Jamile Santos Amorim
Jamile Santos Amorim
Jamile Santos Amorim
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2022
JAMILE SANTOS AMORIM
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2022
JAMILE SANTOS AMORIM
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Prof ª. Dr ª Anézia Maria Fonsêca Barbosa
Orientadora
(CODAP/PROFCIAMB/UFS)
_____________________________________________________________
Prof ª. Dr ª Edna Maria Ferreira Chaves
(IFPI)
______________________________________________________________
Prof. Dr Jailton de Jesus Costa
(CODAP/PRODEMA -UFS)
Suplente:
_________________________________________
Prof ª. Dr ª Alberlene Ribeiro de Oliveira
(DGEI/PROFCIAMB-UFS
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2022
FICHA CATALOGRAFICA
CDU 37:502(813.7)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
________________________________________________________
Profª. Drª. Anézia Maria Fonsêca Barbosa
Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais
(PROFCIAMB-UFS)
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
__________________________________________________
Jamile Santos Amorim
Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais
(PROFCIAMB-UFS).
___________________________________________________
Profª. Drª. Anézia Maria Fonsêca Barbosa
Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais
(PROFCIAMB-UFS).
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2022
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me dado a oportunidade de estar realizando um sonho de ingressar e concluir
o mestrado, e de estar sempre buscando crescer profissionalmente.
À minha mãe por estar sempre ao meu lado, mesmo sem entender muito.
Às minhas amigas Bárbara e Taynara por me darem apoio físico e mental neste processo, e
por ter me acompanhando nas idas a campo na execução da metodologia da pesquisa. E ao meu
primo Eudes, por me ajudar nas coletas de campo.
Ao meu namorado-amigo, que está comigo em todos os momentos desde as viagens para
seleção até os momentos finais, durante esses dois anos.
À comunidade e todos os participantes da pesquisa por ter contribuindo imensamente para
execução da mesma.
À professora Anézia, minha orientadora, um ser humano incrível como poucos que conheci
na vida, por toda atenção desde a seleção para ingresso, pela paciência, conversas e correções, e
principalmente pelo incentivo e pelas palavras de conforto e confiabilidade em todos os momentos
da construção da pesquisa.
Aos professores do programa por toda contribuição, e aos meus colegas de turma,
principalmente os que passaram juntamente a mim todas as alegrias e as angústias, em especial
Camila, Alda, Victória, Márcio e Wesley.
Enfim, agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente para realização desse
sonho.
Você já se perguntou o que marca o nosso tempo aqui?
Se uma vida pode realmente ter um impacto no mundo?
Ou se as escolhas que fazemos importam? Eu acredito
que sim e acredito que um homem pode mudar muitas
vidas para o melhor, ou para o pior.
Os problemas socioambientais estão cada vez mais evidentes, as maneiras de apropriação dos
ambientes devem ser questionadas diante da visão que as áreas naturais estão sendo degradadas
constantemente, principalmente diante do constante crescimento das cidades. Neste sentido, esta
pesquisa realiza uma análise sobre a percepção dos problemas socioambientais existentes a partir
da implementação de um ponto turístico em uma área antes natural, popularmente conhecida como
“Serra do Cabral”, localizada no município de Simão Dias/SE. Tem como principal objetivo:
Elaborar estratégias de EA crítica para o desenvolvimento turístico da serra do Cabral, em Simão
Dias – SE, além de identificar dos atuais impactos socioambientais existentes na área; destacar as
mudanças ocorridas na Serra durante e depois do processo de urbanização; e posteriormente
desenvolver um produto didático/tecnológico através dos cenários naturais do município. Destarte,
considera-se uma maneira eficiente e atrativa para que se crie uma sensibilidade ambiental no
público alvo do projeto e na população de modo geral. De caráter exploratório/explicativo, para
execução desta pesquisa foi realizado o contato com os participantes, a comunidade local para
obtenção de dados através da pesquisa ação em campo: observação in loco, entrevistas
semiestruturadas, rodas de conversas e registros fotográficos. A partir da metodologia aplicada foi
possível compreender o processo de afastamento da população em relação a serra do Cabral, e que
diante de todas as problemáticas existentes o produto técnico será uma importante ferramenta par
compartilhamento de informações específicas da área de estudo e do município como um todo
aproxime os indivíduos com as problemáticas existentes ao seu entorno.
Quadro 01: Síntese do esboço metodológico considerando os objetivos e resultados esperados ...54
Quadro 02: Descrição das ações realizadas a partir das primeiras visitas a área de estudo 56
Quadro 03: Descrição das ações realizadas a partir visitas a área de estudo 63
Quadro 04: Impactos identificados e problemas estruturais no trecho estudado 64
Quadro 05: Impactos negativos identificados e problemas estruturais no trecho estudado....................97
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
EA Educação Ambiental
ABP Aprendizagem Baseada em Projetos
APP Aplicativo
SIA Sistema de Informação Ambiental
TICs Tecnologias de Informação e Comunicação
DS Desenvolvimento Sustentável
ONU Organização das Nações Unidas
ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
SAU Sistema Ambiental Urbano
SEMA Secretaria Especial de Meio Ambiente
PNMA Política Nacional de Meio Ambiente
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
PNEA Política Nacional de Educação Ambiental
EPT Educação Profissional e Tecnológica
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
UMs Unidades de Mapeamento
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................17
2 CAMINHOS METODOLÓGICOS
2.1 O método de encaminhamento da pesquisa..............................................................................50
2.2 Procedimentos metodológicos..................................................................................................52
2.3 Procedimentos de coleta e análise de dados.............................................................................54
2.4 Caracterização da área de estudo..............................................................................................57
2.5 APP TOUR AMBIENTAL: Os saberes sobre Simão Dias-SE...............................................62
REFERÊNCIAS..........................................................................................................................112
APÊNDICES...............................................................................................................................
APÊNDICE A: Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) participantes................ ...1125
APÊNDICE B: Termo de Autorização de Uso de Imagem e Depoimentos .128
APÊNDICE C: Questões semiestruturadas para questionário com as autoridades públicas. 129
APÊNDICE D: Questões semiestruturadas para questionário com visitantes... 130
APÊNDICE E: Questões semiestruturadas para entrevistas com a comunidade...........................131
APÊNDICE F:APP TOUR AMBIENTAL: Aplicativo para promoção de Educação Ambiental
......................................................................................................................................................132
ANEXOS
INTRODUÇÃO
18
Nesse pressuposto, Loureiro (2012), preconiza uma educação baseada na criticidade que
desenvolva a transformação social dos indivíduos e que possibilite a execução de ações
comprometidas com as questões ambientais, políticas e sociais. Assim, enfatiza que é necessário
buscar o fortalecimento de uma sociedade transformadora e emancipatória, onde se estabeleça
novas relações do homem entre si e a natureza. A conservação da própria biodiversidade e o uso
sustentável de recursos biológicos nos processos de urbanização das cidades como um todo, torna-
se necessário.
Neste sentido, a presente pesquisa elaborou um aplicativo de base educacional visto que,
trata-se de um recurso tecnológico bastante utilizado pelos indivíduos, um recurso didático
significativo para promoção da educação, possibilitando o compartilhamento de conhecimentos
acerca do município como um todo e principalmente das problemáticas existentes na área
pesquisada.
Assim, este trabalho possui quatro capítulos dos quais, o primeiro capítulo propõe uma reflexão
bibliográfica acerca das relações entre: Crescimento de cidades, sustentabilidade e políticas
públicas ambientais e Impactos Socioambientais; Atividades turísticas e transformação de
paisagens; Educação Ambiental e a utilização de tecnologias digitais como uma estratégia de
Educação Ambiental.
O segundo capítulo consiste no Percurso Metodológico usados nesta pesquisa, os sujeitos
envolvidos, caracterização da área de estudo, bem como os procedimentos metodológicos e os
procedimentos utilizados para coleta e análise de dados e produto técnico.
O terceiro capítulo, apresenta uma caracterização geossistêmica do município de Simão
Dias- SE, a partir de informações acerca do clima, solo, hidrografia e vegetação.
E o quarto capítulo apresentará os resultados e discussões, partindo da revisão bibliográfica
e associada aos registros fotográficos, e as informações adquiridas a partir das entrevistas e
questionários. Em suma apresenta a sequência de atividades de busca por dados, os quais foram
fundamentais na construção do produto técnico desta pesquisa. Além de constar também neste
documento a conclusão, referências, apêndices e anexos.
Quanto a delimitação do problema de pesquisa, o mesmo parte da análise do processo de
urbanização no entorno da área que está a Serra do Cabral, onde se tornou apta para receber pessoas
21
em momentos de lazer, passando a ter uma visitação constante, sem nenhum tipo de atenção e
fiscalização por parte das autoridades competentes. A estrutura construída no ponto turístico,
encontra-se bastante degradada. Também é perceptível, que na cidade não há uma prática constante
de realização de atividades que visem propor Educação Ambiental voltada para amenizar os
problemas existentes e mitigar impactos futuros. Por isso, tem-se a importância de elaborar
estratégias de sensibilização voltadas para a realidade do município de Simão Dias- SE. Nesse
contexto, investiga-se: como as questões socioambientais do município, são apresentadas à
população que frequentam a Serra do Cabral? De que maneira o uso de aplicativos educacionais
digitais podem contribuir para sensibilizar a população de Simão Dias e turistas quanto ao uso do
espaço da Serra do Cabral?
Desse modo, o objetivo geral da pesquisa foi: Elaborar estratégias de EA crítica para o
desenvolvimento turístico da serra do Cabral, em Simão Dias – SE. E os objetivos específicos:
Identificar os impactos socioambientais na área de estudo, a fim de criar medidas mitigatórias;
Entender as mudanças ambientais ocorridas na Serra do Cabral, durante e depois do processo de
urbanização, para compreensão dos mesmos; Desenvolver um aplicativo (APP), através dos
cenários naturais do município de Simão Dias- SE, como maneira eficiente e atrativa para que se
crie uma sensibilidade ambiental e chame atenção do público que ali frequenta.
A pesquisa, justifica-se por entender que as pessoas estão cada vez mais rodeadas por
tecnologias e mídias digitais e, assim sendo, faz-se necessário que sejam adotadas novas
abordagens e estratégias para influenciar os indivíduos a adotarem atitudes sustentáveis (FARDO,
2013).
Recursos tecnológicos utilizados em busca da sustentabilidade são alternativas importantes
e podem contribuir com a construção de uma sociedade que possa vir a considerar e dar uma maior
importância às relações existentes entre a sociedade e a natureza (ABRAMOVAY, 2012). Desse
modo, se expõem a importância de desenvolver atividades inovadoras que despertem o interesse
dos indivíduos para as questões ambientais nos mais diversos ambientes que os rodeiam.
Neste sentido, o desenvolvimento da prática de um turismo consciente e sustentável na
localidade, faz-se necessário, sobretudo, após as melhorias estruturais promovidas na Serra do
Cabral. Cabe ressaltar que essa demanda do turismo local, deve ser realizada de modo planejado e
orientado, o qual tende a conservar o meio ambiente e também garantir a sustentabilidade das
atividades e nesta perspectiva o compartilhamento de informações a partir das tecnologias digitais
22
tona-se um meio significativo. Desse modo, é de suma importância dar visibilidade aos possíveis
impactos socioambientais provenientes da expansão urbana na Serra do Cabral, agregando
atividades voltadas ao turismo ecológico, para que se tenha o desenvolvimento da atividade com
menos impactos e degradação.
Assim, justifica-se a importância de compartilhar para a população Simão-Diense e turistas,
as problemáticas que rodeiam o município como aqueles presentes em obras realizadas em áreas
naturais na Serra do Cabral. Destarte, discutindo esta temática através de ações educativas e
expandindo estas informações para toda população através do viés tecnológico.
O capítulo a seguir apresenta todo embasamento teórico necessário para realização da
pesquisa.
23
O presente capítulo apresenta uma reflexão teórica acerca do uso de espaços naturais
derivado do crescimento urbano. Expõe como a apropriação desses espaços contribuem para
desenvolvimento de cidades e em contrapartida em sua maioria resultam na degradação do meio
ambiente.
Nesse pressuposto, o capítulo também aborda mais especificamente o turismo como um
dos principais impulsionadores de cidades e por que o mesmo deve ser pautado na sustentabilidade
para que as áreas apropriadas para seus fins sejam menos degradadas e conservadas. Por fim,
apresenta os pressupostos da Educação Ambiental (EA), da sua importância para que estas
atividades sejam executadas sem causar a degradação de tais espaços e as tecnologias de
informação e computação (TICs), como recurso que pode potencializar a promoção da EA para
população tanto em espaços formais quanto informais.
capitalista, movimentos internos, conflitos e contradições”, como forma de entendimento das ações
sociais que promovem as mudanças territoriais nas cidades.
Os processos de expansão urbana, que acontecem sem o devido planejamento, acabam
ficando atrelados a uma série de problemas, que vem refletindo de forma negativa no meio
ambiente e na qualidade de vida das populações locais, uma preocupação que não está ligada
somente a grandes cidades, “o espaço urbano aparece, no primeiro momento de sua apreensão,
como um espaço fragmentado, caracterizado pela justaposição de diferentes paisagens e usos de
terra” (CORRÊA, 2011, p. 145).
Corrêa (2000), considera a cidade como um espaço urbano e sua análise pode ser realizada
a partir de um conjunto de: pontos, linhas e áreas; podendo ser abordado a partir da percepção dos
habitantes. Logo de acordo com o autor o espaço urbano, assim como qualquer outro objeto social,
é abordado segundo um paradigma, seja ele de consenso ou de conflito. Para Rolnik (1995), cidade
é uma obra coletiva que desafia a natureza, onde a partir de seu aparecimento delimita novas
relações entre homem e natureza. Assim é possível enfatizar que o espaço urbano, marcado pelo
processo de urbanização, é marcado pela predominância da cidade sobre o campo.
Santos (2020), compreende a urbanização primeiramente na relação espacial, ou seja,
urbanização do território relacionada na dispersão da área das cidades e também como ampliação
das formas urbanas de vida, ou seja, como meio para organização e produção no espaço rural, que
através desta ampliação, está sendo " modernizado " e sua população urbanizada (SANTOS, 2020,
p.09).
A ideia de um desenvolvimento sustentável (DS) nos mais diversos espaços sociais,
originou-se devido ao crescente desgaste ambiental que se predomina com o passar do tempo, “[...]
o desenvolvimento sustentável foi definido como um processo que permite satisfazer as
necessidades da população atual sem comprometer a capacidade de atender gerações futuras”
(LEFF, 2014, p. 18). Portanto, nada mais é que usufruir dos recursos disponíveis no planeta de
maneira consciente para que os mesmos não sejam esgotados, pois no caso do meio ambiente
urbano que se evidencia de forma mais intensa as ações humanas.
O DS é composto basicamente pelas dimensões: econômica, ambiental e empresarial, e tem
como principal objetivo obter o crescimento econômico atrelado a conservação do meio ambiente
(TENÓRIO, 2006). Desse modo, é cada vez mais urgente pensar em alternativas para que se
26
Para França (2013, p. 16) “hoje, sabe-se que a urbanização é um fenômeno universal e
irreversível, isto é, a urbanização ocorre em todo o mundo, embora com intensidades diferentes,
em virtude das peculiaridades de cada país e de cada região”. E esta preocupação era anteriormente
ligada somente às grandes cidades, porém, atualmente se estende a cidades interioranas que
apresentam uma grande extensão de áreas naturais e, é também onde há uma certa intensidade em
locais periféricos, habitados pela classe social mais baixa, carentes por investimento e serviços de
infraestrutura com eficiência.
Em relação a produção do espaço urbano e o papel dos agentes envolvidos, Ferreira (2013),
explicita os problemas urbanos decorrentes da visão de uma city marketing, um modelo excludente,
onde a exclusão é voltada aos grupos sociais mais vulneráveis. De acordo com a ONU Habitat
(2014), o abuso no uso do solo assim como outros recursos naturais cresceu significativamente
com a urbanização, e é evidente que não há uma certa consciência de todos os indivíduos quanto
aos problemas que este processo pode causar ao meio ambiente.
Em 2015, foram instituídos “os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
integradores, que unem três dimensões: econômica, social e ambiental (ONU, 2020). A pesquisa
em questão relaciona-se especificamente com o Objetivo n° 15, que almeja “Proteger, recuperar
e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas,
combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade”
(ONU, 2020). Cabe destacar que a implantação dos ODS é extremamente importante para o
desenvolvimento do planeta como um todo, as relações entre sociedade e natureza, apresentam
desafios que devem ser enfrentados na busca de melhores condições de vida para a população
mundial.
27
Para Coelho et al. (2012, p. 05) “é necessário fazer um paralelo entre os processos de
crescimento e de desenvolvimento”. Os autores enfatizam no que se refere às exigências das atuais
circunstâncias em que o planeta se encontra, é importante “trazer ao debate” os aspectos que
envolvem o desenvolvimento econômico, a geração de renda, bem como a segurança pública e a
deterioração ambiental, todos aspectos relacionados à realidade local.
Porém Ramos et al. (2017), abordam que a falta da aplicação e de acompanhamento das
políticas ambientais e habitacionais, são fatores que proporcionam consequentemente um
desequilíbrio social e sustentável, e consequentemente a perda de qualidade de vida, “a inércia das
políticas é o principal entrave para os governos atuais no cumprimento das leis e execução dos
planejamentos de desenvolvimento sustentável” (RAMOS et al., 2017, p. 05).
Segundo Mass e Holzmann (2012), as modificações desenvolvidas pela humanidade nos
ambientes naturais, geram vários riscos ao meio ambiente em si, que é alterado
inconsequentemente e atinge também à própria população. Reigota (2013), ressalta que a definição
de meio ambiente, se dá a partir da percepção dos sujeitos em determinado tempo e espaço. Assim
define:
Meio ambiente como o lugar determinado ou percebido, onde os elementos
naturais e sociais estão em relação dinâmica e em interação. Essas relações
implicam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e
sociais de transformação do meio natural e construído (REIGOTA, 2013, p. 14).
populares, marcados pelas reivindicações pela participação dos indivíduos que reivindicam uma
participação ativa na condução das políticas públicas que lhe dizem respeito.
Nesta perspectiva, relaciona-se a importância e necessidade desses movimentos, onde os
indivíduos exigem seus direitos, é importante discutir essas participações em diversos níveis da
sociedade. Assim Rolnik (1998), expõem a necessidade de uma maior organização da vida pública
na cidade, por meio das autoridades político-administrativas.
Diante do exposto é extremamente importante reconhecer todos os conflitos que rodeiam o
crescimento das cidades, da necessidade de que se haja o processo de desenvolvimento, porém que
este esteja pautado em práticas que almejem também a sustentabilidade bem como as políticas
públicas ambientais. O desenvolvimento socioambiental equilibrado de um município em todos
seus aspectos: políticos, econômicos e ambientais só se efetiva seguindo estas bases, que são
essenciais, porém que muitas vezes são esquecidas.
crise ecológica atual, pela primeira vez não é uma mudança natural; é transformação da natureza
induzida pela concepção metafísica, filosófica, ética, científica e tecnológica do mundo” (LEFF,
2018; p. 19). Mendonça ainda destaca que:
Os problemas ambientais que ocorrem nas cidades são, por princípio, problemas
socioambientais, pois a cidade é o mais claro exemplo de espaço onde a interação
entre a Natureza e a Sociedade se concretiza. Nesta compreensão, torna-se
impossível tratar dos problemas ambientais que ocorrem nos espaços urbanos
levando-se em consideração somente a natureza e os processos naturais
(MENDONÇA, 2010, p. 204).
Em suma o sistema criado por Mendonça relaciona todos os aspectos socioambientais que
envolve o desenvolvimento de um ambiente urbano, desde suas características físicas quanto suas
finalidades visto que a interação entre sociedade e natureza em si só geram problemas. Fraga e
Teruya (2013) destacam que, “o volume de problemas ambientais decorrentes da urbanização e da
industrialização no Brasil veio crescendo bastante ao longo dos anos”. Em contrapartida, atitudes
tomadas pelas autoridades são lentas (FRAGA; TERUYA, 2013; p. 227).
É notório que toda cidade se desenvolve sobre um dado ambiente natural que se altera à
medida que ela se dinamiza e cresce; levando à substituição da primeira pela segunda natureza.
Nesta perspectiva, o termo socioambiental busca enfatizar as relações entre ambiente e sociedade,
na qual estas devem ser tratados dentro de uma abordagem que considere tanto as particularidades
da natureza quanto as da sociedade (MENDONÇA, 2010).
Assim, é essencial que o entendimento integrado das questões socioambientais urbanas
contemple a abordagem do processo de apropriação do espaço geográfico na produção e
reprodução das relações socioespaciais, que consequentemente reproduzem as relações
conflituosas existentes na transformação da natureza (RODRIGUES, 1998). O reconhecimento das
problemáticas que cercam o meio urbano e necessário, torna-se o primeiro passo da longa
caminhada que envolve a busca pela conservação dos recursos disponíveis no planeta.
O processo de transformação da natureza tem desestabilizado os sistemas naturais, gerando
um preocupante cenário cercado de problemas socioambientais. Ademais, consequências são
evidentes tais como: degradação dos recursos, aceleração de processos erosivos, disposição
irregular do lixo, assoreamento, impactos à saúde humana, entre outros (GUERRA; MARÇAL,
2010; ALMEIDA, 2012). Desse modo, percebe-se que a conservação da própria biodiversidade
natural e uso de maneira sustentável de recursos naturais, tornam-se necessários. Segundo
Loureiro,
31
Todavia, sabe-se que as cidades são territórios fortemente marcados por diversos interesses
político-econômicos que são de natureza excludente, assim as complexidades existentes na relação
sociedade-natureza no ambiente urbano acaba resultando em uma diversidade de problemas
socioambientais (MENDONÇA et al., 2016). Desse modo, os indivíduos precisam desenvolver o
senso crítico quanto as problemáticas que os afetam, suas causas e sua contribuição para
amenização de tal problema, para que assim se desenvolva um estreitamento nas relações entre
sociedade e natureza.
Diante do exposto Loureiro (2019), expõem que fica evidente a necessidade do
desenvolvimento de posicionamentos que levem a uma prática reflexiva sobre a realidade dos
indivíduos, para que assim haja uma maior compreensão acerca das responsabilidades e direitos,
para isso é necessário, “uma prática que atue tanto no cotidiano quanto na organização política para
as lutas sociais” (LOUREIRO, 2019, p. 45).
É evidente que as cidades são certames de conflitos, poluição e degradação dos recursos
naturais, causados principalmente por interesses econômicos que visam apenas o capital e
desconsidera todo e qualquer reflexo negativo no ambiente. Assim é necessário que os indivíduos
percebam que sociedade e natureza como um conjunto que tem uma interseção que se juntam, onde
é necessário haver a conservação ambiental para que assim haja o desenvolvimento econômico.
potencialmente turísticos” (CRUZ, 2003, p. 07). A partir de então, analisando cada um desses
conceitos, Cruz os utilizam para apreender o turismo enquanto “prática social, que envolve o
deslocamento de pessoas pelo território e que tem no espaço geográfico seu principal objeto de
consumo” (CRUZ, 2003, p. 05). Em sua maioria as atividades turísticas estão voltadas a áreas com
grande potencial natural, ou seja, lugares que possibilitem um contato maior com a natureza, e
obviamente que este contato tem um custo.
A partir de suas obras, Cruz (2003) transparece que se utiliza principalmente de quatro
conceitos da Geografia para explicar sobre os conceitos ligados ao Turismo, ou seja, as categorias
de análise espaciais para que assim haja o entendimento do turismo a partir da: Paisagem, Lugar,
Território e Região. Tratar o turismo inserindo-o na perspectiva geográfica, utilizando-se de suas
categorias de análise, que de acordo com Santos (2012), são os elementos fundamentais para a
análise da produção do espaço.
Marulo et al. (2016) destacam que “a paisagem desempenha importante papel na
constituição dos lugares turísticos e no direcionamento dos fluxos turísticos” (MARULO et al.,
2016, p. 126). De forma simplificada, podemos dizer que “paisagens são a porção visível do espaço
geográfico e, por isso, desempenham importante papel na constituição dos lugares turísticos e no
direcionamento dos fluxos turísticos” (CRUZ, 2003, p. 09).
Desta forma, Cruz ressalta em suas obras sobre a importância da paisagem para o turismo,
para a autora a paisagem é exposta a parte visível do espaço, assim constitui o principal elemento
atrativo dos lugares para o turismo (CRUZ, 2002). Espaços atrativos como praias, cachoeiras, ilhas,
locais onde o ser humano busca para descanso e lazer.
Já Santos (2014), apresenta as ligações entre o turismo e o território, visto que esta atividade
pode assumir uma função importante para o desenvolvimento local, desde que esta gestão aconteça
de maneira integrada, ou seja, que adote princípios para uma sustentabilidade ambiental.
Atividades que busquem integrar o ambiente natural e seus recursos de maneira que cause menores
índices de degradação é maneira considerada como ideal.
Para Marulo et al. (2016), o turismo no mundo apresentou nas últimas décadas um
crescimento bastante considerável, e assim passou a ser vista como uma atividade de grande
potencial econômico e que desperta atenção dos indivíduos diante de seus impactos, sejam eles
econômico, social como ambiental.
33
Ainda dentro desse contexto o autor supracitado destaca que “a paisagem é percebida e
apreciada pelos turistas de forma diferente ao longo do tempo, pois essa percepção depende do
momento histórico e cultural que vive a sociedade” (MARULO et al., 2016, p. 126). Para o turismo,
a estética da paisagem é essencial, é aquela ditada a partir dos padrões culturais da época.
Segundo Cruz (2002), a paisagem tem estreita relação com a cultura dos indivíduos que a
privilegiam, e as transformações oriundas do turismo nessas diversas áreas influenciam na
identidade dos moradores locais. Toda e qualquer mudança física que seja desenvolvida em
determinada área natural, que certamente apresenta um valor histórico para pessoas e região como
um todo, interferem na dinâmica de funcionamento de tal ecossistema.
Segundo Santos (2012, p. 71), “a paisagem pode ser classificada como natural ou artificial”,
ou seja, a paisagem artificial é aquela transformada pela sociedade, enquanto que a paisagem
natural é aquela ainda não modificada pelo esforço humano. As paisagens artificiais estão entre os
atrativos que interessam principalmente ao turismo. São aqueles espaços criados para atender às
demandas das práticas turísticas, “são tentativas de se produzir os signos que povoam o imaginário
de efetivos turistas ou daqueles potenciais” (CRUZ, 2002, p. 109), seja a paisagem criada pelo
turismo ou a paisagem natural por este apropriada.
O turismo impulsiona essa transformação por meio da atração populacional e da criação de
redes de infraestrutura precárias, buscando atender às demandas. Nesta perspectiva os conflitos
desencadeados quanto ao uso do espaço pelo turismo se enquadram diretamente nesta discussão,
quando as estratégias e políticas de desenvolvimento local buscam meios para atender a demanda
do turista no local, sem pensar no ambiente natural (RUSCHMANN, 2016).
É perceptível que as atividades turísticas mudam as paisagens e a sociedade, e segundo
Cruz (2007, p. 21) “a atividade turística tem uma inquestionável capacidade de transformar os
lugares em função de seus interesses, não raras vezes escusos e estranhos aos locais dos quais se
apropria”. Nesta perspectiva, a autora enfatiza que os principais impactos da atividade turística nos
ambientes podem ser derivados também desse choque de culturas, que acaba existindo entre os
visitantes turistas e os residentes do local, além das transformações que geralmente acontecem na
paisagem natural, em prol da implantação das infraestruturas.
Referente a importância da paisagem para o turismo, Lohmann e Panosso Netto (2016, p.
106) afirmam que “a paisagem pode ser considerada uma das grandes responsáveis pela prática do
turismo, pois a humanidade sempre teve vontade de conhecer novos lugares, ou seja, novas
34
paisagens”. Assim, enfatiza-se que as mudanças que geram impactos negativos derivados do
turismo são imensas, e vão desde a poluição em suas diversas vertentes, sobretudo, o desmatamento
e perda da biodiversidade (FERRETTI, 2002).
Nesta perspectiva as atividades turísticas, tratam-se em sua maioria de uma conflituosa
busca de equilíbrio entre a conservação de locais culturais e os ambientes que os cercam, com a
constante construção de alternativas econômicas locais. Cruz (2002), expõe que sobre a
participação do turismo na produção do espaço tem que ser levado em consideração o conjunto de
relações que se dá na atividade turística e suas escalas de produção local, regional, nacional ou
global. Assim, “o consumo dos territórios pelo turismo envolve o consumo de um conjunto,
indissociável, de bens e serviços que compõem o “fazer turístico”, isto é, o ato de praticar turismo
e tudo aquilo que essa prática envolve, em termos de objetos e de ações” (CRUZ, 2002, p. 09).
As atividades turísticas também versam sobre as desigualdades existentes no âmbito social.
Saquet (2015) em relação às desigualdades, principalmente associadas ao capital, propõe propostas
alternativas de desenvolvimento. Assim, o autor expõe a importância das práxis libertadoras,
dialógica que contribua para transformação tanto territorial quanto do lugar, porém, segundo o
autor, isso somente é possível quando há a valorização da autonomia, criatividade, das identidades
e principalmente do conhecimento popular e da conservação da natureza. Destarte, fazendo uma
relação entre o turismo e o território, Cruz destaca que:
Nessa perspectiva Cruz (2007), expõem uma importante contribuição no que se refere a
aproximar a Geografia ao Turismo, quando em suas obras utiliza das categorias espaciais de análise
da Geografia já citadas anteriormente, tais como: lugar, paisagem, e território, para apreender a
produção e reprodução do espaço para o (e pelo) turismo.
A contraposição da urbanização turística, está diretamente associada a processos de
construção de espaços voltados para o consumo e o lazer, atraídos pelas possibilidades de trabalho
que podem ser originadas, porém agregadas de impactos no ambiente. Nesse contexto, a atividade
35
A busca pela compreensão e contato mais direto com os ambientes naturais tem aumentado
cada vez mais, uma vez que é evidente que a sociedade reconhece claramente a degradação de
recursos e paisagens do planeta (ROCHA et al., 2015). É perceptível que há um aumento
significativo em programas educativos para uso público, direcionados sobre atividades ecológicas
como trilhas, enfatizando a importância da EA tanto em âmbito formal quanto informal.
A realização de atividades de educação interligadas ao lazer em ambientes que permitam
um maior contato com a natureza, são importantes ferramentas para conservação desses espaços
naturais. O autor enfatiza que a realização de trilhas têm sido um dos meios utilizados para a que
se desenvolva uma interpretação ambiental, seja em ambientes naturais ou construídos (ROCHA
et al., 2015).
Para Ruschmann (2016), a educação para o turismo deve ser desenvolvida, priorizando o
“cidadão-turista” a exercer uma participação consciente para proteção do meio ambiente no
cotidiano. Portanto, é importante destacar que a sociedade em si, necessita atender hábitos que
possibilitem a conservação da biodiversidade, para que seja garantida a qualidade de vida dos que
ali estão e das futuras gerações.
A Educação Ambiental surgiu a partir da crise ambiental que aconteceu no final do século
XX, onde foi percebida a urgência na adoção de práticas sustentáveis em prol de minimizar os
impactos ambientais já existentes naquele momento (LAYRARGUES; LIMA, 2014). É evidente
que há uma percepção da relação existente entre os impactos ambientais causados pelo ser humano
e a educação ambiental, que é vista como uma maneira de educar os indivíduos.
Para Loureiro (2019) “a educação é uma dimensão indispensável do tornar-se humano. Por
isso, sabendo ou não deste estatuto ontológico, em que o indivíduo só o é em sociedade, tanto se
fala da educação como condição para qualquer transformação social” (LOUREIRO, 2019, p. 21).
Segundo Loureiro, a educação pode ser definida como uma prática social cujo fim é o
aprimoramento humano, em tudo em que se pode ser aprendido, criado ou recriado a partir dos
diferentes saberes de uma cultura e das exigências da sociedade.
37
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo
e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Afinal, por que não conhecer todos os impactos gerados daquilo que se consome?
Para tanto, ela deve ser crítica e pensada a partir das políticas públicas. Por isso,
faz-se necessário reconhecê-la na agricultura familiar, nos movimentos sociais, na
bioética, no direito ambiental, nas secretarias de meio ambiente e de educação. E
isso requer cidadania, democracia, universalização dos direitos fundamentais
(MELO, 2019, p. 55).
38
A EA crítica questiona sobre tudo ao seu redor e sobre as próprias ações: o que
acontecerá com o medicamento jogado no lixo; com o óleo despejado na pia; uma
mercadoria muito barata às custas de uma matéria-prima danosa ao meio
ambiente; dejetos da produção jogados no rio; emissões de poluentes no ar, etc.
(MELO, 2019, p. 46).
De acordo com o autor, a EA deve promover subsídios para a formação continuada dos
atores e dos grupos sociais; deve contribuir para a sensibilização dos sujeitos a fim de questionarem
sobre as consequências de seus atos.
Loureiro (2019), expõe que a Educação Ambiental Brasileira que inicialmente tinha
predominância de uma prática conservacionista, ou seja, desempenhava uma prática educativa que
buscava sensibilizar as pessoas perante a natureza, criando a partir disso uma consciência
ecológica, que a partir dos anos 1990 abandonava esse perfil inicial e passou a reconhecer a
dimensão social do ambiente. Desse modo, a partir desse momento, já não era viável se referir a
Educação Ambiental sem qualificá-la, ademais, “ela deixou de ser vista como uma prática
pedagógica monolítica, e começou a ser entendida como plural, podendo assumir diversas
expressões” (LAYRARGUES, LIMA, 2014, p. 27).
No entanto, Dias (2010) critica a EA unidimensional, ou seja, apenas sob foco ambiental,
considera que:
A Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), foi criada em 1973 e foi considerada
como o marco inicial das discussões sobre Educação Ambiental na gestão brasileira. A SEMA,
juntamente com o movimento ambientalista, contribuiu significativamente para a
39
A partir do momento em que o meio ambiente como um todo passe a ser percebido como
deve realmente ser, pode-se afirmar que se dará o início a amenização de uma das maiores
problemáticas que envolve o ser humano e a natureza, a falta de percepção.
A EA deve ser direcionada para a compreensão e para a busca pela solução dos problemas
ambientais por meio de ações coletivas e organizadas. Porém infelizmente esta prática ainda não
acontece por diversos pontos, como a falta de capacitação e conhecimentos dos indivíduos acerca
destes problemas (QUINTAS, 2006).
Soares Neto et al. (2019), argumentam que no âmbito escolar, é essencial buscar por
alternativas teórico‑ metodológicas associadas a propostas pedagógicas que possibilitem o
desenvolvimento de uma EA baseada na perspectiva interdisciplinar, crítica, contextualizada e
problematizadora, nos processos educacionais que enfatizem a participação do coletivo, com
articulações entre as dimensões local e global, e principalmente baseada na produção e na
disseminação de materiais didático-pedagógicos, que promovam continuidade de uma educação
crítica-reflexiva.
Para Alves e Freitas (2013), infelizmente ainda predomina na sociedade uma certa
despreocupação quanto aos problemas sociais e ambientais causados pelo crescimento econômico
acelerado e principalmente pelo contínuo uso insustentável dos recursos naturais, como se estes
fossem fontes inesgotáveis. Para Loureiro, “vida e natureza estão intimamente ligadas”, ou seja, a
natureza é o que existe, e o é como unidade vital para os indivíduos, portanto:
Assim, torna-se evidente a necessidade de que os indivíduos sejam cada vez mais
envolvidos com as questões ambientais do meio que vivem, que reconheçam a realidade que estão
inseridos. E assim utilização de recursos tecnológicos surgem como um caminho que pode ser
seguido, pois permite o compartilhamento de informações do cotidiano dos indivíduos dos
conflitos que os rodeiam e que muitas vezes se passam como despercebidos e principalmente
instigando a busca por conhecimento e disseminação destes.
A intersecção tecnológica, meio ambiente e educação já é tida por muitos como objeto de
reflexão, do ponto de vista positivo Marchiorato (2018), ressalta a necessidade de se utilizar das
tecnologias de modo que levem a uma reflexão sobre a Educação Ambiental que extrapole os muros
da escola, ou seja, pensar a Educação Ambiental desde uma concepção de uma educação mais
abrangente.
É comum observar pessoas cada vez mais jovens portando telefones celulares modernos e
dominando facilmente todos os recursos encontrados neles. Nessa perspectiva, é relevante que haja
a utilização desses dispositivos para auxiliar o desenvolvimento e prática de diversas atividades
principalmente de cunho ambiental (JESUS et al., 2016).
Dias et al. (2016), enfatizam que a utilização de uma metodologia baseada na inserção das
TICs, facilita o processo de ensino e aprendizagem e também permite a disseminação dos
conteúdos, universalizando o conhecimento. É importante que as perspectivas e recursos
educacionais sejam sempre que possível inovados, pois o tempo e o desenvolvimento tecnológico
constituem processos contínuos.
A introdução abundante do uso de tecnologias abriu novas possibilidades, principalmente
no que se refere a relação existente entre os seres humanos e o mundo (MARCHIORATO, 2018).
As tecnologias ocorrem atualmente em todos os lugares, a partir dos dispositivos móveis que estão
cada vez mais acessíveis e podem ser utilizados com uso de alguns artifícios, como a gamificação,
43
aplicativos que possam envolver a aplicação de jogos em diversas áreas, inclusive na Educação
Ambiental (MELO, 2019).
Quanto ao conceito de aprendizagem móvel Melo e Bol (2014), expõem como a
“ampliação das possibilidades do processo comunicativo entre alunos que a cada dia mais se
tornam conectivos, ampliando territorialidades e vozes nesse outro lugar potencializador de acesso
e ressonâncias comunicativas originais” (MELO; BOL, 2014, p. 03). Os dispositivos móveis estão
se tornando cada vez mais objetivos básicos na vida da população do século XXI, portanto se pensar
em um processo educativo sem inseri-los mesmo que eventualmente é necessário.
Para Melo e Carvalho (2014), o uso de aplicativos é tido como uma grande potencialidade
quanto “a ampliação do acesso a conteúdo pedagógicos, a possibilidade de desenvolvimento da
aprendizagem ativa, interativa e colaborativa”. Os APPs fazem parte dos dispositivos móveis,
celulares, notebooks, tabletes, estão cada vez mais acessíveis a população e devem ser sempre que
possível utilizados para o processo de ensino e aprendizagem.
As tecnologias digitais disponíveis têm proporcionado uma série de transformações no
cotidiano dos indivíduos, principalmente na forma como os mesmos interagem, relacionam-se e
também na maneira como compartilham e recebem informações (ROCHA et al., 2015). Segundo
os autores essas ações afetam diretamente na formação do indivíduo, pois possibilitam trazer dados
como imagens, resumos, informações, de forma rápida e atraente. Com isso, para Moran, torna-se
“[...] função do professor ajudar o aluno a fazer uma leitura dessas imagens, a interpretar esses
dados, a relacioná-los, e contextualizá-los” (MORAN, 2009, p. 29-30).
As novas gerações para Kenski (2019, p. 133), “[...] têm um relacionamento totalmente
favorável e adaptativo às novas tecnologias de informação e de comunicação e um posicionamento
cada vez mais aversivo às formas tradicionais de ensino”. A ausência de tecnologias como as que
compreendem o celular no ambiente de aprendizado pode acabar desencadeando um certo
desinteresse por parte dos educandos no processo de aprendizado. Desta forma, é importante que
quando haja um desinteresse sobre algum tema, seja ele Educação Ambiental ou qualquer outro,
pensar na inserção de tecnologias de forma lúdica torna-se necessário (ROCHA et al., 2015).
Para Gama e Tavares (2015), não há como ficar alheio com as mudanças que se apresentam
na educação frente à evolução das TICs. Pois as possibilidades de informação e comunicação a
partir das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem são inúmeras. Segundo Assis (2015),
a utilização e exploração dos recursos tecnológicos digitais, como os dispositivos móveis, devem
44
apresentar um design para possibilitar a atração interativa e educativa do aluno (ROCHA et al.,
2017). A partir destes recursos, torna-se possível simular e desenvolver ações que contribuirão para
aprofundamento da formação para consciência da preservação do meio ambiente.
Percebe-se que as tecnologias móveis ganham uma definição ampla por estarem
em constante evolução: são digitais, facilmente portáteis, de propriedade e
controle de um indivíduo e não de uma instituição, com capacidade de acesso à
internet e aspectos multimídia, e podem facilitar várias tarefas, principalmente as
relacionadas à comunicação (MELO, 2019, p. 53).
Para tanto, o desenvolvimento de aplicativos que exerçam papel eficiente na educação e/ou
na transferência de conhecimento pode favorecer o processo ensino e aprendizagem, visto que
muitos dos estudantes têm acesso a smartphones e a wi-fi até mesmo nas escolas, assim os APPs
podem ser um recurso promissor.
A Unesco (2014), lista em sua cartilha, uma série de vantagens da aprendizagem móvel, a
expõem como: facilitadora da aprendizagem individual, por ser fornecedora de avaliação por meio
de indicadores de progresso e feedback, e por permitir uma flexibilidade atividades rápidas e as
que requerem concentração por pouco tempo. A utilização das TICs na promoção da EA vem sendo
alvo de estudos, porém ainda de forma reduzida apesar de sua crescente utilização pela sociedade
ainda, torna-se necessário fomentar novas pesquisas que busquem realizar essa junção das
tecnologias à promoção da Educação Ambiental (SOARES et al., 2018).
O uso do dispositivo móvel aliado à educação, torna-se então indispensável, uma vez que o
celular, atualmente, é um recurso que a grande maioria dos alunos dispõe. Nesse sentido, Jesus et
al, (2016) destacam que:
Neste sentido Carli (2013), afirma que as TICs podem desempenhar importantes funções,
por contribuir na divulgação de condutas antrópicas em relação aos recursos naturais, podem
disseminar conhecimentos, que sem dúvida é o um dos principais caminhos para a implementação
da Educação Ambiental, “uma das esferas que sofreu forte influência da utilização tecnológica é a
45
nossa compreensão da natureza. Para muitos, a situação atual demanda urgentemente a limitação
consciente da intervenção que o ser humano moderno inflige na natureza” (MARCHIORATO,
2018, p. 90).
A Lei 9.795/99 dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA) como “componente essencial e permanente da educação nacional,
devendo estar presente de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não formal”. Dentre os objetivos fundamentais da EA está o fomento
e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia, conforme art. 4º, inciso VI da PNEA.
Afirma-se, a partir disso, o quanto as TICs móveis podem vir a enriquecer o processo de
ensino e aprendizagem, podem conectar pessoas, melhorar a comunicação e auxiliar na
administração e alcance de metas educacionais (MELO, 2019). Especialmente dispositivos digitais
com acesso à internet, podem ser instrumentos mediadores da aprendizagem dentro ou fora do
contexto escolar.
Soares Neto et al. (2019) afirmam que, para a EA atinja suas finalidades, é necessário que
a mesma seja compartilhada de forma mais dinâmica, abrangente e real, em todos os níveis de
compartilhamento de conhecimentos para os cidadãos. Assim contribuirá para a formação de
indivíduos com uma maior consciência ambiental, ou seja, indivíduos capacitados para intervir de
forma responsável quanto às questões ambientais.
A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) pode ser uma ótima estratégia para que o
meio ambiente e a tecnologia caminharem juntos, tanto dentro como fora da sala de aula, integrando
as dimensões ambiental, social e econômica, pois essa modalidade de educação deve atender às
necessidades da região a qual está inserida (MELO, 2019, p. 15). Quanto ao ensino da Educação
Ambiental, sobre as problemáticas ambientais tanto na escola, como na família e sociedade
percebe-se a importância de enriquecer as práticas pedagógicas no ensino da EA com o uso das
ferramentas tecnológicas disponíveis (ALVES; PAWLAS, 2016).
A Educação Ambiental, como ressalta Reigota (2017, p. 25), “pode estar presente em todas
as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio
natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades”. Essa definição está
alinhada com a EPT, que objetiva a integração com o trabalho, ciência e tecnologia. O
desenvolvimento da Educação Ambiental é essencial na EPT, principalmente por buscar atender
às necessidades locais (MELO, 2019).
46
As tecnologias devem ser pensadas como benéficas ao meio ambiente tanto como para os
seres humanos, ou seja, devem ser utilizadas com intuito de despertar uma sensibilidade acerca das
problemáticas ambientais. Uma das formas de se promover um programa de EA de forma
interdisciplinar, que atenda as demandas das novas gerações por tecnologia certamente é utilizando
as TICs. Pois “ao utilizar as TICs, os jovens usam a imaginação e a criatividade para investigar
problemas e buscar soluções inovadoras” (SOARES et al., 2018, p. 04).
Nesta perspectiva, Soares Neto et al. (2019), questionam como o professor pode trabalhar
essa temática em sala de aula, já que a escola por si só é a criadora de condições para reflexões
sobre a Educação Ambiental. Nesta perspectiva, os autores enfatizam que é importante que durante
o cotidiano escolar, o aluno seja provocado pelo professor, provocado a pensar sobre a utilização
de forma consciente dos recursos naturais, e isso é possível a partir de métodos e ações de
preservação dos ambientes presentes no seu cotidiano, para que assim os mesmos possam
desenvolver uma consciência crítica sobre tal e consequentemente uma nova postura.
São diversos os desafios existentes em relação às problemáticas socioambientais, e nesta
perspectiva Mendonça e Serrão (2014), afirmam que a EA descontextualizada não costuma ser
eficaz; assim ressalta a aprendizagem a partir de recursos tecnológicos que pode ocorrer a qualquer
momento e local. Portanto, os autores destacam a necessidade de inserir a EA nesse meio, pois o
que destaca a política ambiental brasileira é a distância entre a legislação e as ações que a efetivam,
ou seja, seus mecanismos de participação.
Segundo Marchiorato (2018), é extremamente importante pensar em Educação Ambiental
desde um ponto de vista informal de educação, “não se trata de compreender a tecnologia como
ferramenta didática, mas como um mundo interativo integrante no dia-a-dia das pessoas”
(MARCHIORATO, 2018, p. 94). A aproximação com a realidade “contribui para que determinados
conteúdos se tornem mais atraentes aos olhos deles, levando o aluno a refletir e sensibilizar-se
quanto aos problemas que o meio ambiente vem sofrendo” (JESUS et al., 2016, p. 24).
A pedagogia de Reigota defende práticas EA que vá além da formação de cidadãos com
consciência política, crítica, cidadãos éticos conscientes e atuantes, ou seja, defende como “uma
nova perspectiva de perceber as relações sociais, políticas e culturais, que possibilite o
desenvolvimento de uma Educação Ambiental Política, onde há necessidade de pensar no global
para agir no local” (SOARES NETO et al., 2019, p. 13).
47
Maturana (2007), defende que existe um acoplamento estrutural entre o ser humano e o
ambiente, onde um atua sobre o outro de forma recíproca, assim, a EA deve ser vista como um
processo contínuo e permanente, enfatizada em todos os âmbitos sejam eles formais e não formais.
O uso das tecnologias digitais pode ser intitulado como um meio concreto para o auxílio no
desenvolvimento educacional em prol da conservação do meio ambiente, e isto é o que se almeja
a Educação Ambiental, visto que são consideradas enquanto produtoras e reprodutoras de
informações (MARCHIORATO, 2018).
Mueller et al. (2012), afirmam que as práticas pedagógicas de promoção de EA relacionados
ao cotidiano dos educandos, recuperam os saberes locais (econômicos, ambientais, culturais e
sociais), presentes em uma comunidade e os inserem dentro do espaço escolar, através da prática
pedagógica. Assim, os territórios se desenvolvem, através do conhecimento popular, de acordo
com a sua vocação, garantido o desenvolvimento local.
Torna-se evidente uma educação que possibilite atender aos interesses da região onde os
educandos estão inseridos, capaz de promover a formação de indivíduos autônomos e conscientes
do seu papel local. De acordo com Sato (2005), o aprendizado ambiental é necessariamente um
componente vital, pois oferece questões que levam os educandos a se reconhecerem como
integrante dos meios onde habitam/ vivem, a reconhecerem seu cotidiano e isto acaba
desenvolvendo pensamentos em prol de alternativas para soluções dos problemas existentes ao seu
entorno e consequentemente a contribuir com o cuidado em manter os recursos naturais existentes
no planeta para as futuras gerações.
A EA emerge com o intuito de formar o sujeito ecológico (CARVALHO, 2017), ou seja,
indivíduos que desenvolvam concepções de meio, conscientes e consequentemente comprometidos
com a conservação e manutenção do meio ambiente, desenvolvendo assim uma formação crítica
reflexiva, indivíduos capazes de compreender e principalmente interferir de forma positiva no meio
no qual estão inseridos. As TICs reforçam a disseminação do conhecimento, podem ser vistas como
um meio de divulgação das condutas antrópicas e importantes para o desenvolvimento de soluções
para tais problemas.
Nesta perspectiva, o uso destas abrem possibilidades de compreensão ética do meio
ambiente, e nessa perspectiva “a Educação Ambiental é “informalizada” na medida em que é
informatizada pela transmissão digital de informações sobre a relação sustentável entre ser
humano, sociedade e natureza” (MARCHIORATO, 2018, p. 85).
48
Ademais, Rocha et al. destacam que “apesar do crescente uso de novos recursos, existem
poucos trabalhos na área de Educação Ambiental utilizando Tecnologias da Informação e
Comunicação no espaço escolar e fora dele” (ROCHA et al., 2015, p. 265). É extremamente
importante fazer o uso de ferramentas tecnológicas e pedagógicas para ensino da EA, pois tal
utilização contribui significativamente para o fortalecimento das práticas pedagógicas e
consequentemente para o processo de ensino e aprendizagem (ALVES; PAWLAS, 2016).
Para Melo (2019), existem vários fatores importantes para se obter um trabalho eficaz e
eficiente de Educação Ambiental especificamente nas escolas. Fatores como: “um bom currículo
integrado e interdisciplinar, formação adequada dos profissionais, condições de trabalho, recursos
etc” (MELO, 2019, p. 45). Nessa perspectiva a interdisciplinaridade da EA ultrapassa os enfoques
biológicos e as áreas ou níveis de ensino.
É essencial que EA estimule ao diálogo e o pensamento crítico dos indivíduos, e isto é
possível por meio de ações conscientes que sensibilize a sociedade sobre os problemas
socioambientais que a envolvem, portanto, enfatiza-se uma EA que promova “[...] a reflexão na
ação, entendida como práxis educativa, e que nos permita identificar problemas e conflitos relativos
às nossas ações e à nossa própria presença no planeta” (OLIVEIRA, 2007, p. 105).
As próprias escolas, seu entorno e o sistema escolar deveriam ser sustentáveis e
participativos (MELO, 2019, p. 45). Para isso, Melo enfatiza que,
METODOLOGIA
50
O presente capítulo apresenta o percurso metodológico que foi realizado durante a pesquisa,
bem como o método escolhido para fundamentar a pesquisa e os procedimentos metodológicos de
coleta e análise de dados, em suma todas as etapas necessárias para alcance dos resultados.
desse método na pesquisa em questão levará os participantes a uma reflexão sobre as relações dos
mesmos com o ambiente de estudo.
Para Konder (2008, p. 07, 08) “[...] na modernidade a dialética significa o modo de
pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como
essencialmente contraditória e em permanente transformação”. Frente a esse cenário, dialogar com
as concepções de Freire, é reconhecer seu posicionamento progressista e afirmar a defesa por uma
educação emancipatória, é afirmar a resistência pelos processos democráticos.
e quando não andam juntas, é percebido defasagem nestas situações levando à falta de
contextualização.
Para Konder (1992), a práxis é a atividade concreta remetendo a teoria à prática pela qual
os sujeitos se portam no mundo. Em suma é, portanto, um conceito central para a educação,
principalmente para a Educação Ambiental, “uma vez que conhecer, agir e se perceber no ambiente
deixa de ser um ato teórico-cognitivo e torna-se um processo que se inicia nas impressões genéricas
e intuitivas e que vai se tornando complexo e concreto nas práxis” (LOUREIRO, 2006; p. 148).
realizado registo fotográfico, que compõe o acervo de fotografias próprias e também foi necessário
selecionar fotografias de terceiros, devidamente identificadas e disponibilizadas para a elaboração
da pesquisa;
Na área de estudo, buscou-se informações junto a população a ser estudada: aos visitantes
e moradores da comunidade, a partir do consentimento por meio do (TCLE), para isso foi dado a
partir do pesquisador todas as garantias éticas aos participantes e assistência integral aos
participantes, no que se refere às complicações e danos decorrentes da pesquisa. Para resguardar e
assegurar a privacidade do participante no processo da análise e publicação dos dados, os
participantes foram identificados por letras e números. A seguir o (Quadro 01) mostra de forma
mais detalhada os participantes almejados para execução desta pesquisa.
Quadro 02: Descrição das ações realizadas a partir visitas a área de estudo
Datas Ações
25/10/2021 Observação local e registro fotográfico
15/11/2021 Observação local e registro fotográfico
17/01/2021 Observação local e registro fotográfico
23/10/2021 Colocação das placas e registro fotográfico
15/11/2021 Visita informal a comunidade
04 a 05/12/2021 Entrevista/diálogo com a comunidade
05/12/2021 Entrevista/diálogo com a comunidade
11 a 12/12/2021 Entrevista/diálogo com a comunidade
12/12/2021 Entrevista/diálogo com a comunidade
Elaboração e Organização: AMORIM, 2021.
A área de estudo está localizada no município de Simão Dias- SE, figura (02), que abrange
560,8 km² (NUNES et al., 2016, p. 97). O município tem uma altitude de 250 metros acima do
nível do mar e as coordenadas geográficas de 10°44'20 "de latitude sul e 37°48'36" de longitude
oeste, está a uma distância de 100 km da capital do estado, Aracaju. E com 40.606 habitantes,
estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE, 2019).
57
Fonte:https://lagartocomoeuvejo.com.br/wpcontent/uploads/2016/06/13346776_1019656451404764_5
314363597145383160n.jpg (Acesso em junho de 2020.)
Já a segunda praça do complexo, apresenta uma vista mais reservada, onde é usado por
pessoas que preferem um local mais sossegado, (Figura 07). Em suma, o ponto turístico apresenta
uma vista fantástica de toda cidade e proporciona um contato direto com a natureza, por isto a área
recebe uma grande visitação, principalmente, nos finais de semana quando buscam momentos de
lazer diferentes dos encontrados na cidade.
Figura 07: Visualização por satélite da praça construída no complexo do ponto turístico,
serra do Cabral, Simão Dias-SE.
CARACTERIZAÇÃO GEOSSISTÊMICA DE
SIMÃO DIAS-SE
66
Predomina em Simão Dias, do ponto de vista geológico rochas carbonáticas, que são
utilizadas no setor de mineração: produção da cal, argila para fabricação de telhas, tijolos e
cerâmicas (CARVALHO, 2017). Assim, podemos considerar o solo como um dos elementos mais
valiosos dos recursos naturais, essencial para vida devido a sua rica variedade de substâncias
orgânicas e inorgânicas indispensáveis para o desenvolvimento de microrganismos e invertebrados,
bem como a vida vegetal, animal e humana (MOHAMMAD et al., 2017).
De acordo com Silva et al. (2014), o relevo municipal é representado por pediplanos com
ocasionais formas tabulares e alguns cristais. Na parte leste do território Simão-Diense encontram-
se a constante presença das serras residuais (SERGIPE, 2013). De acordo com Souza (2012), o
município possui também, um relevo menos acidentado, cujo potencial produtivo atinge uma área
bem extensa em comparação aos demais municípios do Estado. Seu relevo é menos dotado de
acidentes geográficos (serras, depressões rochosas, etc.)
Conforme os dados da Embrapa (2014) e Sergipe (2013), os solos do munícipio são
classificados como: Neossolos, que são aqueles que detém uma estrutura arenosa; o Argissolo
(Vermelho-Amarelo) que possuem uma textura argilosa; o Planossolo, que são solos formados por
uma textura arenosa, média e argilosa, além da presença de Cambissolos (ARAÚJO, 2018).
Portanto, destes tipos, predominam-se os do tipo “neossolos, principalmente na porção
norte e sudoeste da área, e os planossolos, na região centro-oeste. Os luvissolos aparecem na região
central e os cambissolos no extremo oeste” (SPINOLA, 2018; p. 41).
De acordo com Silva et al. (2014), predominantemente nas Unidades de Mapeamento
(UMs), são os Neossolos Litólicos associados aos Planossolos e afloramentos de rochas. O
principal fator limitante a destes tipos de solo é pouca profundidade dos Planossolos e Neossolos
Litólicos que geralmente é inferior a 0,50m, e a variação do relevo, que vai de ondulado a forte
ondulado dos Neossolos Litólicos, ou seja, todos com alta suscetibilidade à erosão.
67
Os solos do tipo Neossolos são constituídos por material orgânico ou mineral pouco
espesso, definido por (EMBRAPA, 2006). São tidos como solos pouco evoluídos, caracterizado
principalmente pela ausência de manifestação de evidências dos processos de evolução do solo. E
isto geralmente se dá em função de uma série de fatores, como material de origem, clima, relevo e
tempo (SPINOLA, 2018).
Os Neossolos Litólicos são pouco desenvolvidos, geralmente são:
Geralmente estes tipos de solo “variam muito de acordo com seu local, de acordo com clima
e relevo. Apresenta espessura variando de 50 cm a 1 metro, com textura arenosa a argilosa, com o
segundo horizonte composto por material mineral e podendo conter ou não agregados com grãos
simples ou maciços” (SPINOLA, 2018; p. 42). Para Silva et al. (2014) esses solos também estão
presentes em:
a erosão. As classes com potenciais Baixo e Muito Baixo ocupam, no total, 46%
da área, com predomínio de Neossolos Litólicos (SILVA et al., 2014; p. 01).
Os solos do tipo planossolos são típicos de áreas com altitude baixa, terrenos planos ou
suavemente ondulados. Em geral:
No município, estes tipos de solos são predominantes nas (UMs), e ocorrem associados com
os solos Neossolos Litólicos, todos com fertilidade média e relevo plano e suave ondulado (SILVA,
et al., 2014, p. 02). Os fatores mais restritivos nesses ambientes é principalmente a pouca
profundidade, que consequentemente dificultam a mecanização, aumentando assim os riscos de
erosão e assim exigem cuidados maiores nas práticas de manejo e conservação tanto do solo como
da água.
Para Spinola (2018) “os solos luvissolos são solos pouco profundos com o horizonte
superficial pouco espesso, com estrutura pouco desenvolvida e um segundo horizonte resultante de
concentração de argila, decorrente de processos de iluviação ou formação in situ” (SPINOLA,
2018, p. 42).
Marques (2014), enfatiza que estes solos são rasos a pouco profundo, típico do ambiente
semiárido, solo rico em bases e com argila de atividade alta. Apresentando assim um acúmulo de
argila em subsuperfície. Portanto, são solos altamente susceptíveis aos processos erosivos, entre
eles a carstificação, pois seus horizontes possuem grande diferença textural (SPINOLA, 2018). A
localização desses tipos de solos caracterizados anteriormente do município, encontram-se
identificados sua localização na figura 09 a seguir:
69
Quando destacamos a relação dos solos com a produção agrícola no município, o mesmo
apresenta 32% da sua extensão territorial total potencial alto para a cultura do milho, os meses
favoráveis para esse cultivo e os demais são os chuvosos, geralmente são: maio, junho, julho e
agosto. Já os fatores restritivos para o desenvolvimento da agricultura são solos rasos e relevo
ondulado e serrano, apropriadas para conservação ambiental (SILVA et al., 2014).
Nas avaliações realizadas por Silva e seus colaboradores (2014), quando analisados os
aspectos físicos da região, os mesmos consideraram que “relevo, profundidade efetiva, textura,
fertilidade, drenagem, pedregosidade, riscos de erosão, salinidade e sodicidade” (SILVA et al.,
2014, p. 02) são algumas das principais características físicas presentes no espaço, as quais foram
avaliadas para cada classe de solo das (UMs).
Quando analisada a obra de Spinola (2018), também foi possível identificar que em um
estudo do uso do solo realizado a partir de imagens de satélite do município, permitiu a
classificação dos solos utilizando-se de quatro categorias: Ação antrópica, Vegetação nativa,
Cultivos e pastagens e solos expostos (Figura 10).
Para os cultivos e pastagens se considera todo tipo de uso do solo onde há agricultura ou
pecuária na extensão do município, concentra-se nas porções norte e sudeste da área. E os solos
expostos, que “compreendem toda a região desmatada e fortemente erodida, aparecem em zonas
70
esparsas pela área do município. Em alguns casos, aparece associado às zonas de ação antrópica”
(SPINOLA, 2018, p. 38).
Diante do exposto, o município de Simão Dias apresenta uma diversificação em relação aos
tipos solos em toda sua extensão, e estes devem ser conservados independente das circunstâncias
relacionadas ao seu uso. Para Silva et al. (2014), mais especificadamente “os ambientes com relevo
fortemente ondulado devem ser destinados para conservação ambiental”.
3.2 Clima
Pela sistemática de Köppen e pelo IBGE (2019), no município de Simão Dias prevalece o
tipo climático tropical seco e sub-úmido ‘BSsh’, ou seja, muito quente, semi-árido, com estação
chuvosa no inverno. Temperatura do mês mais frio superior a 18ºC (JACOMINE et al., 1975).
O município localiza-se no Polígono das Secas, com média anual de temperatura de 24,1°C,
com variações de 18ºC no inverno. A precipitação de chuvas média ao ano é de 880 mm, mais
predominante de março a agosto (outono-inverno) (IBGE, 2019). Apresenta uma vegetação de
Capoeira, Caatinga, Campos Limpos, Campos Sujos e Vestígios de Mata (SOUZA, 2012).
Devido à presença de um conjunto de serras, seu relevo é acidentado, com altitudes que
variam entre 200 a 750 metros, condição que favorece a existência de uma vegetação menos
71
3. 3 Hidrografia
Figura 12: Imagem rio Vaza-Barris na divisa dos municípios de Simão Dias/Pinhão- SE
De acordo com Spinola (2018), o rio Real proporciona uma fronteira natural entre os
estados da Bahia, onde banha nove municípios, e Sergipe, onde banha oito incluindo o município
de Simão Dias. Com a extensão de 255,00 km (ANA, 2015), nasce entre os municípios de Poço
Verde-SE e Heliópolis-BA, sendo que seu leito marca a divisa entre esses dois Estados (SERGIPE,
2010b).
Possui como principais afluentes no estado de Sergipe os riachos: “do Urubu, Carepau,
Jacarezinho, Periperi e rios Jabiberi, Itamirim e Mocambo. Sua bacia hidrográfica tem uma área de
2.568 km², cobrindo 11,6% do território do estado e é um importante rio para o abastecimento
urbano” (SPINOLA, 2018, p. 40).
Outro rio importante na região é o Piauí nasce no município de Riachão do Dantas, em
Sergipe. Possui uma bacia hidrográfica com 4.150 km² de área, passando por 15 municípios da
região sul do estado. Compreende 19% da área do estado e deságua no município de Estância, em
Sergipe (LIMA, 2012).
A bacia do rio Piauí é uma das bacias hidrográficas mais desenvolvidas do estado de
Sergipe, sendo essencial para o abastecimento urbano. Apresenta diversos afluentes de médio e
74
grande porte, sendo os mais importantes os rios Arauá, Pagão, Jacaré, Piauitinga e Fundo. A partir
do exposto, nota-se que a maior parte das cavidades naturais do município de Simão Dias ocorre
na bacia hidrográfica do rio Piauí, cabe destacar aqui as sub-bacias dos rios Caiçá (Figura 13) e
Jacaré (SPINOLA, 2018, p. 40).
Figura 13: Imagem do rio Caiçá no centro de Simão Dias-SE
Estão inseridos três conjuntos habitacionais: Rivalda Silva Matos, José Neves da
Costa e Caçula Valadares, que totalizam 3.183 habitantes. A nascente principal
do rio Caicá, situa-se no povoado Caicá, divisa com o município de
Paripiranga/BA, distante 8 km da sede municipal de Simão Dias-SE (FONTES,
LUCAS, CARVALHO, 2017, p. 53)
3.4 Vegetação
Como foi anteriormente mencionado, o relevo do município é acidentado, devido à presença
de um conjunto de serras, com altitudes que variam entre 200 a 750 metros, condições estas que
favorecem uma vegetação menos vulnerável às estiagens típicas do sertão, sendo o bioma
predominante do município a Caatinga (IBGE, 2019). Segundo Souza (2012), também se alterna
nessa paisagem a capoeira, campos limpos, campos sujos e vestígios de mata.
De acordo com Spinola (2018), as ações antrópicas são consideradas basicamente a partir
das ocupações urbanas no município e concentra-se em maioria no entorno da cidade. Assim,
Araújo (2018) destaca que “a vegetação predominante na região é de formação secundária de
caatinga hipoxerófila, atualmente bastante devastada (cedendo lugar para pecuária/pastagens e
culturas de milho, feijão e mandioca), apresentando remanescentes em pequenas manchas”
(ARAUJO, 2018; p. 71).
O bioma Caatinga é composta por espécies pouco ou nada conhecidas e nem cultivadas.
Castro (2010) considera que,
A Jurema (Mimosa tenuiflora willd) é uma espécie arbustiva que suporta dias de sol intenso,
pois tem a capacidade de armazenar água, conseguindo assim sobreviver durante a estiagem
(Figura 16). No município sua presença é frequente na área de transição morfoclimática entre o
Agreste e o Sertão (DRUMOND et al., 2016).
O Juazeiro (Zizipnus joazeiro Mart), joá, juá, juá-fruta, juá-espinho, ou laranja de vaqueiro
(DRUMOND et al, 2016), também é uma espécie que sobrevive bem ao período seco. É uma das
poucas espécies que permanecem com a copa verde durante o período seco (Figura 17). Assim,
destaca-se pelo verde e por conservar sua copa frondosa durante todo o ano graças ao seu profundo
sistema de raízes. O fruto, é conhecido como juá, é pouco consumido, suas folhas dividem espaços
com espinhos (SENA, 2011).
Figura 17: Imagem do Juazeiro no povoado Colônia governador Valadares Simão Dias-
SE
Também está presente na região estão as espécies de Umbuziero (Figura 18), é uma árvore
muito cultivada no Nordeste, o seu fruto é o umbu muito popular na região, de sabor acre é bastante
comercializado em feiras e apreciado em sucos, picolés e sorvetes (SENA, 2011). Bomfim (2013)
destaca que,
Figura 18: Imagem do Umbuzerio, povoado Colônia governador Valadares, Simão Dias-
SE
Esta espécie é muito cactácea e bastante comum em regiões semiáridas, principalmente por
armazenar água em seu interior nas épocas secas; ou seja Armazena no período chuvoso para
utilizar no período seco endêmica nas regiões semiáridas do Nordeste, e é pouco exigente quanto
ao solo e à umidade, se desenvolvendo bem nos solos mais pedregosos (SENA, 2011).
A área de pastagem é a segunda atividade a predominar no território do município de Simão
Dias (Figuras 20 e 21), devido à pecuária que é uma atividade de natureza “predatória” responsável
principalmente pelo desmatamento na região. Identifica-se dois tipos de pastagens: a plantada e a
natural. A primeira representa um dos principais tipos de vegetação artificial que recobre
geralmente o terreno durante o ano, com menor intensidade no período de estiagem (BOMFIM,
2013).
81
Figura 21: Área de pastagem natural no complexo da serra do Cabral, Simão Dias- SE
A vegetação neste caso é extremamente importante, visto que protege o solo da erosão,
pela capacidade que tem de diminuir a intensidade do escoamento superficial. Já a pastagem
82
natural, é constituída pelas áreas destinadas ao pastoreio do gado, sem terem sido formadas
mediante plantio, ainda que tenham recebido algum trato (BOMFIM, 2013). Com base no que foi
apresentado até o momento, no capítulo a seguir será apresentado os resultados desta pesquisa a
partir da execução da metodologia aplicada.
83
A partir das visitas foi possível constatar as mudanças implementadas no local, a abertura
de trilhas, estradas ou desmatamentos de uma determinada área provocam alterações diretas na
dinâmica de todo um ecossistema, dentre estas alterações a redução da biota é um dos principais
pontos a serem pontuados. A figura (22), apresenta um recorte presente na primeira serra (assim
chamado pelos moradores locais) do complexo turístico, onde juntamente com a iluminação
pública, foi construída para permitir o acesso até os pontos mais altos das serras.
Figura 22: Recorte do topo do ponto turístico serra do Cabral para a inserção da
pavimentação, município de Simão Dias –SE.
Em uma área antes natural, onde ações do desmatamento, a abertura de estradas, inserção
do paralelepípedo, iluminação pública, inserção do tráfego de pessoas e veículos que já expõem
85
2014). Consistem basicamente nas principais caraterísticas do espaço urbano, que se torna um local
cada vez mais complexo, que provocam alterações diretas na paisagem e tais alterações promovidas
pela sociedade passaram a acontecer com maior intensidade com o passar do tempo.
De acordo com o primeiro diagnóstico realizado pela pesquisadora no ano de 2017, foi
possível naquela época já identificar impactos ambientais decorrentes do processo de urbanização
na área, problemas que afetavam diretamente a população que reside nas proximidades: como a
falta de saneamento básico, a ocupação desordenada na encosta da serra, o descarte inadequado de
resíduos sólidos (Figuras 24 e 25). Ou seja, ações que promovem mudanças no ambiente físico e
provocam alterações na dinâmica natural do ecossistema (AMORIM, 2017).
Figura 24: Disposição de resíduos sólidos no trajeto do ponto turístico Serra do Cabral,
município de Simão Dias –SE.
As áreas que concentram os restaurantes, mesmo sendo fundamental estarem mais limpas,
a disposição inadequada de resíduos sólidos no ambiente (Figura 25), infelizmente é comum em
ambientes frequentados pelos turistas e moradores locais.
Fonte: AMORIM,2020.
A natureza é uma das principais vítimas dos malefícios derivados do uso e apropriação de
espaços naturais para fins turísticos e, o descarte inadequado de resíduos sólidos pode ser citado
com um dos principais agressores. Para Miller Jr. (2008), os resíduos sólidos são resultados de
atividades exercidas e que em sua maioria são lançados no meio ambiente, quando não mais
utilizados e/ou quando não há a coleta correta, estes objetos podem ser de origem pessoal,
doméstica, comercial entre vários outros.
Os problemas urbanos que acabaram sendo introduzidos na serra do Cabral a partir das as
ações antrópicas, os que estão mais presentes no espaço perpassam pela destinação dos resíduos
88
sólidos, onde visivelmente tais problemas são resultantes do mal-uso do espaço, fiscalização
precária no local e principalmente falta de educação dos visitantes.
Além dos problemas ambientais já apresentados existentes na área, também há indícios de
focos de fogo (Figura 26), e isto pode acarretar um incêndio de grandes proporções no local.
Figura 26: Indícios de fogo no complexo do ponto turístico serra do Cabral, município de
Simão Dias –SE.
A partir das visitas à serra do Cabral, pôde-se perceber que há um alto descarte de resíduos
pelos visitantes e transeuntes, ou seja, há a dispersão desses resíduos de forma irregular, neste
sentido Costa (2014) destaca que, “a deposição de lixo no decorrer das áreas, causam impacto
visual, constituindo um sério problema de contaminação do solo e das águas. É um problema que
está relacionado com o nível de presença de turistas” (COSTA, 2014, p. 3946). O fluxo de pessoas
aumenta gradativamente na área, principalmente nos finais de semana, mais especificamente nas
duas praças onde geralmente as pessoas ficam mais tempo, consequentemente também há um
acúmulo maior de resíduos.
A disposição incorreta dos resíduos sólidos contribui para o desequilíbrio na dinâmica
natural do ambiente, reflete diretamente no aumento da população de insetos e roedores, e
consequentemente na proliferação de doenças (BENDITO et al., 2017). Como exposto na figura
(26), há indícios de fogo no local, os visitantes acabam utilizando esse espaço para devidos fins, e
89
ações como estas podem causar incêndios, que é um dos atos tidos como grandes causadores de
desastres ambientais. De acordo com Nunes et al. (2016), o incêndio que ocorreu na serra do Cabral
em fevereiro de 2012 destruiu grande parte da biodiversidade presente neste local.
Observa-se também, que as estruturas construídas na área estão sendo totalmente
destruídas, como exposto a seguir nas figuras (27, 28), e estas ações se dá justamente pela falta de
atenção dos gestores públicos com o local, visto que é notório que o espaço da serra do Cabral é
utilizado por qualquer pessoa, para quaisquer fins, justamente pela falta de fiscalização pública.
Figura 27: Estrutura destruída da praça do complexo do ponto turístico serra do Cabral,
município de Simão Dias- SE.
Na concepção de Ruschmann (2016), a poluição visual que é provocada nos espaços seja
pela construção de equipamentos de hospedagem, de alimentação ou de lazer e entretenimento, são
ações que modificam o meio e consequentemente acabam descaracterizando a paisagem. Nesta
perspectiva, torna-se essencial a atuação de órgãos de fiscalização e monitoramento para que esses
espaços não sejam alvos de atos de vandalismo (Figura 28).
90
.
Fonte: AMORIM, 2020.
Para Paulo et al. (2014), as condições de saúde, segurança e bem-estar das populações que
rodeiam áreas de expansão urbana distantes dos centros das cidades são precárias, afetando
significativamente o bem-estar da população. Amorim (2017), expôs em seu diagnóstico que os
moradores da área convivem com alguns problemas desencadeados pela falta de atenção do poder
público no local.
De acordo com Borelli (2012), geralmente as populações mais carentes ocupam certas áreas
com precariedade devido à falta de alternativas. São áreas como margens de cursos d’água,
encostas, morros, entre várias outras que são modificadas pelas construções de instalações que
podem causar impactos ambientais. Mass e Holzmann (2012), versam que situações como estas
revelam que estas comunidades, encontram-se duplamente vulnerável, pois estão expostos à
vulnerabilidade social que é caracterizada pela carência de infraestruturas dignas, de saneamento,
da acessibilidade a serviços como os de saúde e educação e também são expostos à vulnerabilidade
ambiental, caracterizada por riscos de erosão, deslizamentos, enchentes e etc.
Diante das observações integrada da paisagem e da identificação das irregularidades
ambientais no meio urbano instruído na serra do Cabral em Simão Dias-SE, torna-se evidente que
92
haja uma maior intervenção na realidade local de ações que busquem promover a reflexão dos atos
da sociedade que prejudicam a harmonia com o meio ambiente, meios que possam mobilizar os
indivíduos a adotarem hábitos ecologicamente corretos que contribuam para conservação de áreas
como esta. Nesta perspectiva será exposto nos próximos subcapítulos, práticas educacionais que
podem ser trabalhadas junto às escolas que permitem uma participação crítica dos discentes quanto
aos problemas socioambientais, possibilitando assim que os mesmos sejam agentes multiplicadores
da Educação Ambiental.
Os dados aqui apresentados foram obtidos através das entrevistas e visitas a campo, das
conversas realizadas com os moradores do entorno do complexo turístico de maneira individual e
ou conjunta. A partir desse contato direto com os moradores da área foi possível averiguar a
percepção dos mesmos quanto às mudanças ocorridas na área após a implementação do ponto
turístico.
A partir das observações in loco e conversas formais realizadas entre novembro e dezembro
de 2021 com cerca de 15 membros da Comunidade Taboca, foi possível observar que a área
habitacional (Figura 29) tem cerca de 15 moradias.
Quando questionados sobre as mudanças ocorridas após a inserção do ponto turístico no
local, os entrevistados informaram de maneira unanime que foram muitas, principalmente após a
abertura da estrada pavimentada, que ocasionou um aumento do ciclo de pessoas e veículos no
local, diminuiu a poeira que existia na localidade, além de acabar com problemas que ficavam
evidentes nos períodos chuvosos com a dificuldade de tráfego de veículos na região, todas essas
mudanças foram fundamentais para a construção de novas residências. Mesmo assim, durante a
realização das entrevistas foram identificadas contradições contidas nas respostas, visto que alguns
participantes exporem que a inserção do ponto turístico trouxe melhorias e para outros não.
Dentro dessa linha de pensamento, de acordo com Vilhena (2017), geralmente quando se
usa o termo impacto ambiental, geralmente assimila-se a algo ruim, porém alguns tipos de impactos
podem vir a ser negativos ou positivos. No caso em questão, a pavimentação da estrada é tida como
um impacto positivo para qualidade de vida da comunidade. Por outro lado, podemos expor alguns
93
impactos negativos, o primeiro pode ser percebido na fase de construção de uma rodovia é a retirada
de vegetação.
Segundo Reis (2015), com relação aos impactos causados na fauna e flora, visto que a
rodovia irá cortar um sistema biótico “ao meio”, acaba criando zonas de risco.
moradores, os atos de vandalismo também aumentaram no local. Conforme Borges e Silva (2016),
o turismo é uma das atividades que mais necessita de um maior controle nas localidades,
principalmente para manter a ordem social. A segurança pública nestes locais deve ser considerada
um dos principais objetivos dos gestores públicos nos destinos turísticos para aumentar o potencial
turístico, visto que a atividade turística diminui em ambientes que não há segurança.
A falta de segurança e fiscalização, resulta em atos que causam poluição visual, atos de
vandalismo que depreciam a paisagem natural. De acordo com os moradores, o fluxo de pessoas
em determinados horários na serra do Cabral tem diminuído devido aos atos de vandalismos e
assaltos, como a área é afastada do centro da cidade algumas pessoas não frequentam mais o ponto
turístico em horário noturno, devido à falta de segurança no local.
Na área de estudo não há atuação de nenhum órgão de segurança, municipal ou estadual,
contudo, o local torna-se inseguro para a visitação. Desse modo, percebe-se a necessidade das
autoridades competentes da segurança pública do município de Simão Dias–SE em aumentar a
fiscalização em toda área que abrange o ponto turístico da serra do Cabral, para proporcionar mais
segurança aos visitantes, bem como, aos moradores.
Fica evidente também uma certa complacência por parte dos órgãos oficiais em relação as
agressões sofridas ao meio ambiente (SOUZA; NASCIMENTO; ENNES, 2015). O monitoramento
dos espaços públicos, turísticos, bem como sua fiscalização, é de responsabilidade do poder público
municipal, encarregado pelo gerenciamento do território do município como um todo tendendo as
necessidades da população.
Por outro lado, verifica-se uma certa invisibilidade da população perante as problemáticas
locais.
Essa invisibilidade é traduzida, na pequena participação dos moradores no
processo de implementação e agora na gestão [...] também está associada ao pouco
reconhecimento e uso dos saberes ambientais dos moradores dos povoados do
entorno (SOUZA; NASCIMENTO; ENNES, 2015; p. 1287).
para o centro da cidade para conseguirem atendimento médico, situação complicada porque de
certa forma o deslocamento é uma dificuldade para a maioria dos moradores.
O outro problema enfatizado pelos moradores da comunidade foi a indisponibilidade de
água tratada e esgotamento sanitário na área habitacional, que para Ribeiro (2015) “não se deve
haver dúvidas, em prol da dignidade da pessoa humana, que assegurar o acesso à água potável e ao
saneamento é uma obrigação do Poder Público, inserindo-se no contexto das políticas públicas”
(RIBEIRO, 2015, p. 230).
Os entrevistados relataram que só tem a água do poço construído pelo governo federal e
que isto contribuiu para amenizar a qualidade de vida dos mesmos, porém que a água não é
suficiente, assim os mesmos precisam se deslocar para os tanques para pegar água para as
necessidades básicas do dia a dia, como pode ser observado nas falas dos entrevistados D, E, F e
G a seguir:
“Tem que pegar água nos tanques pra tomar banho” (D)
“Riscado pegar uma doença” (E)
“A água do poço é só para beber” (F)
“Tem comunidade pior a nossa que tem poço e a gente não” (G)
Destarte, quando analisado todas as entrevistas pode-se dizer que as áreas de expansão,
assim como essa da serra do Cabral, por serem mais distantes do centro das cidades são atreladas
à prestação de serviços de transporte público urbano, moradia, saúde e educação sem qualidade
mínima e estes fatores afetam significativamente o bem-estar da população.
Porém, segundo Ribeiro (2015), é importante se observar que o saneamento básico não é
considerado um direito fundamental e sim apenas uma política pública, que tem um importante
instrumento que pode viabilizar outros direitos, tais como: à saúde e a um meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
Ainda dentro desse contexto, cabe considerar que as principais atividades de saneamento
básico estão presentes na coleta e no tratamento de resíduos oriundos das atividades humanas,
sejam eles sólidos e líquidos que possam amenizar a poluição das águas dos rios e garantir a
qualidade da água utilizada pelas populações para consumo, bem como no controle do surgimento
de possíveis vetores.
96
Ademais, é importante considerar que projetos urbanísticos são de suma importância para
que haja processos de expansão urbana de forma organizada, pois esses projetos visam à ocupação
humana de forma planejada sem riscos para as pessoas que ali vivem e também, pode diminuir a
degradação do ambiente que foi alterado. Desse modo, o planejamento urbano é de fundamental
97
importância para que não haja a degradação dos recursos naturais e que os problemas no espaço
urbano não interfiram na qualidade de vida da população local.
Portanto, podemos considerar que, estes impactos são decorrentes da falta de políticas
públicas voltadas as questões habitacionais e ao meio ambiente, e de um planejamento urbano-
ambiental para o monitoramento e fiscalização sobre a ocupação da área de estudo, principalmente
para que impactos nos ambientes locais sejam amenizados.
“Não” (H)
Diante das respostas expostas acima, torna-se evidente as contradições entre as informações
sobre a existência da secretaria de meio ambiente. Diante de todos os acontecimentos e problemas
ambientais que a sociedade vem presenciando, a atuação de gestores na área ambiental é
indispensável. Santana e Zeferino (2016), destacam que:
Analisando essas respostas dos entrevistados (H e I) fazendo uma relação com as obras lidas
e estudadas, Santana e Zeferino (2016) destacam que,
Sobre a implementação das praças no espaço do ponto turístico da serra do Cabral foi
questionado sobre a existência de documentos, relatórios, informações sobre o projeto de
construção, reformas ou melhorias na área; não foram disponibilizados nenhum arquivo, porém
informaram que há um projeto de reforma e melhoria do local, como pode ser observado nas
respostas do H e I a seguir.
Para quem visita o ponto turístico é perceptível que a estrutura construída está bastante
degradada, e a gestão assim como todos os que visitam o local afirmaram que tem conhecimento,
e isto de certa forma tem refletido negativamente no ambiente. Portanto, há uma preocupação
em buscar a partir de recursos próprios revitalizar a área e consequentemente valorizar a região.
Quando questionado sobre quais ações de planejamento do espaço urbano estão sendo ou serão
realizadas para amenizar a degradação socioambiental na área, as respostas foram as seguintes:
A partir do exposto, podemos concluir que a prefeitura vem buscado investir em projetos
voltados a despertar na população a sensibilização de uso racional do espaço socioambiental
100
como um todo na cidade. De acordo com os participantes no ano de 2021 foram plantadas 1.000
mil mudas nativa na reserva da Colônia Valadares, além da distribuição de 2.000 mil mudas
frutíferas para pequenos produtores rurais e plantamos mudas arbórea nos espaços urbanos.
Além da parceria feita com a cooperativa Consensul, sob o âmbito de destinação
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos "logística reversa". Também foi mencionado a
campanha Campo limpo, que consistiu em um dia de campo para recolher e realizar a limpeza na
área da reserva de embalagens de agrotóxicos.
No entanto, é importante enfatizar a atuação do Gestor Ambiental deve ser feira por alguém
capacitado na área ambiental, que tem um papel fundamental neste processo devendo ser capaz de
gerir com responsabilidade os recursos naturais e toda a política ambiental do público municipal
onde atua (SANTANA; ZEFERINO, 2016). Dentro desse contexto, vereadores que não possuem
capacitação profissional para os cargos, de acordo com a legislação não devem ser considerados
como representante das secretarias que tem como linha de frente a gestão do meio ambiente. Neste
sentido, Santana e Zeferino (2016) destacam que:
Os dados aqui expostos foram obtidos a partir da aplicação de questionário via Google
Forms com os visitantes da área de estudo. Para tal foi criando um QR CODE (Figura 30), onde os
indivíduos interessados em responder a pesquisa tiveram acesso ao formulário ao apontar a câmera
do celular.
Figura 30: Imagem da placa com QR CODE.
semanas, o período de validade do código. Na semana seguinte duas das placas foram retiradas por
vândalos e jogadas no local, reforçando a questão da falta de respeito dos visitantes para com o
ambiente. As placas foram repostas imediatamente para dar andamento a pesquisa.
Figura 31: Imagem das placas coladas na serra do Cabral, Simão Dias- SE
Figura 32: Imagem das placas coladas na serra do Cabral, Simão Dias- SE
19%
43,5%
35,5%
Diante das respostas expostas no gráfico, 43,5 % dos participantes informaram que visitam
a área pelo menos 1x ao mês, 35,5% informaram que visitam 2x, 19% 3x ou mais no mês. Ou seja,
expõem que o fluxo de visita no ambiente é constante.
O segundo questionamento foi acerca do que por que os participantes gostam e visitam a
área. Você gosta desde de estar neste local? Por que?
Diante das respostas dos visitantes, as características mais citadas foram o contato com a
natureza como um hábito relaxante, e que o ambiente permite este contato direto, além da vista
panorâmica da cidade. Ou seja, reforça a ideia de que a área de estudo tem um grande potencial
turístico, portanto, deve receber uma maior atenção. O terceiro questionamento foi sobre a
estrutura construída na área e suas condições atuais.
105
Figura 34: Gráfico sobre estruturas construídas na Serra do Cabral, Simão Dias- SE
20%
39,10%
40,90%
Diante das alternativas marcadas, 39,10% dos participantes afirmaram que as estruturas
físicas construídas no local apresentam boas condições. Em contrapartida 40,90% dos
participantes afirmaram que a estrutura era ruim, e 20% péssima. Assim, percebe-se claramente
as controvérsias existentes nas respostas e nas percepções dos participantes.
Em suma as problemáticas mais citadas são a falta de segurança, falta de atenção dos órgãos
competentes. Os participantes também contribuíram informando medidas que acreditam que pode
contribuir para a conservação e melhoramento do ecossistema, as principais medidas citadas foram:
O último questionamento foi acerca do uso das tecnologias e mídia digitais, se estas podem
ser utilizados para compartilhamento ou até amenizar os problemas locais. Os participantes
sugeriram além de melhorias para o ponto turístico, dentre estas estão: a utilização de ferramentas
digitais ajuda a compartilhar e as informações, assim os problemas são reconhecidos, visto que
movimentos como estes são importantes pois pode alcançar muitas pessoas em menor tempo;
bem como as tecnologias para uso do monitoramento da área afim de evitar os atos de
vandalismo.
Outras sugestões dadas pelos visitantes foram também, a divulgação e postagens através de
redes sociais, para aumentar a interação entre os visitantes; promover e incentivar atividades e
ações educacionais e valorização englobando a ambiente local; e por fim, pensar na elaboração
e divulgação de materiais educativos e de publicidade, para auxiliar em levar informações para
conservação e preservação do local.
108
CONCLUSÃO
109
Tendo em vista as discussões trazidas no âmbito deste estudo, os objetivos foram atingidos
em sua totalidade.
Foi possível evidenciar que os indivíduos entrevistados já possuem conhecimentos prévios
sobre a Educação Ambiental, e uma sensibilidade quanto as problemáticas existentes na área de
estudo. Porém que as questões socioambientais do município, não são apresentadas claramente à
população que frequentam a Serra do Cabral.
Os dados evidenciados na pesquisa mostram ainda que trazer as problemáticas ambientais
identificadas no espaço visitado, para serem questionadas como positivas ou negativas promove o
exercício da autocrítica e sensibilização dos indivíduos.
Foi possível perceber a realidade ambiental, e promover reflexões acerca do cotidiano e do
comportamento das pessoas para com o meio que estão inseridos, assim como o acesso à
informação que os mesmos estão, ou não tendo.
Como medidas mitigatórias dos impactos socioambientais existentes na serra do Cabral, foi
exposto a necessidade de uma atenção maior do poder público, bem como a implementação de
ações que almejem a sensibilização da população quando ao uso do ambiente.
Para melhoria da qualidade socioambiental da área estudada e diante das problemáticas
enfatizadas, este estudo almejou levantar informações e promover reflexões sobre a importância e
sobre questão ambiental local.
Toda a contribuição abordada neste estudo, reforça ainda mais a importância da informação,
da troca de saberes entre os indivíduos, e assim, enfatiza-se a abordagem de ferramentas
tecnológicas que facilitam a disseminação de conteúdo, posto que a comunicação torna-se
essencial.
Além disso, o aplicativo trata-se do intermédio e eficaz tecnológico e de fácil acesso, para
que a população se aproxime da sua realidade, demonstrando que os usos de tais metodologias
possibilitam a construção de novas formas educacionais em Educação Ambiental nos espaços
escolares e não escolares, possibilitando, inclusive, a implantação e uma nova política, que
reconheça e almeje amenizar as problemáticas locais.
Em consonância, a pesquisa ainda modela exemplos sobre o uso das tecnologias nas
Ciências Ambientais, podendo ser replicada, melhorada, aprofundada e promulgada de diversos
recursos para o seu uso em universidades, comunidades, escolas e indivíduos. Os aplicativos
móveis tornam-se ferramentas exitosas, visto que são acessíveis a grande parte da população.
110
Sugere-se então, que a partir do uso das tecnologias digitais do aplicativo móvel composto
de informações específicas da área de estudo e do município como um todo aproxime os indivíduos
com as problemáticas existentes ao seu entorno, restringindo as distâncias entre estes e
possibilitando evoluções nas linhas problematizadoras.
111
REFERÊNCIAS
112
ANA. Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas. Mapas. Disponível em:
http://mapaz.ana.gov.br/pnga. Acesso em 28 de julho de 2021. Brasil: ANA, 2015.
ANDREOLLA, F; LORENZET, D. Paulo Freire, seu legado com a dialética, educação popular
e política. Rev. Ed. Popular, Uberlândia, v. 18, n.1, p. 222-232, jan./abr. 2019.
ARAUJO, C. C. Sustentabilidade da monocultura do milho em assentamentos rurais no
município de Simão Dias – SE. 2018 (Dissertação de mestrado em Desenvolvimento e Meio
Ambiente) Universidade Federal de Sergipe, são cristovão-SE,2018.
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121
APÊNDICES
124
serão identificados por letras e números. Será garantido total sigilo com sua identidade durante
a análise e publicação dos resultados.
Através deste termo, também peço sua autorização para que os resultados dessa pesquisa
sejam apresentados e publicados em meio científico. Reforço que todos os participantes têm o
direito de desistir em qualquer fase dessa pesquisa sem nenhum prejuízo.
Também concordo que os dados obtidos na investigação sejam utilizados para fins
científicos (divulgação em congressos, artigos e no trabalho final do curso). Estou ciente que
receberei uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e todas as vias do TCLE
serão assinadas, rubricadas e numeradas pelo participante assim como pelo pesquisador
responsável.
Esta é uma pesquisa realizada com pessoas voluntárias, desse modo participação no
estudo não acarretará custos para os participantes, porém caso em algum momento você tiver
qualquer despesa ocasionada pela pesquisa, a pesquisadora responsável irá realizar o
ressarcimento da forma que for mais conveniente para você, caso contrário não será
disponibilizada nenhuma compensação financeira.
Você também terá direito a buscar indenização através de vias judiciais e à assistência
imediata e integral caso vier a sofrer qualquer tipo de dano resultante de sua participação na
pesquisa previsto ou não no presente termo, sendo isso, uma responsabilidade das responsáveis
pela pesquisa.
Para quaisquer outras informações, você poderá entrar em contato com o pesquisador
através do endereço: Travessa Hermando Rocha Gomes, n° 412, conjunto Augusto
Franco/Simão Dias-SE; Telefone (79) 999202990; ou E-mail: jamille26sts@gmail.com. Sobre
a condução ética do estudo entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Sergipe (CEP/CONEP/UFS). Contatos: (79) 3194-7208 e
cep@academico.ufs.br. Rua Cláudio Batista, s/nº, Sanatório, Aracaju/SE. O projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Sergipe (UFS),
sob o parecer nº: (CAAE:).
Considerando, que fui informado (a) dos objetivos e da importância da pesquisa, riscos
e benefícios de como será minha participação, dos procedimentos e possíveis riscos do estudo,
declaro o meu consentimento em participar da pesquisa, que tem o objetivo de contribuir para
a discussão sobre percepção e sustentabilidade ambiental.
Assim, declaro o cumprimento da Resolução n° 466/12 e 510/2016 do Conselho
Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, e dos princípios éticos vigentes.
126
___________________________________________________
Participante da pesquisa
___________________________________________________
Pesquisador
Pesquisadora Responsável:
Jamile Santos Amorim
Endereço: Travessa Hermando Rocha Gomes, n° 412, Conjunto Augusto Franco/Simão
Dias-SE;
E-mail: jamille26sts@gmail.com
Telefone: (79) 9 99202990
127
_________________________________________________________
Participante da pesquisa
_________________________________________________________
Pesquisador
128
1) No seu cotidiano quando se fala em Natureza, qual lugar da cidade de Simão Dias você pode citar?
2) Você sempre frequenta este ambiente da Serra do Cabral com que frequência Mensal?
1x ( ) 2x ( ) 3x ( ) 4x ( )
6) Você acha que pode contribuir para mudar os problemas existentes nesta área? Sim como?
7) As tecnologias digitais podem ser um dos meios utilizados para amenização os problemas
ambientais? Como?
8) Cite alguma medida que você acredita que possa contribuir para a conservação do ecossistema da
Serra do Cabral.
130
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2022
JAMILE SANTOS AMORIM
SÃO CRISTÓVÃO-SE
2022
TERMO DE LICENCIAMENTO
1.INTRODUÇÃO..........................................................................................................06
1.1. Justificativa do produto............................................................................................07
1.2. Objetivo do produto..................................................................................................08
1.3. Público-alvo .............................................................................................................08
1.4 Faixa Etaria................................................................................................................08
2. METODOLÓGIA DE ELABORAÇÃO DO PRODUTO TÉCNICO ................ 09
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................24
REFERÊNCIAS.............................................................................................................25
131
INTRODUÇÃO
132
METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DO
PRODUTO TÉCNICO
135
TECNOLOGIAS
Javascript
React Native
Photoshop
Kodular App Inventor
MATERIAIS
Computador Pessoal
Especificações:
Processador: Ryzen 5 1600 AF
Placa de Vídeo: AMD RX 570
Memória Ram: 16 GB Corsair
Armazenamento: 1T SSD Sandisk
Placa-mãe: B450 Asus
Fonte: Gamemax 600W
DESENVOLVEDOR RESPONSÁVEL
Guilherme Fontes de Jesus
136
A intersecção tecnológica, meio ambiente e educação já é tida por muitos como objeto de
reflexão, do ponto de vista positivo Marchiorato (2018), ressalta a necessidade de se utilizar das
tecnologias de modo que levem a uma reflexão sobre a Educação Ambiental que extrapole os muros
da escola, ou seja, pensar a Educação Ambiental desde uma concepção de uma educação mais
abrangente.
É comum observar pessoas cada vez mais jovens portando telefones celulares modernos e
dominando facilmente todos os recursos encontrados neles. Nessa perspectiva, é relevante que haja
a utilização desses dispositivos para auxiliar o desenvolvimento e prática de diversas atividades
principalmente de cunho ambiental (JESUS et al. 2016).
Dias et al. (2016), enfatizam que a utilização de uma metodologia baseada na inserção das
TICs, facilita o processo de ensino e aprendizagem e também permite a disseminação dos
conteúdos, universalizando o conhecimento. É importante que as perspectivas e recursos
educacionais sejam sempre que possível inovados, pois o tempo e o desenvolvimento tecnológico
constituem processos contínuos.
A introdução abundante do uso de tecnologias abriu novas possibilidades, principalmente
no que se refere a relação existente entre os seres humanos e o mundo (MARCHIORATO, 2018).
As tecnologias ocorrem atualmente em todos os lugares, a partir dos dispositivos móveis que estão
cada vez mais acessíveis e podem ser utilizados com uso de alguns artifícios, como a gamificação,
aplicativos que possam envolver a aplicação de jogos em diversas áreas, inclusive na Educação
Ambiental (MELO, 2019).
Quanto ao conceito de aprendizagem móvel Melo e Bol (2014), expõem como a
“ampliação das possibilidades do processo comunicativo entre alunos que a cada dia mais se
138
tornam conectivos, ampliando territorialidades e vozes nesse outro lugar potencializador de acesso
e ressonâncias comunicativas originais” (MELO; BOL, 2014, p. 03). Os dispositivos móveis estão
se tornando cada vez mais objetivos básicos na vida da população do século XXI, portanto se pensar
em um processo educativo sem inseri-los mesmo que eventualmente é necessário.
Para Melo e Carvalho (2014), o uso de aplicativos é tido como uma grande potencialidade
quanto “a ampliação do acesso a conteúdo pedagógicos, a possibilidade de desenvolvimento da
aprendizagem ativa, interativa e colaborativa”. Os APPs fazem parte dos dispositivos móveis,
celulares, notebooks, tabletes, estão cada vez mais acessíveis a população e devem ser sempre que
possível utilizados para o processo de ensino e aprendizagem.
As tecnologias digitais disponíveis têm proporcionado uma série de transformações no
cotidiano dos indivíduos, principalmente na forma como os mesmos interagem, relacionam-se e
também na maneira como compartilham e recebem informações (ROCHA et al. 2015). Segundo
os autores essas ações afetam diretamente na formação do indivíduo, pois possibilitam trazer dados
como imagens, resumos, informações, de forma rápida e atraente. Com isso, para Moran, se torna
“[...] função do professor ajudar o aluno a fazer uma leitura dessas imagens, a interpretar esses
dados, a relacioná-los e contextualizá-los” (MORAN, 2009, p.29/30).
As novas gerações para Kenski (2019, p. 133), “[...] têm um relacionamento totalmente
favorável e adaptativo às novas tecnologias de informação e de comunicação e um posicionamento
cada vez mais aversivo às formas tradicionais de ensino”. A ausência de tecnologias como as que
compreendem o celular no ambiente de aprendizado pode acabar desencadeando um certo
desinteresse por parte dos educandos no processo de aprendizado. Desta forma, é importante que
quando haja um desinteresse sobre algum tema, seja ele Educação Ambiental ou qualquer outro,
pensar na inserção de tecnologias de forma lúdica torna-se necessário (ROCHA et al. 2015).
Para Gama e Tavares (2015), não há como ficar alheio com as mudanças que se apresentam
na educação frente à evolução das TIC. Pois as possibilidades de informação e comunicação a
partir das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem são inúmeras. Segundo Assis (2015),
a utilização e exploração dos recursos tecnológicos digitais, como os dispositivos móveis, devem
apresentar um design para possibilitar a atração interativa e educativa junto aos estudantes
139
(ROCHA et al. 2017). A partir destes recursos, torna-se possível simular e desenvolver ações que
contribuirão para aprofundamento da formação para consciência da preservação do meio ambiente.
Percebe-se que as tecnologias móveis ganham uma definição ampla por estarem
em constante evolução: são digitais, facilmente portáteis, de propriedade e
controle de um indivíduo e não de uma instituição, com capacidade de acesso à
internet e aspectos multimídia, e podem facilitar várias tarefas, principalmente as
relacionadas à comunicação (MELO, 2019, p.53).
Para tanto, o desenvolvimento de aplicativos que exerçam papel eficiente na educação e/ou
na transferência de conhecimento pode favorecer o processo ensino e aprendizagem, visto que
muitos dos estudantes têm acesso a smartphones e a wi-fi até mesmo nas escolas, assim os APPs
podem ser um recurso promissor.
A Unesco (2014), lista em sua cartilha, uma série de vantagens da aprendizagem móvel, a
expõem como: facilitadora da aprendizagem individual, por ser fornecedora de avaliação por meio
de indicadores de progresso e feedback, e por permitir uma flexibilidade atividades rápidas e as
que requerem concentração por pouco tempo. A utilização das TIC na promoção da EA vem sendo
alvo de estudos, porém ainda de forma reduzida apesar de sua crescente utilização pela sociedade
ainda, torna-se necessário fomentar novas pesquisas que busquem realizar essa junção das
tecnologias à promoção da Educação Ambiental (SOARES et al. 2019).
O uso do dispositivo móvel aliado à educação torna-se então indispensável, uma vez que o
celular, atualmente, é um recurso que a grande maioria dos alunos dispõe. Nesse sentido, Jesus et
al. (2016) destaca que:
Neste sentido Carli (2013), afirma que as TIC podem desempenhar importantes funções,
por contribuir na divulgação de condutas antrópicas em relação aos recursos naturais, podem
disseminar conhecimentos, que sem dúvida é o um dos principais caminhos para a implementação
140
da Educação Ambiental. Para Marchiorato (2018), “uma das esferas que sofreu forte influência da
utilização tecnológica é a nossa compreensão da natureza. Para muitos, a situação atual demanda
urgentemente a limitação consciente da intervenção que o ser humano moderno inflige na natureza”
(MARCHIORATO, 2018, p. 90).
A Lei 9.795/99 dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA) como “componente essencial e permanente da educação nacional,
devendo estar presente de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não formal”. Dentre os objetivos fundamentais da EA está o fomento
e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia, conforme art. 4º, inciso VI da PNEA.
Afirma-se, a partir disso, o quanto as TICs móveis podem vir a enriquecer o processo de
ensino e aprendizagem, podem conectar pessoas, melhorar a comunicação e auxiliar na
administração e alcance de metas educacionais (MELO, 2019). Especialmente dispositivos digitais
com acesso à internet, podem ser instrumentos mediadores da aprendizagem dentro ou fora do
contexto escolar.
Soares Neto et al. (2019) afirma que, para a EA atinja suas finalidades, é necessário que a
mesma seja compartilhada de forma mais dinâmica, abrangente e real, em todos os níveis de
compartilhamento de conhecimentos para os cidadãos. Assim contribuirá para a formação de
indivíduos com uma maior consciência ambiental, ou seja, indivíduos capacitados para intervir de
forma responsável quanto às questões ambientais.
A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) pode ser uma ótima estratégia para que o
meio ambiente e a tecnologia caminharem juntos, tanto dentro como fora da sala de aula, integrando
as dimensões ambiental, social e econômica, pois essa modalidade de educação deve atender às
necessidades da região a qual está inserida (MELO, 2019, p. 15). Quanto ao ensino da Educação
Ambiental, sobre as problemáticas ambientais tanto na escola, como na família e sociedade
percebe-se a importância de enriquecer as práticas pedagógicas no ensino da EA com o uso das
ferramentas tecnológicas disponíveis (ALVES; PAWLAS, 2016).
A Educação Ambiental, como ressalta Reigota (2017, p. 25), “pode estar presente em todas
as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio
natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades”. Essa definição está
141
alinhada com a EPT, que objetiva a integração com o trabalho, ciência e tecnologia. O
desenvolvimento da Educação Ambiental é essencial na EPT, principalmente por buscar atender
às necessidades locais (MELO, 2019).
As tecnologias devem ser pensadas como benéficas ao meio ambiente tanto como para os
seres humanos, ou seja, devem ser utilizadas com intuito de despertar uma sensibilidade acerca das
problemáticas ambientais. Uma das formas de se promover um programa de EA de forma
interdisciplinar, que atenda as demandas das novas gerações por tecnologia certamente é utilizando
as TICs. Pois “ao utilizar as TICs, os jovens usam a imaginação e a criatividade para investigar
problemas e buscar soluções inovadoras” (SOARES et al. 2019, p.04).
Nesta perspectiva, Soares Neto et al. (2019), questionam como o professor pode trabalhar
essa temática em sala de aula, já que a escola por si só é a criadora de condições para reflexões
sobre a Educação Ambiental. Nesta perspectiva, o autor enfatiza que é importante que durante o
cotidiano escolar, o aluno seja provocado pelo professor a pensar sobre a utilização de forma
consciente dos recursos naturais, e isso é possível a partir de métodos e ações de conservação dos
ambientes presentes no seu cotidiano, para que assim os mesmos possam desenvolver uma
consciência crítica sobre tal e consequentemente uma nova postura.
São diversos os desafios existentes em relação às problemáticas socioambientais, e nesta
perspectiva Mendonça e Serrão (2014), afirmam que a EA descontextualizada não costuma ser
eficaz; assim ressalta a aprendizagem a partir de recursos tecnológicos que pode ocorrer a qualquer
momento e local. Portanto, os autores destacam a necessidade de inserir a EA nesse meio, pois o
que destaca a política ambiental brasileira é a distância entre a legislação e as ações que a efetivam,
ou seja, seus mecanismos de participação.
Segundo Marchiorato (2018), é extremamente importante pensar em Educação Ambiental
desde um ponto de vista informal de educação, “não se trata de compreender a tecnologia como
ferramenta didática, mas como um mundo interativo integrante no dia-a-dia das pessoas”
(MARCHIORATO, 2018, p. 94). A aproximação com a realidade “contribui para que determinados
conteúdos se tornem mais atraentes aos olhos deles, levando o aluno a refletir e sensibilizar-se
quanto aos problemas que o meio ambiente vem sofrendo” (JESUS et al. 2016, p. 24).
142
no qual estão inseridos. As TICs reforçam a disseminação do conhecimento, podem ser vistas como
um meio de divulgação das condutas antrópicas e importantes para o desenvolvimento de soluções
para tais problemas.
Nesta perspectiva, os usos destas tecnologias abrem possibilidades de compreensão ética
do meio ambiente, e nessa perspectiva, “a Educação Ambiental é “informalizada” na medida em
que é informatizada pela transmissão digital de informações sobre a relação sustentável entre ser
humano, sociedade e natureza” (MARCHIORATO, 2018, p. 85).
Ademais, Rocha et al. destacam que “apesar do crescente uso de novos recursos, existem
poucos trabalhos na área de Educação Ambiental utilizando Tecnologias da Informação e
Comunicação no espaço escolar e fora dele” (ROCHA et al, 2015, p. 265). É extremamente
importante fazer o uso de ferramentas tecnológicas e pedagógicas para ensino da EA, pois tal
utilização contribui significativamente para o fortalecimento das práticas pedagógicas e
consequentemente para o processo de ensino e aprendizagem (ALVES; PAWLAS, 2016).
Para Melo (2019), existem vários fatores importantes para se obter um trabalho eficaz e
eficiente de Educação Ambiental especificamente nas escolas. Fatores como: “um bom currículo
integrado e interdisciplinar, formação adequada dos profissionais, condições de trabalho, recursos,
etc” (MELO, 2019, p. 45). Nessa perspectiva, a interdisciplinaridade da EA ultrapassa os enfoques
biológicos e as áreas ou níveis de ensino.
É essencial que EA estimule ao diálogo e o pensamento crítico dos indivíduos, e isto é
possível por meio de ações conscientes que sensibilize a sociedade sobre os problemas
socioambientais que a envolvem, portanto, enfatiza-se uma EA que promova “[...] a reflexão na
ação, entendida como práxis educativa, e que nos permita identificar problemas e conflitos relativos
às nossas ações e à nossa própria presença no planeta” (OLIVEIRA, 2007, p. 105).
As próprias escolas, seu entorno e o sistema escolar deveriam ser sustentáveis e
participativos (MELO, 2019, p. 45). Para isso, Melo enfatiza que,
Notícias
A Aba notícias será a primeira Aba do aplicativo, onde o usuário poderá acessar notícias
relacionadas aos aspectos socioambientais do município. A partir desta aba o aplicativo será
alimentado com informações constantemente.
147
Serra do Cabral
Esta é a área responsável por armazenar informações sobre o ponto turístico da Serra do
Cabral no município de Simão Dias- SE. Nesta aba, os usuários poderão realizar uma Tour pelo
ponto turístico a partir de um vídeo. Conhecer por meio das mídias digitais todo trajeto do espaço.
Além disso, os usuários poderão participar de um quis ecológico com perguntas exclusivas sobre
o local, sobre as ações que podem ser benéficas ou maléficas para o espaço natural e construído
como todo.
148
CONSIDERAÇÕES FINAIS
151
REFERÊNCIAS
153
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ANEXOS
157