Dissertação_Pedro_Gomes_CiambFrutal
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UNIDADE FRUTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS
AMBIENTAIS
FRUTAL-MG
2021
PEDRO GOMES PEIXOTO
Orientadora
Dra. Vanesca Korasaki
Co-orientador
Dr. Jhansley Ferreira da Mata
FRUTAL-MG
2021
23/07/2021 SEI/GOVMG - 32600483 - Ata
Profa. Dra. Ronara de Souza Ferreira Chânile Universidade de São Paulo (USP)
2/2
https://www.sei.mg.gov.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_doc
e
umento=37791597&infra…
Dedicatória
Dedico este trabalho em memória póstuma de
minha avó materna, Acidina Germano de
Carvalho, agradeço seus ensinamentos e pela
convivência.
It’s a new dawn É um novo amanhecer
It’s a new day É um novo dia
It’s a new life É uma nova vida
For me Para mim
And i’m feeling good E estou me sentindo bem
Nina Simone Feeling Good
ABSTRACT
Human activities are the main agents of ecosystem degradation, preventing the loss of
biodiversity and, consequently, decreasing the availability of ecosystem services. Thus, the
objective of this paper was to broaden the understanding of the effect of land use change in
the Cerrado of Minas Gerais on the community of dung beetles (Scarabaeidae: Scarabaeinae).
For this purpose, four land use systems (LUS) were selected: forest, rubber, pasture and soy.
We collected five areas of each land use system that were a minimum 2 km apart. Pitfall traps,
baited with human feces, were used to collect the dung beetles, distributed in a total 300 m
transect (one trap every 50 m) and, 50 m from any edge of each LUS. In each LUS we
evaluated the density and fractal dimension of the understory, litter depth, tree density and
basal area, moisture, soil humidity and soil resistance. In addition, landscape variables were
evaluated using geospatial tools. From the location of the central trap, a 2 km buffer was
drawn and quantified as land use rates. We collected 2294 individuals, distributed in 34
species, 18 genera and five Neotropical tribes: 207 belonging to three species of the Ateuchini
tribe, 192 individuals to six species of the Deltochilini tribe, 1339 individuals to 15 species of
the Coprini tribe, 145 individuals of three species of the tribe Onthophagini and 411
individuals to seven species of the Phanaeini tribe. The richness and biomass of dung beetles
differ only between the forest and soybeans, being greater in the forest. The other LUSs do
not differ from each other. The composition community was different between open sites
(soybean and pasture) and closed systems (forest and rubber). The results mainly highlight the
importance of vegetation cover for the structuring of the dung beetle’s community. The local
environmental and landscape variables were predictors of the composition of the dung
beetle’s community. This work brings, for the first time, data about the dung beetles in the
region of Frutal, MG, highlighting the information that closed and open land use systems
shelter different communities. Additionally, the soy system has a negative effect on dung
beetle community in the Cerrado Mineiro.
CAPÍTULO 3
Figura 1- Sistema de uso da terra amostrados, em Frutal, Minas Gerais. (A) Floresta, (B)
Seringueira, (C) Pastagem, (D) Soja..................................................................... 45
Figura 3- Diagrama de Venn indicando o compartilhamento de espécies em quatro
sistemas de uso da terra, Frutal, Minas Gerais.................................................... 51
Figura 4- Curva de rarefação baseada no número de indivíduos coletados, por
interpolação (linha continua) e extrapolação (linha tracejada) para quatro
sistemas de uso da terra coletado em Frutal, MG. Linha pontilhada
representa intervalo de confiança de 95%. Círculo fechado indica a riqueza
observada em cada sistema................................................................................ 52
Figura 5- Ranking de A. espécies e B. biomassa de besouros Scarabaeinae em quatro
sistemas de uso da terra, Frutal. Minas Gerais. A. Dichotomius nisus; B.
Onthophagus hirculus; C. Canthon conformis; D. Canthidium refugens; E.
Dichotomius carbonarius; F. Trichilium externepunctantum; G. Ontherus
appendiculatus; H. Canthidium sp. 3; I. Ontherus sp. 1; J. Ontherus sp. 3; K.
Genieridium bidens; L. Canthidium sp. 5; M. Ontherus sp. 2; N.
Coprophanaeus cyanescens; O. Coprophanaeus sptizi........................................ 53
Figura 6- Representação em box-plot (mediana e quartis) de parâmetros da comunidade
de besouros rola-bosta em diferentes sistemas de uso da terra, em Frutal, Minas
Gerais. A. Abundância, B. Riqueza e C. Biomassa. Letras diferentes em cima
das barras representam diferença estatística (p <0,05, teste de Kruskal Wallis,
seguido de teste de Dunn com correção de Bonferroni) ...................................... 54
Figura 7- Ordenação de componentes principais (PCO) dos sistemas de uso da terra
escalados pela composição da comunidade de besouros rola-bosta em Frutal,
Minas Gerais........................................................................................................ 55
Figura 8- Ordenação de distance-based redundancy analysis (dbRDA) para investigar as
relações entre a composição da comunidade de besouros rola-bosta em quatro
sistemas de uso da terra e as variáveis ambientais. Dim Frac: dimensão fractal,
Serrap: serapilheira, AB- Arbórea: área basal arbórea, Densidade: densidade
arbórea, Cond: condutividade do solo, Res 2,5 cm: resistência do solo a 2,5 cm,
pastagem, Sav_Camp: formação savânica campestre........................................... 57
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 3
Tabela 1- Descrição de cada sistema de uso da terra localizado no município de
Frutal............................................................................................................. 44
Tabela 2- Resultados da análise PERMANOVA (comparação entre grupos) e
PERMDISP (comparação na dispersão dos grupos) comparando pares dos
sistemas de uso da terra escalados pela composição da comunidade de
besouros rola-bosta em quatro sistemas de uso da terra em Frutal, Minas
Gerais................................................................................................ 56
Tabela 3- Resultado da análise de modelo linear baseado na distância (DistLM)
testada para a relação entre as variáveis ambientais (dimensão fractal,
densidade de sub-bosque, serapilheira, densidade de árvores,
condutividade do solo, resistência do solo a 2,5 cm, 30 cm, 60 cm,
formação florestal, formação de savana, pastagem, outros) e a composição
da comunidade de besouros rola-bosta no teste marginal (variação
explicada por uma única variável) e teste sequencial (variação explicada
adicionando uma nova variável a cada vez para obter o critério de ajuste
ideal) com base no critério de seleção ajuste R² (valores de P significativo
em negrito).................................................................................................... 58
SUMÁRIO
Pagina
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................ 15
CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 17
2.1 Mudanças de Sistema de Uso da Terra ................................................................... 17
2.2 Características biológicas e ecológicas de besouros Scarabaeinae........................ 20
2.2.1 Evolução e diversificação .................................................................................... 20
2.2.2 Adaptações Morfológicas e Ecologia .................................................................. 22
2.3 Besouros rola-bosta como indicadores ambientais................................................. 25
2.4 Influência de variáveis ambientais sobre a comunidade de besouros rola-bosta 28
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 30
CAPITULO 3 - ANÁLISE DOS SISTEMAS DE USO DA TERRA NO CERRADO DO
TRIÂNGULO MINEIRO: IMPACTOS SOBRE A COMUNIDADE DE BESOUROS
ROLA-BOSTA (SCARABAEIDAE: SCARABAEINAE ................................................... 42
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 42
3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 44
3.1. Áreas de estudo e coleta de besouros escarabeíneos ............................................. 44
3.2. Coleta de Variáveis Ambientais .............................................................................. 46
3.3. Análise de dados ....................................................................................................... 48
4. RESULTADOS ................................................................................................................... 50
4.1 Riqueza, abundância, biomassa e equitatividade ................................................... 50
4.2 Composição da comunidade e bioindicação ............................................................ 55
4.3 Efeito das variáveis ambientais na composição da comunidade ........................... 56
5. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 59
5.1 Riqueza, abundância, biomassa e equitatividade ................................................... 59
5.2 Parâmetros ambientais, composição da comunidade e bioindicação ................... 62
6. CONCLUSÕES................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
15
O bioma Cerrado é composto por diversas fitofisionomias que lhe confere alta
diversidade estrutural, funcional e paisagística, sendo o segundo maior bioma do país
(EMBRAPA, 2020). As fitofisionomias do Cerrado são: Cerrado stricto sensu, campo sujo,
campo limpo, veredas, matas de galeria, campos de altitude e Cerradão (AB’SABER, 1983).
Seu território se estende por 11 estados brasileiros Bahia, Goiás, Tocantins, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, São Paulo, Minas Gerais, Rondônia e Paraná e Distrito
Federal (KLINK; MACHADO, 2005), abrangendo uma área total, originalmente de 204
milhões de hectares (EMBRAPA, 2020).
Trata-se de um bioma que possui estudos relativamente recentes quando comparados
a outros biomas brasileiros. Na região Neotropical, os estudos foram centralizados durante
muitos anos nos biomas Mata Atlântica e Amazônia (COLLI; VIEIRA; DIANESE, 2020), o
que implica no atraso das obtenções de informações e da valorização da importância do
Cerrado, sofrendo assim com a negligência nas políticas de conservação (OVERBECK et al.,
2015).
Essa falta de informações pode ter favorecido o desenvolvimento do senso comum
de que o bioma Cerrado é um bioma “pobre” em relação à riqueza de espécies e de
complexidade ecológica-funcional (OVERBECK et al., 2015), julgamento completamente
equivocado. A partir de estudos sobre a biodiversidade, foi verificado que este bioma abriga
uma grande riqueza de organismos, e está sob forte pressão de ações antrópicas, o que faz
com que seja considerado um hotspot da biodiversidade global (MYERS et al., 2000).
Portanto, apesar de sua importância, trata-se de um bioma que se apresenta desprovido de
ações e políticas públicas de proteção e conservação, o que torna este ambiente extremamente
vulnerável, levando o bioma a enfrentar consideráveis ameaças devido às perturbações
antrópicas (KLINK; MACHADO, 2005; OVERBECK et al., 2015).
O bioma encontra-se com cerca de apenas 3,1% de sua área total em áreas
protegidas, compostas por áreas de preservação permanente, como parques nacionais, sendo
esta a mais importante política pública para a conservação do Cerrado (GANEM et al., 2013),
outros 5,5% estão em áreas de conservação para uso sustentável de recursos (BRASIL, 2015).
Porém estima-se que 50% da área total do Cerrado já foi convertida para outros tipos de
18
com uma ampla diversidade de fitofisionomias que lhe confere a aparência de um mosaico de
diferentes tipos de vegetação reguladas pela disponibilidade de água e solo. Sendo eles o
Cerrado sensu stricto, campos, vereda, cerradão e mata de galeria (AB’SABER, 1983).
Os registros paleontológicos do grupo têm origem na descoberta da extinta espécie
Alloioscarabeus cheni Bai, Ahrens, Yang & Ren, 2012 (BAI et al., 2012), um espécime
notavelmente preservado da formação Jiulongshan da Mongolia, China. Dados moleculares
obtidos por Gunter e colaboradores (2016) dataram o espécime no período Jurássico Médio
118,8-131,6 milhões de anos atrás.
O hábito alimentar dos besouros rola-bosta primitivos, presume-se, saprófago
(utilizando-se de restos vegetais e animais) e micetófago (fungos). A utilização de recursos
fecais tem origem posterior, provavelmente no Cretáceo Médio, com a utilização de fezes de
dinossauros. A utilização de diversos recursos possibilitou um ou mais eventos de
diversificação do grupo, muito antes da dominação dos mamíferos, após o evento de extinção
dos dinossauros no final do Cretáceo (GUNTER et al., 2016).
O final do Cretáceo é marcado por um evento de extinção em massa, provavelmente
oriundo de um impacto de um meteoro contra a superfície terrestre, levando a morte imediata
de diversos organismos (PETRI, 2006). A perda dos recursos alimentares oriundos dos
dinossauros afetou o grupo, exigindo uma mudança alimentar para as fezes de pequenos
mamíferos insetívoros sobreviventes, o que levanta a hipótese de que a sobrevivência do
grupo se deu graças à exploração dos recursos fecais de mamíferos, e principalmente, das
espécies mais generalistas que utilizam mais de um recurso alimentar (GUNTER et al., 2016;
GALETTI et al., 2017).
Assim, o registro fóssil datado do período Jurássico indica que o supercontinente
Gondwana mantinha as condições necessárias para a existência do grupo, sendo que o mesmo,
aparentemente, originou-se na África (SCHOLTZ et al., 2009). Correspondente a um
ambiente tropical, porém, durante os eventos de deriva continental ao longo da história
geológica da Terra, os besouros rola-bosta foram levados a eventos de irradiação do grupo
(MONAGHAN et al., 2007). O que permitiu a origem de clados exclusivos em diversos
continentes, como as tribos Deltochilini (sinonímia para Canthonini), Coprini, Eurysternini,
Eucranini e Phaneini, para a América do Sul, Austrália e Madagascar (GUNTER et al., 2016;
MONAGHAN et al., 2007).
Assim, a origem e a diversificação do grupo encontram-se ainda em debate, porém, a
história evolutiva reconstruída do grupo dos Scarabaeidae, a qual os Scarabaeinae fazem
parte, destaca-se por ser altamente complexa, indicando forte laço com outras espécies,
22
originalmente com os dinossauros e posteriormente com o grupo dos mamíferos, além das
angiospermas (GUNTER et al., 2016).
Para avaliar o grau de alteração no meio e outros diversos impactos ambientais como
efeito da fragmentação, aumento do efeito de borda, entre outros, alguns organismos são
considerados bioindicadores, principalmente invertebrados. Para grupos de maior tamanho
corporal, esta avaliação pode ser mais dispendiosa em relação a custo, esforço amostral,
tempo, entre outros fatores. São utilizados parâmetros que incluem a presença/ausência de
táxons, abundância, riqueza, densidade, equitatividade, biomassa, composição, caracteres
morfológicos, entre outros. Assim, necessariamente os organismos utilizados nesta avaliação,
como bioindicadores, devem refletir o estado do ambiente por meio de seus parâmetros
populacionais ou comunitários, possuírem sensibilidade para isto, e serem conhecidos quanto
a sua biologia e suas relações com outras espécies (MCGEOCH, 2007).
A Classe Insecta1 corresponde aos animais com a maior diversidade dentro do
agrupamento dos invertebrados, estimativas indicam cerca de 5 milhões de espécies (STORK
et al., 2015). Este número cresce a cada ano com a descrição de novas espécies. Sua
importância se reflete na riqueza de organismos, com importância agrícola, veterinária,
biotecnológica, ecológica e médica.
Os insetos se destacam no quesito ambiental e ecológico pela sua participação em
importantes funções e serviços ecológicos, em entroncadas teias de relações intra e
interespecíficas (RAFAEL et al., 2012). Além disso, os parâmetros da comunidade, como alta
1
Insetos aqui utilizados em sentido amplo, contemplando todos os organismos pertencentes ao Sub-Filo
Hexapoda, Classe Insecta e suas 35 ordens incluindo Diplura com três ordens (BEUTEL et al., 2017).
26
tradicional, que preza pela substituição de pastagens naturais pelas mais produtivas, como a
pastagem composta por Urochloa spp. (Syn. Brachiaria spp.)2
A homogeneização do uso da terra, é amplamente promovida pelos sistemas
convencionais de produção de alimentos, eles limitam os habitats naturais e favorecem a
exclusão de mamíferos selvagens, os quais reduzem a quantidade e a qualidade dos recursos
que os besouros necessitam (NICHOLS et al., 2007). Segundo Favila e Halffter (1997) os
besouros rola-bosta apresentam graus diferenciados de associação com habitats específicos,
existindo uma gama de espécies que ocorrem em ambientes abertos e espécies que jamais se
afastam de florestas. A associação dos besouros rola-bosta com os demais organismos que
habitam os ecossistemas favorece seu uso como bioindicadores de qualidade ambiental, sendo
indispensáveis seus estudos, para averiguação de qualidade do ambiente (RONQUI; LOPES,
2006), Porém, são necessários estudos amplos com as devidas associações para reforçar esta
afirmativa, uma vez que apesar de haverem inúmeros estudos de alterações da comunidade de
besouros rola-bosta com relação a habitats, os estudos associativos com a mastofauna são
escassos (NICHOLS et al., 2013a; RAINE; SLADE, 2019).
Desta forma, as modificações nos SUTs e a consequente alteração de seus habitas
podem provocar a alteração da estrutura da comunidade, incluindo a perda de espécies
(FAVILA; HALFFTER, 1997) e consequentemente as funções ecológicas associadas
(NICHOLS et al., 2013b). Pode-se destacar ainda a sazonalidade, um fator significativo para a
modulação da ocorrência desses besouros, pois durante os períodos chuvosos, com altas taxas
de umidade é o momento em que eles saem do solo para forragear e procurar parceiro sexual,
permitindo a sua disseminação (VASCONCELLOS et al., 2010).
Além disso, são organismos sensíveis as alterações ambientais, sendo afetados em
múltiplos fatores e escalas, possuem uma rápida resposta ambiental, com facilidade de coleta
e monitoramento, além de apresentarem diversas funções ecossistêmicas (NICHOLS et al.,
2008). Na mesma fitofisionomia, no caso do bioma Cerrado, pode haver comunidades
heterogêneas, como indicado por estudos no Cerrado sensu stricto que indicaram que
múltiplas localidades mesmo que identificadas sob o mesmo domínio, apresentam
heterogeneidade na comunidade, fazendo com que múltiplas localidades dentro da mesma
região necessitem de preservação, especialmente devido a estruturação da comunidade,
2
Ao longo de todo o trabalho foi utilizada a terminologia de Brachiaria uma gramínea predominante nas
pastagens tropicais, uma vez que recentemente houve publicação taxonômica incluindo-a no gênero Urochloa
dadas as controvérsias apresentadas no artigo em questão, consideramos Urochloa (Syn. Brachiaria).
28
fornecidas a partir de “filtros” ambientais locais na seleção das espécies que ocorrem nestes
ambientes (CUNHA; FRIZZAS, 2020).
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1. INTRODUÇÃO
3. MATERIAL E MÉTODOS
Realizamos o estudo no município de Frutal, Minas Gerais (20º 1’ 11” S, 48º 55’ 10”
O), que possui uma área de 2.426 km² com 60.012 habitantes e densidade demográfica de 22
habitantes por km² (IBGE, 2020). O município está inserido no bioma Cerrado e apresenta
paisagem fragmentada, formada por pastagens, áreas de cultivos perenes, semi-perenes e
anuais, com poucos fragmentos florestais. O setor agropecuário movimenta grandes recursos
na região (IBGE, 2020). O clima da região é definido como Aw tropical com a estação seca e
fria ocorrendo no inverno e o verão apresenta a estação com maiores índices pluviométricos
(ALVARES et al., 2014), segundo a classificação Köppen-Geiger, apresentando temperatura
e precipitação média anual de 23,8ºC e 1626,9 mm, respectivamente (IBGE, 2020).
Coletamos besouros rola-bostas em quatro diferentes sistemas de uso da terra, sendo
cinco áreas de cada sistema, totalizando vinte áreas: floresta, seringueira, pastagem e soja
(Tabela 1; Figura 1), separadas entre si, por no mínimo 2 km (SILVA et al., 2020). Os
sistemas selecionados são importantes economicamente para o município, e foram escolhidos
a fim de formar um gradiente de intensidade de uso da terra, a floresta representando menor
intensidade, e a soja a maior intensidade de uso, a seringueira e a pastagem foram
considerados como sistemas intermediários de intensidade de uso.
Sistema Descrição
Floresta Áreas com predominância de cobertura de espécies arbóreas nativas, sem
histórico de corte.
Seringueira Plantações de Hevea brasiliensis L. (árvore da seringa), os principais
manejos realizados são: limpeza do terreno, manutenção de palha para
controle do crescimento do estrato herbáceo e do sub-bosque.
Pastagem Áreas destinadas à produção pecuária, formado por pastagens exóticas, com
predominância de Urochloa spp. (Syn. Brachiaria spp.) em sistema
extensionista de produção.
Soja Áreas de monocultivo convencional de soja (Glycine max (L.) Merr.).
45
Figura 1- Sistema de uso da terra amostrados, em Frutal, Minas Gerais. (A) Floresta, (B)
Seringueira, (C) Pastagem, (D) Soja.
pixels pretos
(altura x largura)x ( )
pixels brancos
DV =
largura
AB=P²/4π
47
𝟒 (𝟒𝒏 − 𝟏)
𝑫 =
𝝅 ∑𝒏𝒊=𝟏 ∑𝟒𝒋=𝟏 𝑹𝟐𝒊𝒋
Onde D) densidade estimada, R) distância medida do ponto central até a árvore mais
próxima, n) número de pitfall, i) número de pontos de coleta, j) número do quadrante,
conforme Hijbeek e colaboradores (2013).
As medidas de densidade e área basal foram utilizadas como proxy da vegetação
arbórea. Sendo que árvores distando mais de 800 m do ponto central de cada pitfall foram
consideradas com valor zero.
A profundidade da serapilheira foi aferida com auxílio de paquímetro digital, um
ponto ao redor de cada pitfall.
Utilizamos um medidor portátil (Marca ICT, Modelo MPKit-406), que fornece dados
de condutância elétrica (mV) e conteúdo de água no solo em (%).
Aferimos a resistência do solo (kPa) com auxílio de um penetrômetro de cone
manual. Antes da coleta dos dados, realizamos a limpeza da serapilheira ao redor de cada
pitfall, totalizando cinco pontos de coleta por área. A resistência do solo foi realizada a cada
2,5 cm, até a profundidade de 60 cm.
Para avaliação dos dados da paisagem, para nossas unidades amostrais foram
registrados e processados no software ArcGIS 10.5. Ao redor da armadilha central de cada
área amostrada foi delimitado um buffer de 2 km e toda a cobertura do uso da terra foi
classificada. A classificação da cobertura do uso da terra foi realizada por meio do banco de
dados do Projeto Anual de Uso e Mapeamento do Solo Brasileiro MapBiomas - Coleção 4.1,
com coleção em escala 1:250.000 e a legenda RBG padronizada (SOUZA et al., 2020). A
plataforma visa mapear o uso do solo no Brasil com base em satélites como Landsat (5-TM,
7-ETM + e 8-OLI). Ao todo foram utilizadas nove classes de uso da terra: formação florestal,
formação savânica, formação campestre, outra formação natural não florestal, pastagem,
cultura anual ou perene, cultura semi-perene, mosaico de agricultura e pastagem,
infraestrutura urbana, mineração e corpo hídrico (SOUZA et al., 2020).
48
Para todas as análises a área foi considerada como réplica para evitar o efeito de
pseudo-repetição espacial. Para verificar a eficiência amostral foram calculadas curvas de
rarefação baseada no número de indivíduos capturados, com base na interpolação e
extrapolação, junto com o intervalo de confiança de 95%, por meio do pacote do R “iNext”. A
diferença do número de indivíduos, espécies e biomassa coletadas entre os diferentes sistemas
de uso da terra, foram realizados por meio do teste de Kruskal-Wallis (KW), seguido do teste
de Dunn post hoc, quando se detectava diferença entre sistemas. O teste post hoc foi realizado
com o ajuste de correção de Bonferroni, com o pacote “agricolae” (DE-MENDIBURU, 2009)
tendo como variável resposta a riqueza, biomassa e abundância e como variável determinante
o sistema de uso da terra. Estas análises foram realizadas no Programa R 4.0.3. (R
DEVELOPMENT CORE TEAM 2021). Foi confeccionado um diagrama de Venn para
indicar graficamente o número de espécies exclusivas e compartilhadas entre os diferentes
sistemas.
Para visualizar a ordenação da composição da comunidade de besouros rola-bostas
foi realizada uma Análise de Coordenadas Principais (PCO), baseada na matriz de
similaridade utilizando o índice de Bray-Curtis. Os dados foram padronizados e
transformados em raiz-quadrada. Utilizamos Análise de dispersões permutacionais
(permutational multivariate analysis of dispersion - PERMDISP) para testar a
heterogeneidade da dispersão multivariada entre os sistemas de uso da terra (ANDERSON et
al., 2006). As diferenças na composição da comunidade entre os sistemas de uso da terra,
foram analisadas por meio de Análise de variância permutacional (permutational multivariate
analysis of variance” - PERMANOVA) (ANDERSON, 2001). Essas análises foram
realizadas com o programa PRIMER v6 PERMANOVA+ (CLARKE; GORLEY, 2006).
A distribuição de abundância foi realizada a fim de verificar a equitatividade das
espécies de acordo com o sistema de uso da terra. Essas curvas ordenaram as espécies da mais
abundante para a menos abundante. Os ranks foram construídos para os diferentes sistemas de
uso da terra. Os dados foram transformados em (log + 1).
Para identificar espécies bioindicadoras de cada sistema de uso da terra foi utilizado
a análise de espécie indicadora (Indicator Species Analysis – IndVal), que leva em
consideração a ocorrência das espécies nas amostras dentro de cada sistema. Esta análise foi
realizada com o programa PC-ORD 4.10 (MCCUNE; MEFFORD, 1999). As espécies foram
categorizadas com valor de indicação (indication value - IV), sendo que acima de 70%
49
(p<0,05) foram consideradas como indicadoras e as espécies com valores encontrados entre
45% a 70% (p<0,05) foram consideradas detectoras (DUFRENE; LEGENDRE, 1997;
MCGEOCH et al., 2007).
A relação entre a composição da comunidade de besouros rola-bostas e as variáveis
ambientais foram examinadas usando modelos lineares baseados na distância (distance-based
linear models - DISTLM) (LEGENDRE; ANDERSON, 1999). Antes, foi realizado uma
análise de correlação entre as variáveis, e as com R acima de 70 foram excluídas do modelo, a
fim de evitar redundância. As variáveis utilizadas após a exclusão foram: dimensão fractal e
densidade do sub-bosque, distância arbórea, área basal arbórea, densidade da vegetação,
profundidade de serapilheira, umidade do solo, resistências nas profundidades de 2,5, 30 e 60
cm, quantidade de formação florestal, savânica e de campo, pastagem e outras coberturas.
Utilizamos o procedimento de seleção step-wise e o R² ajustado como critério de seleção. O
DistLM foi ilustrado utilizando analise de redundância baseada na distância (distance-based
redundancy analysis - dbRDA) (LEGENDRE; ANDERSON, 1999). Essas análises foram
realizadas com o programa PRIMER v6 PERMANOVA+ (CLARKE; GORLEY, 2006).
DistLM e dbRDA foram construídas com matriz de dissimilaridade baseada no índice de
Bray-Curtis com os dados estandardizados e transformados em raiz quadrada, com 999
permutações. Essas análises foram realizadas com o auxílio do Programa Primer v.6 com
PERMANOVA+ (ANDERSON et al., 2008).
50
4. RESULTADOS
diferente somente entre a floresta da soja (Figura 6C, Kruskal-Wallis, X2(3) = 3,54; p =
0,00241).
Figura 5- Ordenação de componentes principais (PCO) dos sistemas de uso da terra escalados
pela composição da comunidade de besouros rola-bosta em Frutal, Minas Gerais
56
PERMANOVA PERMDISP
Grupo
T P (Perm.) T P (Perm.)
Soja X Floresta 1,7610 0,007 0,2970 0,888
Soja X Pastagem 1,0752 0,344 0,6901 0,600
Soja X Seringueira 1,8527 0,011 1,0940 0,282
Floresta X Pastagem 1,9018 0,011 0,7055 0,616
Floresta X Seringueira 0,9010 0,628 0,8459 0,619
Pastagem X Seringueira 2,3400 0,005 0,0255 0,984
*Em destaque as diferenças significativas.
60
40
Serrap
20
Densidade
Pastagem
Res 2,5 cm
0
Dim Frac
Sav_Camp Cond
-20
Floresta
Seringueira
Pastagem
Soja
-40
-40 -20 0 20 40
Tabela 3- Resultado da análise de modelo linear baseado na distância (DistLM) testada para a
relação entre as variáveis ambientais (dimensão fractal, densidade de sub-bosque,
serapilheira, densidade de árvores, condutividade do solo, resistência do solo a 2,5
cm, 30 cm, 60 cm, formação florestal, formação de savana, pastagem, outros) e a
composição da comunidade de besouros rola-bosta no teste marginal (variação
explicada por uma única variável) e teste sequencial (variação explicada
adicionando uma nova variável a cada vez para obter o critério de ajuste ideal) com
base no critério de seleção ajuste R² (valores de P significativo em negrito).
Teste Marginal
Variável SS (Traço) Pseudo-F P Prop.
Dim Frac 2767.5 1.64780 0,106 0.083866
Den Sub bosque 2440.8 1.43770 0.174 0.073964
Serrap 5337.2 3.47300 0.001 0.16174
Densi-Arborea 4160.5 2.59680 0.01 0.12608
AB-Arborea 3777.3 2.32670 0.024 0.11447
Condut_mv 1946,0 1.12800 0.335 0.05897
R_2.5 3648.1 2.23730 0.033 0.11055
R_30 1206.5 0.68308 0.728 0.036562
R_60 1903,0 1.10160 0.359 0.057668
For Florestal 1632.5 0.93683 0.522 0.049471
For Sav_Cam 1527.7 0.87373 0.585 0.046294
Pasture 2836.8 1.69290 0.099 0.085964
Others 1363.5 0.77581 0.614 0.041319
Teste sequencial
Variável Adj R^2 SS(traço) Pseudo-F P Prop. Cumul.
+Serrap 0.115 5337.2 3.473 0.001 0.162 0.162
+R_2.5 0.165 3000.5 2.068 0.048 0.091 0.253
+Dim Frac 0.229 3226.5 2.408 0.018 0.098 0.350
+Pasture 0.274 2524.9 2.003 0.037 0.077 0.427
+Condut_mv 0.278 1354.0 1.080 0.366 0.041 0.468
+AB_Arborea 0.283 1358.3 1.090 0.359 0.041 0.509
+Densi_Arborea 0.295 1508.2 1.232 0.335 0.046 0.555
+For Sav_Cam 0.304 1399.2 1.158 0.351 0.042 0.597
59
5. DISCUSSÃO
de espécies apresentaram diferenças somente entre o sistema floresta e soja, ambos extremos
do gradiente estudado (Figura 6).
A fragmentação, degradação e a substituição de sistemas naturais por sistemas
intensivos e extensivos de uso da terra alteram consistentemente a abundância (SÁNCHEZ-
DE-JESÚS et al., 2016), riqueza (NICHOLS et al. 2007; HERNÁNDEZ et al., 2014;
GÓMEZ-CIFUENTES et al., 2017) e biomassa de besouros rola-bosta (GARDNER et al.,
2008; SHAHABUDDIN et al., 2010), essas alterações podem estar associadas com a perda de
cobertura florestal e de seus componentes animais e vegetais (NICHOLS et al., 2007;
GÓMEZ-CIFUENTES et al., 2017). No nosso estudo, o sistema nativo é originalmente
aberto, o Cerrado. Esse bioma possui fitofisionomias que apresentam espécies adaptadas a
essas áreas nativas, naturalmente com menor cobertura do dossel, quando comparado com as
espécies que são de áreas nativas florestais, como o Bioma Amazônia e Mata Atlântica. Isto
pode ter influenciado a não diferenciação da riqueza, biomassa e abundância entre os sistemas
fechados e abertos, como floresta primária, seringueira e pastagem. No entanto, a agricultura
formada pela soja, apresentou grande alteração da riqueza e biomassa, indicando que é um
sistema que alterou a estrutura da comunidade, quando comparada com áreas nativas para a
comunidade de besouros escarabeíneos.
A composição da comunidade é um dos parâmetros mais sensíveis para detectar
impactos ambientais, incluindo mudança de uso da terra, para vários grupos animais (LO-
MAN-HUNG et al., 2008; RIBAS et al., 2012; KORASAKI et al., 2013). No nosso estudo,
houve formação de dois agrupamentos da composição da comunidade dos besouros rola-bosta
(Figura 7), um composto por sistemas abertos (soja e pastagem) e outro composto por
sistemas fechados (floresta e seringueira), indicando que a cobertura florestal é um fator
importante para a composição da comunidade. Segundo Nichols (2007) as áreas destinadas as
atividades humanas tem a tendência de diminuir a abundância de algumas espécies de áreas
fechadas para áreas abertas.
O padrão de dominância de abundância e biomassa foi em grande parte semelhante
em todos os sistemas de uso da terra. A espécie Dichotomius nisus (Hope, 1838) foi a espécie
mais dominante em termos de abundância na floresta, sendo representada como uma das
principais também, nos outros sistemas (Figura 5A-B).
O ranking de abundância demonstrou que a espécie Dichotomius nisus tem
dominância no sistema florestal (Figura 5A), mas é espécie amplamente distribuída em todos
os SUT avaliados. A espécie Canthidium refugens apresentou maior dominância de
indivíduos no sistema de seringueira, enquanto Trichillum externepunctatum, apresentou alta
61
abundância no sistema de pastagem e soja (Figura 5A). Neste estudo, o gênero apresentou seis
representantes, sendo que C. refulgens foi dominante no sistema de seringueira (Figura 5A).
Em relação a biomassa dos besouros escarabeíneos, o padrão de equitatividade foi
semelhante, com a dominância representada pela espécie D. nisus em todos os sistemas de uso
da terra (Figura 5A).
Houve uma ampla ocorrência do gênero Dichotomius (Hope 1838), representadas
pelas espécies D. nisus e D. bos, D. aff. carbonarius e D. glaucus, essas espécies possuem as
maiores biomassas dentre os Scarabaeinae, com 170 espécies válidas (NUNES; VAZ-DE-
MELLO, 2013), sendo representativas em áreas de campos e outros sistemas abertos
(NUNES; VAZ-DE-MELLO, 2013). As espécies D. nisus e D. bos são espécies frequentes
nas pastagens do Brasil (e. g. MARCHIORI, 2003; RODRIGUES et al., 2010; TISSIANI;
VAZ-DE-MELLO, 2014), porém a abundância de D. bos no presente trabalho foi baixa em
relação às demais espécies do gênero Dichotomius e, especialmente quando comparado com
outros trabalhos do Cerrado brasileiro, em que encontram essa espécie como uma das mais
representativas em abundância e biomassa (e.g. MERRITT; ANDERSON, 1977;
MARCHIORI, 2003; RODRIGUES et al., 2010; TISSIANI; VAZ-DE-MELLO 2014;
CORREA; PURKER; ABOT, 2020). As espécies D. bos, D. nisus, e O. appendiculatus
ocorrem amplamente nos ambientes de pastagem (TISSIANI et al., 2017), sua importância
nesses sistemas é reconhecida pelo amplo incremento de biomassa, distribuição e o papel na
incorporação de esterco no solo (TISSIANI et al., 2017).
A espécie Genieridium bidens (Balthasar, 1938) é comumente capturada em
pastagens nas áreas de Cerrado. Diversas outras espécies desse gênero são capturadas em
formações campestres naturais, e demais fitofisionomias do Bioma Cerrado, de forma geral
com a presença de vegetação nativa (VAZ-DE-MELLO, 2008) (Figura 5), neste estudo houve
a ocorrência de uma única espécie.
Trichillum externepunctatum trata-se de uma espécie de pequeno porte (3 mm), que
tem papel fundamental na desestruturação do esterco bovino, pois nidificam e alimentam
diretamente no interior dos excrementos (TISSIANI; VAZ-DE-MELLO, 2014). Isso ocorre
principalmente no ambiente de pastagens, em que a desestruturação e remoção de
excrementos é significativa (TISSIANI; VAZ-DE-MELLO, 2014) devido a grande
quantidade produzida pelos bovinos. É mais encontrada em fitofisionomias não florestais e até
mesmo em ambientes antropizados (VAZ-DE-MELLO, 2008). Neste trabalho verificamos sua
ampla ocorrência em todos os SUTs, onde suas populações foram abundantes
62
fecais, ou seja; aparentemente há uma predileção por locais onde há abundância e deposição
frequentes de recursos (MARCHIORI, 2003), como pode ser observada nas pastagens
utilizadas pela pecuária.
66
6. CONCLUSÕES
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