IDSF11092014
IDSF11092014
IDSF11092014
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA
DEPARTAMENTO DE PSICOPEDAGOGIA
JOÃO PESSOA
2014
ISRAEL DIAS DA SILVA FILHO
JOÃO PESSOA
2014
S586i Silva Filho, Israel Dias da.
72f.
Paulo Freire
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
3.1 DESENVOLVIMENTO..................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 56
ANEXOS ................................................................................................................................. 58
ANEXO A1 .............................................................................................................................. 59
ANEXO A2 .............................................................................................................................. 70
ÍNDICES DE FIGURAS
ÍNDICE DE QUADROS
11
A presente pesquisa se enquadrou no tema da intervenção psicopedagógica e
concentrou a atenção sobre a experiência de uma Escola Púbica no processo de implantação
da pesquisa-ação desenvolvida a partir da observação, avaliação e mediação executada no
estágio em Psicopedagogia Institucional.
A fundamentação teórica foi construída a partir dos eixos temáticos sobre a teoria
geral dos sistemas (TGS); a psicopedagogia; o psicopedagogo e intervenção psicopedagógica
com base em autores como Bertalanffy (2012), Polity (2004), Bossa (2011), Beauclair (2009),
Bassedas (1996), Porto (2011), Papalia (2009), Fernández (2001), Kishimoto (2003), Weiss
(1998) e Sánchez (2004). As reflexões teóricas e práticas ligadas à intervenção
psicopedagógica e de sua contribuição ao processo educativo têm se ampliado ao longo dos
anos conforme a demanda existente nas instituições que ainda se prendem aos modelos
tradicionais de ensino gerando um descompasso entre as novas abordagens construídas nos
meios científicos que consideram, sobretudo, o sujeito como protagonista na construção da
aprendizagem.
Neste trabalho, a ênfase é descrever a contribuição da intervenção psicopedagógica
numa perspectiva sistêmica para o processo educativo e aos sistemas que se inter-relacionam
com o aprender, considerando as contribuíções existentes no campo da Psicopedagogia,
Pedagogia e da Psicologia, identificando as inter-relações da instituição com a família;
desenvolvendo relações de colaboração, interação e confiança mútua entre discentes, docentes
e mediadores técnico-pedagógicos, caracterizando os projetos desenvolvidos pela instituição
na busca pela integração dos diversos serviços oferecidos para a melhoria do processo de
ensino e aprendizagem e promovendo avaliação e intervenção psicopedagógica considerando
os processos de interação existentes do aprendente com os diversos sujeitos (docente,
discente, pais e equipe técnica-pedagógica).
A visão sistêmica que estrutura a linha de raciocínio disposta nessa pesquisa e que
embasa a formulação teórico-prática da intervenção psicopedagógica mostrou que é possível
promover uma intervenção que respeite a realidade da instituição pesquisada e ao mesmo
tempo promova mudanças que resgate o ser humano, na sua integridade, como sujeito que
interage nos diversos contextos envolvidos com a aprendizagem.
Quando se pensa em intervenção psicopedagógica, na verdade, estamos falando de
um processo avaliativo e que se concretiza com uma demanda de assessoramento. O
assessoramento às instituições requer uma visão global que leve em conta a situação atual e o
12
projeto educativo da instituição com a finalidade de promover seu desenvolvimento,
favorecendo uma educação transformadora e comprometida pela cidadania global, que
reconheça o outro e a todos nós como protagonistas na construção de mudanças favoráveis a
aprendizagem. Pressupõe-se um conjunto de ações como: diagnóstico, intervenção, avaliação
e o trabalho da instituição colocado em prática. O protagonismo do sujeito aprendente
depende de elementos como o exercício do diálogo, da democracia, da autogestão, da
cooperação da solidariedade, da valorização dos vínculos interpessoais, da aprendizagem
coletiva, do fortalecimento do sentimento de pertença e da identidade grupal. Precisamos
buscar novas teorias que contribuam para que ao avaliarmos a dinâmica escolar, sejamos
capazes de intervir de forma significativa respeitando a singularidade do sujeito epistêmico e
suas inter-relações com o aprender.
Nesta pesquisa, pretendemos na prática, auxiliar educadores, pais e aprendentes, a se
comunicarem e se ajudarem para dinamizar a aprendizagem, colocando os sujeitos envolvidos
na pesquisa-ação como autores responsáveis pelas ações desenvolvidas, apresentando dados e
informações relevantes sobre o trabalho de intervenção psicopedagógica no contexto
educacional. Inicialmente apresentando o mapeamento institucional, descrevendo e
caracterizando o campo onde foram realizadas as ações interventivas, identificando o
diagnóstico e as propostas que foram desenvolvidas na intervenção psicopedagógica. Após o
mapeamento, foi discutida a partir do referencial teórico, a contribuição da intervenção
psicopedagógica para o processo educativo e para os sistemas que se inter-relacionam com o
processo do aprender. Logo após a fundamentação teórica, foi descrito as atividades
desenvolvidas na instituição escolar onde se realizou a intervenção psicopedagógica.
Na próxima sessão seguem os referenciais teóricos que nortearam nossa pesquisa.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
14
diversas atividades do conhecimento humano. O conceito de sistemas instalou-se desde as
dimensões maquínica e cibernética, as organizações orgânicas e biológicas, ao âmbito social e
interracional.
A partir de então, apareceram novas ciências transdisciplinares que já não mais
possuíam apenas uma área do saber, mas um sistema complexo organizado em um conjunto
interativo. Segundo Sanchez-Cano e Bonals (2008), em 1950, Von Bertalanffy começava a
questionar o pensamento reducionista que estudava o sistema por aproximações parciais
orientadas pelas diferentes disciplinas.
De acordo com a sua teoria o todo é mais que o conjunto ou que a soma de suas
partes. A T.G.S. afirma que se deve estudar os sistemas globalmente, envolvendo todas as
interdependências de suas partes.
O conceito de sistema pode ser definido como um conjunto de elementos, materiais
ou não, que dependem reciprocamente uns dos outros, de maneira a formar um todo
organizado. Esta definição dá uma idéia da estrutura do sistema, apresentando-o como um
todo formado de partes interdependentes e harmônicas, que tem sua atenção voltada para o
interior do sistema, ignorando o que se passa à sua volta.
Na nova perspectiva Bertalanffy (2012), situa o sistema no entorno de um ambiente e
analisa não somente o que se passa dentro dele, mas também as trocas que se realizam entre o
sistema e o ambiente. Do ponto de vista de sua relação com o meio ambiente, o sistema pode
ser fechado ou aberto. Em linhas gerais o sistema fechado apresenta fronteiras impermeáveis
ao ambiente. No sistema aberto existe um movimento de entrada e saída de elementos através
das fronteiras. O sistema aberto recebe do ambiente, novos elementos, matéria-prima, energia,
informações (entrada) e devolve ao ambiente produtos do sistema (saída). Informações sobre
os produtos podem constituir novas entradas para o sistema (feedback), permitindo-lhe
reajustar-se para corrigir eventuais falhas no processo.
15
O dinamismo do sistema conduz a conceitos como o da “Cibernética” que estuda a
comunicação e o sistema de controle dos organismos vivos e também das máquinas. Segundo
Bertalanffy (2012, p. 43), “Cibernética é uma teoria dos sistemas de controle baseada na
comunicação (transferência de informação) entre o sistema e o meio, dentro do sistema e do
controle (retroação) da função dos sistemas com respeito ao ambiente”.
De acordo com Polity e colaboradores (2004, p. 42) “O sistema aberto tem como
característica essencial a sua organização, que é controlada pela informação e abastecida pela
energia. Este conceito põe em relevo certas propriedades dos sistemas abertos, fundamentais
à compreensão da organização e o funcionamento da instituição [...].”
As propriedades gerais são: globalidade, retroalimentação ou feedback, homeostase e
equifinalidade. Na globalidade, o sistema comporta-se não como simples conjunto de
elementos independentes, mas como um todo unido, inseparável e interdependente. Na
retroalimentação as partes do sistema unem-se por meio de uma relação circular. Na
homeostase ocorrem os feedbacks negativos ou positivos que determinam a qualidade das
relações e interações existentes no sistema, contribuindo para seu equilíbrio e transformação
(POLITY, 2004). A propriedade de equifinalidade foi sugerido por Bertalanffy como
característicos de sistemas abertos, e estabeleceu que um “sistema pode alcançar o mesmo
estado final a partir de diferentes condições iniciais e por caminhos distintos”.
Como se pôde ver o conceito central dessa nova epistemologia é a idéia de
circularidade em oposição à de causalidade linear. Neste caso a mesma autora informa que no
modelo clássico da ciência tradicional, a causalidade é considerada linear. Causa e efeito são
compreendidos quando as variáveis são alteradas gradualmente até que se isole o que produz
um evento específico. Contrariamente a esse reducionismo, a T.G.S formula que não se
encontra essa ordem clara e nítida de causa e efeito, sem que exista uma imposição artificial.
O conceito circular afirma que um todo não possui começo e fim. Os problemas existentes no
sistema bem como as responsabilidades são compartilhadas por todos que formam o sistema.
Como pesquisadores, atuamos a partir do nosso referencial teórico, da nossa visão de
realidade, de nossos instrumentos, do contexto que observamos, das informações que obtemos
dele e das interrelações existentes entre os espaços pelo os quais nos relacionamos durante
toda vida. Desta forma, encontramos espaços de funcionalidade e compreensão da teoria na
Psicopedagogia, cujo corpus teórico específico da área enfatiza essas interrelações. Não há
mais sentido nos aproximar de uma análise da realidade a partir de uma postura disciplinar
16
fechada. Para Bertalanffy (2012) o conhecimento não é uma simples aproximação da
„verdade‟ ou da „realidade‟. É uma interação entre conhecedor e conhecido, dependendo de
múltiplos fatores de natureza biológica, psicológica, cultural, lingüística, etc.
O enfoque sistêmico, originalmente concebido na biologia, bem como nas teorias da
informação e da cibernética, é hoje amplamente reconhecido como parte dos novos
paradigmas culturais que buscam uma visão integrada do homem e seu contexto.
Conforme Bertalanffy (2012) parece legítimo exigir-se uma teoria não dos sistemas de
um tipo mais ou menos especial, mas de princípios universais aplicáveis aos sistemas em
geral. O mesmo autor postulou uma nova disciplina chamada Teoria Geral dos Sistemas. Seu
conteúdo é a formulação e derivação dos princípios válidos para os “sistemas” em geral. Essa
estrutura teórica esta em processo de desenvolvido e nesse sentindo, a Teoria Geral dos
Sistemas parece ser um importante avanço no sentindo da síntese interdisciplinar e da
educação integrada.
A autora expressa que é função da Pedagogia pensar o que é educar, o que é ensinar
e aprender; como se desenvolvem estas ações; como incidem subjetivamente os sistemas e
17
métodos educativos; quais os problemas que intervém no surgimento de transtornos de
aprendizagem e fracasso escolar; que sugestões são propostas para a mudança.
A Psicopedagogia campo teórico e prático, situada além dos limites dessas
disciplinas (Pedagogia e Psicologia) evoluiu centrada no interesse de integrar experiências e
vivências profissionais vinculadas a uma práxis em busca de um corpo teórico próprio.
Encontrou muito de seus aportes teóricos na integração de vários campos do conhecimento,
objetivando ter uma compreensão mais integradora do processo da aprendizagem humana.
Consolidar pontes entre disciplinas, é, e será condição inerente a natureza da Psicopedagogia
e a coloca em posição privilegiada neste final de século, em que a divisão taxativa entre
ciências, própria do positivismo, perde lugar e ao mesmo tempo também a coloca em uma
situação de complexidade, estimulando o debate e a consolidação de perspectivas
epistemológicas para suas práticas e problemas.
O campo de atuação da Psicopedagogia foi se ampliando, pois inicialmente
caracterizava-se somente no aspecto clínico. Hoje pode ser aplicado no segmento escolar e
ainda em segmentos hospitalares, empresariais e em organizações que trabalhem gestão de
pessoas. Sua ação dependerá da modalidade a que se destina sua prática seja na atuação
clínica, institucional ou teórica, assumindo cada uma delas, características específicas.
1
Ver regulamentação da profissão e atuação da Psicopedagogia, o Projeto de Lei (PCL 31/2010) de autoria do
Senador Cyro Miranda.
18
“espaçotempo”, complexo e rico ao mesmo tempo, gerador de muitas angústias, por não
conseguirmos darmos conta da totalidade que se apresenta, de modo variado, a cada um de
nós.
A psicopedagogia campo de estudo que está se estruturando e por ser uma área nova
do conhecimento busca outras áreas para fundamentar sua prática. Diferentes abordagens
teóricas contribuem com seus enfoques para a construção de um referencial teórico que
explique esse processo e sustente práticas que tornem compatíveis as demandas sociais e o
desenvolvimento dos indivíduos.
Segundo Bossa (2011, p.40):
19
O sujeito é entendido como aquele indivíduo que está sempre aprendendo, possuidor
de um corpo biológico e características próprias que influencia e é influenciado pelo meio
onde está inserido. Aprendemos com o outro, na família, na escola e na sociedade.
Entende-se por meio, os espaços que determinam o “movimentar” dos sujeitos
envolvidos nos diversos sistemas por onde interage.
Rosnay (apud BASSEDAS et al. , 1996, p.8) define um sistema como um conjunto
de elementos em interação dinâmica e organizados em função de uma finalidade. O indivíduo
está imerso em uma realidade onde coexistem diversos sistemas, cada um com suas regras,
estrutura e ideologia. Este modelo sistêmico amplia nosso conceito de aprendizagem, pois se
dá de forma relacional e interdependente. Todos os sujeitos envolvidos no processo ensino
aprendizagem são responsáveis pelos resultados das aprendências e ensinagens. É preciso que
se veja, tanto o ensinante quanto o aprendente, às famílias de ambos, a escola, o próprio
contexto social, como todos os envolvidos neste processo, como co-responsáveis pela
aquisição do aprender.
20
O modo como os diferentes contextos ou ambientes nos quais se desenvolve a vida
do aprendente, podem vincular-se entre si mediante o intercâmbio, tanto entre os instrumentos
utilizados como entre as pessoas que participam nele.
As ações educativas da escola não podem ocorrer sem a participação dos pais. A
família como um dos sistemas envolvidos, precisa contribuir para que seus filhos alcancem
proficiência na aprendizagem. Para isso, é preciso que a família cumpra sua função. De
acordo com Bassedas e colaboradores (1996, p.33), “A família como sistema possui uma
função psicossocial de proteger os seus membros e uma função social de transmitir e
favorecer a adaptação à cultura existente”. Em outro momento, à escola compete ampliar os
processos formativos através da modalidade de ensino, já que o Estado e a sociedade espera
que ela cumpra o seu papel.
21
aprender e nas construções interpessoais, já que o professor hoje é considerado um mediador
que pertence e age em diferentes subsistemas.
Ser um educador não é fácil, requer muitos requisitos, e um dos principais desafios
enfrentados, é o de conservar o interesse dos aprendentes nas atividades educativas
apresentadas na sala de aula. É de grande valor que o educador inovador, esteja sempre
inteirado e que construa o processo de aprendizagem, sempre sendo um elo entre o aluno e a
comunidade. Seu compromisso deve pautar-se com a construção das competências sociais,
pessoais e tecnológicas dos alunos, tornando-se parceiro neste processo.
Nesta perspectiva, o trabalho psicopedagógico é proposto para prevenir as possíveis
dificuldades de aprendizagem que possam surgir durante o processo educativo nas relações
com outros contextos envolvidos, seja na família, na escola ou na comunidade, bem como,
junto à equipe docente da escola, assessorando e colaborando na dinâmica do trabalho
pedagógico. A prática psicopedagógica pode ser preventiva ou clínica, dependendo do
problema surgido no trabalho psicopedagógico, que segundo Bossa (2011, p.24), “No
trabalho preventivo, a instituição, enquanto espaço físico e psíquico da aprendizagem é objeto
de estudo da psicopedagogia, uma vez que são avaliados os processos didático-metodológicos
e a dinâmica institucional que interferem no processo de aprendizagem”.
A prática psicopedagógica preventiva considera o sujeito em seu desenvolvimento,
enquanto um ser educável, focalizando as possibilidades do aprender de forma mais ampla,
possibilitando trabalhar as necessidades individuais a partir de um enfoque preventivo. Para
Rubinstein (apud BOSSA, 2011, p. 22):
22
principal objetivo é a investigação de etiologia da dificuldade de aprendizagem, bem
como a compreensão do processamento da aprendizagem considerando todas as
variáveis que intervêm nesse processo.
24
gestores de atos criativos? Talvez não apenas enunciando-os formalmente em
objetivos e/ou expectativas de sucesso. Talvez possibilitando que os docentes
possam mostrar-se como modelos de autoria de pensamento e de palavra, como
sujeitos que possam desmontar seus „duendes e suas princesas‟, porque, como
pretender que o aluno que vai à escola seja um sujeito construtor de suas próprias
aprendizagens, se não se outorga ao docente que, como ensinante, se encontre com
sua autoria?
Intervir numa escola não significa anular a regra já estabelecida, o ritmo adotado. A
intervenção sim, investiga as diversidades e as diferenças que estão moldadas na instituição.
Ao psicopedagogo cabe refletir, analisar e intervir mediante a forma de aprendizagem
aplicada pelos educadores. Com base no relato de Fernández (2001, p.35) “A psicopedagoga
ou o psicopedagogo é alguém que convoca todos a refletirem sobre sua atividade, a
reconhecer-se como autores, a desfrutarem o que têm para dar”. Em outro momento da
intervenção, cabe analisar com atenção o desempenho dos aprendentes, que tipo de erros
serão produzidos, sempre realizando as ações junto ao professor. Nesse caso, Sisto e
colaboradores (2010, p.73) afirmam que:
25
processo de aprendizagem a fazer um melhor diagnóstico e conquistar uma melhor
intervenção, já que os educadores conseguiram atingir a meta desejada.
As atividades lúdicas resultam um maior interesse por parte dos aprendentes, fazendo
com que os mesmos aprendam espontaneamente, que tenham mais atenção e que aumente sua
autoconfiança, fazendo com que o aprendizado não seja algo cansativo, mas sim uma maneira
inovadora de aprender se divertindo. Fromberg (1987), ao discutir sobre os jogos, destaca
algumas de suas características: representam a realidade e as atitudes humanas; possibilitam a
ação no mundo (mesmo que de modo imaginário); incorporam motivos e interesses da própria
criança; estão sujeitos a regras, sejam elas explícitas ou implícitas; e tem alto grau de
espontaneidade na ação.
Alguns estudiosos em diferentes épocas têm defendido a ideia de que precisamos
promover um ensino mais lúdico e “criativo”, surgindo, assim, a noção de “brinquedo
educativo”. Os jogos educativos podem ser poderosos aliados para intervirmos nos alunos que
apresentam dificuldades na aprendizagem da leitura, escrita e matemática sem ocasionar
treinos enfadonhos e sem sentido. Brincando, por exemplo, elas podem compreender os
princípios de funcionamento do sistema alfabético e podem socializar seus saberes com os
colegas.
Kishimoto (2003, p. 37-38) mostra-nos que:
26
A informática educativa propõe um trabalho que possibilite aos sujeitos envolvidos
no processo do aprender a utilização das tecnologias como recursos facilitadores para a
aprendizagem. Segundo Weiss (1998, p.14) “A informática tornou-se uma necessidade no
mundo em que vivemos, e a escola, na missão de preparar o indivíduo para a vida, sente a
responsabilidade de não fechar os olhos para essa realidade”. A utilização do computador na
escola pode colaborar na intervenção no processo educativo, estimulando a busca do
conhecimento e a criatividade do aluno. Para o professor, sua contribuição se dá com o
aproveitamento dessa ferramenta para a construção do seu conhecimento e na identificação
das dificuldades no processo de aprendizagem. A informática pode provocar uma maior
vinculação dos alunos aos conteúdos, de forma agradável e lúdica.
Na intervenção psicopedagógica é preciso construir a partir do trabalho com a equipe
docente, projetos integrados que utilizem os recursos tecnológicos para que os conteúdos
formais possam ser mediados de forma prazerosa e dinâmica, tendo visto que o computador se
faz presente no cotidiano da criança, mesmo não estando incorporado no cotidiano da escola.
Oliveira (1996, p.113) ressalta que:
27
de „mediação‟, onde o verbo „intervir‟ corresponde à ação de „colocar-se no meio‟, „vir entre‟
[...]”.
A intervenção psicopedagógica, seja qual for à metodologia ou marco teórico
adotado, objetiva auxiliar os sujeitos envolvidos na aprendizagem, focando o psicopedagogo,
o sujeito em suas dificuldades na construção do processo de ensino aprendizagem. Sánchez
(2004, p. 16), postula que: “o campo da intervenção psicopedagógica é entendida como
fazendo parte integral das dificuldades de aprendizagem”. Uma intervenção dentro de um
contexto determinado deve valorizar a globalidade dos sujeitos envolvidos que interagem em
outros contextos como: a família, a escola, a sala de aula, grupos e a comunidade onde se
encontra inserido.
Neste sentido, a intervenção psicopedagógica na instituição educacional torna-se
uma ferramenta essencial para a melhoria nos indicadores de aprendizagem, já que através do
planejamento e de suas ações, torna o estudo atraente e divertido por meio de atividades
planejadas e estruturadas de forma dinâmica e motivadora, dando oportunidade para os
sujeitos envolvidos no aprender (pais, educadores e educandos) desenvolverem e descobrirem
suas potencialidades.
Após a explanação do referencial teórico utilizado o próximo tópico discorrerá sobre
a metodologia utilizada.
28
3 TRILHA METODOLÓGICA
3.1 DESENVOLVIMENTO
Pesquisação
Diagnóstico Intervenção
Avaliação
3.3 INSTRUMENTO
31
A seguir descrevem-se as informações referentes ao mapeamento da instituição, o
diagnóstico e a proposta de intervenção, o instrumento utilizado para coleta de dados e o
planejamento do trabalho desenvolvido na instituição pesquisada.
A Instituição pesquisada é uma escola pública municipal que iniciou suas atividades
em março de 1977, no governo do Prefeito Damásio Franca. O alvará de funcionamento
consta da data de 29 de dezembro de 1978. A Escola tem como Ato de Criação o Nº: 2.188 de
16 de outubro do ano de 1991, onde foi criada no Município de João Pessoa as Escolas
Municipais de 1º Grau, na administração do Prefeito Carlos Alberto Pinto Mangueira. Este
decreto tem sua vigência retroativa, a 28 de novembro do ano de 1988, a mesma tem esse
nome em homenagem ao ilustre Professor Doutor João Medeiros que dedicou a maior parte
da sua vida à prática de educar e cuidar, sobretudo do desenvolvimento educacional das
comunidades as quais ele teve a oportunidade de trabalhar. Esta sob a direção da psicóloga, a
Sra. Fátima Aparecida Alves de Sousa Chaves, graduada, em Psicologia e especializada em
Psicologia Escolar e dos adjuntos, o Srº. Ricardo Sergio dos Santos, graduado em Educação
Física e especializado em Gestão Escolar, e a Sra. Eliete Francisca de Lima, graduada em
Pedagogia e especializada em Processos de Aprendizagem.
33
A comunidade escolar é composta por educadores em sua maioria prestadores de
serviço, com nível superior completo. Todos os funcionários apresentam excelente conduta,
estão envolvidos e compromissados com o processo ensino aprendizagem.
A unidade de ensino desenvolve os seguintes Programas: Mais Educação, com as
oficinas extracurriculares (letramento, capoeira, canto coral, teatro, percussão e judô);
Educação de Jovens e Adultos (EJA), Saúde na Escola, Escola Que Protege e PDDE; e os
seguintes Projetos: Educando Sentimentos, Família Colorida, Viajando nas Asas da Leitura,
Elos (Prevenção ao Uso de Drogas, Bullying e Trânsito), Ginástica Rítmica, Xadrez, Banda
Marcial, Dança, Identidade Ambiental e Ano Cultural.
O Programa Mais Educação desenvolve ações voltadas para a saúde física, mental e
emocional dos alunos da escola, em parceria com o Programa Saúde na Escola que
juntamente com o PSF da comunidade faz o acompanhamento nutricional e da saúde bucal
dos aprendentes, bem como, desenvolve a socialização dos alunos através das oficinas
realizadas no contra turno, possibilitando aos aprendentes participarem de atividades
extracurriculares.
Através do Programa Escola que Protege a Instituição trabalha habilidades de
relacionamentos interpessoais e capacidade de realizar trabalhos em grupos com interação,
respeito, senso critico, autoconfiança e pleno conhecimentos dos direitos, deveres e
conservação do patrimônio da Instituição. Proporciona a toda comunidade escolar um
trabalho sistematizado de prevenção ao uso de drogas e valorização da vida através da
parceria com o Projeto Elos.
A Instituição busca resgatar os valores, o significado de disciplina, inclusão,
convivência harmônica respeitando as diferenças, amor próprio e amor ao próximo, através da
parceria com o Projeto Bullying. Trabalha a educação ambiental através do projeto Identidade
Ambiental. Proporciona a formação de identidade, através do resgate histórico da nossa
cultura, do descobrimento dos talentos da nossa terra, da capacidade de interação e
protagonismo, através do desenvolvimento do Projeto Ano Cultural. Todos os recursos dos
projetos são mantidos pelo Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE do Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação – FNDE.
34
3.5 DIAGNÓSTICO E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO.
35
primeira etapa no processo de intervenção no âmbito institucional, para isso se faz necessário
um planejamento e tempo para sua execução.
Estas questões buscam nortear as ações do observador para que o trabalho possa ser
desenvolvido em duas partes, a primeira descrevendo a realidade tal qual foi observada e a
segunda contendo as impressões do observador. Segundo Malheiros (2011, p.193): “A parte
descritiva deve se ater a relatar o fenômeno tal qual foi observado. Já a parte reflexiva conta
com o suporte do pesquisador, que busca discutir o que foi observado, fazendo analogias,
comparações, inferências, entre outros”.
Ao planejamento coube observar, avaliar e propor medidas de intervenção no
processo educativo dos sujeitos envolvidos com a pesquisa.
36
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS MATERIAIS
4.6 INTERVENÇÃO
[...] é preciso planejar convenientemente todos os passos que devem ser realizados
para que a coleta da informação não seja um trabalho improvisado. Poderíamos
falar, à guisa de exemplo, da descrição de tarefas tais como o estabelecimento de
calendários, a formação de observadores, a seleção de informantes, a preparação de
protocolos para a coleta de informação e, finalmente, a obtenção de informação a
partir das decisões tomadas. É muito útil nessa fase ter tabelas ou diagramas que, de
forma esquemática, nos guiem no processo e nos ajudem a fazer o acompanhamento.
37
ENCONTROS ATIVIDADES
Quadro 1
Fonte: Autor da pesquisa
38
Figura 3 – Apresentação da Proposta de Intervenção
Fonte Autor da pesquisa
A primeira atividade desenvolvida foi à apresentação do relatório e a proposta de
intervenção através de slides à equipe educacional da escola. Foi explanado o quanto foi
importante à contribuição que a realidade institucional trouxe para prática psicopedagógica,
principalmente quando a clientela atendida se encontra em um contexto que na maioria das
vezes está envolto de desigualdades e violência. Bassedas (apud SANCHEZ-
CANO;BONALS, 2011, p. 33) assinala que:
Muitos alunos necessitam que nós, profissionais, colaboremos para responder a suas
necessidades: o aluno com algum tipo de deficiência, o imigrante, o que vive uma
situação que lhe provoca angústia por problema familiar (maus-tratos, abandono...),
o que tem dificuldades para aprender algum conteúdo educativo, o que tem
dificuldades para cumprir a normas da instituição escolar... Trata-se de alunos que se
encontram numa zona de vulnerabilidade.
39
Figura 4 – Quadro de Planejamentos e Reuniões
Fonte: Autor da pesquisa
A organização dos planos2 facilitou o acompanhamento da supervisão escolar
visando uma prática mediadora e consciente para avaliar a aprendizagem dos sujeitos
envolvidos no aprender. Segundo Porto (2011, p.90), “O processo avaliativo mediador na
prática de ensino propõe ao educador uma prática consciente e refletida [...]”.
2
Material disponibilizado pela escola.
40
atividades propostas pelos educadores e o instrumento psicossocial servirá para o
mapeamento dos educandos focando os aspectos cognitivos, emocionais, motores e afetivos.
O processo de aprendizagem se não for bem planejado, volta de forma circular para a
instituição na indicação de evasão escolar, de repetência, nos distúrbios de aprendizagem, na
questão da indisciplina criando uma disfunção na dinâmica escolar, fatores esses, intrínsecos e
externos a sua organização.
.
Figura 6 – Roda de conversa com os alunos do 4º ano A manhã
Fonte: Autor da pesquisa
A partir dos planos construídos iniciamos um contato mais específico com a turma
do 4º ano da manhã, focando inserir os aprendentes nas ações propostas e ao mesmo tempo
buscando conhecer a forma como o professor avalia e intervêm na aprendizagem do grupo.
Desenvolvemos uma atividade de construção textual a partir do texto Quem Sou Eu, onde os
aprendentes expressaram através da escrita um pouco da sua vida pessoal. Após a construção
textual iniciamos um segundo momento onde os alunos compartilharam suas vivências na
família e na comunidade através de um diálogo com o educador. Portanto, é preciso conhecer
a diversidade existente nas vivências dessas crianças e tê-las como centro do planejamento.
Conforme Arroyo (2011, p.208):
As propostas deverão partir de uma questão primeira: quem são as crianças? Como
as vemos? Reconhecê-las sujeitos históricos e de direitos. Logo iniciar levantamento
de como vivem na concretude de seus contextos sociais, históricos, familiares, de
moradia, de saúde, de alimentação, de cuidados e proteção. Sem conhecer com o
maior detalhe quem são as crianças concretas cairemos em planejamentos de
propostas abstratas genéricas, desfocadas.
41
Quando focamos no processo de intervenção o aluno, não podemos esquecer que se
trata de um sujeito globalizado, desempenhando diferentes papéis na vida. Não podemos
perder de vista a sua história e a sua interação com outros sujeitos e com os outros sistemas
por onde interage. Tentamos assim, ampliar o nosso campo de observação, mostrando a partir
da atividade uma visão mais ampla da situação ao educador. Quando trabalhamos com um
aluno ou grupo de aluno, o que buscamos é identificar as suas necessidades educativas,
sociais e familiares.
Em relação às necessidades educativas dos educandos, utilizou-se o teste
psicométrico TDE – Teste de Desempenho Escolar, para avaliar e diagnosticar a
aprendizagem dos aprendentes na escrita e matemática. Após as explicações iniciais sobre o
TDE, aplicou-se o teste em sala, solicitando ao educador que participasse da leitura das
palavras, ditando as mesmas para os aprendentes. Com o término do ditado, adequou-se o
teste de matemática orientando os aprendentes a responderem apenas as questões que eles
soubessem resolver.
43
próprios, listas, poemas, pequenos textos, etc.. Assim sendo, Teberosky (1948, p.28) cita que:
“A escrita a partir de modelos situa-se a meio caminho entre as atividades de interpretação e
as de produção. O caso da escrita do próprio nome é um bom exemplo para trabalhar com
modelo”.
Foi necessário esse método já que os aprendentes apresentam déficits no processo de
alfabetização, muitos demonstraram dificuldades para escrever o próprio nome e reconhecer
os tipos de letras (maiúscula e minúscula; fôrma e cursiva). Desta forma, partindo-se do
princípio de que os aprendentes conhecerão novas maneiras de exercitar seu aprendizado, com
o tempo, é necessário construir outras atividades que valorizem a escrita espontânea da
criança.
44
Figura 10 – Jogo de Palavras
Fonte: Autor da pesquisa
Dando continuidade nas atividades para que os alunos desenvolvessem uma melhor
construção da escrita e a da leitura com mais autonomia, utilizamos a informática para
desenvolver a construção da leitura e escrita a partir de um ditado de palavras, utilizando o
computador e o editor de texto Word, mobilizando, com rapidez, o repertório de
correspondências grafofônicas já construído. O uso do computador foi um facilitador para
atividade, normalmente os aprendentes se motivam e interagem com o educador. Segundo
Weiss (1998, p.15), “As crianças da atualidade já nascem mergulhadas nesse mundo
tecnológico e seus interesses e padrões de pensamento já fazem parte desse universo”.
“[...] os materiais curriculares devem ser diversos e diversificáveis, para que, como
peças de uma construção, permitam a cada professor elaborar seu projeto específico
de intervenção adaptado às necessidades de sua realidade educacional e à sua
personalidade. Quanto mais diversas e mais diversificáveis forem os materiais, mas
fácil será a elaboração de propostas singulares”.
3
Jogo desenvolvido pelo Autor na Disciplina de Jogos e Brincadeiras ministrada pela Profª. Márcia Paiva.
46
leitura e da escrita.
47
Figura 14 – Oficina Psicopedagógica
Fonte: Autor da pesquisa
Após as oficinas, a partir do cronograma4 desenvolvido pela instituição, implantamos
a reunião de pais e mestres focando discutir temáticas referentes à vida escolar dos
aprendentes. Discutimos eixos temáticos como: higiene pessoal, pontualidade,
acompanhamento das atividades escolares e afetividade. O trabalho visou alcançar um
estreitamento para convencer os pais a participarem efetivamente na aprendizagem dos filhos.
De acordo com Bassedas e colaboradores (2011, p.28): “A ação educativa da escola não pode
ser desvinculada das funções educativas dos pais dos alunos, e, consequentemente, o
professor também deve manter contato com eles”.
4
O cronograma é planejado a cada início do ano letivo com a equipe técnica-pedagógica.
48
filhos iniciamos atividades no laboratório de informática focando a importância da leitura de
livros infantis. Os pais realizaram a leitura do livro digitalizado “O menino que aprendeu a
vê” de Ruth Rocha. Foi discutida com os pais a importância da estimulação da leitura a partir
de figuras, imagens, letras, palavras e frases simples.
4.7 AVALIAÇÃO
5
Projeto desenvolvido pelo Autor, diretora e supervisora da escola .
49
Figura 17 – Educando Sentimentos
Fonte: Autor da pesquisa
O Projeto Político Pedagógico representa de forma sistematizada, a identidade da
escola. Segundo Medel (2008, p.46): “O PPP deve ocorrer por meio de ações planejadas e
sistemáticas para que práticas fragmentadas e improvisadas sejam evitadas. Daí a concepção
do PPP como o elemento que será responsável pela sistematização do trabalho que a escola
desenvolve”. Tendo como objetivo maior formar cidadãos críticos, criativos e transformadores
da realidade através da implementação de políticas específicas que potencializem o
desenvolvimento social, em parceria com entidades e órgãos públicos.
A escola a partir das aplicações teóricas da teoria sistêmica pôde conduzir seu
trabalho integrando todos os seus projetos focando o educando nas suas construções diárias de
conhecimento alinhando-se à resolução das aulas, flexibilizando o currículo e desenvolvendo
ações que contribuíssem na problemática da participação dos pais no acompanhamento da
vida escolar dos filhos.
Os trabalhos com a família através das reuniões de pais e mestres contribuíram para
nosso entendimento prático, no sentindo de ouvir, de entender o contexto familiar, onde à
criança se encontra inserida, sem perder o foco no acompanhamento da aprendizagem. As
reuniões junto com os pais e professores nos favorecem como psicopedagogos, ajustando as
possibilidades para o melhor aproveitamento escolar do aluno, bem como, motivando os pais
a incentivarem seus filhos a participarem de outras atividades presentes na comunidade.
A partir das reuniões realizadas construímos o segundo momento do Educando
Sentimentos. No ano letivo de 2012, a instituição iniciou a segunda etapa desse Projeto, na
versão Família Colorida. O título “Família Colorida” é uma homenagem à miscigenação da
família brasileira, a diversidade religiosa, afetiva e a inclusão no seu amplo contexto. Com as
50
ações do Educando Sentimentos/Família Colorida a escola conseguiu intensificar a integração
e interação entre os contextos escolar e familiar, através de atividades sistematizadas para o
acolhimento e a inclusão da família no cotidiano escolar, na busca de benefícios no processo
psicossocial dos educandos. A instituição se esforça para facilitar a relação com o outro. A
família nesse processo é convidada a participar das atividades desenvolvidas no ambiente
escolar, como reuniões, confraternizações, datas comemorativas e reuniões de pais e mestres.
Observou-se que para cada culminância dos projetos existe a participação dos pais da
comunidade integrando educandos e educadores com suas famílias. As reuniões são
periódicas e ocorrem sempre quando há necessidade para discutir assuntos de interesse tanto
da família, como da escola.
Com o desenvolvimento do projeto Educando Sentimentos construímos uma filosofia
da Pedagogia da afetividade implantando um trabalho pedagógico onde pais, educadores e
técnicos sejam parceiros na construção da ação pedagógica da escola. A pedagogia da
Afetividade traz para fora as potencialidades do ser aprendente e possibilita a construção de
valores que ajudam significativamente no processo de ensino aprendizagem que na Instituição
observada, era prejudicada devido ao mau comportamento dos alunos. Segundo Sampaio
(2007, p.46), “Os problemas humanos não se resolvem no campo da racionalidade, mais no
nível afetivo”. Com a Pedagogia da afetividade a Instituição desenvolve um trabalho onde as
pessoas são valorizadas e compreendidas.
53
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscamos, com esse trabalho, que o leitor tenha conseguido captar com clareza o
tema abordado que teve como objetivo geral, descrever a contribuição da intervenção
psicopedagógica numa perspectiva sistêmica, aprofundando-se no tema da abordagem,
observando a instituição escolar pesquisada como um sistema em constante renovação,
interação, com o olhar voltado para os vários níveis que tornam essa organização um todo, um
espaço vivo, complexo. A intervenção na instituição é um processo que através do seu
planejamento e de suas atividades possibilita uma aprendizagem lúdica, dinâmica e mediadora
focando as interações e interrelações dos sujeitos envolvidos.
Quanto aos resultados atingidos nas inter-relações com a família e com os
aprendentes, a intervenção confirmou a existência de ações positivas na escola, por meio de
projetos implantados no decorrer do período proposto, comprometidos com a aprendizagem e
persistindo ativamente na participação dos pais na vida escolar dos filhos. No entanto, nesse
contexto, percebemos a existência de fatores cruciais que limitam e dificultam o trabalho da
instituição como, por exemplo: contexto familiar diferenciado, aspectos psicossociais
variados, carência afetiva e violência doméstica que foge as ações da escola, se fazendo
necessário o encaminhamento a outros profissionais e a rede de apoio, que nem sempre
disponibilizam o retorno justo para que junto à escola possam interferir diretamente. Dessa
forma desenvolveu-se uma relação equilibrada de colaboração, interação e confiança mútua
entre discentes, docentes, pais e mediadores técnico-pedagógicos.
A partir das dificuldades encontradas, sendo o psicopedagogo um profissional
habilidoso e reflexivo que analisa, avalia e interpreta os fenômenos que precisam ser
enfrentados para que se obtenham resultados significativos que contribuam a partir de uma
visão compartilhada para que outros tomem decisões que permitam aperfeiçoar, colaborar,
discutir e chegar a acordos, é importante a aquisição do mesmo que poderá auxiliar a escola
nos atendimentos, resgatando ao ser humano a sua integridade como sujeito que interage nos
diversos sistemas envolvidos com a aprendizagem e unindo esforços para estudar o fenômeno
da aprendizagem, considerando os múltiplos fatores de natureza biológica, psicológica, social
e cultural.
Desta forma, o valor da psicopedagogia preventiva, já se encontra comprovada, em
uma dimensão institucional ao ser aceita e considerada como um diferencial para a aquisição
54
de melhorias educacionais por meio do assessoramento psicopedagógico. Vale ressaltar que a
ação psicopedagógica estabelece transformações podendo se tornar uma ferramenta no auxílio
de aprendizagem. Isso significa que conhecer o que o aprendente constrói, compreende as
dimensões das relações com a escola, com os professores, com o conteúdo, e relacioná-los aos
aspectos afetivos e cognitivos construídos principalmente no sistema familiar oportunizará
uma atuação mais concreta, firme e efetiva por parte de todos que são responsáveis
diretamente pela aprendizagem dos sujeitos.
De acordo com a perspectiva sistêmica o sujeito cognoscente não deve ser analisado
a partir de uma teoria parcial. O aprendente é uma entidade global e complexa que age em
sistemas igualmente complexos e a relevância dessa visão para o atendimento
psicopedagógico e de outros profissionais que trabalham em rede é importante, contribuindo
para que em nossa sociedade cada vez mais tenham profissionais capacitados para lidarem
com essa complexidade ao avaliar as habilidades e inabilidades do sujeito, aprendendo
também com as carências dos aprendentes para que se construa uma práxis que visualize uma
intervenção psicopedagógica mais integral, rica e multidisciplinar.
Consideramos que a atuação do Psicopedagogo na instituição visa fortalecer a
identidade dos assistidos, buscando o resgate das raízes da instituição, procurando sintonizar a
realidade que está sendo vivenciada no momento atual, buscando adequar essa organização as
reais demandas da sociedade, buscando uma compreensão do sujeito no contexto familiar,
conseguindo dessa forma chegar mais próximo da função denunciadora do sintoma que se
revela como: não querer, não conseguir, não poder aprender. Ao olhar o sujeito nos diversos
subsistemas por onde interage de forma circular estaremos responsabilizando a todos os
envolvidos, no processo de aprendizagem e identificando as rupturas que possam aí surgir,
tirando o foco do aprendiz e redistribuindo a dificuldade de aprendizagem a todos os
envolvidos no processo de intervenção.
55
REFERÊNCIAS
57
ANEXO
58
ANEXO A1
59
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA
Estagiário:__________________________________________________________________________
Período:___________________________________________________________________________
II - A ESCOLA
______________________________________________________________________________
Secretaria/Direção:
É informatizada? __________________________________________________________________
60
Quantidade pessoal é suficiente? _____________________________________________________
______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Estrutura e organização
Despensa
Higienização
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Banheiros:
Quantidade: ____________________________________________________________________
Higiene: _______________________________________________________________________
Acessibilidade:
Banheiros: _____________________________________________________________________
Comentários (Acessibilidade):
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
O acervo é atualizado?____________________________________________________
61
Há empréstimo para os alunos?______________________________________________
Número de computadores?_________________________________________________
_______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Há caixa de areia?
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
62
Comentários adicionais (Estrutura física):
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Índice aproximado de repetência e evasão escolar. Quais os motivos principais? Que atitudes
foram/são tomadas diante da situação?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Quem realiza?
63
Quantas vezes ao ano?_______________________________
_____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Há utilização do espaço da escola, nos finais de semana, pela comunidade escolar e circunvizinha?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Comentários adicionais:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Sala de vídeo ou de Projeção com Data show: Iluminação, ventilação, número de lugares, qualidade
dos acentos/ com que frequência é utilizada?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Se não houver uma sala específica de vídeo ou de Projeção com Data show registrar se a escola
dispõe de Data show, vídeo e TV e registrar a quantidade.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Jogos/brinquedos educativos;
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
64
Há jogos educativos na escola? _____________________________________________________
Se houver, registrar qual a frequência de utilização desses jogos pelos alunos e professores?
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Comentários adicionais:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
-Iluminação:__________________________________________________________________
-Carteiras: ___________________________________________________________________
65
Comentários adicionais:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
A escola realiza estratégias para que ocorra a interação entre pais, alunos e escola? Quais? (Ex:
reuniões, confraternizações, dia solidário, gincanas...)
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
A escola presta serviços à comunidade escolar como: atendimento médico, dentário, assistência
social, orientação educacional, atendimento psicológico e psicopedagógico, dentre outros? Com que
frequência?
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Comentários adicionais:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
O professor é assíduo?______________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Qual a percepção da relação que o professor estabelece com sua profissão? Parece gostar do que
faz?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Que estratégias utiliza a fim de promover a diminuição da evasão dos alunos da sala de aula?
__________________________________________________________________________________
Comentários adicionais:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
67
4.1 Observação – Interação professor/aluno:
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Há construção de conhecimento?__________________________________________________
Comentários adicionais:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
68
Como se dá a vinculação afetiva? Há “grupinhos”? _____________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Comentáriosadicionais:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Comentários adicionais 1 – Realizar uma síntese contendo principalmente: A percepção que tiveram
da escola; O que consideraram como pontos positivos e negativos na escola e na atuação profissional
da/o professora(or):
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
69
ANEXO A2
70
71
72