Aula 11 - Geometria Plana - Parte 1
Aula 11 - Geometria Plana - Parte 1
Aula 11 - Geometria Plana - Parte 1
Geometria Plana –
Parte 1
FUVEST-MED
Professor Marçal
Professor Marçal
Aula 11: FUVEST-MED
Sumário
Introdução ................................................................................................................................ 5
1. Geometria Euclidiana Plana ............................................................................................. 6
1.1. NOÇÕES PRIMITIVAS ..................................................................................................................... 6
1.2. Ponto.......................................................................................................................................... 6
1.3. Reta ............................................................................................................................................ 6
1.4. Plano .......................................................................................................................................... 6
1.5. POSTULADOS DE EUCLIDES ............................................................................................................ 7
2. Retas ..................................................................................................................................... 7
2.1. Retas concorrentes .................................................................................................................. 7
2.2. Retas paralelas ......................................................................................................................... 8
2.3. Retas reversas........................................................................................................................... 8
3. Segmento de Reta .............................................................................................................. 9
3.1. Segmentos Congruentes ......................................................................................................... 9
3.2. Segmentos Colineares ............................................................................................................. 9
3.3. Segmentos Consecutivos ....................................................................................................... 10
3.4. Segmentos Adjacentes .......................................................................................................... 10
3.5. Ponto Médio de um Segmento ............................................................................................. 10
4. ÂNGULOS............................................................................................................................... 11
4.1. REGIÃO CONVEXA E REGIÃO CÔNCAVA ........................................................................................ 11
4.2. DEFINIÇÃO DE ÂNGULO ............................................................................................................... 12
4.3. Ângulo Adjacente ................................................................................................................... 13
4.4. Ângulos Consecutivos ............................................................................................................ 13
4.5. Ângulos Opostos pelo Vértice ............................................................................................... 14
4.6. Ângulo Reto, Agudo, Obtuso e Raso .................................................................................... 15
4.7. Ângulo Complementar, Suplementar, Replementar e Explementar ............................... 16
5. Medidas angulares ........................................................................................................... 17
5.1. Grau ......................................................................................................................................... 17
5.2. Grado ....................................................................................................................................... 18
5.3. Radiano ................................................................................................................................... 18
5.4. CONVERSÃO DE UNIDADES DE MEDIDA ......................................................................................... 20
5.5. BISSETRIZ ................................................................................................................................... 21
6. TRIÂNGULOS .......................................................................................................................... 29
6.1. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIÂNGULOS QUANTO AOS LADOS ................................................................. 29
6.2. Classificação dos Triângulos Quanto aos ângulos ............................................................. 29
7. Cevianas ............................................................................................................................. 30
7.1. Altura ....................................................................................................................................... 30
7.2. Mediana .................................................................................................................................. 30
7.3. Bissetrizes interna e externa ................................................................................................. 31
7.4. CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DO TRIÂNGULO ................................................................................... 31
8. Congruência de Triângulos ............................................................................................. 32
8.1. Postulado 𝑳𝑨𝑳 (lado-ângulo-lado) ...................................................................................... 32
8.2. Teorema 𝑨𝑳𝑨 (ângulo-lado-ângulo) ................................................................................... 32
8.3. Teorema 𝑳𝑳𝑳 (lado-lado-lado) ............................................................................................. 33
8.4. Teorema 𝑳𝑨𝑨𝟎 (lado-ângulo adjacente-ângulo oposto) ................................................. 33
9. Consequências das congruências ................................................................................... 33
9.1. Triângulo Isósceles ................................................................................................................. 33
9.2. Teorema do Ângulo Externo ................................................................................................. 34
9.3. Desigualdades no Triângulo ................................................................................................. 36
9.4. RETAS PARALELAS ....................................................................................................................... 36
9.5. TEOREMA ANGULAR DE TALES..................................................................................................... 39
9.6. RELAÇÕES MÉTRICAS NO TRIÂNGULO RETÂNGULO ....................................................................... 41
10. LUGAR GEOMÉTRICO (LG) .................................................................................................... 57
10.1. CIRCUNFERÊNCIA ...................................................................................................................... 57
10.2. MEDIATRIZ ............................................................................................................................... 58
10.3. BISSETRIZ ................................................................................................................................. 58
10.4. RETAS PARALELAS .................................................................................................................... 59
10.5. ARCO CAPAZ ............................................................................................................................ 59
11. TEOREMA DE TALES .............................................................................................................. 62
12. SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS ............................................................................................... 63
12.1. TEOREMA FUNDAMENTAL ......................................................................................................... 64
13. Critérios de Semelhança ................................................................................................ 65
13.1. AA (dois ângulos congruentes)........................................................................................... 65
13.2. LAL (lado-ângulo-lado) ........................................................................................................ 66
INTRODUÇÃO
Começamos aqui uma série de aulas destinadas ao estudo das Geometrias.
Nesta aula, veremos muitos tópicos da Geometria Plana que estão todos interligados.
Veremos, também, muitas demonstrações mais formais.
Tenha em mente que essas demonstrações não devem ser decoradas. Elas estão presentes
na aula para dar a você maior amplitude de conhecimento.
Veja as demonstrações como um exercício de fortalecimento de entendimento e não como
algo que deve ser levado de memória.
Ao passar por esse tipo de exercício, você terá, ao final, mais condições de enfrentar os
exercícios de geometria – tanto plana quanto espacial ou analítica – pois o entendimento de forma
ampla ajuda muito na hora de interpretar o enunciado e, consequentemente, encontrar um
caminho para a solução.
Você perceberá que estudar Geometria tem suas peculiaridades e a estratégia de resolução
é um pouco distinta da que utilizamos até agora com a Álgebra. Não que a Geometria não se apodere
de elementos algébricos, muito pelo contrário, mas estes acabam sendo, por si só, não suficientes
para as resoluções geométricas.
Por fim, deixe que os exercícios orientem você sobre o que deve ou não ser memorizado. A
aula é longa e, se você ficar preso em memorizar tudo o que veremos, pode comprometer seu
cronograma de estudos sem que isso seja um diferencial competitivo no vestibular.
Por ser um assunto muito longo, dividiremos o tema em duas aulas, Parte 1 e Parte 2.
Nesta primeira parte, excepcionalmente, não teremos o bloco de questões de vestibulares e
deixaremos isso para o encerramento da Parte 2, pois é nesse ponto que teremos nossa teoria
alinhada para a resolução problemas de forma mais ampla.
Até lá, teremos uma concentração maior de questões de fixação durante a teoria, para que
você consiga absorver paulatinamente as características peculiares da Geometria Plana.
Avisos dados, mãos à obra.
Dúvidas?
Já sabe, não as deixe sem solução. Se precisar de ajuda com elas, poste-as no fórum. Estamos
aqui para auxiliá-lo.
Boa aula.
1.2. PONTO
Representamos o ponto por letras maiúsculas do alfabeto: 𝐴, 𝐵, 𝐶, 𝐷, 𝐸, … Devemos entender
o ponto como a menor parte dos entes geométricos. Ele é adimensional.
1.3. RETA
Usamos as letras minúsculas do alfabeto para representar uma reta: 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑, … A reta é o
ente geométrico cujas extremidades não possuem limites, ela é contínua em ambos os lados. Por
esse motivo, podemos usar setas para indicar a continuidade da reta nos dois sentidos. No exemplo
abaixo, temos as retas 𝑟, 𝑠, 𝑡. No caso da reta 𝑡, ̅̅̅̅
𝐴𝐵 é um segmento de reta.
1.4. PLANO
Usualmente, representamos o plano com letras minúsculas gregas: 𝛼, 𝛽, 𝛾, … Assim como a
reta, ele deve ser entendido como um plano ilimitado sem bordas que o limite.
Postulado I: Dados dois pontos distintos, existe uma única reta que os une.
Postulado II: Qualquer segmento de reta pode ser prolongado a uma reta.
Postulado III: Dados um ponto qualquer e uma distância qualquer, pode-se construir uma
circunferência cujo centro é o ponto dado e o raio é a distância dada.
Postulado IV: Todos os ângulos retos são iguais.
Postulado V: Se uma reta, interceptando duas outras, forma ângulos internos de um mesmo
lado cuja soma é menor do que dois ângulos retos, então estas duas retas, se prolongadas
indefinidamente, se encontram no lado onde estão os ângulos cuja soma é menor do que dois
ângulos retos.
2. RETAS
Já vimos o que é uma reta e como essa ideia e aceita como uma noção primitiva. Vejamos, a
partir de agora, algumas situações especiais e a nomenclatura correspondente.
𝑟 ∩ 𝑠 = {𝑃 }
2) 𝑟 e 𝑠 são distintas:
3. SEGMENTO DE RETA
Vimos que um segmento de reta é uma parte de uma reta e que a reta é infinita por definição.
Vamos estudar as notações usuais para os diferentes tipos de retas:
Reta ⃡𝐴𝐵 :
̅̅̅̅ :
Segmento de reta 𝐴𝐵
Semirreta 𝐴𝐵 :
Semirreta 𝐵𝐴:
̅̅̅̅
𝐴𝐵 e ̅̅̅̅
𝐵𝐶 são adjacentes, pois possuem apenas o ponto 𝐵 comum:
̅̅̅̅ ∩ 𝐵𝐶
𝐴𝐵 ̅̅̅̅ = {𝐵}
̅̅̅̅ é único.
Atenção, o ponto médio do segmento 𝐴𝐵
Exercício de Fixação
1) 𝑃, 𝑄 e 𝑅 são pontos colineares, determine 𝑃𝑅, sendo 𝑃𝑄 = 20 𝑐𝑚 e 𝑄𝑅 = 12 𝑐𝑚.
Comentários:
Temos duas possibilidades:
1)
𝑃𝑅 = 20 + 12 = 32
2)
𝑃𝑅 = 20 − 12 = 8
Gabarito: 𝑷𝑹 = 𝟑𝟐 𝒐𝒖 𝟖
4. ÂNGULOS
4.1. REGIÃO CONVEXA E REGIÃO CÔNCAVA
Um conjunto de pontos é convexo se, e somente se, para todo par de pontos 𝐴 e 𝐵 do
conjunto, o segmento ̅̅̅̅
𝐴𝐵 está inteiramente contida no conjunto. Caso contrário, esse conjunto de
pontos é côncavo.
Exemplos:
Perceba que para os conjuntos 𝑅1 e 𝑅2 , todos os pontos 𝐴 e 𝐵 dentro desses conjuntos estão
inteiramente contidos no conjunto. Isso não ocorre para os conjuntos 𝑅3 e 𝑅4 . Logo, os conjuntos
𝑅1 e 𝑅2 são convexos e os conjuntos 𝑅3 e 𝑅4 são côncavos.
Usando símbolos matemáticos:
𝑹 é 𝒄𝒐𝒏𝒗𝒆𝒙𝒂 ⇔ (∀𝑨, 𝑩 ∈ 𝑹 𝒆 𝑨 ≠ 𝑩 → ̅̅̅̅
𝑨𝑩 ⊂ 𝑹)
̅̅̅̅ ⊄ 𝑹)
𝑹 é 𝒄ô𝒏𝒄𝒂𝒗𝒂 ⇔ (∃𝑨, 𝑩 ∈ 𝑹 𝒆 𝑨 ≠ 𝑩 → 𝑨𝑩
𝐴Ô𝐵 e 𝐴Ô𝐶 não são adjacentes, pois 𝐴Ô𝐵 possui pontos internos comuns com 𝐴Ô𝐶
𝐴Ô𝐷 e 𝐵Ô𝐶 não são consecutivos, pois não possuem lado em comum
𝐴Ô𝐵 e 𝐶Ô𝐷 não são opostos pelo vértice, pois o lado 𝑂𝐷 não é a semirreta oposta de 𝑂𝐵
Reto = 90°
Raso = 180°
Complementares 𝛼 + 𝛽 = 90°
Suplementares 𝛼 + 𝛽 = 180°
Replementares 𝛼 + 𝛽 = 360°
Explementares 𝛼 − 𝛽 = 180°
5. MEDIDAS ANGULARES
Atualmente, temos três unidades de medidas mais famosas: grau, grado e radiano. Vamos
estudar cada uma delas:
5.1. GRAU
Um grau (1°) é a unidade de medida determinada pela divisão de uma circunferência em 360
partes iguais. Assim, se dividimos uma circunferência no meio, cada arco que obtemos terá a medida
de 180°.
5.2. GRADO
Um grado (1 𝑔𝑟) é a unidade de medida determinada pela divisão da circunferência em 400
partes iguais. Dessa forma, se dividimos a circunferência no meio, cada arco terá a medida de
200 𝑔𝑟.
5.3. RADIANO
Um radiano (1 𝑟𝑎𝑑) é a unidade de medida igual ao comprimento do raio da circunferência.
O comprimento total de uma circunferência é dado por:
𝐶 = 2𝜋𝑟
Onde 𝑟 é o raio da circunferência e 𝐶 é o seu comprimento total.
𝜋, lê-se “pi”, e seu valor numérico é aproximadamente:
𝜋 ≅ 3,14
Então, usando a fórmula:
̂
𝒄𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑨𝑩
̂ =
𝑨𝑩
𝒄𝒐𝒎𝒑𝒓𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆
̂ como o arco de uma volta completa na circunferência, temos:
E tomando 𝐴𝐵
2𝜋𝑟
̂ =
𝐴𝐵
= 2𝜋
𝑟
Assim, o arco de uma volta completa corresponde a 2𝜋 𝑟𝑎𝑑.
Veja o exemplo:
Exercício de fixação
̂ mede 10 cm e o raio da circunferência mede 5 cm. Calcule
2) Um arco de circunferência 𝐴𝐵
a medida do arco em radianos:
Comentários:
Temos a seguinte figura:
Vimos os três principais tipos de medidas usadas para os ângulos. Podemos estabelecer a
seguinte equivalência entre elas:
2𝜋 𝑟𝑎𝑑 = 360° = 400 𝑔𝑟
A tabela abaixo esquematiza essas relações:
5.5. BISSETRIZ
Uma semirreta 𝑂𝐶 interna ao ângulo 𝐴Ô𝐵 é bissetriz de 𝐴Ô𝐵 se, e somente se, 𝐴Ô𝐶 ≡ 𝐵Ô𝐶.
Na prática, a bissetriz é a semirreta localizada internamente na metade do ângulo.
Exemplo:
Exercício de fixação
3) Determine o complemento, suplemento e replemento do ângulo de 37°32′15′′.
Comentários:
Esse ângulo está no sistema sexagesimal.
Seja 𝛼, 𝛽 e 𝛾 o complemento, suplemento e replemento do ângulo dado, respectivamente.
Dessa forma, temos:
𝛼 = 90° − 37°32′15′′
Escrevendo 90° no sistema sexagesimal:
𝛼 = 89°59′ 60′′ − 37°32′ 15′′
𝛼 = 52°27′ 45′′
Calculando o suplemento:
𝛽 = 180° − 37°32′15′′
𝛽 = 179°59′ 60′′ − 37°32′15′′
𝛽 = 142°27′ 45′′
Calculando o replemento:
𝛾 = 360° − 37°32′15′′
𝛾 = 359°59′ 60′′ − 37°32′15′′
𝛾 = 322°27′ 45′′
Gabarito:
𝑪𝒐𝒎𝒑𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟓𝟐°𝟐𝟕′ 𝟒𝟓′′
𝒔𝒖𝒑𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟏𝟒𝟐°𝟐𝟕′ 𝟒𝟓′′
𝒓𝒆𝒑𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟑𝟐𝟐°𝟐𝟕′ 𝟒𝟓′′
O ponteiro das horas percorre 30° quando completa 1 hora e o ponteiro dos minutos
percorre 360° quando o ponteiro das horas completa 1 hora. Então, quando o ponteiro das horas
360
percorre 1°, o ponteiro dos minutos percorrerá ( ) ° = 12°.
30
𝜃 é o ângulo que o ponteiro das horas percorre quando o ponteiro dos minutos percorre 60°.
Usando uma regra de três, temos:
ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 − 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
1° − 12°
𝜃 − 60°
60
𝜃=(
) ° = 5°
12
O menor ângulo formado pelos ponteiros do relógio é dado por:
𝜃 + 90° = 95°
Gabarito: 𝟗𝟓°
7) 𝑂𝑋 e 𝑂𝑌 são as bissetrizes de dois ângulos adjacentes, 𝐴Ô𝐵 e 𝐵Ô𝐶 ambos agudos, e tais
que 𝐴Ô𝐵 − 𝐵Ô𝐶 = 36°. 𝑂𝑍 é a bissetriz do ângulo 𝑋Ô𝑌, calcular o ângulo 𝐵Ô𝑍.
Comentários:
Supondo que 𝑂𝑋 seja bissetriz de 𝐴Ô𝐵 e 𝑂𝑌, bissetriz de 𝐵Ô𝐶, temos:
(Poderia ser o contrário, com 𝑂𝑋 , bissetriz de 𝐵Ô𝐶 e 𝑂𝑌, bissetriz de 𝐴Ô𝐵. O resultado seria
o mesmo.)
18°
𝑥=
2
∴ 𝑥 = 9°
Gabarito: 𝑩Ô𝒁 = 𝟗°
9) Quatro semirretas 𝑂𝐴, 𝑂𝐵, 𝑂𝐶 e 𝑂𝐷 forma os ângulos adjacentes 𝐴Ô𝐵, 𝐵Ô𝐶, 𝐶Ô𝐷 e 𝐷Ô𝐴,
respectivamente proporcionais aos números 1, 2, 4 e 5. Determine o ângulo formado pelas
bissetrizes de 𝐴Ô𝐵 e 𝐶Ô𝐷.
Comentários:
Temos a seguinte figura:
6. TRIÂNGULOS
Dados três pontos 𝐴, 𝐵 e 𝐶 não colineares, os segmentos ̅̅̅̅
𝐴𝐵 , ̅̅̅̅
𝐵𝐶 e ̅̅̅̅
𝐴𝐶 definem o triângulo
𝐴𝐵𝐶.
Dizemos que 𝐴, 𝐵 e 𝐶 são os vértices do triângulo e os segmentos formados por esses pontos
são os lados do triângulo.
7. CEVIANAS
Definimos como ceviana qualquer reta que passa pelo vértice do triângulo. Vamos estudar as
principais:
7.1. ALTURA
Usualmente, usamos a letra ℎ para denotar a altura de um triângulo. Ela é um segmento que
passa pelo vértice do triângulo e forma um ângulo reto com o lado oposto desse vértice.
7.2. MEDIANA
A mediana de um triângulo é o segmento que passa pelo vértice e pelo ponto médio do lado
oposto ao vértice.
Na figura abaixo, ̅̅̅̅̅
𝐴𝑀 é a mediana do vértice 𝐴.
𝑎 <𝑏+𝑐
𝑏 <𝑎+𝑐 ⇒𝑏−𝑐 <𝑎
𝑐 <𝑎+𝑏 ⇒𝑐−𝑏 <𝑎
|𝒃 − 𝒄| < 𝒂 < 𝒃 + 𝒄
Essa desigualdade é conhecida como desigualdade triangular e, traduzindo, diz que um lado
não pode ser maior que a soma dos outros dois.
8. CONGRUÊNCIA DE TRIÂNGULOS
Podemos afirmar que dois ou mais triângulos são congruentes se, e somente se, todos os
lados e ângulos internos deles forem congruentes na mesma ordem.
Um postulado que consegue garantir a congruência de triângulos é o LAL, esse postulado gera
outros teoremas que também provam a congruência de triângulos. Não veremos a demonstração
dos teoremas, pois o que nos interessa é saber como aplicá-los.
 ≡ Â′
̅̅̅̅ ≡ ̅̅̅̅̅̅
{𝐴𝐵 𝐴′𝐵′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
̅̅̅̅ ≡ ̅̅̅̅̅
𝐴𝐶 𝐴′𝐶′
𝐴𝐶 ≡ ̅̅̅̅̅
̅̅̅̅ 𝐴′𝐶′
{̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅̅
𝐴𝐵 ≡ 𝐴′𝐵′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
̅̅̅̅ ≡ ̅̅̅̅̅̅
𝐵𝐶 𝐵′𝐶′
 ≡ Â′
𝐴𝐵 ≡ ̅̅̅̅̅̅
{̅̅̅̅ 𝐴′𝐵′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
̂
𝐵̂ ≡ 𝐵′
 ≡ Â′
̂ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
{ 𝐵̂ ≡ 𝐵′
𝐵𝐶 ≡ ̅̅̅̅̅̅
̅̅̅̅ 𝐵′𝐶′
𝛾′ > 𝛼
𝛾′ > 𝛽
Demonstração:
Seja 𝑀 o ponto médio do lado 𝐴𝐶 e 𝐷 o ponto tal que 𝐵𝑀 = 𝑀𝐷 e 𝐵, 𝑀 e 𝐷 são colineares.
Temos:
𝐴𝑀 = 𝑀𝐶
𝐵𝑀 = 𝑀𝐷
Como 𝐴𝑀̂ 𝐵 e 𝐶𝑀
̂ 𝐷 são ângulos opostos pelo vértice temos que 𝐴𝑀
̂ 𝐵 = 𝐶𝑀
̂ 𝐷. Então,
usando o postulado 𝐿𝐴𝐿, podemos afirmar que Δ𝐵𝐴𝑀 ≡ Δ𝐷𝐶𝑀 e consequentemente 𝐵𝐴̂𝑀 =
𝐷𝐶̂ 𝑀.
𝒂>𝒃>𝒄⇔𝜶>𝜷>𝜸
Podemos afirmar que o maior ângulo possui o maior lado oposto.
𝛼2 𝑒 𝛼3
Alternos internos
𝛽2 𝑒 𝛽3
𝛼1 𝑒 𝛼4
Alternos externos
𝛽1 𝑒 𝛽4
𝛼2 𝑒 𝛽3
Colaterais internos
𝛽2 𝑒 𝛼3
𝛼1 𝑒 𝛽4
Colaterais externos
𝛼4 𝑒 𝛽1
Demonstração:
Queremos provar:
𝛼 ≡ 𝛽 ⇔ 𝑟//𝑠
Vamos provar a ida:
𝛼 ≡ 𝛽 ⇒ 𝑟//𝑠
Suponha que 𝑟 não seja paralela a 𝑠, então pelo Postulado 𝑉 de Euclides temos que 𝑟 e 𝑠 se
interceptam em um ponto 𝑃. Temos dois casos possíveis:
1)
O ângulo 𝛼 é externo ao triângulo 𝐴𝐵𝑃. Pelo teorema do ângulo externo, temos 𝛼 > 𝛽.
2)
O ângulo 𝛽 é externo ao triângulo 𝐴𝐵𝑃. Pelo teorema do ângulo externo, temos 𝛽 > 𝛼.
Absurdo! Pois, por hipótese temos 𝛼 ≡ 𝛽. Logo, 𝛼 ≡ 𝛽 ⇒ 𝑟//𝑠.
Agora, vamos provar a volta:
𝑟//𝑠 ⇒ 𝛼 ≡ 𝛽
Suponha que exista uma reta 𝑟′ tal que 𝛼 ≡ 𝛼′.
Como 𝛼 ≡ 𝛼′, temos 𝑟′//𝑠. Então, as retas 𝑟 e 𝑟′ são paralelas à reta 𝑠. Pelo quinto postulado
de Euclides, temos 𝑟 ≡ 𝑟′, logo 𝛼 ′ ≡ 𝛽. Portanto, 𝛼 ≡ 𝛽.
𝜶 + 𝜷 + 𝜸 = 𝟏𝟖𝟎°
II) O ângulo externo de um triângulo é igual à soma dos dois ângulos internos não adjacentes
a ele.
𝜽=𝜶+𝜷
Demonstração:
I) A soma dos ângulos internos de um triângulo é igual a 180°.
Traçando-se as retas 𝑟 e 𝑠 tal que ̅̅̅̅
𝐵𝐶 ⊂ 𝑠, 𝐴 ⊂ 𝑟 e 𝑟//𝑠.
(𝐼) 𝑏2 = 𝑎𝑛
(𝐼𝐼) 𝑐 2 = 𝑎𝑚
(𝐼𝐼𝐼) ℎ2 = 𝑚𝑛
(𝐼𝑉) 𝑏𝑐 = 𝑎ℎ
(𝑉) 𝑏ℎ = 𝑐𝑛
(𝑉𝐼) 𝑐ℎ = 𝑏𝑚
(𝑉𝐼𝐼) Pitágoras 𝑎2 = 𝑏2 + 𝑐 2
1 1 1
(𝑉𝐼𝐼𝐼) 2
= 2+ 2
ℎ 𝑏 𝑐
Demonstração:
Podemos ver que os triângulos 𝐴𝐵𝐶, 𝐷𝐵𝐴, 𝐷𝐴𝐶 são semelhantes. Assim, temos:
𝑎 𝑐
= ⇒ 𝑏𝑐 = 𝑎ℎ
𝑏 ℎ
𝑎 𝑐
Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐷𝐵𝐴 ⇒ = ⇒ 𝑐 2 = 𝑎𝑚
𝑐 𝑚
𝑏 ℎ
{ 𝑐 = 𝑚 ⇒ 𝑐ℎ = 𝑏𝑚
𝑎 𝑏
= ⇒ 𝑏2 = 𝑎𝑛
𝑏 𝑛
𝑎 𝑏
Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐷𝐴𝐶 ⇒ = ⇒ 𝑏𝑐 = 𝑎ℎ
𝑐 ℎ
𝑏 𝑛
{ 𝑐 = ℎ ⇒ 𝑏ℎ = 𝑐𝑛
𝑐 𝑏
= ⇒ 𝑏ℎ = 𝑐𝑛
ℎ 𝑛
𝑐 𝑏
Δ𝐷𝐵𝐴~Δ𝐷𝐴𝐶 ⇒ = ⇒ 𝑐ℎ = 𝑏𝑚
𝑚 ℎ
𝑚 ℎ 2
{ ℎ = 𝑛 ⇒ ℎ = 𝑚𝑛
*Nos próximos tópicos, veremos com mais detalhes os critérios de semelhança. Saiba que,
quando os ângulos internos de dois triângulos são congruentes, podemos afirmar que ambos são
semelhantes.
1 1 1
Já estudamos o Teorema de Pitágoras, podemos usá-lo para provar = + 2:
ℎ2 𝑏2 𝑐
1 1 𝑐 2 + 𝑏2
+ = 2 2
𝑏2 𝑐 2 𝑏 𝑐
Usando o Teorema de Pitágoras, temos:
1 1 𝑎2
+ =
𝑏2 𝑐 2 𝑏2 𝑐 2
Pela relação (𝐼𝑉):
𝑏𝑐 = 𝑎ℎ
𝑏 2 𝑐 2 = 𝑎 2 ℎ2
Substituindo na equação:
1 1 𝑎2
+ =
𝑏 2 𝑐 2 𝑎 2 ℎ2
Portanto:
1 1 1
+ =
𝑏 2 𝑐 2 ℎ2
Exercício de Fixação
10) Os lados de um triângulo formam uma PG de razão 𝑞. Para que este triângulo exista,
determine as condições de 𝑞.
Comentários:
Sejam 𝑎, 𝑎𝑞, 𝑎𝑞2 , os lados de um triângulo. Então, verificando a condição de existência do
triângulo pela desigualdade triangular:
|𝑎𝑞 − 𝑎𝑞2 | < 𝑎 < 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞2
Como 𝑎 é um lado de um triângulo, temos 𝑎 > 0. Dessa forma:
|𝑞 − 𝑞2 | < 1 < 𝑞 + 𝑞2
𝑞2 + 𝑞 − 1 > 0 𝑞2 + 𝑞 − 1 > 0 (𝐼)
{ ⇒ {
|𝑞 − 𝑞2 | < 1 −1 < 𝑞 − 𝑞2 < 1 (𝐼𝐼)
Resolvendo (𝐼):
𝑞2 + 𝑞 − 1 > 0
Encontrando as raízes:
−1 ± √5
𝑞=
2
Estudo do sinal:
−1 − √5 −1 + √5
𝑞< 𝑜𝑢 𝑞 >
2 2
Como 𝑎𝑞 é um lado do triângulo e 𝑎 > 0, temos 𝑞 > 0. Então:
−1 + √5
𝑞>
2
Resolvendo (𝐼𝐼):
−1 < 𝑞 − 𝑞2 < 1
𝑞2 − 𝑞 − 1 < 0 (𝐼𝐼𝐼)
{ 2
𝑞 − 𝑞 + 1 > 0 (𝐼𝑉)
Para a inequação (𝐼𝐼𝐼), temos:
𝑞2 − 𝑞 − 1 < 0
Raízes:
1 ± √5
𝑞=
2
Estudo do sinal:
1 − √5 1 + √5
<𝑞<
2 2
Mas 𝑞 > 0, logo:
1 + √5
0<𝑞<
2
Para (𝐼𝑉 ):
𝑞2 − 𝑞 + 1 > 0
Essa inequação não possui raízes reais, pois Δ < 0:
Δ = −3 < 0
Como essa função possui concavidade para cima, temos que ∀𝑞 ∈ ℝ → 𝑞2 − 𝑞 + 1 > 0.
Comentários:
Usando a propriedades dos ângulos de retas paralelas e ângulos opostos pelo vértice, temos:
Comentários:
Podemos traçar a reta 𝑡 tal que 𝑡//𝑠//𝑟:
Comentários:
14) Determine 𝑥 e 𝑦:
a)
b)
Comentários:
a)
b)
Δ𝐴𝐵𝐷 é retângulo
Usando o Teorema de Pitágoras no Δ𝐴𝐵𝐷:
82 = 𝑥 2 + 𝑦 2 ⇒ 𝑥 2 + 𝑦 2 = 64 (𝐼)
Δ𝐴𝐵𝐷~Δ𝐵𝐷𝐶
𝑥 𝑦
= ⇒ 𝑦 2 = 12𝑥 (𝐼𝐼)
𝑦 12
Substituindo (𝐼𝐼) em (𝐼):
𝑥 2 + 12𝑥 − 64 = 0
𝑥 = (−6 ± √100) = −16 𝑜𝑢 4
Como 𝑥 > 0, temos 𝑥 = 4.
Substituindo 𝑥 em (𝐼𝐼):
𝑦 2 = 12 ∙ 4
𝑦 = 4√3
Gabarito: a) 𝒙 = 𝟓 𝒆 𝒚 = 𝟏𝟐/𝟓 b) 𝒙 = 𝟒 𝒆 𝒚 = 𝟒√𝟑
15) Determine 𝑥:
a)
b)
Comentários:
a)
b)
Comentários:
Fazendo 𝐴𝐵 = 𝑏 e 𝐵𝐷 = 𝑎, temos 𝐶𝐷 = 2𝑎. Perceba que os triângulos 𝐴𝐵𝐷 e 𝐴𝐵𝐶 são
semelhantes, pois possuem todos os ângulos internos congruentes:
𝑎 𝑎 √3
𝑡𝑔𝑥 = = =
𝑏 √3𝑎 3
𝑥 = 30°
Gabarito: 𝒙 = 𝟑𝟎°
Comentários:
𝛼 + 𝛽 = 90° (𝐼𝐼𝐼)
Fazendo (𝐼𝐼𝐼) − (𝐼𝐼 ):
𝛼−𝛾 =0⇒𝛼 =𝛾
Fazendo (𝐼𝐼𝐼) − (𝐼):
𝛽−𝜃 =0⇒𝛽 =𝜃
Comentários:
Os triângulos 𝐵𝑀𝐶 e 𝐴𝐵𝐶 são semelhantes, pois todos os ângulos internos são congruentes:
10.1. CIRCUNFERÊNCIA
Circunferência é o lugar geométrico dos pontos 𝑃 de um plano que distam 𝑅 de um ponto
fixo 𝑂. Sejam 𝜆, 𝛼, 𝑂 e 𝑅, a circunferência, o plano, o centro e o raio, respectivamente. Em símbolos,
o LG da circunferência pode ser escrito como:
𝜆 = {𝑝 ∈ 𝛼|𝑂𝑃 = 𝑅}
10.2. MEDIATRIZ
Mediatriz é o lugar geométrico dos pontos de um plano que equidistam das extremidades de
um segmento.
10.3. BISSETRIZ
É o lugar geométrico dos pontos de um plano que equidistam de duas retas concorrentes.
Consequentemente, esse LG divide o menor ângulo entre as retas concorrentes em duas partes
iguais.
̂.
Podemos encontrar uma relação entre 𝛼 e o menor arco de 𝐴𝐵
̂.
Sabemos que o ângulo do centro da circunferência é igual ao ângulo formado pelo arco 𝐴𝐵
̂
𝜃 = 𝐴𝐵
Podemos traçar o segmento de reta que liga o ponto 𝑃 ao centro 𝑂. Como ̅̅̅̅
𝑂𝑃 = ̅̅̅̅
𝑂𝐴 = ̅̅̅̅
𝑂𝐵 ,
formamos dois triângulos isósceles 𝑂𝑃𝐴 e 𝑂𝑃𝐵:
𝜃
𝛼=
2
̂
𝑨𝑩
∴𝜶=
𝟐
Além desse caso, temos outros dois:
𝑃 pode estar localizado no interior da circunferência ou 𝑃 pode estar no exterior da
circunferência.
Para o caso de 𝑃 interno à circunferência:
Como 𝐸𝐶//𝐵𝐷, temos 𝐸𝐶̂ 𝐴 ≡ 𝐵𝑃̂𝐴 e a medida dos arcos 𝐵𝐸 ̂ são iguais. Assim,
̂ e 𝐶𝐷
podemos ver que:
̂ + 𝐵𝐸
𝐴𝐵 ̂
𝛼=
2
̂
̂ + 𝑪𝑫
𝑨𝑩
∴𝜶=
𝟐
Para o caso de 𝑃 externo à circunferência:
𝒙𝟏 𝒙𝟐 𝒙𝒏−𝟏
= =⋯= =𝒌
𝒚𝟏 𝒚𝟐 𝒚𝒏−𝟏
𝑡1 e 𝑡2 são as retas transversais ao feixe de retas paralelas.
𝑨 ≡ 𝑨′ , 𝑩 ≡ 𝑩′ , 𝑪 ≡ 𝑪′
𝚫𝑨𝑩𝑪~𝚫𝑨′ 𝑩′ 𝑪′ ⇔ { 𝒂 𝒃 𝒄
′
= ′
= ′
= 𝒌 ∈ ℝ∗+
𝒂 𝒃 𝒄
Definimos 𝑘 como a razão de semelhança dos triângulos semelhantes.
𝒓//𝑩𝑪 ⇔ 𝜟𝑨𝑫𝑬~𝜟𝑨𝑩𝑪
Se a reta 𝑟 for paralela a um dos lados de um triângulo 𝐴𝐵𝐶, o Δ𝐴𝐷𝐸 que ele determina é
semelhante ao Δ𝐴𝐵𝐶.
̂ , 𝐸̂ ≡ 𝐶̂ e  é um ângulo comum aos Δ𝐴𝐵𝐶 e
Como 𝑟 é paralelo ao lado 𝐵𝐶, temos 𝐵̂ ≡ 𝐷
Δ𝐴𝐷𝐸.
Vamos construir a reta paralela 𝑠 ao lado 𝐴𝐵:
′
{ Â ≡ Â ′ ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′ 𝐵′ 𝐶 ′
𝐵≡𝐵
Supondo que 𝐴𝐵 > 𝐴′𝐵′, podemos construir um triângulo 𝐴𝐷𝐸 no triângulo 𝐴𝐵𝐶 tal que
̂
̂ ≡ 𝐵′ e 𝐴𝐷 ≡ 𝐴′𝐵′:
𝐷
 ≡ Â′
{𝑐 𝑏 ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′ 𝐵′ 𝐶 ′
=
𝑐 ′ 𝑏′
Supondo 𝐴𝐵 > 𝐴′𝐵′, vamos traçar o segmento de reta ̅̅̅̅
𝐷𝐸 no triângulo 𝐴𝐵𝐶 tal que 𝐴𝐷 ≡
𝐴′𝐵′ e 𝐴𝐸 ≡ 𝐴′𝐶′:
𝑐 𝑏
Pelo Teorema de Tales, como = , temos que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ . Então, 𝐷
𝐷𝐸 //𝐵𝐶 ̂ ≡ 𝐵̂ e 𝐸̂ ≡ 𝐶̂ .
𝑐′ 𝑏′
̂ e 𝐸̂ ≡ 𝐶′
̂ ≡ 𝐵′
Usando o critério de congruência LAL, temos Δ𝐴𝐷𝐸 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′. Logo, 𝐷 ̂.
̂ e 𝐵̂ ≡ 𝐵′
Portanto, pelo critério de semelhança AA, podemos ver que 𝐴̂ ≡ 𝐴′ ̂ implica
′ ′ ′
Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴 𝐵 𝐶 .
𝑎 𝑏 𝑐
= = ⇒ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′𝐵′𝐶′
𝑎′ 𝑏′ 𝑐 ′
𝑎 𝑏 𝑐
′
= ′= ′
𝑎 𝑏 𝑐
Portanto:
𝑎′ = 𝑥
Δ𝐴𝐷𝐸 ≡ Δ𝐴′𝐵′𝐶′
∴ Δ𝐴𝐵𝐶~Δ𝐴′𝐵′𝐶′
Vimos que 𝑀𝑁 é paralelo ao lado 𝐵𝐶, analogamente, para os outros lados, podemos provar
que 𝑁𝑃//𝐴𝐵 e 𝑀𝑃//𝐴𝐶. Então, o triângulo 𝑀𝑁𝑃 é semelhante ao triângulo 𝐴𝐵𝐶 e possui razão
igual a 1/2.
2𝑝 = 𝑎 + 𝑏 + 𝑐
𝑝 é o semiperímetro do triângulo 𝐴𝐵𝐶 e 2𝑝 é o seu perímetro.
Exercícios de Fixação
19) Sendo 𝑟, 𝑠, 𝑡 retas paralelas. Calcule o valor de 𝑥:
a)
b)
c)
Comentários:
a)
b)
3 𝑥
=
4 𝑥+3
3𝑥 + 9 = 4𝑥
𝑥=9
c)
𝑥 8
=
𝑥+6 𝑥
𝑥 2 = 8𝑥 + 48
𝑥 2 − 8𝑥 − 48 = 0
𝑥 = (4 ± √64)
𝑥 =4±8
𝑥 = 12 𝑜𝑢 − 4
∴ 𝑥 = 12
Gabarito:
a) 𝒙 = 𝟑/𝟐
b) 𝒙 = 𝟗 c) 𝒙 = 𝟏𝟐
Comentários:
Aplicando o teorema de Tales:
𝐴𝑀 𝐴𝑁
=
𝑀𝐵 𝑁𝐶
𝑥 3
=
8 5
24
𝑥=
5
Gabarito: 𝒙 = 𝟐𝟒/𝟓
Comentários:
20 𝑥
=
10 15
𝑥 = 30
Gabarito: 𝒙 = 𝟑𝟎
Comentários:
Como 𝑀𝑁//𝐵𝐶, temos que Δ𝐴𝑀𝑁~Δ𝐴𝐵𝐶:
𝐴𝑁 𝐴𝐶
=
𝑀𝑁 𝐵𝐶
2 2+3
=
𝑥 𝑥+4
2𝑥 + 8 = 5𝑥
8
𝑥=
3
Gabarito: 𝒙 = 𝟖/𝟑
Admita que 𝐴1 𝐵1 = 𝐵1 𝐶1 = 7 e 𝐴1 𝐶1 = 4.
Assim, (𝑝1 , 𝑝2 , 𝑝3 ) define a seguinte progressão:
a) aritmética de razão −8.
b) aritmética de razão −6.
c) geométrica de razão 1/2.
d) geométrica de razão 1/4.
Comentários:
Como os vértices dos triângulos internos são os pontos médios de outros triângulos, temos
que cada triângulo terá razão igual a 1/2 do triângulo externo. Desse modo, temos:
𝑝1 = 7 + 7 + 4 = 18
𝑝1 18
𝑝2 = = =9
2 2
𝑝2 9
𝑝3 = =
2 2
Portanto, a sequência (𝑝1 , 𝑝2 , 𝑝3 ) é uma PG de razão 1/2.
Gabarito: c)
25) (IFCE/2016) O triângulo 𝐴𝐵𝐶 tem lados medindo 8 cm, 10 cm e 16 cm, enquanto o
triângulo 𝐷𝐸𝐹, semelhante a 𝐴𝐵𝐶, tem perímetro 204 cm. O maior e o menor dos lados de 𝐷𝐸𝐹
medem, respectivamente,
a) 64 cm e 32 cm.
b) 60 cm e 48 cm.
c) 48 cm e 24 cm.
d) 96 cm e 48 cm.
e) 96 cm e 64 cm.
Comentários:
O enunciado nos diz que os triângulos 𝐴𝐵𝐶 e 𝐷𝐸𝐹 são semelhantes, logo, os lados e os seus
perímetros possuem a mesma razão de proporção. Vamos calcular o perímetro 𝑝𝐴𝐵𝐶 do Δ𝐴𝐵𝐶:
𝑝𝐴𝐵𝐶 = 8 + 10 + 16 = 34
Vamos calcular a razão de proporção entre os triângulos:
𝑝𝐴𝐵𝐶 34 1
= =
𝑝𝐷𝐸𝐹 204 6
Logo, a razão de proporção entre os triângulos é 1/6. Os lados do triângulo 𝐷𝐸𝐹 são dados
por:
8 𝑐𝑚 ⇒ 48 𝑐𝑚
10 𝑐𝑚 ⇒ 60 𝑐𝑚
16 𝑐𝑚 ⇒ 96 𝑐𝑚
Portanto, o maior lado é 96 cm e o menor é 48 cm.
Gabarito: d)
26) No triângulo 𝐴𝐵𝐶, 𝐵𝐷 é mediana relativa ao lado 𝐴𝐶 e os ângulos 𝐵Â𝐶 e 𝐷𝐵̂𝐶 são iguais.
Se o ângulo 𝐵𝐷̂ 𝐴 = 45°, calcule 𝑥.
Comentários:
Perceba que os triângulos 𝐴𝐵𝐶 e 𝐵𝐷𝐶 são semelhantes, veja: