Artigo: Técnicas para o Levantamento de Seio Maxilar
Artigo: Técnicas para o Levantamento de Seio Maxilar
Artigo: Técnicas para o Levantamento de Seio Maxilar
ABSTRACT:
Maxillary sinus lift surgery with bone graft is a procedure that has been performed as an alternative for
bone maintenance in order to enable the installation of implants in patients who do not have enough posterior
maxillary bone for such a procedure. However, this area is delicate for implant placement due to its low density
and low bone availability due to alveolar crest resorptions and maxillary sinus pneumatization. The objective
of this work is to carry out a literature review on the maxillary sinus lift procedure. The methodology used was
a literature review structured in the electronic databases: Lilacs, Pubmed/MedLine, SciELO and Academic
Google, by publications indexed in the period 2016-2021, in full text and in Portuguese and English, on the
characteristics, most used biomaterials, indications, contraindications and possible complications of the ma-
xillary sinus lift procedure, in order to determine if this is a viable procedure in the routine of the dental clinic.
As a result, the maxillary sinus lift was discussed, which is seen as one of the main means for bone gain at the
time of oral rehabilitation. It was concluded that it is extremely important to know the anatomy, patient history,
a good selection of biomaterials and materials used in order to achieve surgical success.
Keywords: Dental implants; Lifting the floor of the maxillary sinus; Bone substitutes.
151
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
INTRODUÇÃO
Com a perda do elemento dental, o processo alveolar sofre uma reabsorção gradativa provocando o estrei-
tamento da largura da crista óssea e como consequência a diminuição da altura. A região posterior da maxila é
uma das áreas que apresenta um alto grau de dificuldade, decorrente das limitações anatômicas e densidade óssea
da região para a instalação de implante, e também devido a reabsorção (ANDRADE, FRANÇA e SILVA; 2006).
Os seios maxilares são espaços aéreos delimitados por estruturas ósseas localizadas no interior da maxila.
Muitas vezes após a extração de um elemento dentário, principalmente por causas patológicas, traumas no
rebordo, entre outros, favorece a atrofia óssea que impossibilita a instalação de implantes dentários no futuro
(TCHEMRA et al., 2021).
De acordo com Machado et al. (2019), a cirurgia de elevação do seio maxilar com enxerto ósseo é um
procedimento muito comum na prática odontológica e tem sido realizada como alternativa de manutenção
óssea visando viabilizar a instalação desses implantes em pacientes que não têm a quantidade óssea maxilar
posterior suficiente para tal procedimento.
A principal indicação para o levantamento de seio maxilar é a melhor condição para a instalação de im-
plantes em regiões posteriores da maxila que apresentam volume ósseo insuficiente, menos de 8 milímetros de
altura e 4 milímetros de largura (TOMBINI, 2007).
Atualmente existe no mercado uma grande diversidade e disponibilidade de substitutos ósseos com a ca-
pacidade de formação óssea em um curto espaço de tempo, entre eles a Fibrina Rica em Plaquetas (PRF) que
possui caráter autólogo, baixo custo e protocolo simplificado (LENZI, 2018).
OBJETIVOS
Objetivo primário
Realizar uma revisão de literatura sobre as técnicas de levantamento de seio maxilar.
Objetivos secundários
• Apresentar as técnicas utilizadas no procedimento de levantamento de seio maxilar;
• Determinar quais as indicações e contraindicações do procedimento;
• Apresentar as possíveis complicações durante e após o procedimento.
REVISÃO DE LITERATURA
De acordo com Peterson (2000) a formação do seio maxilar acontece no período embrionário a partir
da invaginação do meato da cavidade nasal para dentro do osso da maxila, sendo o primeiro dos seios a ser
formado. Após o nascimento, o seio maxilar se expande por pneumatização para o processo alveolar em de-
senvolvimento e se estende anterior e inferiormente da base do crânio, acompanhando o crescimento da maxila
e o desenvolvimento da dentição.
O seio maxilar é o maior seio paranasal, fica localizado no osso maxilar e possui formato de pirâmide.
Suas medidas são variáveis, porém possui, em média, 30 a 40 mm de comprimento, com 15 a 20 mm de largura
e 10 a 15 mm de profundidade, podendo ainda serem classificados em pequenos (com capacidade em torno de
2 cm), médios (8 a 12 cm) ou grandes (cerca de 25 cm) (PIKOS, 1999; FERRAZ, 2013).
152
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
As principais funções do seio maxilar são aquecer o ar, aliviar o peso do complexo craniofacial e fornecer
ressonância à voz, e evoluiu como assistente para o resfriamento das veias intra e extracranianas. O seio maxi-
lar produz muco com lisossomas e imunoglobulinas, e sua membrana de revestimento, denominada membrana
de Schneider, é responsável pela saúde do seio maxilar através da associação dos linfócitos e da imunoglobu-
lina presentes na membrana e na cavidade sinusal (FERRAZ, 2013).
153
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
Para que seja possível a reabilitação da área posterior da maxila é necessário que se tenha uma quantidade
óssea suficiente e a diminuição desse volume ósseo decorre de diversos fatores como traumas ou patologias,
reabsorção devido às extrações e também à pneumatização do seio maxilar (ALMEIDA et al., 2006).
O levantamento de seio maxilar foi primeiramente apresentado por Tatum em 1976. Posteriormente,
em 1988, Wood e Moore incluíram modificações a técnica já idealizada. A cirurgia de levantamento de seio
maxilar tem como principal objetivo aumentar o volume ósseo na região que não apresenta quantidade óssea
suficiente e a qualidade é desfavorável. Hoje, o levantamento de seio maxilar é um recurso muito utilizado para
a reconstrução óssea da região posterior da maxila em pacientes que apresentam contraindicações a instalação
de implantes osseointegráveis (DORO, 2017).
Atualmente dispõe-se de duas técnicas cirúrgicas a Técnica de Abertura da Janela Lateral e a Técnica de
Elevação Atraumática do Seio Maxilar com Osteótomo de Summers, sendo que o que vai definir a escolha da
técnica é a quantidade de osso alveolar remanescente (FERREIRA, 2007; TCHEMRA et al., 2021).
154
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
Fonte: https://www.sorridere.net/tratamentos/cirurgia-oral/sinus-lift-levantamento-seio-maxilar/
O levantamento da membrana é realizado com curetas semelhantes à anatomia do seio maxilar, para uma
posição mais orbital, determinando a cavidade que será preenchida pelo enxerto. Com quantidade e qualidade ós-
seas suficientes para estabilizar o implante, o mesmo pode ser instalado na mesma fase (OMAGARI et al., 2005).
Fonte: https://pt.slideshare.net/adrianacarrazoni/summers-alunos
Almeida et al. (2006) e Doro (2016) descrevem a Técnica de Summers como um método simples onde o
osso não é removido. O principal objetivo dessa técnica é manter a maior quantidade de osso existente na ma-
xila, empurrando a parte óssea próxima a cortical da cavidade que irá elevar o assoalho, o periósteo e a mem-
brana de seio com os osteótomos. A pressão exercida por esses instrumentos permite uma compactação óssea,
formando uma interface mais densa entre o osso e o implante, favorecendo a instalação imediata. Podendo-se
colocar ou não enxerto, ficando essa decisão a critério do cirurgião-dentista.
155
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
Fonte: https://www.implart.com.br/tag/tecnica-de-summers/
A técnica de elevação atraumática é menos invasiva do que a técnica traumática, e portanto, mais pre-
visível, pois promove menos alterações fisiológicas e morfológicas do seio maxilar devido a menor elevação
volumétrica da membrana de Schneider (PAVELSKI et al., 2015).
156
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
157
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
Além dessas complicações pode ocorrer a infecção do seio maxilar, com ou sem perda do implante, for-
mação de fístula buco-sinusal ou ainda uma comunicação, abertura da linha de incisão e ainda, sinusite crônica
no pós-operatório. Cerca de 3% dos procedimentos podem levar à infecção pós cirúrgica, sendo fundamental
uma terapia sistêmica com uso de antibióticos e antiinflamatórios para que se alcance o sucesso, principalmen-
te pelo fato da área ser susceptível a infecções (OMAGARI et al., 2005; CORREA, 2020).
DISCUSSÃO
O levantamento de seio maxilar é um procedimento cirúrgico muito utilizado para que se tenha ganho de
altura óssea, utilizado principalmente na área de implantodontia.
Quanto a anatomia e função do seio, Peterson (2000) relatou que a sua formação acontece no período
embrionário, sendo um dos primeiros seios a ser formado, logo após ele se expande e se estende acompa-
nhando o crescimento maxilar. Pikos (1999) e Ferraz (2013) complementaram citando que ele é o maior seio
paranasal, com medidas variáveis entre 30 a 40 mm de comprimento, com 15 a 20 mm de largura e 10 a 15
mm de profundidade. Ferraz (2013) também citou que as principais funções são aquecer o ar, aliviar o peso do
complexo craniofacial e fornecer ressonância à voz, e evoluiu como assistente para o resfriamento das veias
intra e extracranianas.
Tanto Misch (1988) e Almeida et al. (2006) ressaltaram que a região do seio maxilar é uma região com
perda óssea mais rápida devido à falta de estímulo, e para que seja possível uma reabilitação é necessária que
se tenha uma quantidade óssea suficiente para se garantir a reabilitação.
Segundo Ferreira (2007); Doro (2016) e Tchemra et al. (2021), o levantamento de seio maxilar foi apre-
sentado por Tatum primeiramente, e posteriormente por Wood e Moore. E hoje é o recurso mais utilizado para
a reconstrução óssea da parte posterior da maxila. Ferreira (2007) e Tchemra et al. (2021) citaram as duas
técnicas cirúrgicas, a Técnica de Abertura da Janela Lateral e a Técnica de Elevação Atraumática do Seio
Maxilar com Osteótomo de Summers ressaltando que o que vai definir a escolha da técnica é a quantidade de
osso remanescente.
Tanto Omagari et al. (2005), quanto Andrade et al. (2006) ressaltaram que a Técnica de Abertura da Jane-
la Lateral objetiva aumentar a altura do seio maxilar através do enxerto ósseo, e esse procedimento é indicado
para casos de ossos remanescentes com menos de 5 mm e mais de 2 mm de altura óssea subsinusal. Dinato et
al. (2007) e Mazaro et al. (2013), sugeriram que o tamanho da osteotomia vai depender principalmente da área
protética a ser reabilitada e da presença de dentes adjacentes.
Em relação a Técnica de Elevação Atraumática com Osteótomos ou técnica de Summers, Andrade et al.
(2006) relataram que se utilizava um conjunto de osteótomos para preparar o local de inserção do implante
que é uma técnica menos invasiva e mais conservadora. Pavelski et al. (2015) e Doro (2016) complementaram
descrevendo a técnica como um método simples onde o osso não é removido com o objetivo de manter a maior
quantidade de osso existente na maxila.
Em relação aos biomateriais Correia et al. (2020) especificam que eles devem ser biocompatíveis, fisiolo-
gicamente estáveis, não transportarem doenças, serem reabsorvidos após à regeneração óssea para possibilitar
a osteogênese e a osteocondução. Martins et al. (2010) e Dantas et al. (2011) complementam citando que os
biomateriais podem substituir qualquer tecido, órgão e função, desempenhando funções de osteogênese, os-
teoindução e osteocondução. Martins et al. (2010), ainda ressalvam dizendo que o osso autógeno é o material
ideal. Em contrapartida Santos (2021) relatou que apesar dos enxertos autógenos serem utilizados de forma
padrão, os biomateriais homógenos, heterógenos e os aloplásticos têm sido amplamente estudados como uma
alternativa aos enxertos.
158
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
Segundo Casalechi et al. (2006) e Correia (2020), as situações principais para o levantamento de seio
maxilar, são perda óssea após exodontia, altura óssea inferior a quantidade necessária, atrofia maxilar e qua-
lidade e quantidade óssea insuficiente. E, as contraindicações que dificultam ou impossibilitam são pacientes
portadores de Diabetes Mellitus, irradiados recentemente na região de maxila, ápices de raízes dentárias na
cavidade sinusal, doenças imunodeficientes, doenças do seio maxilar, fumantes, rinites ou sinusites severas,
tumores na dimensão do seio maxilar, doenças periodontais, entre outras.
Para Diniz et al. (2012) as complicações podem levar a perda total do enxerto e do implante, sejam elas
presentes antes, durante ou após a realização da cirurgia. Misch (2000), Baumgartner (2009) e Espíndola
(2019) ainda ressalvam que na presença dessas complicações a cirurgia deve ser adiada até a eliminação dos
sinais e sintomas.
Segundo Misch (2000), Omagari et al. (2005) e Casalechi (2006) a perfuração da membrana sinusal é a
mais comum. Em contrapartida Garcia et al. (2017) relatam que o mais comum é o deslocamento do implante
para dentro do seio maxilar. Omagari et al. (2005) e Correa (2020) ressalvam que 3% dos procedimentos po-
dem levar à infecção pós cirúrgica, sendo fundamental uma terapia sistêmica.
CONCLUSÃO
O levantamento de seio maxilar é hoje uma alternativa de primeira escolha para reabilitação maxilar
quando se tem reabsorção óssea posterior. É um procedimento realizado de forma rotineira, na qual o planeja-
mento toma um papel essencial antes da cirurgia.
É de extrema importância que o profissional tenha conhecimento da anatomia, histórico do paciente, uma
boa seleção dos biomateriais e materiais utilizados para que assim se alcance o sucesso cirúrgico.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L.P.B.; COELHO, A.V.P.; SHINOZAKI, E.B.; CUNHA, V.P.P. Estudo comparativo das técnicas
cirúrgicas de levantamento de seio maxilar em implantodontia: Revisão de literatura. X Encontro Latino
Americano De Iniciação Cientifica E VI Encontro Latino Americano De Pós-Graduação. Paraíba, 2006.
ANDRADE, P.C.; FRANÇA F.M.G.; SILVA, A.C.B.R.; Levantamento Bilateral dos Seios Maxilares com
Colocação Imediata de Implante pela Técnica Traumática da Janela Lateral – Relato de um caso. Mo-
nografia (Especialização) São Leopoldo Mandic, Campinas, SP, 15p, 2006.
CASALECHI, V.L.; CARDOSO, G.R.; PICOSSE, L.R. Levantamento do assoalho do seio maxilar: contor-
nando dificuldades. X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VI Encontro Latino America-
no de Pós-Graduação Universidade do Vale do Paraíba, 2006.
CORREIA, J.M.V. Elevação do Seio Maxilar em Medicina Dentária: Estado da Arte. Instituto Universitário
Egas Muniz, Dissertação de Mestrado, 68 f, 2020.
DANTAS, T. S.; LELIS, É. R.; NAVES, L. Z.; FERNANDES-NETO, A. J.; MAGALHÃES, D. Materiais
de Enxerto Ósseo e suas Aplicações na Odontologia Bone Graft Materials and their Application in Dentistry.
UNOPAR Científica Ciências Biológicas e Da Saúde, v.13, n.2, p.131–136, 2011.
DINIZ, A.G.; SANCHES, H.R.; NORO, G.A.; DINIZ, T.N.G.; SMANIO NETO, H.; BRITO JUNIOR, R.B. Es-
tudo Restrospectivo das cirurgias de elevação de seio maxilar. Rev assoc paul cir dent, v.66, n.1, p.57-62, 2012.
DORO, A.P.V. Técnicas Mais Utilizadas Para Levantamento Do Seio Maxilar: Revisão De Literatura.
Trabalho de Conclusão de Curso Especialização FACSETE. São Paulo, 2016.
159
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
160
CADERNOS DE ODONTOLOGIA DO UNIFESO
v. 5, n.2 (2023) | ISSN 2674-8223
ARTIGO CIENTÍFICO
TCHEMRA, F. G. C.; REZENDE, M.; MORELLI, F. M.; MEDEIROS, S. T. C. B.; DINIZ, A. G. Efetividade
do uso da Fibrina Rica em Plaquetas (PRF) no levantamento de seio maxilar: relato de caso. Research, Society
and Development, v.10, n.1, 2021.
TOMBINI, D; Enxerto ósseo autógeno em seio maxilar é a melhor escolha? Monografia (Pós-Graduação)
Academia de Odontologia do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 67p., 2007.
161