C3.Dualidade
C3.Dualidade
C3.Dualidade
Todo o problema de programação linear, a que chamamos primal, tem associado a ele um
correspondente problema, chamado dual; ambos são complementares e relacionados de
forma que a solução óptima de um fornece informações completas sobre o outro.
Maximizar z = c1x1+c2x2+c3x3+...+cmxm
a11 x1 + a12 x 2 + a13 x3 + ... + a1m x m ≤ b1
a 21 x1 + a 22 x 2 + a 23 x3 + ... + a 2 m x m ≤ b2
Sujeito à − − − − − − − − − − − − − − − − − − − − −
a n1 x1 + a n 2 x 2 + a n3 x3 + ... + a nm x m ≤ bn
xi ≥ 0; i = 1, m ; j = 1, n
O problema dual, para os modelos em que o conjunto das restrições tem um único tipo de
desigualdades por exemplo ≥ ou ≤, é construído a partir do primal da seguinte forma:
Regras:
Regra 1. Cada linha do problema primal (restrição), corresponde a uma variável no dual
(coluna);
Regra 2. Os termos independentes das restrições (recursos), passam para coeficientes da
função objectivo no dual;
Regra 3. Se o primal é um problema de maximização, o seu dual será um problema de
minimização e vice- versa;
Regra 4. As variáveis do primal e dual são não negativas.
Exemplo 3.1. Apresentar o problema dual do seguinte problema de maximização de
programação linear.
Max z = x1 + 2x2
x1 + 5 x 2 ≤ 18
2 x1 + x 2 ≤ 15
Sujeito à 5 x1 − 2 x 2 ≤ 20
0 x1 + x 2 ≤ 8
xi ≥ 0
!"
Da representação matricial, pode-se concluir que os coeficientes do problema dual são
formados pela matriz transposta dos coeficientes do problema primal.
Resolução
O problema primal tem 3 restrições, portanto 3 variáveis duais sendo a terceira não
restrita.
3 x1 + 7 x 2 ≥ 40
1x1 − 1x 2 ≥ 18
Sujeito à 5 x1 + 1x 2 ≥ 22
− 5 x1 − 1x 2 ≥ −22
xi ≥ 0
3 y1 + 1 y 2 + 5 y 3+ − 5 y 3− ≤ 4 3 y1 + 1 y 2 + 5 y 3 ≤ 4
+ −
Suj à 7 y1 − 1 y 2 + 1 y − 1 y ≤ 8 ou
3 3 Suj à 7 y1 − 1 y 2 + 1 y 3 ≤ 8
+ −
y i ≥ 0; y ≥ 0; y ≥ 0
3 3 y i ≥ 0; y 3 nao restrito
!#
3.1.2 INTERPRETAÇÃO ECONÓMICA DAS VARIÁVEIS DUAIS
As variáveis duais podem receber uma interpretação económica, que leva ao cálculo da
utilidade marginal (preço de sombra, valor marginal, etc.) dos recursos. Vejamos as
relações das suas soluções através de um exemplo.
Resolução
Problema 1:
Maximizar z = 5x1 + 6x2
1x1 + 2 x 2 ≤ 14
1x1 + 1x 2 ≤ 9
Sujeito à
7 x1 + 4 x 2 ≤ 56
xi ≥ 0
O problema agora é encontrar o valor de cada unidade do recurso. É evidente que a venda
dos recursos deve fornecer um ganho pelo menos igual ao obtido com a utilização deles
na produção.
Sejam
y1 valor do recurso A por unidade;
y2 valor do recurso B por unidade e
y3 valor do recurso C por unidade
!$
Por outro lado, cada um dos produtos pode ser avaliado, levando em conta a utilização
dos recursos por unidade fabricada. Assim, o produto 1 gasta 1 unidade do recurso A, 1
unidade de B e 7 unidades de C, sua avaliação em termos do conteúdo de recurso é:
1y1 + 1y2 + 7y3
É claro que essas avaliações dos produtos não podem ser inferiores as margens unitárias
de lucro fornecidas por cada um. Assim podemos escrever:
Produto1. 1y1+1y2+7y3 ≥ 5
Produto 2. 2y1+1y2+4y3 ≥ 6
Problema 2
Minimizar W = 14y1+9y2+56y3
1 y1 + 1 y 2 + 7 y 3 ≥ 5
Sujeito à 2 y1 + 1 y 2 + 4 y 3 ≥ 6
yi ≥ 0
Portanto, as variáveis duais podem ser interpretadas como avaliações unitárias dos
recursos relativos as contribuições de cada um para a obtenção do lucro total. Isto
significa que, resolvidos os problemas, as variáveis duais indicam as variações que
ocorrem no valor da função objectivo do primal, para variações unitárias nos níveis dos
recursos.
1x1 + 2 x 2 + 1 y1 + 0 y 2 + 0 y 3 = 14
1x1 + 1x 2 + 0 y1 + 1 y 2 + 0 y 3 = 9
Sujeito à
7 x1 + 4 x 2 + 0 y1 + 0 y 2 + 1 y 3 = 56
xi ≥ 0; y i ≥ 0
!
Tabela simplex inicial
Base x1 x2 y1 y2 y3 bi
y1 1 2 1 0 0 14 → (7)
y2 1 1 0 1 0 9 → (9)
y3 7 4 0 0 1
56 → (14)
Z -5 -6 0 0 0 0
a
1 iteração
Base x1 x2 y1 y2 y3 bi
x2 1/2 1 1/2 0 0 7 → l1’=1/2l1
y2 1/2 0 -1/2 1 0 2 → l2’=l2-l1’
y3 5 0 -2 0 1
28→ l3’=l3-4l1’
z -2 0 3 0 0 42→ l4’=l4+6l1’
a
2 Iteração
Base x1 x2 y1 y2 y3 bi
X2 0 1 1 -1 0 5 → l1’=l1-1/2l2’
x1 1 0 -1 2 0 4 → l2’=2l2’
y3 0 0 3 -10 1
8 → l3’=l3-5l2’
Z 0 0 1 4 0 50→ l4’=l4+2l2’
!!
1a Fase (iteração 2)
base y1 y2 y3 x1 x2 a1 a2 bi
y3 0 1/10 1 -1/5 1/10 1/5 –1/10 2/5 →l1’=l1-1/7l2’
y1 1 3/10 0 2/5 -7/10 –2/5 7/10 11/5 →L2’=7/10l2’
W 0 4/5 0 –28/5 –21/5 28/5 21/5 266/5 →L3’=l3+6l2’
Za 0 0 0 0 0 1 1 0 →l4’=l4+10/7l2’
Relação 1. Para quaisquer duas soluções viáveis possíveis do primal e dual, tem-se
Z≤W exemplo z = 42 e w = 266/5.
Relação 3. Os valores das variáveis duais podem ser obtidos da solução do problema
primal, bastando tomar os coeficientes da última linha das variáveis básicas iniciais. Se o
dual é de maximizar, lemos os valores tal como estão, caso contrário lemos com o sinal
oposto, portanto:
!%
Além da aplicação ao estudo de casos na empresa, a dualidade permite-nos entre outros
casos:
1. Já que a resolução dos problemas de minimização pelo método de duas fases, leva
muitas iterações, uma alternativa é usar a dualidade para obter a solução primal.
Resolução
Max Z = 10x1 + 8x2 + 12x3 + 0y1 + 0y2
1x1 + 1x 2 + 2 x3 + 1 y1 + 0 y 2 = 3
Sujeito à 2 x1 + 1x 2 + 1x3 + 0 y1 + 1 y 2 = 2
xi ; y i ≥ 0
!&
2a Iteração
base x1 x2 x3 y1 y2 bi
X3 0 1/3 1 2/3 –1/3 4/3→l1’=l1-1/2l2
x1 1 1/3 0 -1/3 2/3 1/3 →l2’=2/3l2
Z 0 -2/3 0 14/3 8/3 58/3→ l3’=l3+4l2’
Problema 1: Problema 2
Maximizar Z = 5x1 + 6x2 Minimizar W = 14y1+9y2+56y3
1x1 + 2 x 2 ≤ 14
1 y1 + 1 y 2 + 7 y 3 ≥ 5
1x1 + 1x 2 ≤ 9
Sujeito à Sujeito à 2 y1 + 1 y 2 + 4 y 3 ≥ 6
7 x1 + 4 x 2 ≤ 56
yi ≥ 0
xi ≥ 0
Resolução do problema 1.
Maximizar Z = 5x1 + 6x2 +0y1+0y2+0y3
1x1 + 2 x 2 + 1x3 + 0 x 4 + 0 x5 = 14
1x1 + 1x 2 + 0 x3 + 1x 4 + 0 x5 = 9
Sujeito à
7 x1 + 4 x 2 + 0 x3 + 0 x 4 + 1x5 = 56
xi ≥ 0
Tabela simplex inicial
Base x1 x2 x3 x4 x5 bi
x3 1 2 1 0 0 14 → (7)
x4 1 1 0 1 0 9 → (9)
x5 7 4 0 0 1
56 → (14)
Z -5 -6 0 0 0 0
!'
1a iteração
Base x1 x2 x3 x4 x5 bi
x2 1/2 1 1/2 0 0 7 → l1’=1/2l1
x4 1/2 0 -1/2 1 0 2 → l2’=l2-l1’
x5 5 0 -2 0 1
28→ l3’=l3-4l1’
Z -2 0 3 0 0 42→ l4’=l4+6l1’
a
2 Iteração
Base x1 x2 x3 x4 x5 bi
x2 0 1 1 -1 0 5 → l1’=l1-1/2l2’
x1 1 0 -1 2 0 4 → l2’=2l2’
x5 0 0 3 -10 1
8 → l3’=l3-5l2’
Z 0 0 1 4 0 50→ l4’=l4+2l2’
Solução primal: x1= 4; x2 = 5; x3 = 0; x4 = 0; x5 = 8 e Zmax = 50
Solução dual : y1 = 1; y2 = 4; y3 = 0; y4 = 0; y5 = 0; Wmin = 50
Passo 2. Multiplicar o vector resultante pela matriz que aparece sob as variáveis iniciais
na respectiva iteração.
Demonstração da propriedade 1.
Passo 1: No problema 1, anterior na 2a iteração as variáveis básicas são: x2, x1, x5 cujos
coeficientes da função objectivo são (6, 5, 0)
(x2 x1 x5 )
(6 5 0)
Passo 2: A matriz que aparece nessa iteração sob as variáveis básicas iniciais (variáveis
de folga) é:
1 -1 0
-1 2 0
3 - 10 1
!(
Multiplicando o vector linha pela matriz dos coeficientes das variáveis básicas temos:
1 -1 0
(6 5 0 )• -1 2 0 = (1 4 0)
3 - 10 1
Passo 3: Subtraindo o vector resultante aos valores iniciais das variáveis básicas iniciais
obtemos os resultados da terceira linha na iteração final.
Os valores obtidos por esta propriedade são chamados multiplicadores do simplex e são
valores óptimos das variáveis duais. Outros nomes usados são: custos implícitos, custos
de oportunidade ou preços de sombra.
Demonstração da propriedade 2.
x2 1/2 0 0 14 7
x4 = - 1/2 1 0 • 9 = 2
x5 -2 0 1 56 28
x2 1 -1 0 14 5
x1 = -1 2 0 • 9 = 4
x5 3 - 10 1 56 8
!
Demonstração da propriedade 3.
2
a) Os coeficientes originais de x2 na tabela simplex inicial são: 1
4
a
Na 2 iteração, os coeficientes de x2 são obtidos pelo produto:
1 -1 0 2 1
-1 2 0 • 1 = 0
3 - 10 1 4 0
1
b) Os coeficientes originais de x3 na tabela simplex inicial são: 0
0
a
Na 2 iteração, os coeficientes de x3 são obtidos pelo produto:
1 -1 0 1 1
-1 2 0 • 0 = −1
3 - 10 1 0 3
Demonstração da propriedade 4.
x1 → 1 y1 + 1 y 2 + 7 y 3 ≥ 5
x 2 → 2 y1 + 1 y 2 + 4 y3 ≥ 6
%"
Para x1: 1*3 + 1*0 + 7*0 – 5 = -2, logo ∆1 = -2
Para x2: 2*3 + 1*0 + 4*0 – 6 = 0, logo ∆2 = 0
O que confere com os resultados obtidos na resolução do problema. Como ∆1 < 0, isto
significa que a solução ainda não é óptima, x1 deve entrar na base e por outro lado a
solução do dual não é viável, o que nos leva a concluir que:
• O problema primal começa com uma solução viável não óptima que deve ser
optimizada, enquanto que o dual começa com uma solução inviável com valor
superior ao óptimo e continua inviável até que a solução óptima seja atingida.
Até agora, nos problemas de programação linear que consideramos era obrigatório que
todos os elementos do lado direito da tabela simplex fossem positivos. Isto significa que
todas as soluções eram viáveis. Pela propriedade 4, sabemos que as soluções duais são
inviáveis até que a solução óptima seja obtida. No entanto é possível que durante o
processo de solução, venhamos a ter uma solução dual viável, o que significa inviável no
primal.
Dado um problema de minimização para resolvé-lo pelo método Dual - Simplex deve-se
transformar as inequações do tipo ≥ para ≤ , em seguida aplicar as regras 1 e 2 para o
problema de minimização.
Regra 1. Variável que sai: é a variável básica com o valor mais negativo. Se todas as
variáveis básicas tiverem valores positivos, a solução é óptima.
Regra 2. Variável que entra: é escolhida entre as variáveis fora da base, da seguinte
forma:
• Dividir os coeficientes do lado esquerdo da equação z transformada (coeficientes da
função objectivo) pelos correspondentes coeficientes negativos da equação da
c
variável que sai. ij = i ; a ij < 0
a ij
%#
• A variável que entra é a que tem o menor valor entre os quocientes encontrados (para
o problema de minimização) ou o menor valor absoluto (para o problema de
maximização).
Quando, em ambos os casos, não houver coeficientes negativos na linha da variável que
sai da base, o problema não tem solução viável.
1a iteração
Base x1 x2 x3 x4 bi
x2 4/3 1 -1/3 0 2 → l1’=-1/3l1
x4 -5/3 0 2/3 1 -1 → l2’=l2-2l1’
W -2/3 0 -1/3 0 2 → l3’=l3+l1’
(2/5)
2a iteração
Base x1 x2 x3 x4 Bi
x2 0 1 1/5 4/5 6/5 → l1’=l1- 4/3l’2
x1 1 0 -2/5 -3/5 3/5 → l2’=-3/5l2
W 0 0 -3/5 -2/5 12/5→ l3’=l3+2/3l2’
%$
Exemplo 3.6. Resolver o problema de programação linear.
(a) pelo método gráfico (b) pelo método dual - simplex.
x2
4
1 2 3 4 x1
r3
-1
r2
r1
3 x1 + 1x 2 = 3
Resolvendo o sistema das rectas teremos a solução
4 x1 + 3 x 2 = 6
%
b) Resolvendo pelo método dual – simplex, temos:
%!
Exercício 3.2. Considere o seguinte problema de programação linear:
Exercício 3.4. Nos seguintes casos transformar em duais e depois resolver os problemas.
a) Min W = 5y1 + 2y2 b) Min W = 2y1 + 1y2 + 3y3
2 y1 + 3 y 2 ≥ 6 1 y1 + 1 y 2 + 1 y 3 ≥ 100
Sujeito à 2 y1 + 1 y 2 ≥ 7 Sujeito à 2 y1 + 1 y 2 + 0 y3 ≥ 50
yi ≥ 0 yi ≥ 0
%%
Exercício 3.5. Uma empresa de transporte dispõe de dois tipos de camiões que podem
operar em três percursos diferentes. A capacidade semanal de transporte em cada um dos
tipos de camiões e a procura semanal mínima de serviços de carga, expressos em
toneladas estão indicados no quadro seguinte.
Sabendo que os custos de operação de cada camião são 50 e 80 u.m por semana
respectivamente, quantos veículos de cada tipo deve a empresa utilizar nos percursos
indicados, de modo a minimizar os custos. (use o procedimento dual se necessário).
(Resp. Y = (22; 0; 40; 64; 0) com Wmin = 1100 u.m.)
Exercício 3.7. Resolva os seguintes problemas pelo método dual simplex, se necessário
apresente a solução pelo método gráfico. Nota: substituir as equações por duas
inequações.
b) Min W = 2x1+3x2
2 x1 + 1x 2 ≥ 3
suj. à 1x1 + 1x 2 = 2
xi ≥ 0
Respostas:
a) X = (3/4; 1/4 ; 1/6; 0; 0) Wmin = 7/2
b) X = (2; 0; 1; 0; 0) Wmin = 4
%&
3.3 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE EM PROGRAMAÇÃO LINEAR
Exemplo 3.7. Vamos utilizar as tabelas simplex inicial e terminal do problema 3.3
Maximizar Z = 5x1 + 6x2
1x1 + 2 x 2 ≤ 14
1x1 + 1x 2 ≤ 9
Sujeito à
7 x1 + 4 x 2 ≤ 56
xi ≥ 0
Vamos supor que o recurso b1 seja alterado de 14 para 16. Como esta mudança afectará
os valores da solução original.
%'
De acordo com a propriedade 2, os novos valores das variáveis básicas serão:
x2 1 -1 0 16 7
x1 = - 1 2 0 • 9 = 2
x5 3 - 10 1 56 14
Como todos os valores são maiores ou iguais a zero, a solução actual é viável e óptima.
Assim para x1 = 2; x2 = 7 e x5 = 14 temos Z = 5*2 + 6*7 = 52, o que significa que a
variação de b1 de 14 para 16 trouxe um aumento no lucro ∆z = 52 – 50 = +2 u.m.
Como x1 é negativo, esta solução não é viável, logo deve ser procurada uma outra
solução óptima retirando x1 da base.
De um modo geral, pode-se procurar a variação permissível para cada variável nos
recursos sem que a solução se torne inviável.
A maior variação positiva no recurso 1, sem alterar a base é de 4 unidades (d = 4), ou seja
o valor máximo admissível é 14+4 = 18 unidades.
A maior variação negativa no recurso 1, sem alterar a base deve ser de 8/3 ou o valor
mínimo admissível é de 14 – 8/3 = 34/3.
%(
Assim, sem haver alteração na base que forma a solução óptima, a quantidade do recurso
1 pode variar de 34/3 até 18. Com o recurso 2, usando o mesmo raciocínio calcula-se o
intervalo de oscilação. Quanto ao recurso 3, cuja variável de folga tem valor positivo na
solução básica (tabela terminal), a redução máxima admissível é a própria folga (8
unidades) e qualquer aumento não afecta a solução final.
"
∆+ = limite superior – é igual ao menor quociente absoluto entre o novo valor do recurso
na tabela terminal da variável que era básica na tabela inicial (no nosso caso o recurso 1
está associado a x3) e os coeficientes negativos da mesma variável na tabela terminal
(razões negativas).
bi
∆+ = min | raz. neg | = min | |; a ij < 0
a ij
∆- = limite inferior – é igual ao menor quociente absoluto entre os novos recursos
óptimos e os coeficientes positivos da variável associada ao recurso bi (razões positivas).
bi
∆− = min | raz. pos | = min | |; a ij > 0
a ij
Exemplo 3.8. Calcular o intervalo óptimo de oscilação de todos os recursos do exemplo
3.7 anterior.
a) b1 está associado a x3 = 14 na tabela inicial, logo vamos usar a coluna de x3 na tabela
terminal.
4 5 8 8
∆+ = min | raz. neg | = min | | = 4 ↑ . ∆− = min | raz. pos | = min | ; |= ↓ .
-1 1 3 3
O intervalo é: 14 – 8/3 ≤ b1 ≤ 14 + 4 ⇔ 34/3 ≤ b1 ≤ 18
%
Exemplo 3.9. Seja o seguinte problema de programação linear, reportando os lucros
unitários e as horas gastas na produção de um determinado artigo que passa por três
secções:
max imizar z = 16 x1 + 16 x 2 (margem bruta)
4x 1 + 4x 2 ≤ 24 (seccao de corte)
4x 1 + 2x 2 ≤ 18 (seccao de montagem)
sujeito a
2x 1 + 6x 2 ≤ 32 (seccao de acabamento)
xi ≥ 0
onde x1 – representa centenas de peças do tipo A a produzir diariamente;
x2 – representa centenas de peças do tipo B a produzir diariamente.
O quadro óptimo do simplex para este modelo económico matemático é o seguinte
base x1 x2 x3 x4 x5 Recurso
x2 0 1 1/2 -1/3 0 3
x1 1 0 -1/4 1/2 0 3
x5 0 0 -5/2 2 1 8
Z 0 0 4 0 0 96
Resolução
x2 1/2 - 1/3 0 30 9
x1 = - 1/4 1/2 0 • 18 = 3 / 2
x5 - 5/2 2 1 32 −7
base x1 x2 x3 x4 x5 Recurso
x2 0 1 1/2 -1/3 0 9
x1 1 0 -1/4 1/2 0 3/2
x5 0 0 -5/2 2 1 -7
Z 0 0 4 0 0 168
Solução
X = (11/5; 38/5; 14/5; 0; 0) com Zmax = 784/5 e ∆z = 304/5
&"
# # $
% #
Estes coeficientes afectam os multiplicadores do simplex que devem ser alterados antes
de conferir a optimidade do problema.
Exemplo 3.10. Vamos supor que no exemplo 3.7, o coeficiente de x2 tenha sido alterado
de 6 para 4. A nova função objectivo será Z = 5x1 + 4x2 + 0x3 + 0x4 + 0x5 e os
coeficientes que nos interessam são os das variáveis (x2 x1 x5) ou o vector (4 5 0).
1 -1 0
Usando a propriedade 1 temos: (4 5 0 )• -1 2 0 = (− 1 6 0)
3 - 10 1
como ∆3 < 0, isto significa que a solução actual não continua óptima e deve –se introduzir
x3 na base. Para isso o novo valor da função objectivo é calculado tomando em
consideração a nova função objectivo. Z = 5*4 + 4*5 = 40.
1a iteração
Base x1 x2 x3 x4 x5 bi
x2 0 1 0 7/3 -1/3 7/3
x1 1 0 0 -4/3 1/3 20/3
x3 0 0 1 -10/3 1/3 8/3
Z 0 0 0 8/3 1/3 128/3
Como todos ∆i são maiores ou iguais a zero a nova solução é: X = (20/3; 7/3; 8/3; 0; 0)
com Zmax = 128/3. Sendo assim, a variação de c2 de 6 para 4 diminuiu o rendimento em
∆z = z2 – z1 = 128/3 – 50 = - 22/3 u.m.
&#
Observação: Caso as variáveis fora da base não pertençam à solução inicial, que
geralmente é formada pelas variáveis de folga, deve-se aplicar a propriedade 4 para
calcular os multiplicadores do simplex.
% #
O intervalo óptimo de oscilação dos coeficientes da função objectivo pode ser obtido
calculando os limites:
O intervalo é: 6 – 1 ≤ c2 ≤ 6 + 4 ⇔ 5 ≤ c2 ≤ 10
&$
• c5 = 0 ou coeficiente de x5 corresponde a linha 3 na tabela terminal.
4 2
∆+ = min | raz. neg | = min | |= ↑.
- 10 5
1 1
∆− = min | raz. pos | = min | | = ↓ .
3 3
O intervalo é: 0 –1/3 ≤ c5 ≤ 0 + 2/5 ⇔ -1/3 ≤ c5 ≤ 2/5
% #
% # #
As alterações nos coeficientes das variáveis fora da base poderão modificar a solução
óptima, pois a variável alterada poderá vir a se tornar básica. Assim, uma nova
verificação de que o problema está optimizado é necessário e deve ser realizada.
Resolução
a) Tabela inicial simplex
base x1 x2 x3 x4 x5 bi
x4 6 4 1 1 0 24 → (6)
x5 4 8 2 0 1 32 → (4)
Z -4 -6 -1 0 0 0
&
1a iteração
Base x1 x2 x3 x4 x5 bi
x4 4 0 0 1 -1/2 8 →l1’=l1-4l2’
x2 1/2 1 1/4 0 1/8 4 →l2’=1/8l2
Z -1 0 1/2 0 3/4 24→l3’=l3+6l2’
&!
1a iteração: tabela terminal
base x1 x2 x3 x4 x5 bi
x3 8 0 1 2 -1 16→l1’=8l1
x2 -1/2 1 0 -1/4 1/4 2→l2’=l2-1/16l1’
Z 1 0 0 1/2 1/2 28→l3’=l3+1/8l1’
Como todos os multiplicadores simplex são positivos ou iguais a zero já temos a nova
solução óptima. X = (0; 2; 16; 0; 0) com Zmax = 28. Portanto esta variação dos
coeficientes de x3 aumentou o rendimento em 28-26 = +2 u.m.
&
Este caso pode ser considerado como variações simultâneas nos coeficientes da função
objectivo e nos coeficientes do vector actividade correspondente à nova variável, que não
é básica. Pois no problema inicial a nova variável é considerada como se tivesse
coeficientes nulos.
Exemplo 3.13. Analisar o exemplo 3.12, introduzindo agora uma nova variável x4
conforme o modelo apresentado.
Maximizar Z = 4x1 + 6x2 + 1x3 + 3x4
6 x1 + 4 x 2 + 1x3 + 2 x 4 ≤ 24
Sujeito à 4 x1 + 8 x 2 + 2 x3 + 2 x 4 ≤ 32
xi ≥ 0
Resolução
O teste de optimidade da solução, fornece o multiplicador do simplex para x4, tomando os
coeficientes da restrição 4 no problema dual e da tabela final anterior.
Restrição 4: 2x5 + 2x6 ≥ 3
Multiplicadores simplex do problema primal: ∆5 = 1/4; ∆6 = 5/8
Multiplicador simplex para x4 no primal: ∆4 = 2*1/4 + 2*5/8 – 3 = -5/4
O multiplicador de x4 indica que este deve entrar na base e seus coeficientes no último
quadro do problema serão:
1 1 1
-
4 8 2 4
• =
1 3 2 1
−
8 16 8
Base x1 x2 x3 x4 x5 x6 bi
x1 1 0 0 1/4 1/4 -1/8 2→ (8)
x2 0 1 1/4 1/8 -1/8 3/16 3→ (24)
Z 0 0 1/2 -5/4 1/4 5/8 26
&%
1a iteração
base x1 x2 x3 x4 x5 x6 bi
x4 4 0 0 1 1 -1/2 8→ l1’=4l1
x2 -1/2 1 1/4 0 -1/4 1/4 2→ l2’=l2-1/8l1’
Z 5 0 1/2 0 3/2 0 36→L3’=l3+5/4l1’
'
A adição de uma nova restrição pode alterar a viabilidade da solução, se ela não for
redundante. O procedimento para a análise é o seguinte:
Resolução
O novo modelo com a terceira restrição é:
&&
Tabela inicial simplex
base x1 x2 x3 x4 x5 x6 bi
x1* 1 0 0 1/4 -1/8 0 2 →
x2* 0 1 1/4 -1/8 3/16 0 3 →
x6 2 8 1 0 0 1
24→
Z 0 0 1/2 1/4 5/8 0 26
Como x1 e x2 estão na base seus coeficientes na nova restrição devem ser nulos e é por
isso que tomamos as suas posições como pivô.
1a iteração
base x1 x2 x3 x4 x5 x6 bi
x1 1 0 0 1/4 -1/8 0 2 → l1’=l1
x2* 0 1 1/4 -1/8 3/16 0 3 → l2’=l2
x6 0 8 1 -1/2 1/4 1
20→ l3’=l3-2l1’
Z 0 0 1/2 1/4 5/8 0 26→ l4’=l4
a
2 iteração
base x1 x2 x3 x4 x5 x6 bi
x1 1 0 0 1/4 -1/8 0 2 → l1’=l1
x2 0 1 1/4 -1/8 3/16 0 3 → l2’=l2
x6 0 0 -1 1/2 -5/4 1
-4→ l3’=l3-8l2’
Z 0 0 1/2 1/4 5/8 0 26→ l4’=l4
a
3 iteração
base x1 x2 x3 x4 x5 x6 bi
x1 1 0 0 1/4 -1/8 0 2 → l1’=l1
x2 0 1 0 0 1/8 1/4 2 → l2’=l2-1/4l3’
x3 0 0 1 -1/2 5/4 -1
4 → l3’=-l3
Z 0 0 0 1/2 0 1/2 24→ l4’=l4-1/2l3’
&'
3.3.6 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
&(
1 1
c) Verificar o mesmo de (b) para x4 com a variação para .
8 2
(Resp: X = (0; 0; 0; 9) Z3 = 81; ∆z = +38)
)# )$ ) )!
*# # +! #+! " "
*! " +! ,#+! # "
- " #+! +! " "
a) Suponha que os coeficiente técnicos de variável x2, mudarem de (3, 3) para (2, 1),
obtenha a nova solução óptima através da análise de sensibilidade.
(Resp:. X = (0,60,0,0), Zmax = 120, z = 30)
b) Se os termos independentes ou recursos das restrições forem alterados de (120, 60)
para (140, 40), determine a nova solução óptima ( as propriedades para encontrar a
nova solução). (Resp: X = (35, 0,0, 5), Zmax = 105, z = 15)
Referências:
ANDRADE, EL(1998) – Introdução à Pesquisa Operacional – métodos e modelos para a análise de
decisão, 2a edição, editora LTC, RJ, Brasil: cap4;
BARNETT, RA; Michael, RZ (1990) – Finite Mathematics – for business, economics, life science and
social sciences, 5th edition, USA: cap6;
TAHA, HA(1997) – Operations Research – an introduction, 6th edition, Prentice-Hall International, Inc.
USA: cap4.
&