Aula mes 03 dia 08

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Equações Diferenciais Ordinárias

jdanilo@ufpa.br / danilo.fisic@gmail.com
Universidade Federal do Pará
Campus Universitário de Salinópolis

Março de 2021

Referências:
1. Equações Diferenciais, Coleção Schaum, Richard Bronson e Gabriel Costa.

2. Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno, Boyce e


DiPrima.

3. Canais de Universidades no Youtube.

Conteúdo:
1. Equações Diferenciais de Primeira Ordem.

2. Equações Diferenciais de Segunda Ordem e Superiores.

3. Séries de Potências. Séries de Fourier.

4. Equação de Bessel. Funções de Bessel.

5. Funções ortogonais.

6. Equação de Legendre. Polinômios de Legendre.

7. Solução de Equações Diferenciais por Séries de potências.

8. Sistemas de equações diferenciais.

9. Noções de Transformada de Laplace.

1
O que é uma equação diferencial ordinária?
Equações diferenciais têm funções como incógnitas, e as equações diferenciais envolvem as
derivadas dessas funções. Por exemplo:

df
− f (x) = 0
dx
Devemos descobrir que função f (x) satisfaz essa equação. Nesse caso, uma solução possível
seria
f (x) = ex

já que
d x
(e ) = ex .
dx
x
Note que f (x) = 2e também é solução da equação acima. A solução geral da equação seria
f (x) = cex , onde c é uma constante qualquer.
Outro exemplo:
d2 f
= −f (x)
dx2
Vamos lembrar das funções trigonométricas senx e cos x.

f (x) = c1 senx

df
= c1 cos x
dx
d2 f
= −c1 senx
dx2
também
f (x) = c2 cos x

df
= −c2 senx
dx
d2 f
= −c2 cos x
dx2
ou ainda
f (x) = c1 senx + c2 cos x

2
Mais um exemplo:
d2 f df
2
+ 2 + 5f (x) = 0
dx dx
Agora, a seguinte equação diferencial não é ordinária:

∂2f ∂2f
+ = 0.
∂x2 ∂y 2

Essa é uma Equação Diferencial Parcial. A solução é uma função de duas variáveis f (x, y).

Classificação das Equações Diferenciais


Alguns exemplos de equações diferenciais:

1.
dy
= 5x + 3
dx
Equação diferencial ordinária de primeira ordem, de grau 1, linear, com coeficientes
constantes e não-homogênea.

2. ❳❳2❳  2✘✘ ✘
y d y ❳❳✘ dy✘✘
e ✘2✘ +✘2 ❳❳❳ = 1
❳✘
✘✘ dx dx ❳❳❳
Não-linear!

3.
d3 y d2 y
4 3 + senx 2 + 5xy = 0
dx dx
Equação diferencial ordinária de terceira ordem, linear, com coeficientes variáveis e
homogênea.

4. ❤
❤2❤  7  ✭✭
 ✭✭ ✭
❤3 ✭dy 2✭
d y ❤❤❤❤❤ dy❤✭ ✭✭3
+ 3y ✭✭❤❤
2 ✭✭✭✭✭ dx

+❤
y❤❤❤ = 5x
✭✭dx✭ dx❤❤❤❤❤
Não-linear!

5.
∂2y ∂2y
−4 =0
∂t2 ∂x2
Equação diferencial parcial de segunda ordem, de grau 1, linear, coeficientes constan-
tes e homogênea.

3
Classificamos as equações diferenciais quanto:

• Tipo: ordinárias ou parciais, dependendo da quantidade de variáveis das soluções.

• Ordem: a ordem de uma ED é a ordem da derivada de maior ordem presente na equa-


ção.

• Grau: o grau é a potencia da derivada de maior ordem presente na equação. (O grau


não será relevante para este curso de EDO.)

• Linearidade: uma equação diferencial é linear se todas as suas parcelas são lineares,
ou seja, não há parcelas com potências da variável dependente ou de suas derivadas
e nem produto entre derivadas de ordens diferentes ou produtos de derivadas com o
fatores que dependem da variável dependente.

• Coeficientes: As EDs podem apresentar coeficientes constantes ou coeficientes variá-


veis.

• Homogeneidade: uma ED é dita homogênea se não existem termos que não dependem
da variável dependente, caso contrário a equação é não-homogênea.

Notação:

Vamos utilizar as notações:

d3 y d2 y
4 + senx + 5xy = 0
dx3 dx2
ou
4y ′′′ + senxy ′′ + 5xy = 0

onde y ′ , y ′′ , y ′′′,y (4) , ..., y (n) são as derivadas de y com relação à variável independente que,
nesse exemplo, é x.

Definição 1. A solução de uma EDO de incógnita (ou variável dependente) y e variável


independente x num intervalo I é uma função y(x) que satisfaz identicamente a EDO no
intervalo I.

Exemplo. Considere a equação y ′′ + 4y = 0. A função

y(x) = c1 cos 2x + c2 sen2x

4
é uma solução da EDO acima, onde c1 e c2 são constantes quaisquer.
Vamos verificar. Derivando temos

y ′ (x) = −2c1 sen2x + 2c2 cos 2x.

Derivando novamente,

y ′′ (x) = −4c1 cos 2x − 4c2 sen2x.

Substituindo na EDO:
y ′′ + 4y = 0

−4c1 cos 2x − 4c2 sen2x + 4 (c1 cos 2x + c2 sen2x) = 0

1 cos 2x − 4c2 sen2x


✭✭✭ ❳❳❳❳ + ✭
❳ 4c✭
1 cos
✭✭2x + 4c2 sen2x
❳❳ = 0
✭ ❳❳❳
−4c
✭✭✭

0=0

portanto, de fato, y(x) satisfaz identicamente à EDO.

Definição 2. A solução geral de uma EDO é o conjunto de todas as soluções da equação.

Exemplo. Considere a equação


(y ′)4 + y 2 = −1
| {z }
positivo

Podemos concluir de imediato que essa equação não admite solução. Não existe y(x) que
satisfaça identicamente essa equação.

Exemplo. Considere a equação


(y ′)4 + y 2 = 0

A única solução é y = 0.

1 Equações Diferenciais Ordinárias de primeira ordem


Definição 3. Uma equação diferencial ordinária de primeira ordem é uma equação na forma

y ′ = f (x, y)

onde y é a variável dependente e x é a variável independente.

5
Exemplos:

dy
1. = x2 y 2 + 1
dx
2. y ′ = y 2 cos x − ln y

3. y ′ = xy 2 + x

Forma diferencial de uma EDO de primeira ordem:

Podemos escrever uma EDO de primeira na forma diferencial:

M(x, y)dx + N(x, y)dy = 0

Exemplos:

1. (x2 y + 1)dx + y cos xdy = 0



2. xdx + x2 ydy = 0

Observação. A forma diferencial é equivalente à forma padrão:

M(x, y)dx + N(x, y)dy = 0

N(x, y)dy = −M(x, y)dx


dy −M(x, y)
=
dx N(x, y)
dy
= f (x, y) ,
dx
−M(x, y)
onde definimos f (x, y) = .
N(x, y)

1.1 Equações de variáveis separáveis


Definição 4. Dizemos que uma EDO de primeira ordem é separável (ou que tem variáveis
separáveis) se, na forma padrão, pode ser escrita como

y ′ = f (x)g(y)

6
ou, na forma diferencial,
A(x)dx + B(y)dy = 0

Exemplo. A equação y ′ = xy 2 + x é separável, pois

x (y 2 + 1)
y ′ = |{z}
| {z }
f (x) g(y)

Solução:
dy dy
= x(y 2 + 1) ⇒ 2 = xdx
dx y +1
Integrando: Z Z
dy
2
= xdx
y +1
x2
arctgy = +c
2
 2 
x
y(x) = tg +c
2
.
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