AV1_ENSINO1_2.Anna, Lígia e Maria Aparecida.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO
ENSINO DE HISTÓRIA I

Profa. Aliny Pranto


Discente/s: ANNA CAROLINNE DANTAS MENDONÇA; LÍGIA APARECIDA ARAÚJO
MENDES SOUSA e MARIA APARECIDA FERREIRA LOPES.

Atividade avaliativa 1

1. (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO). O tempo é o tecido no qual a História é


construída, por isso, ao preparar uma aula de História, o professor deve atentar para a
forma como os conceitos são construídos. Por exemplo: embora compartilhem a
mesma palavra, a escravidão no mundo Antigo (como na Grécia helênica) e a
escravidão do mundo Moderno (como no Brasil dos séculos XVII ao XIX) não são o
mesmo fenômeno. Sobre a aprendizagem de História na escola,
é INCORRETO afirmar que:
(1,0)

a) o saber histórico escolar, comparado ao historiográfico, produz-se por intermédio


da aquisição de conceitos, informações e valores, especialmente os cívicos, que se
relacionam à formação da cidadania
b) a História possui um conteúdo escolar que necessita estar articulado, desde o
início da escolarização, com os fundamentos teóricos, para evitar conotações
meramente morais e a sedimentação de dogmas
c) as especificidades dos conceitos históricos a serem apreendidos no processo de
escolarização têm conotações próprias de formação intelectual e valorativa, e a
precisão conceitual torna-se fundamental para evitar deformações ideológicas
d) os conceitos históricos abarcam uma noção moral e ideológica de sociedade e,
para evitar problemas, a História escolar deve afastar-se da caracterização de
conceitos em razão do ensino de datas, nomes e fatos

Resposta: LETRA “D”


2. Na aula passada tivemos a oportunidade de construir uma linha do tempo pessoal,
relacionando marcos e objetos de sua trajetória de vida a um cenário sociopolítico
mais amplo no Brasil. Pudemos, então, perceber que nossas histórias de vida, assim
como cenários históricos mais amplos, também possuem seus marcos, ou nós,
simbolizados, ou representados, pelos objetos/fontes que vocês selecionaram. Após
construir suas linhas do tempo e realizar a leitura do texto de Hilary Cooper sobre a
aprendizagem histórica com crianças de três a oito anos, explique de que forma a
sequência de fatos e o uso das fontes históricas pode favorecer o desenvolvimento do
pensamento histórico das crianças. (2,0)

O texto de COOPER nos mostra a importância em inserir o ensino de História desde


a educação infantil, procurando desenvolvê-lo de forma em que as crianças possam refletir
sobre os acontecimentos históricos e sejam inseridas neste processo através de uma prática
pedagógica conceitual e intencional apropriando-se da sequência de fatos e das fontes
históricas como papel fundamental para dar significação na estrutura cognitiva do aluno.

A autora enfatiza que “[...] é importante iniciar o processo de oferecimento de uma


variedade de ideias possíveis desde o começo; empregar a imaginação utilizando o “e se”,
que será refinado com a maturidade.” (COOPER, pág. 178, 2006).

Vale ressaltar que a sequência dos fatos e as fontes históricas, quando utilizadas em
sala de aula, são ferramentas culturais usadas para desenvolver uma linha do tempo
investigativa, a fim de dar significado e relacionar o passado com o presente.
As fontes históricas ao serem remetidas no auxílio da produção do conhecimento
em história, na prática de sala de aula, tornam-se ferramentas culturais. As fontes
históricas não devem ser simplificadas a uma mera ilustração de conteúdos, uma
vez que se traduzem em artefatos culturais repletos de intencionalidades. (XAVIER,
pág. 639, 2009).

Desta forma, a sequência dos fatos e as fontes históricas possuem relativa


importância no que diz respeito ao processo de desenvolvimento do pensamento histórico das
crianças, uma vez que contribuem para a compreensão do tempo histórico e as diferenças
entre espaço, tempo e épocas.
3. Considerando que você estivesse atuando em uma turma da Educação Infantil, com
crianças de 3 a 4 anos de idade, que estratégia (s) utilizaria para iniciar uma
abordagem sobre os conceitos de tempo cronológico e passado? (3,0)

Conforme a leitura de Cooper e discussões em sala de aula, chegamos ao


entendimento que o ensino de história na educação infantil deve ser trabalhado na perspectiva
de estimular as crianças a refletirem e fazerem descobertas sobre elas mesmas e o mundo a
sua volta, possibilitando uma aprendizagem ativa e explorando o seu pensamento histórico
genuíno através de uma abordagem focada nos interesses delas.
Crianças de 3 a 4 anos, constroem conhecimentos práticos, com vivências e ações do
seu cotidiano familiar e escolar, e, suas representações do mundo ao seu redor estão
diretamente associadas aos objetos concretos da realidade conhecida, observada e vivenciada.
É interessante que o início da abordagem sobre conceitos de tempo cronológico e passado
para crianças dessas idades seja a partir da possibilidade delas se perceberem como sujeitos
da sua história.
Em relação ao tempo cronológico, uma estratégia interessante a se utilizar seria o uso
diário de um calendário interativo. Apesar de ser uma ferramenta bastante antiga, se usada de
forma interativa e lúdica, pode ajudar as crianças a entenderem a passagem do tempo
conforme são estimuladas a compreender os elementos que a compõem (dia, mês e ano) e a
regularidade deles, tendo em vista que ao serem instigadas a preencher o dia e a data da
semana, poderão analisar e perceber qual foi o dia anterior, o atual, o próximo, trabalhando
sua capacidade de análise e reflexão. Além desse preenchimento diário, o calendário pode ser
utilizado para marcar os aniversários dos participantes da turma, assim como acontecimentos
comuns à turma e à escola.
Já em relação ao tempo passado, uma abordagem interessante pode ser conversar
sobre o tempo e mudanças na vida das próprias crianças, que como bem alertou Cooper, é um
ponto de partida para explorar o passado por meio de sua experiência direta, através da
construção de biografias pessoais das crianças e seus familiares. Assim, ao propor atividades
solicitando fotos de quando eram bebês até a idade atual para construção de linhas de tempo,
como também fotos de seus pais e avós quando mais novos e relatos de como eram
brincadeiras e costumes do passado vivido por eles, produz um material riquíssimo para o
processo de investigação histórica das crianças, assim como o seu entendimento sobre
conceitos de tempo.
4. Observe a atividade a seguir:

A atividade foi retirada de um site chamado atividadespeagógicas (link para


acesso: https://atividadespedagogicas.net/2014/08/atividades-sobre-a-historia-do-brasil.html
). Você concorda com esta atividade? Ela busca construir um pensamento histórico crítico e
reflexivo? Justifique a sua resposta levando em consideração a bibliografia do componente
estudada em sala de aula. (2,0)

De acordo com os textos lidos da primeira unidade e as discussões em sala, chegamos a


conclusão que a atividade acima proposta não contribui para a construção de um pensamento
histórico crítico reflexivo.
A princípio vimos que a História como campo disciplinar não se restringe a narração
de fatos históricos ocorridos, ela deverá apresentar técnicas e métodos que colaborem para a
análise, a compreensão do contexto histórico, social, cultural e organizacional que faça parte
da vida do docente, como observa Ferreira & Franco (2013). Dessa forma, essa atividade não
contempla esses objetivos.
Segundo Bitencourt (2008), o papel do professor de história requer uma mediação
reflexiva e crítica entre as transformações sociais concretas e a formação humana dos alunos,
questionando o modo de pensar, sentir, agir e produzir. Nesse sentido, o conhecimento
científico deverá ser utilizado não como mera transmissão e sim como passível de análise, da
problematização com o objetivo de que o aluno compreenda sua realidade.
No texto, Os desafios para o ensino de História, compreendemos que, para que o ensino de
História contribua para a localização da criança em seu contexto, o professor deverá ensinar
História, ajudando os alunos a pensarem em sua própria história. De modo que seja capaz de
avaliar as consequências, sensibilizá- los de suas responsabilidades sociais partindo sempre
das suas primeiras referências, ou seja, de seu contexto. Diante dessa perspectiva, a atividade
supracitada não integra o conteúdo com a realidade das crianças uma vez que se resume a
transmissão de idéias descontextualizadas.
Por fim, é importante destacar que o pensamento crítico exige capacidade de reflexão e
se adquire com amadurecimento e treino. É importante propôr perguntas estimulantes, em
que o professor esteja realmente atento as respostas a fim de elaborar novos questionamentos
e assim deixar que os estudantes cheguem a conclusão, cabendo ao professor clarear o
caminho.

REFERÊNCIAS

BITENCOURT, Cirne Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2ed. São Paulo: Cortez,
2008.
COOPER, Hilary. Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de três a oito anos. Curitiba: UFPR. .
p. 171-190, 2006.
FERREIRA, Marieta de Moraes & FRANCO, Renato. Aprendendo História: reflexão e ensino. 2 ed. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2013.
XAVIER, Erica da Silva. Ensino e História: O Uso das Fontes Históricas como ferramentas na produção de
conhecimento histórico. Seminário de Pesquisa em Ciências Humanas – SEPECH. Londrina, 2009. Disponível
em:
http://www.uel.br/eventos/sepech/sumarios/temas/ensino_e_historia_o_uso_das_fontes_historicas_como_ferram
entas_na_producao_de_conhecimento_historico.pdf. Acesso em 03 de outubro de 2022.

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