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FISIOLOGIA REPRODUTIVA DE CADELAS E EFEITOS DO USO INADEQUADO

DE FÁRMACOS CONTRACEPTIVOS

Tainá Rodrigues Roque¹; Alessandra Aparecida Medeiros-Ronchi²


¹Graduanda do curso de medicina veterinária da Universidade Federal de
Uberlândia.Email: tainaroque145@gmail.com
²Docente FAMEV – UFU, Uberlândia.

Recebido em: 15/05/2023 – Aprovado em: 15/06/2023 – Publicado em: 30/06/2023


DOI: 10.18677/EnciBio_2023B13

RESUMO
As características do sistema reprodutor de cadelas são únicas entre os animais
domésticos, e incluem ciclos ovarianos com maturação do oócito após a ovulação,
aumento pré-ovulatório da progesterona sérica associado à luteinização pré-
ovulatória dos folículos e anestro obrigatório de inatividade ovariana aparente que
persiste por tempos variados (dois a 10 meses). Estas características contribuem
para o aumento populacional e a utilização de fármacos contraceptivos como meio
de controle populacional de cães e é uma realidade no Brasil. A utilização de
progestágenos sem a orientação de um profissional médico veterinário, pode levar à
aplicação de doses elevadas e em fases inadequadas do ciclo estral, acarretando
efeitos reprodutivos adversos como piometra, mucometra, hiperplasia das glândulas
mamárias, hiperplasia endometrial e abortos. Devido ao preço acessível desses
medicamentos os tutores, muitas vezes optam por fazer o uso deste meio de
controle reprodutivo, ao invés de realizar a castração eletiva. A falta de
esclarecimentos sobre riscos que esses medicamentos podem causar ao seu animal
de estimação contribui para esta prática. Esta revisão tem como objetivo abordar a
aspectos relacionados à fisiologia e endocrinologia reprodutiva na cadela, as
particularidades do ciclo estral canino e os efeitos ocasionadas pelo uso de
progestágenos.
PALAVRAS-CHAVE: canino; progestágenos; patologias reprodutivas.

REPRODUCTIVE PHYSIOLOGY OF FEMALE DOGS AND EFFECTS OF


INAPPROPRIATE USE OF CONTRACEPTIVE DRUGS

ABSTRACT
Characteristics of the female reproductive system are unique among domestic
animals, and include ovarian cycles with oocyte maturation after ovulation,
preovulatory rise in serum progesterone associated with preovulatory luteinization of
follicles, and obligatory anestrus from apparent ovarian inactivity that persists for
varying lengths of time (two to ten months). These characteristics contribute to the
population increase and the use of contraceptive drugs as a means of dog population
control is a reality in Brazil. The use of progestogens without the guidance of a
veterinary professional can lead to the application of high doses and in inappropriate
phases of the estrous cycle, causing adverse reproductive effects such as pyometra,
mucometra, mammary gland hyperplasia, endometrial hyperplasia and abortions.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.20 n.44; p. 172 2023
Due to the affordable price of these drugs, tutors often choose to use this means of
reproductive control, instead of performing elective castration. The lack of clarification
about the risks that these drugs can cause to the pet contributes to this practice. This
review aims to address aspects related to physiology and reproductive endocrinology
in the female dog, the particularities of the canine estrous cycle and the effects
caused by the use of progestogens.
KEYWORDS: canine; progestogens; reproductive diseases.

INTRODUÇÃO
A população de animais de companhia tem crescido significativamente no
mundo todo e, no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), as espécies canina e felina destacam-se por possuir cerca de 52,2 milhões e
22,1 milhões de animais, respectivamente no ano de 2013 (IBGE, 2013). Os fatores
associados ao aumento dessas populações estão relacionados aos cães e gatos
serem animais pluríparos, de curto período gestacional, aproximadamente 60 dias,
com alto número de filhotes por gestação e que iniciam a puberdade precocemente
(BUENO; RÉDUA, 2020; FERNANDES et al., 2020; SILVA et al., 2020; LIMA et al.,
2022). Nesse contexto, é imprescindível que hajam políticas públicas de controle
populacional de forma a diminuir a transmissão de doenças entre animais e a
ocorrência de zoonoses (FERNANDES et al., 2020; LIMA et al., 2022).
Considerando essa problemática do aumento populacional de cães e gatos de
forma descontrolada, muitos tutores optam por realizar meios de controle mais
acessíveis como uso de fármacos contraceptivos, tendo um baixo custo e sendo
encontrados com frequência em casas de ração e lojas que vendem produtos
animais (MOURA et al., 2016; FERNANDES et al., 2020; SILVA et al., 2020; LIMA et
al., 2022). Entretanto, o uso dessas drogas pode acarretar efeitos adversos de
importância na rotina médica veterinária, entre eles piometra, hiperplasia das
glândulas mamárias, do endométrio e abortos (BOCARDO et al., 2008).
Os progestágenos são vendidos em lojas agropecuárias, em sua maioria na
forma injetável, sem a orientação de um profissional médico veterinário, o que
geralmente leva à aplicação de doses elevadas e em fases inadequadas do ciclo
estral, acarretando efeitos colaterais (DALLANORA; FREITAS, 2017; PRADO et al.,
2020).
Sob o ponto de vista de impacto social, sabe-se que são os tutores de menor
poder aquisitivo aqueles que mais frequentemente fazem uso da administração de
progestágenos como método contraceptivo (LIMA et al., 2022). Em um estudo sobre
saúde reprodutiva de cães e gatos, Schmitt et al., (2020) afirmam que dos
entrevistados que possuíam fêmeas, 19% já tinha feito a aplicação de contraceptivos
pelo menos uma vez e desses, 72% sabiam os efeitos colaterais que esses
fármacos produzem.
O estudo da fisiologia da reprodução, juntamente com a interação endócrina
para o controle do ciclo estral, é importante para o adequado manejo reprodutivo e
controle da população canina. Da mesma forma, o estudo dos efeitos de
progestágenos sobre o sistema reprodutor de cadelas pode contribuir para
desestimular o uso de progestágenos e redução dos gastos com medicamentos,
tratamento cirúrgico e outros relacionados às afecções uterinas em cadelas. Esta
revisão teve como objetivo abordar a fisiologia e endocrinologia reprodutiva na
cadela, as particularidades do ciclo estral canino e os efeitos ocasionados pelo uso
inadequado de progestágenos.
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FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO
Ciclo estral da cadela
A espécie canina apresenta características de ciclo estral diferente das outras
espécies domésticas. Na cadela, o ciclo reprodutivo é marcado por quatro fases:
proestro, estro, diestro e anestro (LUZ et al., 2019; OLIVEIRA et al., 2021). Em
média o intervalo entre ciclos estrais é de seis meses, podendo variar de animal
para animal e não sofre influência da sazonalidade (SILVA; LIMA, 2018; OLIVEIRA
et al., 2021).
Dependendo da fase do ciclo estral, a cadela passa por uma variação
hormonal. Os principais hormônios que influenciam o ciclo reprodutivo da fêmea são
hormônio folículo estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), estrogênio (E2) e
progesterona (P4). Nessa espécie, o pico de LH é considerado o primeiro dia do
estro, tendo em vista que ele caracteriza o fim da fase folicular e o início da fase
lútea (ALVES; COVIZZI, 2015).
Em cadelas e gatas as técnicas como citologia vaginal e dosagem de
progesterona são feitas para identificar em qual momento do ciclo estral a fêmea
está (DAVIDSON; STABENFELDT, 2021a).

Puberdade na cadela
A puberdade é o começo da vida reprodutiva do animal, sendo marcada pelo
começo da atividade ovariana nas fêmeas (DAVIDSON; STABENFELDT, 2021a).
Nas cadelas, a puberdade ocorre em média entre os seis a 12 meses de idade, após
dois ou três meses de atingir o peso corporal da idade adulta (ALVES; COVIZZI,
2015). Dessa forma, o tamanho da fêmea influencia diretamente, já que cães de
pequeno porte atingem o peso adulto mais cedo que cães de grande porte (ALVES;
COVIZZI, 2015).
No primeiro cio, as fêmeas apresentam sinais mais discretos, podendo não
ser percebido com facilidade, ou até mesmo ser silencioso e de duração mais curta
e alcança a maturidade reprodutiva após o segundo ou terceiro estro (ALVES;
COVIZZI, 2015; LUZ et al., 2019).

Proestro
Em média o proestro tem duração de sete a nove dias, podendo ter variações
individuais (ALVES; COVIZZI, 2015; LUZ et al., 2019). Durante essa fase, ocorre o
crescimento folicular e o aumento das concentrações séricas de E2. Inicialmente as
concentrações de estrógeno estão acima de 25 pg/mL e pode atingir níveis séricos
maiores que 60 a 70 pg/mL ao final do proestro. Sendo que o pico de estradiol
ocorre nas 24 a 48 horas antes do final do proestro (OLIVEIRA et al., 2003). As
concentrações desse hormônio começam a cair depois de cinco a nove dias que a
secreção sanguinolenta se iniciou. Ao mesmo tempo se observa um aumento na
concentração sérica de progesterona (ALVES; COVIZZI, 2015).
Os sinais clínicos que a cadela apresenta durante essa fase são em
decorrência do aumento de E2, sendo: edema de vulva, secreção sanguinolenta que
ocorre pela diapedese dos eritrócitos e ruptura dos capilares subendoteliais. Nessa
fase as fêmeas atraem o macho, mas ainda não são receptivas à cópula (CRUSCO,
2022).
O aumento da progesterona nas cadelas ocorre em função da maturação
folicular, na qual a camada granulosa dos folículos sofre luteinização por influência
do LH. Durante as 24 a 48 horas antes da onda pré-ovulatória de LH os níveis de
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progesterona aumentam de 0,5 ng/mL para 1 ng/mL No momento da onda pré-
ovulatória 2 – 4 ng/mL (ALVES; COVIZZI, 2015).
Estro
O estro é a fase em que a cadela fica receptiva ao macho. A duração é em
média sete a nove dias, com variações entre três e 21 dias. Nessa fase as
concentrações séricas de E2 começam a diminuir progressivamente e as de P4
aumentam, o que resulta na mudança de comportamento da fêmea e a aceitação
para a monta (OLIVEIRA et al., 2003, ALVES; COVIZZI, 2015). Além disso, essa
mudança hormonal faz um feedback positivo no hipotálamo e na hipófise levando à
secreção de FSH e na onda pré-ovulatória de LH (OLIVEIRA et al., 2003).
A vulva fica mais edemaciada e flácida e o corrimento serosanguinolento
tende a ficar mais esbranquiçado e tende a diminuir (OLIVEIRA et al., 2021;
CRUSCO, 2022). A ovulação irá ocorrer entre 36 a 50 horas após o pico pré-
ovulatório de LH e as concentrações de progesterona nesse momento ficam em 4
ng/mL– 10 ng/mL. Há a emissão do oócito primário, que completa a maturação após
dois a cinco dias no oviduto onde ocorre a primeira divisão meiótica, com a liberação
do segundo corpúsculo polar e formação do oócito secundário (OLIVEIRA et al.,
2003; ALVES; COVIZZI, 2015, OLIVEIRA et al., 2021).
Diestro
O diestro tem duração de aproximadamente 75 dias e é definido como o fim
do estro, no qual a cadela deixa de ficar receptiva à cópula (SILVA; LIMA, 2018). O
edema vulvar e o corrimento vaginal diminuem progressivamente até não estarem
mais presentes. Nessa fase o hormônio predominante é a P4, devido a atividade
luteínica. No início do diestro, as concentrações de P4 estão elevadas, e declinam
ao final do diestro até atingir os valores basais. Os outros hormônios ficam nos
níveis basais (OLIVEIRA et al., 2003; ALVES; COVIZZI, 2015).
Ocorre uma preparação do útero para receber o concepto, mesmo que a
cadela não esteja grávida. A progesterona propicia a hipertrofia do endométrio,
desenvolvimento das glândulas endometriais e aumenta a vascularização do
estroma uterino. A regressão do corpo lúteo (CL) não tem influência das
prostaglandinas (ALVES; COVISSI, 2015).
O declínio da progesterona pode influenciar a síntese de prolactina (hormônio
luteotrófico) e pode levar a pseudogestação em cadelas que não estão gestantes
(DAVIDSON; STABENFELDT, 2021b). Essa alteração hormonal leva ao
desenvolvimento de glândulas mamárias, podendo ter produção de leite e induz o
comportamento materno basais (OLIVEIRA et al., 2003; ALVES; COVIZZI, 2015).
Além disso, o longo período de altas concentrações de progesterona e suas
modificações no endométrio, levam a hiperplasia endometrial cística, que pode
evoluir para piometra, principalmente em animais mais velhos (ALVES; COVIZZI,
2015).
Anestro
Essa é a fase mais longa do ciclo estral da cadela podendo durar de um a
seis meses. Ao início do anestro os hormônios sexuais encontram-se em níveis
basais, com aumento de FSH e E2 ao final do mesmo (SILVA; LIMA, 2018;
OLIVEIRA et al., 2021). Se caracteriza pela involução uterina, reparo endometrial e
não aceitação do macho. Pulsos de LH ocorrem durante todo o anestro, com maior
intensidade ao fim do anestro, sendo ilustrado no figura 1 (OLIVEIRA et al., 2003;
ALVES; COVIZZI, 2015).
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FIGURA 1 – Representação gráfica das concentrações hormonais durante as fases
do ciclo estral em fêmeas caninas.

Fonte: Vicente e Apparício (2015, p. 20).

CITOLOGIA VAGINAL
A citologia vaginal em cadelas é um método diagnóstico que permite avaliar
em que fase do ciclo estral a fêmea se encontra, bem como reconhecer algumas
patologias do sistema reprodutor feminino (KUSTRITZ, 2021). Ao corte histológico o
epitélio vaginal é classificado como estratificado pavimentoso e é sensível ao E2,
levando às alterações epiteliais específicas de cada fase do ciclo estral e
aparecimento de tipos celulares diferentes (OLIVEIRA et al., 2003).
As células do epitélio vaginal são classificadas em: basais, parabasais,
intermediárias e superficiais ou células anucleadas (OLIVEIRA et al., 2003). As
células basais são as precursoras das demais células do epitélio vaginal, são
pequenas e de núcleo arredondado, com uma relação núcleo-citoplasma alta. É raro
encontrar esse tipo celular na citologia vaginal (CAMUS et al., 2020). As células
parabasais são pequenas, arredondadas, com um grande núcleo vesiculado e
possui pouco citoplasma (CAMUS et al., 2020; KUSTRITZ, 2021). As células
intermediárias são superficiais a células parabasais, sendo maiores que as mesmas,
além disso apresentam mais citoplasma (KUSTRITZ, 2021). As células superficiais
se formam por ação dos altos níveis de concentração sérica de estrogênio, que
induz as células parabasais a se dividirem (KUSTRITZ, 2021). Elas são as maiores
células observadas na citologia vaginal, possuem grande quantidade de citoplasma
que é angular, plano, pontiagudo e dobrado. Além disso, o núcleo é picnótico ou
pode não estar presente. Podem ser chamadas de células queratinizadas ou
cornificadas (CAMUS et al., 2020; KUSTRITZ, 2021).
Podem ser encontrados também outros tipos celulares na citologia vaginal
como células do metaestro - células não cornificadas com neutrófilos no citoplasma
(CAMUS et al., 2020). Além disso, podem ser encontrados também neutrófilos,
hemácias e bactérias (KUSTRITZ, 2021). Em fêmeas que acasalaram recentemente
é comum ver a presença de espermatozoides (CAMUS et al., 2020).

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Fases do ciclo estral e tipos celulares predominantes na citologia vaginal de
cadelas
Proestro
Na fase inicial do proestro é possível observar a presença de hemácias,
células parabasais, intermediárias grandes e pequenas, superficiais e neutrófilos. Ao
fundo pode haver a presença de um muco corado basofilicamente (CAMUS et al.,
2020) Na figura 2 é possível observar uma citologia vaginal do início do proestro.

FIGURA 2- Citologia Vaginal de uma


cadela no início do proestro (coloração
de Wright, 400x).

Fonte: Sharkey et al., (2021, p. 553).


No momento intermediário do proestro o número de células basais e
parabasais diminuem e são substituídas por células superficiais nucleadas e
anucleadas, não há a presença de neutrófilos e pode haver ou não hemácias, como
apresentado na figura 3 (CAMUS et al., 2020; KUSTRITZ, 2021).

FIGURA 3 - Citologia vaginal do meio do proestro. (coloração de Wright, 400x).

Fonte: Sharkey et al.(2021, p. 553).


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Bactérias, em diferentes quantidades, podem ser encontradas no fundo da
lâmina. Ao final do proestro 80% das células são superficiais, não tem a presença de
neutrófilos, pode ou não ter eritrócitos e o fundo da lâmina é claro. Essa
característica citológica é igual a encontrada no estro, sendo impossível diferenciar
ambas as fases (CAMUS et al., 2020).
Estro
Durante o estro ocorre predominância de células superficiais (Figura 4),
chegando a ser mais de 80% das células presentes na lâmina (CAMUS et al., 2020).
FIGURA 4 - Citologia vaginal de uma
cadela no estro. (coloração de Wright,
400x).

Fonte: Sharkey et al. (2021, p. 553).


Podem ter núcleo picnótico ou serem anucleadas (> 50%) e os neutrófilos
estão ausentes nessa fase (MACNEILL, 2017; KUSTRITZ, 2021). A queratinização
total das mesmas ocorre entre seis dias antes a três dias depois do pico de LH.
Dessa forma, como a ovulação ocorre de um a dois dias após o pico de LH, a
citologia vaginal não é base para a previsão exata da ovulação (CAMUS et al.,
2020).
Diestro
Nas primeiras 24 – 48 horas do início do diestro ocorre a diminuição drástica
do número de células epiteliais, com um aumento de células parabasais e
intermediárias. Além disso, pode ter a presença de neutrófilos e ocasionalmente de
células do metaestro, como ilustrado na figura 5 (KUSTRITZ, 2021).
FIGURA 5- Citologia vaginal de uma
cadela no diestro (coloração de Wright,
400x).

Fonte: Sharkey et al. (2021, p. 554).


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Segundo Macneill (2017), ao final do diestro o número de células parabasais
e os neutrófilos diminuem e há predominância de células intermediárias, podendo
haver também, hemácias, linfócitos e eosinófilos, porém esses últimos são raros.
Vale ressaltar que as características citológicas vistas no início do proestro e diestro
são parecidas, sendo mais difícil diferenciar esses estágios (CAMUS et al., 2020).

Anestro
Nessa fase do ciclo estral são encontradas células parabasais, intermediárias
pequenas e neutrófilos (MACNEILL, 2017; ZOPPEI et al, 2019). Bactérias podem ser
observadas em pouca quantidade, e quando presentes, em geral fazem parte da
microbiota natural do epitélio vaginal (CAMUS et al., 2020). A figura 6 mostra uma
citologia vaginal na fase do anestro.

FIGURA 6 - Citologia vaginal de uma


cadela no anestro (coloração de Wright,
400x).

Fonte: Sharkey et al. (2021, p. 554).

CITOLOGIA UTERINA
O uso da citologia vaginal não é comum para espécies caninas, mas esta
pode ser feita através de imprints na mucosa do órgão ou coletadas via endoscopia
(MACNEILL, 2017). Segundo Krimer e Miller (2021) a citologia pode ser usada como
exame para saber a saúde reprodutiva da fêmea, já que pode ser avaliada a
infecção uterina através da citologia. Essa técnica foi empregada em cadelas para o
estudo das caraterísticas morfológicas das células do endométrio normal e com
patologias (PRADERIO et al., 2019). Nas cadelas, as células epiteliais são cuboides
no proestro e estro e colunar no diestro e anestro. O epitélio luminal e glandular não
são diferenciados na citologia, o citoplasma é pálido e é raro ter glóbulos de mucina
(KRIMER; MILLER, 2021).
Além das células endometriais, outros tipos celulares podem ser encontrados
na citologia vaginal de acordo com a fase do ciclo estral que a cadela se encontra.
No estro e proestro podem ser observados alguns neutrófilos e raros linfócitos
(MACNEILL, 2017). No final do diestro e início do anestro há vacuolização do
citoplasma das células epiteliais e picnose (MACNEILL, 2017; KRIMER; MILLER,

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2021). Durante o fim do anestro, as células epitelias já não estão mais degeneradas
e tem a presença de macrófagos, linfócitos e plasmócitos (MACNEILL, 2017).
Da mesma forma que na citologia vaginal, podem ser encontradas bactérias,
sendo estas mais visualizadas durante o proestro, estro e ao final do anestro
(KRIMER; MILLER, 2021).

HISTOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR


Assim como ocorre com o epitélio vaginal, de acordo com a fase do ciclo
estral em que a fêmea se encontra, é possível observar mudanças histológicas no
ovário e útero. Essas mudanças são decorrentes dos efeitos dos hormônios sexuais.

Ovário
O ovário é um órgão que realiza a função exócrina (formação de óvulos) e
endócrina (secreção de hormônios ovarianos). Histologicamente, é dividido em
córtex, região mais periférica, e medula, região mais central. Possui um revestimento
de epitélio cuboide superficial e abaixo deste está a túnica albugínea, uma camada
de tecido espessa de tecido conjuntivo (ZOPPEI et al., 2019). No córtex estão
presentes folículos em diferentes estágios de desenvolvimento, corpos lúteos e o
estroma cortical (LIEBICH, 2019). Nas cadelas e gatas essa última estrutura contém
glândulas intersticiais, que são cordões de células epitelioides derivadas de células
da granulosa e da teca interna dos folículos antrais que entraram em atresia
(BACHA JUNIOR; BACHA, 2003).
A medula é formada por tecido conjuntivo frouxo com predominância de fibras
elásticas e reticulares, sendo contínuos ao ligamento do mesovário. Possui vasos
sanguíneos de grande extensão, nervos, vasos linfáticos e cordões celulares
chamados retia ovarii, que são estruturas embrionárias remanescentes revestidos
por epitélio cuboide (BANKS, 1991).
No proesto é possível perceber a presença de vários folículos entrais em
desenvolvimento, com células da granulosa revestindo seu interior. Pode haver
também a presença de CLs atrésicos provenientes do ciclo anterior. No estro, os
ovários apresentam de dois a três folículos terciários cada, com células na granulosa
se projetando para dentro do espaço antral, formando dobras e ficando mais
visíveis. Ao fim do estro é observado a formação precoce do CL. Já no início do
diestro são observados CLs com suas células em divisão ativa com citoplasma
eosinofílico e homogêneo. Ao final do diestro as células lúteas se tornam
vacuolizadas. No anestro os CLs ficam pequenos e com a superfície irregular e as
células lúteas apresentam grandes vacúolos no citoplasma. No fim do anestro pode
ser observado que os CLs contêm deposição lipofuscina e há a presença de
folículos primários e secundários (REHM et al., 2007; CHANDRA; ADLER, 2008).

Útero
O útero é o órgão em que ocorre a fixação e desenvolvimento do concepto,
além disso ele realiza contrações que são indispensáveis para o transporte
espermático. É formado por cérvix, corpo e cornos uterinos. Histologicamente, a
parede do útero é dividida em três porções: endométrio, miométrio e perimétrio
(BANKS, 1991).
O endométrio é dividido em zona basal e zona funcional, sendo que esta
última é revestida por epitélio colunar simples e a porção subendotelial é revestida
por tecido conjuntivo frouxo, sendo altamente vascularizado com presença de
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mastócitos, macrófagos, fibrócitos, neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e plasmócitos.
(PRIEDKALNS; LEISER, 2012). De entremeio a lâmina própria há a presença de
glândulas endometriais ramificadas e simples (BACHA JUNIOR; BACHA, 2003).
O miométrio é formado por duas camadas de músculo liso. Uma camada
circular, espessa, que é interna e outra longitudinal fina mais externa que é contínua
ao mesométrio. Em entremeio a essas duas camadas, se observa o extrato vascular
(BANKS, 1991; BACHA JUNIOR; BACHA, 2003). O estrato vascular é composto por
veias, artérias, vasos linfáticos e fibras nervosas que vão até o endométrio
(LIEBICH, 2019). O perimétrio é constituído de tecido conjuntivo frouxo que é
revestido pelo mesotélio peritoneal, células musculares lisas, vasos linfáticos,
sanguíneos e nervos (PRIEDKALNS; LEISER, 2012).
Ao corte histológico do útero durante o proestro o epitélio endometrial de
revestimento é mais espesso que no anestro, com coloração eosinofílica e pode ter
extravasamento de hemácias para o lúmen uterino. As células do miométrio são
eosinofílicas e hipertrofiadas. No estro as células epiteliais ficam aumentadas de
volume, há o aumento do colágeno estromal, aumento de glândulas secretoras
maduras e o músculo liso do miométrio ainda está hipertrofiando. Na fase inicial do
diestro o endométrio e miométrio atingem a maior espessura e ao final o epitélio
diminui de tamanho, ficando mais fino, há perda do colágeno estromal. Por fim, no
anestro, o endométrio e miométrio são atróficos, com citoplasma reduzido (REHM et
al., 2007; CHANDRA; ADLER, 2008).

USO DE HORMÔNIOS CONTRACEPTIVOS EM CADELAS


As cadelas possuem características reprodutivas de serem pluríparas,
atingem a maturidade sexual cedo e têm gestação rápida, fatores estes que
associados a irresponsabilidade de tutores levam ao aumento da população canina
(BUENO; RÉDUA, 2020; FERNADES et al., 2020). Dessa forma, meios como a
esterilização cirúrgica e aplicação de hormônios contraceptivos são usados a fim de
diminuir a superpopulação.
Os hormônios contraceptivos mais utilizados para a supressão do estro são
sintéticos análogos a progesterona, sendo conhecidos como progestágenos, com
ênfase no megestrol, na medroxiprogesterona e a proligestona (FERNADES et al.,
2020). Esses fármacos agem no eixo hipotalâmico-hipofisário e modulam a
secreção de GnRH, reduzindo a liberação de LH e FSH e assim suprimindo o
crescimento folicular e ovulação (BUENO; RÉDUA, 2020; FERNADES et al., 2020).
Os progestágenos, se usados de forma indiscriminada, levam à efeitos
adversos por vezes irreversíveis. Porém devido ao fácil acesso e baixo custo ele é
muito utilizado por tutores no Brasil (MOURA et al., 2016).
Em um estudo sócio-epidemiológico, realizado por Lima et al. (2022), 22%
dos entrevistados já haviam feito uso de inibidores de estro, sendo que
90%relataram que conheciam outras pessoas que já haviam feito uso desse
fármaco. Lima et al., (2022) ainda destacaram que o grau de escolaridade e a renda
influenciaram na utilização de progestágenos, sendo que o grupo que utilizou
anticoncepcionais tinha uma proporção maior de pessoas com baixa escolaridade e
renda inferior a um salário mínimo.
No Distrito Federal, Bueno e Rédua (2020), relataram que mais de 49% dos
participantes do estudo não sabiam dos efeitos adversos associados ao uso de
progestágenos. Já no estudo realizado por Lima et al., (2022), 26,2% não
conheciam os efeitos adversos.
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Quanto à venda de inibidores de estro, Prado et al., (2020) verificaram que no
interior do estado de São Paulo, 90% dos estabelecimentos veterinários vendiam
esse tipo de fármaco e 97,5% não se baseava no peso do animal para determinar a
dose. Esta forma de comercialização de progestágenos pode acarretar alterações
em cadelas, principalmente no que diz respeito às patologias do sistema reprodutor.
Além disso, 16% dos estabelecimentos não alertavam os tutores sobre os efeitos
que o uso desses medicamentos poderiam acarretar.
É importante ressaltar que a recomendação para utilização de progestágenos
é que os mesmos devem ser utilizados em fêmeas na fase adulta de anestro. Dessa
forma, o médico veterinário precisa ser consultado para fazer a avaliação do ciclo
estral (BUENO; RÉDUA, 2020) antes da utilização dos progestágenos. Porém, essa
não é a realidade no Brasil, sendo que a maioria da população faz a aplicação nas
fases de proestro e estro ou mesmo na fêmea gestante, o que leva ao agravamento
dos efeitos colaterais (PRADO et al., 2020).
Os efeitos adversos incluem êmese, diarreia, letargia (OLIVEIRA et al., 2003).
Segundo Kutzler e Wood (2006) a piometra foi o principal efeito colateral observado
em cadelas após o uso de acetato de megestrol. Outros efeitos como hiperplasia
mamária, aumento do apetite com ganho de peso, inquietação, neoplasias mamárias
e diabetes mellitus também foram relatados. Além disso, pode ser observado
também acromegalia, supressão da adrenal e alterações na derme (MONTEIRO et
al., 2009). Quando utilizados no período gestacional, prolonga a gestação levando a
morte fetal, distocias e maceração fetal (PRADO et al., 2020). No que tange aos
efeitos colaterais no sistema reprodutor, Vasetska e Mass (2017) relataram a
ocorrência de hiperplasia endometrial, endometrite, metrite, piometra, hidrometra e
ovários policísticos, podendo ter a ocorrência de patologias mistas (ovários
policísticos e piometra). Das patologias citadas, hiperplasia endometrial cística e
piometra foram as mais observadas em cadelas.
Em estudo realizado por Souza Junior et al. (2018), as alterações patológicas
encontradas foram hiperplasia mamária, neoplasia mamária, piometra, e feto
macerado e em comparação com as gatas, a cadelas tiveram maior incidência de
piometra. Sala et al., (2021) observaram que no exame físico de cadelas que fizeram
uma única aplicação de progestágeno, 60% apresentavam hiperplasia mamária. No
exame histológico do útero 90% das cadelas apresentaram alterações
microscópicas de hiperplasia endometrial cística e, dessas, 27,7% apresentaram
secreção purulenta no útero, caracterizando assim piometra. Oliveira et al., (2021)
avaliaram o útero de cadelas submetidas a castração eletiva, sendo que 12,3%
usaram anticoncepcional ao menos uma vez e, dessas, 100% apresentaram alguma
alteração uterina ou ovariana de hiperplasia endometrial cística, ovários policísticos
ou hiperplasia endometrial cística associada à cistos foliculares.

CONCLUSÃO
A cadela possui uma fisiologia da reprodução particular em relação as outras
espécies, o que contribui para superpopulação canina. A utilização de
progestágenos a fim de inibir a manifestação do estro pode levar à doenças no
sistema reprodutor. Porém, a maioria das pesquisas realizadas sobre o uso de
drogas para controle populacional ocorrem no âmbito epidemiológico, sendo
necessários mais estudos que façam uma correlação direta com uso de
progestágenos e alterações uterinas e ovarianas.

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A instituição da terapia hormonal como método contraceptivo deve ser
conduzida por quem tenha conhecimento da fisiologia endócrina reprodutiva da
cadela. Vale ressaltar a importância do médico veterinário como disseminador de
informação, alertando os tutores sobre os efeitos colaterais do uso inadequado de
progestágenos em cadelas.

AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pelo financiamento de pesquisa e
bolsa de iniciação cientifica.

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