Secundário

Filosofia

Racionalismo Cartesiano

Gautier de Oliveira

Outubro /2023
 1 Introdução

Questão de partida
Como se posiciona Descartes em relação aos
problemas da possibilidade e da origem do
conhecimento?

Aprendizagens Essenciais
Descartes, a resposta racionalista.

A dúvida metódica.

O cogito (a priori).

A clareza e a distinção das ideias como critério de

verdade.

O papel da existência de Deus.

 2 Atividades

Introdução Atividade 2
No decorrer deste guião, vais iniciar-te no estudo de René Descartes
(1596-1650).

Em conformidade, realizarás uma série de tarefas, das mais simples para

as mais complexas, em obediência a uma das regras que se enquadram
perfeitamente no espírito cartesiano.

Atividade 1 2. Lê o seguinte texto:

1. Começamos por uma citação em francês. “Fui instruído nas letras desde a infância, e por me haver convencido de
“Le bon sens est la chose du monde la mieux partagée: car chacun que, por intermédio delas, poder-se-ia adquirir um conhecimento claro e
pense en être si bien pourvu, que ceux même qui sont les plus di ciles à seguro de tudo o que é útil à vida, sentia extraordinário desejo de
contenter en toute autre chose, n'ont point coutume aprendê-las. Porém, assim que terminei esses estudos, ao cabo do qual
costuma-se ser recebido na classe dos eruditos, mudei totalmente de
d'en désirer plus qu'ils en ont.”
opinião.Pois me encontrava embaraçado com tantas dúvidas e erros
que me parecia não haver conseguido outro proveito, procurando
1.1 Identi ca a obra, o ano em que foi publicada e o autor. instruir-me, senão o de ter descoberto cada vez mais a minha
1.2 Traduz a a rmação para português. ignorância.”

1.3 A obra em questão encerra uma dupla singularidade. Explicita-a. 2.1 Qual é o assunto abordado por Descartes neste excerto?

1.4 Esclarece o sentido da a rmação. Esconderá a mesma alguma 2.2 Descartes faz uma primeira con ssão. Identi ca-a.
mensagem subliminar? 2.3 Na realidade, o que buscava Descartes?

2.4 Encontras algum paralelo com outro lósofo, anterior a ele? Em que
medida?

fi
fi
fi
fi
fi
fi
ffi
 2 Atividades

Atividade 3
3. Lê o seguinte texto:

“Aqui está por que, apenas a idade me possibilitou sair da

submissão aos meus precetores, abandonei totalmente o estudo

das letras. E, decidindo-me a não mais procurar outra ciência além

daquela que poderia encontrar em mim mesmo, ou então no

grande livro do mundo, aproveitei o resto da minha juventude

Atividade 4
para viajar, para ver cortes e exércitos, para frequentar pessoas

de diferentes humores e condições, para fazer variadas 4. Lê o seguinte texto:

experiências, para me pôr a mim mesmo à prova nos reencontros “Porém, após dedicar-me por alguns anos em estudar assim no

que o destino me propunha e, por toda parte, para re etir a livro do mundo, e em procurar adquirir alguma experiência, tomei

respeito das coisas que se me apresentavam, a m de que eu pudesse um dia a decisão de estudar também a mim próprio e de empregar

tirar algum proveito delas.” todas as forças de meu espírito na escolha dos caminhos que iria

seguir. Isso, a meu ver, trouxe-me muito melhor resultado do que

3.1 Descartes, desencantado com as “letras”, toma uma decisão. Qual? se nunca tivesse me distanciado de meu país e de meus livros.”

3.2 Identi ca a expressão que melhor simboliza o objeto ou o local da

sua procura. Explicita-a. 4.1 Identi ca a expressão central, com maior simbolismo, neste excerto.
3.3 Indica o conceito losó co que traduz o contacto com essa nova 4.2 No fundo, que decisão tomou o lósofo?
realidade na vida de Descartes. Sabes dizer a que conceito, também
4.3 Qual era o objetivo nal de Descartes?
losó co, se opõe?
4. 4 E para atingir esse objetivo, a que fonte pretende recorrer?
fi

fi
fi
fi
fi
fi
fi
fi
fi
fl
 2 Atividades

Atividade 6
Atividade 5
6. Lê o seguinte texto:
5. Lê o seguinte texto:
“Procurando, no entanto, um suporte metafísico para o seu sistema,
parte de uma posição de ceticismo em que põe em causa a abilidade
“Opondo-se veementemente à tradição escolástica de in uência dos sentidos e considera como ilusório o mundo sensível; chega
aristotélica, Descartes, sob inspiração do rigor demonstrativo das mesmo a considerar a possibilidade da inexistência de Deus,
deduções matemáticas, foi movido pela preocupação de encontrar um substituindo-o por um «génio maligno» cuja astúcia o poderia induzir
fundamento absoluto e irrefutável para as ciências, que pudesse em erro até nas verdades mais seguras das ciências dedutivas (dúvida
simultaneamente servir-lhes de princípio uni cador, na tentativa de criar hiperbólica). No entanto, é este mesmo processo que o conduz à
um sistema universal do saber. Com esse objetivo, procede à veri cação de uma evidência que admite incontestável -até ao duvidar,
articulação das regras a que deve obedecer o método «para bem a consciência tem de existir -, formulada na célebre asserção «Penso,
encaminhar a razão e procurar a verdade nas ciências»” logo existo>.O vigor com que tal constatação se apresenta na
René Descartes in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, consciência serve-lhe como primeiro critério de verdade, levando-o a
2003-2021. [consult. 2021-01-27 10:56:26]. Disponível na Internet: propor que, «regra geral, todas as coisas que sejam concebidas de
https://www.infopedia.pt/$rene-descartes forma tão clara e tão distinta serão igualmente verdadeiras».

5.1 O que é isso da “tradição escolástica de in uência aristotélica” a René Descartes in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora,
que Descartes se opôs? 2003-2021. [consult. 2021-01-27 10:56:26]. Disponível na Internet:

5.2 Em que se inspira Descartes para “encontrar um fundamento https://www.infopedia.pt/$rene-descartes

absoluto e irrefutável para as ciências”? 6.1 Descartes pode ser considerado “um cético metódico”.

5.3 Descartes estabelece um método “para bem encaminhar a razão e Fundamenta a tua resposta.

procurar a verdade nas ciências”. Com base numa pesquisa, identi ca 6.2 Esclarece o papel do “génio maligno” no processo da dúvida
esse método, bem como as regras que o compõem. metódica de Descartes.

5.4 O método permite chegar a proposições com dois predicados... 6.3 Depois de tanto duvidar, Descartes chega a uma certeza, o
“cogito”. Diz o que é o Cogito e explica a sua importância.
fi
fi
fl
fi
fl
fi
 2 Atividades

Atividade 7
Atividade 8
7. Lê o seguinte texto:

“Encontrada na a rmação da substancialidade do eu pensante («res 8. Lê o seguinte texto:

cogitans») uma base su cientemente rme para o seu sistema, falta a “Portanto, a ideia de ser perfeito só pode estar presente na consciência
Descartes, no entanto, ultrapassar o puro solipsismo que dela advém. enquanto ideia inata, por ação direta de Deus que, consequentemente,
Para o realizar, apoia-se na análise dos conteúdos da consciência tem de existir e, devido à sua perfeição, não deverá ser fonte de
pensante e, em particular, na constatação da presença nesta da ideia qualquer malícia, pelo que se pode, nalmente, afastar a hipótese do
de um ser perfeito. Admitindo que as ideias podem ter três origens - os «génio maligno» e pôr de parte o ceticismo inicial. A prova da existência
sentidos, a própria consciência ou uma instância superior -, conclui que de Deus reveste-se, portanto, de uma dupla função: como garantia da
a ideia de um ser perfeito não pode surgir dos sentidos, pois estes não realidade do mundo sensível e da validade objetiva do conhecimento.”
podem dar origem a nada com maior realidade objetiva.”

René Descartes in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora,

René Descartes in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2021. [consult. 2021-01-27 10:56:26]. Disponível na Internet:
2003-2021. [consult. 2021-01-27 10:56:26]. Disponível na Internet:
https://www.infopedia.pt/$rene-descartes
https://www.infopedia.pt/$rene-descartes

7.1 O que é o “solipsismo”, e que solução encontrou Descartes para o

8.1 Como afasta Descartes a hipótese do “génio maligno” ou “Deus
superar?
enganador”?
7.2 Descartes distingue as ideias consoante a origem das mesmas.
8.2 No sistema cartesiano, Deus consubstancia a segunda verdade.
Identi ca essas origens de acordo com o texto.
Esclarece a sua dupla funcionalidade.
7.3 Desenvolve uma pesquisa no sentido de saber que nomes atribui
8.3 Descartes formulou várias provas da existência de Deus. Explora o
Descartes a essas ideias. Dá exemplos.
denominado “argumento da marca”.
fi
fi
fi
fi
fi
 2 Atividades

Atividade 9
9. Lê o seguinte texto:
Atividade 10
“Do encontro da substancialidade do eu pensante deriva o dualismo
10. Observa a seguinte imagem:
ontológico de Descartes, que separa radicalmente a «res cogitans»
(substância espiritual e livre) da «res extensa» (substância material,
mecanicamente determinada por Deus). Esta última, caracterizada pela
extensão e pelo movimento, torna-se passível de conhecimento
quantitativo, i. é, de uma abordagem matemática, relegando para o
domínio da pura fantasia a física de tradição aristotélica, centrada em
conceitos de ordem qualitativa e num esquema explicativo baseado na
causalidade nal.”

René Descartes in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora,

2003-2021. [consult. 2021-01-27 10:56:26]. Disponível na Internet:
https://www.infopedia.pt/$rene-descartes

9.1 De que se trata o “dualismo ontológico” de Descartes?

10.1 Identi ca o autor, a obra e o ano de publicação.
9.2 De que forma rompe Descartes com “a física da tradição
10.2 Refere aquele que, na opinião do autor, foi o erro de Descartes.
aristotélica”?
Explicita.
9.3 Aqui chegados, pode-se dizer que a terceira verdade, ideia inata,
10.3 Em contrapartida, Maria de Jesus Fonseca, numa análise crítica,
clara e distinta, o terceiro pilar ou fundamento do sistema cartesiano é?
refere o “erro de Damásio”. Esclarece o sentido desta observação.
9.4 Como responderias, agora, à questão que coloquei no início deste
guião de aprendizagem: como se posiciona Descartes em relação aos
problemas da possibilidade e da origem do conhecimento?

fi
fi
 2 Atividades

Atividade 12
Atividade 11
Redige, em 5 línguas diferentes, a afamada frase de Descartes,
Com base nas 5 pistas que a seguir se apresentam, constrói um “penso, logo existo”.
texto coerente e fundamentado:

Atividade 13
Quase a terminar, uma estória sobre Descartes.

Atividade 14
Elabora um esquema síntese da Filoso a de Descartes, no
“cmaptools”, ou noutra aplicação, utilizando o mínimo de conceitos
nucleares possível.

Atividade 15
Por m, veste a pele de Descartes, e grava um registo áudio através
do qual deixes uma mensagem de esperança para a humanidade,
inspirada no pensamento deste lósofo: “Eu, Descartes....”

fi
fi
fi
 3 René Descartes (1596-1650)

Viver sem losofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir.

A loso a é como uma árvore onde a metafísica são as raízes, a física é o tronco e as outras ciências são os galhos.

A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados.

É propriamente não valer nada não ser útil a ninguém.

Não basta termos um bom espírito, o mais importante é aplicá-lo bem.

Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.

Daria tudo que sei pela metade do que ignoro.

https://www.pensador.com/autor/rene_descartes/5/
fi
fi
fi
3 Atividades

Início a 24/26 outubro

- resolução das atividades 1, 2 e 3.

- resolução das atividades 4, 5 e 6.

- resolução das atividades 7, 8 e 9

- resolução das atividades 10, 11 e 12.
- resolução das atividades 13, 14 e 15.

N.B. Todas as respostas devem ser entregues, até ao nal do mês de novembro.
fi