Celulas Tronco e Engenharia Tecidual Rev (2)

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Brazilian Journal of Health Review 4889

ISSN: 2595-6825

Células tronco e engenharia tecidual: revisão de literatura

Stem cells and tissue engineering: a literature review


DOI:10.34119/bjhrv5n2-076

Recebimento dos originais: 15/02/2022


Aceitação para publicação: 23/03/2022

Rogério Miranda Pagnoncelli


Doutorado pela PUCRS (Orientador)
Instituição: Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul

Carlos Augusto N Feiden


Mestrando em Odontologia
Instituição: Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul
Endereço: Rua Ceará 251, Farroupilha - Ivoti
E-mail: cfeidenctbmf@yahoo.com

RESUMO
Com avanço da ciência e tecnologia juntamente associada ao conhecimento do potencial
regenerativo de células tronco e seu uso na medicina regenerativa, esse trabalho tem como
objetivo informar e esclarecer sobre o que é engenharia tecidual e onde podemos aplicar células
tronco para pesquisas, assim como quais tipos de células possuem e sua caracterização. Esse
trabalho é uma revisão de literatura.

Palavras-chave: células tronco (stem cell), engenharia tecidual (tissue engineering).

ABSTRACT
With the advance of science and technology associated with the knowledge of the regenerative
potential of stem cells and their use in regenerative medicine, this work aims to inform and
clarify what is tissue engineering and where we can apply stem cells for research, as well as
what types of cells they have and their characterization. This work is a literature review.

Keywords: stem cell, tissue engineering.

1 INTRODUÇÃO
1.1 ENGENHARIA TECIDUAL
Para regenerar novos tecidos dentro de um ambiente específico, são necessárias 3
ferramentas básicas: as células, um arcabouço e as moléculas de sinalização. A regeneração de
tecidos é um processo complexo e altamente orquestrado que, no entanto, prossegue ao longo
de uma via bastante uniforme, incluindo os três passos bem conhecidos de inflamação,
proliferação e remodelação. Durante este processo, os sinais biológicos realizam o aumento do
número de células que enchem o defeito ou cobrem a ferida. Ao mesmo tempo, a especialização
do tecido recém formado - ocorre através de sinais morfogênicos que induzem a diferenciação

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específica do tecido (Langer R, Vacanti JP, 1993)


A regeneração, é dada como a reconstituição de uma parte afetada, onde a arquitetura e
a função dos tecidos dessas áreas sejam completamente recuperadas (LINDHE, 1999).
Engenharia Tecidual (ET), é um conceito onde há o encontro dos princípios de biologia,
engenharia e ensaios clínicos para que haja um substituto de algo que possa manter, restaurar
ou melhorar a qualidade e função do local receptor. Isso se deve pelo avanço de pesquisas nas
áreas microbiológicas e histológicas dos tecidos e comportamento das células diferenciadas e
células indiferenciadas abrindo espaço para um assunto em pauta atualmente que é a engenharia
tecidual. Inúmero estudos têm abordado a o tema: regeneração tecidual. O termo reparo
regenerado ou defeito regenerado pode ser definido como o tecido "morto" ou área receptora
formando um tecido morfologicamente idêntico ao que foi substituído ou "reformado".
Diferente da cicatrização tecidual, em que fisiologicamente há um tecido neoformado podendo
conter espessuras e células diferentes do tecido primário. A regeneração depende da nobreza e
tipo de células envolvidas. O termo engenharia tecidual começou a ser aplicado em meados dos
anos 80's quando fosse se referir a um procedimento cirúrgico de tecidos e/ou orgãos, em geral,
quando material protético e biomateriais eram usados. A forma atual de utilizar o termo
"Engenharia tecidual" foi introduzida em 1987. (Melek, L. 2015) .
Para regenerar novos tecidos dentro de um ambiente específico, são necessárias 3
ferramentas básicas: as células, uma armação e as moléculas de sinalização. (Langer R, Vacanti
JP. 1993).
Quando esses três componentes são transferidos para o ambiente in vitro de construções
de engenharia de tecido, a matriz extracelular é substituída por andaimes sintéticos ou naturais
que são usados para acomodar e organizar as células de uma forma tridimensional. A tríade de
células, sinais e andaimes compõe assim a tríade de engenharia de tecidos "clássica" FIG1.

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(FIG1) Tríade da regeneração tecidual clássica. L.N. Melek / Tanta Dental Journal 12 (2015)

Nesse contexto, o termo "Engenharia Tecidual" vai se referir ao procedimento que


viabiliza a regeneração ou substituição de algum tecido. Este trabalho de revisão da literatura
optou-se por coletar informações sobre células troncos e alguns fatores de crescimento, onde
encontrá-los e seus potencias em regeneração.

1.2 FATORES DE CRESCIMENTO UTILIZADO EM REGIÃO MAXILOFACIAL.


Fatores de crescimento são proteínas produzidas por células que atuam como moléculas
de sinalização em uma célula apropriada para realizar uma função desejada. Essas proteínas
ativam a rede de comunicações celulares e influenciam funções, como proliferação celular,
deposição matricial e diferenciação de tecidos (Gerstenfeld LC, Cullinane DM, Barnes GL
2013).
Os fatores de crescimento demonstraram desempenhar um papel fundamental na
formação de osso e cartilagem, na cicatrização de fraturas e na reparação de outros tecidos
musculoesqueléticos. A sua gama de atividades varia consideravelmente durante a
embriogênese, o crescimento pós-natal e a idade adulta. (Giannoudis PV, Pountos I, 2005)

. Fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF)


. Fator básico de crescimento de fibroblastos (bFGF)
. Fator de crescimento semelhante a insulina (IGF)
. Fator de crescimento transformador beta (TGFb)
. Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF)
. Proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs)

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2 REVISÃO DA LITERAURA
A engenharia de tecidos é um novo método minimamente invasivo para restaurar e
reconstruir tecidos ou órgãos que envolvem a morfogênese de novos tecidos usando construções
formadas a partir de células isoladas, fatores de crescimento e andaimes. (Langer R, Vacanti
JP. 1993).
As abordagem de tratamento atuais incluem os próprios tecidos do dente, enxertos
alogênicos, ligas metálicas ou implantes sintético. (Ferreira CF, Magini RS, 2017)
Aqui surge a grande questão, existe algum material que irá substituir a parte que falta e,
ao mesmo tempo, ter melhor durabilidade? A resposta a esta pergunta é células-tronco. A
pesquisa com células estaminais tem recebido considerável atenção no campo médico, bem
como na odontologia. Tem sido demonstrado que as células estaminais desempenharão um
papel importante no futuro tratamento médico, uma vez que estas podem ser prontamente
cultivadas e induzidas a diferenciarem-se em qualquer tipo de célula em um meio de cultura
específico (Ferreira CF, Magini RS, 2017). Um nicho de células-tronco é o território
extracelular da célula-tronco que fornece o microambiente local necessário para a manutenção
das células. As células estaminais recebem influências de outros tipos de células dentro do
nicho, que ajudam a prevenir ou promover sua diferenciação (Betzinger et al.,2013).
Todo tecido ou orgão sofre degeneração com o passar da idade, isso se da devido a
diminuição do número de células troncos também. Na CTBMF podemos citar o desgaste
constante de articulações temporomandibulares onde por toda hora está em movimento seja na
mastigação quanto na fala e deglutição. Podendo assim, pensar em regeneração através de
tecido celular, compostos químicos junto com células e fatores de crescimento. (V. Willard, L.
Zhang, K.A., 2011.) As células-tronco derivadas do tecido adiposo são referidas como células
estaminais derivadas do tecido adiposo (ADSCs) e são consideradas como tendo propriedades
muito semelhantes às células do estroma derivadas da medula óssea. (Reyes M, Lund T, Lenvik
Tet al 2001).
Várias estratégias de engenharia de tecidos foram pesquisadas atualmente para a
regeneração dos músculos faciais. A implantação de construções de colágeno semeadas de
mioblastos também foi eficaz na promoção da preservação do volume e / ou na reconstrução da
língua. A injeção de plasma rico em plaquetas, fatores de crescimento e estratégia baseada em
células estaminais também foi empregado. O uso dessas terapias biológicas, no entanto, exige
um uso padronizado e seguro na clínica e uma cuidadosa compreensão dos mecanismos
envolvidos na sobrevivência, proliferação e diferenciação de células estaminais e na
regeneração muscular como um todo. (Longo UG M. Loppini et al 2012)

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2.1 CÉLULAS TRONCO (STEM CELL)


Célula tronco é uma célula indiferenciada capaz de gerar, por divisão mitótica simétrica,
duas células-filhas idênticas a ela ou, por divisão mitótica assimétrica, uma célula-filha
diferenciada e outra nova célula que permanece indiferenciada e mantém a linhagem original.
Há dois principais sítios onde podemos encontrar células tronco: Células tronco adultas e
células tronco embrionárias. (Becker AJ, Mcculloch EA, Till JE. 1963) O termo célula-tronco
aparece na literatura científica no início de 1868 nas obras do eminente biólogo alemão Ernst
Haeckel (Haeckel, 1868)

2.1.1 Tipos de Células Tronco


Em geral, as células estaminais são amplamente classificadas como células estaminais
embrionárias (ESCs) e células-tronco adultas (ASCs). As ESCs são células derivadas da massa
celular interna do blastocisto, que é uma fase inicial de um embrião (Thomson JA, Itskovitz et
al 1989). As células estaminais adultas também são chamadas células estaminais somáticas ou
células estaminais pós-natais, e elas são encontradas em muitos tecidos e órgãos. Embora,
poucas dessas células estejam presentes em tecidos adultos, elas são submetidas a auto
renovação e diferenciação para manter tecidos saudáveis e reparar tecidos lesionados. Estudos
recentes sobre células estaminais no campo dentário identificaram muitas fontes de células
adultas na região oral e maxilofacial. Muitos tipos de células estaminais adultas residem em
vários tecidos mesenquimatosos e essas células são coletivamente referidas como células
estaminais mesenquimais ou células estaminais mesenquimais multi-potentes (MSCs). (Saba
Majid, Ramesh Ram et al 2016)
Uma revisão sistemática com meta-análise da aplicação de MSCs no aumento do seio
maxilares identificou um total de 39 estudos (21 humanos e 18 estudos em animais) de 2004 a
2014 e demonstrou variação significativa nos estudos e resultados. (Mangano FG, Colombo M
et al 2015)
ASC (células-tronco adultas) residem nos tecidos totalmente diferenciados ou adultos.
ASCs foram adquiridos a partir da medula óssea, periósteo, músculo, gordura, cérebro, polpa
dentária e pele. Vários tecidos, como epitélio, medula óssea, fígado e tecido adiposo possuem
células-tronco nichos. A partir desses nichos, as células estaminais podem ser obtidas, isoladas
e expandidas em vivo por tecnologia in vitro. A diferenciação terminal após expansão suficiente
é então induzida por suplementos de condicionamento nos meios de cultura. (Zuk PA, Zhu M
et al 2001)

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Fig 2 Regeneração dos tecidos dentários, orais e craniofaciais usando MSCs orofaciais (Sonoyama W, Liu Y, Fang
D, et al. 2006)

2.2 CÉLULAS TRONCO EM TECIDOS ORAIS.


Podemos isolar células tronco de diferentes tecidos orais, SHED (Células tronco do
dente decíduo esfoliado de humano), Células tronco da polpa dentária de adulto (DPSC),
Células tronco da porção apical da polpa (SCAP), Células tronco do folículo dentário (DFSC),
Células tronco do ligamento periodontal (PDLSC), Células-tronco mesenquimais derivadas da
medula óssea (BMSC). (Sunil P M, Manikandhan R, 2012)

2.2.1 Células tronco do dente decíduo esfoliado de humano (SHED)


Os SHEDs foram identificados como células de maior taxa de proliferação, com
duplicações de população aumentadas, células clonogênicas multipotentes imaturas isoladas de
dentes decíduos que podem se diferenciar em vários tipos de células. (D. Zhang, W. Jiang,
2009). SHEDs são células progenitoras isoladas do restante de pasta de dentes decíduos
exfoliados. Vale ressaltar que eles exibem uma maior taxa de proliferação com duplicações de
população aprimoradas, imunizam células clonogênicas multipotentes isoladas de dentes

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decíduos que podem se diferenciar em vários tipos de células (Sunil P M, Manikandhan R,


2012).

2.2.2 Células tronco da polpa dentária de adulto (DPSC)


Os DPSCs foram as primeiras células estaminais derivadas do dente, caracterizadas por
Gronthos et al. em 2000, e são mesenquimais dentro da polpa dentária. (S. Gronthos, M.
Mankani, 2000). Em um estudo de pesquisa clínica, os biocomplexos fabricados a partir de
DPSCs e esponjas de colágeno foram empregados no reparo da mandíbula humana e
apresentaram excelentes resultados (Y.-J. Park, S. Cha, Y.-S. Park 2016 ). Eles também foram
revelados para ter potencial condrogênico in vitro. Sua multipotência, taxa de proliferação,
disponibilidade e número de celular têm sido mais notáveis do que as das BMSCs. Geralmente,
os DPSCs são mais apropriados do que os BMSCs para a regeneração de tecidos mineralizados
(D.L. Alge, D. Zhou et al 2010)

2.2.3 Células tronco da porção apical da polpa (SCAP)


Os SCAPs são células isoladas do ápice da raiz de um dente recém-formado, que se
pensa estar conectado à formação de raiz. Estas células-tronco parecem ser a fonte de
odontoblastos que são responsáveis pela formação da dentina radicular. A conservação destas
células estaminais no tratamento de dentes imaturos pode permitir a formação contínua da raiz
até a conclusão. (L. Guo, J. Li, X. et al 2013)

2.2.4 Células tronco do folículo dentário (DFSC)


DFPCs são células-tronco obtidas a partir de folículos dentários abrangendo um germe
de dente nas fases precoce de formação de dente. O folículo dentário é uma condensação de
células ectomesenquimatosas e abriga população heterogênea de células, incluindo as que estão
dentro do periodonto. Eles são conhecidos por serem diferenciados em osteoblastos,
condrócitos, adipócitos e células neuronais (M.T. Saito, K.G. Silvério et al 2015).

2.2.5 Células tronco do ligamento periodontal (PDLSC)


Embora, os ligamentos periodontais sejam conhecidos por origem celular de crista
neural, PDLSCs mostram características de células estaminais semelhantes aos MSCs. Além
disso, os PDLSCs que residem na parede perivascular têm características gerais no fenótipo,
morfologia celular e potenciais de diferenciação. Os PDLSCs podem se diferenciar em
osteoblastos, cementoblastos, adipócitos e condrócitos, e foram descritos para formar

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ligamentos periodontais e tecido semelhante ao cemento in vivo (Y.-J. Park, S. Cha et al 2016)

2.2.6 Células-tronco mesenquimais derivadas da medula óssea (BMSC)


As células estaminais da medula óssea (BMSCs) podem ser colhidas a partir do esterno
ou crista ilíaca. É feito de células estaminais hematopoiéticas (HSCs) e células-tronco mes-
enchimáticas (MSCs). A maior parte das estruturas oro-maxilofaciais é formada a partir de
células mesenquimais. O lado oposto da medula óssea é que ele tem um maior volume de
células-tronco e pode ser diferenciado em uma grande variedade de células. O isolamento de
BMSCs pode ser conduzido apenas sob anestesia geral com dor pós-operatória concebível.
(Sunil P M, Manikandhan R, 2012).
Considerando a natureza e a extensão dos defeitos estruturais na região bucal e
maxilotacial, muitos pesquisadores visaram regenerar osso, cartilagem,
e gordo usando BMSC adultos. Este avanço resultou ainda em tentativas de criar estruturas
compostas feitas de diferentes tipos de tecido. (Shakoori et al 2016)
Os MSCs na medula óssea são induzidos a se tornar células com capacidade
osteogênica; eles são considerados mais viáveis para a engenharia de tecidos porque têm alta
capacidade de proliferação e plasticidade devido a um menor grau de diferenciação. (Shakoori
et al 2016).

3 DIFERENCIAÇÕES CELULARES
3.1 REGENERAÇÃO PULPAR
Nos casos de pulpite grave, a capacidade de auto regeneração ou reparação é limitada
porque os odontoblastos que produzem dentina reparadora são destruídos. Assim, a regeneração
do complexo dentina-polpa foi investigada através do isolamento e exploração das capacidades
regenerativas das células estaminais, pelo que novas possibilidades terapêuticas podem ser
possíveis. (Rutherford RB et al, 2001).

3.2 REGENERAÇÃO DE TECIDO PERIODONTAL


Na periodontite, o periodonto é destruído como resultado da inflamação, e
a regeneração dos defeitos ósseos e tecidos moles após a periodontite continua sendo
desafiadora. Além disso, as células-tronco do ligamento periodontal (PDLSC) dos dentes
extraídos podem ser recentemente cultivadas, expandidas e diferenciadas in vitro, podendo,
portanto, ter aplicações importantes na obtenção de uma regeneração eficiente dos tecidos
dentários. (DiPietro LA. 2014)

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3.3 REGENERAÇÃO ÓSSEA


Na engenharia de tecido ósseo, as células periostais do ramo mandibular e as células
derivadas de osso da tuberosidade maxilar foram utilizadas para produzir os procedimentos de
elevação do osso no seio e aumentos da borda lateral na cirurgia preimplante (Schimming R,
Schmelzeisen R ,2004)
O aumento ósseo por TEB (Engenharia tecidual óssea) com tecnologia de engenharia
de tecidos pode ser útil para o tratamento de implantes dentários com invasividade mínima, sem
toxicidade e sem imunorreatividade para casos de atrofia óssea grave porque utiliza matrizes
autogeniosas como células-tronco e PRP. Este novo método de formação óssea poderia
proporcionar uma formação óssea mais natural para a terapia celular autóloga e poderia ser
aplicado para casos de reabsorção óssea vertical e horizontal (H.E Jazayeri et al, 2017)

3.4 OSTEOBLASTOS
Essas células são células mesenquimais diferenciadas que foram direcionadas para
baixo da linhagem osteogênica para empurrar o tipo de célula mais próximo do tipo final
desejado. Usando este tipo de abordagem tem a vantagem potencial de conseguir um reparo
rápido de defeitos, porque as células já estão diferenciadas. A principal desvantagem é que eles
têm uma capacidade limitada de proliferação, porque eles são capazes de realizar apenas um
certo número de ciclos de replicação antes que surja o problema da não diferenciação. A
presença dessas células pode impulsionar o processo localmente e recrutar células adicionais
do hospedeiro para continuar o processo. (Boyan BD, Batzer R et al 1998)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em análise do termo engenharia tecidual podemos dizer que, além da biologia celular
tecidual estamos junto com a tecnologia e o avanço da precisão de máquinas, que estão
facilitando o processo de renegeração tecidual, fazendo com que haja um arcabouço delineado
3D, biocompatível agregado juntamente a combinação de células e fatores de crescimento,
podendo assim regenerar grandes defeitos ósseos, defeitos gerados por trauma, perda de
membros como por exemplo, uma orelha. Isso demonstra o avanço da ciência em busca da
regeneração que posteriormente será a substituta de uma falha cicatricial gerado por um reparo
insuficiente e desorganizado.
Nesse trabalho ficou evidênciado o potencial de diferenciação de células tronco, sendo
as células estaminais embrionárias um "tesouro" no quesito comportamento celular para

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futuramente serem induzidas a diferenciação de praticamente qualquer célula, formando um


tecido com características estéticas e funcionais ao de origem do receptor.
Esse assunto vem crescendo na área médica e odontológica devido a nobreza e a
potência dessas células e fatores de crescimento envolvidos na resolução de muitos casos que
anteriormente se diziam serem sem solução clínica.
Podemos aguardar para o futuro o termo regeneração ser muito mais discutido.
Principalmente pelo fato de impressoras 3D já conseguirem uma biomecânica adequada para
composição de estruturas inteiras biocompatíveis

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