença entre os tratamentos.

Palavras-chave: Eucalyptus urograndis var. I - 144. Desenvolvimento. Déficit


hídrico. Gel hidroretentor. Retenção de água.
ABSTRACT

Currently there is concern about the rational use of water in forest production, with
this new technology has emerged in the market to assist in this problem. A new
technology is planting with the water-holding polymer, which has the ability to retain
water, when incorporated into the soil or substrate, it absorbs approximately 200 to
400 times its weight in water and fertilizers. The objective of this work was to
evaluate growth, development and soil moisture (in the soil) in Eucalyptus urograndis
var. I - 144 depending on the use of different types of Hidplanetor Hydroplan-EB gel.
The experimental design was a randomized block with three treatments (control,
Hidroplan-EB HyB gel and Hidroplan-EB HyC gel), five replicates and each replicate
has four plants. The variables analyzed were: plant height, branching numbers, stem
diameter, dampness in the pit and survival of the field seedlings. The data were
submitted to the Tuckey 0.05 probability test. The results showed that there was a
significant difference only for the evaporation variable (water retention) for the
treatments that had the hydrogel and for the other variables there was no difference
between the treatments.

Keywords: Eucalyptus urograndis var. I - 144. Development. Water deficit.


Hydroretting gel. Water retention.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultado analítico da amostra do solo na profundidade de 0 - 20 cm. ..15


Tabela 2 - Valores médios com seu respectivo coeficiente de variação: altura de
planta (metros), números de ramificações da planta, evaporação/utilização da
água na cova, diâmetro do caule da planta (centímetro) e sobrevivência da
muda a campo. ....................................................................................................17
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................10

2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................12

2.1 SETOR FLORESTAL BRASILEIRA .....................................................................12

2.2 GÊNERO EUCALIPTUS .......................................................................................12

2.3 POLÍMEROS HIDRORETENTORES ...................................................................14

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................15

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................17

5 CONCLUSÕES ........................................................................................................20

REFERÊNCIAS ...........................................................................................................21
10

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de madeira provocou grandes impactos nas florestas nativas


e danos irreversíveis a vários ecossistemas. Para ajudar a melhorar essa situação
provocada ao longo do tempo, o eucalipto surgiu como uma alternativa, sendo
considerada por muitos como uma árvore de maior importância na atualidade no
mundo, graças à sua capacidade de se adaptar na maioria de solo e clima, por seu
potencial de crescimento e por ter inúmeras aplicações em diferentes setores.
Portanto, o plantio de eucalipto veio para diminuir a pressão sobre as florestas
nativas, visando à produção sustentáveis e que venha suprir as necessidades da
sociedade (MORAES, 2010).
O eucalipto é uma árvore da família das Mirtáceas, nativo da Oceania, no
qual a espécie predomina a flora da região. Existe cerca de 700 espécies, no qual a
maioria é de origem australiana, com espécies que se adéquam praticamente à
todos os tipos de solo e condições climáticas. Atualmente no Brasil as principais
espécies cultivadas são o Eucalyptus grandis, o Eucalyptus camaldulensis, o
Eucalyptus saligna, Eucalyptus urograndis e o Eucalyptus urophylla, com área
plantada de 3.751.867 ha do gênero no país (ABRAF, 2013).
Do eucalipto tudo se aproveita: são extraídos das folhas os óleos essenciais
utilizados para a produção de produtos de limpeza e alimentícios, de perfumes e até
nos remédios; da casca provem tanino, usado no curtimento do couro; do tronco
provém à madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para
minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis; as fibras são
utilizadas como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose (CESAR, 2012).
Apesar de nos últimos anos ter ocorrido aumento na área florestal plantada,
tem que continuar buscando novas técnicas e tecnologias, pois o setor florestal tem
grande importância econômica no Brasil e no mundo. A questão hídrica sempre foi
abordada como sendo o eucalipto um vilão que seca o solo, sendo essa uma
questão polêmica (LIMA, 2006). Pois a contribuição hídrica é o elemento controlador
principal e indispensável para ter alta produtividade do eucalipto, com isso, período
de déficit hídrico, afetará significativamente a produção de madeira.
Atualmente existe preocupação com o uso racional de água na produção
florestal, com isso tem surgidos novas tecnologia no mercado para auxiliar nesse
problema.
11

Uma dessa nova tecnologia é o plantio com o polímero hidroretentor,


conhecido como gel Hydroplan-EB, utilizado pelos agricultores como forma de
reduzir a irrigação ou utilizados em áreas que o período de chuva seja curto. Esse
gel hidroretentor são polímeros que tem a capacidade de retenção de água, quando
incorporado no solo ou substrato, podendo aumentar seu tamanho em até 100 vezes
(AZEVEDO et al., 2002).
Diante disso, objetivou-se avaliar a influência dos diferentes tipos do gel
Hydroplan-EB, na sobrevivência e no desempenho no Eucalyptus urograndis var. I -
144 em Vilhena-RO.
12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SETOR FLORESTAL BRASILEIRA

As condições climáticas e as tecnologias desenvolvidas pelas empresas no


Brasil favorecem a competitividade do setor florestal no cenário mundial. Apesar de
o eucalipto ser planta exótica, adaptaram-se muito bem as condições
edafobioclimáticas do nosso país, no qual essas condições favoreceram o
crescimento rápido do eucalipto (EMBRAPA, 2003). O gênero Eucalyptus precisa
em média de precipitação pluvial entre 1000 a 3500 mm (ALMEIDA et al., 2013).
No Brasil, a área florestal plantadas em 2017 foi de 7,84 milhões de
hectares, na qual representa menos de 1% da área total do Brasil. O setor florestal
corresponde por mais de 90% de toda a madeira produzida para fins industriais no
país (IBÁ, 2018).
O setor florestal em 2017 empregou de forma direta 508 mil pessoas,
gerando uma renda pelo setor de aproximadamente R$ 10 bilhões. Também teve
uma contribuição no PIB brasileiro com participação de 1,1% de toda a riqueza
gerada no país e 6,1% do PIB industrial, correspondendo uma arrecadação de
receita bruta de R$ 73,8 bilhões. A produção indústria no ano 2017 foi: celulose 19,5
milhões de toneladas segundo maior produtor de celulose do mundo, papel 10,5
milhões de toneladas e 7,9 milhões de m³ de painéis de madeira (IBÁ, 2018).

2.2 GÊNERO EUCALIPTUS

Pertence a reino Plantae; Divisão: Magnoliophyta; Classe: Magnoliopsida;


Ordem: Myrtales; Família: Myrtaceae (do grego myrtos - perfume); Subfamília:
Leptospermoidae; Possuem cerca de 140 gêneros, com aproximadamente 3.000
espécies; Tendo como seus principais centros de dispersão a América e a Austrália
(BOLAND et al., 2006).
O primeiro relado de plantio de eucalipto no Brasil se deu em 1865 no Rio
Grande do Sul, através de sementes vinda do Uruguai (MARTINI, 2004). Mas só em
1916 começou a ser cultivados em larga escala no território brasileiro, onde só em
1965 começou a ocorrer incentivo dos órgãos governamentais para o plantio do
eucalipto (VALVERDE, 2007).
13

A área plantada de eucalipto em 2016 foi de 5,67 milhões de hectares, no


qual se concentra as maiores áreas plantadas nos estados de Minas Gerais (24%),
São Paulo (17%) e no Mato Grosso do Sul (15%), no qual se esperar nos próximos
anos aumento significativo para todas as regiões brasileiras (IBÁ, 2017).
Espera-se que com os novos clones híbridos que estão surgindo no
mercado ocorra a expansão do plantio de eucalipto em todas as regiões brasileira,
devido à capacidade que esses clones possuem em se adaptar em diversos climas
e solos (IBÁ, 2017).
Graças a esses novos clones é possível obter valores elevados para o
rendimento em madeira, podendo alcançar entre 40 a 45 m³/ha/ano IMA (incremento
médio anual), aonde esses valores podem variar de acordo com o material genético
utilizado e o déficit hídrico que plantas sofrerem ao longo do seu desenvolvimento
(GONÇALVES et al., 2014).
O Eucalyptus urograndis é hibrido obtido pelo cruzamento do E. grandis x E.
urophylla, no qual atualmente constituem a base da silvicultura brasileira de clone
com área plantada de 600.000 ha. O cruzamento teve como finalidade obter em uma
única espécie as características do E. grandis que são plantas com bom crescimento
e as características do E. uroplylla que são o aumento leve na espessura da
madeira e um upgrades na celulose em relação ao rendimento e na propriedades
físicas. Além disso, obter plantas mais rústicas e que suporte déficit hídrico, que são
características da espécie uroplylla (PEREIRA, 2017).
A espécie Eucalyptus urograndis destaca-se pela resistência que possuem a
ferrugem causada pelo fungo Puccina psiidi (RUY, 1998).
Essa espécie é muito utilizada pelas indústrias de laminados, em
construções, para mourões de cercas, fabricação de papel, utilizadas para
fabricações de painéis e chapas duras, lenha e carvão. Essa possibilidade de uso
em vários setores e a ótima adaptação na maioria das regiões do Brasil
proporcionou grande expansão no plantio dessa espécie, chegando atualmente a
50% da área plantada de eucalipto no país (SILVA, 2011).
Souza (2008) descreve algumas características físicas e anatômicas peculiar
da madeira da espécie urograndis: cerne distinto do alburno e de coloração rosa
claro; vasos visíveis a olho nu, difuso, arranjo diagonal, placas de perfuração
simples, abundantes pontuações circulares a ovaladas; densidade básica média
entre 0,48 a 0,60 g/cm³; camadas de crescimento pouco demarcadas; fibras de
14

parede delgadas, comprimento médio de 1030 µm.

2.3 POLÍMEROS HIDRORETENTORES

Polímeros retentores de água são produtos naturais derivados do amido ou


pode ser derivados do petróleo que são os sintéticos, que tem a função de reter e
armazenar água no solo. Quando secos são quebradiços, mas em contato com a
água se expande e se tornam macios e elásticos, aonde existem no mercado vários
tipos e marcas do polímero com a composição química e estrutura físicas diferentes,
o que pode afetar o seu desempenho no solo (MORAES et al., 2001).
A principal característica do hidrogel é a capacidade elevada de absorção de
água, que pode alcançar entre 150 a 400 vezes a sua massa seca. A água
armazenada no hidrogel fica disponível para ser utilizada pela planta quando
necessário, além de evitar o estresse hídrico temporário, a lixiviação de nutrientes
no solo, que consequentemente levará a redução de morte das mudas quando a
uma baixa disponibilidade de água (ABEDI-KOUPAI et al., 2008).
A adição de hidrogéis no solo otimiza a disponibilidade de água, reduz as
perdas por percolação e lixiviação de nutrientes e melhora a aeração e drenagem do
solo, acelerando o desenvolvimento do sistema radicular, (AZEVEDO et al., 2002). O
gel contém, em sua composição: silício, magnésio, aminoácidos e dióxido de
carbono, todos não tóxicos (LOPES, 2012).
As mudas plantadas com o hidrogel têm um aumento na taxa de
sobrevivência após o plantio, reduzindo com isso o replantio das mudas e
diminuindo significativamente o período de irrigação, que com isso ocorre a redução
no investimento inicial que os produtores necessitaria fazer (BARTIERES et al.,
2016).
O polímero quando mal utilizado pode afetar o desenvolvimento das plantas,
aonde a retenção excessiva de água no sistema, diminui a aeração do substrato.
Por isso deve ser feita pesquisa para determinar as doses corretas para cada
cultura, a forma de aplicação e as alterações que devem ser realizada no manejo
para aumentar o retorno financeiro da atividade com o uso do hidrogel (RAMOS,
2012).
15

3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no campo experimental da Faculdade da


Amazônia, no setor Agrosilvipastoril, Vilhena-RO, período de abril a setembro de
2017 (latitude 12º 43´ 03'' S, longitude W 60º 09’ 07'') e altitude média de 585 m.
Segundo a classificação de Köppen o clima é do tipo Awa, tropical quente e úmido
com duas estações bem definidas.
O delineamento experimental utilizado é blocos casualizados com três
tratamentos (Testemunha, com o gel Hidroplan-EB HyB e com o gel Hidroplan-EB
HyC) e cinco repetições contendo quatro plantas cada, totalizando 15 parcelas
experimentais e 60 plantas. O espaçamento utilizado no experimento foi: 2,0 m entre
plantas e 2,0 m entre linhas. O experimento foi implantado em área de 20 m x 12 m,
tendo total de 60 covas.
O solo da área experimental foi coletado na profundidade de 0 - 20, sendo a
análise química realizada antes da instalação do experimento, para fins de
evidenciar a fertilidade do solo (Tabela 1) e assim fazer as correções necessárias.

Tabela 1 – Resultado analítico da amostra do solo na profundidade de 0 - 20 cm.


Química Física
PH P K K Ca + Mg Ca Mg Al H H + Al Areia Silte Argila
H2O CaCl2 Mg/dm³ Cmolc/dm³ %
5,3 4,3 1,54 7,82 0,02 1,6 1,2 0,4 0,06 2,8 2,86 50,2 9,6 40,2
Micronutrientes
Zn Cu Fe Mn B S
Mg/dm³
0,6 0,7 113,4 1,54 0,52 4,27

Realizou-se a calagem na área do experimento 30 dias antes do plantio, no


qual foram utilizados 1,06 t/ha do calcário filler calcítico (PRNT 100%), elevando a
saturação de base (V%) a 60%. A medida de cada cova foi de 0,25 m x 0,25 m x
0,50 m, no qual as covas foram feitas com o auxilio do perfurador de solo.
O gel Hydroplan-EB de granulometria HyB foi diluído 15 g desse gel em 300
ml/água/cova, colocando a solução formada ao redor do substrato da muda no
momento do plantio manual e em seguida colocando solo em cima do gel;
O gel Hydroplan-EB de granulometria HyC foi diluído 12 g desse gel em 5
litros/água, colocando a solução formada em balde, no qual foi mergulhado os
16

substratos das mudas por 45 segundos e logo em seguida foi realizado o plantio
manual das mudas na cova.
Antes do plantio, foi realizado nas mudas de Eucalyptus urograndis var. I -
144 tratamento fitossanitário com o inseticida a base de Imidacloprido conforme a
recomendação de 0,75 g/l (BAYER, 2018). Realizou-se adubação de plantio com a
formulação 06-30-06, na dose de 100 g/cova e adubação de cobertura após 45 dias
do plantio, adicionando 100 g/planta do formulado NPK 20-00-20 (SILVA; CASTRO;
XAVIER, 2008). Foi realizado controle preventivo das pragas a cada 15 dias, com o
uso do inseticida a base de Imidacloprido (0,75 g/l), com o auxilio de pulverizador
costal.
No período de abril a setembro de 2017, realizou a coleta dos dados das
seguintes variáveis: a) altura da planta - foi feito medição no momento do plantio e
no final do experimento (após 95 dias do plantio), utilizando trena com fita de aço
graduada de 3 metros; b) ramificações (galhos) - realizou-se contagem de
ramificações inicial e final (após 95 dias do plantio); c) diâmetro do caule - foi feito
medição inicial e final do experimento (após 95 dias do plantio), no qual foi utilizado
um paquímetro universal analógico; e) umidade na cova da planta - foi realizado a
irrigação a cada 5 dias (com 04 litros de água por cova, com auxilio de regador),
após 45 minutos foi feito a medição da umidade na cova com auxílio do aparelho
chamado de Three-Way Meter, no qual foi realizado esse processo a cada 05 dias; f)
sobrevivência das mudas em campo - foi feito a contagem após 10 dias do plantio
para verificar a mortalidade das mudas em campo.
Com os dados coletados, foram feito a analise de variância (p<0,05) através
do teste Tukey, no qual foram comparados às medias dos tratamentos pelo
programa estatístico Sisvar 5.6 (FERREIRA, 2011).
17

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a coleta de dados e a realização da análise estatísticas para o


Eucalyptus urograndis var. I -144, segundo a metodologia aplicada, o hidrogel
demonstrou ser ineficiente em relação as características de altura, sobrevivência,
ramificações e diâmetro nessa variedade de eucalipto. Portanto demonstrou
diferença significativa (p<0,05) somente para a característica evaporação (retenção
de água no solo); nos tratamentos que possuíam o hidrogel (Tabela 2), pois ele
exerce no solo a função de armazenar a água proveniente da precipitação da chuva
e da irrigação feita nas mudas e dificulta a evaporação da água retida no solo para o
ambiente.

Tabela 2 - Valores médios com seu respectivo coeficiente de variação: altura de


planta (metros), números de ramificações da planta, evaporação/utilização da água
na cova, diâmetro do caule da planta (centímetro) e sobrevivência da muda a
campo.
Tratamento EVP RAM AP DC SBV
Gel HYC 4,654 a 23,10 a 1,038 a 24,69 a 4,00 a
Gel HYB 4,690 a 24,45 a 1,060 a 25,07 a 4,00 a
Testemunha 5,980 b 22,95 a 1,062 a 24,27 a 4,00 a
CV (%) 5,46 4,29 10,33 8,29 0
Fonte: * Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem pelo teste de Tukey, ao nível de 5%
de probabilidade.

Ao averiguar os tratamentos avaliados (Tabela 2), verificou-se efeito


significativo (p<0,05) para evaporação. Observou-se que o tratamento 1
(testemunha) obteve maior evaporação de água quando comparado com os
tratamentos 2 e 3 (gel HYC e HYB), no qual os tratamento que possuíam o hidrogel
reteve maior quantidade de água na cova, quando comparado com a testemunha,
com média de 21,87%. Ao longo do experimento podemos observar maior eficiência
do hidrogel na retenção de água nas mudas, apesar de ter ocorrido variações na
temperatura e na umidade relativa do ar (Figura 1).
18

Figura 1 – Variáveis da evaporação, umidade e temperatura nos diferentes


tratamentos ao longo do experimento.
9,0 70,0
8,0 60,0
7,0
50,0
6,0
5,0 40,0
4,0 30,0
3,0
20,0
2,0
1,0 10,0

0,0 0,0

Testemunha Gel HYB Gel HYC Umidade (%) Temperatura (°C)

Eixo direto: corresponde aos dados de umidade e temperatura. Eixo esquerdo: corresponde aos dados da
evaporação.

As variáveis de altura de planta, ramificações, diâmetro do caule e


sobrevivência das mudas a campo não obteve resultado significativo a (P<0,05),
provavelmente pelo fato das mudas de eucalipto ser clones, no qual para que
tivesse variações nessas características, deveria ocorrer alteração no genótipo
(características genéticas), fenótipo (características externas, morfológicas,
fisiológicas e comportamentais dos indivíduos) e ambiental (clima, chuva,
temperatura e umidade).
Para corroborar com os resultados obtidos no trabalho, pesquisa feito por
Farias (2018) com mudas clones de Pinus elliottii da var. elliottii, no qual utilizou a
mesma metodologia e materiais para avaliar o crescimento, desenvolvimento e a
umidade no solo (na cova) em função da utilização de diferentes tipos de gel
Hidroretentor Hydroplan-EB, notou-se que ocorreram diferenças significativas
somente para a variável evaporação (retenção de água) para os tratamentos que
possuíam o hidrogel, e para a demais variáveis (altura, diâmetro do caule, nº de
ramificações e sobrevivência das mudas a campo) não houve diferenças para
ambos os tratamentos.
Pesquisa feita por Souza et al. (2016), no qual foram avaliados as
características de altura total, taxa de sobrevivência e o diâmetro do colo das mudas
de eucalipto após 180 dias do plantio, nos seguintes tratamentos: T-1: incorporação
19

de 4 g de gel absorvente seco/cova; T-2: 6 g de gel absorvente seco/cova; T-3: 8 g


de gel absorvente seco/cova; T-4: 300 ml de solução/cova; T-5: 500 ml de
solução/cova; T-6: 700 ml de solução/cova; T-7: 1.000 ml de solução/cova; T-8:
testemunha. Os resultados obtidos, apesar de demonstrarem de ser benéficos para
a sobrevivência e crescimento das mudas de eucalipto, não demonstraram
resultados significativos (p<0,05) para o variável diâmetro do colo e altura total das
mudas e ocoreu diferença somente para a característica de sobrevivência das
mudas.
Segundo pesquisa feita por Bahia et al. (2017), no qual avaliou o
desenvolvimento de um clone de eucalipto tricross (Eucalyptus camaldulensis x
Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla) utilizando polímero hidroretentor
associado à irrigação, nos quais foram utilizados as seguintes doses do polímero
HB10 para 1000 litros de água nos tratamento: T-1: 0 g; T-2: 50 g; T-3: 100 g; T-4:
150 g; T-5: 200 g. Após analisar os resultados, observou que ocorreu efeitos
significativo nas características de altura e da circunferência na altura do peito
(CAP), nos tratamentos que foram utilizados o hidroretentor na mudas do eucalipto
em relação à testemunha.
Segundo Vicente et al. (2015) pesquisando sobre a evaporação de água,
notou que ocorreu diferença significativa, pois o polímero hidroretentor facilitou a
retenção maior de água que proporcionou a diminuição dos sintomas de déficit
hídrico em mudas de Eucalyptus dunnii, sendo mais evidente quando há uma
redução na frequência de irrigação.
Pesquisa feita por Lopes et al. (2010), no qual avaliou-se o aparecimento de
sintomas de déficit hídrico em mudas clonais de Eucalyptus urograndis submetidas a
manejos de irrigação com a presença e ausência de hidrogel, observaram que
mudas que foram aplicado o polímero, os sintomas de estresse hídrico surgiram,
6,5 dias após o aparecimento em plantas onde o hidrogel não foi aplicado. Isso
comprova a importância do hidrogel para a manutenção da umidade do solo, no qual
esse tempo permite flexibilidade nas irrigações ou pode-se aguardar a ocorrência de
chuvas.
20

5 CONCLUSÕES

Nas mudas de Eucalyptus urograndis var. I -144 na região de Vilhena/RO, o


gel hidroretentor apresentou ser ineficiente em relação às características de altura,
diâmetro do caule, ramificações e sobrevivência das mudas a campo. Dessa forma,
o gel hidroretentor demostrou ser eficaz apenas para a variável de evaporação, no
qual os tratamentos que foram utilizados o hidrogel houve maior retenção e perda
por evaporação da água no solo.
Recomenda-se fazer novas pesquisas com dosagem diferentes e com
outras metodologias científicas para verificar a veracidade da eficiência do gel
hidroretentor no crescimento e no desenvolvimento das mudas florestais ao longo do
plantio.
21

REFERÊNCIAS

ABEDI-KOUPAI, J.; SOHRAB, F.; SWARBRICK, G. Evaluation of hydrogel


application on soil water retention characteristics. Journal of Plant Nutrition, v. 31,
n. 2, p. 317-331, 2008.

ALMEIDA, A. Q.; ARISTIDES, R.; LEITE, P. L. Relação entre a seca dos ponteiros
do eucalipto e o clima no vale da bacia hidrográfica do rio doce. Engenharia
Ambiental: Pesquisa e Tecnologia. v. 10, n. 1, p. 5-13, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS -


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